Microsoft word 26 05 2010 algas e angiospermas marinhas em tartarugas cb fic 2010
1. Congresso Brasileiro de Ficologia
Paraty (RJ), julho de 2010
ALGAS E GRAMAS MARINHAS NO CONTEÚDO ESTOMACAL DE
TARTARUGAS MARINHAS (Chelonia mydas, Caretta careta e Eretmochelis
imbricata) ENCALHADAS NA COSTA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO E
ARREDORES-RJ, BRASIL (2007-2009).
Alexandre de Gusmão Pedrini e Tatiana Pinto Messas
Laboratório de Ficologia e Educação Ambiental; Instituto de Biologia Roberto
Alcântara Gomes; Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rua São
Francisco Xavier, 524, Pavilhão Haroldo Lisboa da Cunha, 5º andar, sala 525/1,
Maracanã, Rio de Janeiro – RJ; CEP 20.550-013; pedrini@uerj.br.
e
Érika Silva Andrade-Costa e José Lailson Brito Junior
Laboratório de Mamíferos Aquáticos e Bioindicadores; Faculdade de Oceanografia-
UERJ; Rua São Francisco Xavier, 524, Pavilhão João Lyra Filho, 4º andar, sala 4002,
bloco E, Maracanã, Rio de Janeiro – RJ; CEP 20.550-013.
Resumo
A identificação dos organismos predados pelas tartarugas marinhas é uma ferramenta
eficaz para diminuir a lacuna de informações sobre os hábitos ecológicos desses animais
em áreas de alimentação. O presente estudo identificou as espécies de macroalgas e
gramas marinhas presentes no conteúdo estomacal de seis exemplares de tartarugas-
verde (Chelonia mydas), um exemplar de tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) e um da
tartaruga-de-pente (Eretmochelis imbricata) coletadas durante os anos de 2007-2009 no
litoral do Estado do Rio de Janeiro. Uma estimativa visual da completude da
composição estomacal foi realizada e expressada porcentualmente. O material oriundo
de animais jovens foi acondicionado em formol a 5% e transportado ao laboratório,
sendo posteriormente separado de outros materiais para estudo taxonômico das plantas.
Foram identificados treze táxons de plantas marinhas (algas e angiospermas), sendo seis
de clorófitas (Codium isthmocladum,C. taylori, Ulva fasciata, U. rigida, Chaetomorpha
antennina e Cladophora sp.), um de ocrófitas (Sargassum sp.), cinco de rodófitas
(Condracanthus teedii, Gelidium sp., Gracilaria sp., Solieria tenera e Pterocladiela
capillacea) e uma da “grama marinha” Ruppia maritima. Em alguns casos, havia apenas
completude total de um táxon ocupando todo o estômago como com Condracanthus
teedii ou vários táxons num só estômago. Não foi identificada diferença qualitativa
visual entre as preferências alimentares das tartarugas estudadas C. mydas e C. caretta,
porém Eretmochelis imbricata na única amostra estudada apresentou cerca de 90% de
conteúdo animal e apenas 5% de Cladophora sp, e 5% de Gracilaria sp.
Adicionalmente, foram observadas linhas e redes de naylon de pesca e animais
macroscópicos tanto de fundo como da massa d´água. Os táxons identificados nos
estômagos de C. mydas C. caretta e Eretmochelis imbricata sugerem que as duas
primeiras se alimentam de plantas marinhas de águas rasas (especialmente Ulva fasciata
e U. rigida).
Palavras-Chaves: tartarugas, conteúdo estomacal, Rio de Janeiro, algas, gramas
marinhas.