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Artigo: ASPECTOS ADMINISTRATIVOS DA SEGURANÇA PÚBLICA
Autor: Ricardo de Oliveira Dias. Bacharel em Administração e Master Bussines
Administration – MBA em Gestão de Projetos.
As Polícias e a Constituição Federal
O artigo 144 do Capítulo III da Constituição Federal de 1988 – CF/88
prescreve que "a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de
todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio."
De forma geral, o exercício da segurança pública conforme
determina a nossa Constituição Federal, é efetuado pelo conjunto de órgãos que
compõe o sistema de segurança pública no Brasil (Polícia Federal, Polícia
Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícias Civis e Militares dos estados
e do Distrito Federal, Bombeiros Militares e Guardas Municipais, quando
constituídas, para a proteção dos bens, serviços e instalações do município).
Cada órgão do referido sistema tem sua função estabelecida na
forma da Lei, contextualizada nos incisos e parágrafos do artigo 144 da nossa Carta
Magna. Porém, o referido diploma legal afirma que cabe apenas as Polícias
Militares, atuarem como polícia ostensiva e na preservação da ordem pública.
Em complemento a essa afirmação jurídica, a conjuntura nacional
atual torna imperativo a necessidade constante e evolutiva de uma segurança
pública eficiente, que priorize a prevenção ao crime e o exercício dos direitos
humanos.
Contudo, ao observarmos a escalada do crime e a exigência da
sociedade por uma segurança pública cada vez mais atuante, percebemos que o
exercício da atividade de polícia tem se tornado cada vez mais necessário.
Na linha de frente da atividade policial e com a sua atuação
acentuada por sua característica ostensiva, estão as polícias militares brasileiras.
Entretanto, o contexto histórico dessas centenárias corporações
reflete o mau uso dos seus recursos institucionais, que foram empregados na
maioria das vezes como mecanismo estatal de "persuasão" e controle e como
máquina para a construção de um ambiente favorável a determinadas classes,
mantedoras do poder no país. Porém, o cenário mudou.
A abertura democrática trouxe ao poder uma nova sociedade,
repleta de anseios e exigente em relação aos seus direitos, subjulgados por décadas
de ditadura.
Como enfatiza a nossa Constituição de 1988, a democracia
brasileira tem como principal preceito a garantia dos direitos individuais, dentre eles,
o de ser assistido por uma segurança pública efetiva e de qualidade.
Em Goiás, o cenário atual determina uma necessidade constante de
ações de repressão ao crime, sem, no entanto, deixar de lado a urgência na
elaboração de uma política estratégica de prevenção.
Enxergando esse cenário, a Polícia Militar de Goiás tem buscado o
constante aperfeiçoamento técnico de seus operadores, investindo seus esforços na
construção de uma corporação policial militar moderna, equipada e preparada para
atender as demandas da sociedade goiana.
Entendendo ser esse o principal objetivo da PM Goiana, foi realizada
pesquisa, na forma de projeto acadêmico, com o intuito de identificar os gargalos na
eficiência da instituição que, quando eliminados, podem colaborar para a
implementação de maior eficiência nos seus processos, proporcionando uma
segurança pública com qualidade cada vez maior.
Aspectos Gerenciais das Polícias Militares
É obrigatório ao administrador saber que as organizações são
formadas por pessoas e para as pessoas e que modelos gerenciais são mutáveis e
temporais, devendo acompanhar a evolução das necessidades humanas e da
organização. E, principalmente, o administrador/gestor não deve se esquecer de que
os colaboradores são o principal recurso necessário ao sucesso da organização.
Observando essa premissa, foi possível nortear a pesquisa a
identificar aspectos gerenciais específicos que permitissem relacionar o
desempenho da corporação à motivação dos seus operadores.
Na trilha do caminho científico percorrido para a obtenção das
informações necessárias para o desenvolvimento do referido trabalho, deparamos
com uma série de ramificações que nos levou a identificar características
motivacionais bastante diversificadas.
Por fim, buscou-se identificar aspectos comuns que tivessem algum
efeito na prestação do serviço de segurança pública por parte da Polícia Militar de
Goiás, foco da pesquisa.
Assim, o escopo da pesquisa foi transformado, e os esforços foram
convergidos para identificar e formular um problema que interligasse o
comportamento organizacional da PM de Goiás com a eficiência de seus processos
(operados por pessoas), afetando a qualidade de seu produto final.
A pesquisa, "A Eficiência do Modelo Burocrático Militar na
Prestação do Serviço de Segurança Pública pela Polícia Militar de Goiás".
2011. 118 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) –
Sistema de Ensino Presencial Conectado, Universidade Norte do Paraná, visou
abordar a viabilidade do modelo burocrático militar para a eficiência do serviço de
segurança pública prestado pela Polícia Militar de Goiás, como base para as
transformações necessárias à implantação de novos modelos de segurança pública
que atendam a demanda da comunidade goiana.
No trabalho foram relacionados diversos autores cujas teorias
corroboram para sustentar os resultados obtidos, inferindo na necessidade de iniciar
as mudanças de dentro para fora, mostrando que o modelo de burocrático militar
atualmente em uso na PMGO, pode estar ultrapassado para ser praticado por
instituições de segurança pública ostensiva.
Os resultados foram obtidos através da análise bibliográfica,
documental, observação participativa, pesquisa de campo e análise comparativa das
teorias em relação aos aspectos institucionais da Polícia Militar de Goiás.
Através da pesquisa foi possível concluir que o modelo burocrático
militar da PMGO apresenta aspectos que contribuem para a ineficiência dos
processos institucionais e torna deficiente o relacionamento entre a corporação e a
comunidade, podendo implicar em baixa qualidade dos serviços de segurança
pública prestado pela corporação goiana.
Disfunções da Burocracia
A ineficiência é entendida pela maioria das pessoas como a principal
característica apresentada pelas repartições públicas que, com o passar dos anos,
cristalizaram a idéia de que burocracia é sinônimo das disfunções apresentadas no
serviço público.
Entretanto, ao formular seus estudos referente a burocracia, Max
Weber, sociólogo alemão, considerado o pai da burocracia, idealizou um modelo
burocrático com base no emprego racional dos meios para se atingir os fins.
Esse modelo, conhecido como modelo ideal de burocracia de
Weber, formulado na década de 40, logo passou a ser utilizados pelas corporações
mundo afora, tanto públicas como privadas.
Ocorre que o modelo de Weber se apresentava bastante
mecanicista e desconsiderava a organização informal, não levando em conta a
variabilidade humana, comum aos diversos tipos de pessoas.
Nisso, por ser operado por pessoas, o modelo ideal de burocracia de
Weber, passou a apresentar uma série de fugas ou distorções em relação a sua
característica racional.
Essas distorções são identificadas pelo autor estruturalista Robert K.
Merton (sociólogo), como consequências imprevistas da burocracia, surgindo assim
o conceito de disfunções da burocracia.
Disfunções da burocracia são desvios no modelo ideal de burocracia
em que, dependendo do grau em que se apresentam, conduzem a organização a
ineficiência.
Na Polícia Militar de Goiás também é possível observar a ocorrência
das diversas distorções mencionadas por Merton como disfunções da Burocracia
que são comumente enfatizadas pelo atual modelo de burocrático militar da PM
Goiana.
Problema Proposto
As polícias militares brasileiras, por adotarem um modelo de gestão
oriundo do Exército Brasileiro, apresentam características típicas, observadas em
todas as instituições militares de segurança pública no país, inferindo a existência de
semelhanças institucionais que favorecem a utilização de estudos efetuados nas
polícias militares de outros estados para a elaboração de trabalhos referentes a
PMGO.
A partir da observação dessas características e do comportamento
organizacional causado pelo atual modelo burocrático militar da PMGO, levantou-se
o seguinte questionamento:
O atual modelo burocrático militar em uso na PMGO ainda é
viável para subsidiar a eficiência da corporação, na prestação do serviço de
segurança pública?
O que chama a atenção é saber se o atual modelo militar continua
sendo eficiente para o desenvolvimento das atividades de segurança pública
exercida pela Policia Militar de Goiás.
O tema tem sido debatido por outras corporações policiais militares e
aplicado aos seus respectivos cenários. Porém, aparentando efeito das próprias
disfunções burocráticas apresentadas nessas corporações, ocorre uma resistência à
qualquer tentativa de mudança, bem como uma conformidade indiscutível em
relação a subordinação das polícias fardadas ao modelo do Exército Brasileiro.
Objetivos
A pesquisa teve como objetivo principal verificar a atual viabilidade
do modelo burocrático militar em uso na Polícia Militar de Goiás, para o exercício da
atividade de segurança pública.
Como objetivos específicos, foram relacionados:
- Verificar a ocorrência das disfunções burocráticas no atual modelo gerencial da
PMGO.
- Analisar a influência do modelo burocrático militar da PMGO na motivação
produtiva do policial militar e na qualidade do serviço;
- Verificar quais são as características do modelo militar que interferem no
comportamento organizacional;
Dos Dados
A observação das disfunções constatadas permitiu confrontar as
características do modelo organizacional da PMGO com o comportamento
organizacional indesejado e que interfere na satisfação motivacional produtiva dos
membros da organização, bem como na eficiência dos processos.
Os aspectos relacionados na pesquisa podem interferir
negativamente no comportamento organizacional da PMGO, levando os seus
operadores a interpretarem as características organizacionais de forma distorcida e
considerar esses aspectos como os únicos válidos no ambiente militar da
corporação.
Os aspectos relacionados a satisfação motivacional produtiva são
suficientemente subjetivos para podermos deduzir que qualquer pesquisa para
medição da satisfação do público interno ou outro mecanismo, possa subsidiar
mudanças na estrutura da organização.
Tal medição carece de participação imprescindível de empresas
especializadas que possam reproduzir um cenário real da atual condição do efetivo
da corporação.
Na sequencia ao trabalho de pesquisa e já identificados os fatores
críticos ao problema proposto, foram analisados as principais disfunções detectadas
e expostos, conforme o embasamento teórico utilizado na pesquisa, os efeitos
causados ao comportamento organizacional e a funcionalidade da instituição, com
foco na sua eficiência.
Para isso, a análise primária foi focada nas duas principais
disfunções percebidas na PMGO, e que levam ao aparecimento das demais
disfunções descritas por Merton.
As disfunções que foram enfatizadas são:
A internalização das regras e o apego aos regulamentos;
A valorização excessiva a hierarquia, através do "hierarquismo" e da exibição
de sinas de autoridade.
É possível observar no quadro abaixo que, dentro dos aspectos
pesquisados através da observação do comportamento dos policiais militares, a
duas disfunções epigrafadas acima levam, na maioria das vezes, a apresentação de
outras distorções relacionadas a elas, a saber:
Quadro 1 - Distorções relacionadas ao comportamento organizacional da PMGO.
Disfunções apresentadas na
pesquisa
Distorções relacionadas
Internalização das Regras e o apego aos
regulamentos.
- De meios para se buscar a eficiência, as
regras e regulamentos se tornam o fim.
Ocorre o deslocamento de objetivos.
a) As normas apresentadas exigem a
informalidade das comunicações, e por
consequência, o excesso de
formalismo e papelório.
b) O apego exagerado as normas torna o
funcionário um mero executor, que
Ocorre também o aparecimento dos
seguintes comportamentos indesejáveis:
“incapacidade treinada[1]” (conceito de
Veblen), “deformação profissional[2]” (de
Warnotte) e “psicose ocupacional[3]”
(segundo Dewey).
passa a apresentar resistência a
mudanças.
c) A coerção e a devoção a normas e
regulamentos opressores e limitadores,
transformam essas regras em coisas
absolutas, provocando a limitação da
liberdade e espontaneidade. O policial
militar trabalha em função dos
regulamentos e rotinas e não em
função dos objetivos organizacionais,
estabelecendo uma superconformidade
e se comportando de forma a fazer
estritamente o que impõe as normas da
organização, perdendo a flexibilidade, a
iniciativa e a criatividade, apresentando
um desempenho mínimo exigido.
Combinado ao jargão: “na PM nada se
cria, tudo se copia”, o PM torna-se
incapaz de criar ou inovar.
“Hierarquismo”, exibição de sinas de
autoridade e categorização.
a) Quem decide é sempre aquele que
ocupa o posto hierárquico mais alto,
mesmo que nada saiba a respeito do
problema a ser resolvido (ou não
possua habilidade para tal)
(Chiavenato, 2003, p.70)
b) Ênfase a Hierarquia de Autoridade;
c) Utilização intensiva de símbolos e
sinais de status.
d) Demonstração constante do status
relativo a posição hierárquica.
e) Deslocamento de Objetivos.
a) Categorização como base do
processo decisório. A rígida
hierarquia de autoridade leva a PM
a centralizar suas decisões nos
postos mais altos da corporação,
independentemente se a pessoa
que ocupa o cargo tem o
conhecimento necessário para
decidir sobre o assunto. Quanto
mais se categoriza o processo
decisório, menor é a procura por
soluções alternativas.
b) Como se refere Maximiano (2000),
o culto ao chefe, torna-se objetivo
importante. O “hierarquismo” na
PMGO combina a valorização
excessiva da hierarquia com a
internalização e apego aos
regulamentos. É ocorrência
frequente gastar uma enorme
parcela de tempo e energia com
preparação para solenidades,
empregando por um largo espaço
de tempo, uma parcela bastante
relevante dos recursos em prol dos
cuidados com a unidade para
prepará-la para alguma solenidade.
Isso é comumente observado na
Academia de Polícia Militar. Gasta-
se muito tempo e emprega-se muito
efetivo em solenidades para
proporcionar privilégio e prestígio
aos comandantes em detrimento do
emprego da tropa no cumprimento
do dever constitucional da PMGO.
c) Até o final da década de 1990,
existia diferenciação entre
refeitórios (refeitório dos cabos e
soldados, refeitório dos oficiais,
refeitório dos subtenentes e
sargento), não sendo permitido aos
soldados utilizar o refeitório dos
subtenentes e sargentos nem o de
oficiais.
d) Subaproveitamento dos talentos da
corporação por força de uma
condição hierárquica que não
permite que a base participe do
planejamento estratégico da
corporação (cultura organizacional
da corporação).
No geral, o modelo militar estudado, apresentou todas as disfunções
da burocracia previstas por Merton em sua teoria, reforçando a tese de que o atual
modelo de gestão militar utilizado pela PMGO promove a idéia de ineficiência,
prejudicando a prestação de serviços a comunidade goiana.
Pelas características mencionadas anteriormente, foi possível incluir
dados referentes ao conhecimento científico produzido em outras PMs do Brasil,
permitindo uma inferência na apresentação das características verificadas nas
coirmãs com a estrutura organizacional da PMGO, corroborando com os resultados
desta pesquisa.
Da Análise
As disfunções são excessos provocados pela distorção do modelo
burocrático, através do exagero no grau de burocratização da organização, levando
a autocracia, a rigidez e ao mecanicismo. Ocorre pela não observação das
consequências imprevistas da burocracia.
O principal reflexo das disfunções observadas na PMGO, como a
internalização e o apego às normas e regulamentos, despersonalização dos
relacionamentos, valorização excessiva da hierarquia e exibição de sinais de
autoridade, é o aparecimento de outra distorção extremamente prejudicial para a
organização. Chiavenato (2003, p. 270) identifica essa distorção, ou disfunção da
burocracia, como dificuldade no atendimento aos clientes e conflitos com o público,
explicando que:
O funcionário está voltado para dentro da organização, para suas normas e
regulamentos internos, para suas rotinas e procedimentos, para seu
superior hierárquico que avalia o seu desempenho. Essa atuação
interiorizada para a organização o leva a criar conflitos com os clientes da
organização.
O modelo militar da PMGO, na forma das disfunções relacionadas à
interiorização das normas e regras e do "hierarquismo", faz com que ocorram
deslocamentos de objetivos, onde a manutenção do militarismo torna-se a principal
prioridade da PM, em detrimento da prestação de serviços à sociedade (os meios se
tornam os fins em si mesmo).
Outra consequência grave das distorções observadas relaciona-se à
internalização constante e aplicação continua do regulamento repressor. Esses
procedimentos podem ocasionar os sintomas descritos por Maximiano (2000) como
comportamentos indesejáveis, tais como a resignação e a agressão (violência),
ocasionadas pela frustração em relação à impossibilidade de se expressar ou
conciliar as necessidades motivacionais e objetivos pessoais aos objetivos da
corporação.
Trata-se de características que podem contribuir para a destruição
da satisfação produtiva, interferindo efetivamente na eficiência dos processos e na
prestação de serviço a comunidade.
Dos Resultados
A apresentação do resultado integral da pesquisa está publicada na
monografia A Eficiência do Modelo Burocrático Militar na Prestação do Serviço
de Segurança Pública pela Polícia Militar do Estado de Goiás, (2011, 118 p.) que
incluem os aspectos observados como participante dos eventos, expondo os
motivos que levam a necessidade de repensar o atual modelo de produção da
Polícia Militar de Goiás.
Em suma, pode-se dizer que as exigências do público externo em
relação a um novo modelo de segurança pública mais eficiente tem sido o foco de
constantes discussões das autoridades, no que se refere aos rumos da segurança
pública em nosso Estado.
Atualmente, ocorre um processo de adequação dos órgãos de
segurança pública ao modelo de polícia comunitária[4] que visa a aproximação da
polícia militar com a comunidade.
Esse é um passo fundamental para a implementação de políticas
que viabilizem a inserção das policias no conceito mundial de policiamento
humanizado.
Contudo, a implementação desse modelo esbarra na exigência de
uma polícia ostensiva eficiente, capaz de interagir pacificamente com a sociedade,
integrar os seus processos aos demais órgãos de segurança pública e proporcionar
um ambiente de trabalho que estimule o comprometimento de seus operadores.
Nisso, faz se necessário avaliar a viabilidade do atual modelo
burocrático militar, para que sejam direcionados esforços no sentido de proceder as
modificações necessárias a estruturação de um novo modelo de segurança pública.
Como resultado final, o trabalho demonstra que o atual modelo
burocrático em uso na PMGO, apesar dos seus avanços estruturais, necessita de
uma transformação cultural que possa romper os paradigmas impostos pelo modelo
militar e transformar a PMGO em uma organização mais eficiente e mais preparada
para atender as demandas sociais por segurança pública.
___________________________________________________________________
1 Conceito de Veblen. "Diz respeito ao despreparo diante de situações novas a que pode estar
submetido o funcionário, proporcionando um grave problema de adaptação". (LIMA, 200, p. 25).
2 Conceito de Warnotte. Excesso de formalismo ou tecnicismo, o burocrata virtuoso.
3 Conceito de Dewey. Submetidos as distorções burocráticas, os indivíduos vão adquirindo
preferências e antipatias sendo que e as psicoses vão se desenvolvendo pelas exigências da
organização.
4 Polícia Comunitária é uma filosofia e estratégia organizacional que proporciona uma nova parceria
entre a população e a polícia. Baseia-se na premissa de que tanto a polícia quanto a comunidade
devem trabalhar juntas para identificar, priorizar e resolver problemas contemporâneos tais como
crime, drogas, medo do crime, desordens físicas e morais, e em geral a decadência do bairro, com o
objetivo de melhorar a qualidade geral da vida na área. (TROJANOWICZ, 1994, SENASP, 2007, p.
39)
________________________________________________________________
Referências
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Gerais. Três Corações: Unincor, 2004.
BASÍLIO. Marcio Pereira. O desafio da formação do policial militar no estado de Rio
de Janeiro: utopia ou realidade possível? 2007, 212 f. Dissertação (Mestrado em
Administração) - Centro de Formação Acadêmica e de Pesquisa, Escola Brasileira
de Administração Pública e de Empresas, Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro,
2007.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: texto
constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas
pelas Emendas Constitucionais nº 1/92 a 48/2005 e pelas Emendas Constitucionais
de Revisão nº 1 a 6/94. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições
Técnicas, 2005. 88 p.
BRASIL. Decreto-lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969. Código Penal Militar.
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CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso
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______. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da
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FRANCO, Edmar Teixeira. A falência do modelo militar de polícia no Rio de Janeiro.
2009. 64 f. Monografia (Pós Graduação em Segurança Pública) – Ministério da
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GOIÁS. Decreto nº 4.717, de 07 de outubro de 1996. Aprova o Regulamento
Disciplinar da Polícia Militar do Estado de Goiás – RDPM-GO. Goiânia: GEP, 1998.
GOIÁS. Lei nº 8.033, de 02 de dezembro de 1975. Dispõe sobre o Estatuto dos
Policiais Militares do Estado de Goiás. Diário Oficial do Estado. Goiânia, 1975.
GOIÁS. Lei 8.125, de 08 de julho de 1976. Dispõe sobre a organização básica da
Polícia Militar. Goiânia, 1976.
GOIÁS. Lei nº 16.902, de 26 de janeiro de 2010. Fixa o efetivo da Polícia Militar do
Estado de Goiás. Diário Oficial do Estado. Goiânia, 2010.
GOIÁS. Lei nº 15.704, de 20 de junho de 2006, atualizada pela Lei nº 16.928, de 11
de março de 2010. Institui o Plano de Carreira das Praças da Polícia Militar e do
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. Diário Oficial do Estado. Goiânia,
2010.
GOIÁS. Portaria nº 805, de 30 de outubro de 2010. Goiânia: Polícia Militar, 2010.
GOIÁS. Relatório de Gestão Governamental - 2009: Vol. II - B. Goiânia: Secretaria
da Fazenda do Estado de Goiás, 2009.
JÚNIOR, Aldo Antônio dos Santos; SOUZA, Renato José de; CABRAL, Aline Bud.
Clima organizacional em organizações militares. Revista Brasileira de Gestão e
Desenvolvimento Regional, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 26-70, 2009.
LIMA, Izabela Gazzola Palma. Estatísticas policiais em Belo Horizonte: análise a
partir da perspectiva durkheimiana e da teoria das organizações. 2003. 50 f.
Monografia (Graduação em Sociologia) - Faculdade de Filosofia e Ciências
Humanas da Universidade Federal de Minas, Belo Horizonte, 2003.
MAXIMIANO. Antônio César Amaru. Introdução à administração. 5. ed. rev. e ampl.
São Paulo: Atlas, 2000.
MENEGASSI, Cláudia Herrero Martins. As dimensões do modelo burocrático nas
organizações: um estudo das empresas do Pólo Empresarial Spartaco orientadas
pela abordagem da Economia de Comunhão. 2007. 109 f. Dissertação (Mestrado em
Gestão de Negócios) – Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual
de Londrina, Maringá, 2007.
MUNIZ. Jaqueline. A crise de identidade das polícias militares brasileiras: dilemas e
paradoxos da formação educacional. Security and Defense Studies Review, [S.I.], v.
1, p. 177-198, 2001.
SANTOS, Bruno Ferreira Martins dos. Polícia, segurança pública e a importância da
formação e capacitação policial. 2008. 65 f. Monografia (Graduação em Direito) -
Faculdade de Direito da Universidade Candido Mendes Tijuca, Rio de Janeiro, 2008.
SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA. Curso nacional da promotor
de polícia comunitária. Brasília: SENASP, 2007.
SILVA, Carlos Augusto Gomes e. O trabalho na organização militar: natureza e
significados atribuídos pelo operador do policiamento ostensivo fardado. 2006. 144 f.
Dissertação (Mestrado Acadêmico em Administração) – Universidade Federal da
Bahia, Salvador, 2006.
SILVA, Robson Augusto da. Militares pela cidadania: Movimentos associativistas das
praças das forças armadas. De 1910 a 2009, um século de ativismo em busca de
humanização nas relações de trabalho. 2008. 53 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais, ênfase em Sociologia) – Instituto
de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Pará, Belém, 2008.
SOARES, Maria Aparecida Monteiro de Oliveira. O papel do gestor na motivação do
policial: controle para o absenteísmo, Recife, 2008. Disponível em:
<http://www.forumseguranca.org.br/artigos/o-papel-do-gestor-na-motivacao-do-
policialcontrole-para-o-absenteismo>. Acesso em: 10 out. 2010.
BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas Organizações. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
Fonte:

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Aspectos Administrativos da Segurança Pública.

  • 1. Artigo: ASPECTOS ADMINISTRATIVOS DA SEGURANÇA PÚBLICA Autor: Ricardo de Oliveira Dias. Bacharel em Administração e Master Bussines Administration – MBA em Gestão de Projetos. As Polícias e a Constituição Federal O artigo 144 do Capítulo III da Constituição Federal de 1988 – CF/88 prescreve que "a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio." De forma geral, o exercício da segurança pública conforme determina a nossa Constituição Federal, é efetuado pelo conjunto de órgãos que compõe o sistema de segurança pública no Brasil (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Ferroviária Federal, Polícias Civis e Militares dos estados e do Distrito Federal, Bombeiros Militares e Guardas Municipais, quando constituídas, para a proteção dos bens, serviços e instalações do município). Cada órgão do referido sistema tem sua função estabelecida na forma da Lei, contextualizada nos incisos e parágrafos do artigo 144 da nossa Carta Magna. Porém, o referido diploma legal afirma que cabe apenas as Polícias Militares, atuarem como polícia ostensiva e na preservação da ordem pública. Em complemento a essa afirmação jurídica, a conjuntura nacional atual torna imperativo a necessidade constante e evolutiva de uma segurança pública eficiente, que priorize a prevenção ao crime e o exercício dos direitos humanos. Contudo, ao observarmos a escalada do crime e a exigência da sociedade por uma segurança pública cada vez mais atuante, percebemos que o exercício da atividade de polícia tem se tornado cada vez mais necessário. Na linha de frente da atividade policial e com a sua atuação acentuada por sua característica ostensiva, estão as polícias militares brasileiras. Entretanto, o contexto histórico dessas centenárias corporações reflete o mau uso dos seus recursos institucionais, que foram empregados na
  • 2. maioria das vezes como mecanismo estatal de "persuasão" e controle e como máquina para a construção de um ambiente favorável a determinadas classes, mantedoras do poder no país. Porém, o cenário mudou. A abertura democrática trouxe ao poder uma nova sociedade, repleta de anseios e exigente em relação aos seus direitos, subjulgados por décadas de ditadura. Como enfatiza a nossa Constituição de 1988, a democracia brasileira tem como principal preceito a garantia dos direitos individuais, dentre eles, o de ser assistido por uma segurança pública efetiva e de qualidade. Em Goiás, o cenário atual determina uma necessidade constante de ações de repressão ao crime, sem, no entanto, deixar de lado a urgência na elaboração de uma política estratégica de prevenção. Enxergando esse cenário, a Polícia Militar de Goiás tem buscado o constante aperfeiçoamento técnico de seus operadores, investindo seus esforços na construção de uma corporação policial militar moderna, equipada e preparada para atender as demandas da sociedade goiana. Entendendo ser esse o principal objetivo da PM Goiana, foi realizada pesquisa, na forma de projeto acadêmico, com o intuito de identificar os gargalos na eficiência da instituição que, quando eliminados, podem colaborar para a implementação de maior eficiência nos seus processos, proporcionando uma segurança pública com qualidade cada vez maior. Aspectos Gerenciais das Polícias Militares É obrigatório ao administrador saber que as organizações são formadas por pessoas e para as pessoas e que modelos gerenciais são mutáveis e temporais, devendo acompanhar a evolução das necessidades humanas e da organização. E, principalmente, o administrador/gestor não deve se esquecer de que os colaboradores são o principal recurso necessário ao sucesso da organização. Observando essa premissa, foi possível nortear a pesquisa a identificar aspectos gerenciais específicos que permitissem relacionar o desempenho da corporação à motivação dos seus operadores. Na trilha do caminho científico percorrido para a obtenção das informações necessárias para o desenvolvimento do referido trabalho, deparamos com uma série de ramificações que nos levou a identificar características motivacionais bastante diversificadas.
  • 3. Por fim, buscou-se identificar aspectos comuns que tivessem algum efeito na prestação do serviço de segurança pública por parte da Polícia Militar de Goiás, foco da pesquisa. Assim, o escopo da pesquisa foi transformado, e os esforços foram convergidos para identificar e formular um problema que interligasse o comportamento organizacional da PM de Goiás com a eficiência de seus processos (operados por pessoas), afetando a qualidade de seu produto final. A pesquisa, "A Eficiência do Modelo Burocrático Militar na Prestação do Serviço de Segurança Pública pela Polícia Militar de Goiás". 2011. 118 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – Sistema de Ensino Presencial Conectado, Universidade Norte do Paraná, visou abordar a viabilidade do modelo burocrático militar para a eficiência do serviço de segurança pública prestado pela Polícia Militar de Goiás, como base para as transformações necessárias à implantação de novos modelos de segurança pública que atendam a demanda da comunidade goiana. No trabalho foram relacionados diversos autores cujas teorias corroboram para sustentar os resultados obtidos, inferindo na necessidade de iniciar as mudanças de dentro para fora, mostrando que o modelo de burocrático militar atualmente em uso na PMGO, pode estar ultrapassado para ser praticado por instituições de segurança pública ostensiva. Os resultados foram obtidos através da análise bibliográfica, documental, observação participativa, pesquisa de campo e análise comparativa das teorias em relação aos aspectos institucionais da Polícia Militar de Goiás. Através da pesquisa foi possível concluir que o modelo burocrático militar da PMGO apresenta aspectos que contribuem para a ineficiência dos processos institucionais e torna deficiente o relacionamento entre a corporação e a comunidade, podendo implicar em baixa qualidade dos serviços de segurança pública prestado pela corporação goiana. Disfunções da Burocracia A ineficiência é entendida pela maioria das pessoas como a principal característica apresentada pelas repartições públicas que, com o passar dos anos, cristalizaram a idéia de que burocracia é sinônimo das disfunções apresentadas no serviço público.
  • 4. Entretanto, ao formular seus estudos referente a burocracia, Max Weber, sociólogo alemão, considerado o pai da burocracia, idealizou um modelo burocrático com base no emprego racional dos meios para se atingir os fins. Esse modelo, conhecido como modelo ideal de burocracia de Weber, formulado na década de 40, logo passou a ser utilizados pelas corporações mundo afora, tanto públicas como privadas. Ocorre que o modelo de Weber se apresentava bastante mecanicista e desconsiderava a organização informal, não levando em conta a variabilidade humana, comum aos diversos tipos de pessoas. Nisso, por ser operado por pessoas, o modelo ideal de burocracia de Weber, passou a apresentar uma série de fugas ou distorções em relação a sua característica racional. Essas distorções são identificadas pelo autor estruturalista Robert K. Merton (sociólogo), como consequências imprevistas da burocracia, surgindo assim o conceito de disfunções da burocracia. Disfunções da burocracia são desvios no modelo ideal de burocracia em que, dependendo do grau em que se apresentam, conduzem a organização a ineficiência. Na Polícia Militar de Goiás também é possível observar a ocorrência das diversas distorções mencionadas por Merton como disfunções da Burocracia que são comumente enfatizadas pelo atual modelo de burocrático militar da PM Goiana. Problema Proposto As polícias militares brasileiras, por adotarem um modelo de gestão oriundo do Exército Brasileiro, apresentam características típicas, observadas em todas as instituições militares de segurança pública no país, inferindo a existência de semelhanças institucionais que favorecem a utilização de estudos efetuados nas polícias militares de outros estados para a elaboração de trabalhos referentes a PMGO. A partir da observação dessas características e do comportamento organizacional causado pelo atual modelo burocrático militar da PMGO, levantou-se o seguinte questionamento:
  • 5. O atual modelo burocrático militar em uso na PMGO ainda é viável para subsidiar a eficiência da corporação, na prestação do serviço de segurança pública? O que chama a atenção é saber se o atual modelo militar continua sendo eficiente para o desenvolvimento das atividades de segurança pública exercida pela Policia Militar de Goiás. O tema tem sido debatido por outras corporações policiais militares e aplicado aos seus respectivos cenários. Porém, aparentando efeito das próprias disfunções burocráticas apresentadas nessas corporações, ocorre uma resistência à qualquer tentativa de mudança, bem como uma conformidade indiscutível em relação a subordinação das polícias fardadas ao modelo do Exército Brasileiro. Objetivos A pesquisa teve como objetivo principal verificar a atual viabilidade do modelo burocrático militar em uso na Polícia Militar de Goiás, para o exercício da atividade de segurança pública. Como objetivos específicos, foram relacionados: - Verificar a ocorrência das disfunções burocráticas no atual modelo gerencial da PMGO. - Analisar a influência do modelo burocrático militar da PMGO na motivação produtiva do policial militar e na qualidade do serviço; - Verificar quais são as características do modelo militar que interferem no comportamento organizacional; Dos Dados A observação das disfunções constatadas permitiu confrontar as características do modelo organizacional da PMGO com o comportamento organizacional indesejado e que interfere na satisfação motivacional produtiva dos membros da organização, bem como na eficiência dos processos. Os aspectos relacionados na pesquisa podem interferir negativamente no comportamento organizacional da PMGO, levando os seus operadores a interpretarem as características organizacionais de forma distorcida e
  • 6. considerar esses aspectos como os únicos válidos no ambiente militar da corporação. Os aspectos relacionados a satisfação motivacional produtiva são suficientemente subjetivos para podermos deduzir que qualquer pesquisa para medição da satisfação do público interno ou outro mecanismo, possa subsidiar mudanças na estrutura da organização. Tal medição carece de participação imprescindível de empresas especializadas que possam reproduzir um cenário real da atual condição do efetivo da corporação. Na sequencia ao trabalho de pesquisa e já identificados os fatores críticos ao problema proposto, foram analisados as principais disfunções detectadas e expostos, conforme o embasamento teórico utilizado na pesquisa, os efeitos causados ao comportamento organizacional e a funcionalidade da instituição, com foco na sua eficiência. Para isso, a análise primária foi focada nas duas principais disfunções percebidas na PMGO, e que levam ao aparecimento das demais disfunções descritas por Merton. As disfunções que foram enfatizadas são: A internalização das regras e o apego aos regulamentos; A valorização excessiva a hierarquia, através do "hierarquismo" e da exibição de sinas de autoridade. É possível observar no quadro abaixo que, dentro dos aspectos pesquisados através da observação do comportamento dos policiais militares, a duas disfunções epigrafadas acima levam, na maioria das vezes, a apresentação de outras distorções relacionadas a elas, a saber: Quadro 1 - Distorções relacionadas ao comportamento organizacional da PMGO. Disfunções apresentadas na pesquisa Distorções relacionadas Internalização das Regras e o apego aos regulamentos. - De meios para se buscar a eficiência, as regras e regulamentos se tornam o fim. Ocorre o deslocamento de objetivos. a) As normas apresentadas exigem a informalidade das comunicações, e por consequência, o excesso de formalismo e papelório. b) O apego exagerado as normas torna o funcionário um mero executor, que
  • 7. Ocorre também o aparecimento dos seguintes comportamentos indesejáveis: “incapacidade treinada[1]” (conceito de Veblen), “deformação profissional[2]” (de Warnotte) e “psicose ocupacional[3]” (segundo Dewey). passa a apresentar resistência a mudanças. c) A coerção e a devoção a normas e regulamentos opressores e limitadores, transformam essas regras em coisas absolutas, provocando a limitação da liberdade e espontaneidade. O policial militar trabalha em função dos regulamentos e rotinas e não em função dos objetivos organizacionais, estabelecendo uma superconformidade e se comportando de forma a fazer estritamente o que impõe as normas da organização, perdendo a flexibilidade, a iniciativa e a criatividade, apresentando um desempenho mínimo exigido. Combinado ao jargão: “na PM nada se cria, tudo se copia”, o PM torna-se incapaz de criar ou inovar. “Hierarquismo”, exibição de sinas de autoridade e categorização. a) Quem decide é sempre aquele que ocupa o posto hierárquico mais alto, mesmo que nada saiba a respeito do problema a ser resolvido (ou não possua habilidade para tal) (Chiavenato, 2003, p.70) b) Ênfase a Hierarquia de Autoridade; c) Utilização intensiva de símbolos e sinais de status. d) Demonstração constante do status relativo a posição hierárquica. e) Deslocamento de Objetivos. a) Categorização como base do processo decisório. A rígida hierarquia de autoridade leva a PM a centralizar suas decisões nos postos mais altos da corporação, independentemente se a pessoa que ocupa o cargo tem o conhecimento necessário para decidir sobre o assunto. Quanto mais se categoriza o processo decisório, menor é a procura por soluções alternativas. b) Como se refere Maximiano (2000), o culto ao chefe, torna-se objetivo importante. O “hierarquismo” na PMGO combina a valorização excessiva da hierarquia com a internalização e apego aos regulamentos. É ocorrência frequente gastar uma enorme parcela de tempo e energia com preparação para solenidades, empregando por um largo espaço de tempo, uma parcela bastante relevante dos recursos em prol dos cuidados com a unidade para prepará-la para alguma solenidade. Isso é comumente observado na Academia de Polícia Militar. Gasta- se muito tempo e emprega-se muito efetivo em solenidades para
  • 8. proporcionar privilégio e prestígio aos comandantes em detrimento do emprego da tropa no cumprimento do dever constitucional da PMGO. c) Até o final da década de 1990, existia diferenciação entre refeitórios (refeitório dos cabos e soldados, refeitório dos oficiais, refeitório dos subtenentes e sargento), não sendo permitido aos soldados utilizar o refeitório dos subtenentes e sargentos nem o de oficiais. d) Subaproveitamento dos talentos da corporação por força de uma condição hierárquica que não permite que a base participe do planejamento estratégico da corporação (cultura organizacional da corporação). No geral, o modelo militar estudado, apresentou todas as disfunções da burocracia previstas por Merton em sua teoria, reforçando a tese de que o atual modelo de gestão militar utilizado pela PMGO promove a idéia de ineficiência, prejudicando a prestação de serviços a comunidade goiana. Pelas características mencionadas anteriormente, foi possível incluir dados referentes ao conhecimento científico produzido em outras PMs do Brasil, permitindo uma inferência na apresentação das características verificadas nas coirmãs com a estrutura organizacional da PMGO, corroborando com os resultados desta pesquisa. Da Análise As disfunções são excessos provocados pela distorção do modelo burocrático, através do exagero no grau de burocratização da organização, levando a autocracia, a rigidez e ao mecanicismo. Ocorre pela não observação das consequências imprevistas da burocracia. O principal reflexo das disfunções observadas na PMGO, como a internalização e o apego às normas e regulamentos, despersonalização dos relacionamentos, valorização excessiva da hierarquia e exibição de sinais de autoridade, é o aparecimento de outra distorção extremamente prejudicial para a organização. Chiavenato (2003, p. 270) identifica essa distorção, ou disfunção da
  • 9. burocracia, como dificuldade no atendimento aos clientes e conflitos com o público, explicando que: O funcionário está voltado para dentro da organização, para suas normas e regulamentos internos, para suas rotinas e procedimentos, para seu superior hierárquico que avalia o seu desempenho. Essa atuação interiorizada para a organização o leva a criar conflitos com os clientes da organização. O modelo militar da PMGO, na forma das disfunções relacionadas à interiorização das normas e regras e do "hierarquismo", faz com que ocorram deslocamentos de objetivos, onde a manutenção do militarismo torna-se a principal prioridade da PM, em detrimento da prestação de serviços à sociedade (os meios se tornam os fins em si mesmo). Outra consequência grave das distorções observadas relaciona-se à internalização constante e aplicação continua do regulamento repressor. Esses procedimentos podem ocasionar os sintomas descritos por Maximiano (2000) como comportamentos indesejáveis, tais como a resignação e a agressão (violência), ocasionadas pela frustração em relação à impossibilidade de se expressar ou conciliar as necessidades motivacionais e objetivos pessoais aos objetivos da corporação. Trata-se de características que podem contribuir para a destruição da satisfação produtiva, interferindo efetivamente na eficiência dos processos e na prestação de serviço a comunidade. Dos Resultados A apresentação do resultado integral da pesquisa está publicada na monografia A Eficiência do Modelo Burocrático Militar na Prestação do Serviço de Segurança Pública pela Polícia Militar do Estado de Goiás, (2011, 118 p.) que incluem os aspectos observados como participante dos eventos, expondo os motivos que levam a necessidade de repensar o atual modelo de produção da Polícia Militar de Goiás. Em suma, pode-se dizer que as exigências do público externo em relação a um novo modelo de segurança pública mais eficiente tem sido o foco de constantes discussões das autoridades, no que se refere aos rumos da segurança pública em nosso Estado. Atualmente, ocorre um processo de adequação dos órgãos de segurança pública ao modelo de polícia comunitária[4] que visa a aproximação da polícia militar com a comunidade.
  • 10. Esse é um passo fundamental para a implementação de políticas que viabilizem a inserção das policias no conceito mundial de policiamento humanizado. Contudo, a implementação desse modelo esbarra na exigência de uma polícia ostensiva eficiente, capaz de interagir pacificamente com a sociedade, integrar os seus processos aos demais órgãos de segurança pública e proporcionar um ambiente de trabalho que estimule o comprometimento de seus operadores. Nisso, faz se necessário avaliar a viabilidade do atual modelo burocrático militar, para que sejam direcionados esforços no sentido de proceder as modificações necessárias a estruturação de um novo modelo de segurança pública. Como resultado final, o trabalho demonstra que o atual modelo burocrático em uso na PMGO, apesar dos seus avanços estruturais, necessita de uma transformação cultural que possa romper os paradigmas impostos pelo modelo militar e transformar a PMGO em uma organização mais eficiente e mais preparada para atender as demandas sociais por segurança pública. ___________________________________________________________________ 1 Conceito de Veblen. "Diz respeito ao despreparo diante de situações novas a que pode estar submetido o funcionário, proporcionando um grave problema de adaptação". (LIMA, 200, p. 25). 2 Conceito de Warnotte. Excesso de formalismo ou tecnicismo, o burocrata virtuoso. 3 Conceito de Dewey. Submetidos as distorções burocráticas, os indivíduos vão adquirindo preferências e antipatias sendo que e as psicoses vão se desenvolvendo pelas exigências da organização. 4 Polícia Comunitária é uma filosofia e estratégia organizacional que proporciona uma nova parceria entre a população e a polícia. Baseia-se na premissa de que tanto a polícia quanto a comunidade devem trabalhar juntas para identificar, priorizar e resolver problemas contemporâneos tais como crime, drogas, medo do crime, desordens físicas e morais, e em geral a decadência do bairro, com o objetivo de melhorar a qualidade geral da vida na área. (TROJANOWICZ, 1994, SENASP, 2007, p. 39) ________________________________________________________________ Referências ASSAF, Aédel Nagib. Qualidade de vida no trabalho na Polícia Militar de Minas Gerais. Três Corações: Unincor, 2004. BASÍLIO. Marcio Pereira. O desafio da formação do policial militar no estado de Rio de Janeiro: utopia ou realidade possível? 2007, 212 f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Centro de Formação Acadêmica e de Pesquisa, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2007.
  • 11. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais nº 1/92 a 48/2005 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão nº 1 a 6/94. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2005. 88 p. BRASIL. Decreto-lei nº 1.001, de 21 de outubro de 1969. Código Penal Militar. Brasília, 1969. CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. 2. ed. São Paulo: Elsevier, 2005. ______. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração nas organizações. 7. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. FRANCO, Edmar Teixeira. A falência do modelo militar de polícia no Rio de Janeiro. 2009. 64 f. Monografia (Pós Graduação em Segurança Pública) – Ministério da Justiça - FLACSO – Viva Rio. Rio de Janeiro, 2009. GOIÁS. Constituição (1989). Constituição do Estado de Goiás. Goiânia: Editora Assembléia, 2010. GOIÁS. Decreto nº 4.717, de 07 de outubro de 1996. Aprova o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar do Estado de Goiás – RDPM-GO. Goiânia: GEP, 1998. GOIÁS. Lei nº 8.033, de 02 de dezembro de 1975. Dispõe sobre o Estatuto dos Policiais Militares do Estado de Goiás. Diário Oficial do Estado. Goiânia, 1975. GOIÁS. Lei 8.125, de 08 de julho de 1976. Dispõe sobre a organização básica da Polícia Militar. Goiânia, 1976. GOIÁS. Lei nº 16.902, de 26 de janeiro de 2010. Fixa o efetivo da Polícia Militar do Estado de Goiás. Diário Oficial do Estado. Goiânia, 2010. GOIÁS. Lei nº 15.704, de 20 de junho de 2006, atualizada pela Lei nº 16.928, de 11 de março de 2010. Institui o Plano de Carreira das Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. Diário Oficial do Estado. Goiânia, 2010. GOIÁS. Portaria nº 805, de 30 de outubro de 2010. Goiânia: Polícia Militar, 2010.
  • 12. GOIÁS. Relatório de Gestão Governamental - 2009: Vol. II - B. Goiânia: Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, 2009. JÚNIOR, Aldo Antônio dos Santos; SOUZA, Renato José de; CABRAL, Aline Bud. Clima organizacional em organizações militares. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, São Paulo, v. 5, n. 1, p. 26-70, 2009. LIMA, Izabela Gazzola Palma. Estatísticas policiais em Belo Horizonte: análise a partir da perspectiva durkheimiana e da teoria das organizações. 2003. 50 f. Monografia (Graduação em Sociologia) - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas, Belo Horizonte, 2003. MAXIMIANO. Antônio César Amaru. Introdução à administração. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2000. MENEGASSI, Cláudia Herrero Martins. As dimensões do modelo burocrático nas organizações: um estudo das empresas do Pólo Empresarial Spartaco orientadas pela abordagem da Economia de Comunhão. 2007. 109 f. Dissertação (Mestrado em Gestão de Negócios) – Universidade Estadual de Maringá e Universidade Estadual de Londrina, Maringá, 2007. MUNIZ. Jaqueline. A crise de identidade das polícias militares brasileiras: dilemas e paradoxos da formação educacional. Security and Defense Studies Review, [S.I.], v. 1, p. 177-198, 2001. SANTOS, Bruno Ferreira Martins dos. Polícia, segurança pública e a importância da formação e capacitação policial. 2008. 65 f. Monografia (Graduação em Direito) - Faculdade de Direito da Universidade Candido Mendes Tijuca, Rio de Janeiro, 2008. SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA. Curso nacional da promotor de polícia comunitária. Brasília: SENASP, 2007. SILVA, Carlos Augusto Gomes e. O trabalho na organização militar: natureza e significados atribuídos pelo operador do policiamento ostensivo fardado. 2006. 144 f. Dissertação (Mestrado Acadêmico em Administração) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2006. SILVA, Robson Augusto da. Militares pela cidadania: Movimentos associativistas das praças das forças armadas. De 1910 a 2009, um século de ativismo em busca de humanização nas relações de trabalho. 2008. 53 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais, ênfase em Sociologia) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Pará, Belém, 2008.
  • 13. SOARES, Maria Aparecida Monteiro de Oliveira. O papel do gestor na motivação do policial: controle para o absenteísmo, Recife, 2008. Disponível em: <http://www.forumseguranca.org.br/artigos/o-papel-do-gestor-na-motivacao-do- policialcontrole-para-o-absenteismo>. Acesso em: 10 out. 2010. BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas Organizações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008. Fonte: