SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 13
Estórias  da  Vovó Mima
CLARICE SABICHONA
Dona Nicota era uma rata muito carinhosa, que cuidava com amor de sua casa e de sua família. Moravam no sótão de uma casa bem cuidada, e não eram importunados por ninguém. Comida nunca faltou e o frio nunca os perturbou, já que  havia roupas e mais roupas dentro de um velho baú. Como toda mãe, Dona Nicota tinha  preocupações com a família, principalmente  com sua caçula, Clarice, que era diferente  de seus outros filhos, ratinhos  caseiros e obedientes.  Dona Nicota, mal se descuidava,  e ela sumia... Alguém viu minha  filha Clarice por aí?
Dona Nicota tinha medo que algo de ruim pudesse acontecer à sua filhinha, pois na casa tinha até um gato! Alguém viu a Clarice por aí? Nada fazia com que Clarice ficasse em casa; o que ela queria mesmo era conhecer o mundo. Mas, como uma pequena ratinha ia conseguir?
Clarice fazia suas explorações pela casa e pelas redondezas desde muito pequena e, por causa disso, ficou conhecendo outras ratinhas, ficou amiga das formigas (que no começo tinham medo dela) e aprendeu a correr dos gatos. E adorava os passarinhos!  Se pudesse, queria ser um pássaro para poder voar, ser livre.  Como seria bom!!! Bem que eu queria ser um beija-flor!
Cada andança de Clarice era uma verdadeira aventura no meio de jardins, carros e bueiros. Com isso, Clarice foi conhecendo o mundo dos homens e dos bichos que habitavam o bairro onde morava e, aos poucos foi ficando entediada.  As antigas aventuras ficaram chatas  e ela queria mais, muito mais.  Queria conhecer outros lugares,  outra gente mas,  suas pernas não  agüentariam caminhar tanto...
Andou meio tristonha, quieta e Dona Nicota começou a ficar preocupada com a filha.  Tratou de levá-la ao Dr. Ratão pra ver o que estava acontecendo, e ele constatou que o que Clarice tinha era...  tristeza... E o senhor tem algum remédio pra tristeza, Dr. Ratão?  Perguntou Dona Nicota. Infelizmente pra esse mal Dr. Ratão nada podia fazer, a não ser recomendar muito carinho e...  passeios.
Ao longo dos dias Dona Nicota procurou fazer as vontades de Clarice, acarinhá-la ainda mais.  Nada fazia sua alegria voltar,  uma tristeza! Clarice pensou que precisava sair daquele estado e resolver fazer força, muita força pra ir em busca da alegria perdida. Uma tarde, após uma boa soneca, Clarice andava pela casa e viu uma porta entreaberta – uma porta que ela nunca havia atravessado. O que será que tem do lado de lá, pensava Clarice e...  resolver ir verificar.
Clarice resolveu explorar o lugar. Subiu por uma escada bem grande e viu livros, muitos livros e, lembrou-se que há tempos tinha ouvido falar que as crianças-gente aprendem a entender aqueles sinais nas páginas dos livros. E, como era uma ratinha, nunca aprendeu a ler, só lhe ensinavam travessuras –  uma pena! Entrou e viu uma enorme sala cheia de estantes, mesas, luminárias e algumas pessoas. Tudo era silêncio, que era quebrado, vez ou outra por alguns passos cuidadosos.
Mesmo assim foi até onde estavam os livros e encontrou alguns com as páginas abertas. Numa página tinha um grande desenho: um céu cheio de estrelas e uma lua a brilhar –  uma beleza! Com algum esforço Clarice virava as páginas dos livros e, conforme encontrava as figuras ia se encantando cada vez mais. Figuras de pessoas, de lugares, de animais (até de ratos) e até de um lindo barco. Um dia vou viajar num barco...
Quando voltou pra casa Clarice estava se sentindo um pouco melhor, o que deixou Dona Nicota menos preocupada. E, dia após dia Clarice ia até aquela sala fazer suas explorações. Nos livros ela procurava o que a encantava – aventura. E, não é que encontrava mesmo? Nos livros a pequena ratinha viajava por mares, conhecia pessoas, animais e imaginava como viviam.  Pena que não sabia ler... E Clarice sonhava... Até que voava com um beija-flor!
O sorriso foi voltando em Clarice, que agora se sentia uma ratinha esperta, muito mais sabida que seus irmãos, primos e amigos. Eles sequer sabiam da existência de tanta coisa deste mundo e ela sim, era a  sabichona do pedaço. Quando a família ia visitar os amigos, Clarice sempre era a mais requisitada por todos – queriam que ela contasse como era o mundo lá fora, o mundo que eles não conheciam. E ela, na maior felicidade contava, contava e a todos encantava. A vida de Clarice ficou a cada dia mais  interessante, divertida e ela agora  é conhecida como  “ratinha de biblioteca” ou...  Clarice sabichona. Ah, ela aprendeu até a cantar...
Estória criada e formatada por: Mima (Wilma) Badan, a Vovó Mima [email_address] Música: Music Box – Execução de Ernesto Cortazar Imagens: da Net (Repasse com os devidos créditos) Às minhas netas que, como Clarice, são xeretas e sabichonas...  E, é claro, com o amor da vovó...

Mais conteúdo relacionado

Destaque (20)

Responsabilidad (1) (1)
Responsabilidad (1) (1)Responsabilidad (1) (1)
Responsabilidad (1) (1)
 
Guarani x figueirense jr
Guarani x figueirense jrGuarani x figueirense jr
Guarani x figueirense jr
 
Comic master b
Comic master bComic master b
Comic master b
 
Actividad 2
Actividad 2Actividad 2
Actividad 2
 
Residuos solidos
Residuos solidosResiduos solidos
Residuos solidos
 
A Chama Da Alma
A Chama Da AlmaA Chama Da Alma
A Chama Da Alma
 
Excel
ExcelExcel
Excel
 
21392 RED ROSS Promo FolderREV (2)
21392 RED ROSS Promo FolderREV (2)21392 RED ROSS Promo FolderREV (2)
21392 RED ROSS Promo FolderREV (2)
 
Sesion tres uno
Sesion tres unoSesion tres uno
Sesion tres uno
 
Corporativos secretariales uniformes
Corporativos secretariales uniformesCorporativos secretariales uniformes
Corporativos secretariales uniformes
 
Nsap
NsapNsap
Nsap
 
Violencia. jarumi rueda garce zpptx
Violencia. jarumi rueda garce zpptxViolencia. jarumi rueda garce zpptx
Violencia. jarumi rueda garce zpptx
 
Señales
SeñalesSeñales
Señales
 
Pregó festa major 2013
Pregó festa major 2013Pregó festa major 2013
Pregó festa major 2013
 
Estructura básica industrias 2010
Estructura básica industrias 2010Estructura básica industrias 2010
Estructura básica industrias 2010
 
Sistema educativo
Sistema educativoSistema educativo
Sistema educativo
 
A Generosidade
A GenerosidadeA Generosidade
A Generosidade
 
Neuromarketing: conexiones, emociones y decisiones
Neuromarketing: conexiones, emociones y decisiones�Neuromarketing: conexiones, emociones y decisiones�
Neuromarketing: conexiones, emociones y decisiones
 
Carta a Barack Obama
Carta a Barack ObamaCarta a Barack Obama
Carta a Barack Obama
 
Diseño web vizcaya
Diseño web vizcayaDiseño web vizcaya
Diseño web vizcaya
 

Semelhante a Clarice Sabichona - Vovó Mima Badan

O reino das vozes que não se calam
O reino das vozes que não se calamO reino das vozes que não se calam
O reino das vozes que não se calamf t
 
Textos biblioteca nº1
Textos biblioteca nº1Textos biblioteca nº1
Textos biblioteca nº1Ies Numeroun
 
00419#MeuPDF Agatha Christie - A CIGANA (CONTO).pdf
00419#MeuPDF Agatha Christie - A CIGANA (CONTO).pdf00419#MeuPDF Agatha Christie - A CIGANA (CONTO).pdf
00419#MeuPDF Agatha Christie - A CIGANA (CONTO).pdfmichele moreira
 
Textos autores biblioteca
Textos autores bibliotecaTextos autores biblioteca
Textos autores bibliotecaIes Numeroun
 
Conto torrado trinta-por-uma-linha_18pages
Conto torrado trinta-por-uma-linha_18pagesConto torrado trinta-por-uma-linha_18pages
Conto torrado trinta-por-uma-linha_18pagesRita Arantes
 
Felicidade clandestina
Felicidade clandestinaFelicidade clandestina
Felicidade clandestinaSeed - PR
 
Castanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_a
Castanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_aCastanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_a
Castanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_aRia da Escrita
 
-a-mulher-que-matou-os-peixes-pdf.pdf
-a-mulher-que-matou-os-peixes-pdf.pdf-a-mulher-que-matou-os-peixes-pdf.pdf
-a-mulher-que-matou-os-peixes-pdf.pdfMariadoCarmoAlves9
 
Slide clarice lispector -
Slide clarice lispector -Slide clarice lispector -
Slide clarice lispector -Joice Holanda
 
Análise de laços de família, clarice lispector
Análise de laços de família, clarice lispectorAnálise de laços de família, clarice lispector
Análise de laços de família, clarice lispectorma.no.el.ne.ves
 
8 Tem Alguém Aí - Marian Keyes.pdf
8 Tem Alguém Aí - Marian Keyes.pdf8 Tem Alguém Aí - Marian Keyes.pdf
8 Tem Alguém Aí - Marian Keyes.pdfGretilianemariano
 

Semelhante a Clarice Sabichona - Vovó Mima Badan (20)

O reino das vozes que não se calam
O reino das vozes que não se calamO reino das vozes que não se calam
O reino das vozes que não se calam
 
Textos biblioteca nº1
Textos biblioteca nº1Textos biblioteca nº1
Textos biblioteca nº1
 
Alexandra ana rita_caroliny_o_branquinho
Alexandra ana rita_caroliny_o_branquinhoAlexandra ana rita_caroliny_o_branquinho
Alexandra ana rita_caroliny_o_branquinho
 
História desculpa ....
História desculpa ....História desculpa ....
História desculpa ....
 
00419#MeuPDF Agatha Christie - A CIGANA (CONTO).pdf
00419#MeuPDF Agatha Christie - A CIGANA (CONTO).pdf00419#MeuPDF Agatha Christie - A CIGANA (CONTO).pdf
00419#MeuPDF Agatha Christie - A CIGANA (CONTO).pdf
 
Ideias do canario
Ideias do canarioIdeias do canario
Ideias do canario
 
Textos autores biblioteca
Textos autores bibliotecaTextos autores biblioteca
Textos autores biblioteca
 
Conto torrado trinta-por-uma-linha_18pages
Conto torrado trinta-por-uma-linha_18pagesConto torrado trinta-por-uma-linha_18pages
Conto torrado trinta-por-uma-linha_18pages
 
Resumo Maria Flor
Resumo Maria Flor Resumo Maria Flor
Resumo Maria Flor
 
Felicidade clandestina
Felicidade clandestinaFelicidade clandestina
Felicidade clandestina
 
Castanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_a
Castanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_aCastanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_a
Castanho, j. a fada da minha vida. conto. aveiro, aems 11_a
 
1 4918339399097254230
1 49183393990972542301 4918339399097254230
1 4918339399097254230
 
Amor, conto de Clarice Lispector
Amor, conto de Clarice LispectorAmor, conto de Clarice Lispector
Amor, conto de Clarice Lispector
 
-a-mulher-que-matou-os-peixes-pdf.pdf
-a-mulher-que-matou-os-peixes-pdf.pdf-a-mulher-que-matou-os-peixes-pdf.pdf
-a-mulher-que-matou-os-peixes-pdf.pdf
 
Slide clarice lispector -
Slide clarice lispector -Slide clarice lispector -
Slide clarice lispector -
 
Análise de laços de família, clarice lispector
Análise de laços de família, clarice lispectorAnálise de laços de família, clarice lispector
Análise de laços de família, clarice lispector
 
8 Tem Alguém Aí - Marian Keyes.pdf
8 Tem Alguém Aí - Marian Keyes.pdf8 Tem Alguém Aí - Marian Keyes.pdf
8 Tem Alguém Aí - Marian Keyes.pdf
 
Felicidade clandestina
Felicidade clandestina Felicidade clandestina
Felicidade clandestina
 
Machado de assis idéias do canário
Machado de assis   idéias do canárioMachado de assis   idéias do canário
Machado de assis idéias do canário
 
Terca, 27 de Abril
Terca, 27 de Abril Terca, 27 de Abril
Terca, 27 de Abril
 

Mais de Vovó Mima Badan

Anabela, a Bela - Vovó Mima Badan
Anabela, a Bela - Vovó Mima BadanAnabela, a Bela - Vovó Mima Badan
Anabela, a Bela - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
O Baú da Vovó - Vovó Mima Badan
O Baú da Vovó - Vovó Mima BadanO Baú da Vovó - Vovó Mima Badan
O Baú da Vovó - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
Zezé e as Bananas - Vovó Mima Badan
Zezé e as Bananas  - Vovó Mima BadanZezé e as Bananas  - Vovó Mima Badan
Zezé e as Bananas - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
Zé CãO, uma Beleza de Cão - Vovó Mima Badan
Zé CãO, uma Beleza de Cão - Vovó Mima BadanZé CãO, uma Beleza de Cão - Vovó Mima Badan
Zé CãO, uma Beleza de Cão - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
Uma Flor de Menina - Vovó Mima Badan
Uma Flor de Menina - Vovó Mima BadanUma Flor de Menina - Vovó Mima Badan
Uma Flor de Menina - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
Tonico, um Menino Triste - Vovó Mima Badan
Tonico, um Menino Triste - Vovó Mima BadanTonico, um Menino Triste - Vovó Mima Badan
Tonico, um Menino Triste - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
Sapatilhas ou... Chuteiras? - Vovó Mima Badan
Sapatilhas ou... Chuteiras? - Vovó Mima BadanSapatilhas ou... Chuteiras? - Vovó Mima Badan
Sapatilhas ou... Chuteiras? - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
Rosinha, a Ovelhinha Desobediente - Vovó Mima Badan
Rosinha, a Ovelhinha Desobediente - Vovó Mima BadanRosinha, a Ovelhinha Desobediente - Vovó Mima Badan
Rosinha, a Ovelhinha Desobediente - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
Que Briga Danada! - Vovó Mima Badan
Que Briga Danada! - Vovó Mima BadanQue Briga Danada! - Vovó Mima Badan
Que Briga Danada! - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
Piui, Piui, Piui... - Vovó Mima Badan
Piui, Piui, Piui...  - Vovó Mima BadanPiui, Piui, Piui...  - Vovó Mima Badan
Piui, Piui, Piui... - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
Os Ratos do Casarão - Vovó Mima Badan
Os Ratos do Casarão - Vovó Mima BadanOs Ratos do Casarão - Vovó Mima Badan
Os Ratos do Casarão - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
O Sonho de Tammy - Vovó Mima Badan
O Sonho de Tammy - Vovó Mima BadanO Sonho de Tammy - Vovó Mima Badan
O Sonho de Tammy - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
O Mundo de Alice - Vovó Mima Badan
O Mundo de Alice - Vovó Mima BadanO Mundo de Alice - Vovó Mima Badan
O Mundo de Alice - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
O Guarda-Chuva que queria tomar Chuva - Vovó Mima Badan
O Guarda-Chuva que queria tomar Chuva - Vovó Mima BadanO Guarda-Chuva que queria tomar Chuva - Vovó Mima Badan
O Guarda-Chuva que queria tomar Chuva - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
Gigi, Girafa - Vovó Mima Badan
Gigi, Girafa - Vovó Mima BadanGigi, Girafa - Vovó Mima Badan
Gigi, Girafa - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
Lili, a Boneca Perdida - Vovó Mima Badan
Lili, a Boneca Perdida - Vovó Mima BadanLili, a Boneca Perdida - Vovó Mima Badan
Lili, a Boneca Perdida - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
Girassol ou... Giralua - Vovó Mima Badan
Girassol ou... Giralua - Vovó Mima BadanGirassol ou... Giralua - Vovó Mima Badan
Girassol ou... Giralua - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
Confusão no Galinheiro - Vovó Mima Badan
Confusão no Galinheiro - Vovó Mima BadanConfusão no Galinheiro - Vovó Mima Badan
Confusão no Galinheiro - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
E agora, Miguel?? - Vovó Mima Badan
E agora, Miguel?? - Vovó Mima BadanE agora, Miguel?? - Vovó Mima Badan
E agora, Miguel?? - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 
Dois Amigos, uma Escola - Vovó Mima Badan
Dois Amigos, uma Escola - Vovó  Mima  BadanDois Amigos, uma Escola - Vovó  Mima  Badan
Dois Amigos, uma Escola - Vovó Mima BadanVovó Mima Badan
 

Mais de Vovó Mima Badan (20)

Anabela, a Bela - Vovó Mima Badan
Anabela, a Bela - Vovó Mima BadanAnabela, a Bela - Vovó Mima Badan
Anabela, a Bela - Vovó Mima Badan
 
O Baú da Vovó - Vovó Mima Badan
O Baú da Vovó - Vovó Mima BadanO Baú da Vovó - Vovó Mima Badan
O Baú da Vovó - Vovó Mima Badan
 
Zezé e as Bananas - Vovó Mima Badan
Zezé e as Bananas  - Vovó Mima BadanZezé e as Bananas  - Vovó Mima Badan
Zezé e as Bananas - Vovó Mima Badan
 
Zé CãO, uma Beleza de Cão - Vovó Mima Badan
Zé CãO, uma Beleza de Cão - Vovó Mima BadanZé CãO, uma Beleza de Cão - Vovó Mima Badan
Zé CãO, uma Beleza de Cão - Vovó Mima Badan
 
Uma Flor de Menina - Vovó Mima Badan
Uma Flor de Menina - Vovó Mima BadanUma Flor de Menina - Vovó Mima Badan
Uma Flor de Menina - Vovó Mima Badan
 
Tonico, um Menino Triste - Vovó Mima Badan
Tonico, um Menino Triste - Vovó Mima BadanTonico, um Menino Triste - Vovó Mima Badan
Tonico, um Menino Triste - Vovó Mima Badan
 
Sapatilhas ou... Chuteiras? - Vovó Mima Badan
Sapatilhas ou... Chuteiras? - Vovó Mima BadanSapatilhas ou... Chuteiras? - Vovó Mima Badan
Sapatilhas ou... Chuteiras? - Vovó Mima Badan
 
Rosinha, a Ovelhinha Desobediente - Vovó Mima Badan
Rosinha, a Ovelhinha Desobediente - Vovó Mima BadanRosinha, a Ovelhinha Desobediente - Vovó Mima Badan
Rosinha, a Ovelhinha Desobediente - Vovó Mima Badan
 
Que Briga Danada! - Vovó Mima Badan
Que Briga Danada! - Vovó Mima BadanQue Briga Danada! - Vovó Mima Badan
Que Briga Danada! - Vovó Mima Badan
 
Piui, Piui, Piui... - Vovó Mima Badan
Piui, Piui, Piui...  - Vovó Mima BadanPiui, Piui, Piui...  - Vovó Mima Badan
Piui, Piui, Piui... - Vovó Mima Badan
 
Os Ratos do Casarão - Vovó Mima Badan
Os Ratos do Casarão - Vovó Mima BadanOs Ratos do Casarão - Vovó Mima Badan
Os Ratos do Casarão - Vovó Mima Badan
 
O Sonho de Tammy - Vovó Mima Badan
O Sonho de Tammy - Vovó Mima BadanO Sonho de Tammy - Vovó Mima Badan
O Sonho de Tammy - Vovó Mima Badan
 
O Mundo de Alice - Vovó Mima Badan
O Mundo de Alice - Vovó Mima BadanO Mundo de Alice - Vovó Mima Badan
O Mundo de Alice - Vovó Mima Badan
 
O Guarda-Chuva que queria tomar Chuva - Vovó Mima Badan
O Guarda-Chuva que queria tomar Chuva - Vovó Mima BadanO Guarda-Chuva que queria tomar Chuva - Vovó Mima Badan
O Guarda-Chuva que queria tomar Chuva - Vovó Mima Badan
 
Gigi, Girafa - Vovó Mima Badan
Gigi, Girafa - Vovó Mima BadanGigi, Girafa - Vovó Mima Badan
Gigi, Girafa - Vovó Mima Badan
 
Lili, a Boneca Perdida - Vovó Mima Badan
Lili, a Boneca Perdida - Vovó Mima BadanLili, a Boneca Perdida - Vovó Mima Badan
Lili, a Boneca Perdida - Vovó Mima Badan
 
Girassol ou... Giralua - Vovó Mima Badan
Girassol ou... Giralua - Vovó Mima BadanGirassol ou... Giralua - Vovó Mima Badan
Girassol ou... Giralua - Vovó Mima Badan
 
Confusão no Galinheiro - Vovó Mima Badan
Confusão no Galinheiro - Vovó Mima BadanConfusão no Galinheiro - Vovó Mima Badan
Confusão no Galinheiro - Vovó Mima Badan
 
E agora, Miguel?? - Vovó Mima Badan
E agora, Miguel?? - Vovó Mima BadanE agora, Miguel?? - Vovó Mima Badan
E agora, Miguel?? - Vovó Mima Badan
 
Dois Amigos, uma Escola - Vovó Mima Badan
Dois Amigos, uma Escola - Vovó  Mima  BadanDois Amigos, uma Escola - Vovó  Mima  Badan
Dois Amigos, uma Escola - Vovó Mima Badan
 

Clarice Sabichona - Vovó Mima Badan

  • 1. Estórias da Vovó Mima
  • 3. Dona Nicota era uma rata muito carinhosa, que cuidava com amor de sua casa e de sua família. Moravam no sótão de uma casa bem cuidada, e não eram importunados por ninguém. Comida nunca faltou e o frio nunca os perturbou, já que havia roupas e mais roupas dentro de um velho baú. Como toda mãe, Dona Nicota tinha preocupações com a família, principalmente com sua caçula, Clarice, que era diferente de seus outros filhos, ratinhos caseiros e obedientes. Dona Nicota, mal se descuidava, e ela sumia... Alguém viu minha filha Clarice por aí?
  • 4. Dona Nicota tinha medo que algo de ruim pudesse acontecer à sua filhinha, pois na casa tinha até um gato! Alguém viu a Clarice por aí? Nada fazia com que Clarice ficasse em casa; o que ela queria mesmo era conhecer o mundo. Mas, como uma pequena ratinha ia conseguir?
  • 5. Clarice fazia suas explorações pela casa e pelas redondezas desde muito pequena e, por causa disso, ficou conhecendo outras ratinhas, ficou amiga das formigas (que no começo tinham medo dela) e aprendeu a correr dos gatos. E adorava os passarinhos! Se pudesse, queria ser um pássaro para poder voar, ser livre. Como seria bom!!! Bem que eu queria ser um beija-flor!
  • 6. Cada andança de Clarice era uma verdadeira aventura no meio de jardins, carros e bueiros. Com isso, Clarice foi conhecendo o mundo dos homens e dos bichos que habitavam o bairro onde morava e, aos poucos foi ficando entediada. As antigas aventuras ficaram chatas e ela queria mais, muito mais. Queria conhecer outros lugares, outra gente mas, suas pernas não agüentariam caminhar tanto...
  • 7. Andou meio tristonha, quieta e Dona Nicota começou a ficar preocupada com a filha. Tratou de levá-la ao Dr. Ratão pra ver o que estava acontecendo, e ele constatou que o que Clarice tinha era... tristeza... E o senhor tem algum remédio pra tristeza, Dr. Ratão? Perguntou Dona Nicota. Infelizmente pra esse mal Dr. Ratão nada podia fazer, a não ser recomendar muito carinho e... passeios.
  • 8. Ao longo dos dias Dona Nicota procurou fazer as vontades de Clarice, acarinhá-la ainda mais. Nada fazia sua alegria voltar, uma tristeza! Clarice pensou que precisava sair daquele estado e resolver fazer força, muita força pra ir em busca da alegria perdida. Uma tarde, após uma boa soneca, Clarice andava pela casa e viu uma porta entreaberta – uma porta que ela nunca havia atravessado. O que será que tem do lado de lá, pensava Clarice e... resolver ir verificar.
  • 9. Clarice resolveu explorar o lugar. Subiu por uma escada bem grande e viu livros, muitos livros e, lembrou-se que há tempos tinha ouvido falar que as crianças-gente aprendem a entender aqueles sinais nas páginas dos livros. E, como era uma ratinha, nunca aprendeu a ler, só lhe ensinavam travessuras – uma pena! Entrou e viu uma enorme sala cheia de estantes, mesas, luminárias e algumas pessoas. Tudo era silêncio, que era quebrado, vez ou outra por alguns passos cuidadosos.
  • 10. Mesmo assim foi até onde estavam os livros e encontrou alguns com as páginas abertas. Numa página tinha um grande desenho: um céu cheio de estrelas e uma lua a brilhar – uma beleza! Com algum esforço Clarice virava as páginas dos livros e, conforme encontrava as figuras ia se encantando cada vez mais. Figuras de pessoas, de lugares, de animais (até de ratos) e até de um lindo barco. Um dia vou viajar num barco...
  • 11. Quando voltou pra casa Clarice estava se sentindo um pouco melhor, o que deixou Dona Nicota menos preocupada. E, dia após dia Clarice ia até aquela sala fazer suas explorações. Nos livros ela procurava o que a encantava – aventura. E, não é que encontrava mesmo? Nos livros a pequena ratinha viajava por mares, conhecia pessoas, animais e imaginava como viviam. Pena que não sabia ler... E Clarice sonhava... Até que voava com um beija-flor!
  • 12. O sorriso foi voltando em Clarice, que agora se sentia uma ratinha esperta, muito mais sabida que seus irmãos, primos e amigos. Eles sequer sabiam da existência de tanta coisa deste mundo e ela sim, era a sabichona do pedaço. Quando a família ia visitar os amigos, Clarice sempre era a mais requisitada por todos – queriam que ela contasse como era o mundo lá fora, o mundo que eles não conheciam. E ela, na maior felicidade contava, contava e a todos encantava. A vida de Clarice ficou a cada dia mais interessante, divertida e ela agora é conhecida como “ratinha de biblioteca” ou... Clarice sabichona. Ah, ela aprendeu até a cantar...
  • 13. Estória criada e formatada por: Mima (Wilma) Badan, a Vovó Mima [email_address] Música: Music Box – Execução de Ernesto Cortazar Imagens: da Net (Repasse com os devidos créditos) Às minhas netas que, como Clarice, são xeretas e sabichonas... E, é claro, com o amor da vovó...