Este documento descreve o programa WWOOF, que começou na Inglaterra nos anos 70 e agora é uma organização mundial. O WWOOF conecta voluntários (WWOOFers) com fazendas orgânicas, oferecendo alojamento e alimentação em troca de trabalho. O documento discute o perfil típico de um WWOOFer, a vida em uma fazenda WWOOF e como o programa promove estilos de vida sustentáveis.
WWOOF: Voluntariado agrícola orgânico em quintas sustentáveis
1. 2105660-134620Os WWOOFersWORLD WIDE OPPORTUNITIES on ORGANIC FARMSOS ESTILOS DE VIDATrabalho realizado no âmbito da disciplina de SociologiaTrabalho realizado por: Adriana Carvalho, nº1-19494531000701806575183896037407851971040 ÍndiceO que é a WWOOF? (introdução) 3Como a WWOOF começou 4 e 5O Papel da WWOOF como Associação 5WWOOF e a sua Propagação 5 e 6Perfil de um WWOOFer 6WWOOFing numa quinta 7 e 8Um Regresso às Raízes? (conclusão) …….…..……..….………………………………………………………….. 8 e 9Fonte ……………………………………………………………………………………………………………………………………… 9<br />3409315189865O que é a WWOOF? <br />3206115506095 WWOOF é um programa de intercâmbio, que em troca da ajuda voluntária em as quintas WWOOF é oferecida comida, alojamento e oportunidade para conhecer estilos de vida naturais e orgânicos. <br />Quinta nos Açores e no Alentejo (Portugal)As associações WWOOF, hoje de carácter mundial, fazem a ligação entre as pessoas que querem ser voluntárias (WWOOFers) nestas quintas de agricultura biológica ou em pequenas propriedades (quintas WWOOF), que estão à procura da ajuda de voluntários.<br /> A WWOOF actualmente também é reconhecida como tendo um importante contributo a dar no universo mais amplo do movimento biológico, já que proporciona a cada vez mais pessoas o contacto directo com os produtores de agricultura biológica, quer a nível individual, quer através de outras organizações que estão a tentar influenciar as políticas e a procura dos consumidores. Através dos seus boletins informativos, as associações WWOOF informam os associados das novidades, perspectivas, empregos e formação no mundo ligado à agricultura biológica. Desta forma, WWOOFers de todo o mundo formam uma espécie de movimento contra o consumismo da sociedade actual e, contra os perigos da alimentação moderna, já que há quem questione a segurança dos alimentos, que hoje ingerimos, graças ao uso de, por exemplo: pesticidas químicos, herbicidas e fertilizantes artificiais.<br />Como a WWOOF começou<br />A WWOOF começou em Inglaterra nos anos 70, organizando visitas de gente urbana com interesse de trabalhar como voluntários em propriedades orgânicas. Em troca de trabalho, as propriedades oferecem hospedagem e alimentos aos visitantes durante sua estadia. Hoje, WWOOF é uma organização mundial, com mais de 50 países envolvidos e milhares de viajantes e propriedades afiliadas.<br /> A WWOOF teve o seu início no Outono de 1971, em Inglaterra, quando Sue Coppard, uma secretária de Londres e apologista de uma vida mais verde e sustentável, organizou um fim-de-semana de trabalho para quatro pessoas numa quinta biodinâmica do Emerson College, no Sussex, através de um contacto que detinha na Soil Association (Associação Inglesa de Agricultura Biológica). Esse fim-de-semana foi ao que parece um grande sucesso e ganhou rapidamente aderentes, desde agricultores dedicados à agricultura biológica e pequenos proprietários, a pessoas voluntariosas em trabalhar no campo por um fim-de-semana. Estas pessoas, passaram então a chamar-se WWOOFers.<br /> Donos das quintas e voluntários trabalhavam assim em conjunto, num clima de amizade e de entreajuda e numa reconhecida troca de conhecimentos. <br />Esta organização chamou-se inicialmente, pelo seu começo e carácter temporário, Working Weekend on Organic Farms.<br /> Com o tempo, começou a surgir uma maior procura para períodos de permanência maiores. O nome foi por isso alterado para WILLING WORKERS ON ORGANIC FARMS (Voluntários em Quintas Biológica). <br /> Ao longo do tempo, e com o reconhecimento da natureza mundial da organização e o conflito com as autoridades de imigração, que o termo “trabalhadores” causou, sendo confundidos por vezes com trabalhadores migrantes clandestinos, que não é de todo o que os WWOOFers são, WWOOF passou a significar WORLD WIDE OPPORTUNITIES on ORGANIC FARMS (Oportunidades à Escala Mundial em Quintas Biológicas).<br />O Papel da WWOOF como Associação<br />O papel das organizações WWOOF é o de fazer o contacto entre os chamados WWOOFers ou viajantes e os proprietários das quintas/propriedades onde eles pretendem fazer voluntariado.<br />3476625381635 A WWOOF responde ainda às queixas, caso exista algum problema entre voluntário e anfitrião. É esperado dos anfitriões, conferirem um ambiente amigável, á base de respeito e de contínua aprendizagem, numa vivência cem por cento orgânica.<br />Anfitriões de uma quinta no AlentejoComo a WWOOF se desenvolveu muito rapidamente, a associação adaptou os seus procedimentos para satisfazer as necessidades dos voluntários e dos donos das quintas. Trata-se ainda de uma organização flexível e adaptável, que continua a tirar partido do contributo dos seus associados, incentivando as suas ofertas de ajuda e as suas sugestões. Todas as sugestões são ouvidas e discutidas e muitas delas são complementadas.<br />WWOOF e a sua Propagação<br />Em 2000 realizou-se a primeira Conferência Internacional da WWOOF. Contou com a participação no total de quinze países. Nesta Conferência foi decidida a Constituição da Associação Internacional WWOOF de forma a procurar estabelecer orientações sobre o que significa ser WWOOFer, ser uma quinta WWOOF e fazer WWOOF. <br /> Incentivar e apoiar as associações WWOOF que começam a surgir nos países em desenvolvimento também é um dos seus objectivos. <br /> Recentemente, foram constituídas a WWOOF Turquia, a WWOOF República Checa, a WWOOF Eslovénia e a WWOOF México. Até hoje, podem-se contar com os seguintes associados: Austrália, Áustria, Alemanha, Belize, Brasil, Bulgária, Canadá, Chile, China, Cazaquistão, Coreia, Costa Rica, Dinamarca, Equador, Espanha, Estónia, Estados Unidos, Eslovénia, França, Gana, Havai, Índia, Israel, Itália, Japão, México, Nepal, Nova Zelândia, Portugal, Roménia, Reino Unido, República Checa, Serra Leão, Suíça, Suécia, Taiwan (Formosa), Turquia e Uganda.<br />A maior divulgação e foco de actividade encontra-se no entanto, por questões históricas e culturais, no Reino Unido e na Austrália, mas “a verdade (é que) o âmbito geográfico da associação é de tal modo global que é provável que o Sol nunca se ponha na WWOOF.” (WWOOF Portugal).<br />Perfil de um WWOOFer<br />3396615147955<br />Um estilo de vida directamente ligado às origensNormalmente, são jovens que partem à aventura da descoberta de um país/continente desconhecido (inter-railers ou mochileiros), de uma experiência diferente, de um intercâmbio cultural a baixo custo, de uma fuga ao género de vida predominante; indivíduos adeptos de um estilo de vida orgânico ou considerado alternativo, e cada vez mais, jovens que enveredaram por um curso ligado à agricultura ou às energias alternativas (engenheiros agrónomos, por exemplo). <br /> <br />WWOOFing numa Quinta<br />39528751270<br />Casal de polacos na quinta Monte da Cunca (Portugal)Depois de ingresso nesta organização, o WWOOFer tem de esperar pela resposta, normalmente positiva do dono da quinta que escolheu como destino. É preciso ter em conta que não se está a marcar umas férias num hotel, mas a fazer um “acordo de troca” com o proprietário da quinta em questão, e que o ambiente campestre não possui certas acomodações a que estamos habituados (nós, membros da sociedade consumista actual). <br /> A questão da língua não é um problema, já que os anfitriões destas quintas sabem, normalmente inglês e outra língua complementar, como o alemão ou o francês. Todavia, é uma oportunidade para aprender ou treinar uma língua estrangeira.<br /> Nestas quintas pode-se encontrar um modo de vida completamente alternativo ao ambiente agitado a que estamos acostumados. Uma vida totalmente orgânica rege o dia-a-dia destas pessoas que o querem acolher como estilo de vida. <br /> O dia começa cedo à semelhança de outras quintas. O trabalho não é muito pesado e varia com o tipo de produção aí realizada. O voluntário terá de se ocupar desde os animais e ao cultivo dos produtos da época, à reparação/construção de cercas, barracões, à jardinagem, à confecção de produtos biológicos que irão directamente para venda, etc. <br />Quinta no norte do México3132455136525 Todos os alimentos aí consumidos provêm dos animais da quinta e da terra que cultivam, de uma maneira completamente natural e biológica, através do recurso a fertilizantes e pesticidas naturais.<br /> O aproveitamento das energias renováveis também é feito nestas quintas, como por exemplo o aproveitamento da energia solar e da energia eólica.<br /> O tempo de estadia, pode entre variar 3 meses, 6 meses, ou um ano.<br />319024081026045040551024890 Com vista em expandir o mercado biológico e modos de vida alternativos, as quintas WWOOF dedicam-se a todo o tipo de produções naturais, orgânicas e biológicas, como já foi referido, muitos destinados à venda.<br /> <br />Um Regresso às Raízes?<br />A globalização encurtou distâncias, mas também permitiu uma circulação massiva de objectos, ideal para o consumo em massa, situação pouco sustentável para o nosso planeta. O objecto, que antigamente perdurava além do tempo de vida de um ser humano, é hoje substituído, não tanto por necessidade, mas por questões de moda e evolução tecnológica. <br /> Mas será que a evolução em que hoje participamos, nos irá levar a bom porto? É nesta questão, nesta quase vontade de voltar às raízes, que pessoas de todo o mundo, se afiliam a movimentos e associações como a WWOOF. Associações, que têm como estandarte ideais de sustentabilidade e harmonia com a Natureza.<br /> Penso que podemos dizer, que quem escolhe este tipo de vida mais natural, quase em total equilíbrio com a Natureza, trabalhando a terra, para mais tarde colher esses mesmos frutos, despojando-se da vida mundana das cidades, quer no fundo refugiar-se de uma sociedade com a qual não se identifica e que deseja mudar. Pode-se mesmo dizer, como já foi referido, que é uma espécie de regresso às raízes, já que estas pessoas adoptam uma filosofia de vida, que os leva a participar, durante um determinado período de tempo (por vezes chegam a adoptar este estilo de vida por tempo indeterminado), uma vida que antigamente foi rejeitada em grande escala (êxodo rural). Uma vida considerada dura, e que devido às grandes explorações agrícolas, pouco rentável. Contudo, o prazer, que parece despoletar nestes jovens com este tipo de vivências, e o carácter de respeito e equilíbrio necessários para um planeta sustentável, faz nascer o desejo de um equilíbrio entre a nossa sociedade e este estilo de vida. <br />Adriana Carvalho<br /> <br /> <br />Fonte para a realização deste trabalho:<br /> www.wwoof-portugal.com<br />