Matéria vencedora do 3ª Prêmio Águas Guariroba de Jornalismo Ambiental na categoria jornalismo impresso. Reportagem produzida pelo jornalista Rafael Bueno, publicada na edição de 01/10/2012.
1. B2 o Estado
Mato Grosso do Sul Segunda-feira, 1° de outubro de 2012
Cidades
Qualidade de vida
Esgoto melhora saúde de terenas na Capital João Carlos Castro
Serviço contribuiu já não preocupam. “Melhorou
muita coisa, principalmente
ao lado do bairro Tiradentes,
onde os índios que saíram de vá-
para a redução a questão da saúde. Antes
do saneamento básico, eram
rias aldeias rurais na região da
Capital viviam em barracos de
dos casos de comuns os casos de crianças
doentes com diarréias, anemia
lona. A terena Marilda Mendes
dos Santos, 45 anos, é uma das
doenças de e desnutrição”. Por conhecer
bem a infraestrutura das
que enfrentaram problemas da-
quela época.
veiculação aldeias no interior de Mato
Grosso do Sul, ela diz ter or-
“Tinha que buscar água no
Tiradentes e trazia em quatro
hídrica gulho de morar na Marçal de
Souza.
latões, utilizando para isso
o carrinho de mão”, recorda
Na avaliação da cacique, sorrindo Marilda, porém, afir-
Rafael Bueno falta ainda um item para me- mando não ter nem um “pingo”
lhorar ainda mais a qualidade de saudade daquele tempo. Ela
Os indicadores de saúde de vida na comunidade: o as- revela que deixou a Aldeinha,
da Aldeia Urbana Marçal de falto. E acredita que com as em Anastácio, onde morava com
Souza melhoraram com a im- obras de pavimentação em os pais, para tentar a sorte de
plantação da rede de sanea- 2013, serão feitas também a uma vida melhor na Capital.
mento básico ocorrida há dois rede pluvial de água.“Estamos
anos. O serviço foi disponibi- felizes por sermos uma comu- Empresa implantou rede de esgoto
lizado em abril de 2010 para nidade indígena dentro da Ca- e disponibilizou tarifa social
as 135 famílias de origem te- pital, e ter essa assistência tão
rena, que moram no local – na importante na área de saúde, Sem as tradicionais fossas sépticas, famílias apontam melhoria na saúde das crianças da aldeia Marçal de Souza A empresa Águas Guariroba
região do bairro Tiradentes, que nem todos os bairros na investiu R$ 296 mil do Fundo
em Campo Grande. A Marçal área urbana possuem”, des- das fossas cheias. “Este valor Luciene Batista da Silva, 30 anos, ela admite que tinha Social para disponibilizar 1,3
de Souza é a primeira aldeia taca. antes desembolsado pelas fa- anos, que mora há cinco anos medo de deixar as crianças mil metros de rede coletora
reconhecida como urbana no mílias é menor que a taxa que na aldeia. “Posso dizer que brincado no quintal de casa. de esgoto e 135 novas ligações
país e também a primeira a ter Comunidade comemora o fim das hoje é cobrada pelo esgoto tenho uma vida mais digna. “Imagina se o chão viesse a domiciliares na aldeia urbana
esgoto e água tratada. fossas e a nova fase do esgoto (proporcional ao consumo da Quando chovia ficava um afundar e uma das minhas Marçal de Souza.
A disponibilidade do serviço água); havia caso em que cheiro horrível das fossas. In- filhas caísse dentro da fossa”, Para facilitar o acesso
deixa para trás o forte odor Com a rede de esgoto a fossa precisava ser limpa comodava muito”. comenta. dos moradores aos serviços,
exalado das fossas e as poças acabaram também os pro- duas vezes ao mês”, recorda Para a índia Jussimara a maioria das famílias foi ca-
de água acumuladas nas ruas blemas das fossas, trazendo Enir. Pereira, 19 anos, a rede de Famílias terenas moravam em dastrada na tarifa social, que
toda vez que chovia, lembra a até mesmo economia para os Além da economia no esgoto pôs fim às fossas, e con- barracos de lona sem água encanada prevê um desconto de 50%
cacique Enir da Silva Bezerra. moradores. Isso porque, em bolso, os indígenas também sequentemente, trouxe mais no valor da conta. A obra foi
Outro ponto importante, as média as famílias gastavam ganharam na questão do bem- segurança para as famílias. A aldeia Marçal de Souza entregue no dia 19 de abril
doenças de veiculação hídrica R$ 70 para fazer a limpeza estar. Assim pensa a terena Mãe de duas filhas de 7 e 5 foi fundada em 1995, numa área de 2010.
Tráfico
PRF apreende
automóveis e
fuzis em ação
na fronteira
A PRF (Polícia Rodoviária
Federal) apreendeu na manhã
de ontem dois veículos com 220
quilos de maconha e dois fuzis,
durante fiscalização no posto
“Capei”, localizado em Ponta
Porã – município distante 329
km de Campo Grande. Os car-
regamentos que partiram do
Paraguai seriam levados para
São Paulo (SP).
Na primeira apreensão,
ocorrida às 6h de domingo,
os policiais abordaram um
veículo Strada. O condutor,
de 48 anos, apresentou CNH
(Carteira Nacional de Habili-
tação) com indícios de adul-
teração. Diante da suspeita,
os policiais revistaram o au-
tomóvel e durante as busca
foram encontrados 150 quilos
da droga escondida no carro.
Os policiais ainda prenderam
outro homem.
Neste caso, o suspeito, que
informou ter 45 anos, também
foi preso na sequência. Con-
forme a assessoria de im-
prensa da PRF, o segundo
homem preso realizava a
função de batedor utilizando
um veículo Astra.
Por volta das 8h, os policiais
abordaram uma Montana, que
levava 70 quilos de maconha e
dois fuzis escondidos. Foram
detidos o condutor de 36 anos,
que portava arma de fogo, e
uma pessoa de 31 anos, que
estava de passageira.
Um dia antes, um homem de
38 anos foi preso com 30 quilos
de crack. A droga estava es-
condida em um automóvel
Citröen Picasso. Ele foi inter-
ceptado na rodovia BR-463, na
região de Ponta Porã.
Segundo a assessoria de
imprensa da polícia, o en-
torpecente estava escondido
em compartimento previa-
mente preparado no painel do
veículo. Diante do flagrante,
o homem, que diz trabalhar
na área de reciclados como
autônomo, alegou ainda que
levaria a droga para ser co-
mercializada em São Paulo.
De acordo com ele, o entor-
pecente foi adquirido no Para-
guai. A ocorrência foi encami-
nhada à Polícia Civil de Ponta
Porã, que dará andamento à
investigação. (RB)