Este documento descreve uma pesquisa sobre a criação de um fluido semelhante ao sangue para estudos em engenharia. Inicialmente, foram desenvolvidas Vesículas Unilamelares Gigantes (GUVs) como uma alternativa aos glóbulos vermelhos. Posteriormente, estudou-se o escoamento das GUVs em diferentes concentrações para simular o comportamento dos glóbulos vermelhos em microcanais.
2. UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
ACADÊMICAS:
AMANDA ALFREDO DA SILVA
ANA CAROLINA LEOPOLDO PEREIRA
PROFESSORA: MARIA LÚCIA SOARES COCHLAR
TRABALHO PARA PUBLICAÇÃO NO BLOG DA DISCIPLINA DE FENÔMENOS DE
TRANSPORTE
15 DE OUTUBRO DE 2017.
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3. ENGENHARIA
QUÍMICA
APLICADA NA
MEDICINA
Os conhecimentos de engenharia química podem
ser de grande utilidade na medicina, através, por
exemplo, da criação de válvulas cardíacas, próteses
anatômicas, sistema de microcirculação do corpo entre
outros milhares de novas tecnologias que
revolucionaram a medicina.
Com o avanço nas tecnologias da biomedicina,
muita gente deve se perguntar se não é possível criar
sangue artificial em laboratório, e até então a resposta
era “não”.
Atualmente, a criação de um fluido análogo ao
sangue, bem como seu escoamento em microcanais e as
diferentes técnicas para a fabricação de microcanais,
vem sendo estudo e é de grande importância
comunidade científica.
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4. SANGUE
Biofluido mais importante e complexo do ser humano.
O sangue é um fluido complexo, precioso e
dispendioso para ser usado em grandes quantidades em
estudos laboratoriais, pois transporta inúmeras substâncias
importantes para os tecidos celulares e órgãos do corpo. O
sangue é uma mistura que se degrada facilmente, o que
leva à necessidade de cuidados especiais na sua colheita,
manuseamento, transporte e armazenamento. A sua
utilização está limitada a laboratórios especialmente
creditados, o que não é comum em aplicações de
engenharia.
Assim, são cada vez mais procurados fluidos com
características reológicas semelhantes ao sangue para o
estudo em Engenharia. Para a maioria dos estudos sobre o
sangue, principalmente reológicos, utilizam-se fluidos
análogos do sangue, pois estes possuem propriedades
físicas muito próximas das do sangue, como é o caso da
viscosidade, densidade e índice de refração
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5. REOLOGIA DO SANGUE NA
MICROCIRCULAÇÃO
Hoje em dia há cada vez mais estudos com relação aos microcanais
sanguíneos para a resolução de problemas
Vários estudos mostram a importância do estudo da reologia
do sangue na microcirculação. Isto porque diversas doenças podem
alterar as propriedades reológicas do sangue, como, por exemplo:
A viscosidade do plasma e as propriedades mecânicas dos
eritrócitos como deformabilidade, formato, viscosidade da
membrana;
O Diabetes é um exemplo de doença que afeta a reologia do
sangue, tendo em vista que a mesmo reduz a deformabilidade
dos glóbulos vermelhos;
Malária, derrames e alguns tipos de câncer também podem
alterar a reologia do sangue;
A aterosclerose, caracterizada por lesões nas paredes dos vasos,
por depósito de placas de gordura, principalmente colesterol,
ocorrendo a diminuição do fluxo sanguíneo, ou até mesmo
obstruição completa da artéria. A solução para esse problema
seria a substituição dos vasos com o problema, por vasos em
bom estado do próprio paciente ou vasos artificiais.
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6. FLUIDOS ANÁLOGOS AO
SANGUE
O desenvolvimento de fluidos análogos ao sangue
chama atenção de investigadores no mundo todo.
Conseguir um fluido análogo com as caraterísticas
tanto físicas como reológicas, do sangue seria de extrema
relevância. Contudo, não seria um fluido totalmente eficaz
se não possuísse na sua composição elementos celulares,
como é o caso dos globos vermelhos do sangue (GVs),
que realizam funções indispensáveis à vida, como o
transporte de gases e nutrientes por todo o corpo, e que
têm a capacidade de se deformarem para continuar o seu
escoamento até no capilar mais estreito do nosso corpo.
Assim, não se pode pensar apenas no
desenvolvimento do fluido como um todo, também é
necessário focalizar a nossa atenção nos elementos
celulares presentes no sangue humano e tentar recriá-los
experimentalmente.
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7. ESCOAMENTO
EM
MICROCANAIS
São vários os investigadores que
se têm focado neste tipo de
estudos
Para se perceber o comportamento das
formulações que tenham um comportamento próximo
dos elementos celulares no sangue e se aproximam
dos globulos vermelhos (GVs) em escoamento torna-
se muito importante ter estruturas que simulem as
nossas veias e artérias. A medição detalhada do perfil
da velocidade do escoamento sanguíneo em
microcanais in vitro, é de extrema importância para
entender diversos fenômenos fisiológicos da
microcirculação e melhorando cada vez mais os
microcanais fabricados de modo a que o escoamento
seja o mais próximo possível do escoamento
sanguíneo realizado em ambientes in vivo.
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8. REOLOGIA: CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
É fundamental ter conhecimentos sobre a reologia dos fluidos.
Assim, de seguida, são abordados alguns
conceitos sobre este tema.
• Comportamento dos fluidos:
Dependendo do comportamento dos fluidos,
estes podem ser Newtonianos ou Não-
Newtonianos. Os fluidos podem ser classificados
com a relação entre a tensão de corte, τ, e a taxa
de deformação de corte, γ, como está
demonstrado na Figura.
Os fluidos Newtonianos são fluidos que, para
uma dada temperatura, mantêm a sua viscosidade
em qualquer velocidade do escoamento. Uma vez
que a sua viscosidade é constante, têm uma
viscosidade ideal, ou seja, a variação da tensão de
corte em relação ao gradiente de velocidade é
linear. Os fluidos Não-Newtonianos são fluidos em
que a viscosidade varia com o grau de deformação
exercido. Neste caso, a variação da tensão de corte
em relação ao gradiente de velocidade é não
linear. O sangue é um fluido Não-Newtoniano.
Figura 1 - Comportamento dos diferentes fluidos sujeitos a
tensão de corte.
Fonte: CARVALHO, 2016.
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9. • Velocidade de escoamento:
No decorrer dos anos, têm sido feitos vários estudos
acerca da velocidade de escoamento do sangue que revelam
resultados dispersos, refletindo a complexidade dos fenômenos
que ocorrem na microcirculação. A dispersão dos resultados
deve-se ao fato de a velocidade de escoamento ser afetada por
vários parâmetros combinados, como é o caso do Hct
(Hematócrito), do diâmetro do microcanal, da taxa de
deformação, do fluido em suspensão (plasma, soro fisiológico ou
dextrano), e de erros experimentais, entre outros.
Goldsmith et al. determinaram um perfil de velocidades
para soluções diluídas, com um Hct de cerca de 1%, sendo que
este perfil se aproxima de uma parabólica. Para Hcts superiores,
o perfil de velocidades assemelha-se a um perfil tipo “pistão”
(perfil horizontal perpendicular às paredes do microcanal), como
se pode observar na Figura 2.
REOLOGIA: CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
É fundamental ter conhecimentos sobre a reologia dos fluidos.
Figura 2 - Representação dos perfis de velocidade
para Hct < 1 % e Hct superior.
Fonte: CARVALHO, 2016.
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10. • Comportamento reológico em microcanais:
Investigações efetuadas para estudar o
comportamento do sangue em microcanais com
diferentes diâmetros e para diferentes Hcts, observou-
se o efeito de Faharaeus e o efeito de Faharaeus-
Lindqvist. Faharaeus observou que para microcanais
com diâmetro inferior a 300 μm o comportamento
sanguíneo e o Hct são fortemente afetados.
Faharaeus demonstrou que para microcanais
estreitos ocorre a migração axial dos GVs para o centro
do microcanal e existe a formação de uma camada livre
de células (CLC) junto das paredes. Na Figura 3 está
demonstrado este efeito.
REOLOGIA: CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
É fundamental ter conhecimentos sobre a reologia dos fluidos.
Figura 3 - a) Efeito de Faharaeus em capilares de vidro;
b) Distribuição do Hct.
Fonte: CARVALHO, 2016.15 de outubro de 2017 9
11. No efeito de Faharaeus-Lindqvist,
que também ocorre em microcanais
com diâmetro inferior a 300 μm,
observou-se que a viscosidade aparente
decresce com a diminuição do diâmetro
do microcanal. Contudo, na Figura 4 ao
lado pode observar-se que, para
microcanais com diâmetros inferiores a
7 μm, o efeito de Faharaeus-Lindqvist é
invertido, devido à dificuldade dos GVs
(7 a 8 μm de diâmetro) escoarem em
canais com diâmetros inferiores a 7 μm.
Em termos gerais, o efeito de
Faharaeus-Lindqvist pode ser explicado
pela formação de uma CLC junto às
paredes do microcanal, pela diminuição
do Hct e consequente diminuição da
viscosidade. A existência da CLC reduz o
atrito entre os GVs e as paredes do
microcanal e, consequentemente,
diminui a resistência ao escoamento,
contribuindo assim para a redução da
viscosidade do sangue.
Figura 4 - Efeito de Faharaeus-Lindqvist. Variação da viscosidade
em função do diâmetro do microcanal.
Fonte: CARVALHO, 2016.
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12. PESQUISA DESENVOLVIDA
RECENTEMENTE
Muitos trabalhos já foram desenvolvidos na formulação
de fluidos análogos ao sangue.
Podemos destacar uma pesquisa, na qual
desenvolveu-se laboratorial em uma primeira fase
a criação de vesículas unilamelares gigantes
(Giant Unilamellar Vesicles, GUVs) pois são
vesículas que se aproximam mais, em termos de
tamanho, dos glóbulos vermelhos (GVs).
Posteriormente realizou-se o estudo do
escoamente e da viscosidade dos GUVs em
diferentes concentrações.
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13. Desenvolvimento de vesículas unilamelares
gigantes
Os lipossomas, na sua generalidade, são
estruturalmente e funcionalmente alguns dos mais versáteis
agregados supramoleculares existentes. Foram desenvolvidas
as vesículas unilamelares gigantes, pois estas podem
apresentar um diâmetro superior a 1 μm, o que é ideal, pois o
tamanho médio dos GVs humanos é cerca de 6 a 7 μm,
pretendendo-se que estas vesículas tenham um
comportamento reológico idêntico ao escoamento dos
glóbulos vermelhos (GVs) em microcanais, permitindo assim
proceder a vários estudos hemodinâmicos
Os lipossomas são vesículas minúsculas, com muita
similaridade com as membranas celulares. De um ponto de
vista morfológico, os lipossomas são frequentemente
classificados pela sua dimensão e pelo número de bicamadas
membranares (lamelas), como se pode observar na Figura 5.
Figura 5 - Representação esquemática da classificação
vulgarmente aplicada para os lipossomas. Vesículas
unilamelares pequenas (~ 0,02 μm a ~ 0,2 μm), vesículas
unilamelares grandes (~0,2 μm a ~1 μm)
e vesículas unilamelares gigantes (> 1 μm) são os três grupos
mais importantes para aplicações analíticas.
Os desenhos não estão à escala.
Fonte: CARVALHO, 2016.
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14. Foram realizados estudos dos melhores métodos de
preparação de GUVs e na sua caraterização em termos de tamanho
e densidade. Foram testados três métodos experimentais:
- Método A: Método de preparação de GUVs espontâneos de
brometo de dioctadecil-dimetilamónio em solução aquosa, usado
por Alves etal.;
- Método B: Método de preparação de GUVs por hidratação de um
filme lipídico e posterior incubação numa solução de glucose–
método descrito em Tamba et al. [24] e em Tanaka et al.;
- Método C: Método de preparação de GUVs por hidratação de um
filme lipídico utilizado por Baptista et al..
Testes
Experimentais
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15. Figura 1 - Comportamento dos diferentes fluidos sujeitos a
tensão de corte.
Fonte: CARVALHO, 2016.
Foi verificado que as GUVs mais
adequadas são constituídas por uma
mistura natural de lípidos e lecitina de soja
(método C). Foram preparadas três
soluções de lecitina de soja, com
diferentes concetrações. Após a
visualização dos GUVs obtidos por este
método ao microscópio, verificou-se que
estes apresentam um tamanho adequado
para conseguirem visualizar-se em
condições adequadas. De fato, estes GUVs
apresentam tamanhos mais próximos dos
GVs, que possuem um diâmetro na ordem
dos 7 μm, e também se encontram em
quantidade suficiente para estudar o seu
escoamento em microcanais, como se
pode observar na Figura 6.
Figura 6 - GUVs obtidos a partir do método experimental C com três
concentrações de lecitina
de soja diferentes: a) C = 1×10-3 M; b) C = 2×10-3 M; c) C = 4×10
Fonte: CARVALHO, 2016.
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16. Caracterização dos GUVs
Escoamento das vesículas unilamelares
gigantes.
Após o desenvolvimento das vesículas
unilamelares gigantes, procedeu-se ao
estudo mais detalhado da sua fração
volúmica e do seu tamanho (diâmetro).
Assim, para se proceder a este estudo,
fez-se a visualização do escoamento dos
GUVs em microcanais através de um
sistema de microscopia invertida e,
posteriormente, realizou-se a análise de
imagens recorrendo ao software Image J.
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17. Obtidos os resultados, através do Image J, da área
dos GUVs, consegue-se obter o volume destes e, de
seguida, aplica-se a seguinte equação (Equação 1), para
se obter a fração volúmica:
𝑃𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑔𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝐹𝑟𝑎çã𝑜 𝑉𝑜𝑙ú𝑚𝑖𝑐𝑎
=
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐺𝑈𝑉𝑆
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒𝑠𝑒çã𝑜𝑒𝑠𝑡𝑢𝑑𝑜
𝑥 100
Na Figura 7 estão representadas as frações
volúmicas obtidas para cada uma das concentrações.
Pode se observar também que a fração volúmica
aumenta com o aumento da concentração.
• Fração Volúmica:
Figura 7 - Fração volúmica dos GUVs em função
da concentração de lecitina de soja.
Fonte: CARVALHO, 2016.
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18. • Diâmetros:
Fez-se um estudo automático para a contabilização da área dos GUVs. Tendo a área
dos GUVs foi assim possível calcular os seus diâmetros. Quanto maior a concentração de
lecitina de soja menor são os diâmetros dos GUVs, como se pode confirmar com a
diminuição da média de diâmetros com a concentração.
Figura 8 - Diâmetro dos GUVs para a solução C1. Figura 10 - Diâmetro dos GUVs para a solução C3.Figura 9 - Diâmetro dos GUVs para a solução C2.
Fonte: CARVALHO, 2016.15 de outubro de 2017 17
19. Estudo do escoamente das
vesiculas unilamelares gigantes
Para realizar os escoamentos foi utilizado
um microcanal com uma contração hiperbólica
seguida de uma expansão. Esta geometria é
bastante utilizada para a análise de fluxos de
contração-expansão em microfluídica, devido à
sua capacidade de gerar escoamentos
extensionais com uma taxa de deformação
constante no centro do canal.
Na Figura 11, estão representadas as
dimensões do microcanal. O comprimento da
região da contração hiperbólica (C) é de 600
μm, a largura da entrada do microcanal (L) é de
400 μm, a largura da contração é 15 μm e a
profundidade do canal é igualmente 15 μm.
Figura 11 - Esquema ilustrativo de uma visão de topo do microcanal.
Fonte: CARVALHO, 2016.
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20. Foi estudado experimentalmente o escoamento das três soluções de GUVs diferentes em
microcanais hiperbólicos, com três caudais diferentes (1, 5 e 10 μl/min), com o objetivo de visualizar a
Camada Livre de Células (CLC), determinar a deformação e estudar as velocidades destes.
Verificou-se a formação de CLC em todos eles e um aumento da CLC com o aumento do caudal
durante o escoamento. Quanto à deformação dos GUVs foi verificado que estes apresentam uma
elevada deformação na região da contração do microcanal onde a taxa de deformação extensional é
máxima. Também foi verificado que o índice de deformação aumenta com o caudal, ou seja, este índice
aumenta com o aumento do caudal no escoamento.
Para o caso da velocidade, foi observado um aumento bastante significativo e linear da velocidade
na região da contração do microcanal hiperbólico e uma velocidade baixa e aproximadamente constante
a montante e jusante da contração.
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21. Estudo da viscosidade das vesículas
unilamelares gigantes
Viscosidade próxima ao sangue.
Por fim, foi também realizado o estudo reológico
dos GUVs, de forma a investigar se estes têm uma
viscosidade próxima do sangue. Foi verificado que os
GUVs apresentam uma viscosidade inferior à do sangue
total e que existe um ligeiro aumento da viscosidade dos
GUVs com o aumento da sua concentração. Por último,
também foi efetuada uma comparação da viscosidade da
solução de GUVs com uma solução de 5% de
Hematócrito (Hct) em soro fisiológico, onde foi verificado
que ambas as viscosidades são muito próximas.
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22. ESTUDOS PARA O FUTURO
Novas pesquisas podem ser elaboradas para aperfeiçoamento de fluidos análogos ao
sangue.
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23. • Um fator interessante a investigar seria a
influência, por exemplo no escoamento, da
alteração da fluidez local da membrana dos
GUVs, o que seria conseguido com diferentes
percentagens de colesterol na sua
constituição.
• Relativamente à reologia seria interessante
melhorar o comportamento reológico deste
fluido, ou seja, tentar alcançar uma
viscosidade do fluido com os GUVs em
suspensão idêntica ao sangue total. Este
objetivo poderia ser alcançado modificando o
meio envolvente dos GUVs, por exemplo,
substitui-lo por dextrano 40 seria uma ideia
bastante viável.
• A princípio, a ideia não é trocar o sangue
doado pelo artificial, mas ajudar quem tem
necessidades específicas, que necessitem de
transfusões constantes. A criação de fluidos
análogos ao sangue pode ser aplicado em
campos de batalha ou em lugares que
ocorreram grandes desastres e necessitem de
muito sangue.
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24. Referências
• Este trabalho foi realizado com base no artigo: “Desenvolvimento e estudo em microcanais de
fluidos inovadores análogos ao sangue baseados em vesículas unilamelares gigantes”, link abaixo:
CARVALHO, Denise Andreia Mota. Desenvolvimento e estudo em microcanais de fluidos inovadores
análogos ao sangue baseados em vesículas unilamelares gigantes: Relatório Final do Trabalho de Projeto.
Escola Superior de Tecnologia e Gestão Instituto Politécnico de Bragança.2016.
• P. C. Sousa, F. T. Pinho, M. S. N. Oliveira, and M. A. Alves, “Extensional flow of blood analog solutions in
microfluidic devices,” Biomicrofluidics, vol. 5, no. 1, pp. 1–19, 2011.
• A. e. A. Carvalho, “Desenvolvimento de Placas de Ateroma em Pacientes Diabéticos e hipertensos.,”
pp. 73-77, 2010.
• D. Caiado, “Modelação Matemática do Sistema Cardiovascular,” Universidade do Algarve, Algarve,
2009.
• A. Jesorka and O. Orwar, “Liposomes: technologies and analytical applications.,” Annu. Rev. Anal.
Chem. (Palo Alto. Calif)., vol. 1, pp. 801–832, 2008.
• R. Lima, S. Wada, K. Tsubota, and T. Yamaguchi, “Confocal micro-PIV measurements of three-
dimensional profiles of cell suspension flow in a square microchannel,” Meas. Sci. Technol., vol. 17, no.
4, pp. 797–808, 2006.
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25. Referências
• R. Lima, T. Ishikawa, Y. Imai, and T. Yamaguchi, “Blood flow behaviour in microchannels: past, current and
future trends,” in Single and 2-phase flows on chemical and biomedical engineering, 2012, pp. 513 – 547.
• H. L. Goldsmith and V. T. Turitto, “Rheological aspects of thrombosis and haemostasis: basic principles and
applications. ICTH-report-subcommittee on rheology of the international committee on thrombosis and
haemostasis: Basic principles and applications,” Thromb. Haemost., vol. 55, no. 3, pp. 415–435, 1986.
• F. R. Alves, M. E. D. Zaniquelli, W. Loh, E. M. S. Castanheira, M. E. C. D. Real Oliveira, and E. Feitosa, “Vesicle-
micelle transition in aqueous mixtures of the cationic dioctadecyldimethylammonium and
octadecyltrimethylammonium bromide surfactants,” J. Colloid Interface Sci., vol. 316, no. 1, pp. 132–139,
2007.
• Y. Tamba, H. Terashima, and M. Yamazaki, “A membrane filtering method for the purification of giant
unilamellar vesicles,” Chem. Phys. Lipids, vol. 164, no. 5, pp. 351–358, 2011.
• T. Tanaka, Y. Tamba, S. M. Masum, Y. Yamashita, and M. Yamazaki, “La3+ and Gd3+ induce shape change of
giant unilamellar vesicles of phosphatidylcholine,”Biochim. Biophys. Acta - Biomembr., vol. 1564, no. 1, pp.
173–182, 2002.
• A. L. F. Baptista, P. J. G. Coutinho, M. E. C. D. R. Oliveira, and J. I. N. R. Gomes,“Effect of Surfactants in Soybean
Lecithin Liposomes Studied by Energy Transfer.
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