O documento descreve como famílias em Campo Grande, Brasil, tiveram suas vidas transformadas com a chegada do saneamento básico, incluindo água encanada e coleta de esgoto. Moradores comemoraram não precisar mais carregar água ou se preocupar com fossas sépticas, e crianças agora podem beber água tratada. Apesar do progresso em Campo Grande, dados mostram que apenas metade das casas no Brasil têm acesso a esgoto coletado.
2. Marlon Ganassin
saneamento
A chegada da água e do esgoto na
casa de dona Alrilene dos Santos, 32
anos, foi comemorada por todos os
sete integrantes da família. Moradora
do Bairro Morada do Sol, ela teve o fornecimento de água cortado pela vizinha e aguardou ansiosamente a chegada do saneamento básico. Durante dias
ela se viu no desespero de não ter uma
gota de água saindo da torneira.
"A gente fica sem energia, mas sem
água não. Percebi que água significa
tudo para nós", afirmou. Há um mês
dona Alrilene deixou de encher vasilhas
de água da casa da mãe, que eram
economizadas em cada ação do dia
a dia, além de não precisar mais se
preocupar com os problemas gerados pelas fossas. "Graças a Deus hoje
As crianças são as
posso dar água para meus filhos da
mais beneficiadas com a
minha própria torneira e não preciso
chegada da água tratada
me preocupar com a contratação de
empresas de limpeza, pois tenho esgoto", comemora ao lado das meninas Julia, 3 anos, e Caroline, 1 ano e 3 meses.
Para seu Norberto Alonso, 68 anos, o
saneamento básico foi motivo de festa
23 setembro 2013 • edição 1.152
há um mês. "Esse é um sorriso
de tranquilidade. Fizemos um
churrasco com os trabalhadores
quando terminaram a obra para
comemorar. Todo mundo da rua
está contente", afirma ele, que
agora não polui mais o terreno da
residência, localizada na Rua Doutor Paulo de Mello. O aposentado
Juracy João da Costa, 73 anos,
também compartilha do mesmo
sentimento. "Agora temos sossego
e tranquilidade para a eternidade.
Fossa nunca mais." Foi ele quem
ligou para a concessionária
solicitando a rede de esgoto.
"Eles vieram assim que eu
chamei e mostraram muita
eficiência. Agora não corro
mais o risco de contrair doenças ou de suportar o mau cheiro das fossas dos vizinhos que
transbordavam."
No mês passado, o Instituto
Trata Brasil mostrou os dados da
pesquisa "Saneamento Básico – Regulação 2013". O estudo revelou que
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Marlon Ganassin
apenas uma em cada duas unidades ligadas à rede de água
encanada tem acesso a esgoto.
O número é preocupante, já que
durante décadas o País conviveu com a população lançando
dejetos no solo, poluindo o lençol freático e, em alguns casos,
utilizando a água de poço artesiano sem tratamento. Segundo
o presidente do instituto, Edson
Carlos, o esgoto nunca
teve prioridade política.
"Desde os anos de
1970, o País priorizou
o acesso à água e
desprezou o esgoto. Ficamos mais
Norberto ainda festeja a
chegada do esgoto
de 20 anos sem investimento", alertou ele em entrevista
ao site da entidade.
Tamanha preocupação
não abrange Campo Grande, como mostram os dados
do Instituto Trata Brasil. A
concessionária da Capital,
Águas Guariroba, é a 33ª no
ranking nacional de saneamento básico. Os números
apontam que 99,6% da população recebe água tratada
em casa e 72,85% dos campo-grandenses têm esgoto
coletado e tratado. A meta
da empresa é alcançar
os 100% até 2025
com as etapas do
Programa Sanear Morena, garantindo saúde e qualidade
de vida para a
população.