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ANDREIA OLIVEIRA CORRÊA
JAYMISON BARBOSA DE FREITAS
ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NAS MANOBRAS
DE RCP PRÉ-HOSPITALAR EM PCR
Belém/PA
2017
ANDREIA OLIVEIRA CORRÊA
JAYMISON BARBOSA DE FREITAS
ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NAS MANOBRAS
DE RCP PRÉ-HOSPITALAR EM PCR
Trabalho de conclusão de curso
apresentado ao Curso de Graduação em
Enfermagem da Faculdade Integrada
Brasil Amazônia-FIBRA, como requisito
para a obtenção do título de Bacharel em
Enfermagem.
Orientadora: M.Sc. Edileuza Nunes Lima
Belém/PA
2017
ANDREIA OLIVEIRA CORRÊA
JAYMISON BARBOSA DE FREITAS
ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NAS MANOBRAS
DE RCP PRÉ-HOSPITALAR EM PCR
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Graduação em
Enfermagem da Faculdade Integrada Brasil Amazônia-FIBRA, como requisito para a
obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.
Orientadora: M.Sc. Edileuza Nunes Lima
Banca Examinadora
Orientadora: M.Sc. Edileuza Nunes Lima
_______________________________
Faculdade Integrada Brasil Amazônia.
Prof: M.Sc. Natacha Cunha
_______________________________
Faculdade Integrada Brasil Amazônia
Prof: M.Sc. Virgínia Mercês Lara Pessoa Oliveira
_______________________________
Faculdade Integrada Brasil Amazônia
Belém – PA
2017
DEDICATÓRIA
Jaymison: Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser
essencial em minha vida, autor de meu destino, meu guia,
socorro presente na hora da angústia, a minha amada mãe
Laurinete Barbosa de Freitas, aos meus irmãos, a minha
namorada Stephanny, aos meus tios Agenor Sarraf e Ilca Sarraf,
aos meus avós paterno e materno que, com muito carinho e
apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta
etapa de minha vida.
Andreia: Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ter me
dado fôlego nesta caminhada, a minha mãe Maria do Rosário,
ao meu pai José Corrêa, ao meu esposo Alexandre João e a
minha filha Andressa Eloá, que de forma especial estiveram ao
meu lado me dando forças e coragem, me apoiando diante das
dificuldades.
AGRADECIMENTOS
Jaymison: Agradeço à pessoa que, desde a fase de adolescente, com
elogios, sorrisos, conselhos e apoio fez de mim um apaixonado pelos estudos e por
vencer na vida, meu professor e amigo Manoel Moreira. Aos professores, Hóracio
Medeiros, Cinthia Brígida, Carlos e Maycon, que, me ensinaram o prazer do cuidar e
o desafio da enfermagem.
Agradeço àqueles que, em meio às adversidades da vida, fizeram com que o
conhecimento não perdesse seu brilho: meus amados tios Agenor Sarraf e Ilca
Sarraf, que com seus braços acolhedores, abraçaram-me e conduziram-me para
esta conquista. A todos os meus professores que, com exigentes cobranças,
palavras de apoio ou histórias de superação, me serviram de profunda inspiração.
Agradeço ao meu pai por ter me dado a oportunidade de dar continuidade aos
estudos. À minha mãe, pela dedicação do seu amor que, mesmo na distância, me
prestou apoio nos maus e bons momentos. À minha família, especialmente meus
avós paternos e maternos. A eles, o meu sincero “muito obrigado” por toda a alegria,
apoio incondicional e estímulo que sempre injetaram em minha vida.
Agradeço à minha namorada Stephanny Souza pelos anos de
companheirismo e apoio, pessoa que amo muito e que quero tê-la sempre ao meu
lado. Em nome de Ariel Bahia, Hélio Junior, Heliton Bahia, Icaro Arley, Ana Isis,
Robson Barbosa, Hiago Bahia, Jaiane Barbosa, Stephanny Barbosa, Rodrigo
Tavares, José Luiz, Caio Fábio, Iara Clycia, Alailton Santos, Magno Almeida, Luiza
Helena, Ian Braga, Matheus Gomes, Ellen Caroline e os dois Gabriel agradeço a
todos os meus amigos, essenciais em todas as etapas da minha vida.
Finalmente, agradeço àquela que me acolheu de braços abertos, me
conduzindo pelos caminhos da pesquisa com paciência e maestria: minha
orientadora e professora Edileuza Nunes. Agradeço a minha colega de TCC,
Andreia Corrêa que, dividiu comigo a experiência da pesquisa e, por fim, agradeço
aos participantes da pesquisa, que deram sua contribuição para que esse sonho se
tornasse realidade.
AGRADECIMENTOS
Andreia: Agradeço primeiramente ao Senhor Nosso Deus que me deu Fôlego
de vida e forças para prosseguir diante de inúmeras dificuldades sendo o melhor
mestre que alguém poderia ter.
Agradeço minha mãe Maria do Rosário, minha heroína que muitas vezes me
deu uma palavra de animo quando pensava já não ter mais forças para prosseguir.
Ao meu pai José Corrêa, por me apoiar e me encorajar me ensinando os
valores éticos e morais que aprendi nesta vida, é um privilégio ser sua filha, um
grande homem, pai e avô.
Ao meu esposo Alexandre João e a minha filha Andressa Eloá, que de forma
especial estiveram ao meu lado me dando forças e coragem, me apoiando diante
das dificuldades.
Agradeço aos meus irmãos e familiares, por compreender os momentos em
que não pude estar presente.
Agradeço ao meu cão Max Emiliano, que nas madrugadas quando todos
dormiam, ele estava acordado ao meu lado enquanto estudava.
A minha orientadora Prof.Ms. Edileuza Nunes pela dedicação e empenho na
elaboração deste trabalho, muito obrigada por suas análises minuciosas e sugestões
de grande valia.
Ao meu amigo e companheiro de TCC Jaymison Barbosa, que durante essa
produção esteve sempre ao meu lado trocando conhecimento.
Aos participantes da pesquisa que contribuirão imensamente para este
trabalho.
A todos que direta ou indiretamente que durante esses cinco anos fizeram
parte da minha formação, o meu muito obrigado.
“O enfermeiro assume um papel cada vez mais decisivo e pro-ativo no que se
refere à identificação das necessidades de cuidado da população, bem como
na promoção e proteção da saúde dos indivíduos em suas diferentes
dimensões”.
(Sou Enfermagem)
RESUMO
A Parada Cardiorrespiratória (PCR), uma grave complicação das Doenças
Cardiovasculares (DCVs), exprime um grande problema de saúde no mundo.
Conhecendo o impacto que essa complicação apresenta sobre a mortalidade e o
mau prognóstico dessa condição, torna-se incontestável a importância da
disseminação do ensino de como agir nessas situações. O objetivo da pesquisa é
analisar o desempenho teórico dos acadêmicos de enfermagem, na realização das
manobras de RCP frente à PCR no contexto pré-hospitalar. O método consiste em
uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo descritiva. A análise de dados foi
realizada através da técnica de análise de conteúdo de Bardin. O estudo mostrou
que os acadêmicos do curso de enfermagem têm pouco conhecimento sobre as
manobras de RCP e PRC. Portanto, os dados encontrados na pesquisa corroboram
com a necessidade de estruturação da educação continuada em saúde como
ferramenta indispensável para a melhoria nas taxas de sucesso em RCP.
Concluímos que, além do pouco conhecimento, os participantes não conhecem
sobre o Protocolo de RCP, todos têm dificuldades para realizar as manobras de
RCP. Além disso, os trabalhos científicos de enfermagem na área da PCR são
escassos no Brasil, sendo imprescindível o incentivo à produção científica,
especialmente no que concerne às questões que considerem o reconhecimento da
PCR e o manejo da RCP.
PALAVRAS-CHAVE: Parada Cardiorrespiratória. Ressuscitação Cardiopulmonar.
Enfermagem. Suporte Básico de Vida.
ABSTRACT
The Cardiorespiratory Arrest (CRP), a serious complication of cardiovascular
diseases (CVDs), expresses a major health problem in the world. Knowing the impact
of this complication on mortality and the poor prognosis of this condition, it is
incontestable the importance of disseminating teaching on how to act in these
situations. The objective of the research is to analyze the theoretical performance of
nursing students in the performance of CPR maneuvers in the prehospital context.
The method consists of a research of qualitative nature of the descriptive type. Data
analysis was performed using the Bardin content analysis technique. The study
showed that nursing undergraduate students have little knowledge about CPR and
CRP maneuvers. Therefore, the data found in the research corroborate the necessity
of structuring the continuing education in health as an indispensable tool for the
improvement in the success rates in CPR. We conclude that, in addition to the lack of
knowledge, participants do not know about the CPR protocol, they all have difficulties
performing the CPR maneuvers. In addition, scientific nursing research in the area of
CRP is scarce in Brazil, and it is essential to encourage scientific production,
especially regarding questions regarding the recognition of CRP and the
management of CRP.
KEY WORDS: Cardiorespiratory arrest. Cardiopulmonary Resuscitation. Nursing.
Basic suport of life.
LISTA DE SIGLAS
AHA – American Heart Association
PCR – Parada Cardiorrespiratória
RCP – Reanimação Cardiopulmonar
SAV – Suporte Avançado De Vida
SBV – Suporte Básico de Vida
SUS – Sistema Único de Saúde
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
SAMU – Serviço Móvel de Urgência
DEA – Desfibrilador Externo Automático
TRR – Time de Resposta Rápida
IES – Instituição de Ensino Superior
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................12
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ......................................................................12
1.2 JUSTIFICATIVA ...........................................................................................14
1.3 PROBLEMÁTICA E QUESTÕES DE PESQUISA........................................15
1.4 HIPÓTESES.................................................................................................18
2 OBJETIVOS........................................................................................................19
2.1 OBJETIVO PRIMÁRIO.................................................................................19
2.2 OBJETIVO SECUNDÁRIO...........................................................................19
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E BASES CONCEITUAIS.................................20
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR....20
3.2 CONCEITUAÇÕES PARA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA ...............20
3.3 SUPORTE BÁSICO DE VIDA, PROTOCOLOS E TÉCNICAS DE RCP:
Segundo Referencial Teórico de Guideline – AHA – 2015 ....................................22
3.4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PCR ..............................................26
4 METODOLOGIA.................................................................................................28
4.1 DESENHO METODOLÓGICO.....................................................................28
4.2 LOCAL DO ESTUDO ...................................................................................28
4.3 PARTICIPANTES.........................................................................................29
4.3.1 Critério de Inclusão................................................................................29
4.3.2 Critério de Exclusão...............................................................................29
4.4 COLETA DE DADOS ...................................................................................30
4.5 ANÁLISE DE DADOS ..................................................................................31
4.6 ASPECTOS ÉTICOS ...................................................................................32
4.6.1 Riscos....................................................................................................32
4.6.2 Benefícios..............................................................................................33
5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................34
5.1 RESULTADO, ANÁLISE E DISCUSSÃO.....................................................34
6 DESFECHOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO.......................................................41
7 CONCLUSÃO.....................................................................................................42
8 REFERÊNCIAS ......................................................................................................
9 APÊNDICE - ROTEIRO PARA COLETA DE DADOS ............................................
10 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) ...................
11 APÊNDICE - CARTA DE SOLICITAÇÃO PARA PESQUISA NA FIBRA ............
12 ANEXO: CARTA DE AUTORIZAÇÃO DA IES ....................................................
13 ANEXO: CARTA DE ACEITE..............................................................................
14 ANEXO: AUTORIZAÇÃO DO CEP .....................................................................
15 ANEXO: DECLARAÇÃO DOS PESQUISADORES.............................................
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA
As emergências cardiovasculares merecem amplo estudo e discussão no
cenário da saúde pública brasileira. As características peculiares das doenças
cardíacas que, em geral, nas fases avançadas ou nas manifestações agudas podem
apresentar complicações graves e letais, como a parada cardiorrespiratória (PCR),
que está numa crescente incidência nos departamentos de Urgência e Emergência
(SILVA et al., 2015).
É evidenciado que a PCR é a mais grave complicação das Doenças
Cardiovasculares (DCVs), o que significa um grande problema de saúde mundial.
Conhecendo o impacto que essa complicação apresenta sobre a mortalidade e o
mau prognóstico dessa condição, torna-se incontestável a importância da
disseminação do ensino de como agir nessas situações (ALENCAR et al., 2013).
A parada cardiorrespiratória (PCR) é considerada, pelo ministério da saúde e
departamentos de saúde, como uma condição de emergência, na qual a vítima
apresenta interrupção súbita do pulso arterial e respiração, sendo estas condições
vitais à vida. Para tal situação a sobrevivência das vítimas depende de alguns
fatores como: identificação precoce da PCR, rapidez e eficácia na realização das
manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), transporte e cuidados pós-
parada (LUGON et al, 2014).
Em um estudo realizado em Salvador, no qual foram analisados 452
pacientes que receberam reanimação, concluiu-se que a enfermidade cardiovascular
se destaca como a principal causa de parada, representando 50% dos casos,
seguido de trauma (17%) e pneumopatia (FERREIRA et al., 2013).
As vítimas de uma parada cardíaca que ficam sem assistência por mais de
três minutos podem evoluir a um prognóstico ruim ou, até mesmo, a óbito devido à
falência de órgãos vitais que ocorre pela deficiência de oxigênio. Na tentativa de
minimizar essa condição, o acionamento do Serviço Móvel Urgência (SAMU),
seguido do início das manobras de RCP são indispensáveis para o sucesso de
recuperação da vítima em PCR (GOMES; BRAZ, 2012).
13
Diante da complexidade, a equipe de saúde necessita saber agir com
eficiência diante de uma vítima de PCR, principalmente enfermeiros, fisioterapeutas
e médicos, visto que estes profissionais atuam no atendimento direto ao paciente e,
geralmente, são os primeiros a identificar esta condição, seja dentro ou fora do
ambiente hospitalar. Com disso, o processo de educação permanente em RCP é
fundamental para essas categoriais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA,
2013).
O sucesso da RCP se dá por quatro condutas principais: rápido reco-
nhecimento da PCR; ativação do Serviço de Urgência/ Emergência; imediato início
das manobras de RCP e à precoce desfibrilação. Tais condutas necessitam de
conhecimentos e habilidades do socorrista para atuar satisfatoriamente nesta
situação. RCP é um conjunto de manobras e procedimentos ensinado durante a
graduação, sendo pouco aprofundado devido ao tempo das aulas e da
especificidade da grade curricular do curso de Enfermagem estar voltada para uma
perspectiva generalista (SILVA et al., 2015)
A aquisição e retenção de conhecimentos e habilidades em RCP para a
enfermagem e a equipe do atendimento desta emergência é uma preocupação
destacada nos últimos 20 anos de pesquisa sobre esse tema, pois o desempenho
prático durante e pós a conclusão do treinamento tem sido ineficaz (LOURENCINI,
2011).
Além disso, essa temática causa angústia e preocupação nos profissionais e
estudantes de enfermagem pelo fato de imaginarem que uma conduta incorreta
pode resultar na ineficácia da RCP. Portanto, as habilidades e raciocínio rápido são
requisitos fundamentais para uma intervenção eficaz, devendo assim, fazer uma
associação entre teoria e prática, que deveria ser suficiente para atender uma vítima
em PCR. Dessa forma, a abordagem aprofundada durante a graduação de
enfermagem é crucial para ampliar o conhecimento dos futuros enfermeiros, os
quais poderão, em sua vida profissional, se defrontar com esta condição (GOMES;
BRAZ, 2012).
Lourencini (2011) ressalta, os estudantes desde o primeiro período de
graduação de enfermagem deveriam ser preparados para responder as
14
emergências cardiovasculares iniciando com a progressão de grau de
complexidades, conhecimentos e habilidades técnicas, devido uma expectativa
inerente da população leiga e até mesmo dos pacientes que estão sendo cuidados
por esses estudantes, em que eles saberão atuar em caso de uma emergência.
Santos et al. (2014), destacam que a PCR é a situação mais temida pelos
profissionais e acadêmicos de enfermagem nos departamentos de
Urgência/Emergência e em ambiente pré-hospitalar. Sendo verificado por meio de
estudos, que a prática de acadêmicos de enfermagem em serviço de urgência gera
insegurança devido ao ensino-aprendizado ainda serem considerados insuficientes
para que os mesmos atuem ativamente nesta situação. Além disso, como a prática
exige conhecimento e destreza, infere-se que o docente representa papel
imprescindível no acompanhamento dos acadêmicos, durante o procedimento para
transmitir segurança na execução das técnicas relacionadas ao atendimento da
PCR.
1.2 JUSTIFICATIVA
Buscamos justificar este estudo incluindo diversos fatores, os quais se
destacam, as dificuldades encontradas e falta de habilidades nas manobras de RCP
no campo de estágio, enquanto acadêmicos de graduação em enfermagem e, nas
experiências vivenciadas fora do contexto hospitalar. Esse “confrontamento” nos
instigou para este tema, já que nos estágios em Urgência e Emergência é comum
lidar com casos de PCR e, fora do ambiente hospitalar, em vista, muitas são as
vítimas acometidas por esta condição.
No dia-dia em ambiente pré-hospitalar já presenciamos casos de PCR em
que o medo do “Saber Fazer” deixou-nos imobilizado para tomada das condutas
imediatas. Estes fatos acorreram em momentos distintos de nossa vida, primeiro foi
um caso familiar, resultando em fatalidade e sem mesmo sabermos o que era a
PCR. No segundo caso, já enquanto estudante de enfermagem, presenciamos outro
caso de PCR onde nos encontrávamos sozinhos com a vítima. Nesse último caso, já
entendíamos a importância de prestar socorro, porém, o medo nos dominava por se
tratar de uma pessoa que convivíamos. Ao mesmo tempo nos cobrávamos que era
15
preciso agir de forma imediata. Então mantivemos a calma e prestamos os Primeiros
Socorros.
Diante dos fatos, emergiu a ideia de realizar a pesquisa para o Trabalho de
Conclusão do Curso (TCC) relacionada à Parada Cardiorrespiratória (PCR) e
Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). A princípio, em busca de uma revisão na
literatura, para responder nosso questionamento referente ao atendimento e
condutas frente a PCR e somada às situações vivenciadas em práticas, deparamo-
nos com a importância deste tema para a enfermagem, pois no contexto intra-
hospitalar os profissionais da enfermagem são os principais a identificar esta
condição e, consequentemente, são os primeiros a iniciarem as manobras de
ressuscitação enquanto é acionada a equipe de emergência.
O estudo aqui proposto terá grande relevância social, uma vez que
oportunizará discussão no meio acadêmico acerca da qualidade das manobras de
Ressuscitação Cardiopulmonar em situação de emergência, contribuindo com uma
base de dados para futuros estudos e outras publicações, estimuladas por novas
pesquisas, sendo relevante, também, por apresentar carência de estudos voltada
para este tema.
Além disso, contribuirá conosco, os futuros enfermeiros que atuarão nos
departamentos de Urgência e Emergência (intra-hospitalar) e nas situações pré-
hospitalar, proporcionando observação mais acurada acerca do reconhecimento da
Parada Cardíaca, compreendendo-se assim, que os conhecimentos em primeiros
socorros têm sido de fundamental importância no pró-agnóstico das vítimas de PCR,
o que auxilia no restabelecimento e controle dos sinais vitais.
1.3 PROBLEMÁTICA E QUESTÕES DE PESQUISA
Embora nos últimos anos tenham ocorrido muitas mudanças nas diretrizes
relacionadas à prevenção da PCR e ao treinamento em RCP, bem como à
legislação sobre acesso público à desfibrilação com obrigatoriedade de
disponibilização de desfibrilador externo automático (DEA) em locais públicos,
muitas vidas ainda são perdidas anualmente no Brasil, relacionadas à parada
cardiorrespiratória (PCR). Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, estima-se
que ocorrem aproximadamente 200.000 PCR por ano no Brasil, sendo metade dos
16
casos em ambiente hospitalares, e a outra metade em ambiente pré-hospitalar
(GONZALEZ, 2013).
Uma das principais causas de agravo e morte da população brasileira e
mundial são as doenças que envolvem o sistema cardiovascular, podendo levar a
ocorrência de PCR. Logo, a PCR é uma situação que ocorre com considerável
frequência na população, sendo muitas vezes em locais públicos com fluxo intenso
de pessoas, daí a importância de se ter profissionais atualizados e capacitados
quanto aos meios de primeiros socorros (FERREIRA et al., 2013).
Sobre o Suporte Básico de Vida (SBV), sabe-se que a presença de um
socorrista treinado é o principal determinante da sobrevivência de vítimas em PCR,
porém, é notório o pouco conhecimento e habilidade da maioria dos profissionais e
estudantes da área da saúde referente a esta temática, o que tem se tornado uma
questão de preocupação. Sendo assim, a literatura aponta que seria pertinente a
exposição precoce de estudantes a este procedimento, ou seja, promover essas
habilidades logo no início dos cursos de graduação, que podem ser reforçadas nos
anos seguintes (KAWAKAME, 2015).
Esse problema se agrava também pela falta de atualização dos profissionais
de saúde quanto ao SBV, principalmente entre profissionais que não lidam frequen-
temente com situações de PCR. Um estudo realizado com o corpo de enfermagem
em um Hospital no Texas demonstrou que esses profissionais obtiveram uma taxa
de aprovação de 37%, que declinava para 12% um ano após o curso. Outro estudo,
realizado com enfermeiros de um hospital-escola, na Holanda, concluiu que cursos
de reciclagem realizados a cada 6 meses são suficientes para se manter as
habilidades adequadas para realização de RCP eficiente (ALENCAR et al., 2013).
É notório o fato das pessoas comuns não conseguirem identificar a PCR, em
um caso de ocorrência fora do ambiente hospitalar, entretanto, é imprescindível a
assistência em tempo hábil. Os profissionais de saúde precisam estar preparados
para reconhecer e tomar as decisões para as devidas intervenções nos casos de
PCR (GUILHERME et al., 2013).
17
Visto que a parada cardiorrespiratória é uma preocupação de saúde no
âmbito mundial, reporta sentimentos predominantemente negativos nos acadêmicos
de enfermagem e conhecendo o impacto que essa complicação apresenta sobre a
mortalidade e o mau prognóstico dessa condição, torna-se evidente a importância da
disseminação do ensino de como agir nessas situações.
Desse modo, questionou-se: Quais as condutas descritas pelos
acadêmicos de graduação em enfermagem, sobre as Manobras de
Ressuscitação Cardiopulmonar diante da Parada Cardiorrespiratória?
18
1.4 HIPÓTESES
No contexto atual, os acadêmicos de enfermagem desconhecem sobre os
procedimentos em caso de parada cardiorrespiratória, devido à mínima abordagem
desse tema durante a graduação.
Hipótese 1: os graduandos em enfermagem apresentam limitações teórica
quanto à realização das manobras de ressuscitação cardiopulmonar em PCR.
Hipótese 0: os graduandos em enfermagem não apresentam limitações
teórica quanto à realização das manobras de ressuscitação cardiopulmonar em
PCR.
19
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO PRIMÁRIO
Analisar o desempenho teórico dos acadêmicos de enfermagem, na
realização das manobras de RCP frente à parada cardiorrespiratória no contexto
pré-hospitalar.
2.2 OBJETIVO SECUNDÁRIO
Identificar as dificuldades encontradas pelos acadêmicos na identificação da
PCR e realização das manobras de RCP.
Caracterizar o perfil sociodemográfico dos acadêmicos de enfermagem
participantes da pesquisa.
20
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E BASES CONCEITUAIS
3.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR
Desde sua existência o ser humano se depara com situações de emergência,
onde inclui diversos eventos desde os acidentes traumáticos até morte súbita, no
entanto sempre tentando trazer a vida novamente. O primeiro indício do surgimento
da RCP ocorreu na medicina dos Hebreus, onde encontramos em relatos bíblicos no
livro de II Reis capitulo 04 a partir dos versículos 31 a 36, onde o profeta Elizeu
encontra a Sunamita no monte Carmelo e ela o leva até sua casa onde ele se
depara com o filho dela deitado em uma cama já sem vida, ele orou a Deus e em
seguida deita-se sobre o menino e assopra em sua boca e então a criança espirra e
depois abre os olhos voltando à vida (ALVES; BARBOSA; FARIA, 2012).
No fim do império Romano, em 476 a.C, os métodos de ressuscitação iam
desde aplicação de objetos quentes ou queimantes sobre a região do abdômen, até
a flagelação chicoteando-se com urtiga. Porém, foi apenas em 1960 que a RCP
passou a ser considerada técnica científica, sendo o Dr. Archer S. Gordon, um dos
pioneiros da reanimação moderna (FERREIRA et al., 2013).
Um simples ato praticado há várias décadas era possível salvar uma vítima
de afogamento, inalação gasosa, dentre outras emergências. Com o passar dos
anos estudos foram realizados para entender e conhecer o funcionamento do corpo
humano. Foram criadas técnicas e protocolos para aprimorar a RCP, sendo assim,
elaboradas as políticas e diretrizes que melhorasse o atendimento e tornasse
evidente o conceito de PCR (MENEZES et al., 2009).
3.2 CONCEITUAÇÕES PARA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
Parada Cardiorrespiratória é uma condição em que o coração para de bater,
ou seja, ausência total de sinais de circulação, pulsação e movimentos respiratórios.
Inúmeros fatores podem levar a esta condição; doenças cardíacas pré-existentes,
traumas, choque elétrico, doenças pulmonares dentre outros (FONTINELE JUNIOR,
2015).
A PCR é enfatizada como uma anormalidade grave, que resulta da cessação
de todos os sinais elétricos de controle no coração. Os sinais e sintomas que em
21
geral acompanham a PCR são: a perda da consciência devendo ao fato de que
diminui a circulação cerebral; os pulsos carotídeos tornam-se ausentes, assim como
os movimentos respiratórios. Através da avaliação desses sinais é feito o
diagnóstico imediato da Parada cardiorrespiratória (FERREIRA et al., 2013).
Nogueira; Santos (2010) definem a PCR como sendo a interrupção da
atividade cardíaca em um indivíduo sem doença terminal. O indivíduo se encontra
com ausência de batimentos cardíacos eficazes, ausência de respiração e
inconsciente.
Para Oliveira et al. (2014) a parada cardiorrespiratória (PCR) pode ser
definida como a interrupção de oxigênio tissular, podendo ocorrer em função de
alguma deficiência circulatória ou respiratória. A PCR acontece quando o coração,
subitamente, para de bombear sangue para o organismo ou quando o coração bate
de forma inadequada, não tendo assim débito cardíaco adequado.
Segundo Guimarães e Luciano (2015), a parada cardíaca se caracteriza pela
ausência dos movimentos cardíacos que garante o fluxo sanguíneo na circulação da
vítima e a deficiência na respiração para promover a oxigenação adequada.
Podendo ser observado na vítima não responsiva ao chamado, ausência de pulso,
ausência de respiração ou presença de Gasping.
No Brasil as principais causas da PCR estão voltadas para as doenças do
aparelho circulatório, ocasionando a morte em 32% das vítimas acometidas.
Segundo dados da OMS, são mais de 17,5 milhões de óbitos por ano causado por
doenças cardiovasculares (30%), e mais da metade ocorreram de forma súbita.
Ainda segundo a OMS, a cada dois minutos uma pessoa morre em decorrência de
doença cardíaca e, a tendência é que esse índice aumente para 1,5 a cada um
minuto, até 2050. A cardiopatia isquêmica se sobressai entre as doenças,
representando uma das principais causas de morte atualmente (FERREIRA et al.,
2013).
Muitos são os conceitos, os quais todos preconizam a ausência de atividade
respiratória e cardíaca.
22
3.3 SUPORTE BÁSICO DE VIDA, PROTOCOLOS E TÉCNICAS DE RCP:
Segundo Referencial Teórico de Guideline – AHA – 2015
Diversos estudos realizados em vários estados do Brasil com enfermeiros,
médicos e fisioterapeutas comprovaram que os profissionais de saúde, em geral,
sentem dificuldades e apresentam deficiências relacionadas aos conhecimentos de
SBV, em diversos níveis, sendo os principais: reconhecimento de uma PCR; retardo
do tempo de resposta e de início das manobras de RCP; uso das manobras de
acordo com as antigas diretrizes; desconhecimento sobre como proceder em uma
PCR (ALENCAR et al., 2013).
As diretrizes que regem situações de emergência atuam de forma ampla no
intuito de aperfeiçoar e facilitar as condutas em reanimação cardiorrespiratória. No
entanto, o que se observa é o desconhecimento e a falta de preparo de muitos
profissionais de saúde e de grande parte da população em geral acerca deste
assunto (LYRA et al., 2012).
O Suporte Básico de Vida (SBV) é um conjunto de técnicas para leigos ou
profissionais da área da saúde que dá suporte para atender certas emergências,
dentre elas, a PCR. Pedir ajudar e acionar o Serviço de Emergência, realizar as
compressões torácicas, viabilizar abertura de vias aéreas e ventilação, uso de DEA
(se o socorrista possuir capacitação mínima de manuseio), são condutas que
sustentam o SBV (OLIVEIRA, 2016).
A cadeia de sobrevivência na reanimação cardiorrespiratória pré-hospitalar
envolve cinco passos importantes e devem ser sistematizados:
I reconhecimento e acionamento do serviço móvel de emergência.
II iniciar a reanimação de alta qualidade.
III desfibrilação precoce.
IV serviços médicos básicos e avançados de emergência.
V suporte avançado de vida e cuidados pós-PCR.
23
Fonte: destaque das diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE 2015
O objetivo da reanimação cardiorrespiratória é manter uma perfusão cerebral
e miocárdica mínimas até o retorno dos batimentos cardíacos com pulso, circulação
e ventilação pulmonar suficiente (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015).
É fundamental para todos os profissionais da área da saúde, que os mesmos
tenham conhecimento para o atendimento da PCR, independentemente de sua
especialidade. O diagnóstico rápido e correto é uma das garantias para o sucesso
da RCP, pois, a avaliação do paciente não deve levar mais que 10 segundos e a
ausência de manobras de reanimação não devem ultrapassar cinco minutos
(MENEZES et al., 2009).
Nas diretrizes da American Heart Association de 2010, o profissional da
saúde deveria verificar se havia resposta, olhando para o paciente, para determinar
se a respiração estava normal ou ausente. Atualmente, o reconhecimento imediato e
acionamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência são os primeiros passos
e o socorrista deve pedir ajudar nas proximidades ao encontrar uma vítima que não
responde. É mais prático que o socorrista continue a avaliar a respiração e o pulso
ao mesmo tempo antes de telefonar ou pedir ajuda. A intenção das alterações feitas
nas recomendações é minimizar atrasos e incentivar a rapidez e a eficiência na
avaliação e na resposta simultânea (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015).
24
Para Falcão et al. (2011) tem-se dado maior ênfase em RCP de alta
qualidade e é sensato que os profissionais de saúde apliquem compressões
torácicas e ventilações em todas as vítimas em PCR, independente se a causa for
cardíaca ou não cardíaca. Além do mais, a sequência das ações de socorro pode
ser adaptada à causa mais provável da PCR. Para socorristas não treinados são
recomendados apenas as compressões torácicas na RCP.
De acordo com a American Heart Association de 2015, as compressões
torácicas devem ocorrer numa frequência de 100 a 120/min, não podendo ser
ultrapassada, pois, à medida que esse valor ultrapassa 120 compressões, a
qualidade da RCP é diminuída devido a profundidade das compressões não
alcançar 2 polegadas e/ou 5cm que é o recomendado pela AHA 2015.
A profundidade das compressões torácicas de aproximadamente 5 cm, está
relacionada a uma maior probabilidade de desfechos favoráveis quando comparada
com compressões menos profunda. É importante que os socorristas saibam que a
profundidade das compressões torácicas é em geral mais superficial do que
profunda, não podendo exceder 2,4 polegadas e/ou 6 cm pois a frequência das
compressões depende da profundidade que estão sendo aplicadas. Quanto ao
retorno do tórax o socorrista deve evitar apoiar-se no tórax entre as compressões,
para permitir o retorno total do tórax da vítima, evitando que ocorra uma pressão
intratorácica que reduz o retorno venoso (SOCIEDADE BRASILEIRA DE
CARDIOLOGIA, 2013).
Para as interrupções das compressões torácicas, os socorristas devem
minimizar as frequências e duração das mesmas para maximizar o número das
compressões aplicadas por minuto. Para vítimas em PCR que recebem RCP sem o
auxílio de uma aérea avançada, pode-se executar a RCP com a intenção de obter
uma fração de compressões torácica tão alta quanto possível, tendo em meta pelo
menos 60%. O limite máximo das interrupções das compressões torácicas não deve
ultrapassar 10 segundos (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015).
A relação da compressão-ventilação em caso de parada pré-hospitalar
depende do número de socorristas. Quando houver um ou dois socorristas é
aplicado 2 ventilações por 30 compressões. Se houver um terceiro, esse deve ir à
25
busca de um DEA para iniciar a desfibrilação. Quando os socorristas são bem
treinados os mesmos são encorajados a executar simultaneamente algumas etapas
da RCP na tentativa de reduzir danos na vítima em PCR (PARECER COREN-SP
CAT Nº 007 / 2010).
Choque primeiro versus RCP primeiro, em PCR de adultos presenciada,
quando há um DEA imediatamente, o mesmo deverá ser usado o mais rápido
possível. Quando a PCR ocorrer sem monitoramento ou quando não houver um
DEA disponível, a primeira conduta é iniciar a RCP enquanto o desfibrilador é obtido
para realizar a desfibrilação, caso for indicada pelo socorrista, (AMERICAN HEART
ASSOCIATION, 2015).
Em muitos casos de parada cardíaca, seja qual for à causa, a morte pode ser
evitada se a cadeia assistencial for eficaz para devidas tentativas de garantir a
sobrevivência do paciente, isso serve para ambiente pré-hospitalar e ambiente intra-
hospitalar. Para tanto, é preciso que o treinamento em RCP adote princípios
educacionais respaldados por pesquisas que venha traduzir o conhecimento
científico em prática (OLIVEIRA, 2016).
Nos últimos anos, houve diversos avanços nas estratégias para o
atendimento das emergências cardiovasculares, dentre as quais se destaca a
criação dos Times de Resposta Rápida (TRR). Os TRR são compostos por equipe
multiprofissional (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas) e têm como objetivo
identificar e tratar precocemente os pacientes (adultos e pediátricos) que
apresentam alteração clínica ou estão correndo risco de morte fora do ambiente de
unidades críticas. Em ambiente pré-hospitalar as manobras de RCP é realizada pela
pessoa que se sente mais preparada ou treinada, presente no local onde se
encontra a vítima (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2013).
A relação entre os integrantes da equipe multidisciplinar é de extrema
importância, a fim de amenizar o sofrimento laboral. Após tentativas frustradas de
reanimação, faz-se necessário parar para reconhecer os pontos falhos na
assistência. Porém, esse é um momento quase raro, mas de extrema importância
para a melhoria da assistência (GUILHERME et al., 2013).
26
3.4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PCR
A enfermagem é considerada como uma profissão que presta cuidados a
outras pessoas, o cuidar se torna uma ação inerente a profissão. Durante a trajetória
de sua história as funções desempenhadas pela enfermagem se multiplicaram com
o passar do tempo, deixando de ser apenas curativa e ganhando dimensões
preventivas e de reabilitação (NOGUEIRA, SANTOS, 2010).
Desde o surgimento do Processo de Enfermagem nas décadas de 70 com
Wanda Horta, que é a representação maior do método científico da profissão e
direcionado pela Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), o enfermeiro
mostrou-se ser uma das peças principais da equipe multidisciplinar, pois, a SAE
permite detectar as prioridades de cada paciente quanto as suas necessidades,
fornecendo assim, uma direção para as possíveis intervenções (MARIA, 2012).
Para um atendimento organizado e sistematizado em situação de PCR é de
suma importância uma atuação conjunta, tendo a equipe de enfermagem um
importante papel na reanimação cardiopulmonar, visto que os enfermeiros se
dispõem de competência técnica, profissionalismo e poder de liderança quanto às
ações a serem executadas. Contudo, para a realização desses procedimentos é
preciso que os enfermeiros sejam capacitados, tenham conhecimentos variados e
utilizem os equipamentos necessários, sempre visando o alcance do sucesso no
atendimento do paciente (GUILHERME et al., 2013).
Como preconiza a American Heart Association (2015), que um dos
integrantes da equipe seja o líder, cujo objetivo é melhorar o desempenho e a
organização durante a assistência, o médico assume tal posição, devido ter papel
legal sob o aspecto da terapêutica aplicada. Porém, o enfermeiro pode atuar como
líder para administrar a dinâmica da equipe conforme a terapêutica adotada. Como
menciona Santos et al. (2016), que na maioria das vezes o enfermeiro é o membro
da equipe que primeiro se depara com a situação de emergência, especialmente a
parada cardiorrespiratória, este, porém, deve estar preparado para atuar com
competência, iniciando as manobras básicas de reanimação mais rápido possível,
com finalidade de restabelecimento dos batimentos cardíacos, evitando lesão
cerebral.
27
Em geral, constata-se que o enfermeiro desempenha prática relevante na
condição de integrante no plantel de socorro. Ele acaba, na maioria das vezes,
identificando imediatamente, a iminência de morte nas condições da vítima. Por
esses termos, esse profissional assume a liderança nos procedimentos de
reanimação, administração, coordenação, educação das técnicas e articulação no
seio das equipes multiprofissionais (PEREIRA et al., 2015). Com isso, assinala
Diogo Pereira et al, o enfermeiro “proporciona assim um atendimento ágil,
sincronizado, eficiente, e maximizando a qualidade da assistência” (PEREIRA et al.,
2015, p. 9).
Assim sendo, os profissionais devem se atualizar através dos cursos: Suporte
Básico de Vida e Suporte Avançado de Vida. A ILCOR trabalha não só com os
profissionais de saúde, mas também com os leigos, a fim de promover experiências
nas práticas de RCP (MENEZES et al., 2009).
28
4 METODOLOGIA
4.1 DESENHO METODOLÓGICO
Para elaboração deste estudo optou-se pela realização de uma pesquisa de
natureza qualitativa do tipo descritiva e exploratória, adequada para elucidar o
conhecimento teórico de estudantes de graduação em enfermagem referente às
manobras de RCP frente a PCR.
A pesquisa qualitativa se volta para os aspectos da realidade que não podem
ser quantificados, ou seja, abrange o universo de significados, motivos, aspirações,
crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das
relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à
operacionalização de variáveis (GERHARDT, SILVEIRA, 2009).
A pesquisa descritiva exige do pesquisador uma série de informações sobre o
que deseja investigar. Esse tipo de pesquisa tem como finalidade descrever as
características de uma população, fenômeno ou experiência, proporciona novas
visões sobre uma realidade já conhecida. A pesquisa exploratória tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito ou a construir hipóteses. A grande maioria dessas pesquisas envolve: (a)
levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências
práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que estimulem a
compreensão (GERHARDT, SILVEIRA, 2009).
4.2 LOCAL DO ESTUDO
Esta pesquisa foi realizada na Faculdade Integrada Brasil Amazônia – FIBRA
localizada na AV. Gentil Bittencourt 1144, bairro Nazaré, cidade de Belém – PA no
período de agosto a outubro de 2017, para qual foi solicitada a autorização para
realização do estudo, após liberação do Comitê de Ética em Pesquisa e pela
plataforma Brasil. Parecer 2.324.015.
A instituição dispõe dos cursos de graduação em enfermagem, administração,
biomedicina, farmácia, odontologia, nutrição, serviço social, direito, gestão de
recursos humanos, gestão comercial, pedagogia licenciatura, letras licenciatura,
letras bacharelado, história licenciatura, geografia licenciatura. Tem como missão
29
contribuir com o desenvolvimento sustentável do Pará, da Amazônia e do Brasil, por
meio da formação de cidadãos críticos, empreendedores, inovadores, criativos,
tecnicamente competentes nas suas áreas de atuação, capazes de promover a
diminuição das desigualdades sociais e de reafirmar os valores sociais que
conduzam ao progresso, à paz e à justiça social (FACULDADE INTEGRADA
BRASIL AMAZÔNIA, 2017).
4.3 PARTICIPANTES
A presente pesquisa contou com a participação dos graduandos de
enfermagem do 7º ao 10º semestre, devido nesta fase da graduação os alunos já
terem contato com algumas disciplinas voltadas ao assunto em questão, com os
quais foi realizado o estudo e que atenderam os critérios de inclusão, onde os
mesmos foram informados sobre os objetivos da pesquisa e, que suas participações
ocorreram por meio de perguntas semiestruturada.
Os codinomes dos participantes seguem a ordem de coleta, pois, os mesmo
se recusaram a auto intitularem. Portanto, serão tratados como A1, A2, A3 e assim
sucessivamente, onde A significa aluno + o número que caracterizam a ordem de
coleta de dados de cada estudante.
4.3.1 Critério de Inclusão
Acadêmicos de graduação em enfermagem da Faculdade Integrada Brasil
Amazônia- FIBRA, matriculados e que estavam cursando a partir do 7º ao 10º
semestre, que desejaram participar da pesquisa, assinaram o TCLE, que
responderam todas as perguntas contidas no questionário, sendo todos maiores de
18 anos.
4.3.2 Critério de Exclusão
Acadêmicos de outros cursos de graduação da FIBRA ou de outras IES,
estudantes de graduação de enfermagem que não estavam matriculados
regularmente no curso, acadêmicos de enfermagem que não estavam cursando
entre o 7º e o 10º semestre, estudantes que se recusaram a responder todas as
perguntas contidas no questionário, quem se sentiu constrangido com as perguntas
e menores de 18 anos.
30
4.4 COLETA DE DADOS
Chamamos de “coleta de dados” a fase da pesquisa, cujo objetivo é obter
informações da realidade. Nessa etapa, definimos onde e como será realizada a
pesquisa (PRODANOV, FREITAS, 2013).
Para a obtenção dos dados da pesquisa, foi realizado um curso de primeiros
socorros. A ideia inicial era aplicar o instrumento de coleta de dados (sistema que
obtém informações diretamente do pesquisado) para analisar o conhecimento prévio
dos acadêmicos de enfermagem sobre as Manobras de RCP. Em seguida, seria
ministrado o curso de Suporte Básico de Vida, por um profissional habilitado na
área. Ao término do curso, seria reaplicado o mesmo instrumento de coleta de dados
aos participantes e, assim, seriam realizadas as análises do conhecimento prévio e
após a realização do curso.
Devido aos participantes terem se recusado de participar do segundo
momento de coleta, opinamos em analisar e caracterizar somente os dados do
instrumento relacionado à aplicação prévia. Sendo assim, o curso ministrado
contribuiu para realizarmos a coleta dos dados através da chamada. Além disso,
colaborou com o conhecimento dos participantes.
O instrumento de coleta foi semiestruturado contendo perguntas fechadas e
perguntas abertas. O questionário foi composto de duas partes, a primeira parte
contém perguntas referentes aos dados sócios demográficos dos participantes e a
segunda etapa contém as perguntas relacionadas com a proposta da pesquisa. Os
dados sócios demográficos não tiveram interferência no resultado da pesquisa.
A coleta de dados foi supervisionada pelos pesquisadores, para que não
fosse coletado dado errado ou desnecessário para a realização da pesquisa e assim
evitar viés de pesquisa. Do mesmo modo, todos os dados coletados foram
observados e, assim, não houve necessidade de fazer a reaplicação do instrumento.
Foi realizada no período de setembro a outubro de 2017, após autorização
prévia da Instituição de Ensino Superior (IES), cadastro na Plataforma Brasil e
autorização do Comitê de Ética em Pesquisa. Para a Instituição foi enviado uma
cópia do projeto junto com a solicitação para a realização da pesquisa.
31
4.5 ANÁLISE DE DADOS
A análise dos dados foi realizada através da técnica de análise de conteúdo
de Bardin. “A análise de conteúdo, enquanto método torna-se um conjunto de
técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e
objetivos de descrição do conteúdo das mensagens” (BARDIN, 1977).
A análise de conteúdo de Bardin é composta de três fases fundamentais: Pré-
análise, Exploração do Material, Tratamento dos Resultados - inferência e
interpretação.
Fonte: Bardin, 2011.
A primeira etapa chamada de pré-análise, é a fase da organização
propriamente dita, onde se define o esquema de trabalho, porém, podendo ser
flexível dependendo da necessidade. Neste momento reunimos todo o material
utilizado na coleta de dados e foram aplicados os critérios de inclusão e exclusão.
Na segunda etapa denominada de Exploração do Material, os questionários
foram analisados e categorizados em grupos que reúnem as características comuns
e incomuns das respostas. Neste momento, foram organizados os questionários por
semestres para dar viés à próxima fase.
Na terceira etapa foi realizado o Tratamento dos Resultados - inferência e
interpretação. Firmamos nos resultados para torná-los válido e significativo. Esta
interpretação foi além do conteúdo dos documentos, onde analisamos cada resposta
e comparamos entre si.
32
Os resultados encontrados foram agrupados, categorizados, analisados em
forma de texto e discutido a luz da literatura. Foi utilizados trechos das respostas
manifestadas pelos participantes da pesquisa, tendo como base de fundamentação
cientifica o Guideline da Amarican Heart Association (AHA) de 2015.
4.6 ASPECTOS ÉTICOS
Durante a realização deste estudo, foram respeitados os princípios éticos e
legais dessa pesquisa, conforme disposto na Resolução nº. 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde – CNS.
A Resolução 466/2012/CNS/MS/CONEP, enfatiza que as pesquisas
envolvendo seres humanos devem atender aos fundamentos éticos e científicos
pertinentes, pois a eticidade da pesquisa implica em: respeito ao participante da
pesquisa em sua dignidade e autonomia, reconhecendo sua vulnerabilidade,
assegurando sua vontade de contribuir e permanecer, ou não, na pesquisa, por
intermédio de manifestação expressa, livre e esclarecida (BRASIL, 2012).
Com base nesta resolução, será garantido o anonimato das informações dos
que participaram da pesquisa, onde foram identificados por codinomes relacionados
à ordem de coleta, minimizando todos os riscos de vazamento das informações
obtidas.
O projeto foi submetido à plataforma Brasil, que é um sistema eletrônico
criado pelo Governo Federal para sistematizar o recebimento dos projetos de
pesquisa que envolva seres humanos nos Comitês de Ética em todo o país.
Posteriormente encaminhou o projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).
Assim, foi emitido na Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) o Parecer
2.324.015.
4.6.1 Riscos
Entre os riscos, os acadêmicos poderiam apresentar constrangimento no
momento de responderem aos questionários, desistência em participar da pesquisa,
vazamento de informações. Esses riscos foram prevenidos mantendo-se o sigilo das
33
informações coletadas dos participantes, de forma a preservar a integridade destes
na pesquisa.
4.6.2 Benefícios
Quanto aos benefícios, o estudo permitirá aos acadêmicos, profissionais e
instituições de saúde conhecer o perfil e o conhecimento teórico dos acadêmicos de
enfermagem da Faculdade Integrada Brasil Amazônia, relacionado às manobras de
ressuscitação cardiopulmonar. Além disso, viabiliza novos estudos através da
disponibilização da pesquisa para a faculdade e serviços de Saúde.
34
5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
5.1 RESULTADO, ANÁLISE E DISCUSSÃO
No dia 16 de outubro de 2017 foi realizado o curso de primeiros socorros.
Este curso tinha como objetivo dar subsídio teórico e técnico para os estudantes da
área da saúde. Foi ministrada aula teórica e, posteriormente aula prática com
simulação realística.
Previamente à execução da palestra, foram coletados os dados de todos os
participantes do curso de enfermagem. No total, participaram 24 acadêmicos da
Faculdade Integrada Brasil Amazônia, sendo do 1º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º e 10º semestre.
Para buscar atender o objetivo principal da pesquisa, foram aplicados os critérios de
inclusão e exclusão, sendo excluídos 09 participantes. Portanto, permaneceram os
participantes que se enquadraram nos critérios de inclusão da pesquisa, totalizando
15 acadêmicos.
Dos 15 participantes, elaborou-se um quadro para caracterizar o perfil
socioeconômico dos acadêmicos que é a primeira etapa do processo de coleta de
dados (Ver quadro 01).
Quadro 01
Perfil socioeconômico dos participantes da palestra sobre PCR
Quanto à idade A faixa etária de idades dos participantes
foi entre 21 a 29 anos
Quanto ao sexo Prevaleceu o sexo feminino
Quanto ao estado civil A maioria eram solteiros
Quanto ao semestre A maioria era do 10º semestre
Os participantes da pesquisa têm em média 24 anos, prevalecendo o sexo
feminino. Dos 15 participantes, em quase sua totalidade são solteiros, onde a
maioria está cursando o 10° semestre. Essas características não interferem no
resultado da pesquisa.
Os participantes foram questionados sobre a participação em cursos de
atualização em primeiros socorros. Como será mostrado no quadro a seguir, os
35
acadêmicos pouco participam de cursos voltados para esta temática (Ver quadro
02).
Quadro 02
Participação em cursos de atualização em Primeiros Socorros
Dos 15 participantes, a maioria (12) respondeu que nunca participou de curso sobre
PCR e RCP.
Na segunda etapa da pesquisa que trata sobre questões específicas
relacionada à PCR e RCP, foram agrupadas e categorizadas em 4 categorias
distintas. Foram nominadas conforme apresentadas abaixo:
 Reconhecer PCR, (refere-se ao conhecimento e reconhecimento sobre
a Parada Cardiorrespiratória, daqueles que sabem ou não o que é PCR
e reconhece através dos sinais e sintomas). (Ver quadro 03)
 Relação compressão X ventilação, (esta categoria trata dos que
conhecem o Guideline e sabem a relação de compressão e ventilação
que são aplicadas a uma vítima em PCR). (Ver quadro 04)
 Vivência em PCR, (trata-se da vivência ou relato de experiência sobre
PCR e as condutas tomadas de diante desta condição. Além disso,
aborda o passo a passo das manobras de RCP em caso de PCR). (Ver
quadro 05)
 Medo da PCR, (nesta categoria são relatas as dificuldades encontradas
pelos participantes em proceder com as condutas diante da vítima em
PCR). (Ver quadro 06)
As perguntas foram agrupadas e categorizadas para melhor interpretação dos
dados, pois, as mesmas se entrelaçam entre si. Juntou-se as perguntas que mantêm
melhor relação e aproximação para que não houvesse má interpretação e/ou até
mesmo fugisse do contexto no momento da discussão.
Os codinomes dos participantes foram denominados pela ordem de coleta.
Com isso, os mesmos serão tratados como A que significa aluno e 1, 2, 3, 4 que
36
significa a ordem de coleta dos dados. Exemplo: A1, A2, A3, A4 e assim
sucessivamente.
Quadro 03: Reconhecer PCR
Quanto ao conhecimento e reconhecimento da PCR
Dos 15 participantes, 14 afirmaram que sabem o que é PCR. Dos 15 participantes
13 responderam que sabem reconhecer a PCR através dos sinais e sintomas. Do
total que afirmaram saber reconhecer, apenas 06 conseguiram descrever. Ou seja,
uma minoria demonstrou reconhecer e descrever os sinais e sintomas.
Quanto ao conhecimento e reconhecimento da PCR, dos 15 participantes da
pesquisa somente um respondeu que não sabia o que é PCR. Tendo a maioria
afirmado que sabem o que é PCR, tornou-se importante buscar a identificação dos
sinais e sintomas. Dos 15, 13 responderam que conseguiriam identificar uma PCR
através dos sinais e sintomas. Porém, quando responderam a questão seguinte, que
tratava dos sinais e sintomas especificamente, percebeu-se uma contradição, uma
vez que a maioria não soube descrevê-los corretamente. Como evidenciado nas
respostas de A14 e A11 que caracteriza uma resposta correta e uma resposta
errada respectivamente:
“Ausência de pulso, dilatação das pupilas, ausência de movimentos
respiratórios, dor no tórax”
“Dispneia, pulso fraco, diminuição do nível de consciência”
Kawakame (2015), em seu estudo, ressalta que a presença de um socorrista
capacitado é o principal determinante de sobrevivência de vítimas em PCR e, o
reconhecimento desta condição é a primeira etapa da assistência à vítima, sendo
esta a mais importante fase dos primeiros socorros, pois, o sucesso das demais
etapas depende do primeiro passo que é justamente fazer o reconhecimento da
PCR. Portanto, como pode ser evidenciar em nossos resultados, é notório o pouco
conhecimento da maioria dos estudantes do curso de enfermagem referente a esta
temática.
37
Como já foi discutido anteriormente, é pertinente a exposição precoce dos
estudantes a este conhecimento, ou seja, desenvolver essa temática logo no início
dos cursos de graduação, que podem ser reforçadas nos anos seguintes.
Quadro 04: Relação compressão X ventilação
Guideline (AHA) – protocolo de RCP
Dos 15 participantes, apenas 4 conhecem o Guideline. Dos 15 participantes, 07
disseram saber a relação de compressão X ventilação. Dos 07 participantes que
disseram que sabem sobre a relação de compressão e ventilação, 06 souberam
descrever corretamente essa frequência.
Quanto ao Guideline e a relação de compressão e ventilação, em quase sua
totalidade responderam que não conhecem o Protocolo da AHA. Pouco menos da
metade responderam que sabem sobre a relação da frequência de compressão e
ventilação. Na questão seguinte que tratava sobre a frequência de compressão e
ventilação especificamente, os participantes que afirmaram saber sobre essa
frequência, praticamente todos descreveram corretamente. Nota-se que, embora
não tendo conhecimento sobre o Guia Internacional de RCP (Guideline AHA-2015),
quase a metade soube responder corretamente sobre a relação de compressão e
ventilação. Porém, compreende-se que mesmo com um número considerável de
acertos desta questão, esses ainda formam o grupo da minoria.
A seguir, evidenciaremos as respostas dos participantes A1 e A3, que
souberam descrever sobre a relação de compressão e ventilação:
“De 100 a 120/m, de 30/30 aplicar duas ventilações”
“Duas ventilações para cada 30 compressões”
Posto que, uma parte tenha conseguido responder corretamente sobre esta
relação, caracterizando menos da metade, este resultado pode ser explicado pelo
fato de que em quase sua totalidade não conhecem o Guideline (guia que rege
sobre os preceitos de RCP). A aplicabilidade das ventilações X compressões é
preconizado pela American Heart Association de 2015 que recomenda 2 ventilações
38
por 30 compressões. Assim como a frequência recomendada é de 100 a 120
compressões por minuto (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015).
Quadro 05: Vivência PCR
Frente a frente à PCR
De 15 participantes apenas 03 já se depararam com uma PCR. Dos 15
participantes 07 disseram que saberiam realizar as manobras de RCP caso se
deparasse. Desses 07 participantes, 01 não souber descrever o passo a passo de
RCP corretamente.
Em relação às vivências em PCR, de 15 participantes a maioria nunca se
deparou com uma PCR. Dos 15 participantes, a metade respondeu que saberiam
realizar as manobras de RCP caso se deparassem com uma PCR. Porém, um
participante, dos que afirmaram que saberiam, não soube descrever o passo a
passo das manobras corretamente. Percebe-se que, de todos os participantes, a
minoria descreveu corretamente o passo a passo das manobras de RCP.
A seguir, veremos duas respostas, sendo uma correta e uma errada
respectivamente, sobre o passo a passo das manobras de RCP:
“Observar a responsividade da vítima, verificar o pulso e respiração,
caso não haja pulso nem respiração posicionar a vítima em uma
superfície plana e iniciar as manobras aplicando 30 compressões e
duas ventilações”
“Aplicar duas ‘ambuzadas’ para cada 10 compressões”
Como visto nos nossos resultados da pesquisa, pode-se perceber que não há
vivências nos campos de estágios, ou, os estudantes estão se “esquivando” desta
condição, pois, a grande maioria nunca se deparou com casos de PCR. Além disso,
a maioria não saberia realizar as manobras de RCP caso viessem a se deparar com
uma vítima “parada”. Isso prova que os estudantes têm pouca habilidade e
conhecimento com a temática relacionada à PCR e RCP.
39
Quadro 06: Medo da PCR
Dificuldades nas Manobras de RCP
Entre as dificuldades descritas pelos participantes estão: falta de conhecimento,
nervosismo, dificuldade em conter os curiosos, insegurança, dificuldade de
identificar a PCR, falta de pratica em RCP.
Quanto às dificuldades mencionadas pelos participantes, pode-se perceber
uma convergência e/ou aproximação entre as respostas dos participantes. Pois, dos
15 participantes, na sua totalidade responderam que sentem dificuldades para o
atendimento a uma vítima em PCR. No geral, assas dificuldades são genéricas entre
os participantes, com destaque para a falta de conhecimento e insegurança, onde a
maioria citou. Como pode ser evidenciado nas respostas de A7, A12 e A14
respectivamente:
“Nervosismo, falta de conhecimento e insegurança”
“Falta de conhecimento sobre o assunto, falta de prática para prestar
socorro a uma pessoa em PCR e insegurança”
“Dificuldades para reconhecer a PCR e realizar as manobras”
Como já discutindo em Santos et al. (2014) que a prática de acadêmicos de
enfermagem em serviço de urgência e emergência gera um conjunto de dificuldades
para os estudantes, pode-se concluir que há uma convergência com os resultados
obtidos na pesquisa atual, onde é assegurado essas sensações de embaraço. Vale
ressaltar que estas dificuldades estão voltadas para o foco do ensino-aprendizado
que são considerados insuficientes no processo de formação dos estudantes.
Ainda que o ensino-aprendizado seja considerado insuficiente, a qualidade da
assistência deve ser relacionada com a complexidade de cada caso. Sabe-se que, a
assistência à vítima em PCR é complexa, o que exige do socorrista um grau de
conhecimento considerável. Portanto, é compreensível e “relevante” os
contratempos dos estudantes em questão. Para Alencar et al. (2013) em diversos
estudos realizados em vários estados do Brasil com enfermeiros, médicos e
40
fisioterapeutas, comprovaram que os profissionais de saúde, em geral, sentem
dificuldades e apresentam deficiências relacionadas aos conhecimentos de SBV.
41
6 DESFECHOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO
O principal resultado esperado para o final do estudo era tomar conhecimento
do desempenho teórico dos estudantes de graduação em enfermagem, em casos de
parada cardiorrespiratória acerca das manobras de ressuscitação cardiopulmonar e,
saber se esses estudantes estão absorvendo o conhecimento que é ministrado
dentro da sala de aula. Tendo como referência os estudantes de enfermagem da
Faculdade Integrada Brasil Amazônia – FIBRA. Este resultado foi alcançado, pois,
mesmo concluindo que os acadêmicos de enfermagem tenham limitações quanto ao
conhecimento teórico sobre PRC e RCP, tivemos a caracterização do perfil dos
estudantes da faculdade em questão.
Para o resultado secundário, esperava-se no final do estudo a obtenção dos
dados e análise para fechamento dos resultados e, concomitantemente publicação
para submissão em periódicos da área da enfermagem.
Os dados foram coletados, analisados, discutido e concluído de acordo com
os autores que foram explorados no decorrer da pesquisa. Portanto, o objetivo
secundário foi alcançando como se esperava.
42
7 CONCLUSÃO
Ficou claro que as pessoas do sexo feminino ainda têm certo “domínio” na
classe dos enfermeiros, uma vez que, a maioria dos participantes desta pesquisa é
predominantemente deste gênero. Com média de 24 anos de idade, percebe-se que
esses estudantes estão ingressando precocemente nas graduações, sendo a
maioria solteiros e com mais da metade cursando o 10º semestre.
Embora tenham afirmado que conhecem como identificar uma PCR, ficou
evidente que todos os participantes têm dificuldades para realizar as manobras de
RCP. Diante disso, percebe-se uma contradição de conhecimento uma vez que uma
parcela dos participantes sabe reconhecer o problema, porém, têm dificuldades para
reverter através das intervenções. Quando relacionado com o objetivo primário da
pesquisa, concluímos que a maioria dos participantes possui um baixo nível de
conhecimento quanto ao desempenho teórico sobre as manobras de RCP. Além
disso, demostram fragilidade diante do Protocolo Internacional de RCP.
Essas limitações estão relacionadas com o pouco contato que esses
estudantes têm com as vivências sobre PCR. Em sala de aula os participantes não
estão conseguindo absorver os conhecimentos a eles transmitidos. Pode-se,
também, levar em consideração o desconhecimento referente ao Protocolo, o qual
atribui embasamento teórico para os estudantes da área de enfermagem, tornando-
os assim, limitados para as habilidades e autocontrole dos primeiros socorros.
Mesmo que, o resultado seja preocupante, teve-se a questão de pesquisa e
os objetivos alcançados, que eram justamente tomar conhecimento das condutas,
grau de conhecimento e dificuldades expressas pelos participantes.
Em incentivo a outras pesquisas, sugerimos que essa temática seja
fortalecida através do ensino dentro da sala de aula. Que na prática seja mais
evidente através da exposição precoce desses estudantes. E por fim, que haja
sempre convergência entre teoria e prática.
8 REFERÊNCIAS
ALENCAR, Lara Guerra Lucena Matias et al. Programa de Educação em
Reanimação Cardiorrespiratória – PERC. Projeto da Universidade Federal do
Ceará – UFC, vinculado ao Departamento de Medicina Clínica e à Pró-Reitoria
de Extensão. Disponível em: <http://www.publicacoes.ufes.br/guara/article/viewFile/
9841/6663 > Acesso em 15 abril. 2017.
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enfermagem: o conhecimento acerca do suporte básico de vida, 2012.
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Cardiopulmonar e Atendimento Cardiovascular e Emergência, 2015.
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Abordagem Atualizada. Revista Enfermagem Contemporânea. Agosto, 2013.
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0532.D8AP.pdf>. Acessado em 18 abr. 2016.
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Fevereiro 2013. Disponível em:
<http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Emergencia.pdf>. Acessado
em: 10 nov. 2016.
9 APÊNDICE - ROTEIRO PARA COLETA DE DADOS
PARTE I- IDENTIFICAÇÃO
1. Idade: ________ anos
2. Sexo: Masculino ( ) Feminino ( )
3. Estado Civil: ___________________
4. Semestre: _____________________
5. Já participou de algum curso de atualização em PCR: ____________________
PARTE II – ROTEIRO DE ENTREVISTA.
1- Você sabe o que é a Parada Cardiorrespiratória (PCR)?
( ) Sim
( ) Não
2- Você reconhecer uma parada cardiorrespiratória através dos sinais e sintomas?
( )SIM, descreva os sinais e sintomas.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
( ) NÃO
3- Você conhece o Guideline (American Heart Association)?
( ) SIM
( ) NÃO
4- Você já se deparou com uma parada cardiorrespiratória?
( ) SIM, que conduta você tomou? Descreva passo-a-passo!
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
( ) NÃO
5- Se você se deparasse com uma parada cardiorrespiratória, saberia realizar as
manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar?
( ) SIM, descreva o passo-a-passo da Ressuscitação Cardiopulmonar?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
( ) NÃO
6- Você sabe qual a frequência de compressão e ventilação preconizadas pelas
diretrizes atuais?
( ) SIM, descreva quantas ventilações são aplicadas para quantas compressões de
acordo com Guideline 2015.
___________________________________________________________________
( ) NÃO
7- Quais as dificuldades encontradas no momento de prestar socorro à vítima em
PCR no contexto extra-hospitalar?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
10 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)
Pesquisador responsável: Edileuza Nunes Lima
Dados para correspondência: Av. Gentil Bittencourt 1144, Bairro: Nazaré.
Entre Av. Generalíssimo Deodoro e Trav. 14 de março, CEP: 66.040-174.
Coordenação do Curso: Prof. MSc. Cíntia Brígida.
Fones: (91) 3266-3110 / 3226-5040 / 3223-1506. e-mail: contato@fibrapara.edu.br
Sr. (a) está sendo convidado (a) para participar da pesquisa intitulada:
“ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NAS MANOBRAS DE RCP
PRÉ-HOSPITALAR EM PCR”, que tem como objetivo: Analisar o desempenho
teórico dos acadêmicos de enfermagem, na realização das manobras de RCP frente
à parada cardiorrespiratória no contexto pré-hospitalar. Se você aceitar estará
contribuindo para conhecermos o perfil dos acadêmicos de enfermagem e
futuramente poderá contribuir para ajustes na grade curricular. Sua participação é
voluntária, a qualquer momento você pode recursar-se a responder qualquer
pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não
trará nenhum prejuízo em sua relação com os pesquisadores e/ou com a instituição.
A pesquisa será realizada no período de Setembro a Outubro de 2017. Suas
respostas serão tratadas de forma confidencial, isto é, em nenhum momento será
divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo. Os dados coletados serão
utilizados apenas nesta pesquisa, e as informações coletadas serão guardadas
pelos pesquisadores por um período máximo de 05 anos, após esse período serão
destruídos. Os resultados serão divulgados em eventos e/ou revistas científicas.
Caso haja desistência de sua participação, os dados coletados serão destruídos
após prévia comunicação dos interessados.
Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder as perguntas
direcionadas ao objetivo proposto. Não há despesas pessoais para você em
qualquer fase do estudo. Este trabalho será realizado com recurso dos autores não
tendo financiamento ou coparticipação de nenhuma instituição de pesquisa. Não
haverá nenhum pagamento pela sua participação. As pesquisas que incluem coleta
de dados envolvendo seres humanos podem proporcionar a ocorrência de
vazamento de informações, quebra do anonimato e possível identificação dos
participantes da pesquisa em questão, podendo acarretar constrangimento ou
punição para estes. Esses riscos serão prevenidos mantendo-se o sigilo das
informações coletadas e anonimato dos envolvidos, de forma a preservar a
integridade dos participantes da pesquisa. Em caso de dano pessoal, diretamente
provocado por alguma das etapas da pesquisa, você terá direito a indenizações
legalmente estabelecidas, estando os pesquisadores integralmente a sua disposição
em horário comercial.
Sr (a) receberá uma via deste termo devidamente assinada e rubricada em
todas as páginas, onde consta o celular/email do pesquisador responsável, e demais
pessoas envolvidas, para eventuais dúvidas que possam surgir e esclarecimento
sobre seus direitos, podendo tirar as suas dúvidas sobre o projeto e sua
participação, agora ou qualquer momento.
Eu ___________________________________________ portador do documento de
identidade __________________ fui informado (a) dos objetivos do estudo:
“ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NAS MANOBRAS DE RCP PRÉ-
HOSPITALAR EM PCR”. De maneira clara e detalhada, e esclareci minhas dúvidas.
Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de
acordo em participar do estudo, sabendo que dele poderei desistir a qualquer
momento sem sofrer qualquer punição ou constrangimento.
Belém, _____ de ___________________ de 2017.
____________________________________
(Assinatura do participante da pesquisa)
____________________________________
Edileuza Nunes Lima
Orientadora: Prof. MSc. Edileuza Nunes Lima - 182793-COREN E-mail:
edileuzahujbb@hotmail.com, Rodovia Mario Covas 640. Residencial Green Park
Bloco 09, Apto 103 - Coqueiro- Celular: (91) 983537477 (91) 3226-9471 – FIBRA.
Demais pesquisadores:
Discentes: Andreia Oliveira Corrêa. Faculdade Integrada Brasil Amazônia – FIBRA.
Celular: (91) 98311-1421. E-mail: andreiaocorrea29@gmail.com
Jaymison Barbosa de Freitas. Faculdade Integrada Brasil Amazônia – FIBRA.
Celular: (91) 99224-1646. E-mail: jaymisonfreitas@gmail.com
11 APÊNDICE - CARTA DE SOLICITAÇÃO PARA PESQUISA NA FIBRA
Exma. Srª DIRETORA ACADÊMICA
Irene Noronha Seabra
Viemos muito respeitosamente solicitar a Vossa Senhoria a apreciação do nosso
projeto de pesquisa para aprovação por esta Secretaria.
Instituição de Ensino: Faculdade Integrada Brasil Amazônia
Orientador (a): Edileuza Nunes Lima
Pesquisadores (as): Andreia Oliveira Corrêa e Jaymison Barbosa de Freitas
Título da pesquisa: “ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NAS
MANOBRAS DE RCP PRÉ-HOSPITALAR EM PCR”
Especificação da pesquisa: (x) Graduação
Telefones para contato:
Edileuza Nunes - 983537477
Andreia Corrêa - 98311-1421
Jaymison Freitas - 99224-1646
E-mail:
edileuzahujbb@hotmail.com
andreiaocorrea29@gmail.com
jaymisonfreitas@gmail.com
Assinatura dos pesquisadores (as):
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Assinatura do orientador (a):
___________________________________________________________________
Belém/PA, _____ de ___________ de _______.
12 ANEXO: CARTA DE AUTORIZAÇÃO DA IES
13 ANEXO: CARTA DE ACEITE
14 ANEXO: AUTORIZAÇÃO DO CEP
15 ANEXO: DECLARAÇÃO DOS PESQUISADORES
ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NAS MANOBRAS DE RCP
PRÉ-HOSPITALAR EM PCR
Edileuza Nunes Lima1
, Andreia Oliveira Corrêa2
, Jaymison Barbosa de Freitas3
.
1. Docente da Faculdade Integrada Brasil Amazônia. Belém (PA) Brasil. 2, 3. Estudante de
Enfermagem da Faculdade Integrada Brasil Amazônia.
RESUMO
Introdução: A Parada Cardiorrespiratória (PCR), uma grave complicação das Doenças
Cardiovasculares (DCVs), exprime um grande problema de saúde no mundo. Conhecendo o
impacto que essa complicação apresenta sobre a mortalidade e o mau prognóstico dessa
condição, torna-se incontestável a importância da disseminação do ensino de como agir nessas
situações. Objetivo: é analisar o desempenho teórico dos acadêmicos de enfermagem, na
realização das manobras de RCP frente à PCR no contexto pré-hospitalar. Método: consiste
em uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo descritiva. A análise de dados foi realizada
através da técnica de análise de conteúdo de Bardin. Resultados: O estudo mostrou que os
acadêmicos do curso de enfermagem têm pouco conhecimento sobre as manobras de RCP e
PRC. Portanto, os dados encontrados na pesquisa corroboram com a necessidade de
estruturação da educação continuada em saúde como ferramenta indispensável para a
melhoria nas taxas de sucesso em RCP. Conclusão: Concluímos que, além do pouco
conhecimento, os participantes não conhecem sobre o Protocolo de RCP, todos têm
dificuldades para realizar as manobras de RCP. Além disso, os trabalhos científicos de
enfermagem na área da PCR são escassos no Brasil, sendo imprescindível o incentivo à
produção científica, especialmente no que concerne às questões que considerem o
reconhecimento da PCR e o manejo da RCP.
PALAVRAS-CHAVE: Parada Cardiorrespiratória; Ressuscitação Cardiopulmonar;
Enfermagem; Suporte Básico de Vida.
ABSTRACT
Introduction: Cardiopulmonary arrest (CRP), a serious complication of cardiovascular
diseases (CVDs), expresses a major health problem in the world. Knowing the impact of this
complication on mortality and the poor prognosis of this condition, it is incontestable the
importance of disseminating teaching on how to act in these situations. Objective: it is to
analyze the theoretical performance of nursing students, in performing CPR maneuvers in the
pre hospital context. Method: consists of a research of qualitative nature of the descriptive
type. Data analysis was performed using the Bardin content analysis technique. Results: The
study showed that nursing students have little knowledge about CPR and CRP maneuvers.
Therefore, the data found in the research corroborate the necessity of structuring the
continuing education in health as an indispensable tool for the improvement in the success
rates in CPR. Conclusion: We conclude that, in addition to the lack of knowledge,
participants do not know about the CPR protocol, all have difficulties performing the CPR
maneuvers. In addition, scientific nursing research in the area of CRP is scarce in Brazil, and
it is essential to encourage scientific production, especially regarding questions regarding the
recognition of CRP and the management of CRP.
KEYWORDS: Cardiorespiratory arrest; Cardiopulmonary resuscitation; Nursing; Basic
support of life.
INTRODUÇÃO
As emergências cardiovasculares merecem amplo estudo e discussão no cenário da
saúde pública brasileira. As características peculiares das doenças cardíacas que, em geral, nas
fases avançadas ou nas manifestações agudas podem apresentar complicações graves e letais,
como a parada cardiorrespiratória (PCR), que está numa crescente incidência nos
departamentos de Urgência e Emergência1
.
É evidenciado que a PCR é a mais grave complicação das Doenças Cardiovasculares
(DCVs), o que significa um grande problema de saúde mundial. Conhecendo o impacto que
essa complicação apresenta sobre a mortalidade e o mau prognóstico dessa condição, torna-se
incontestável a importância da disseminação do ensino de como agir nessas situações2
.
A PCR é considerada, pelo ministério da saúde e departamentos de saúde, como uma
condição de emergência, na qual a vítima apresenta interrupção súbita do pulso arterial e
respiração, sendo estas condições vitais à vida. Para tal situação a sobrevivência das vítimas
depende de alguns fatores como: identificação precoce da PCR, rapidez e eficácia na
realização das manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), transporte e cuidados pós-
parada3
.
As vítimas de uma PCR que ficam sem assistência por mais de três minutos podem
evoluir a um prognóstico ruim ou, até mesmo, a óbito devido à falência de órgãos vitais que
ocorre pela deficiência de oxigênio. Na tentativa de minimizar essa condição, o acionamento
do Serviço Móvel Urgência (SAMU), seguido do início das manobras de RCP são
indispensáveis para o sucesso de recuperação da vítima5
.
Diversos estudos realizados em vários estados do Brasil com enfermeiros, médicos e
fisioterapeutas comprovaram que os profissionais de saúde, em geral, sentem dificuldades e
apresentam deficiências relacionadas aos conhecimentos de Suporte Básico de Vida (SBV),
em diversos níveis, sendo os principais: reconhecimento de uma PCR; retardo do tempo de
resposta e de início das manobras de RCP; uso das manobras de acordo com as antigas
diretrizes; desconhecimento sobre como proceder em uma PCR2
.
As diretrizes que regem situações de emergência atuam de forma ampla no intuito de
aperfeiçoar e facilitar as condutas em RCP. No entanto, o que se observa é o desconhecimento
e a falta de preparo de muitos profissionais de saúde e de grande parte da população em geral
acerca deste assunto6
.
O SBV é um conjunto de técnicas para leigos ou profissionais da área da saúde que dá
suporte para atender certas emergências, dentre elas a PCR. Pedir ajuda e acionar o SAMU,
realizar as compressões torácicas, viabilizar abertura de vias aéreas e ventilação, uso de
Desfibrilador Externo Automático (DEA), (se o socorrista possuir capacitação mínima de
manuseio), são condutas que sustentam o SBV7
.
A cadeia de sobrevivência na RCP pré-hospitalar envolve cinco passos importantes e
devem ser sistematizados:
I reconhecimento e acionamento do Serviço Móvel de Emergência.
II iniciar a reanimação de alta qualidade.
III desfibrilação precoce.
IV serviços médicos básicos e avançados de emergência.
V suporte avançado de vida e cuidados pós-PCR8
.
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PCR
A enfermagem é considerada como uma profissão que presta cuidados a outras pessoas,
o cuidar se torna uma ação inerente a profissão. Durante a trajetória de sua história as funções
desempenhadas pela enfermagem se multiplicaram com o passar do tempo, deixando de ser
apenas curativa e ganhando dimensões preventivas e de reabilitação9
.
Desde o surgimento do Processo de Enfermagem nas décadas de 70 com Wanda Horta,
que é a representação maior do método científico da profissão e direcionado pela
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), o enfermeiro mostrou-se ser uma das
peças principais da equipe multidisciplinar, pois, a SAE permite detectar as prioridades de
cada paciente quanto as suas necessidades, fornecendo assim, uma direção para as possíveis
intervenções10
.
Para um atendimento organizado e sistematizado em situação de PCR é de suma
importância uma atuação conjunta, tendo a equipe de enfermagem um importante papel na
reanimação cardiopulmonar, visto que os enfermeiros se dispõem de competência técnica,
profissionalismo e poder de liderança quanto às ações a serem executadas. Contudo, para a
realização desses procedimentos é preciso que os enfermeiros sejam capacitados, tenham
conhecimentos variados e utilizem os equipamentos necessários, sempre visando o alcance do
sucesso no atendimento do paciente10
.
Um dos integrantes da equipe será o líder, cujo objetivo é melhorar o desempenho e a
organização durante a assistência, o médico assume tal posição, devido ter papel legal sob o
aspecto da terapêutica aplicada. Porém, o enfermeiro pode atuar como líder para administrar a
dinâmica da equipe conforme a terapêutica adotada8
.
Na maioria das vezes o enfermeiro é o membro da equipe que primeiro se depara com a
situação de emergência, especialmente a PCR este, porém, deve estar preparado para atuar
com competência, iniciando as manobras básicas de reanimação mais rápido possível, com
finalidade de restabelecimento dos batimentos cardíacos, evitando lesão cerebral10
.
O estudo torna-se justificável por vários motivos, os quais se destacam, as dificuldades
encontradas e falta de habilidades nas manobras de RCP no campo de estágio, enquanto
acadêmicos de graduação em enfermagem e, nas experiências vivenciadas fora do contexto
hospitalar. Esse “confrontamento” nos instigou para este tema, já que nos estágios em
Urgência e Emergência é comum lidar com casos de PCR e, fora do ambiente hospitalar
muitas são as vítimas acometidas por esta condição. Objetivo primário deste trabalho é
analisar o desempenho teórico dos acadêmicos de enfermagem, na realização das manobras de
RCP frente à PCR no contexto pré-hospitalar. Temos por objetivo secundário; conhecer o
desempenho teórico dos acadêmicos de enfermagem na realização das manobras de RCP
frente à PCR no contexto pré-hospitalar, identificar as dificuldades encontradas pelos
acadêmicos na identificação da PCR e realização das manobras de RCP e Caracterizar o perfil
dos acadêmicos de enfermagem participantes da pesquisa.
METODOLOGIA
Para este estudo optou-se por uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo descritiva,
tendo como local de estudo a Faculdade Integrada Brasil Amazônia – FIBRA localizada na
cidade de Belém – PA, para qual foi solicitada a autorização previa para realização do estudo,
após liberação da Plataforma Brasil e do CEP, substanciado com o parecer de Nº 2.324.015.
Durante a realização deste estudo, foram respeitados os princípios éticos e legais conforme
disposto na Resolução nº. 466/12 do CNS.
Foram incluídos os acadêmicos de graduação em enfermagem - FIBRA, matriculados e
que estavam cursando a partir do 7º ao 10º semestre, que desejaram participar da pesquisa,
assinaram o TCLE, que responderam todas as perguntas contidas no questionário, sendo todos
maiores de 18 anos. E excluídos todos os outros participantes que não se encaixaram nos
critérios especificados para o estudo.
Para a obtenção dos dados da pesquisa, foi realizado um curso de SBV para reunir o
público alvo. O instrumento de coleta foi um questionário semiestruturado contendo
perguntas fechadas e perguntas abertas. A coleta de dados foi supervisionada pelos
pesquisadores, para que não fosse coletado dado errado ou desnecessário para a realização da
pesquisa e assim evitar viés. A análise dos dados foi realizada através da técnica de análise de
conteúdo de Bardin.
Os resultados encontrados foram agrupados, categorizados, analisados em forma de
texto e discutido a luz da literatura. Foi utilizado trechos das respostas manifestadas pelos
participantes da pesquisa, tendo como base de fundamentação cientifica o Guideline da
Amarican Heart Association (AHA) de 2015.
RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO
No dia 16 de outubro de 2017 foi realizado o curso de SBV, previamente à execução da
palestra foram coletados os dados de todos os participantes do curso de enfermagem. No
total, participaram 24 acadêmicos, porém permaneceram 15 acadêmicos os quais se
enquadraram nos critérios de inclusão da pesquisa. Observou-se que quanto à idade a faixa
etária de dos participantes foi entre 21 a 29 anos; quanto ao sexo prevaleceu o gênero
feminino; quanto ao semestre a maioria era do 10º. Sobre participação de curso de atualização
em PCR, dos 15 participantes, a maioria respondeu que nunca participou de cursos sobre PCR
e RCP.
Na segunda etapa da pesquisa que trata sobre questões específicas relacionadas à PCR e
RCP, foram agrupadas e categorizadas em 04 categorias distintas. Onde foram denominadas
conforme apresentadas abaixo:
 Reconhecer PCR, (refere-se ao conhecimento e reconhecimento sobre a Parada
Cardiorrespiratória, daqueles que sabem ou não o que é PCR e reconhece através
dos sinais e sintomas). (Ver quadro 01)
 Conhecer a diretriz, (esta categoria trata dos que conhecem o Guideline e
sabem a relação de compressão e ventilação que são aplicadas a uma vítima em
PCR). (Ver quadro 02)
 Vivência em PCR, (trata-se da vivência ou relato de experiência sobre PCR e as
condutas tomadas de diante desta condição. Além disso, aborda o passo a passo
das manobras de RCP em caso de PCR). (Ver quadro 03)
 Medo da PCR, (nesta categoria são relatas as dificuldades encontradas pelos
participantes em proceder com as condutas diante da vítima em PCR). (Ver
quadro 04)
Quadro 01
Reconhecer PCR
Quanto ao conhecimento e reconhecimento da PCR
Dos 15 participantes, 14 afirmaram que sabem o que é PCR. Dos 15 participantes 13
responderam que sabem reconhecer a PCR através dos sinais e sintomas. Do total que
afirmaram saber reconhecer, apenas 06 conseguiram descrever. Ou seja, uma minoria
demonstrou reconhecer e descrever os sinais e sintomas.
A presença de um socorrista capacitado é o principal determinante de sobrevivência de
vítimas em PCR e, o reconhecimento desta condição é a primeira etapa da assistência à
vítima, sendo esta a mais importante fase dos primeiros socorros, pois, o sucesso das demais
etapas depende do primeiro passo que é justamente fazer o reconhecimento da PCR. Portanto,
como pode se evidenciar em nossos resultados, é notória a fragilidade no conhecimento da
maioria dos estudantes do curso de enfermagem referente a esta temática13
.
Como já foi discutido anteriormente, é pertinente a exposição precoce dos estudantes a
este conhecimento, ou seja, desenvolver essa temática desde o ingresso na academia e com o
passar dos semestres ir aprofundando o grau de complexidade no assunto, mantendo os
sempre atualizados e prontos para agir diante de uma eventualidade.
Quadro 02: Saber RCP
Conhecimento sobre a diretriz de RCP
Guideline (AHA) – protocolo de RCP
Dos 15 participantes, 11 não conhecem o Guideline. Dos 15 participantes, 07 disseram saber
a relação de compressão X ventilação. Dos 07 participantes que disseram que sabem sobre a
relação de compressão e ventilação, 06 souberam descrever corretamente essa frequência.
Nota-se que, embora não tendo conhecimento sobre o Guia Internacional de RCP
(Guideline AHA-2015), quase a metade soube responder corretamente sobre a relação de
compressão e ventilação. Porém, compreende-se que mesmo com um número considerável de
acertos desta questão, esses ainda formam o grupo da minoria.
A seguir, evidenciaremos as respostas dos participantes A1 e A3, que souberam
descrever sobre a relação de compressão e ventilação:
“De 100 a 120/m, de 30/30 aplicar duas ventilações”
“Duas ventilações para cada 30 compressões”
Posto que, uma parte tenha conseguido responder corretamente sobre esta relação,
caracterizando menos da metade, este resultado pode ser explicado pelo fato de que em quase
sua totalidade não conhecem o Guideline (guia que rege sobre os preceitos de RCP). A
aplicabilidade das ventilações X compressões é preconizada pela American Heart Association
de 2015 que recomenda 02 ventilações para 30 compressões. Assim como a frequência
recomendada é de 100 a 120 compressões por minuto11
.
Quadro 03: Vivência PCR
Vivência PCR
Frente a frente à PCR
De 15 participantes apenas 03 já se depararam com uma PCR. Dos 15 participantes 07
disseram que saberiam realizar as manobras de RCP caso se deparasse. Desses 07
participantes, 01 não souber descrever o passo a passo de RCP corretamente.
Percebe-se que, de todos os participantes, a minoria descreveu corretamente o passo a
passo das manobras de RCP, a seguir, veremos duas respostas, sendo uma correta e
uma errada respectivamente, sobre o passo a passo das manobras de RCP:
“Observar a responsividade da vítima, verificar o pulso e respiração, caso não haja pulso
nem respiração posicionar a vítima em uma superfície plana e iniciar as manobras aplicando
30 compressões e duas ventilações”.
“Aplicar duas ‘ambuzadas’ para cada 10 compressões”
Como visto nos nossos resultados da pesquisa, pode-se perceber que não há vivências
nos campos de estágios ou os estudantes estão se “esquivando” desta condição, pois, a grande
maioria nunca se deparou com casos de PCR. Além disso, a maioria não saberia realizar as
manobras de RCP caso viessem a se deparar com uma vítima em PCR. Isso prova que os
estudantes têm pouca habilidade e conhecimento com a temática relacionada à RCP.
Quadro 04: Medo da PCR
Medo da PCR
Dificuldades nas Manobras de RCP
Entre as dificuldades descritas pelos participantes estão: falta de conhecimento, nervosismo,
dificuldade em conter os curiosos, insegurança, dificuldade de identificar a PCR, falta de
pratica em RCP.
Quanto às dificuldades mencionadas pelos participantes, pode-se perceber uma
convergência e/ou aproximação entre as respostas dos participantes. Pois, dos 15
participantes, na sua totalidade responderam que sentem dificuldades para o atendimento a
uma vítima em PCR. No geral, assas dificuldades são genéricas entre os participantes, com
destaque para a falta de conhecimento e insegurança, onde a maioria citou. Como pode ser
evidenciado nas respostas de A7, A12 e A14 respectivamente:
“Nervosismo falta de conhecimento e insegurança”
“Falta de conhecimento sobre o assunto, falta de prática para prestar socorro a uma”
“Pessoa em PCR e insegurança”.
“Dificuldades para reconhecer a PCR e realizar as manobras”
Como já discutindo em Santos et al. (2014) que a prática de acadêmicos de enfermagem
em serviço de Urgência e Emergência gera um conjunto de dificuldades para os estudantes,
pode-se concluir que há uma convergência com os resultados obtidos na pesquisa atual, onde
é assegurado essas sensações de embaraço. Vale ressaltar que estas dificuldades estão
voltadas para o foco do ensino-aprendizado que são considerados insuficientes no processo de
formação dos estudantes.
A qualidade da assistência deve ser relacionada com a complexidade de cada caso.
Sabe-se que, a assistência à vítima em PCR é complexa, o que exige do socorrista um grau de
conhecimento considerável. Portanto são compreensíveis e “relevante” os contratempos dos
estudantes em questão. Para Alencar et al. (2013) em diversos estudos realizados em vários
estados do Brasil com enfermeiros, médicos e fisioterapeutas, comprovaram que os
profissionais de saúde, em geral, sentem dificuldades e apresentam deficiências relacionadas
aos conhecimentos de SBV.
CONCLUSÃO
Ficou claro que o sexo feminino ainda predomina na enfermagem, uma vez que, a
maioria dos participantes desta pesquisa é deste gênero. Com média de 24 anos de idade,
percebe-se que esses estudantes estão ingressando precocemente nas graduações, sendo a
maioria solteira e com mais da metade cursando o 10º semestre.
Embora tenham afirmado que conhecem como identificar uma PCR, ficou evidente que
todos os participantes têm dificuldades para realizar as manobras de RCP. Diante disso,
Atuação de acadêmicos de enfermagem nas manobras de RCP pré-hospitalar em PCR
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Atuação de acadêmicos de enfermagem nas manobras de RCP pré-hospitalar em PCR

  • 1. ANDREIA OLIVEIRA CORRÊA JAYMISON BARBOSA DE FREITAS ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NAS MANOBRAS DE RCP PRÉ-HOSPITALAR EM PCR Belém/PA 2017
  • 2. ANDREIA OLIVEIRA CORRÊA JAYMISON BARBOSA DE FREITAS ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NAS MANOBRAS DE RCP PRÉ-HOSPITALAR EM PCR Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Integrada Brasil Amazônia-FIBRA, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientadora: M.Sc. Edileuza Nunes Lima Belém/PA 2017
  • 3. ANDREIA OLIVEIRA CORRÊA JAYMISON BARBOSA DE FREITAS ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NAS MANOBRAS DE RCP PRÉ-HOSPITALAR EM PCR Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Integrada Brasil Amazônia-FIBRA, como requisito para a obtenção do título de Bacharel em Enfermagem. Orientadora: M.Sc. Edileuza Nunes Lima Banca Examinadora Orientadora: M.Sc. Edileuza Nunes Lima _______________________________ Faculdade Integrada Brasil Amazônia. Prof: M.Sc. Natacha Cunha _______________________________ Faculdade Integrada Brasil Amazônia Prof: M.Sc. Virgínia Mercês Lara Pessoa Oliveira _______________________________ Faculdade Integrada Brasil Amazônia Belém – PA 2017
  • 4. DEDICATÓRIA Jaymison: Dedico este trabalho primeiramente а Deus, por ser essencial em minha vida, autor de meu destino, meu guia, socorro presente na hora da angústia, a minha amada mãe Laurinete Barbosa de Freitas, aos meus irmãos, a minha namorada Stephanny, aos meus tios Agenor Sarraf e Ilca Sarraf, aos meus avós paterno e materno que, com muito carinho e apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida. Andreia: Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ter me dado fôlego nesta caminhada, a minha mãe Maria do Rosário, ao meu pai José Corrêa, ao meu esposo Alexandre João e a minha filha Andressa Eloá, que de forma especial estiveram ao meu lado me dando forças e coragem, me apoiando diante das dificuldades.
  • 5. AGRADECIMENTOS Jaymison: Agradeço à pessoa que, desde a fase de adolescente, com elogios, sorrisos, conselhos e apoio fez de mim um apaixonado pelos estudos e por vencer na vida, meu professor e amigo Manoel Moreira. Aos professores, Hóracio Medeiros, Cinthia Brígida, Carlos e Maycon, que, me ensinaram o prazer do cuidar e o desafio da enfermagem. Agradeço àqueles que, em meio às adversidades da vida, fizeram com que o conhecimento não perdesse seu brilho: meus amados tios Agenor Sarraf e Ilca Sarraf, que com seus braços acolhedores, abraçaram-me e conduziram-me para esta conquista. A todos os meus professores que, com exigentes cobranças, palavras de apoio ou histórias de superação, me serviram de profunda inspiração. Agradeço ao meu pai por ter me dado a oportunidade de dar continuidade aos estudos. À minha mãe, pela dedicação do seu amor que, mesmo na distância, me prestou apoio nos maus e bons momentos. À minha família, especialmente meus avós paternos e maternos. A eles, o meu sincero “muito obrigado” por toda a alegria, apoio incondicional e estímulo que sempre injetaram em minha vida. Agradeço à minha namorada Stephanny Souza pelos anos de companheirismo e apoio, pessoa que amo muito e que quero tê-la sempre ao meu lado. Em nome de Ariel Bahia, Hélio Junior, Heliton Bahia, Icaro Arley, Ana Isis, Robson Barbosa, Hiago Bahia, Jaiane Barbosa, Stephanny Barbosa, Rodrigo Tavares, José Luiz, Caio Fábio, Iara Clycia, Alailton Santos, Magno Almeida, Luiza Helena, Ian Braga, Matheus Gomes, Ellen Caroline e os dois Gabriel agradeço a todos os meus amigos, essenciais em todas as etapas da minha vida. Finalmente, agradeço àquela que me acolheu de braços abertos, me conduzindo pelos caminhos da pesquisa com paciência e maestria: minha orientadora e professora Edileuza Nunes. Agradeço a minha colega de TCC, Andreia Corrêa que, dividiu comigo a experiência da pesquisa e, por fim, agradeço aos participantes da pesquisa, que deram sua contribuição para que esse sonho se tornasse realidade.
  • 6. AGRADECIMENTOS Andreia: Agradeço primeiramente ao Senhor Nosso Deus que me deu Fôlego de vida e forças para prosseguir diante de inúmeras dificuldades sendo o melhor mestre que alguém poderia ter. Agradeço minha mãe Maria do Rosário, minha heroína que muitas vezes me deu uma palavra de animo quando pensava já não ter mais forças para prosseguir. Ao meu pai José Corrêa, por me apoiar e me encorajar me ensinando os valores éticos e morais que aprendi nesta vida, é um privilégio ser sua filha, um grande homem, pai e avô. Ao meu esposo Alexandre João e a minha filha Andressa Eloá, que de forma especial estiveram ao meu lado me dando forças e coragem, me apoiando diante das dificuldades. Agradeço aos meus irmãos e familiares, por compreender os momentos em que não pude estar presente. Agradeço ao meu cão Max Emiliano, que nas madrugadas quando todos dormiam, ele estava acordado ao meu lado enquanto estudava. A minha orientadora Prof.Ms. Edileuza Nunes pela dedicação e empenho na elaboração deste trabalho, muito obrigada por suas análises minuciosas e sugestões de grande valia. Ao meu amigo e companheiro de TCC Jaymison Barbosa, que durante essa produção esteve sempre ao meu lado trocando conhecimento. Aos participantes da pesquisa que contribuirão imensamente para este trabalho. A todos que direta ou indiretamente que durante esses cinco anos fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado.
  • 7. “O enfermeiro assume um papel cada vez mais decisivo e pro-ativo no que se refere à identificação das necessidades de cuidado da população, bem como na promoção e proteção da saúde dos indivíduos em suas diferentes dimensões”. (Sou Enfermagem)
  • 8. RESUMO A Parada Cardiorrespiratória (PCR), uma grave complicação das Doenças Cardiovasculares (DCVs), exprime um grande problema de saúde no mundo. Conhecendo o impacto que essa complicação apresenta sobre a mortalidade e o mau prognóstico dessa condição, torna-se incontestável a importância da disseminação do ensino de como agir nessas situações. O objetivo da pesquisa é analisar o desempenho teórico dos acadêmicos de enfermagem, na realização das manobras de RCP frente à PCR no contexto pré-hospitalar. O método consiste em uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo descritiva. A análise de dados foi realizada através da técnica de análise de conteúdo de Bardin. O estudo mostrou que os acadêmicos do curso de enfermagem têm pouco conhecimento sobre as manobras de RCP e PRC. Portanto, os dados encontrados na pesquisa corroboram com a necessidade de estruturação da educação continuada em saúde como ferramenta indispensável para a melhoria nas taxas de sucesso em RCP. Concluímos que, além do pouco conhecimento, os participantes não conhecem sobre o Protocolo de RCP, todos têm dificuldades para realizar as manobras de RCP. Além disso, os trabalhos científicos de enfermagem na área da PCR são escassos no Brasil, sendo imprescindível o incentivo à produção científica, especialmente no que concerne às questões que considerem o reconhecimento da PCR e o manejo da RCP. PALAVRAS-CHAVE: Parada Cardiorrespiratória. Ressuscitação Cardiopulmonar. Enfermagem. Suporte Básico de Vida.
  • 9. ABSTRACT The Cardiorespiratory Arrest (CRP), a serious complication of cardiovascular diseases (CVDs), expresses a major health problem in the world. Knowing the impact of this complication on mortality and the poor prognosis of this condition, it is incontestable the importance of disseminating teaching on how to act in these situations. The objective of the research is to analyze the theoretical performance of nursing students in the performance of CPR maneuvers in the prehospital context. The method consists of a research of qualitative nature of the descriptive type. Data analysis was performed using the Bardin content analysis technique. The study showed that nursing undergraduate students have little knowledge about CPR and CRP maneuvers. Therefore, the data found in the research corroborate the necessity of structuring the continuing education in health as an indispensable tool for the improvement in the success rates in CPR. We conclude that, in addition to the lack of knowledge, participants do not know about the CPR protocol, they all have difficulties performing the CPR maneuvers. In addition, scientific nursing research in the area of CRP is scarce in Brazil, and it is essential to encourage scientific production, especially regarding questions regarding the recognition of CRP and the management of CRP. KEY WORDS: Cardiorespiratory arrest. Cardiopulmonary Resuscitation. Nursing. Basic suport of life.
  • 10. LISTA DE SIGLAS AHA – American Heart Association PCR – Parada Cardiorrespiratória RCP – Reanimação Cardiopulmonar SAV – Suporte Avançado De Vida SBV – Suporte Básico de Vida SUS – Sistema Único de Saúde TCC – Trabalho de Conclusão de Curso SAMU – Serviço Móvel de Urgência DEA – Desfibrilador Externo Automático TRR – Time de Resposta Rápida IES – Instituição de Ensino Superior
  • 11. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................12 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA ......................................................................12 1.2 JUSTIFICATIVA ...........................................................................................14 1.3 PROBLEMÁTICA E QUESTÕES DE PESQUISA........................................15 1.4 HIPÓTESES.................................................................................................18 2 OBJETIVOS........................................................................................................19 2.1 OBJETIVO PRIMÁRIO.................................................................................19 2.2 OBJETIVO SECUNDÁRIO...........................................................................19 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E BASES CONCEITUAIS.................................20 3.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR....20 3.2 CONCEITUAÇÕES PARA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA ...............20 3.3 SUPORTE BÁSICO DE VIDA, PROTOCOLOS E TÉCNICAS DE RCP: Segundo Referencial Teórico de Guideline – AHA – 2015 ....................................22 3.4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PCR ..............................................26 4 METODOLOGIA.................................................................................................28 4.1 DESENHO METODOLÓGICO.....................................................................28 4.2 LOCAL DO ESTUDO ...................................................................................28 4.3 PARTICIPANTES.........................................................................................29 4.3.1 Critério de Inclusão................................................................................29 4.3.2 Critério de Exclusão...............................................................................29 4.4 COLETA DE DADOS ...................................................................................30 4.5 ANÁLISE DE DADOS ..................................................................................31 4.6 ASPECTOS ÉTICOS ...................................................................................32 4.6.1 Riscos....................................................................................................32 4.6.2 Benefícios..............................................................................................33 5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................................34 5.1 RESULTADO, ANÁLISE E DISCUSSÃO.....................................................34 6 DESFECHOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO.......................................................41 7 CONCLUSÃO.....................................................................................................42 8 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 9 APÊNDICE - ROTEIRO PARA COLETA DE DADOS ............................................ 10 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) ...................
  • 12. 11 APÊNDICE - CARTA DE SOLICITAÇÃO PARA PESQUISA NA FIBRA ............ 12 ANEXO: CARTA DE AUTORIZAÇÃO DA IES .................................................... 13 ANEXO: CARTA DE ACEITE.............................................................................. 14 ANEXO: AUTORIZAÇÃO DO CEP ..................................................................... 15 ANEXO: DECLARAÇÃO DOS PESQUISADORES.............................................
  • 13. 12 1 INTRODUÇÃO 1.1 APRESENTAÇÃO DO TEMA As emergências cardiovasculares merecem amplo estudo e discussão no cenário da saúde pública brasileira. As características peculiares das doenças cardíacas que, em geral, nas fases avançadas ou nas manifestações agudas podem apresentar complicações graves e letais, como a parada cardiorrespiratória (PCR), que está numa crescente incidência nos departamentos de Urgência e Emergência (SILVA et al., 2015). É evidenciado que a PCR é a mais grave complicação das Doenças Cardiovasculares (DCVs), o que significa um grande problema de saúde mundial. Conhecendo o impacto que essa complicação apresenta sobre a mortalidade e o mau prognóstico dessa condição, torna-se incontestável a importância da disseminação do ensino de como agir nessas situações (ALENCAR et al., 2013). A parada cardiorrespiratória (PCR) é considerada, pelo ministério da saúde e departamentos de saúde, como uma condição de emergência, na qual a vítima apresenta interrupção súbita do pulso arterial e respiração, sendo estas condições vitais à vida. Para tal situação a sobrevivência das vítimas depende de alguns fatores como: identificação precoce da PCR, rapidez e eficácia na realização das manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), transporte e cuidados pós- parada (LUGON et al, 2014). Em um estudo realizado em Salvador, no qual foram analisados 452 pacientes que receberam reanimação, concluiu-se que a enfermidade cardiovascular se destaca como a principal causa de parada, representando 50% dos casos, seguido de trauma (17%) e pneumopatia (FERREIRA et al., 2013). As vítimas de uma parada cardíaca que ficam sem assistência por mais de três minutos podem evoluir a um prognóstico ruim ou, até mesmo, a óbito devido à falência de órgãos vitais que ocorre pela deficiência de oxigênio. Na tentativa de minimizar essa condição, o acionamento do Serviço Móvel Urgência (SAMU), seguido do início das manobras de RCP são indispensáveis para o sucesso de recuperação da vítima em PCR (GOMES; BRAZ, 2012).
  • 14. 13 Diante da complexidade, a equipe de saúde necessita saber agir com eficiência diante de uma vítima de PCR, principalmente enfermeiros, fisioterapeutas e médicos, visto que estes profissionais atuam no atendimento direto ao paciente e, geralmente, são os primeiros a identificar esta condição, seja dentro ou fora do ambiente hospitalar. Com disso, o processo de educação permanente em RCP é fundamental para essas categoriais (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2013). O sucesso da RCP se dá por quatro condutas principais: rápido reco- nhecimento da PCR; ativação do Serviço de Urgência/ Emergência; imediato início das manobras de RCP e à precoce desfibrilação. Tais condutas necessitam de conhecimentos e habilidades do socorrista para atuar satisfatoriamente nesta situação. RCP é um conjunto de manobras e procedimentos ensinado durante a graduação, sendo pouco aprofundado devido ao tempo das aulas e da especificidade da grade curricular do curso de Enfermagem estar voltada para uma perspectiva generalista (SILVA et al., 2015) A aquisição e retenção de conhecimentos e habilidades em RCP para a enfermagem e a equipe do atendimento desta emergência é uma preocupação destacada nos últimos 20 anos de pesquisa sobre esse tema, pois o desempenho prático durante e pós a conclusão do treinamento tem sido ineficaz (LOURENCINI, 2011). Além disso, essa temática causa angústia e preocupação nos profissionais e estudantes de enfermagem pelo fato de imaginarem que uma conduta incorreta pode resultar na ineficácia da RCP. Portanto, as habilidades e raciocínio rápido são requisitos fundamentais para uma intervenção eficaz, devendo assim, fazer uma associação entre teoria e prática, que deveria ser suficiente para atender uma vítima em PCR. Dessa forma, a abordagem aprofundada durante a graduação de enfermagem é crucial para ampliar o conhecimento dos futuros enfermeiros, os quais poderão, em sua vida profissional, se defrontar com esta condição (GOMES; BRAZ, 2012). Lourencini (2011) ressalta, os estudantes desde o primeiro período de graduação de enfermagem deveriam ser preparados para responder as
  • 15. 14 emergências cardiovasculares iniciando com a progressão de grau de complexidades, conhecimentos e habilidades técnicas, devido uma expectativa inerente da população leiga e até mesmo dos pacientes que estão sendo cuidados por esses estudantes, em que eles saberão atuar em caso de uma emergência. Santos et al. (2014), destacam que a PCR é a situação mais temida pelos profissionais e acadêmicos de enfermagem nos departamentos de Urgência/Emergência e em ambiente pré-hospitalar. Sendo verificado por meio de estudos, que a prática de acadêmicos de enfermagem em serviço de urgência gera insegurança devido ao ensino-aprendizado ainda serem considerados insuficientes para que os mesmos atuem ativamente nesta situação. Além disso, como a prática exige conhecimento e destreza, infere-se que o docente representa papel imprescindível no acompanhamento dos acadêmicos, durante o procedimento para transmitir segurança na execução das técnicas relacionadas ao atendimento da PCR. 1.2 JUSTIFICATIVA Buscamos justificar este estudo incluindo diversos fatores, os quais se destacam, as dificuldades encontradas e falta de habilidades nas manobras de RCP no campo de estágio, enquanto acadêmicos de graduação em enfermagem e, nas experiências vivenciadas fora do contexto hospitalar. Esse “confrontamento” nos instigou para este tema, já que nos estágios em Urgência e Emergência é comum lidar com casos de PCR e, fora do ambiente hospitalar, em vista, muitas são as vítimas acometidas por esta condição. No dia-dia em ambiente pré-hospitalar já presenciamos casos de PCR em que o medo do “Saber Fazer” deixou-nos imobilizado para tomada das condutas imediatas. Estes fatos acorreram em momentos distintos de nossa vida, primeiro foi um caso familiar, resultando em fatalidade e sem mesmo sabermos o que era a PCR. No segundo caso, já enquanto estudante de enfermagem, presenciamos outro caso de PCR onde nos encontrávamos sozinhos com a vítima. Nesse último caso, já entendíamos a importância de prestar socorro, porém, o medo nos dominava por se tratar de uma pessoa que convivíamos. Ao mesmo tempo nos cobrávamos que era
  • 16. 15 preciso agir de forma imediata. Então mantivemos a calma e prestamos os Primeiros Socorros. Diante dos fatos, emergiu a ideia de realizar a pesquisa para o Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) relacionada à Parada Cardiorrespiratória (PCR) e Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). A princípio, em busca de uma revisão na literatura, para responder nosso questionamento referente ao atendimento e condutas frente a PCR e somada às situações vivenciadas em práticas, deparamo- nos com a importância deste tema para a enfermagem, pois no contexto intra- hospitalar os profissionais da enfermagem são os principais a identificar esta condição e, consequentemente, são os primeiros a iniciarem as manobras de ressuscitação enquanto é acionada a equipe de emergência. O estudo aqui proposto terá grande relevância social, uma vez que oportunizará discussão no meio acadêmico acerca da qualidade das manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar em situação de emergência, contribuindo com uma base de dados para futuros estudos e outras publicações, estimuladas por novas pesquisas, sendo relevante, também, por apresentar carência de estudos voltada para este tema. Além disso, contribuirá conosco, os futuros enfermeiros que atuarão nos departamentos de Urgência e Emergência (intra-hospitalar) e nas situações pré- hospitalar, proporcionando observação mais acurada acerca do reconhecimento da Parada Cardíaca, compreendendo-se assim, que os conhecimentos em primeiros socorros têm sido de fundamental importância no pró-agnóstico das vítimas de PCR, o que auxilia no restabelecimento e controle dos sinais vitais. 1.3 PROBLEMÁTICA E QUESTÕES DE PESQUISA Embora nos últimos anos tenham ocorrido muitas mudanças nas diretrizes relacionadas à prevenção da PCR e ao treinamento em RCP, bem como à legislação sobre acesso público à desfibrilação com obrigatoriedade de disponibilização de desfibrilador externo automático (DEA) em locais públicos, muitas vidas ainda são perdidas anualmente no Brasil, relacionadas à parada cardiorrespiratória (PCR). Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, estima-se que ocorrem aproximadamente 200.000 PCR por ano no Brasil, sendo metade dos
  • 17. 16 casos em ambiente hospitalares, e a outra metade em ambiente pré-hospitalar (GONZALEZ, 2013). Uma das principais causas de agravo e morte da população brasileira e mundial são as doenças que envolvem o sistema cardiovascular, podendo levar a ocorrência de PCR. Logo, a PCR é uma situação que ocorre com considerável frequência na população, sendo muitas vezes em locais públicos com fluxo intenso de pessoas, daí a importância de se ter profissionais atualizados e capacitados quanto aos meios de primeiros socorros (FERREIRA et al., 2013). Sobre o Suporte Básico de Vida (SBV), sabe-se que a presença de um socorrista treinado é o principal determinante da sobrevivência de vítimas em PCR, porém, é notório o pouco conhecimento e habilidade da maioria dos profissionais e estudantes da área da saúde referente a esta temática, o que tem se tornado uma questão de preocupação. Sendo assim, a literatura aponta que seria pertinente a exposição precoce de estudantes a este procedimento, ou seja, promover essas habilidades logo no início dos cursos de graduação, que podem ser reforçadas nos anos seguintes (KAWAKAME, 2015). Esse problema se agrava também pela falta de atualização dos profissionais de saúde quanto ao SBV, principalmente entre profissionais que não lidam frequen- temente com situações de PCR. Um estudo realizado com o corpo de enfermagem em um Hospital no Texas demonstrou que esses profissionais obtiveram uma taxa de aprovação de 37%, que declinava para 12% um ano após o curso. Outro estudo, realizado com enfermeiros de um hospital-escola, na Holanda, concluiu que cursos de reciclagem realizados a cada 6 meses são suficientes para se manter as habilidades adequadas para realização de RCP eficiente (ALENCAR et al., 2013). É notório o fato das pessoas comuns não conseguirem identificar a PCR, em um caso de ocorrência fora do ambiente hospitalar, entretanto, é imprescindível a assistência em tempo hábil. Os profissionais de saúde precisam estar preparados para reconhecer e tomar as decisões para as devidas intervenções nos casos de PCR (GUILHERME et al., 2013).
  • 18. 17 Visto que a parada cardiorrespiratória é uma preocupação de saúde no âmbito mundial, reporta sentimentos predominantemente negativos nos acadêmicos de enfermagem e conhecendo o impacto que essa complicação apresenta sobre a mortalidade e o mau prognóstico dessa condição, torna-se evidente a importância da disseminação do ensino de como agir nessas situações. Desse modo, questionou-se: Quais as condutas descritas pelos acadêmicos de graduação em enfermagem, sobre as Manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar diante da Parada Cardiorrespiratória?
  • 19. 18 1.4 HIPÓTESES No contexto atual, os acadêmicos de enfermagem desconhecem sobre os procedimentos em caso de parada cardiorrespiratória, devido à mínima abordagem desse tema durante a graduação. Hipótese 1: os graduandos em enfermagem apresentam limitações teórica quanto à realização das manobras de ressuscitação cardiopulmonar em PCR. Hipótese 0: os graduandos em enfermagem não apresentam limitações teórica quanto à realização das manobras de ressuscitação cardiopulmonar em PCR.
  • 20. 19 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO PRIMÁRIO Analisar o desempenho teórico dos acadêmicos de enfermagem, na realização das manobras de RCP frente à parada cardiorrespiratória no contexto pré-hospitalar. 2.2 OBJETIVO SECUNDÁRIO Identificar as dificuldades encontradas pelos acadêmicos na identificação da PCR e realização das manobras de RCP. Caracterizar o perfil sociodemográfico dos acadêmicos de enfermagem participantes da pesquisa.
  • 21. 20 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E BASES CONCEITUAIS 3.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR Desde sua existência o ser humano se depara com situações de emergência, onde inclui diversos eventos desde os acidentes traumáticos até morte súbita, no entanto sempre tentando trazer a vida novamente. O primeiro indício do surgimento da RCP ocorreu na medicina dos Hebreus, onde encontramos em relatos bíblicos no livro de II Reis capitulo 04 a partir dos versículos 31 a 36, onde o profeta Elizeu encontra a Sunamita no monte Carmelo e ela o leva até sua casa onde ele se depara com o filho dela deitado em uma cama já sem vida, ele orou a Deus e em seguida deita-se sobre o menino e assopra em sua boca e então a criança espirra e depois abre os olhos voltando à vida (ALVES; BARBOSA; FARIA, 2012). No fim do império Romano, em 476 a.C, os métodos de ressuscitação iam desde aplicação de objetos quentes ou queimantes sobre a região do abdômen, até a flagelação chicoteando-se com urtiga. Porém, foi apenas em 1960 que a RCP passou a ser considerada técnica científica, sendo o Dr. Archer S. Gordon, um dos pioneiros da reanimação moderna (FERREIRA et al., 2013). Um simples ato praticado há várias décadas era possível salvar uma vítima de afogamento, inalação gasosa, dentre outras emergências. Com o passar dos anos estudos foram realizados para entender e conhecer o funcionamento do corpo humano. Foram criadas técnicas e protocolos para aprimorar a RCP, sendo assim, elaboradas as políticas e diretrizes que melhorasse o atendimento e tornasse evidente o conceito de PCR (MENEZES et al., 2009). 3.2 CONCEITUAÇÕES PARA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA Parada Cardiorrespiratória é uma condição em que o coração para de bater, ou seja, ausência total de sinais de circulação, pulsação e movimentos respiratórios. Inúmeros fatores podem levar a esta condição; doenças cardíacas pré-existentes, traumas, choque elétrico, doenças pulmonares dentre outros (FONTINELE JUNIOR, 2015). A PCR é enfatizada como uma anormalidade grave, que resulta da cessação de todos os sinais elétricos de controle no coração. Os sinais e sintomas que em
  • 22. 21 geral acompanham a PCR são: a perda da consciência devendo ao fato de que diminui a circulação cerebral; os pulsos carotídeos tornam-se ausentes, assim como os movimentos respiratórios. Através da avaliação desses sinais é feito o diagnóstico imediato da Parada cardiorrespiratória (FERREIRA et al., 2013). Nogueira; Santos (2010) definem a PCR como sendo a interrupção da atividade cardíaca em um indivíduo sem doença terminal. O indivíduo se encontra com ausência de batimentos cardíacos eficazes, ausência de respiração e inconsciente. Para Oliveira et al. (2014) a parada cardiorrespiratória (PCR) pode ser definida como a interrupção de oxigênio tissular, podendo ocorrer em função de alguma deficiência circulatória ou respiratória. A PCR acontece quando o coração, subitamente, para de bombear sangue para o organismo ou quando o coração bate de forma inadequada, não tendo assim débito cardíaco adequado. Segundo Guimarães e Luciano (2015), a parada cardíaca se caracteriza pela ausência dos movimentos cardíacos que garante o fluxo sanguíneo na circulação da vítima e a deficiência na respiração para promover a oxigenação adequada. Podendo ser observado na vítima não responsiva ao chamado, ausência de pulso, ausência de respiração ou presença de Gasping. No Brasil as principais causas da PCR estão voltadas para as doenças do aparelho circulatório, ocasionando a morte em 32% das vítimas acometidas. Segundo dados da OMS, são mais de 17,5 milhões de óbitos por ano causado por doenças cardiovasculares (30%), e mais da metade ocorreram de forma súbita. Ainda segundo a OMS, a cada dois minutos uma pessoa morre em decorrência de doença cardíaca e, a tendência é que esse índice aumente para 1,5 a cada um minuto, até 2050. A cardiopatia isquêmica se sobressai entre as doenças, representando uma das principais causas de morte atualmente (FERREIRA et al., 2013). Muitos são os conceitos, os quais todos preconizam a ausência de atividade respiratória e cardíaca.
  • 23. 22 3.3 SUPORTE BÁSICO DE VIDA, PROTOCOLOS E TÉCNICAS DE RCP: Segundo Referencial Teórico de Guideline – AHA – 2015 Diversos estudos realizados em vários estados do Brasil com enfermeiros, médicos e fisioterapeutas comprovaram que os profissionais de saúde, em geral, sentem dificuldades e apresentam deficiências relacionadas aos conhecimentos de SBV, em diversos níveis, sendo os principais: reconhecimento de uma PCR; retardo do tempo de resposta e de início das manobras de RCP; uso das manobras de acordo com as antigas diretrizes; desconhecimento sobre como proceder em uma PCR (ALENCAR et al., 2013). As diretrizes que regem situações de emergência atuam de forma ampla no intuito de aperfeiçoar e facilitar as condutas em reanimação cardiorrespiratória. No entanto, o que se observa é o desconhecimento e a falta de preparo de muitos profissionais de saúde e de grande parte da população em geral acerca deste assunto (LYRA et al., 2012). O Suporte Básico de Vida (SBV) é um conjunto de técnicas para leigos ou profissionais da área da saúde que dá suporte para atender certas emergências, dentre elas, a PCR. Pedir ajudar e acionar o Serviço de Emergência, realizar as compressões torácicas, viabilizar abertura de vias aéreas e ventilação, uso de DEA (se o socorrista possuir capacitação mínima de manuseio), são condutas que sustentam o SBV (OLIVEIRA, 2016). A cadeia de sobrevivência na reanimação cardiorrespiratória pré-hospitalar envolve cinco passos importantes e devem ser sistematizados: I reconhecimento e acionamento do serviço móvel de emergência. II iniciar a reanimação de alta qualidade. III desfibrilação precoce. IV serviços médicos básicos e avançados de emergência. V suporte avançado de vida e cuidados pós-PCR.
  • 24. 23 Fonte: destaque das diretrizes da AHA 2015 para RCP e ACE 2015 O objetivo da reanimação cardiorrespiratória é manter uma perfusão cerebral e miocárdica mínimas até o retorno dos batimentos cardíacos com pulso, circulação e ventilação pulmonar suficiente (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015). É fundamental para todos os profissionais da área da saúde, que os mesmos tenham conhecimento para o atendimento da PCR, independentemente de sua especialidade. O diagnóstico rápido e correto é uma das garantias para o sucesso da RCP, pois, a avaliação do paciente não deve levar mais que 10 segundos e a ausência de manobras de reanimação não devem ultrapassar cinco minutos (MENEZES et al., 2009). Nas diretrizes da American Heart Association de 2010, o profissional da saúde deveria verificar se havia resposta, olhando para o paciente, para determinar se a respiração estava normal ou ausente. Atualmente, o reconhecimento imediato e acionamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência são os primeiros passos e o socorrista deve pedir ajudar nas proximidades ao encontrar uma vítima que não responde. É mais prático que o socorrista continue a avaliar a respiração e o pulso ao mesmo tempo antes de telefonar ou pedir ajuda. A intenção das alterações feitas nas recomendações é minimizar atrasos e incentivar a rapidez e a eficiência na avaliação e na resposta simultânea (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015).
  • 25. 24 Para Falcão et al. (2011) tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade e é sensato que os profissionais de saúde apliquem compressões torácicas e ventilações em todas as vítimas em PCR, independente se a causa for cardíaca ou não cardíaca. Além do mais, a sequência das ações de socorro pode ser adaptada à causa mais provável da PCR. Para socorristas não treinados são recomendados apenas as compressões torácicas na RCP. De acordo com a American Heart Association de 2015, as compressões torácicas devem ocorrer numa frequência de 100 a 120/min, não podendo ser ultrapassada, pois, à medida que esse valor ultrapassa 120 compressões, a qualidade da RCP é diminuída devido a profundidade das compressões não alcançar 2 polegadas e/ou 5cm que é o recomendado pela AHA 2015. A profundidade das compressões torácicas de aproximadamente 5 cm, está relacionada a uma maior probabilidade de desfechos favoráveis quando comparada com compressões menos profunda. É importante que os socorristas saibam que a profundidade das compressões torácicas é em geral mais superficial do que profunda, não podendo exceder 2,4 polegadas e/ou 6 cm pois a frequência das compressões depende da profundidade que estão sendo aplicadas. Quanto ao retorno do tórax o socorrista deve evitar apoiar-se no tórax entre as compressões, para permitir o retorno total do tórax da vítima, evitando que ocorra uma pressão intratorácica que reduz o retorno venoso (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2013). Para as interrupções das compressões torácicas, os socorristas devem minimizar as frequências e duração das mesmas para maximizar o número das compressões aplicadas por minuto. Para vítimas em PCR que recebem RCP sem o auxílio de uma aérea avançada, pode-se executar a RCP com a intenção de obter uma fração de compressões torácica tão alta quanto possível, tendo em meta pelo menos 60%. O limite máximo das interrupções das compressões torácicas não deve ultrapassar 10 segundos (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015). A relação da compressão-ventilação em caso de parada pré-hospitalar depende do número de socorristas. Quando houver um ou dois socorristas é aplicado 2 ventilações por 30 compressões. Se houver um terceiro, esse deve ir à
  • 26. 25 busca de um DEA para iniciar a desfibrilação. Quando os socorristas são bem treinados os mesmos são encorajados a executar simultaneamente algumas etapas da RCP na tentativa de reduzir danos na vítima em PCR (PARECER COREN-SP CAT Nº 007 / 2010). Choque primeiro versus RCP primeiro, em PCR de adultos presenciada, quando há um DEA imediatamente, o mesmo deverá ser usado o mais rápido possível. Quando a PCR ocorrer sem monitoramento ou quando não houver um DEA disponível, a primeira conduta é iniciar a RCP enquanto o desfibrilador é obtido para realizar a desfibrilação, caso for indicada pelo socorrista, (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015). Em muitos casos de parada cardíaca, seja qual for à causa, a morte pode ser evitada se a cadeia assistencial for eficaz para devidas tentativas de garantir a sobrevivência do paciente, isso serve para ambiente pré-hospitalar e ambiente intra- hospitalar. Para tanto, é preciso que o treinamento em RCP adote princípios educacionais respaldados por pesquisas que venha traduzir o conhecimento científico em prática (OLIVEIRA, 2016). Nos últimos anos, houve diversos avanços nas estratégias para o atendimento das emergências cardiovasculares, dentre as quais se destaca a criação dos Times de Resposta Rápida (TRR). Os TRR são compostos por equipe multiprofissional (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas) e têm como objetivo identificar e tratar precocemente os pacientes (adultos e pediátricos) que apresentam alteração clínica ou estão correndo risco de morte fora do ambiente de unidades críticas. Em ambiente pré-hospitalar as manobras de RCP é realizada pela pessoa que se sente mais preparada ou treinada, presente no local onde se encontra a vítima (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2013). A relação entre os integrantes da equipe multidisciplinar é de extrema importância, a fim de amenizar o sofrimento laboral. Após tentativas frustradas de reanimação, faz-se necessário parar para reconhecer os pontos falhos na assistência. Porém, esse é um momento quase raro, mas de extrema importância para a melhoria da assistência (GUILHERME et al., 2013).
  • 27. 26 3.4 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PCR A enfermagem é considerada como uma profissão que presta cuidados a outras pessoas, o cuidar se torna uma ação inerente a profissão. Durante a trajetória de sua história as funções desempenhadas pela enfermagem se multiplicaram com o passar do tempo, deixando de ser apenas curativa e ganhando dimensões preventivas e de reabilitação (NOGUEIRA, SANTOS, 2010). Desde o surgimento do Processo de Enfermagem nas décadas de 70 com Wanda Horta, que é a representação maior do método científico da profissão e direcionado pela Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), o enfermeiro mostrou-se ser uma das peças principais da equipe multidisciplinar, pois, a SAE permite detectar as prioridades de cada paciente quanto as suas necessidades, fornecendo assim, uma direção para as possíveis intervenções (MARIA, 2012). Para um atendimento organizado e sistematizado em situação de PCR é de suma importância uma atuação conjunta, tendo a equipe de enfermagem um importante papel na reanimação cardiopulmonar, visto que os enfermeiros se dispõem de competência técnica, profissionalismo e poder de liderança quanto às ações a serem executadas. Contudo, para a realização desses procedimentos é preciso que os enfermeiros sejam capacitados, tenham conhecimentos variados e utilizem os equipamentos necessários, sempre visando o alcance do sucesso no atendimento do paciente (GUILHERME et al., 2013). Como preconiza a American Heart Association (2015), que um dos integrantes da equipe seja o líder, cujo objetivo é melhorar o desempenho e a organização durante a assistência, o médico assume tal posição, devido ter papel legal sob o aspecto da terapêutica aplicada. Porém, o enfermeiro pode atuar como líder para administrar a dinâmica da equipe conforme a terapêutica adotada. Como menciona Santos et al. (2016), que na maioria das vezes o enfermeiro é o membro da equipe que primeiro se depara com a situação de emergência, especialmente a parada cardiorrespiratória, este, porém, deve estar preparado para atuar com competência, iniciando as manobras básicas de reanimação mais rápido possível, com finalidade de restabelecimento dos batimentos cardíacos, evitando lesão cerebral.
  • 28. 27 Em geral, constata-se que o enfermeiro desempenha prática relevante na condição de integrante no plantel de socorro. Ele acaba, na maioria das vezes, identificando imediatamente, a iminência de morte nas condições da vítima. Por esses termos, esse profissional assume a liderança nos procedimentos de reanimação, administração, coordenação, educação das técnicas e articulação no seio das equipes multiprofissionais (PEREIRA et al., 2015). Com isso, assinala Diogo Pereira et al, o enfermeiro “proporciona assim um atendimento ágil, sincronizado, eficiente, e maximizando a qualidade da assistência” (PEREIRA et al., 2015, p. 9). Assim sendo, os profissionais devem se atualizar através dos cursos: Suporte Básico de Vida e Suporte Avançado de Vida. A ILCOR trabalha não só com os profissionais de saúde, mas também com os leigos, a fim de promover experiências nas práticas de RCP (MENEZES et al., 2009).
  • 29. 28 4 METODOLOGIA 4.1 DESENHO METODOLÓGICO Para elaboração deste estudo optou-se pela realização de uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo descritiva e exploratória, adequada para elucidar o conhecimento teórico de estudantes de graduação em enfermagem referente às manobras de RCP frente a PCR. A pesquisa qualitativa se volta para os aspectos da realidade que não podem ser quantificados, ou seja, abrange o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (GERHARDT, SILVEIRA, 2009). A pesquisa descritiva exige do pesquisador uma série de informações sobre o que deseja investigar. Esse tipo de pesquisa tem como finalidade descrever as características de uma população, fenômeno ou experiência, proporciona novas visões sobre uma realidade já conhecida. A pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. A grande maioria dessas pesquisas envolve: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que estimulem a compreensão (GERHARDT, SILVEIRA, 2009). 4.2 LOCAL DO ESTUDO Esta pesquisa foi realizada na Faculdade Integrada Brasil Amazônia – FIBRA localizada na AV. Gentil Bittencourt 1144, bairro Nazaré, cidade de Belém – PA no período de agosto a outubro de 2017, para qual foi solicitada a autorização para realização do estudo, após liberação do Comitê de Ética em Pesquisa e pela plataforma Brasil. Parecer 2.324.015. A instituição dispõe dos cursos de graduação em enfermagem, administração, biomedicina, farmácia, odontologia, nutrição, serviço social, direito, gestão de recursos humanos, gestão comercial, pedagogia licenciatura, letras licenciatura, letras bacharelado, história licenciatura, geografia licenciatura. Tem como missão
  • 30. 29 contribuir com o desenvolvimento sustentável do Pará, da Amazônia e do Brasil, por meio da formação de cidadãos críticos, empreendedores, inovadores, criativos, tecnicamente competentes nas suas áreas de atuação, capazes de promover a diminuição das desigualdades sociais e de reafirmar os valores sociais que conduzam ao progresso, à paz e à justiça social (FACULDADE INTEGRADA BRASIL AMAZÔNIA, 2017). 4.3 PARTICIPANTES A presente pesquisa contou com a participação dos graduandos de enfermagem do 7º ao 10º semestre, devido nesta fase da graduação os alunos já terem contato com algumas disciplinas voltadas ao assunto em questão, com os quais foi realizado o estudo e que atenderam os critérios de inclusão, onde os mesmos foram informados sobre os objetivos da pesquisa e, que suas participações ocorreram por meio de perguntas semiestruturada. Os codinomes dos participantes seguem a ordem de coleta, pois, os mesmo se recusaram a auto intitularem. Portanto, serão tratados como A1, A2, A3 e assim sucessivamente, onde A significa aluno + o número que caracterizam a ordem de coleta de dados de cada estudante. 4.3.1 Critério de Inclusão Acadêmicos de graduação em enfermagem da Faculdade Integrada Brasil Amazônia- FIBRA, matriculados e que estavam cursando a partir do 7º ao 10º semestre, que desejaram participar da pesquisa, assinaram o TCLE, que responderam todas as perguntas contidas no questionário, sendo todos maiores de 18 anos. 4.3.2 Critério de Exclusão Acadêmicos de outros cursos de graduação da FIBRA ou de outras IES, estudantes de graduação de enfermagem que não estavam matriculados regularmente no curso, acadêmicos de enfermagem que não estavam cursando entre o 7º e o 10º semestre, estudantes que se recusaram a responder todas as perguntas contidas no questionário, quem se sentiu constrangido com as perguntas e menores de 18 anos.
  • 31. 30 4.4 COLETA DE DADOS Chamamos de “coleta de dados” a fase da pesquisa, cujo objetivo é obter informações da realidade. Nessa etapa, definimos onde e como será realizada a pesquisa (PRODANOV, FREITAS, 2013). Para a obtenção dos dados da pesquisa, foi realizado um curso de primeiros socorros. A ideia inicial era aplicar o instrumento de coleta de dados (sistema que obtém informações diretamente do pesquisado) para analisar o conhecimento prévio dos acadêmicos de enfermagem sobre as Manobras de RCP. Em seguida, seria ministrado o curso de Suporte Básico de Vida, por um profissional habilitado na área. Ao término do curso, seria reaplicado o mesmo instrumento de coleta de dados aos participantes e, assim, seriam realizadas as análises do conhecimento prévio e após a realização do curso. Devido aos participantes terem se recusado de participar do segundo momento de coleta, opinamos em analisar e caracterizar somente os dados do instrumento relacionado à aplicação prévia. Sendo assim, o curso ministrado contribuiu para realizarmos a coleta dos dados através da chamada. Além disso, colaborou com o conhecimento dos participantes. O instrumento de coleta foi semiestruturado contendo perguntas fechadas e perguntas abertas. O questionário foi composto de duas partes, a primeira parte contém perguntas referentes aos dados sócios demográficos dos participantes e a segunda etapa contém as perguntas relacionadas com a proposta da pesquisa. Os dados sócios demográficos não tiveram interferência no resultado da pesquisa. A coleta de dados foi supervisionada pelos pesquisadores, para que não fosse coletado dado errado ou desnecessário para a realização da pesquisa e assim evitar viés de pesquisa. Do mesmo modo, todos os dados coletados foram observados e, assim, não houve necessidade de fazer a reaplicação do instrumento. Foi realizada no período de setembro a outubro de 2017, após autorização prévia da Instituição de Ensino Superior (IES), cadastro na Plataforma Brasil e autorização do Comitê de Ética em Pesquisa. Para a Instituição foi enviado uma cópia do projeto junto com a solicitação para a realização da pesquisa.
  • 32. 31 4.5 ANÁLISE DE DADOS A análise dos dados foi realizada através da técnica de análise de conteúdo de Bardin. “A análise de conteúdo, enquanto método torna-se um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens” (BARDIN, 1977). A análise de conteúdo de Bardin é composta de três fases fundamentais: Pré- análise, Exploração do Material, Tratamento dos Resultados - inferência e interpretação. Fonte: Bardin, 2011. A primeira etapa chamada de pré-análise, é a fase da organização propriamente dita, onde se define o esquema de trabalho, porém, podendo ser flexível dependendo da necessidade. Neste momento reunimos todo o material utilizado na coleta de dados e foram aplicados os critérios de inclusão e exclusão. Na segunda etapa denominada de Exploração do Material, os questionários foram analisados e categorizados em grupos que reúnem as características comuns e incomuns das respostas. Neste momento, foram organizados os questionários por semestres para dar viés à próxima fase. Na terceira etapa foi realizado o Tratamento dos Resultados - inferência e interpretação. Firmamos nos resultados para torná-los válido e significativo. Esta interpretação foi além do conteúdo dos documentos, onde analisamos cada resposta e comparamos entre si.
  • 33. 32 Os resultados encontrados foram agrupados, categorizados, analisados em forma de texto e discutido a luz da literatura. Foi utilizados trechos das respostas manifestadas pelos participantes da pesquisa, tendo como base de fundamentação cientifica o Guideline da Amarican Heart Association (AHA) de 2015. 4.6 ASPECTOS ÉTICOS Durante a realização deste estudo, foram respeitados os princípios éticos e legais dessa pesquisa, conforme disposto na Resolução nº. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde – CNS. A Resolução 466/2012/CNS/MS/CONEP, enfatiza que as pesquisas envolvendo seres humanos devem atender aos fundamentos éticos e científicos pertinentes, pois a eticidade da pesquisa implica em: respeito ao participante da pesquisa em sua dignidade e autonomia, reconhecendo sua vulnerabilidade, assegurando sua vontade de contribuir e permanecer, ou não, na pesquisa, por intermédio de manifestação expressa, livre e esclarecida (BRASIL, 2012). Com base nesta resolução, será garantido o anonimato das informações dos que participaram da pesquisa, onde foram identificados por codinomes relacionados à ordem de coleta, minimizando todos os riscos de vazamento das informações obtidas. O projeto foi submetido à plataforma Brasil, que é um sistema eletrônico criado pelo Governo Federal para sistematizar o recebimento dos projetos de pesquisa que envolva seres humanos nos Comitês de Ética em todo o país. Posteriormente encaminhou o projeto ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Assim, foi emitido na Faculdade Metropolitana da Amazônia (FAMAZ) o Parecer 2.324.015. 4.6.1 Riscos Entre os riscos, os acadêmicos poderiam apresentar constrangimento no momento de responderem aos questionários, desistência em participar da pesquisa, vazamento de informações. Esses riscos foram prevenidos mantendo-se o sigilo das
  • 34. 33 informações coletadas dos participantes, de forma a preservar a integridade destes na pesquisa. 4.6.2 Benefícios Quanto aos benefícios, o estudo permitirá aos acadêmicos, profissionais e instituições de saúde conhecer o perfil e o conhecimento teórico dos acadêmicos de enfermagem da Faculdade Integrada Brasil Amazônia, relacionado às manobras de ressuscitação cardiopulmonar. Além disso, viabiliza novos estudos através da disponibilização da pesquisa para a faculdade e serviços de Saúde.
  • 35. 34 5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 5.1 RESULTADO, ANÁLISE E DISCUSSÃO No dia 16 de outubro de 2017 foi realizado o curso de primeiros socorros. Este curso tinha como objetivo dar subsídio teórico e técnico para os estudantes da área da saúde. Foi ministrada aula teórica e, posteriormente aula prática com simulação realística. Previamente à execução da palestra, foram coletados os dados de todos os participantes do curso de enfermagem. No total, participaram 24 acadêmicos da Faculdade Integrada Brasil Amazônia, sendo do 1º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º e 10º semestre. Para buscar atender o objetivo principal da pesquisa, foram aplicados os critérios de inclusão e exclusão, sendo excluídos 09 participantes. Portanto, permaneceram os participantes que se enquadraram nos critérios de inclusão da pesquisa, totalizando 15 acadêmicos. Dos 15 participantes, elaborou-se um quadro para caracterizar o perfil socioeconômico dos acadêmicos que é a primeira etapa do processo de coleta de dados (Ver quadro 01). Quadro 01 Perfil socioeconômico dos participantes da palestra sobre PCR Quanto à idade A faixa etária de idades dos participantes foi entre 21 a 29 anos Quanto ao sexo Prevaleceu o sexo feminino Quanto ao estado civil A maioria eram solteiros Quanto ao semestre A maioria era do 10º semestre Os participantes da pesquisa têm em média 24 anos, prevalecendo o sexo feminino. Dos 15 participantes, em quase sua totalidade são solteiros, onde a maioria está cursando o 10° semestre. Essas características não interferem no resultado da pesquisa. Os participantes foram questionados sobre a participação em cursos de atualização em primeiros socorros. Como será mostrado no quadro a seguir, os
  • 36. 35 acadêmicos pouco participam de cursos voltados para esta temática (Ver quadro 02). Quadro 02 Participação em cursos de atualização em Primeiros Socorros Dos 15 participantes, a maioria (12) respondeu que nunca participou de curso sobre PCR e RCP. Na segunda etapa da pesquisa que trata sobre questões específicas relacionada à PCR e RCP, foram agrupadas e categorizadas em 4 categorias distintas. Foram nominadas conforme apresentadas abaixo:  Reconhecer PCR, (refere-se ao conhecimento e reconhecimento sobre a Parada Cardiorrespiratória, daqueles que sabem ou não o que é PCR e reconhece através dos sinais e sintomas). (Ver quadro 03)  Relação compressão X ventilação, (esta categoria trata dos que conhecem o Guideline e sabem a relação de compressão e ventilação que são aplicadas a uma vítima em PCR). (Ver quadro 04)  Vivência em PCR, (trata-se da vivência ou relato de experiência sobre PCR e as condutas tomadas de diante desta condição. Além disso, aborda o passo a passo das manobras de RCP em caso de PCR). (Ver quadro 05)  Medo da PCR, (nesta categoria são relatas as dificuldades encontradas pelos participantes em proceder com as condutas diante da vítima em PCR). (Ver quadro 06) As perguntas foram agrupadas e categorizadas para melhor interpretação dos dados, pois, as mesmas se entrelaçam entre si. Juntou-se as perguntas que mantêm melhor relação e aproximação para que não houvesse má interpretação e/ou até mesmo fugisse do contexto no momento da discussão. Os codinomes dos participantes foram denominados pela ordem de coleta. Com isso, os mesmos serão tratados como A que significa aluno e 1, 2, 3, 4 que
  • 37. 36 significa a ordem de coleta dos dados. Exemplo: A1, A2, A3, A4 e assim sucessivamente. Quadro 03: Reconhecer PCR Quanto ao conhecimento e reconhecimento da PCR Dos 15 participantes, 14 afirmaram que sabem o que é PCR. Dos 15 participantes 13 responderam que sabem reconhecer a PCR através dos sinais e sintomas. Do total que afirmaram saber reconhecer, apenas 06 conseguiram descrever. Ou seja, uma minoria demonstrou reconhecer e descrever os sinais e sintomas. Quanto ao conhecimento e reconhecimento da PCR, dos 15 participantes da pesquisa somente um respondeu que não sabia o que é PCR. Tendo a maioria afirmado que sabem o que é PCR, tornou-se importante buscar a identificação dos sinais e sintomas. Dos 15, 13 responderam que conseguiriam identificar uma PCR através dos sinais e sintomas. Porém, quando responderam a questão seguinte, que tratava dos sinais e sintomas especificamente, percebeu-se uma contradição, uma vez que a maioria não soube descrevê-los corretamente. Como evidenciado nas respostas de A14 e A11 que caracteriza uma resposta correta e uma resposta errada respectivamente: “Ausência de pulso, dilatação das pupilas, ausência de movimentos respiratórios, dor no tórax” “Dispneia, pulso fraco, diminuição do nível de consciência” Kawakame (2015), em seu estudo, ressalta que a presença de um socorrista capacitado é o principal determinante de sobrevivência de vítimas em PCR e, o reconhecimento desta condição é a primeira etapa da assistência à vítima, sendo esta a mais importante fase dos primeiros socorros, pois, o sucesso das demais etapas depende do primeiro passo que é justamente fazer o reconhecimento da PCR. Portanto, como pode ser evidenciar em nossos resultados, é notório o pouco conhecimento da maioria dos estudantes do curso de enfermagem referente a esta temática.
  • 38. 37 Como já foi discutido anteriormente, é pertinente a exposição precoce dos estudantes a este conhecimento, ou seja, desenvolver essa temática logo no início dos cursos de graduação, que podem ser reforçadas nos anos seguintes. Quadro 04: Relação compressão X ventilação Guideline (AHA) – protocolo de RCP Dos 15 participantes, apenas 4 conhecem o Guideline. Dos 15 participantes, 07 disseram saber a relação de compressão X ventilação. Dos 07 participantes que disseram que sabem sobre a relação de compressão e ventilação, 06 souberam descrever corretamente essa frequência. Quanto ao Guideline e a relação de compressão e ventilação, em quase sua totalidade responderam que não conhecem o Protocolo da AHA. Pouco menos da metade responderam que sabem sobre a relação da frequência de compressão e ventilação. Na questão seguinte que tratava sobre a frequência de compressão e ventilação especificamente, os participantes que afirmaram saber sobre essa frequência, praticamente todos descreveram corretamente. Nota-se que, embora não tendo conhecimento sobre o Guia Internacional de RCP (Guideline AHA-2015), quase a metade soube responder corretamente sobre a relação de compressão e ventilação. Porém, compreende-se que mesmo com um número considerável de acertos desta questão, esses ainda formam o grupo da minoria. A seguir, evidenciaremos as respostas dos participantes A1 e A3, que souberam descrever sobre a relação de compressão e ventilação: “De 100 a 120/m, de 30/30 aplicar duas ventilações” “Duas ventilações para cada 30 compressões” Posto que, uma parte tenha conseguido responder corretamente sobre esta relação, caracterizando menos da metade, este resultado pode ser explicado pelo fato de que em quase sua totalidade não conhecem o Guideline (guia que rege sobre os preceitos de RCP). A aplicabilidade das ventilações X compressões é preconizado pela American Heart Association de 2015 que recomenda 2 ventilações
  • 39. 38 por 30 compressões. Assim como a frequência recomendada é de 100 a 120 compressões por minuto (AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2015). Quadro 05: Vivência PCR Frente a frente à PCR De 15 participantes apenas 03 já se depararam com uma PCR. Dos 15 participantes 07 disseram que saberiam realizar as manobras de RCP caso se deparasse. Desses 07 participantes, 01 não souber descrever o passo a passo de RCP corretamente. Em relação às vivências em PCR, de 15 participantes a maioria nunca se deparou com uma PCR. Dos 15 participantes, a metade respondeu que saberiam realizar as manobras de RCP caso se deparassem com uma PCR. Porém, um participante, dos que afirmaram que saberiam, não soube descrever o passo a passo das manobras corretamente. Percebe-se que, de todos os participantes, a minoria descreveu corretamente o passo a passo das manobras de RCP. A seguir, veremos duas respostas, sendo uma correta e uma errada respectivamente, sobre o passo a passo das manobras de RCP: “Observar a responsividade da vítima, verificar o pulso e respiração, caso não haja pulso nem respiração posicionar a vítima em uma superfície plana e iniciar as manobras aplicando 30 compressões e duas ventilações” “Aplicar duas ‘ambuzadas’ para cada 10 compressões” Como visto nos nossos resultados da pesquisa, pode-se perceber que não há vivências nos campos de estágios, ou, os estudantes estão se “esquivando” desta condição, pois, a grande maioria nunca se deparou com casos de PCR. Além disso, a maioria não saberia realizar as manobras de RCP caso viessem a se deparar com uma vítima “parada”. Isso prova que os estudantes têm pouca habilidade e conhecimento com a temática relacionada à PCR e RCP.
  • 40. 39 Quadro 06: Medo da PCR Dificuldades nas Manobras de RCP Entre as dificuldades descritas pelos participantes estão: falta de conhecimento, nervosismo, dificuldade em conter os curiosos, insegurança, dificuldade de identificar a PCR, falta de pratica em RCP. Quanto às dificuldades mencionadas pelos participantes, pode-se perceber uma convergência e/ou aproximação entre as respostas dos participantes. Pois, dos 15 participantes, na sua totalidade responderam que sentem dificuldades para o atendimento a uma vítima em PCR. No geral, assas dificuldades são genéricas entre os participantes, com destaque para a falta de conhecimento e insegurança, onde a maioria citou. Como pode ser evidenciado nas respostas de A7, A12 e A14 respectivamente: “Nervosismo, falta de conhecimento e insegurança” “Falta de conhecimento sobre o assunto, falta de prática para prestar socorro a uma pessoa em PCR e insegurança” “Dificuldades para reconhecer a PCR e realizar as manobras” Como já discutindo em Santos et al. (2014) que a prática de acadêmicos de enfermagem em serviço de urgência e emergência gera um conjunto de dificuldades para os estudantes, pode-se concluir que há uma convergência com os resultados obtidos na pesquisa atual, onde é assegurado essas sensações de embaraço. Vale ressaltar que estas dificuldades estão voltadas para o foco do ensino-aprendizado que são considerados insuficientes no processo de formação dos estudantes. Ainda que o ensino-aprendizado seja considerado insuficiente, a qualidade da assistência deve ser relacionada com a complexidade de cada caso. Sabe-se que, a assistência à vítima em PCR é complexa, o que exige do socorrista um grau de conhecimento considerável. Portanto, é compreensível e “relevante” os contratempos dos estudantes em questão. Para Alencar et al. (2013) em diversos estudos realizados em vários estados do Brasil com enfermeiros, médicos e
  • 41. 40 fisioterapeutas, comprovaram que os profissionais de saúde, em geral, sentem dificuldades e apresentam deficiências relacionadas aos conhecimentos de SBV.
  • 42. 41 6 DESFECHOS PRIMÁRIO E SECUNDÁRIO O principal resultado esperado para o final do estudo era tomar conhecimento do desempenho teórico dos estudantes de graduação em enfermagem, em casos de parada cardiorrespiratória acerca das manobras de ressuscitação cardiopulmonar e, saber se esses estudantes estão absorvendo o conhecimento que é ministrado dentro da sala de aula. Tendo como referência os estudantes de enfermagem da Faculdade Integrada Brasil Amazônia – FIBRA. Este resultado foi alcançado, pois, mesmo concluindo que os acadêmicos de enfermagem tenham limitações quanto ao conhecimento teórico sobre PRC e RCP, tivemos a caracterização do perfil dos estudantes da faculdade em questão. Para o resultado secundário, esperava-se no final do estudo a obtenção dos dados e análise para fechamento dos resultados e, concomitantemente publicação para submissão em periódicos da área da enfermagem. Os dados foram coletados, analisados, discutido e concluído de acordo com os autores que foram explorados no decorrer da pesquisa. Portanto, o objetivo secundário foi alcançando como se esperava.
  • 43. 42 7 CONCLUSÃO Ficou claro que as pessoas do sexo feminino ainda têm certo “domínio” na classe dos enfermeiros, uma vez que, a maioria dos participantes desta pesquisa é predominantemente deste gênero. Com média de 24 anos de idade, percebe-se que esses estudantes estão ingressando precocemente nas graduações, sendo a maioria solteiros e com mais da metade cursando o 10º semestre. Embora tenham afirmado que conhecem como identificar uma PCR, ficou evidente que todos os participantes têm dificuldades para realizar as manobras de RCP. Diante disso, percebe-se uma contradição de conhecimento uma vez que uma parcela dos participantes sabe reconhecer o problema, porém, têm dificuldades para reverter através das intervenções. Quando relacionado com o objetivo primário da pesquisa, concluímos que a maioria dos participantes possui um baixo nível de conhecimento quanto ao desempenho teórico sobre as manobras de RCP. Além disso, demostram fragilidade diante do Protocolo Internacional de RCP. Essas limitações estão relacionadas com o pouco contato que esses estudantes têm com as vivências sobre PCR. Em sala de aula os participantes não estão conseguindo absorver os conhecimentos a eles transmitidos. Pode-se, também, levar em consideração o desconhecimento referente ao Protocolo, o qual atribui embasamento teórico para os estudantes da área de enfermagem, tornando- os assim, limitados para as habilidades e autocontrole dos primeiros socorros. Mesmo que, o resultado seja preocupante, teve-se a questão de pesquisa e os objetivos alcançados, que eram justamente tomar conhecimento das condutas, grau de conhecimento e dificuldades expressas pelos participantes. Em incentivo a outras pesquisas, sugerimos que essa temática seja fortalecida através do ensino dentro da sala de aula. Que na prática seja mais evidente através da exposição precoce desses estudantes. E por fim, que haja sempre convergência entre teoria e prática.
  • 44. 8 REFERÊNCIAS ALENCAR, Lara Guerra Lucena Matias et al. Programa de Educação em Reanimação Cardiorrespiratória – PERC. Projeto da Universidade Federal do Ceará – UFC, vinculado ao Departamento de Medicina Clínica e à Pró-Reitoria de Extensão. Disponível em: <http://www.publicacoes.ufes.br/guara/article/viewFile/ 9841/6663 > Acesso em 15 abril. 2017. ALVES, A. A.; BARBOSA, C.N.S.; FARIA H.T.G. Parada cardiorrespiratória e enfermagem: o conhecimento acerca do suporte básico de vida, 2012. American Heart Association. Atualização das Diretrizes de Ressustição Cardiopulmonar e Atendimento Cardiovascular e Emergência, 2015. BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA, 2009. BOAVENTURA, Ana Paula et al. Suporte Básico de Vida para os Alunos do Curso de Graduação em Enfermagem. J Health Sci Inst. p. 155-7, 2010. BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº466 /12. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, 2012. Faculdade Integrada Brasil Amazônia. Disponível em: < http://www.fibrapara.edu.br/site/>. Acessado em 28 abr. 2017. FALCÃO, Luiz Fernando dos Reis; FEREZ David; AMARAL, José Luiz Gomes do. Atualização das Diretrizes de Ressuscitação Cardiopulmonar de Interesse ao Anestesiologista. Revista Brasileira de Anestesiologia. Setembro-Outubro, 2011. FERREIRA, Marilaine M. de Menezes et al. Ressuscitação Cardiopulmonar: uma Abordagem Atualizada. Revista Enfermagem Contemporânea. Agosto, 2013. FONTINELE JUNIOR, Klinger; SARQUIS, Savio Ignácio. J.S. Urgências e Emergências em Enfermagem. Ed. Nova tiragem 2015, Goiânia: AB, 2004. GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de Pesquisa. Série Educação a Distância. 1. Ed. Editora UFRGS. Rio Grande do Sul, 2009. GOMES, Juliana Araújo Pereira; BRAZ, Márcia Ribeiro. Conhecimento de Acadêmicos de Enfermagem frente à Parada Cardiorrespiratória. Cadernos UniFOA, Edição nº 18. Abril, 2012. GUILHERME, Maria Isabel Silva et al. O Atendimento de Enfermagem em Casos de Parada Cardiorrespiratória (PCR). Conselho Federal de Enfermagem – COFEN. disponível em: <http://apps.cofen.gov.br/cbcenf/sistemainscricoes/arquivosTrabalhos/I52368.E12.T1 0532.D8AP.pdf.> Acessado em 24/03/2017. GUILHERME, Maria Isabel Silva et al. O Atendimento de Enfermagem em Casos de Parada Cardiorrespiratória (PCR). Disponível em:
  • 45. <http://apps.cofen.gov.br/cbcenf/sistemainscricoes/arquivosTrabalhos/I52368.E12.T1 0532.D8AP.pdf>. Acessado em 18 abr. 2016. GUIMARÃES, K. C; LUCIANO C.C. O Conhecimento do Enfermeiro Frente condutas às Vitimas em Parada Cardiorrespiratória. Trabalho de Conclusão de Curso. Faculdade unida de Campinas-SP. São Paulo, 2015. KAWAKAME, Patrícia Moita Garcia; MIYADAHIRA, Ana Maria Kazue. Avaliação do Processo Ensino-Aprendizagem de Estudantes da Área da Saúde: Manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar. Revista da Escola de Enfermagem da USP. São Paulo, 2015. LOURENCINI, R. R. o Ensino da Ressuscitação Cardiopulmonar em Adultos na Graduação em Enfermagem: uma Revisão Integrativa da Literatura. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, 2011. LUGON, Alice Soares et al. Atuação do Profissional Frente a Parada Cardiorrespiratória de acordo com as Novas Diretrizes. Cachoeira de Itapemirim/ES, 2014. LYRA, Priscila Fiusa et al. Programa de Educação em Reanimação Cardiorrespiratória: Ensinando a Salvar Vidas. Revista Brasileira de Educação Médica. Fortaleza, Ceará. 2012. MENEZES, Marisa, G. B et al. O Conhecimento dos Profissionais de Enfermagem sobre Atendimento de Reanimação Cardiopulmonar em Pará de Minas, Papagaios e Pitangui/MG. SynThesis Revista Digital FAPAM, Pará de Minas, v.1, n.1, 293-307, out. 2009. NOGUEIRA, Isis Dayane Sales; SANTOS, Tainara Camila Batista dos. Assistência de Enfermagem na Parada Cardiorrespiratória em Adultos no Suporte Avançado de Vida. <Disponível em http://www.webartigos.com/artigos>. Acessdo em 24/03/2017. OLIVEIRA, Reynaldo Gomes de. Blackbook – Enfermagem. 1. Ed. Belo Horizonte: Editora Blackbook, 2016. OLIVEIRA, Saulo Santos et al. Suporte Básico de Vida: Avaliação do Conhecimento dos Graduandos de Enfermagem. J Health Sci Inst. 2014. PARECER COREN-SP CAT Nº 007 / 2010 ATUALIZADO EM 11/11/2011. Relação entre Compressão Torácica e Ventilação Artificial Durante Atendimento À Parada Cardiorrespiratória em Adulto. Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. Disponível em: <hhttp://portal.corensp.gov.br/sites/default/files/parecer_coren_sp_ 2010_7.pdf>. Acessado em 17 abril. 2017. PEREIRA, Diogo da Silva et al. Atuação do Enfermeiro Frente à Parada Cardiorrespiratória (PCR). Revista Brasileira de Educação e Saúde. Pombal – PB, Brasil, v. 5, n. 3, p. 08-17, jul-set, 2015.
  • 46. PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. Associação Pró-Ensino Superior em Novo Hamburgo – ASPEUR Universidade Feevale, 2ª edição, Novo Hamburgo - Rio Grande do Sul – Brasil. 2013. SANTOS Lindelma Pereira dos et al. Parada Cardiorrespiratória: Principais Desafios Vivenciados Pela Enfermagem no Serviço de Urgência e Emergência. Revista Interdisciplinar em Saúde, Cajazeiras, jan./mar. 2016. SANTOS, Larissa Mayre Monteiro dos et al. Sentimentos dos Acadêmicos de Enfermagem Frente à Parada Cardiorrespiratória. Revista Eletrônica Gestão e Saúde vol.05, nº. 04, ano 2014. SHIGUTI, Wanderley Akira; SHIGUTI, Valéria da S.C. Apostila de Estatística. Brasília, 2006. SILVA, Daiane Vieira da et al. Conhecimento de Graduandos em Enfermagem sobre Suporte Básico de Vida. Revista Baiana de Enfermagem, Salvador, v. 29, n. 2, p. 125-134, abr./jun. 2015. Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia: Resumo Executivo. Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 100, Nº 2, Fevereiro 2013. Disponível em: <http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Emergencia.pdf>. Acessado em: 10 nov. 2016.
  • 47. 9 APÊNDICE - ROTEIRO PARA COLETA DE DADOS PARTE I- IDENTIFICAÇÃO 1. Idade: ________ anos 2. Sexo: Masculino ( ) Feminino ( ) 3. Estado Civil: ___________________ 4. Semestre: _____________________ 5. Já participou de algum curso de atualização em PCR: ____________________ PARTE II – ROTEIRO DE ENTREVISTA. 1- Você sabe o que é a Parada Cardiorrespiratória (PCR)? ( ) Sim ( ) Não 2- Você reconhecer uma parada cardiorrespiratória através dos sinais e sintomas? ( )SIM, descreva os sinais e sintomas. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ( ) NÃO 3- Você conhece o Guideline (American Heart Association)? ( ) SIM ( ) NÃO 4- Você já se deparou com uma parada cardiorrespiratória? ( ) SIM, que conduta você tomou? Descreva passo-a-passo! ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ( ) NÃO
  • 48. 5- Se você se deparasse com uma parada cardiorrespiratória, saberia realizar as manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar? ( ) SIM, descreva o passo-a-passo da Ressuscitação Cardiopulmonar? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ( ) NÃO 6- Você sabe qual a frequência de compressão e ventilação preconizadas pelas diretrizes atuais? ( ) SIM, descreva quantas ventilações são aplicadas para quantas compressões de acordo com Guideline 2015. ___________________________________________________________________ ( ) NÃO 7- Quais as dificuldades encontradas no momento de prestar socorro à vítima em PCR no contexto extra-hospitalar? ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________
  • 49. 10 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) Pesquisador responsável: Edileuza Nunes Lima Dados para correspondência: Av. Gentil Bittencourt 1144, Bairro: Nazaré. Entre Av. Generalíssimo Deodoro e Trav. 14 de março, CEP: 66.040-174. Coordenação do Curso: Prof. MSc. Cíntia Brígida. Fones: (91) 3266-3110 / 3226-5040 / 3223-1506. e-mail: contato@fibrapara.edu.br Sr. (a) está sendo convidado (a) para participar da pesquisa intitulada: “ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NAS MANOBRAS DE RCP PRÉ-HOSPITALAR EM PCR”, que tem como objetivo: Analisar o desempenho teórico dos acadêmicos de enfermagem, na realização das manobras de RCP frente à parada cardiorrespiratória no contexto pré-hospitalar. Se você aceitar estará contribuindo para conhecermos o perfil dos acadêmicos de enfermagem e futuramente poderá contribuir para ajustes na grade curricular. Sua participação é voluntária, a qualquer momento você pode recursar-se a responder qualquer pergunta ou desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com os pesquisadores e/ou com a instituição. A pesquisa será realizada no período de Setembro a Outubro de 2017. Suas respostas serão tratadas de forma confidencial, isto é, em nenhum momento será divulgado o seu nome em qualquer fase do estudo. Os dados coletados serão utilizados apenas nesta pesquisa, e as informações coletadas serão guardadas pelos pesquisadores por um período máximo de 05 anos, após esse período serão destruídos. Os resultados serão divulgados em eventos e/ou revistas científicas. Caso haja desistência de sua participação, os dados coletados serão destruídos após prévia comunicação dos interessados. Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder as perguntas direcionadas ao objetivo proposto. Não há despesas pessoais para você em qualquer fase do estudo. Este trabalho será realizado com recurso dos autores não tendo financiamento ou coparticipação de nenhuma instituição de pesquisa. Não haverá nenhum pagamento pela sua participação. As pesquisas que incluem coleta de dados envolvendo seres humanos podem proporcionar a ocorrência de vazamento de informações, quebra do anonimato e possível identificação dos participantes da pesquisa em questão, podendo acarretar constrangimento ou punição para estes. Esses riscos serão prevenidos mantendo-se o sigilo das informações coletadas e anonimato dos envolvidos, de forma a preservar a integridade dos participantes da pesquisa. Em caso de dano pessoal, diretamente provocado por alguma das etapas da pesquisa, você terá direito a indenizações legalmente estabelecidas, estando os pesquisadores integralmente a sua disposição em horário comercial. Sr (a) receberá uma via deste termo devidamente assinada e rubricada em todas as páginas, onde consta o celular/email do pesquisador responsável, e demais pessoas envolvidas, para eventuais dúvidas que possam surgir e esclarecimento sobre seus direitos, podendo tirar as suas dúvidas sobre o projeto e sua participação, agora ou qualquer momento.
  • 50. Eu ___________________________________________ portador do documento de identidade __________________ fui informado (a) dos objetivos do estudo: “ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NAS MANOBRAS DE RCP PRÉ- HOSPITALAR EM PCR”. De maneira clara e detalhada, e esclareci minhas dúvidas. Declaro estar ciente do inteiro teor deste TERMO DE CONSENTIMENTO e estou de acordo em participar do estudo, sabendo que dele poderei desistir a qualquer momento sem sofrer qualquer punição ou constrangimento. Belém, _____ de ___________________ de 2017. ____________________________________ (Assinatura do participante da pesquisa) ____________________________________ Edileuza Nunes Lima Orientadora: Prof. MSc. Edileuza Nunes Lima - 182793-COREN E-mail: edileuzahujbb@hotmail.com, Rodovia Mario Covas 640. Residencial Green Park Bloco 09, Apto 103 - Coqueiro- Celular: (91) 983537477 (91) 3226-9471 – FIBRA. Demais pesquisadores: Discentes: Andreia Oliveira Corrêa. Faculdade Integrada Brasil Amazônia – FIBRA. Celular: (91) 98311-1421. E-mail: andreiaocorrea29@gmail.com Jaymison Barbosa de Freitas. Faculdade Integrada Brasil Amazônia – FIBRA. Celular: (91) 99224-1646. E-mail: jaymisonfreitas@gmail.com
  • 51. 11 APÊNDICE - CARTA DE SOLICITAÇÃO PARA PESQUISA NA FIBRA Exma. Srª DIRETORA ACADÊMICA Irene Noronha Seabra Viemos muito respeitosamente solicitar a Vossa Senhoria a apreciação do nosso projeto de pesquisa para aprovação por esta Secretaria. Instituição de Ensino: Faculdade Integrada Brasil Amazônia Orientador (a): Edileuza Nunes Lima Pesquisadores (as): Andreia Oliveira Corrêa e Jaymison Barbosa de Freitas Título da pesquisa: “ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NAS MANOBRAS DE RCP PRÉ-HOSPITALAR EM PCR” Especificação da pesquisa: (x) Graduação Telefones para contato: Edileuza Nunes - 983537477 Andreia Corrêa - 98311-1421 Jaymison Freitas - 99224-1646 E-mail: edileuzahujbb@hotmail.com andreiaocorrea29@gmail.com jaymisonfreitas@gmail.com Assinatura dos pesquisadores (as): ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Assinatura do orientador (a): ___________________________________________________________________ Belém/PA, _____ de ___________ de _______.
  • 52. 12 ANEXO: CARTA DE AUTORIZAÇÃO DA IES
  • 53. 13 ANEXO: CARTA DE ACEITE
  • 55. 15 ANEXO: DECLARAÇÃO DOS PESQUISADORES
  • 56.
  • 57. ATUAÇÃO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM NAS MANOBRAS DE RCP PRÉ-HOSPITALAR EM PCR Edileuza Nunes Lima1 , Andreia Oliveira Corrêa2 , Jaymison Barbosa de Freitas3 . 1. Docente da Faculdade Integrada Brasil Amazônia. Belém (PA) Brasil. 2, 3. Estudante de Enfermagem da Faculdade Integrada Brasil Amazônia. RESUMO Introdução: A Parada Cardiorrespiratória (PCR), uma grave complicação das Doenças Cardiovasculares (DCVs), exprime um grande problema de saúde no mundo. Conhecendo o impacto que essa complicação apresenta sobre a mortalidade e o mau prognóstico dessa condição, torna-se incontestável a importância da disseminação do ensino de como agir nessas situações. Objetivo: é analisar o desempenho teórico dos acadêmicos de enfermagem, na realização das manobras de RCP frente à PCR no contexto pré-hospitalar. Método: consiste em uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo descritiva. A análise de dados foi realizada através da técnica de análise de conteúdo de Bardin. Resultados: O estudo mostrou que os acadêmicos do curso de enfermagem têm pouco conhecimento sobre as manobras de RCP e PRC. Portanto, os dados encontrados na pesquisa corroboram com a necessidade de estruturação da educação continuada em saúde como ferramenta indispensável para a melhoria nas taxas de sucesso em RCP. Conclusão: Concluímos que, além do pouco conhecimento, os participantes não conhecem sobre o Protocolo de RCP, todos têm dificuldades para realizar as manobras de RCP. Além disso, os trabalhos científicos de enfermagem na área da PCR são escassos no Brasil, sendo imprescindível o incentivo à produção científica, especialmente no que concerne às questões que considerem o reconhecimento da PCR e o manejo da RCP. PALAVRAS-CHAVE: Parada Cardiorrespiratória; Ressuscitação Cardiopulmonar; Enfermagem; Suporte Básico de Vida.
  • 58. ABSTRACT Introduction: Cardiopulmonary arrest (CRP), a serious complication of cardiovascular diseases (CVDs), expresses a major health problem in the world. Knowing the impact of this complication on mortality and the poor prognosis of this condition, it is incontestable the importance of disseminating teaching on how to act in these situations. Objective: it is to analyze the theoretical performance of nursing students, in performing CPR maneuvers in the pre hospital context. Method: consists of a research of qualitative nature of the descriptive type. Data analysis was performed using the Bardin content analysis technique. Results: The study showed that nursing students have little knowledge about CPR and CRP maneuvers. Therefore, the data found in the research corroborate the necessity of structuring the continuing education in health as an indispensable tool for the improvement in the success rates in CPR. Conclusion: We conclude that, in addition to the lack of knowledge, participants do not know about the CPR protocol, all have difficulties performing the CPR maneuvers. In addition, scientific nursing research in the area of CRP is scarce in Brazil, and it is essential to encourage scientific production, especially regarding questions regarding the recognition of CRP and the management of CRP. KEYWORDS: Cardiorespiratory arrest; Cardiopulmonary resuscitation; Nursing; Basic support of life.
  • 59. INTRODUÇÃO As emergências cardiovasculares merecem amplo estudo e discussão no cenário da saúde pública brasileira. As características peculiares das doenças cardíacas que, em geral, nas fases avançadas ou nas manifestações agudas podem apresentar complicações graves e letais, como a parada cardiorrespiratória (PCR), que está numa crescente incidência nos departamentos de Urgência e Emergência1 . É evidenciado que a PCR é a mais grave complicação das Doenças Cardiovasculares (DCVs), o que significa um grande problema de saúde mundial. Conhecendo o impacto que essa complicação apresenta sobre a mortalidade e o mau prognóstico dessa condição, torna-se incontestável a importância da disseminação do ensino de como agir nessas situações2 . A PCR é considerada, pelo ministério da saúde e departamentos de saúde, como uma condição de emergência, na qual a vítima apresenta interrupção súbita do pulso arterial e respiração, sendo estas condições vitais à vida. Para tal situação a sobrevivência das vítimas depende de alguns fatores como: identificação precoce da PCR, rapidez e eficácia na realização das manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), transporte e cuidados pós- parada3 . As vítimas de uma PCR que ficam sem assistência por mais de três minutos podem evoluir a um prognóstico ruim ou, até mesmo, a óbito devido à falência de órgãos vitais que ocorre pela deficiência de oxigênio. Na tentativa de minimizar essa condição, o acionamento do Serviço Móvel Urgência (SAMU), seguido do início das manobras de RCP são indispensáveis para o sucesso de recuperação da vítima5 . Diversos estudos realizados em vários estados do Brasil com enfermeiros, médicos e fisioterapeutas comprovaram que os profissionais de saúde, em geral, sentem dificuldades e apresentam deficiências relacionadas aos conhecimentos de Suporte Básico de Vida (SBV), em diversos níveis, sendo os principais: reconhecimento de uma PCR; retardo do tempo de
  • 60. resposta e de início das manobras de RCP; uso das manobras de acordo com as antigas diretrizes; desconhecimento sobre como proceder em uma PCR2 . As diretrizes que regem situações de emergência atuam de forma ampla no intuito de aperfeiçoar e facilitar as condutas em RCP. No entanto, o que se observa é o desconhecimento e a falta de preparo de muitos profissionais de saúde e de grande parte da população em geral acerca deste assunto6 . O SBV é um conjunto de técnicas para leigos ou profissionais da área da saúde que dá suporte para atender certas emergências, dentre elas a PCR. Pedir ajuda e acionar o SAMU, realizar as compressões torácicas, viabilizar abertura de vias aéreas e ventilação, uso de Desfibrilador Externo Automático (DEA), (se o socorrista possuir capacitação mínima de manuseio), são condutas que sustentam o SBV7 . A cadeia de sobrevivência na RCP pré-hospitalar envolve cinco passos importantes e devem ser sistematizados: I reconhecimento e acionamento do Serviço Móvel de Emergência. II iniciar a reanimação de alta qualidade. III desfibrilação precoce. IV serviços médicos básicos e avançados de emergência. V suporte avançado de vida e cuidados pós-PCR8 . ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PCR A enfermagem é considerada como uma profissão que presta cuidados a outras pessoas, o cuidar se torna uma ação inerente a profissão. Durante a trajetória de sua história as funções desempenhadas pela enfermagem se multiplicaram com o passar do tempo, deixando de ser apenas curativa e ganhando dimensões preventivas e de reabilitação9 .
  • 61. Desde o surgimento do Processo de Enfermagem nas décadas de 70 com Wanda Horta, que é a representação maior do método científico da profissão e direcionado pela Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), o enfermeiro mostrou-se ser uma das peças principais da equipe multidisciplinar, pois, a SAE permite detectar as prioridades de cada paciente quanto as suas necessidades, fornecendo assim, uma direção para as possíveis intervenções10 . Para um atendimento organizado e sistematizado em situação de PCR é de suma importância uma atuação conjunta, tendo a equipe de enfermagem um importante papel na reanimação cardiopulmonar, visto que os enfermeiros se dispõem de competência técnica, profissionalismo e poder de liderança quanto às ações a serem executadas. Contudo, para a realização desses procedimentos é preciso que os enfermeiros sejam capacitados, tenham conhecimentos variados e utilizem os equipamentos necessários, sempre visando o alcance do sucesso no atendimento do paciente10 . Um dos integrantes da equipe será o líder, cujo objetivo é melhorar o desempenho e a organização durante a assistência, o médico assume tal posição, devido ter papel legal sob o aspecto da terapêutica aplicada. Porém, o enfermeiro pode atuar como líder para administrar a dinâmica da equipe conforme a terapêutica adotada8 . Na maioria das vezes o enfermeiro é o membro da equipe que primeiro se depara com a situação de emergência, especialmente a PCR este, porém, deve estar preparado para atuar com competência, iniciando as manobras básicas de reanimação mais rápido possível, com finalidade de restabelecimento dos batimentos cardíacos, evitando lesão cerebral10 . O estudo torna-se justificável por vários motivos, os quais se destacam, as dificuldades encontradas e falta de habilidades nas manobras de RCP no campo de estágio, enquanto acadêmicos de graduação em enfermagem e, nas experiências vivenciadas fora do contexto hospitalar. Esse “confrontamento” nos instigou para este tema, já que nos estágios em
  • 62. Urgência e Emergência é comum lidar com casos de PCR e, fora do ambiente hospitalar muitas são as vítimas acometidas por esta condição. Objetivo primário deste trabalho é analisar o desempenho teórico dos acadêmicos de enfermagem, na realização das manobras de RCP frente à PCR no contexto pré-hospitalar. Temos por objetivo secundário; conhecer o desempenho teórico dos acadêmicos de enfermagem na realização das manobras de RCP frente à PCR no contexto pré-hospitalar, identificar as dificuldades encontradas pelos acadêmicos na identificação da PCR e realização das manobras de RCP e Caracterizar o perfil dos acadêmicos de enfermagem participantes da pesquisa. METODOLOGIA Para este estudo optou-se por uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo descritiva, tendo como local de estudo a Faculdade Integrada Brasil Amazônia – FIBRA localizada na cidade de Belém – PA, para qual foi solicitada a autorização previa para realização do estudo, após liberação da Plataforma Brasil e do CEP, substanciado com o parecer de Nº 2.324.015. Durante a realização deste estudo, foram respeitados os princípios éticos e legais conforme disposto na Resolução nº. 466/12 do CNS. Foram incluídos os acadêmicos de graduação em enfermagem - FIBRA, matriculados e que estavam cursando a partir do 7º ao 10º semestre, que desejaram participar da pesquisa, assinaram o TCLE, que responderam todas as perguntas contidas no questionário, sendo todos maiores de 18 anos. E excluídos todos os outros participantes que não se encaixaram nos critérios especificados para o estudo. Para a obtenção dos dados da pesquisa, foi realizado um curso de SBV para reunir o público alvo. O instrumento de coleta foi um questionário semiestruturado contendo perguntas fechadas e perguntas abertas. A coleta de dados foi supervisionada pelos pesquisadores, para que não fosse coletado dado errado ou desnecessário para a realização da
  • 63. pesquisa e assim evitar viés. A análise dos dados foi realizada através da técnica de análise de conteúdo de Bardin. Os resultados encontrados foram agrupados, categorizados, analisados em forma de texto e discutido a luz da literatura. Foi utilizado trechos das respostas manifestadas pelos participantes da pesquisa, tendo como base de fundamentação cientifica o Guideline da Amarican Heart Association (AHA) de 2015. RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO No dia 16 de outubro de 2017 foi realizado o curso de SBV, previamente à execução da palestra foram coletados os dados de todos os participantes do curso de enfermagem. No total, participaram 24 acadêmicos, porém permaneceram 15 acadêmicos os quais se enquadraram nos critérios de inclusão da pesquisa. Observou-se que quanto à idade a faixa etária de dos participantes foi entre 21 a 29 anos; quanto ao sexo prevaleceu o gênero feminino; quanto ao semestre a maioria era do 10º. Sobre participação de curso de atualização em PCR, dos 15 participantes, a maioria respondeu que nunca participou de cursos sobre PCR e RCP. Na segunda etapa da pesquisa que trata sobre questões específicas relacionadas à PCR e RCP, foram agrupadas e categorizadas em 04 categorias distintas. Onde foram denominadas conforme apresentadas abaixo:  Reconhecer PCR, (refere-se ao conhecimento e reconhecimento sobre a Parada Cardiorrespiratória, daqueles que sabem ou não o que é PCR e reconhece através dos sinais e sintomas). (Ver quadro 01)  Conhecer a diretriz, (esta categoria trata dos que conhecem o Guideline e sabem a relação de compressão e ventilação que são aplicadas a uma vítima em PCR). (Ver quadro 02)
  • 64.  Vivência em PCR, (trata-se da vivência ou relato de experiência sobre PCR e as condutas tomadas de diante desta condição. Além disso, aborda o passo a passo das manobras de RCP em caso de PCR). (Ver quadro 03)  Medo da PCR, (nesta categoria são relatas as dificuldades encontradas pelos participantes em proceder com as condutas diante da vítima em PCR). (Ver quadro 04) Quadro 01 Reconhecer PCR Quanto ao conhecimento e reconhecimento da PCR Dos 15 participantes, 14 afirmaram que sabem o que é PCR. Dos 15 participantes 13 responderam que sabem reconhecer a PCR através dos sinais e sintomas. Do total que afirmaram saber reconhecer, apenas 06 conseguiram descrever. Ou seja, uma minoria demonstrou reconhecer e descrever os sinais e sintomas. A presença de um socorrista capacitado é o principal determinante de sobrevivência de vítimas em PCR e, o reconhecimento desta condição é a primeira etapa da assistência à vítima, sendo esta a mais importante fase dos primeiros socorros, pois, o sucesso das demais etapas depende do primeiro passo que é justamente fazer o reconhecimento da PCR. Portanto, como pode se evidenciar em nossos resultados, é notória a fragilidade no conhecimento da maioria dos estudantes do curso de enfermagem referente a esta temática13 . Como já foi discutido anteriormente, é pertinente a exposição precoce dos estudantes a este conhecimento, ou seja, desenvolver essa temática desde o ingresso na academia e com o passar dos semestres ir aprofundando o grau de complexidade no assunto, mantendo os sempre atualizados e prontos para agir diante de uma eventualidade.
  • 65. Quadro 02: Saber RCP Conhecimento sobre a diretriz de RCP Guideline (AHA) – protocolo de RCP Dos 15 participantes, 11 não conhecem o Guideline. Dos 15 participantes, 07 disseram saber a relação de compressão X ventilação. Dos 07 participantes que disseram que sabem sobre a relação de compressão e ventilação, 06 souberam descrever corretamente essa frequência. Nota-se que, embora não tendo conhecimento sobre o Guia Internacional de RCP (Guideline AHA-2015), quase a metade soube responder corretamente sobre a relação de compressão e ventilação. Porém, compreende-se que mesmo com um número considerável de acertos desta questão, esses ainda formam o grupo da minoria. A seguir, evidenciaremos as respostas dos participantes A1 e A3, que souberam descrever sobre a relação de compressão e ventilação: “De 100 a 120/m, de 30/30 aplicar duas ventilações” “Duas ventilações para cada 30 compressões” Posto que, uma parte tenha conseguido responder corretamente sobre esta relação, caracterizando menos da metade, este resultado pode ser explicado pelo fato de que em quase sua totalidade não conhecem o Guideline (guia que rege sobre os preceitos de RCP). A aplicabilidade das ventilações X compressões é preconizada pela American Heart Association de 2015 que recomenda 02 ventilações para 30 compressões. Assim como a frequência recomendada é de 100 a 120 compressões por minuto11 . Quadro 03: Vivência PCR Vivência PCR Frente a frente à PCR De 15 participantes apenas 03 já se depararam com uma PCR. Dos 15 participantes 07 disseram que saberiam realizar as manobras de RCP caso se deparasse. Desses 07 participantes, 01 não souber descrever o passo a passo de RCP corretamente.
  • 66. Percebe-se que, de todos os participantes, a minoria descreveu corretamente o passo a passo das manobras de RCP, a seguir, veremos duas respostas, sendo uma correta e uma errada respectivamente, sobre o passo a passo das manobras de RCP: “Observar a responsividade da vítima, verificar o pulso e respiração, caso não haja pulso nem respiração posicionar a vítima em uma superfície plana e iniciar as manobras aplicando 30 compressões e duas ventilações”. “Aplicar duas ‘ambuzadas’ para cada 10 compressões” Como visto nos nossos resultados da pesquisa, pode-se perceber que não há vivências nos campos de estágios ou os estudantes estão se “esquivando” desta condição, pois, a grande maioria nunca se deparou com casos de PCR. Além disso, a maioria não saberia realizar as manobras de RCP caso viessem a se deparar com uma vítima em PCR. Isso prova que os estudantes têm pouca habilidade e conhecimento com a temática relacionada à RCP. Quadro 04: Medo da PCR Medo da PCR Dificuldades nas Manobras de RCP Entre as dificuldades descritas pelos participantes estão: falta de conhecimento, nervosismo, dificuldade em conter os curiosos, insegurança, dificuldade de identificar a PCR, falta de pratica em RCP. Quanto às dificuldades mencionadas pelos participantes, pode-se perceber uma convergência e/ou aproximação entre as respostas dos participantes. Pois, dos 15 participantes, na sua totalidade responderam que sentem dificuldades para o atendimento a uma vítima em PCR. No geral, assas dificuldades são genéricas entre os participantes, com destaque para a falta de conhecimento e insegurança, onde a maioria citou. Como pode ser evidenciado nas respostas de A7, A12 e A14 respectivamente: “Nervosismo falta de conhecimento e insegurança”
  • 67. “Falta de conhecimento sobre o assunto, falta de prática para prestar socorro a uma” “Pessoa em PCR e insegurança”. “Dificuldades para reconhecer a PCR e realizar as manobras” Como já discutindo em Santos et al. (2014) que a prática de acadêmicos de enfermagem em serviço de Urgência e Emergência gera um conjunto de dificuldades para os estudantes, pode-se concluir que há uma convergência com os resultados obtidos na pesquisa atual, onde é assegurado essas sensações de embaraço. Vale ressaltar que estas dificuldades estão voltadas para o foco do ensino-aprendizado que são considerados insuficientes no processo de formação dos estudantes. A qualidade da assistência deve ser relacionada com a complexidade de cada caso. Sabe-se que, a assistência à vítima em PCR é complexa, o que exige do socorrista um grau de conhecimento considerável. Portanto são compreensíveis e “relevante” os contratempos dos estudantes em questão. Para Alencar et al. (2013) em diversos estudos realizados em vários estados do Brasil com enfermeiros, médicos e fisioterapeutas, comprovaram que os profissionais de saúde, em geral, sentem dificuldades e apresentam deficiências relacionadas aos conhecimentos de SBV. CONCLUSÃO Ficou claro que o sexo feminino ainda predomina na enfermagem, uma vez que, a maioria dos participantes desta pesquisa é deste gênero. Com média de 24 anos de idade, percebe-se que esses estudantes estão ingressando precocemente nas graduações, sendo a maioria solteira e com mais da metade cursando o 10º semestre. Embora tenham afirmado que conhecem como identificar uma PCR, ficou evidente que todos os participantes têm dificuldades para realizar as manobras de RCP. Diante disso,