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A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira
_____________________________________________Juliano MoreiraA HUMANIDADE ÉMEU PROBLEMA_____________________________________________Fale com o autorjmjulianomoreira@gmail.com
© Copyright 2011, Juliano Moreira.Imagem da capa: autoria desconhecida2ª edição1ª impressão(2011)Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta ediçãopode ser utilizada ou reproduzida - em qualquer meio ouforma -, nem apropriada e estocada sem a expressaautorização de Juliano Moreira._________________________________________________________________Moreira, JulianoA Humanidade é Meu Problema.Juliano Moreira. Pará de Minas, MG: Editora VirtualBooks,2011.14x20 cm. 61p. 14x20 cm.ISBN 978-85-7953-429-41. Teoria do conhecimento, causalidade e ser humano. Brasil.I. Título.CDD-120________________________________________________________________Livro editado pelaVIRTUALBOOKS EDITORA E LIVRARIA LTDA.Rua Benedito Valadares, 560 – centro –35.660-630 – Pará de Minas – MG – Brasil(37) 3231.6653 vbooks01@terra.com.brwww.virtualbooks.com.br
Cada palavra é dedicada a você, morador da casa Terra.
Para superar a solidão basta admitir sua humanidade.(Talvez isto torne-se óbvio até o final da obra)
AGRADEÇO A VOCÊS!Alex, Ana Paula Spohr, Anderson Portilho, Antonio Claudio E. Moreira, ArnaldoLacerda, Bárbara Olyntho, Bruno Martins, Clara Ferreira, Clarice Moreira, CristianMenna, Dafne Luz, Daniela Lopes, Deise Josiane, Denise Moreira, Diego “Píi”Gonçalves, Eduardo Cruz, Eduardo Terroso, Fernando “Caaba” Mendonça, FilippeMariotto Armelin, Giulia Baptista, Guilherme Holz, Henrique Kroetz, Iago One, IsisPetry, Jener Gomes, João Afonso Junior, Jonathan DOrleans, Juliana Lehmen, KonradSauer, Lorena Müller Haack, Luara Neumann, Lurai Silvestro, Marieta Moreira, MichaelMarques, Michel Siekierski, Natanael Augusto Hermes, Paloma Rodrigues, PatríciaMyiata, Rafael Barros, Rafael Moreira, Renata Bueno, Rosemary Mareco e tantos quenão estão em palavras, mas em presença.Agradeço as sugestões, revisões, análises, correções, ilustrações e,principalmente, o envolvimento e convivência pessoal. Vocês fazem esta obra serverdadeiramente colaborativa. Verdadeiramente humana. Cada pequena e grandesituação está aqui eternizada.
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraCCoonntteeúúddooINTRODUÇÃOANTES, O QUE VOCÊ PRECISA SABER.................... 1PARTE 1O QUE SOMOS NÓS?............................................ 4CAPÍTULO 1DO QUE PRECISAMOS? ..........................................................................................................................6I. NECESSIDADES...................................................................................................................... 8II. RECURSOS ........................................................................................................................ 12III. DO INDIVÍDUO À HUMANIDADE ............................................................................................ 14IV. NECESSIDADES TANGÍVEIS E INTANGÍVEIS ............................................................................... 15V. URGÊNCIA ........................................................................................................................ 19VI. O QUE VOCÊ QUER? .......................................................................................................... 19VII. SERÁ POSSÍVEL MESMO? ................................................................................................... 22CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 1 ......................................................................................24CAPÍTULO 3COMO RESOLVEMOS NOSSOS PROBLEMAS? .......................................................................................25I. ABUNDÂNCIA ..................................................................................................................... 26II. EFICIÊNCIA........................................................................................................................ 27III. SUSTENTABILIDADE............................................................................................................ 28IV. A TRÍPLICE FUNDAMENTAL .................................................................................................. 31CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 2 ......................................................................................33CAPÍTULO 3COMO CONVIVEMOS? .........................................................................................................................34I. SIMBIOSE........................................................................................................................... 34II. RECURSOS TANGÍVEIS E INTANGÍVEIS ...................................................................................... 36III. SOCIEDADE INEVITÁVEL....................................................................................................... 39IV. EMERGÊNCIA.................................................................................................................... 40V. DE NÔMADES ATÉ AQUI....................................................................................................... 43CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 3 ......................................................................................48CAPÍTULO 4COMO ADQUIRIMOS?..........................................................................................................................49I. DINHEIRO É RECURSO?......................................................................................................... 49II. O QUE O DINHEIRO É........................................................................................................... 52III. COMO OBTER DINHEIRO?.................................................................................................... 52IV. SEQUÊNCIA DE SATISFAÇÃO................................................................................................. 54CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 4 ......................................................................................57CAPÍTULO 5COMO NOS ORGANIZAMOS?...............................................................................................................58I. REENTENDENDO ECONOMIA.................................................................................................. 58II. O CORPO DE TODOS NÓS...................................................................................................... 60
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraIII. A MENTE DE TODOS NÓS..................................................................................................... 62IV. A INTERAÇÃO ENTRE MENTE E CORPO SOCIAL.......................................................................... 64V. SOMOS CÉLULAS SOCIAIS ..................................................................................................... 64CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 5 ......................................................................................67REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................68PARTE 2ENTENDENDO NOSSO CORPO SOCIAL................. 70CAPÍTULO 6POR QUE TEMOS UM CORPO ECONÔMICO?........................................................................................71I. NÃO HÁ VIDA SEM EMPREGO................................................................................................. 72II. OBTENÇÃO DIRETA E INDIRETA .............................................................................................. 75III. O QUE INTERESSA É O DINHEIRO ........................................................................................... 76CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 6 ......................................................................................78CAPÍTULO 7OS SINTOMAS......................................................................................................................................79CAPÍTULO 7.1PRECISAMOS DE CIRCULAÇÃO INFINITA ..............................................................................................81I. VIVER É COMPRAR E VENDER ................................................................................................. 82II. OS TRÊS PAPÉIS.................................................................................................................. 83III. SEM PAPÉIS...................................................................................................................... 86IV. É VOCÊ QUEM SUSTENTA ISSO.............................................................................................. 87V. APARENTEMENTE PRECISAMOS DE EMPREGOS ......................................................................... 88VI. QUANTO MAIS LONGE, MELHOR........................................................................................... 90VII. VOCÊ VALE SEU CUSTO ...................................................................................................... 92CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 7.1 ...................................................................................97CAPÍTULO 7.2PRODUZIMOS PARA QUEBRAR ............................................................................................................98I. MAIS SOBRE CUSTOS............................................................................................................ 98II. O LUCRO E A LIBERDADE .................................................................................................... 100III. A CADEIA QUE SUSTENTAMOS............................................................................................ 101IV. É VOCÊ QUEM SUSTENTA ISSO............................................................................................ 104V. RESGATANDO EFICIÊNCIA................................................................................................... 104VI. EFICIÊNCIA É LUCRATIVA? ................................................................................................. 106VII. NÓS DESPREZAMOS EFICIÊNCIA ......................................................................................... 109VIII. A OBSOLESCÊNCIA PLANEJADA ......................................................................................... 111IX. OBSOLÊSCÊNCIA UTILITÁRIA............................................................................................... 112X. OBSOLÊSCÊNCIA PSICOLÓGICA ............................................................................................ 114XI. A BIOGRAFIA DA OBSOLESÊNCIA ......................................................................................... 117CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 7.2 .................................................................................122CAPÍTULO 7.3DESEJAMOS A ESCASSEZ ....................................................................................................................124I. OFERTA E DEMANDA.......................................................................................................... 126II. O QUE SABEMOS SOBRE QUALIDADE?................................................................................... 128III. DE ONDE VEM A NOÇÃO DE QUALIDADE? ............................................................................. 130
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraIV. VOCÊ SUSTENTA ISSO ....................................................................................................... 131V. NÓS DESPREZAMOS ABUNDÂNCIA ....................................................................................... 131CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 7.3 .................................................................................136CAPÍTULO 7.4LUCRAMOS ACIMA DE TUDO .............................................................................................................137I. HUMANOS? QUEM SE IMPORTA?......................................................................................... 138II. NEM TODO CLIENTE É LUCRATIVO ........................................................................................ 141III. VOCÊ SUSTENTA ISSO ....................................................................................................... 143IV. A PRODUTIVIDADE DAS MÁQUINAS ..................................................................................... 147V. AUTOMAÇÃO: UMA VANTAGEM COMPETITIVA....................................................................... 148VI. EMPREGOS EM EXTINÇÃO ................................................................................................. 151VII. O MUNDO NÃO É PARA AS PESSOAS ................................................................................... 154VIII. ARROGÂNCIA INEVITÁVEL................................................................................................ 156IX. NADA ALÉM DE UM MECANISMO........................................................................................ 157CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 7.4 .................................................................................159CAPÍTULO 8O DIAGNÓSTICO ................................................................................................................................160I. SOMOS BÁRBAROS OU CIVILIZADOS?..................................................................................... 160II. COMO O DINHEIRO É CRIADO? ............................................................................................ 163III. O PARADOXO DO DINHEIRO............................................................................................... 166IV. MAIS DINHEIRO, MAIS DÍVIDA............................................................................................ 167V. POBRES? NÃO PRECISAMOS DELES ...................................................................................... 169VI. NÓS DESPREZAMOS SUSTENTABILIDADE............................................................................... 173VII. DINHEIRO E SUSTENTABILIDADE ........................................................................................ 178VIII. SUSTENTABILIDADE E O ZERO........................................................................................... 185IX. VOCÊ É UM HIPÓCRITA ..................................................................................................... 190CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 8 ....................................................................................192CAPÍTULO 9O PROGNÓSTICO ...............................................................................................................................193I. SOMOS MOVIDOS A ÓDIO?.................................................................................................. 194II. NÓS TEMOS EMPATIA! ...................................................................................................... 196III. LIDAMOS COM SINTOMAS, NÃO COM A CAUSA ...................................................................... 202CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 9 ....................................................................................206REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................207PARTE 3QUANDO O PROBLEMAENCONTRA A SOLUÇÃO.................................... 211CAPÍTULO 10O MÉTODO PARA A SOLUÇÃO ...........................................................................................................213I. O MÉTODO CIENTÍFICO ....................................................................................................... 215II. CURIOSIDADE .................................................................................................................. 219III. HIPÓTESE ...................................................................................................................... 219IV. LÓGICA ......................................................................................................................... 220V. EXPERIÊNCIA ................................................................................................................... 220VI. FATOS E EVIDÊNCIAS ........................................................................................................ 222
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraVII. CETICISMO.................................................................................................................... 223VIII. AUTOCORREÇÃO........................................................................................................... 225IX. OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE ......................................................................................... 227X. PRUDÊNCIA E INVESTIGAÇÃO .............................................................................................. 229XI. SUBJETIVO SOU EU........................................................................................................... 231XII. OBJETIVO SOMOS NÓS..................................................................................................... 233XIII. TENTATIVA E ERRO......................................................................................................... 233XIV. SEGURANÇA E CONFIABILIDADE........................................................................................ 234XV. TEORIA ........................................................................................................................ 235XVI. NÃO HÁ CERTEZAS......................................................................................................... 240XVII. PRECONCEITO ............................................................................................................. 242XVIII. PSEUDOCIÊNCIA.......................................................................................................... 245XIX. TRATANDO COM A NATUREZA.......................................................................................... 250XX. NATUREZA, CIÊNCIA E RELIGIÃO......................................................................................... 254XXI. PSEUDORELIGIÃO .......................................................................................................... 258XXII. CIÊNCIA DESDE SEMPRE ................................................................................................. 259XXIII.TODOS FAZEMOS CIÊNCIA .............................................................................................. 260XXIV. CIÊNCIA E AMOR ......................................................................................................... 261CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 10 ..................................................................................263CAPÍTULO 11O QUE É TECNOLOGIA?......................................................................................................................265I. O QUE É A NATUREZA?....................................................................................................... 266II. A INTERVENÇÃO ESTÁ DENTRO DE NÓS.................................................................................. 268III. A TECNOLOGIA CIENTÍFICA................................................................................................. 270IV. A TECNOLOGIA SUBJETIVA................................................................................................. 271V. E ISSO SERVE PARA QUÊ?................................................................................................... 272VI. PARA QUE SERVE A SOCIEDADE?......................................................................................... 275VII. COMPARANDO AS TECNOLOGIAS ....................................................................................... 278VIII. CIVILIZAÇÃO: UMA ORGANIZAÇÃO TECNOLÓGICA................................................................. 283CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 11 ..................................................................................286CAPÍTULO 12ENTRE ONTEM E AMANHÃ.................................................................................................................288I. HOJE É MAIS COMPLEXO DO QUE ONTEM ............................................................................... 288II. MAIS RÁPIDO, MAIS FREQUENTE.......................................................................................... 291III. DO AMPLO À SINGULARIDADE ............................................................................................ 295IV. OCUPE-SE...................................................................................................................... 302CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 12 ..................................................................................305CAPÍTULO 13UMA AMOSTRA DE NOSSA CAPACIDADE...........................................................................................306I. ENERGIA ABUNDANTE ........................................................................................................ 307II. ABUNDÂNCIA DE A À Z...................................................................................................... 313CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 13 ..................................................................................324CAPÍTULO 14UMA AMOSTRA DE SOLUÇÃO............................................................................................................325I. QUAL É O OBJETIVO? ......................................................................................................... 326II. QUAIS SÃO OS PARÂMETROS?............................................................................................. 327III. ONDE PRATICAMOS?........................................................................................................ 331IV. QUEM OPERA?............................................................................................................... 331V. SATISFAZ NECESSIDADES? .................................................................................................. 333VI. O RESULTADO ................................................................................................................ 334
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraVII. OS NÚMEROS................................................................................................................ 339VIII. CONCLUSÃO A QUAL CHEGAMOS...................................................................................... 340CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 14 ..................................................................................341CAPÍTULO 15POR ACASO SOMOS ESTÚPIDOS?! .....................................................................................................342I. O DESCOMPASSO DO SOFRIMENTO ....................................................................................... 345CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 15 ..................................................................................350REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................351PARTE 4ENTENDENDO NOSSA MENTE SOCIAL............... 357CAPÍTULO 16O QUE É PARA QUE SEVE A POLÍTICA? ...............................................................................................359I. A RELAÇÃO ENTRE CORPO E MENTE SOCIAIS ............................................................................ 360II. PERSPECTIVA PROCESSUAL ................................................................................................. 364III. ESCASSEZ GENERALIZADA .................................................................................................. 366IV. A POLÍTICA SUBJETIVA ...................................................................................................... 371V. POR QUE NOSSA VIDA É UMA PORCARIA................................................................................ 378VI. SOMOS DÉBEIS MENTAIS?................................................................................................. 387VII. UMA MUDANÇA DE PERSPECTIVA ...................................................................................... 391CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 16 ..................................................................................394CAPÍTULO 17OS SINTOMAS....................................................................................................................................397CAPÍTULO 17.1ADORAMOS A IGNORÂNCIA ..............................................................................................................400I. O QUE É EDUCAÇÃO?......................................................................................................... 400II. EDUCAMOS SOBRE ESCASSEZ .............................................................................................. 401III. IGNORAMOS AQUILO QUE NOS SUSTENTA............................................................................. 404IV. A TRADIÇÃO FAZIA SENTIDO............................................................................................... 408V. MORTO PELA IGNORÂNCIA HUMANA.................................................................................... 411VI. A QUESTÃO É “COMO”, NÃO “O QUE” ................................................................................ 415VII. SOMOS NÓS QUEM SUSTENTAMOS ISSO.............................................................................. 420VIII. AS SEIS BARREIRAS ENTRE NÓS ......................................................................................... 423CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 17.1 ...............................................................................434CAPÍTULO 17.2CRIAMOS LEIS, NÃO SOLUÇÕES .........................................................................................................435I. LEGISLAÇÃO É UMA COISA TOLA............................................................................................ 436II. PESSOAS NÃO SÃO ROBÔS .................................................................................................. 438CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 17.2 ...............................................................................442CAPÍTULO 17.3AINDA ACREDITAMOS EM DEMOCRACIA...........................................................................................443I. NÓS ESTAMOS OBSOLETOS.................................................................................................. 444II. OS OUTROS QUE SE RALEM................................................................................................. 447III. O QUE IMPORTA É SABER NADA.......................................................................................... 449
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraIV. SOBRE DEBATE E DIÁLOGO ................................................................................................ 452CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 17.3 ...............................................................................457CAPÍTULO 17.4CONSIDERAMOS O TRABALHO UMA NOBREZA .................................................................................458I. NÃO HÁ HUMANOS, APENAS EMPREGADOS ............................................................................ 458II. UMA NAÇÃO ANALFABETA.................................................................................................. 461III. O PARADOXO DA AUTOMAÇÃO .......................................................................................... 463IV. A DIFERENÇA ENTRE UMA PESSOA E UMA MÁQUINA............................................................... 466CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 17.4 ...............................................................................471CAPÍTULO 17.5CONTINUAMOS A VALORIZAR O DINHEIRO .......................................................................................472I. NÃO HÁ DINHEIRO NA NATUREZA.......................................................................................... 473II. DINHEIRO VS. RECURSO ..................................................................................................... 477CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 17.5 ...............................................................................480CAPÍTULO 18O DIAGNÓSTICO ................................................................................................................................481I. PASSADO E DELÍRIO............................................................................................................ 481II. ESQUIZOFRENIA SOCIAL ..................................................................................................... 483III. AMOR É MOTIVO DE CHACOTA ........................................................................................... 487IV. UM CÂNCER DE IGNORÂNCIA............................................................................................. 489CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 18 ..................................................................................492CAPÍTULO 19O PROGNÓSTICO ...............................................................................................................................493I. QUEM FALA PELA TERRA?................................................................................................... 493II. NÓS TEMOS QUE FAZER ISTO! ............................................................................................. 495III. QUE PERGUNTAS VOCÊ JÁ FEZ? .......................................................................................... 497CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 19 ..................................................................................503REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................504PARTE 5O MELHOR QUE O DINHEIRONÃO PODE COMPRAR ...................................... 507CAPÍTULO 20O QUE VOCÊ FARIA? ..........................................................................................................................509I. 200 MIL ANOS ATÉ AQUI..................................................................................................... 509II. CONSTRUINDO UMA CASA.................................................................................................. 511III. PROJETO TERRA .............................................................................................................. 513IV. A CONCLUSÃO................................................................................................................ 516CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 20 ..................................................................................520CAPÍTULO 21O PROJETO VÊNUS.............................................................................................................................521I. UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO.......................................................................................... 522II. INDO UM POUCO ALÉM...................................................................................................... 525
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraIII. A REALIDADE SOCIAL GENERALISTA...................................................................................... 527CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 21 ..................................................................................532CAPÍTULO 22ENTENDENDO A ECONOMIA BASEADA EM RECURSOS ......................................................................533I. ECONOMIA É ECONOMIZAR ................................................................................................. 533II. UM PROBLEMA DE TODOS NÓS............................................................................................ 535III. O VALOR FACTUAL DOS RECURSOS ...................................................................................... 537IV. SUPERADO O PARADOXO DA AUTOMAÇÃO ........................................................................... 538V. MENSURANDO RESULTADOS .............................................................................................. 539CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 22 ..................................................................................543CAPÍTULO 22.1MONITORAMENTO PLANETÁRIO.......................................................................................................544I. TEMOS OS RECURSOS PARA ISSO?......................................................................................... 544II. CONHECIMENTO E CUIDADO............................................................................................... 546III. COMO ISSO É OPERADO? .................................................................................................. 548CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 22.1 ...............................................................................551CAPÍTULO 22.2DESIGNS CIRCULARES ........................................................................................................................552I. O QUE FAZER COM OS RECURSOS?........................................................................................ 552II. O FIM DO DESPERDÍCIO...................................................................................................... 554III. PRIORIDADE: FUNÇÃO ...................................................................................................... 556IV. PRODUZIMOS PARA DURAR ............................................................................................... 558V. ATUALIZAÇÃO EMBUTIDA................................................................................................... 560VI. COMPATIBILIDADE UNIVERSAL ........................................................................................... 560VII. AUTOPRESERVAÇÃO ....................................................................................................... 561VIII. RECICLAGEM EMBUTIDA ................................................................................................. 562CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 22.2 ...............................................................................564CAPÍTULO 22.3MATERIALISMO SAUDÁVEL ...............................................................................................................565I. QUAIS RECURSOS USAR?..................................................................................................... 565II. COMO ALCANÇAMOS SATISFAÇÃO?...................................................................................... 568III. A QUESTÃO É A FUNÇÃO, NÃO A FORMA .............................................................................. 571IV. SATISFAÇÃO DO AMPLO À SINGULARIDADE ........................................................................... 572V. NADA ALÉM DE IMITAR A NATUREZA .................................................................................... 574CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 22.3 ...............................................................................576CAPÍTULO 22.4LOGÍSTICA DE ACESSIBILIDADE ..........................................................................................................577I. COMO DISTRIBUÍMOS OS RECURSOS? .................................................................................... 577II. CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO .................................................................................................. 580III. ENTREGA EM DOMICÍLIO................................................................................................... 581IV. ACESSO LOCAL................................................................................................................ 582V. SEM MEDO DE ESCASSEZ.................................................................................................... 583CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 22.4 ...............................................................................585CAPÍTULO 23ENTENDENDO A POLÍTICA CIENTÍFICA................................................................................................586I. O COMPUTADOR............................................................................................................... 586II. RESOLVENDO PROBLEMAS ABERTAMENTE ............................................................................. 588
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraIII. O PROCESSO POLÍTICO CIENTÍFICO....................................................................................... 590IV. COMO SE PARTICIPA?....................................................................................................... 593CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 23 ..................................................................................596CAPÍTULO 24UMA AMOSTRA PRÁTICA...................................................................................................................597CAPÍTULO 24.1ENERGIA ESTRATÉGICA ......................................................................................................................598CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.1 ...............................................................................600CAPÍTULO 24.2SAÚDE HOLÍSTICA ..............................................................................................................................601CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.2 ...............................................................................605CAPÍTULO 24.3PRODUÇÃO FLEXÍVEL.........................................................................................................................606CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.3 ...............................................................................609CAPÍTULO 24.4A LEGISLAÇÃO CIVILIZADA .................................................................................................................610CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.4 ...............................................................................612CAPÍTULO 24.5EDUCAÇÃO RELEVANTE .....................................................................................................................613I. O QUE É RELEVANTE?......................................................................................................... 613II. A EDUCAÇÃO NÃO COMEÇA, É UMA CONSTANTE..................................................................... 615III. ISSO É PROBLEMA NOSSO!................................................................................................. 616IV. NÃO EXISTEM ESCOLAS..................................................................................................... 618V. BÁRBAROS E CIVILIZADOS................................................................................................... 621CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.5 ...............................................................................623CAPÍTULO 24.6CIDADES PROVEDORAS......................................................................................................................624I. O QUE NÃO HÁ EM UMA CIDADE........................................................................................... 624II. MORAMOS NA TERRA ....................................................................................................... 625III. COMO É UMA CIDADE CIVILIZADA?...................................................................................... 626IV. SETORES ECONÔMICOS..................................................................................................... 628V. SISTEMA DE SANEAMENTO................................................................................................. 628VI. VIDA ARTÍSTICA............................................................................................................... 629VII. PESQUISAS.................................................................................................................... 630VIII. CUIDADOS MÉDICOS ...................................................................................................... 631IX. CENTRO DE PROCESSAMENTO ............................................................................................ 631X. A VIDA URBANA E AS CIDADES BÁRBARAS .............................................................................. 632CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.6 ...............................................................................633CAPÍTULO 24.7MORADIAS EFICIENTES ......................................................................................................................634I. O QUE É UMA MORADIA? ................................................................................................... 634II. COMO SE ESCOLHE UMA MORADIA?..................................................................................... 635III. DENTRO DA MORADIA...................................................................................................... 636CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.7 ...............................................................................638
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraCAPÍTULO 24.8TRANSPORTE À PROVA DE IMPACTOS ...............................................................................................639I. ADEUS AO TRÂNSITO CAÓTICO ............................................................................................. 639II. TRANSPORTE PARA TODOS ................................................................................................. 641III. TRANSPORTE PARA USO ESPECÍFICO .................................................................................... 642CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.8 ...............................................................................644CAPÍTULO 24.9ALIMENTAÇÃO ABUNDANTE..............................................................................................................645I. RESTAURANTE CIVILIZADO................................................................................................... 645II. COZINHANDO COM AS PRÓPRIAS MÃOS ................................................................................ 648III. O FIM DOS AGROTÓXICOS E SAZONALIDADES......................................................................... 648CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.9 ...............................................................................650CAPÍTULO 25A PARTICIPAÇÃO HUMANA................................................................................................................651CAPÍTULO 25.1O QUE NÃO PRECISA SER FEITO .........................................................................................................653I. ATIVIDADES ALIENANTES..................................................................................................... 653II. O MAPA DO DESPERDÍCIO HUMANO ..................................................................................... 655CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 25.1 ...............................................................................664CAPÍTULO 25.2O QUE PODE SER FEITO......................................................................................................................665I. UM MUNDO SEM FREIOS..................................................................................................... 666II. UM MUNDO SEM CREDENCIAIS............................................................................................ 667III. DESENVOLVIMENTO SUBJETIVO.......................................................................................... 668IV. DESENVOLVIMENTO TÉCNICO ............................................................................................ 673CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 25.2 ...............................................................................679CAPÍTULO 26SOBRE O MEDO DE NÃO DAR CERTO .................................................................................................680CAPÍTULO 26.1MAS E A MALDADE HUMANA? ..........................................................................................................683I. VIOLÊNCIA ABUNDANTE...................................................................................................... 683II. INDIFERENÇA ABUNDANTE.................................................................................................. 686III. NOSSO PRÓPRIO INFERNO ................................................................................................. 690CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 26.1 ...............................................................................692CAPÍTULO 26.2MAS E A MALDADE DAS MÁQUINHAS? .............................................................................................693I. ONDE ESTÁ A INTENÇÃO DAS MÁQUINAS?.............................................................................. 693II. MEDO E COOPERAÇÃO ...................................................................................................... 695CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 26.2 ...............................................................................697CAPÍTULO 27CIVILIZAÇÃO E AMOR INCONDICIONAL..............................................................................................698I. FINALMENTE UMA NOVIDADE REALMENTE NOVA ..................................................................... 699II. DÁ PARA COMPRAR A CIVILIZAÇÃO? ..................................................................................... 701III. NADA ALÉM DA SATISFAÇÃO DE UMA NECESSIDADE................................................................ 703
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraCONCLUSÕES DO CAPÍTULO 27 ..................................................................................708REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................709PARTE 6SEGUINDO EM FRENTE..................................... 712CAPÍTULO 28O MOVIMENTO ZEITGEIST .................................................................................................................713I. UMA BREVE HISTÓRIA ........................................................................................................ 713II. NASCE UMA INICIATIVA GLOBAL .......................................................................................... 715III. NADA MAIS IMPORTANTE NO MOMENTO ............................................................................. 719CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 28 ..................................................................................723CAPÍTULO 29A TEORIA DO GENERALISMO .............................................................................................................724I. A IMPORTÂNCIA DA TEORIA ................................................................................................. 724II. E A ACADEMIA? ............................................................................................................... 727III. COMO É UMA SOCIEDADE SAUDÁVEL?................................................................................. 727IV. A INVESTIGAÇÃO GENERALISTA .......................................................................................... 731V. NÃO EXISTE QUALQUER FORMA DE ISOLAMENTO .................................................................... 734VI. NÃO HÁ CULPA, MAS CORRESPONSABILIDADE GLOBAL ............................................................ 735VII. AMBIENTE DE PREVENÇÃO, NÃO DE PUNIÇÃO ...................................................................... 737VIII. O REDUCIONISMO ......................................................................................................... 738IX. O DESENVOLVIMENTO GENERALISTA ................................................................................... 740X. TODAS AS MUDANÇAS SÃO INTERRELACIONADAS .................................................................... 744XI. COMO ESTAMOS AGORA?................................................................................................. 746XII. DO QUE PRECISAMOS?.................................................................................................... 749XIII. SELVAGERIA, BARBÁRIE E CIVILIZAÇÃO ............................................................................... 750XIV. SAÚDE GENERALISTA...................................................................................................... 752XV. A CIÊNCIA DO ÓBVIO....................................................................................................... 753CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 29 ..................................................................................755CAPÍTULO 30O PROCESSO DE TRANSIÇÃO..............................................................................................................757I. TORNAR-SE CIENTE DO TODO............................................................................................... 757II. NADA MAIS NOS IMPEDE.................................................................................................... 759III. FOCO NA CAUSA, MUDANÇA PROGRESSIVA ........................................................................... 760IV. A ÚNICA NAÇÃO QUE EXISTE.............................................................................................. 762V. VISÃO MACRO DA TRANSIÇÃO............................................................................................. 763CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 30 ..................................................................................767CAPÍTULO 31.1AGINDO COMO INDIVÍDUO ...............................................................................................................768I. NINGUÉM ESTÁ SOZINHO .................................................................................................... 768II. BASTA IMITAR O QUE JÁ FAZEMOS NA INTERNET ..................................................................... 769III. PRIMEIRO VEM A ABUNDÂNCIA .......................................................................................... 769IV. MUDAR-SE É MUDAR TUDO............................................................................................... 811CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 30.1 ...............................................................................820
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraCAPÍTULO 30.2AGINDO COMO HUMANIDADE ..........................................................................................................821CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 30.2 ...............................................................................833CAPÍTULO 31NÃO SONHE, SEJA..............................................................................................................................834I. NÃO É AMANHÃ, É AGORA!................................................................................................. 835II. ESTAMOS SEMPRE JUNTOS ................................................................................................. 836CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 31 ..................................................................................837REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................838GLOSSÁRIO ...................................................840
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira1INTRODUÇÃOAANNTTEESS,, OO QQUUEE VVOOCCÊÊ PPRREECCIISSAA SSAABBEERRque você tem em mãos não é apenas um livro, mas um projeto aguardandopor sua obsolescência. Por mais estranho que isto possa parecer nestemomento, na medida em que você avançar até a conclusão, esta afirmaçãomostrará sua lógica. Pois, veja só, a sua vida é basicamente uma porcaria, leitor. Vocêsofre problemas como a falta de segurança, aumentos na criminalidade, preçosabusivos, salários baixos, saúde comprometida, corrupção na política, falsificações nosmais variados objetos, atropelamentos nas ruas, poluição desenfreada, crisesfinanceiras, produtos que não funcionam como deveriam, educação comprometida,escassez em vagas para muitas atividades, leis abusivas e muito mais. Tão mais, quepodemos incluir também os problemas sentimentais, como inveja, ódio, indiferença,intolerância, discriminação, bullying, humilhações, etc.Enfim, seja a situação que for, através do que este livro tem a apresentar,praticamente todos os nossos problemas podem ser resolvidos. Talvez isto tambémpossa parecer estranho. Mas o fato é que não há praticamente nenhuma barreiratécnica que nos impeça de alcançarmos um patamar de vida até pouco tempoinimaginável. E, tal patamar não é nenhuma promessa para uns poucos selecionadosou para algum tempo remoto inalcançável.A questão é que basicamente tudo o que sabemos, conhecemos, organizamos,relacionamos e operamos está profundamente equivocado. Emprego, dinheiro,crescimento econômico, eleições, ciência, tecnologia, até mesmo a vida de cada um denós, está profundamente mergulhada em um grande oceano de obsolescência. Podeser triste dizer, mas somos um planeta de esquizofrênicos. Passamos a vida emO
2sofrimento, sem nunca nos darmos conta do potencial que temos para resolvê-los. Namedida que você avançar neste livro, irá perceber que temos tudo o que precisamosem nossas mãos. Neste exato momento.Esta obra está organizada em seis partes que progressivamente explicam osprocedimentos básicos de como funciona nossa vida neste planeta. Avançando, iremosanalisar os níveis intermediários destes procedimentos, relacionando aquilo queestamos fazendo com o resultado que supomos ser o mais apropriado. E, nos níveismais profundos, organizaremos tudo em um grande conjunto coeso. O propósito destaleitura é esclarecer de uma vez por todas a situação humana neste momento, suajustificativa resultante do passado e uma perspectiva futura imediata realmentepromissora para todos. Mas este projeto esperando sua obsolescência não se limitaapenas a palavras. Há um plano operacional aguardando na parte seis.Leitor, sua participação neste processo é primordial. De fato, ela é vital. Aolongo das partes um até a quatro, você encontrará diversos momentos para interagircom o livro. Sinta-se à vontade para responder as perguntas e reflexões. Este tipo deferramenta foi a maneira como eu, Juliano Moreira, encontrei de simular um diálogoentre nós, considerando as limitações que um livro impõe. Algumas simulações defrases que você poderia vir a falar procuram manter este sentimento de aproximação.O propósito desta abordagem é reforçar o sentimento que desejo ver surgir em seuâmago: você não está sozinho.
3_____________________________________________Juliano MoreiraA HUMANIDADE ÉMEU PROBLEMAPARTE 1O que somos nós?_____________________________________________
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira4PARTE 1OO QQUUEE SSOOMMOOSS NNÓÓSS??myr Klink uma vez disse que toda grande viagem começa muito antes debotarmos o pé na estrada ou, especialmente no caso dele, colocarmos obarco no mar. Se vamos nos deslocar daqui até lá, temos que primeiro sabercomo faremos isso. Podemos nos fazer uma série de perguntas. “Qual caminhodevemos tomar? Para onde queremos ir? De quanto tempo dispomos? Qualtransporte usaremos? Ou iremos a pé? Quanto tempo ficaremos por lá? Voltaremosum dia?”. Todas essas perguntas referem-se ao ato de planejar. É insensatosimplesmente agirmos sem racionalizar nossas ações previamente. “O queencontraremos pelo caminho? Há perigos? Colocarei a vida de minha família emrisco? Teremos alimentos o bastante por todo o trajeto?”.Este livro trata sobre isso, um grande deslocamento conjunto. Uma propostapara uma mudança que envolve você, eu e todos aqueles que conhecemos, queiremos conhecer e jamais conheceremos: a humanidade. Portanto, nãoconsideraremos absolutamente nenhuma forma de distinção por nação, país, região,idioma, religião, inclinação política, ou qualquer outra classificação que discriminepessoas. Somos todos humanos, ponto final. Ou lidamos seriamente com isso, ou esselivro deve ser abandonado agora mesmo. Estamos todos juntos nessa, entenda essacondição. Somos todos tripulantes de uma só embarcação, o planeta Terra. Não hácomo você fugir de mim. Cada passo que você tentar dar para se afastar, você estará,na verdade, se aproximando de mim. Afinal, a Terra não é plana.Então vamos juntos trabalhar em nosso planejamento. Vamos desvendar quaissão os nossos verdadeiros interesses como indivíduos e coletivo e que tipo deembarcação desejamos para nós. Precisamos definir o que nós queremos, o queA
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira5precisamos, como resolvemos nossos problemas, como convivemos, como adquirimoso que precisamos e como nos organizamos.
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira6CAPÍTULO 1DDOO QQUUEE PPRREECCIISSAAMMOOSS??omo indivíduo, qual a sua idade? 25 anos? 32, 41, 78, 15? Seja qual for suaidade, com certeza você deve conhecer um pouco sobre si mesmo. Conheceseus hábitos, seus desejos, suas necessidades, medos, e tudo o mais. Éevidente que há mistérios sobre o funcionamento de seu corpo e de sua psique que àsvezes possam surpreendê-lo. Por mais que cuide de seu corpo com uma alimentaçãobalanceada e exercícios regulares, infelizmente você poderá ser surpreendido poralguma lesão que, por mais ilógico que pareça, acabou acontecendo. Ou ainda quandotodos ao seu redor parecem vulneráveis a gripes, você não contrai a doença. Um diavocê pode dar-se conta de estar defendendo algum conceito ou moral que até poucosanos antes jamais concordaria. Estamos sempre aprendendo sobre nós mesmos. Eisso é muito estimulante.Mas, agora responda, o que você sabe sobre sua espécie? Sim, me refiro aoshumanos, aqueles animais que convivem com você todos os dias. “Peraí! Animais!?Mal começou o livro e você já está ofendendo, Juliano?”, talvez você possa pensar. Sefor o caso, peço sua compreensão. É uma pena que no senso comum, quandorelacionamos a palavra animal a nós mesmos, associamos a pessoas grosseiras queresolvem seus assuntos com violência física e/ou verbal. Até mesmo o Wikipédiapossui uma observação sobre esse distanciamento. Ele diz que “coloquialmente, otermo ‘animal’ é frequentemente utilizado para referir-se a todos os animaisdiferentes dos humanos”. [1] Mas entenda que estamos nos definindo objetivamente.Vamos deixar de lado o sentido pejorativo da palavra e lidarmos com o que de fatosomos: animais. E, mais do que isso, animais da mesma espécie: Homo sapiens.C
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira7Perguntei sobre sua idade como indivíduo. Agora responda, você sabe qual é aidade de nossa espécie? De acordo com o que sabemos até o momento, temos cercade 200 mil anos de idade. [2] Quando comparada com nossa atual expectativa de vida,parece um tempo enorme. Também comentei que existem funcionamentos aindadesconhecidos em nossas mentes e corpos individuais. Você conhece bem a mente eo corpo social que compartilhamos com nossa espécie? Bom, há de se concordar queparece estranho falar em corpo e mente social. Entenderemos melhor esses conceitosno capítulo cinco.Continuando nossa análise, animais são assim definidos por compartilharemuma série de características. Não vamos entrar em detalhes profundos, para nossoraciocínio eles são dispensáveis. Sei que o Wikipédia ainda não é uma ferramentasuficientemente confiável, mas a citarei novamente. O que podemos ver sobre animaislá?“Os animais têm diversas características que os distinguem de outros seresvivos. Os animais são eucariontes e a maioria é multicelular, o que os separa dasbactérias e da maioria dos protistas. Eles são heterotróficos, geralmente digerem osalimentos em uma câmara interna, o que os separa das plantas e algas. Eles tambémsão distintos das plantas, algas e fungos pela ausência de parede celular rígida. Todosanimais movem-se, mesmo que apenas em determinadas fases de suas vidas. Namaioria dos animais, os embriões passam por um estágio de blástula, que é umacaracterística exclusiva dos seres vivos do reino animal”. [1]Estou trazendo a tona esta perspectiva biológica para tirar-nos de qualquerpódio exclusivo que geralmente atribuímos à nossa espécie. Nada somos além deuma parte da natureza. Somos tão animais como qualquer cachorro, barata, vaca,serpente e tubarão. Somos tão seres vivos como qualquer planta, micróbio e fungo.Somos tão parte da natureza como qualquer pedra, vento e poeira. Sim, é fato quetemos mesmo uma grande diferença dos outros animais. Temos um poder enorme
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira8em transformar nossa realidade. Não precisamos ficar totalmente à mercê do destinoda natureza. Mas isso não nos torna especiais em relação aos demais seres desteplaneta. E sim, nos torna mais responsáveis.I. NECESSIDADESPense nas pessoas de cor negra, branca, pense nas mais variadas etniasasiáticas, pense nos aborígines, pense nos poucos índios de povos antigos que aindasobraram, pense nos muçulmanos, nos cristãos, judeus, budistas, pense nos carecas,nos gordos, nos desnutridos, nas pessoas com mais de um metro e noventa de altura,nas que têm menos do que isso, nas que nascem com deformidades físicas, nas quenascem bem formadas, nas que nascem pobres, nas miseráveis, naquelas que têmmenos ainda, nos ricos, nos multimilionários, nos seus vizinhos, no seu marido,esposa, namorado, namorada, filhos, pais, tios, enfim, em todos nós humanos.Pergunto o seguinte: o que todos nós temos em comum?Ora, todos nós, não importa a classificação que possamos usar para nosdistinguir, temos uma coisa muito forte em comum: todos nós queremos viver e nosmanter saudáveis. Ou seja, não queremos passar fome, nem sede, nem sermosprivados do sono, adoecermos e tudo mais. Da mesma forma, todos queremosparticipar do meio social que nos encontramos. Isto é, queremos amar aqueles quenos amam, desejamos o bem desses. Buscamos evitar atritos com terceiros esituações desagradáveis. Todos nós queremos aprender e crescer sempre mais. Oprazer da descoberta, mesmo mínima, como escutar uma piada engraçada pelaprimeira vez, é uma fonte de alimento para o ser.Mas vamos continuar com o raciocínio, vimos que somos parte da natureza,portanto temos de obedecer sua ordem. A natureza estabelece um relacionamentoentre todos os organismos uma constante troca de energia e matéria. Ou seja, nóscaminhamos, dirigimos nossos carros, corremos para pegar o ônibus a tempo,estamos em constante movimento. E gastamos muita energia com tudo isso. Aenergia é dispersa com tudo o que fazemos, desde o ato de respirar e falar, até pensar
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira9e dormir. Não temos como parar de gastá-la. Pense em um telefone celular, a energiade sua bateria está sendo gasta quando usado para conversar ou quando manda erecebe mensagens de texto. Ele continua gastando sua força mesmo quando não estáem uso. Para manter seus circuitos disponíveis e em constante contato com sua rede,ele precisa gastar sua energia. Se sua bateria perder totalmente a capacidade, ocelular desliga.Do mesmo modo, se chegarmos a ponto de extinguirmos nossa energiadisponível, morremos. O que fazemos para evitar isso? Comemos. E da matériaingerida tiramos a energia que necessitamos. Assim como devolvemos a energiagastando-a no meio em que nos encontramos, também devolvemos a matéria. E estaé transformada novamente em matéria através do gasto de energia das plantas. Ofluxo de energia e matéria é incessante. Como sabemos, tudo é transformado, não háperda nem criações neste contínuo carrossel universal. Não foi eu quem determinouessa condição. Foi a natureza.Mas essa noção não é o suficiente quando estamos tratando sobrenecessidades. A vida não se resume a correr e comer, felizmente há muito mais parafazermos por aí. Abraham Maslow, famoso psicólogo, apresentou em seu texto ATheory of Human Motivation [3] um significativo estudo sobre as necessidadeshumanas. Ele as categorizou da seguinte maneira: necessidades fisiológicas, que sereferem, por exemplo, a dormir, comer e beber. Necessidades de segurança,relacionadas à proteção física e social, ou seja, literalmente sentir-se seguro eintegrado. A necessidade de afeto, que é sentir-se bem em seu meio, ter uma boarelação com os demais, como amizade e namoro. Necessidade de autoestima, que ésentir-se confiante, bem consigo, algo como uma paz interior. Necessidade deautorealização, uma forte relação com transcendência do ser, se refere ao prazer dodesafio de trabalhos intelectuais, criativos, estimulantes, etc.Mas saiba que Maslow nunca as definiu de forma hierarquizada e linear. Porexemplo, não se trata de satisfazermos a afetiva somente se completarmos asfisiológicas e de segurança primeiro. Não é como se fosse uma espécie de escada. Porexemplo, você pode estar feliz namorando ao por-do-sol, mas sentido um pequeno
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira10ronco no estômago. Isso não vai importunar você a ponto de estragar seu prazer. Domesmo modo não é porque estamos bem em nosso namoro que a satisfação égarantida.É importante observar isso porque, como vemos no desenho (fig. 1A), estateoria é sempre relacionada com uma pirâmide. Mas Maslow nunca a desenhou. Afamosa pirâmide de Maslow não fora idealizada por ele. Isso faz sentido, pois não háevidências que suportam a ideia de uma pirâmide. No entanto, Maslow disse que asnecessidades fisiológicas...“São as mais imponentes de todas as necessidades. Isto significa que, para o serhumano que sofre de uma falta extrema de tudo, provavelmente sua maior força demotivação seja as de necessidades fisiológicas, acima de qualquer outra. Para umapessoa de quem falta alimento, segurança, amor e estima, muito provavelmente, afome será mais fortemente motivadora do que qualquer outra coisa.” [4, traduçãonossa]Obviamente não recomendo que você passe por isso para testar a teoria, masvocê é capaz de imaginar o sofrimento da ausência absoluta de níveis mínimos desatisfação. Podemos ver tal situação dramatizada no filme O Pianista (The Pianist), deRoman Polanski [5], em que o personagem principal tem todas suas necessidadesinsatisfeitas. Ele passa dias sem acesso a nada que precise. Evidentemente sua maiorforça é direcionada pela fome. Acompanhamos o sofrimento dele ao tentar abrir umalata de comida sem sucesso, em dado momento do filme.O que podemos concluir sobre as necessidades? Perceba que toda ação doindivíduo está voltada para satisfazê-las. Elas guiam cada atividade que tomamos. Sebuscamos um cônjuge e desejamos um casamento feliz, estamos buscando asatisfação de afeto. Se botamos grades e alarmes em nossa casa, por morarmos emum bairro violento, é a satisfação de segurança quem fala. Se batalhamos por umacarreira profissional estimulante que eleve ao máximo nossa capacidade intelectual, é
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira11a autorealização quem nos guia. Embora podemos não perceber esses impulsos navida cotidiana, cada ação, ideia e interação que temos com nosso mundo, sãoresultados da busca pelas nossas satisfações. Isso é intrínseco aos seres vivos. É umafonte de prazer quando cumprimos aquilo que procuramos. Obviamente, estamossempre procurando esta sensação, a cada segundo. De forma bastante bruta deraciocinar, existimos apenas para nos satisfazermos, para nos sentirmos bem. Noentanto, não devemos relacionar esta conclusão como uma predisposição aoegoísmo. Muito pelo contrário, como veremos ao longo deste livro, suprir nossasnecessidades é oposto a valores egoístas. Tenho que concordar que isso pode parecerum pouco estranho, por enquanto.Figura 1AHá também uma outra organização, proposta pelo economista e ambientalistaManfred Max-Neef que compreende as necessidades humanas de uma forma umpouco mais precisa. Em suas palavras, são elas “as necessidades de subsistência,proteção, afeto, compreensão, participação, ociosidade, criatividade, identidade eliberdade.” [6, tradução nossa] Sinceramente, entendo estas categorias como uma
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira12forma muito mais completa para representar esquematicamente o que necessitamos.Mas, independente do modelo usado, o que importa realmente é a compreensãoacerca de nós mesmos.Agora vamos refletir sobre a breve hierarquia que as necessidades fisiológicasimpõem sobre os seres vivos. Ora, se existimos para satisfazer aquilo que nos falta e apedra fundamental são aquelas necessidades puramente relacionadas com o nível desobrevivência, podemos considerar que, em síntese, o propósito dos organismosvivos é continuar existindo, como já havíamos percebido. Todo ser humano saudáveltem a inclinação natural de continuar vivo e saudável. O bebê recém-nascido choraaté satisfazer sua fome. A criança só fica tranquila quando todos os seus “por quês?”são respondidos. O casal de namorados se satisfaz quando seu relacionamento geraprazer. Somos todos inclinados a essa busca. É uma missão de uma vida toda, pois asnecessidades são tão dinâmicas quanto o fluxo de troca de energia e matéria nanatureza. Pois é este fluxo que justifica a busca pela satisfação. E vice-versa. Anatureza é fascinante quando aprendemos seu funcionamento. E como somos partedela, quando a observarmos, estamos nos conhecendo.II. RECURSOSJá conferimos o suficiente sobre necessidades. Mas ainda falta o outro lado damoeda. Como as satisfazemos? Vamos manter a simplicidade, considere apenas trêsnecessidades fisiológicas comuns: beber, comer e dormir. Responda para si, se vocêestá com sede, fome e sono, o que faz para satisfazê-las? O que faz para eliminá-las?Mas, permita-me uma pequena observação: quando me refiro a “eliminar”, nãoquero dar a impressão que é desaparecer para sempre com a necessidade. Não hácomo. Como vimos, elas são dinâmicas, vem e vão. É como um pêndulo incessante deum relógio.Então, voltando para a questão, como as satisfazemos? Bastante óbvia aresposta, não? Para a sede, bebemos água. Ou mesmo suco, cerveja, refrigerante,
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira13você escolhe! E para a fome? Mesma coisa. Qualquer tipo de alimento. E sono, dormirem qualquer lugar (embora sejam preferíveis camas confortáveis).Ok, e como podemos classificar, nesse caso, a água, alimento e cama? Ora,essas três coisas nos serviram como meios para alcançar um fim. Esse é o significadoda palavra “recurso” que o dicionário define. *7*+ Mas vamos complicar umpouquinho mais. Digamos que um sujeito está, por motivo de saúde, de repouso emseu quarto. Esta foi uma orientação médica. Obediente, preocupado com suarecuperação, ele se mantém ali lendo um bom livro. Em algum momento, este nossoamigo sentirá sede. A única fonte de água está na cozinha. Como ele não pode sair doquarto, o que ele pode fazer? Que bom que há na história uma esposa cuidadosa. Elanão está em casa, mas deixou uma jarra cheia de água e um copo na mesinha ao ladode onde seu marido repousa.Temos mais dois objetos na história, não temos? A necessidade ainda é amesma: beber. Água, somente água, não é recurso o suficiente para a satisfação dosujeito. Se não houvesse a jarra, a água não poderia ser armazenada próxima a ele. Omesmo vale para o copo, pois ele facilita que uma pequena quantidade do líquido sejatransportada até sua boca. Sendo assim, acredito que podemos concordar que jarra ecopo são recursos também, pois eles são meios para alcançar um fim.Agora vamos ampliar nossa perspectiva semântica. Recurso é tudo aquilo queserve para satisfazer nossas necessidades direta e indiretamente. Em alguns casos,como respirar, por exemplo, não precisamos de recursos indiretos. Se o sujeito forsaudável e possuir pulmões em pleno funcionamento, basta respirar para satisfazer anecessidade fisiológica de oxigênio. Por outro lado, se a esposa do nosso amigoenfermo perceber que não há comida (recurso direto) em sua casa, ela poderá ir até osupermercado. Digamos que ela vá de carro (recurso indireto), pois o local é muitolonge e ela está com pressa. Perceba que o próprio estabelecimento é também umrecurso, pois o supermercado mantém um ambiente adequado (usando recursoscomo ar condicionado e produtos de higiene) para armazenar os bens que osconsumidores procuram comprar. Recursos estão por todas as partes.
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira14III. DO INDIVÍDUO À HUMANIDADEHora de aumentarmos o grau de complexidade! Vamos considerar asnecessidades que vimos e ampliá-las para toda a humanidade. Em princípio, talvezvocê pense que isso não pareça nada muito complicado. Afinal, a humanidade écomposta de humanos. O que vale para um, vale para outro. Se uma pessoa tem fomee precisa de comida, simplesmente multiplicamos o mesmo caso pela quantidade dapopulação mundial. Isso é verdade, até certo ponto.Permita-me apresentar outra configuração. Manfred Max-Neef disse oseguinte:“As necessidades humanas devem ser entendidas como um sistema, ou seja,todas as necessidades humanas são inter-relacionadas e interativas. Com a únicaexceção da necessidade de subsistência, ou seja, permanecer vivo, não há hierarquiasno sistema.” [6, tradução nossa]Vamos também pensar no que o físico Fritjof Capra disse quando afirmou que...“Não existe nenhum organismo individual que viva em isolamento. Os animaisdependem da fotossíntese das plantas para ter atendidas as suas necessidadesenergéticas; as plantas dependem do dióxido de carbono produzido pelos animais, bemcomo do nitrogênio fixado pelas bactérias em suas raízes; e todos juntos, vegetais,animais e microorganismos, regulam a biosfera e mantêm as condições propícias àpreservação da vida.” [8]Gostaria de dar ênfase ao trecho sublinhado. Estou sendo um pouco insistentenisso, pois é fundamental esclarecer de como é intrínseca a necessidade dosorganismos vivos em perpetuar-se.
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira15Tomando um pouco de liberdade, vamos aproveitar o que cada autorapresentou e desenvolver outra perspectiva para necessidades humanas globais.Como dito, devemos pensar nas necessidades como um sistema e, simultaneamente,que nenhum organismo é isolado. Bom, parece óbvio, então, que devemos conectartodos sistemicamente. Para isso, use sua imaginação e tente sintetizar toda a espéciehumana como se fosse um único indivíduo. Não sei quanto a você, mas eu semprepenso numa pessoa gigantesca pairando sobre o planeta!Agora pensemos nas necessidades desse ser humano enorme. Mais uma vez,não vamos nos estender e considerar todos os detalhes, bastam alguns exemplos.Para as necessidades fisiológicas, consideremos somente fome e sede. Como assatisfazemos relacionando com o que temos neste planeta? Se expandirmos nossaatenção para este grande humano, temos, para a fome: agricultura, comidaindustrializada, comida caseira, restaurantes, e por aí vai. Para a sede: lençóis d’água,oceanos, lagos, caminhões-pipa, sistemas de tubulação, etc. Necessidades desegurança: trânsito seguro, emprego, justiça... Necessidades afetivas: igualdade,respeito, paz, entre outros. Acho que está clara a linha de pensamento.Em outras palavras, da mesma forma que um indivíduo com sede bebe água deuma torneira, a humanidade bebe água do planeta, (de oceanos a água encanada, depoços até água engarrafada). Só podemos ter uma perspectiva coerente dasociedade se a encararmos como um resultado superior à soma dos indivíduos. Sópodemos tomar ações a favor de nossas necessidades sociais se nos vermos comouma só espécie compartilhando um só planeta. E quando entendemos que todoorganismo possui uma necessidade irrefutável de se perpetuar, nos questionamos seestamos mesmo indo socialmente a favor de nossa natureza.IV. NECESSIDADES TANGÍVEIS E INTANGÍVEISE é com este pensamento que proponho uma nova organização das nossasnecessidades como indivíduos, espécie humana e ao modo como nos relacionamoscom o mundo que nos cerca, do qual dependemos para existir. A chamo de teoria do
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira16generalismo. Digo “nova” porque ao pesquisar sobre o assunto, não encontreinenhuma teoria significativamente relevante. Mas não ter encontrado alguma nãosignifica que não exista. Portanto, esta é “nova” por ser diferente do que já existe, oupor ser inédita, ou por minha ignorância.Esta teoria se consiste, fundamentalmente, em organizar e relacionar asnecessidades humanas em três diferentes níveis. Um nível exclusivo para asindividuais e dois para as sociais. Para os níveis sociais: necessidades tangíveis eintangíveis. As tangíveis referem-se ao que diretamente relacionam-se com o mundofísico. São necessidades como alimentação, moradia, transporte, emprego, lazer(relacionados com objetos), entre outros. Ou seja, são necessidades das quais a fontede satisfação provém principalmente de objetos físicos. Para as intangíveis:relacionamentos, cultura, saúde, lazer (relacionados com ideias), diálogo, afeto, amor,etc. Ou seja, são as necessidades que são satisfeitas principalmente por relaçõeshumanas. E as necessidades individuais são aquelas descritas por Maslow e Max-Neef,como já vimos.Quero deixar claro que a diferença entre tangibilidade ou não é bastantearbitrária. Por exemplo, educação é classificada como tangível. Embora seja oresultado do acúmulo de experiências intelectuais humanas (o que é intangível), suamanifestação mais importante é tangível, como livros, documentos, fotos, vídeos. Poisse a comunicação oral (também intangível) fosse o único meio de obter educação,nosso desenvolvimento jamais poderia ser sistematizado, exatamente comopraticamos. A maior força desta teoria está na forma como se relacionam os trêsdiferentes níveis de necessidades entre si e com os mecanismos da natureza, muitoalém da importância de classificações rígidas. Vamos entender melhor como funcionaesta relação.Olhando para a figura (fig. 1B), podemos nos perguntar porque o indivíduo estáno centro. Vejamos, pense em uma mãe falando com seu filho por áudio e vídeo nocomputador. Seu filho mora em outro continente e ela, por restrições financeiras, nãopode visitá-lo frequentemente. Aliás, faz três anos que isso não acontece. Seu filhopassou os últimos sete meses numa região isolada trabalhando na implementação da
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira17nova filial da multinacional em que é empregado. Obviamente ela está morrendo desaudade dele. Quer saber as últimas novidades, como está sua vida, seu casamento, etudo mais. Como podemos ver, essa mãe está satisfazendo sua necessidade afetiva.Enquanto conversam, ele demonstra uma expressão muito preocupada. Ele começa afalar de forma sofrida, perguntando a sua mãe se ela se lembra que sua esposacostumava andar de moto. E que ela pilotava de uma maneira não muito segura.Nesse exato momento o coração dela dispara. Seu filho começa a hesitar na fala. Derepente, o computador desliga. E ela percebe que todas as luzes da casa se apagaram.Ela está tão chocada com a “quase-notícia” que recebeu, que não consegue ficar iradacom o corte de luz súbito.Figura 1B
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira18Independente da história hipotética não ter desfecho, está claro por que oindivíduo se encontra no centro? As necessidades sociais tangíveis (no caso, ofornecimento de luz) tornaram-se insatisfeitas. Todas as pessoas envolvidas com esteserviço de energia elétrica foram afetadas, sejam os que recebem a luz, sejam os quetrabalham fornecendo-a. O indivíduo é interdependente do meio. Ou seja, suasatisfação pessoal é intimamente ligada à da sociedade.Embora a posição central do indivíduo possa dar esta impressão, não há umahierarquia nesta relação. Toda a cidade pode continuar sem luz, mas essa mãe, sendoprecavida, tem um gerador independente em casa. Ela o liga e volta a falar com ofilho. Ela está tendo sua necessidade individual agora atendida enquanto a dasociedade em geral não.O contrário também pode acontecer, evidentemente. Digamos que, por umdescuido, ela tenha esquecido de pagar a conta de luz do último mês. A sociedade (acidade, no caso), em sua maioria, tem essa necessidade satisfeita, mas não aquelamãe (indivíduo) em específico.Mas, voltando ao gerador, esse recurso só existe porque a sociedade o fez. Éuma necessidade social tangível: segurança, estar precavido. Os relacionamentosentre o indivíduo no centro e a sociedade a sua volta são dinâmicos. E cada indivíduo,em sua perspectiva particular, está na posição central. Mas esta posição é uma meraabstração didática. Pois da perspectiva social, não há pontos de destaque, apenas umtodo coeso formado pelo relacionamento dinâmico entre suas partes. Aindaretornaremos neste assunto.Apesar da ausência de hierarquia, as necessidades fisiológicas continuamvalendo mais quando a escassez geral se alastra, exatamente como vimos antes. Paraum bom exemplo disso, considere uma cidade pós-desastre. Pense em um terremotoque devaste toda a estrutura social e urbana. Nenhum indivíduo que esteja no centrodisso tudo, uma vítima, dará importância para necessidades mais sofisticadas (comoautorealização e autoestima) quando todos a sua volta não possuem mais o quecomer, onde morar, a água está inacessível e todos outros recursos estão em falta.
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira19Não precisamos manter nossa atenção nos mais diversos detalhes destasrelações entre indivíduo e sociedade por agora. Começaremos a trabalhar maisprofundamente nestas relações a partir da parte dois deste livro.V. URGÊNCIAApesar dos conceitos estudados até aqui parecerem completos em si, aindafalta algo importante. Seres vivos possuem necessidades e buscam satisfazê-lasatravés de recursos diretos e indiretos. Mas ainda está ausente um senso de urgêncianesta condição natural. Veja, o dicionário define necessidade como “falta do que énecessário”, “obrigação imprescindível” e “impossibilidade de deixar de agir ou dedizer”.Voltando à sede, como a associamos com esses significados? Podemos dizerque a sede é a falta do que é necessário, no caso, água. Ou que temos a obrigaçãoimprescindível de beber água e que é impossível deixar de agir de tal forma. Bom,então podemos dizer que frente à necessidade da sede, temos um desejo de evitá-la aqualquer custo. Por isso, assim que ela aparece, buscamos os recursos necessáriospara satisfazê-la. Se desejo é definido como o ato de querer algo, podemos entãodizer que nós temos a expectativa da eterna busca em minimizar a desagradávelsensação das necessidades não atendidas o quanto antes. E podemos ver isso emabsolutamente tudo o que nos cerca. Essa expectativa é o motor que nos impulsionadiariamente a continuar agindo em busca da satisfação pessoal de forma mais urgentepossível. E o mesmo vale para a sociedade como um todo.VI. O QUE VOCÊ QUER?Vamos concluir este capítulo com um pacto. Vamos juntos refletir o quequeremos como sociedade global. Ou, como espécie. Então, dado tudo o que vimosaté o momento, responda, o que você deseja? O que você quer? Sei que essapergunta ainda pode parecer muito ampla, até mesmo inútil, já que, infelizmente, não
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira20posso escutar você. Mas nós daremos um jeito nisso. Faremos juntos uma lista. Queroreforçar que esta teoria, como vimos brevemente, se sustenta em que todos osproblemas enfrentados por indivíduos possuem a mesma origem dos problemas queincomodam a humanidade. Ou seja, os meus problemas são os mesmos que os seus.E quais são esses problemas? Ou melhor, o que nós queremos evitar?Quando relacionamos com necessidades sociais tangíveis, temos desejostangíveis. Ou seja, são desejos de origem direta com o mundo físico. E o mesmo valepara os intangíveis. Lembre-se que a classificação que criei é arbitrária. Poderá haverdiscrepâncias, mas isso não afeta a qualidade de nosso comprometimento.Vou iniciar a lista apontando aquilo que eu, Juliano Moreira, desejo. Então sãoelas, as tangíveis: não quero mais acidentes nem mortes no trânsito. Acho que nãopreciso dizer como isso é horrível, não? Tenho certeza que você sabe como étraumatizante o sofrimento tanto para com a morte de amigos queridos como amutilação ou incapacidade física dos que sobrevivem.E o que mais desejo? Fim das guerras, da pobreza e miséria, da fome, damortalidade infantil, da dor remediável. Acredito que possa me abster de comentar opropósito de cada item na lista. Não é necessário explicar essas desgraças que,infelizmente, ainda nos assombram.Seguimos com a lista: proteção do meio ambiente, o que inclui fim doaquecimento global fora de controle, poluição generalizada da água, terra e ar,desmatamentos e incêndios florestais, etc.Fim de crimes monetários (como roubo, fraude, corrupção e outrosrelacionados ao dinheiro). Uma observação, crimes passionais são de ordemintangível, portanto não ficam nesta categoria, mas, independente disso, também sãodesejáveis de eliminação.E o que posso dizer sobre emprego, distribuição mas justa de renda, maisdinheiro, e outros dessa espécie? Todos os desejos relacionados ao dinheiro serãocondensados como stress monetário. E isso inclui inflação, taxas de juros, crisesfinanceiras, e quaisquer outros problemas relacionados ao dinheiro.
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira21Seguindo, em relação à segurança e higiene, também desejo moradias seguras,alimentação nutritiva, saneamento, acesso à saúde de alta qualidade, bens deconsumo confiáveis (é péssimo comprar algo que estraga logo em seguida), tudo isso,obviamente, para todos os humanos.“E as intangíveis, Juliano?”, você poderia perguntar. Bom, vamos dar exemplosde problemas dessa ordem. Como eles se tratam de recursos com fonte nosrelacionamentos entre pessoas, podemos citar a inveja, intolerância, desconfiança,indiferença, depressão, suicídio, violência moral, discriminação racial, sexual,nacionalista, religiosa, entre muitas outras.Mas eu quero saber o que você deseja, meu caro leitor. Vamos organizar juntosnossos desejos sociais. Porém, até o capítulo vinte e seis, vamos priorizar os desejosrelacionados com necessidades sociais tangíveis. As intangíveis não serão deixadas delado neste livro, apenas daremos uma maior ênfase às tangíveis nesta obra (de fato,tenho previsto um próximo trabalho dedicado às intangíveis). No entanto, de vez emquando, questões relacionadas às intangíveis virão à tona, mesmo antes de talcapítulo. Isso é inevitável, pois, como disse, a separação é profundamente arbitrária.Está pronto para escrever? Por favor, faça isso. Leve a sério esse compromisso.Estou sendo sincero com você em nosso comprometimento de resolvermos de umavez por todas nossos problemas sociais. Vamos fazer isso juntos. O que nós queremosque desapareça? O que é aquilo que tanto nos incomoda, socialmente falando? Nalista abaixo, já há alguns itens preenchidos por mim, os espaços vazios são para vocêdefinir aquilo que o incomoda. Não seja tímido, escreva tudo o que você quiser. Casoas linhas não sejam suficientes, use qualquer espaço do livro que sua imaginaçãopermitir para escrever.Fim dos acidentes com danos e mortes no trânsito. Fim das guerras, da pobreza emiséria, da fome, da mortalidade infantil, da dor remediável. Preservação realmentesignificativa da nossa casa (planeta Terra), o que inclui fim do aquecimento global forade controle, poluição generalizada da água, terra e ar, desmatamentos e incêndios
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira22florestais, etc. Fim de crimes monetários (como roubo, fraude, corrupção e outrosrelacionados ao dinheiro). Fim do stress monetário. Moradias seguras, alimentaçãonutritiva, saneamento, bens de consumo confiáveis e duráveis._______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________VII. SERÁ POSSÍVEL MESMO?Concluído? Que bom! Nossos interesses estão formalizados. Isso é muitoimportante, pois os usaremos como o objetivo de nossa missão, por assim dizer. Noentanto, talvez, neste momento da leitura você deve estar se perguntando se sou umingênuo e este livro deve ser uma perda de tempo, ou se tenho alguma coisasignificativa para compartilhar. Bom, só há uma maneira de descobrir, não? Éinevitável tal desconfiança, pois os problemas ali listados são claramente situaçõeshorríveis que nunca desejamos para nós, nem para ninguém. E, se elas ainda existem,é porque não há solução aparente. Quem não teme o desemprego? Quem não temmedo de atropelamentos? Quem não fica chateado com produtos que não funcionamdireito? Quem gosta de pobreza e miséria? Quem aprecia crises monetárias comqueda no poder aquisitivo, taxas de câmbio desproporcionais e juros abusivos? Todossabem como nosso planeta está constantemente sofrendo pelas nossas mãos.Ninguém deseja a poluição das águas, terra e ar.Talvez pareça loucura eu dizer para você que há como resolver essesproblemas. E não me refiro a nenhum futuro distante ou possibilidades baseadas emficção científica, como a ida para outro planeta, ou qualquer outra opção desse tipo.
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira23Muito longe disso! Apenas lembre-se, nós fizemos um pacto. Estabelecemos uma listade desejos. É de nosso interesse individual e social vermos tais problemas extintos,não é mesmo? Você perceberá que, ao longo do livro, alguns problemas irão surgirespontaneamente na medida em que estudarmos os sintomas do comportamentogeral da humanidade, sobre ferramentas, soluções, o modo como os três níveis denecessidades se relacionam e como se dá nossa dependência dos funcionamentosnaturais.Vamos chamar os problemas já listados simplesmente de nossos interesses,pois eles vão de acordo com a satisfação de nossas necessidades individuais esociais. Enquanto eles ainda persistirem, permanece em risco nosso fundamentonatural de continuarmos existindo, como espécie humana. Quero que fique bem clarode como estas ameaças são comuns (o que não devemos confundir com banais).Comuns, pois estes mesmos problemas incomodam a você, a mim e a todos queconhecemos, iremos conhecer e jamais conheceremos. A humanidade é uma só.Estamos nessa juntos!
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira24CCOONNCCLLUUSSÕÕEESS DDOO CCAAPPÍÍTTUULLOO 11O conhecimento que já possuímos como humanidade é útil para resolvermos,imediatamente, muitos de nossos problemas. É hora de prestarmos atenção a nósmesmos como uma única espécie. Todos somos animais de uma única grande famíliaplanetária. Como tudo é interdependente neste universo, ao nos entendermosestamos também entendendo o quadro maior. Nada somos além de uma parte danatureza.É fato de que somos os animais com maior poder de transformação derealidade na Terra. Contudo, este poder não nos torna especiais, e sim, maisresponsáveis. E poder sem conhecimento é uma ameaça em potencial.A necessidade de viver com saúde é intrínseca a todos os seres. Viver énecessitar incessantemente. Isto, obviamente, é comum a todos nós humanos. Assimchegamos à importância da compreensão de nossas capacidades, bem como de nossasrelações.Recurso é aquilo que satisfaz necessidades. Existem recursos diretos, quesaciam por suas funções (como água para a sede). E há os recursos indiretos, queauxiliam os diretos para a satisfação (como um copo para armazenar água).Quando ampliamos as necessidades para toda a espécie humana, encontramosas necessidades tangíveis e intangíveis. As primeiras são de ordem técnica, satisfeitaspor recursos físicos. As segundas são satisfeitas por recursos frutos das relaçõeshumanas. Em toda esta complexidade há os indivíduos interdependentes do meio.
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira25CAPÍTULO 2CCOOMMOO RREESSOOLLVVEEMMOOSS NNOOSSSSOOSS PPRROOBBLLEEMMAASS??ada mais justo que este capítulo seja o segundo. Depois de criarmos umpacto definindo quais são nossos interesses mútuos, descobriremos agoracomo eles são resolvidos. Talvez pareça estranho a resposta já estar aqui,considerando que o livro ainda está em seu início. Mas é isso mesmo! Esta não é umaobra de autoajuda nem nenhuma forma de tentar ganhar o seu dinheiro com fórmulasproféticas acerca do futuro da humanidade.E então, dada a lista de nossos desejos sociais, como os resolvemos? Comoeliminamos acidentes e mortes no trânsito, a fome, o crime monetário, a pobreza, olixo, desmatamento florestal, desemprego, distribuição de riqueza desigual,aquecimento global desproporcional, poluição, e incontáveis outros problemas sociaisindesejáveis? Como podemos ir ao encontro de nossos interesses? A respostaencontra-se fundamentada em três palavras apenas: abundância, eficiência esustentabilidade. “Como assim? Só isso?!”, você poderia questionar. Pode parecerimprovável, mas essas três palavras são tudo o que precisamos.Tudo o que precisamos como piso, na verdade. A dificuldade, conformeveremos ainda, está em como aplicar estas três palavras na prática. E não pense que“sustentabilidade” aparece nessas páginas como uma forma de aproveitar o ganchodessa “moda verde” que vemos por aí. Definiremos o que cada um desses conceitossignifica e você verá que, especialmente sustentabilidade, não possuem muita relaçãocom o que jornais e revistas tanto exclamam.N
A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira26I. ABUNDÂNCIAComeçando por abundância, temos sua definição em dicionários como “aquiloque tem uma quantidade maior do que a precisa”. Pense novamente na necessidadede beber. Temos o desejo de acabar com a sede o mais rápido possível. Entãoprecisamos deste recurso disponível. Logo, ele não pode faltar. Se temos água emabundância, temos uma garantia da satisfação de nossa necessidade. Por outro lado,se um indivíduo tem sede e há escassez de água, ele tem uma situação contra seupróprio interesse de permanecer vivo.Vamos aproveitar e introduzir esta outra palavra-chave: escassez, que significa“falta ou menor disponibilidade daquilo que é preciso”. Se pensarmos num pequenocórrego em que vamos para matar a sede, temos uma situação típica de abundância.Há mais recurso disponível do que precisamos para satisfazer nossa necessidade.Perfeito para sobrevivermos! Então podemos continuar garantindo nossa existência.Por outro lado, se um dia esta fonte secar, morreremos de sede. A menos queprocuremos outro recurso, estamos condenados. Escassez é a antítese de abundância.É preciso esclarecer um detalhe. A abundância está na disponibilidade, não noconsumo. Um prato de macarrão com molho de tomate, por exemplo, é bom. Masapenas com moderação. Uma dieta precisa de balanceamento. Ou seja, é preciso umaabundância de alimentos saudáveis. Mas, novamente, estamos nos referindo àdisponibilidade dos recursos em si. Outra observação importante a fazer é diferenciarqualquer relação de abundância com infinitude. Não devemos confundir estesconceitos. Não se trata de recursos que não acabam nunca, apenas uma quantidade(mesmo que levemente) superior àquela que é consumida, necessária.Em resumo, abundância está a favor de nossos interesses e a escassez, contra.Estas explicações podem parecer um pouco enfadonhas, mas o que realmente queroanalisar com você neste capítulo são os significados destas três palavras e como elas serelacionam com suas antíteses. Sei que estou sendo um pouco raso ao explicar comoelas funcionam para solucionar nossos problemas. Mas falar sobre isso é exatamente oassunto principal deste livro. Por enquanto, vamos apenas nos manter neste nível deapresentação.
A Humanidade é Meu Problema
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  • 1. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira
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  • 3. _____________________________________________Juliano MoreiraA HUMANIDADE ÉMEU PROBLEMA_____________________________________________Fale com o autorjmjulianomoreira@gmail.com
  • 4. © Copyright 2011, Juliano Moreira.Imagem da capa: autoria desconhecida2ª edição1ª impressão(2011)Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta ediçãopode ser utilizada ou reproduzida - em qualquer meio ouforma -, nem apropriada e estocada sem a expressaautorização de Juliano Moreira._________________________________________________________________Moreira, JulianoA Humanidade é Meu Problema.Juliano Moreira. Pará de Minas, MG: Editora VirtualBooks,2011.14x20 cm. 61p. 14x20 cm.ISBN 978-85-7953-429-41. Teoria do conhecimento, causalidade e ser humano. Brasil.I. Título.CDD-120________________________________________________________________Livro editado pelaVIRTUALBOOKS EDITORA E LIVRARIA LTDA.Rua Benedito Valadares, 560 – centro –35.660-630 – Pará de Minas – MG – Brasil(37) 3231.6653 vbooks01@terra.com.brwww.virtualbooks.com.br
  • 5. Cada palavra é dedicada a você, morador da casa Terra.
  • 6. Para superar a solidão basta admitir sua humanidade.(Talvez isto torne-se óbvio até o final da obra)
  • 7. AGRADEÇO A VOCÊS!Alex, Ana Paula Spohr, Anderson Portilho, Antonio Claudio E. Moreira, ArnaldoLacerda, Bárbara Olyntho, Bruno Martins, Clara Ferreira, Clarice Moreira, CristianMenna, Dafne Luz, Daniela Lopes, Deise Josiane, Denise Moreira, Diego “Píi”Gonçalves, Eduardo Cruz, Eduardo Terroso, Fernando “Caaba” Mendonça, FilippeMariotto Armelin, Giulia Baptista, Guilherme Holz, Henrique Kroetz, Iago One, IsisPetry, Jener Gomes, João Afonso Junior, Jonathan DOrleans, Juliana Lehmen, KonradSauer, Lorena Müller Haack, Luara Neumann, Lurai Silvestro, Marieta Moreira, MichaelMarques, Michel Siekierski, Natanael Augusto Hermes, Paloma Rodrigues, PatríciaMyiata, Rafael Barros, Rafael Moreira, Renata Bueno, Rosemary Mareco e tantos quenão estão em palavras, mas em presença.Agradeço as sugestões, revisões, análises, correções, ilustrações e,principalmente, o envolvimento e convivência pessoal. Vocês fazem esta obra serverdadeiramente colaborativa. Verdadeiramente humana. Cada pequena e grandesituação está aqui eternizada.
  • 8. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraCCoonntteeúúddooINTRODUÇÃOANTES, O QUE VOCÊ PRECISA SABER.................... 1PARTE 1O QUE SOMOS NÓS?............................................ 4CAPÍTULO 1DO QUE PRECISAMOS? ..........................................................................................................................6I. NECESSIDADES...................................................................................................................... 8II. RECURSOS ........................................................................................................................ 12III. DO INDIVÍDUO À HUMANIDADE ............................................................................................ 14IV. NECESSIDADES TANGÍVEIS E INTANGÍVEIS ............................................................................... 15V. URGÊNCIA ........................................................................................................................ 19VI. O QUE VOCÊ QUER? .......................................................................................................... 19VII. SERÁ POSSÍVEL MESMO? ................................................................................................... 22CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 1 ......................................................................................24CAPÍTULO 3COMO RESOLVEMOS NOSSOS PROBLEMAS? .......................................................................................25I. ABUNDÂNCIA ..................................................................................................................... 26II. EFICIÊNCIA........................................................................................................................ 27III. SUSTENTABILIDADE............................................................................................................ 28IV. A TRÍPLICE FUNDAMENTAL .................................................................................................. 31CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 2 ......................................................................................33CAPÍTULO 3COMO CONVIVEMOS? .........................................................................................................................34I. SIMBIOSE........................................................................................................................... 34II. RECURSOS TANGÍVEIS E INTANGÍVEIS ...................................................................................... 36III. SOCIEDADE INEVITÁVEL....................................................................................................... 39IV. EMERGÊNCIA.................................................................................................................... 40V. DE NÔMADES ATÉ AQUI....................................................................................................... 43CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 3 ......................................................................................48CAPÍTULO 4COMO ADQUIRIMOS?..........................................................................................................................49I. DINHEIRO É RECURSO?......................................................................................................... 49II. O QUE O DINHEIRO É........................................................................................................... 52III. COMO OBTER DINHEIRO?.................................................................................................... 52IV. SEQUÊNCIA DE SATISFAÇÃO................................................................................................. 54CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 4 ......................................................................................57CAPÍTULO 5COMO NOS ORGANIZAMOS?...............................................................................................................58I. REENTENDENDO ECONOMIA.................................................................................................. 58II. O CORPO DE TODOS NÓS...................................................................................................... 60
  • 9. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraIII. A MENTE DE TODOS NÓS..................................................................................................... 62IV. A INTERAÇÃO ENTRE MENTE E CORPO SOCIAL.......................................................................... 64V. SOMOS CÉLULAS SOCIAIS ..................................................................................................... 64CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 5 ......................................................................................67REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................68PARTE 2ENTENDENDO NOSSO CORPO SOCIAL................. 70CAPÍTULO 6POR QUE TEMOS UM CORPO ECONÔMICO?........................................................................................71I. NÃO HÁ VIDA SEM EMPREGO................................................................................................. 72II. OBTENÇÃO DIRETA E INDIRETA .............................................................................................. 75III. O QUE INTERESSA É O DINHEIRO ........................................................................................... 76CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 6 ......................................................................................78CAPÍTULO 7OS SINTOMAS......................................................................................................................................79CAPÍTULO 7.1PRECISAMOS DE CIRCULAÇÃO INFINITA ..............................................................................................81I. VIVER É COMPRAR E VENDER ................................................................................................. 82II. OS TRÊS PAPÉIS.................................................................................................................. 83III. SEM PAPÉIS...................................................................................................................... 86IV. É VOCÊ QUEM SUSTENTA ISSO.............................................................................................. 87V. APARENTEMENTE PRECISAMOS DE EMPREGOS ......................................................................... 88VI. QUANTO MAIS LONGE, MELHOR........................................................................................... 90VII. VOCÊ VALE SEU CUSTO ...................................................................................................... 92CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 7.1 ...................................................................................97CAPÍTULO 7.2PRODUZIMOS PARA QUEBRAR ............................................................................................................98I. MAIS SOBRE CUSTOS............................................................................................................ 98II. O LUCRO E A LIBERDADE .................................................................................................... 100III. A CADEIA QUE SUSTENTAMOS............................................................................................ 101IV. É VOCÊ QUEM SUSTENTA ISSO............................................................................................ 104V. RESGATANDO EFICIÊNCIA................................................................................................... 104VI. EFICIÊNCIA É LUCRATIVA? ................................................................................................. 106VII. NÓS DESPREZAMOS EFICIÊNCIA ......................................................................................... 109VIII. A OBSOLESCÊNCIA PLANEJADA ......................................................................................... 111IX. OBSOLÊSCÊNCIA UTILITÁRIA............................................................................................... 112X. OBSOLÊSCÊNCIA PSICOLÓGICA ............................................................................................ 114XI. A BIOGRAFIA DA OBSOLESÊNCIA ......................................................................................... 117CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 7.2 .................................................................................122CAPÍTULO 7.3DESEJAMOS A ESCASSEZ ....................................................................................................................124I. OFERTA E DEMANDA.......................................................................................................... 126II. O QUE SABEMOS SOBRE QUALIDADE?................................................................................... 128III. DE ONDE VEM A NOÇÃO DE QUALIDADE? ............................................................................. 130
  • 10. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraIV. VOCÊ SUSTENTA ISSO ....................................................................................................... 131V. NÓS DESPREZAMOS ABUNDÂNCIA ....................................................................................... 131CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 7.3 .................................................................................136CAPÍTULO 7.4LUCRAMOS ACIMA DE TUDO .............................................................................................................137I. HUMANOS? QUEM SE IMPORTA?......................................................................................... 138II. NEM TODO CLIENTE É LUCRATIVO ........................................................................................ 141III. VOCÊ SUSTENTA ISSO ....................................................................................................... 143IV. A PRODUTIVIDADE DAS MÁQUINAS ..................................................................................... 147V. AUTOMAÇÃO: UMA VANTAGEM COMPETITIVA....................................................................... 148VI. EMPREGOS EM EXTINÇÃO ................................................................................................. 151VII. O MUNDO NÃO É PARA AS PESSOAS ................................................................................... 154VIII. ARROGÂNCIA INEVITÁVEL................................................................................................ 156IX. NADA ALÉM DE UM MECANISMO........................................................................................ 157CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 7.4 .................................................................................159CAPÍTULO 8O DIAGNÓSTICO ................................................................................................................................160I. SOMOS BÁRBAROS OU CIVILIZADOS?..................................................................................... 160II. COMO O DINHEIRO É CRIADO? ............................................................................................ 163III. O PARADOXO DO DINHEIRO............................................................................................... 166IV. MAIS DINHEIRO, MAIS DÍVIDA............................................................................................ 167V. POBRES? NÃO PRECISAMOS DELES ...................................................................................... 169VI. NÓS DESPREZAMOS SUSTENTABILIDADE............................................................................... 173VII. DINHEIRO E SUSTENTABILIDADE ........................................................................................ 178VIII. SUSTENTABILIDADE E O ZERO........................................................................................... 185IX. VOCÊ É UM HIPÓCRITA ..................................................................................................... 190CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 8 ....................................................................................192CAPÍTULO 9O PROGNÓSTICO ...............................................................................................................................193I. SOMOS MOVIDOS A ÓDIO?.................................................................................................. 194II. NÓS TEMOS EMPATIA! ...................................................................................................... 196III. LIDAMOS COM SINTOMAS, NÃO COM A CAUSA ...................................................................... 202CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 9 ....................................................................................206REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................207PARTE 3QUANDO O PROBLEMAENCONTRA A SOLUÇÃO.................................... 211CAPÍTULO 10O MÉTODO PARA A SOLUÇÃO ...........................................................................................................213I. O MÉTODO CIENTÍFICO ....................................................................................................... 215II. CURIOSIDADE .................................................................................................................. 219III. HIPÓTESE ...................................................................................................................... 219IV. LÓGICA ......................................................................................................................... 220V. EXPERIÊNCIA ................................................................................................................... 220VI. FATOS E EVIDÊNCIAS ........................................................................................................ 222
  • 11. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraVII. CETICISMO.................................................................................................................... 223VIII. AUTOCORREÇÃO........................................................................................................... 225IX. OBJETIVIDADE E SUBJETIVIDADE ......................................................................................... 227X. PRUDÊNCIA E INVESTIGAÇÃO .............................................................................................. 229XI. SUBJETIVO SOU EU........................................................................................................... 231XII. OBJETIVO SOMOS NÓS..................................................................................................... 233XIII. TENTATIVA E ERRO......................................................................................................... 233XIV. SEGURANÇA E CONFIABILIDADE........................................................................................ 234XV. TEORIA ........................................................................................................................ 235XVI. NÃO HÁ CERTEZAS......................................................................................................... 240XVII. PRECONCEITO ............................................................................................................. 242XVIII. PSEUDOCIÊNCIA.......................................................................................................... 245XIX. TRATANDO COM A NATUREZA.......................................................................................... 250XX. NATUREZA, CIÊNCIA E RELIGIÃO......................................................................................... 254XXI. PSEUDORELIGIÃO .......................................................................................................... 258XXII. CIÊNCIA DESDE SEMPRE ................................................................................................. 259XXIII.TODOS FAZEMOS CIÊNCIA .............................................................................................. 260XXIV. CIÊNCIA E AMOR ......................................................................................................... 261CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 10 ..................................................................................263CAPÍTULO 11O QUE É TECNOLOGIA?......................................................................................................................265I. O QUE É A NATUREZA?....................................................................................................... 266II. A INTERVENÇÃO ESTÁ DENTRO DE NÓS.................................................................................. 268III. A TECNOLOGIA CIENTÍFICA................................................................................................. 270IV. A TECNOLOGIA SUBJETIVA................................................................................................. 271V. E ISSO SERVE PARA QUÊ?................................................................................................... 272VI. PARA QUE SERVE A SOCIEDADE?......................................................................................... 275VII. COMPARANDO AS TECNOLOGIAS ....................................................................................... 278VIII. CIVILIZAÇÃO: UMA ORGANIZAÇÃO TECNOLÓGICA................................................................. 283CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 11 ..................................................................................286CAPÍTULO 12ENTRE ONTEM E AMANHÃ.................................................................................................................288I. HOJE É MAIS COMPLEXO DO QUE ONTEM ............................................................................... 288II. MAIS RÁPIDO, MAIS FREQUENTE.......................................................................................... 291III. DO AMPLO À SINGULARIDADE ............................................................................................ 295IV. OCUPE-SE...................................................................................................................... 302CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 12 ..................................................................................305CAPÍTULO 13UMA AMOSTRA DE NOSSA CAPACIDADE...........................................................................................306I. ENERGIA ABUNDANTE ........................................................................................................ 307II. ABUNDÂNCIA DE A À Z...................................................................................................... 313CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 13 ..................................................................................324CAPÍTULO 14UMA AMOSTRA DE SOLUÇÃO............................................................................................................325I. QUAL É O OBJETIVO? ......................................................................................................... 326II. QUAIS SÃO OS PARÂMETROS?............................................................................................. 327III. ONDE PRATICAMOS?........................................................................................................ 331IV. QUEM OPERA?............................................................................................................... 331V. SATISFAZ NECESSIDADES? .................................................................................................. 333VI. O RESULTADO ................................................................................................................ 334
  • 12. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraVII. OS NÚMEROS................................................................................................................ 339VIII. CONCLUSÃO A QUAL CHEGAMOS...................................................................................... 340CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 14 ..................................................................................341CAPÍTULO 15POR ACASO SOMOS ESTÚPIDOS?! .....................................................................................................342I. O DESCOMPASSO DO SOFRIMENTO ....................................................................................... 345CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 15 ..................................................................................350REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................351PARTE 4ENTENDENDO NOSSA MENTE SOCIAL............... 357CAPÍTULO 16O QUE É PARA QUE SEVE A POLÍTICA? ...............................................................................................359I. A RELAÇÃO ENTRE CORPO E MENTE SOCIAIS ............................................................................ 360II. PERSPECTIVA PROCESSUAL ................................................................................................. 364III. ESCASSEZ GENERALIZADA .................................................................................................. 366IV. A POLÍTICA SUBJETIVA ...................................................................................................... 371V. POR QUE NOSSA VIDA É UMA PORCARIA................................................................................ 378VI. SOMOS DÉBEIS MENTAIS?................................................................................................. 387VII. UMA MUDANÇA DE PERSPECTIVA ...................................................................................... 391CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 16 ..................................................................................394CAPÍTULO 17OS SINTOMAS....................................................................................................................................397CAPÍTULO 17.1ADORAMOS A IGNORÂNCIA ..............................................................................................................400I. O QUE É EDUCAÇÃO?......................................................................................................... 400II. EDUCAMOS SOBRE ESCASSEZ .............................................................................................. 401III. IGNORAMOS AQUILO QUE NOS SUSTENTA............................................................................. 404IV. A TRADIÇÃO FAZIA SENTIDO............................................................................................... 408V. MORTO PELA IGNORÂNCIA HUMANA.................................................................................... 411VI. A QUESTÃO É “COMO”, NÃO “O QUE” ................................................................................ 415VII. SOMOS NÓS QUEM SUSTENTAMOS ISSO.............................................................................. 420VIII. AS SEIS BARREIRAS ENTRE NÓS ......................................................................................... 423CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 17.1 ...............................................................................434CAPÍTULO 17.2CRIAMOS LEIS, NÃO SOLUÇÕES .........................................................................................................435I. LEGISLAÇÃO É UMA COISA TOLA............................................................................................ 436II. PESSOAS NÃO SÃO ROBÔS .................................................................................................. 438CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 17.2 ...............................................................................442CAPÍTULO 17.3AINDA ACREDITAMOS EM DEMOCRACIA...........................................................................................443I. NÓS ESTAMOS OBSOLETOS.................................................................................................. 444II. OS OUTROS QUE SE RALEM................................................................................................. 447III. O QUE IMPORTA É SABER NADA.......................................................................................... 449
  • 13. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraIV. SOBRE DEBATE E DIÁLOGO ................................................................................................ 452CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 17.3 ...............................................................................457CAPÍTULO 17.4CONSIDERAMOS O TRABALHO UMA NOBREZA .................................................................................458I. NÃO HÁ HUMANOS, APENAS EMPREGADOS ............................................................................ 458II. UMA NAÇÃO ANALFABETA.................................................................................................. 461III. O PARADOXO DA AUTOMAÇÃO .......................................................................................... 463IV. A DIFERENÇA ENTRE UMA PESSOA E UMA MÁQUINA............................................................... 466CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 17.4 ...............................................................................471CAPÍTULO 17.5CONTINUAMOS A VALORIZAR O DINHEIRO .......................................................................................472I. NÃO HÁ DINHEIRO NA NATUREZA.......................................................................................... 473II. DINHEIRO VS. RECURSO ..................................................................................................... 477CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 17.5 ...............................................................................480CAPÍTULO 18O DIAGNÓSTICO ................................................................................................................................481I. PASSADO E DELÍRIO............................................................................................................ 481II. ESQUIZOFRENIA SOCIAL ..................................................................................................... 483III. AMOR É MOTIVO DE CHACOTA ........................................................................................... 487IV. UM CÂNCER DE IGNORÂNCIA............................................................................................. 489CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 18 ..................................................................................492CAPÍTULO 19O PROGNÓSTICO ...............................................................................................................................493I. QUEM FALA PELA TERRA?................................................................................................... 493II. NÓS TEMOS QUE FAZER ISTO! ............................................................................................. 495III. QUE PERGUNTAS VOCÊ JÁ FEZ? .......................................................................................... 497CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 19 ..................................................................................503REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................504PARTE 5O MELHOR QUE O DINHEIRONÃO PODE COMPRAR ...................................... 507CAPÍTULO 20O QUE VOCÊ FARIA? ..........................................................................................................................509I. 200 MIL ANOS ATÉ AQUI..................................................................................................... 509II. CONSTRUINDO UMA CASA.................................................................................................. 511III. PROJETO TERRA .............................................................................................................. 513IV. A CONCLUSÃO................................................................................................................ 516CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 20 ..................................................................................520CAPÍTULO 21O PROJETO VÊNUS.............................................................................................................................521I. UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO.......................................................................................... 522II. INDO UM POUCO ALÉM...................................................................................................... 525
  • 14. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraIII. A REALIDADE SOCIAL GENERALISTA...................................................................................... 527CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 21 ..................................................................................532CAPÍTULO 22ENTENDENDO A ECONOMIA BASEADA EM RECURSOS ......................................................................533I. ECONOMIA É ECONOMIZAR ................................................................................................. 533II. UM PROBLEMA DE TODOS NÓS............................................................................................ 535III. O VALOR FACTUAL DOS RECURSOS ...................................................................................... 537IV. SUPERADO O PARADOXO DA AUTOMAÇÃO ........................................................................... 538V. MENSURANDO RESULTADOS .............................................................................................. 539CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 22 ..................................................................................543CAPÍTULO 22.1MONITORAMENTO PLANETÁRIO.......................................................................................................544I. TEMOS OS RECURSOS PARA ISSO?......................................................................................... 544II. CONHECIMENTO E CUIDADO............................................................................................... 546III. COMO ISSO É OPERADO? .................................................................................................. 548CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 22.1 ...............................................................................551CAPÍTULO 22.2DESIGNS CIRCULARES ........................................................................................................................552I. O QUE FAZER COM OS RECURSOS?........................................................................................ 552II. O FIM DO DESPERDÍCIO...................................................................................................... 554III. PRIORIDADE: FUNÇÃO ...................................................................................................... 556IV. PRODUZIMOS PARA DURAR ............................................................................................... 558V. ATUALIZAÇÃO EMBUTIDA................................................................................................... 560VI. COMPATIBILIDADE UNIVERSAL ........................................................................................... 560VII. AUTOPRESERVAÇÃO ....................................................................................................... 561VIII. RECICLAGEM EMBUTIDA ................................................................................................. 562CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 22.2 ...............................................................................564CAPÍTULO 22.3MATERIALISMO SAUDÁVEL ...............................................................................................................565I. QUAIS RECURSOS USAR?..................................................................................................... 565II. COMO ALCANÇAMOS SATISFAÇÃO?...................................................................................... 568III. A QUESTÃO É A FUNÇÃO, NÃO A FORMA .............................................................................. 571IV. SATISFAÇÃO DO AMPLO À SINGULARIDADE ........................................................................... 572V. NADA ALÉM DE IMITAR A NATUREZA .................................................................................... 574CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 22.3 ...............................................................................576CAPÍTULO 22.4LOGÍSTICA DE ACESSIBILIDADE ..........................................................................................................577I. COMO DISTRIBUÍMOS OS RECURSOS? .................................................................................... 577II. CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO .................................................................................................. 580III. ENTREGA EM DOMICÍLIO................................................................................................... 581IV. ACESSO LOCAL................................................................................................................ 582V. SEM MEDO DE ESCASSEZ.................................................................................................... 583CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 22.4 ...............................................................................585CAPÍTULO 23ENTENDENDO A POLÍTICA CIENTÍFICA................................................................................................586I. O COMPUTADOR............................................................................................................... 586II. RESOLVENDO PROBLEMAS ABERTAMENTE ............................................................................. 588
  • 15. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraIII. O PROCESSO POLÍTICO CIENTÍFICO....................................................................................... 590IV. COMO SE PARTICIPA?....................................................................................................... 593CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 23 ..................................................................................596CAPÍTULO 24UMA AMOSTRA PRÁTICA...................................................................................................................597CAPÍTULO 24.1ENERGIA ESTRATÉGICA ......................................................................................................................598CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.1 ...............................................................................600CAPÍTULO 24.2SAÚDE HOLÍSTICA ..............................................................................................................................601CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.2 ...............................................................................605CAPÍTULO 24.3PRODUÇÃO FLEXÍVEL.........................................................................................................................606CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.3 ...............................................................................609CAPÍTULO 24.4A LEGISLAÇÃO CIVILIZADA .................................................................................................................610CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.4 ...............................................................................612CAPÍTULO 24.5EDUCAÇÃO RELEVANTE .....................................................................................................................613I. O QUE É RELEVANTE?......................................................................................................... 613II. A EDUCAÇÃO NÃO COMEÇA, É UMA CONSTANTE..................................................................... 615III. ISSO É PROBLEMA NOSSO!................................................................................................. 616IV. NÃO EXISTEM ESCOLAS..................................................................................................... 618V. BÁRBAROS E CIVILIZADOS................................................................................................... 621CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.5 ...............................................................................623CAPÍTULO 24.6CIDADES PROVEDORAS......................................................................................................................624I. O QUE NÃO HÁ EM UMA CIDADE........................................................................................... 624II. MORAMOS NA TERRA ....................................................................................................... 625III. COMO É UMA CIDADE CIVILIZADA?...................................................................................... 626IV. SETORES ECONÔMICOS..................................................................................................... 628V. SISTEMA DE SANEAMENTO................................................................................................. 628VI. VIDA ARTÍSTICA............................................................................................................... 629VII. PESQUISAS.................................................................................................................... 630VIII. CUIDADOS MÉDICOS ...................................................................................................... 631IX. CENTRO DE PROCESSAMENTO ............................................................................................ 631X. A VIDA URBANA E AS CIDADES BÁRBARAS .............................................................................. 632CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.6 ...............................................................................633CAPÍTULO 24.7MORADIAS EFICIENTES ......................................................................................................................634I. O QUE É UMA MORADIA? ................................................................................................... 634II. COMO SE ESCOLHE UMA MORADIA?..................................................................................... 635III. DENTRO DA MORADIA...................................................................................................... 636CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.7 ...............................................................................638
  • 16. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraCAPÍTULO 24.8TRANSPORTE À PROVA DE IMPACTOS ...............................................................................................639I. ADEUS AO TRÂNSITO CAÓTICO ............................................................................................. 639II. TRANSPORTE PARA TODOS ................................................................................................. 641III. TRANSPORTE PARA USO ESPECÍFICO .................................................................................... 642CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.8 ...............................................................................644CAPÍTULO 24.9ALIMENTAÇÃO ABUNDANTE..............................................................................................................645I. RESTAURANTE CIVILIZADO................................................................................................... 645II. COZINHANDO COM AS PRÓPRIAS MÃOS ................................................................................ 648III. O FIM DOS AGROTÓXICOS E SAZONALIDADES......................................................................... 648CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 24.9 ...............................................................................650CAPÍTULO 25A PARTICIPAÇÃO HUMANA................................................................................................................651CAPÍTULO 25.1O QUE NÃO PRECISA SER FEITO .........................................................................................................653I. ATIVIDADES ALIENANTES..................................................................................................... 653II. O MAPA DO DESPERDÍCIO HUMANO ..................................................................................... 655CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 25.1 ...............................................................................664CAPÍTULO 25.2O QUE PODE SER FEITO......................................................................................................................665I. UM MUNDO SEM FREIOS..................................................................................................... 666II. UM MUNDO SEM CREDENCIAIS............................................................................................ 667III. DESENVOLVIMENTO SUBJETIVO.......................................................................................... 668IV. DESENVOLVIMENTO TÉCNICO ............................................................................................ 673CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 25.2 ...............................................................................679CAPÍTULO 26SOBRE O MEDO DE NÃO DAR CERTO .................................................................................................680CAPÍTULO 26.1MAS E A MALDADE HUMANA? ..........................................................................................................683I. VIOLÊNCIA ABUNDANTE...................................................................................................... 683II. INDIFERENÇA ABUNDANTE.................................................................................................. 686III. NOSSO PRÓPRIO INFERNO ................................................................................................. 690CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 26.1 ...............................................................................692CAPÍTULO 26.2MAS E A MALDADE DAS MÁQUINHAS? .............................................................................................693I. ONDE ESTÁ A INTENÇÃO DAS MÁQUINAS?.............................................................................. 693II. MEDO E COOPERAÇÃO ...................................................................................................... 695CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 26.2 ...............................................................................697CAPÍTULO 27CIVILIZAÇÃO E AMOR INCONDICIONAL..............................................................................................698I. FINALMENTE UMA NOVIDADE REALMENTE NOVA ..................................................................... 699II. DÁ PARA COMPRAR A CIVILIZAÇÃO? ..................................................................................... 701III. NADA ALÉM DA SATISFAÇÃO DE UMA NECESSIDADE................................................................ 703
  • 17. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraCONCLUSÕES DO CAPÍTULO 27 ..................................................................................708REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................709PARTE 6SEGUINDO EM FRENTE..................................... 712CAPÍTULO 28O MOVIMENTO ZEITGEIST .................................................................................................................713I. UMA BREVE HISTÓRIA ........................................................................................................ 713II. NASCE UMA INICIATIVA GLOBAL .......................................................................................... 715III. NADA MAIS IMPORTANTE NO MOMENTO ............................................................................. 719CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 28 ..................................................................................723CAPÍTULO 29A TEORIA DO GENERALISMO .............................................................................................................724I. A IMPORTÂNCIA DA TEORIA ................................................................................................. 724II. E A ACADEMIA? ............................................................................................................... 727III. COMO É UMA SOCIEDADE SAUDÁVEL?................................................................................. 727IV. A INVESTIGAÇÃO GENERALISTA .......................................................................................... 731V. NÃO EXISTE QUALQUER FORMA DE ISOLAMENTO .................................................................... 734VI. NÃO HÁ CULPA, MAS CORRESPONSABILIDADE GLOBAL ............................................................ 735VII. AMBIENTE DE PREVENÇÃO, NÃO DE PUNIÇÃO ...................................................................... 737VIII. O REDUCIONISMO ......................................................................................................... 738IX. O DESENVOLVIMENTO GENERALISTA ................................................................................... 740X. TODAS AS MUDANÇAS SÃO INTERRELACIONADAS .................................................................... 744XI. COMO ESTAMOS AGORA?................................................................................................. 746XII. DO QUE PRECISAMOS?.................................................................................................... 749XIII. SELVAGERIA, BARBÁRIE E CIVILIZAÇÃO ............................................................................... 750XIV. SAÚDE GENERALISTA...................................................................................................... 752XV. A CIÊNCIA DO ÓBVIO....................................................................................................... 753CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 29 ..................................................................................755CAPÍTULO 30O PROCESSO DE TRANSIÇÃO..............................................................................................................757I. TORNAR-SE CIENTE DO TODO............................................................................................... 757II. NADA MAIS NOS IMPEDE.................................................................................................... 759III. FOCO NA CAUSA, MUDANÇA PROGRESSIVA ........................................................................... 760IV. A ÚNICA NAÇÃO QUE EXISTE.............................................................................................. 762V. VISÃO MACRO DA TRANSIÇÃO............................................................................................. 763CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 30 ..................................................................................767CAPÍTULO 31.1AGINDO COMO INDIVÍDUO ...............................................................................................................768I. NINGUÉM ESTÁ SOZINHO .................................................................................................... 768II. BASTA IMITAR O QUE JÁ FAZEMOS NA INTERNET ..................................................................... 769III. PRIMEIRO VEM A ABUNDÂNCIA .......................................................................................... 769IV. MUDAR-SE É MUDAR TUDO............................................................................................... 811CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 30.1 ...............................................................................820
  • 18. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano MoreiraCAPÍTULO 30.2AGINDO COMO HUMANIDADE ..........................................................................................................821CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 30.2 ...............................................................................833CAPÍTULO 31NÃO SONHE, SEJA..............................................................................................................................834I. NÃO É AMANHÃ, É AGORA!................................................................................................. 835II. ESTAMOS SEMPRE JUNTOS ................................................................................................. 836CONCLUSÕES DO CAPÍTULO 31 ..................................................................................837REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................838GLOSSÁRIO ...................................................840
  • 19. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira1INTRODUÇÃOAANNTTEESS,, OO QQUUEE VVOOCCÊÊ PPRREECCIISSAA SSAABBEERRque você tem em mãos não é apenas um livro, mas um projeto aguardandopor sua obsolescência. Por mais estranho que isto possa parecer nestemomento, na medida em que você avançar até a conclusão, esta afirmaçãomostrará sua lógica. Pois, veja só, a sua vida é basicamente uma porcaria, leitor. Vocêsofre problemas como a falta de segurança, aumentos na criminalidade, preçosabusivos, salários baixos, saúde comprometida, corrupção na política, falsificações nosmais variados objetos, atropelamentos nas ruas, poluição desenfreada, crisesfinanceiras, produtos que não funcionam como deveriam, educação comprometida,escassez em vagas para muitas atividades, leis abusivas e muito mais. Tão mais, quepodemos incluir também os problemas sentimentais, como inveja, ódio, indiferença,intolerância, discriminação, bullying, humilhações, etc.Enfim, seja a situação que for, através do que este livro tem a apresentar,praticamente todos os nossos problemas podem ser resolvidos. Talvez isto tambémpossa parecer estranho. Mas o fato é que não há praticamente nenhuma barreiratécnica que nos impeça de alcançarmos um patamar de vida até pouco tempoinimaginável. E, tal patamar não é nenhuma promessa para uns poucos selecionadosou para algum tempo remoto inalcançável.A questão é que basicamente tudo o que sabemos, conhecemos, organizamos,relacionamos e operamos está profundamente equivocado. Emprego, dinheiro,crescimento econômico, eleições, ciência, tecnologia, até mesmo a vida de cada um denós, está profundamente mergulhada em um grande oceano de obsolescência. Podeser triste dizer, mas somos um planeta de esquizofrênicos. Passamos a vida emO
  • 20. 2sofrimento, sem nunca nos darmos conta do potencial que temos para resolvê-los. Namedida que você avançar neste livro, irá perceber que temos tudo o que precisamosem nossas mãos. Neste exato momento.Esta obra está organizada em seis partes que progressivamente explicam osprocedimentos básicos de como funciona nossa vida neste planeta. Avançando, iremosanalisar os níveis intermediários destes procedimentos, relacionando aquilo queestamos fazendo com o resultado que supomos ser o mais apropriado. E, nos níveismais profundos, organizaremos tudo em um grande conjunto coeso. O propósito destaleitura é esclarecer de uma vez por todas a situação humana neste momento, suajustificativa resultante do passado e uma perspectiva futura imediata realmentepromissora para todos. Mas este projeto esperando sua obsolescência não se limitaapenas a palavras. Há um plano operacional aguardando na parte seis.Leitor, sua participação neste processo é primordial. De fato, ela é vital. Aolongo das partes um até a quatro, você encontrará diversos momentos para interagircom o livro. Sinta-se à vontade para responder as perguntas e reflexões. Este tipo deferramenta foi a maneira como eu, Juliano Moreira, encontrei de simular um diálogoentre nós, considerando as limitações que um livro impõe. Algumas simulações defrases que você poderia vir a falar procuram manter este sentimento de aproximação.O propósito desta abordagem é reforçar o sentimento que desejo ver surgir em seuâmago: você não está sozinho.
  • 21. 3_____________________________________________Juliano MoreiraA HUMANIDADE ÉMEU PROBLEMAPARTE 1O que somos nós?_____________________________________________
  • 22. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira4PARTE 1OO QQUUEE SSOOMMOOSS NNÓÓSS??myr Klink uma vez disse que toda grande viagem começa muito antes debotarmos o pé na estrada ou, especialmente no caso dele, colocarmos obarco no mar. Se vamos nos deslocar daqui até lá, temos que primeiro sabercomo faremos isso. Podemos nos fazer uma série de perguntas. “Qual caminhodevemos tomar? Para onde queremos ir? De quanto tempo dispomos? Qualtransporte usaremos? Ou iremos a pé? Quanto tempo ficaremos por lá? Voltaremosum dia?”. Todas essas perguntas referem-se ao ato de planejar. É insensatosimplesmente agirmos sem racionalizar nossas ações previamente. “O queencontraremos pelo caminho? Há perigos? Colocarei a vida de minha família emrisco? Teremos alimentos o bastante por todo o trajeto?”.Este livro trata sobre isso, um grande deslocamento conjunto. Uma propostapara uma mudança que envolve você, eu e todos aqueles que conhecemos, queiremos conhecer e jamais conheceremos: a humanidade. Portanto, nãoconsideraremos absolutamente nenhuma forma de distinção por nação, país, região,idioma, religião, inclinação política, ou qualquer outra classificação que discriminepessoas. Somos todos humanos, ponto final. Ou lidamos seriamente com isso, ou esselivro deve ser abandonado agora mesmo. Estamos todos juntos nessa, entenda essacondição. Somos todos tripulantes de uma só embarcação, o planeta Terra. Não hácomo você fugir de mim. Cada passo que você tentar dar para se afastar, você estará,na verdade, se aproximando de mim. Afinal, a Terra não é plana.Então vamos juntos trabalhar em nosso planejamento. Vamos desvendar quaissão os nossos verdadeiros interesses como indivíduos e coletivo e que tipo deembarcação desejamos para nós. Precisamos definir o que nós queremos, o queA
  • 23. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira5precisamos, como resolvemos nossos problemas, como convivemos, como adquirimoso que precisamos e como nos organizamos.
  • 24. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira6CAPÍTULO 1DDOO QQUUEE PPRREECCIISSAAMMOOSS??omo indivíduo, qual a sua idade? 25 anos? 32, 41, 78, 15? Seja qual for suaidade, com certeza você deve conhecer um pouco sobre si mesmo. Conheceseus hábitos, seus desejos, suas necessidades, medos, e tudo o mais. Éevidente que há mistérios sobre o funcionamento de seu corpo e de sua psique que àsvezes possam surpreendê-lo. Por mais que cuide de seu corpo com uma alimentaçãobalanceada e exercícios regulares, infelizmente você poderá ser surpreendido poralguma lesão que, por mais ilógico que pareça, acabou acontecendo. Ou ainda quandotodos ao seu redor parecem vulneráveis a gripes, você não contrai a doença. Um diavocê pode dar-se conta de estar defendendo algum conceito ou moral que até poucosanos antes jamais concordaria. Estamos sempre aprendendo sobre nós mesmos. Eisso é muito estimulante.Mas, agora responda, o que você sabe sobre sua espécie? Sim, me refiro aoshumanos, aqueles animais que convivem com você todos os dias. “Peraí! Animais!?Mal começou o livro e você já está ofendendo, Juliano?”, talvez você possa pensar. Sefor o caso, peço sua compreensão. É uma pena que no senso comum, quandorelacionamos a palavra animal a nós mesmos, associamos a pessoas grosseiras queresolvem seus assuntos com violência física e/ou verbal. Até mesmo o Wikipédiapossui uma observação sobre esse distanciamento. Ele diz que “coloquialmente, otermo ‘animal’ é frequentemente utilizado para referir-se a todos os animaisdiferentes dos humanos”. [1] Mas entenda que estamos nos definindo objetivamente.Vamos deixar de lado o sentido pejorativo da palavra e lidarmos com o que de fatosomos: animais. E, mais do que isso, animais da mesma espécie: Homo sapiens.C
  • 25. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira7Perguntei sobre sua idade como indivíduo. Agora responda, você sabe qual é aidade de nossa espécie? De acordo com o que sabemos até o momento, temos cercade 200 mil anos de idade. [2] Quando comparada com nossa atual expectativa de vida,parece um tempo enorme. Também comentei que existem funcionamentos aindadesconhecidos em nossas mentes e corpos individuais. Você conhece bem a mente eo corpo social que compartilhamos com nossa espécie? Bom, há de se concordar queparece estranho falar em corpo e mente social. Entenderemos melhor esses conceitosno capítulo cinco.Continuando nossa análise, animais são assim definidos por compartilharemuma série de características. Não vamos entrar em detalhes profundos, para nossoraciocínio eles são dispensáveis. Sei que o Wikipédia ainda não é uma ferramentasuficientemente confiável, mas a citarei novamente. O que podemos ver sobre animaislá?“Os animais têm diversas características que os distinguem de outros seresvivos. Os animais são eucariontes e a maioria é multicelular, o que os separa dasbactérias e da maioria dos protistas. Eles são heterotróficos, geralmente digerem osalimentos em uma câmara interna, o que os separa das plantas e algas. Eles tambémsão distintos das plantas, algas e fungos pela ausência de parede celular rígida. Todosanimais movem-se, mesmo que apenas em determinadas fases de suas vidas. Namaioria dos animais, os embriões passam por um estágio de blástula, que é umacaracterística exclusiva dos seres vivos do reino animal”. [1]Estou trazendo a tona esta perspectiva biológica para tirar-nos de qualquerpódio exclusivo que geralmente atribuímos à nossa espécie. Nada somos além deuma parte da natureza. Somos tão animais como qualquer cachorro, barata, vaca,serpente e tubarão. Somos tão seres vivos como qualquer planta, micróbio e fungo.Somos tão parte da natureza como qualquer pedra, vento e poeira. Sim, é fato quetemos mesmo uma grande diferença dos outros animais. Temos um poder enorme
  • 26. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira8em transformar nossa realidade. Não precisamos ficar totalmente à mercê do destinoda natureza. Mas isso não nos torna especiais em relação aos demais seres desteplaneta. E sim, nos torna mais responsáveis.I. NECESSIDADESPense nas pessoas de cor negra, branca, pense nas mais variadas etniasasiáticas, pense nos aborígines, pense nos poucos índios de povos antigos que aindasobraram, pense nos muçulmanos, nos cristãos, judeus, budistas, pense nos carecas,nos gordos, nos desnutridos, nas pessoas com mais de um metro e noventa de altura,nas que têm menos do que isso, nas que nascem com deformidades físicas, nas quenascem bem formadas, nas que nascem pobres, nas miseráveis, naquelas que têmmenos ainda, nos ricos, nos multimilionários, nos seus vizinhos, no seu marido,esposa, namorado, namorada, filhos, pais, tios, enfim, em todos nós humanos.Pergunto o seguinte: o que todos nós temos em comum?Ora, todos nós, não importa a classificação que possamos usar para nosdistinguir, temos uma coisa muito forte em comum: todos nós queremos viver e nosmanter saudáveis. Ou seja, não queremos passar fome, nem sede, nem sermosprivados do sono, adoecermos e tudo mais. Da mesma forma, todos queremosparticipar do meio social que nos encontramos. Isto é, queremos amar aqueles quenos amam, desejamos o bem desses. Buscamos evitar atritos com terceiros esituações desagradáveis. Todos nós queremos aprender e crescer sempre mais. Oprazer da descoberta, mesmo mínima, como escutar uma piada engraçada pelaprimeira vez, é uma fonte de alimento para o ser.Mas vamos continuar com o raciocínio, vimos que somos parte da natureza,portanto temos de obedecer sua ordem. A natureza estabelece um relacionamentoentre todos os organismos uma constante troca de energia e matéria. Ou seja, nóscaminhamos, dirigimos nossos carros, corremos para pegar o ônibus a tempo,estamos em constante movimento. E gastamos muita energia com tudo isso. Aenergia é dispersa com tudo o que fazemos, desde o ato de respirar e falar, até pensar
  • 27. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira9e dormir. Não temos como parar de gastá-la. Pense em um telefone celular, a energiade sua bateria está sendo gasta quando usado para conversar ou quando manda erecebe mensagens de texto. Ele continua gastando sua força mesmo quando não estáem uso. Para manter seus circuitos disponíveis e em constante contato com sua rede,ele precisa gastar sua energia. Se sua bateria perder totalmente a capacidade, ocelular desliga.Do mesmo modo, se chegarmos a ponto de extinguirmos nossa energiadisponível, morremos. O que fazemos para evitar isso? Comemos. E da matériaingerida tiramos a energia que necessitamos. Assim como devolvemos a energiagastando-a no meio em que nos encontramos, também devolvemos a matéria. E estaé transformada novamente em matéria através do gasto de energia das plantas. Ofluxo de energia e matéria é incessante. Como sabemos, tudo é transformado, não háperda nem criações neste contínuo carrossel universal. Não foi eu quem determinouessa condição. Foi a natureza.Mas essa noção não é o suficiente quando estamos tratando sobrenecessidades. A vida não se resume a correr e comer, felizmente há muito mais parafazermos por aí. Abraham Maslow, famoso psicólogo, apresentou em seu texto ATheory of Human Motivation [3] um significativo estudo sobre as necessidadeshumanas. Ele as categorizou da seguinte maneira: necessidades fisiológicas, que sereferem, por exemplo, a dormir, comer e beber. Necessidades de segurança,relacionadas à proteção física e social, ou seja, literalmente sentir-se seguro eintegrado. A necessidade de afeto, que é sentir-se bem em seu meio, ter uma boarelação com os demais, como amizade e namoro. Necessidade de autoestima, que ésentir-se confiante, bem consigo, algo como uma paz interior. Necessidade deautorealização, uma forte relação com transcendência do ser, se refere ao prazer dodesafio de trabalhos intelectuais, criativos, estimulantes, etc.Mas saiba que Maslow nunca as definiu de forma hierarquizada e linear. Porexemplo, não se trata de satisfazermos a afetiva somente se completarmos asfisiológicas e de segurança primeiro. Não é como se fosse uma espécie de escada. Porexemplo, você pode estar feliz namorando ao por-do-sol, mas sentido um pequeno
  • 28. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira10ronco no estômago. Isso não vai importunar você a ponto de estragar seu prazer. Domesmo modo não é porque estamos bem em nosso namoro que a satisfação égarantida.É importante observar isso porque, como vemos no desenho (fig. 1A), estateoria é sempre relacionada com uma pirâmide. Mas Maslow nunca a desenhou. Afamosa pirâmide de Maslow não fora idealizada por ele. Isso faz sentido, pois não háevidências que suportam a ideia de uma pirâmide. No entanto, Maslow disse que asnecessidades fisiológicas...“São as mais imponentes de todas as necessidades. Isto significa que, para o serhumano que sofre de uma falta extrema de tudo, provavelmente sua maior força demotivação seja as de necessidades fisiológicas, acima de qualquer outra. Para umapessoa de quem falta alimento, segurança, amor e estima, muito provavelmente, afome será mais fortemente motivadora do que qualquer outra coisa.” [4, traduçãonossa]Obviamente não recomendo que você passe por isso para testar a teoria, masvocê é capaz de imaginar o sofrimento da ausência absoluta de níveis mínimos desatisfação. Podemos ver tal situação dramatizada no filme O Pianista (The Pianist), deRoman Polanski [5], em que o personagem principal tem todas suas necessidadesinsatisfeitas. Ele passa dias sem acesso a nada que precise. Evidentemente sua maiorforça é direcionada pela fome. Acompanhamos o sofrimento dele ao tentar abrir umalata de comida sem sucesso, em dado momento do filme.O que podemos concluir sobre as necessidades? Perceba que toda ação doindivíduo está voltada para satisfazê-las. Elas guiam cada atividade que tomamos. Sebuscamos um cônjuge e desejamos um casamento feliz, estamos buscando asatisfação de afeto. Se botamos grades e alarmes em nossa casa, por morarmos emum bairro violento, é a satisfação de segurança quem fala. Se batalhamos por umacarreira profissional estimulante que eleve ao máximo nossa capacidade intelectual, é
  • 29. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira11a autorealização quem nos guia. Embora podemos não perceber esses impulsos navida cotidiana, cada ação, ideia e interação que temos com nosso mundo, sãoresultados da busca pelas nossas satisfações. Isso é intrínseco aos seres vivos. É umafonte de prazer quando cumprimos aquilo que procuramos. Obviamente, estamossempre procurando esta sensação, a cada segundo. De forma bastante bruta deraciocinar, existimos apenas para nos satisfazermos, para nos sentirmos bem. Noentanto, não devemos relacionar esta conclusão como uma predisposição aoegoísmo. Muito pelo contrário, como veremos ao longo deste livro, suprir nossasnecessidades é oposto a valores egoístas. Tenho que concordar que isso pode parecerum pouco estranho, por enquanto.Figura 1AHá também uma outra organização, proposta pelo economista e ambientalistaManfred Max-Neef que compreende as necessidades humanas de uma forma umpouco mais precisa. Em suas palavras, são elas “as necessidades de subsistência,proteção, afeto, compreensão, participação, ociosidade, criatividade, identidade eliberdade.” [6, tradução nossa] Sinceramente, entendo estas categorias como uma
  • 30. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira12forma muito mais completa para representar esquematicamente o que necessitamos.Mas, independente do modelo usado, o que importa realmente é a compreensãoacerca de nós mesmos.Agora vamos refletir sobre a breve hierarquia que as necessidades fisiológicasimpõem sobre os seres vivos. Ora, se existimos para satisfazer aquilo que nos falta e apedra fundamental são aquelas necessidades puramente relacionadas com o nível desobrevivência, podemos considerar que, em síntese, o propósito dos organismosvivos é continuar existindo, como já havíamos percebido. Todo ser humano saudáveltem a inclinação natural de continuar vivo e saudável. O bebê recém-nascido choraaté satisfazer sua fome. A criança só fica tranquila quando todos os seus “por quês?”são respondidos. O casal de namorados se satisfaz quando seu relacionamento geraprazer. Somos todos inclinados a essa busca. É uma missão de uma vida toda, pois asnecessidades são tão dinâmicas quanto o fluxo de troca de energia e matéria nanatureza. Pois é este fluxo que justifica a busca pela satisfação. E vice-versa. Anatureza é fascinante quando aprendemos seu funcionamento. E como somos partedela, quando a observarmos, estamos nos conhecendo.II. RECURSOSJá conferimos o suficiente sobre necessidades. Mas ainda falta o outro lado damoeda. Como as satisfazemos? Vamos manter a simplicidade, considere apenas trêsnecessidades fisiológicas comuns: beber, comer e dormir. Responda para si, se vocêestá com sede, fome e sono, o que faz para satisfazê-las? O que faz para eliminá-las?Mas, permita-me uma pequena observação: quando me refiro a “eliminar”, nãoquero dar a impressão que é desaparecer para sempre com a necessidade. Não hácomo. Como vimos, elas são dinâmicas, vem e vão. É como um pêndulo incessante deum relógio.Então, voltando para a questão, como as satisfazemos? Bastante óbvia aresposta, não? Para a sede, bebemos água. Ou mesmo suco, cerveja, refrigerante,
  • 31. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira13você escolhe! E para a fome? Mesma coisa. Qualquer tipo de alimento. E sono, dormirem qualquer lugar (embora sejam preferíveis camas confortáveis).Ok, e como podemos classificar, nesse caso, a água, alimento e cama? Ora,essas três coisas nos serviram como meios para alcançar um fim. Esse é o significadoda palavra “recurso” que o dicionário define. *7*+ Mas vamos complicar umpouquinho mais. Digamos que um sujeito está, por motivo de saúde, de repouso emseu quarto. Esta foi uma orientação médica. Obediente, preocupado com suarecuperação, ele se mantém ali lendo um bom livro. Em algum momento, este nossoamigo sentirá sede. A única fonte de água está na cozinha. Como ele não pode sair doquarto, o que ele pode fazer? Que bom que há na história uma esposa cuidadosa. Elanão está em casa, mas deixou uma jarra cheia de água e um copo na mesinha ao ladode onde seu marido repousa.Temos mais dois objetos na história, não temos? A necessidade ainda é amesma: beber. Água, somente água, não é recurso o suficiente para a satisfação dosujeito. Se não houvesse a jarra, a água não poderia ser armazenada próxima a ele. Omesmo vale para o copo, pois ele facilita que uma pequena quantidade do líquido sejatransportada até sua boca. Sendo assim, acredito que podemos concordar que jarra ecopo são recursos também, pois eles são meios para alcançar um fim.Agora vamos ampliar nossa perspectiva semântica. Recurso é tudo aquilo queserve para satisfazer nossas necessidades direta e indiretamente. Em alguns casos,como respirar, por exemplo, não precisamos de recursos indiretos. Se o sujeito forsaudável e possuir pulmões em pleno funcionamento, basta respirar para satisfazer anecessidade fisiológica de oxigênio. Por outro lado, se a esposa do nosso amigoenfermo perceber que não há comida (recurso direto) em sua casa, ela poderá ir até osupermercado. Digamos que ela vá de carro (recurso indireto), pois o local é muitolonge e ela está com pressa. Perceba que o próprio estabelecimento é também umrecurso, pois o supermercado mantém um ambiente adequado (usando recursoscomo ar condicionado e produtos de higiene) para armazenar os bens que osconsumidores procuram comprar. Recursos estão por todas as partes.
  • 32. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira14III. DO INDIVÍDUO À HUMANIDADEHora de aumentarmos o grau de complexidade! Vamos considerar asnecessidades que vimos e ampliá-las para toda a humanidade. Em princípio, talvezvocê pense que isso não pareça nada muito complicado. Afinal, a humanidade écomposta de humanos. O que vale para um, vale para outro. Se uma pessoa tem fomee precisa de comida, simplesmente multiplicamos o mesmo caso pela quantidade dapopulação mundial. Isso é verdade, até certo ponto.Permita-me apresentar outra configuração. Manfred Max-Neef disse oseguinte:“As necessidades humanas devem ser entendidas como um sistema, ou seja,todas as necessidades humanas são inter-relacionadas e interativas. Com a únicaexceção da necessidade de subsistência, ou seja, permanecer vivo, não há hierarquiasno sistema.” [6, tradução nossa]Vamos também pensar no que o físico Fritjof Capra disse quando afirmou que...“Não existe nenhum organismo individual que viva em isolamento. Os animaisdependem da fotossíntese das plantas para ter atendidas as suas necessidadesenergéticas; as plantas dependem do dióxido de carbono produzido pelos animais, bemcomo do nitrogênio fixado pelas bactérias em suas raízes; e todos juntos, vegetais,animais e microorganismos, regulam a biosfera e mantêm as condições propícias àpreservação da vida.” [8]Gostaria de dar ênfase ao trecho sublinhado. Estou sendo um pouco insistentenisso, pois é fundamental esclarecer de como é intrínseca a necessidade dosorganismos vivos em perpetuar-se.
  • 33. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira15Tomando um pouco de liberdade, vamos aproveitar o que cada autorapresentou e desenvolver outra perspectiva para necessidades humanas globais.Como dito, devemos pensar nas necessidades como um sistema e, simultaneamente,que nenhum organismo é isolado. Bom, parece óbvio, então, que devemos conectartodos sistemicamente. Para isso, use sua imaginação e tente sintetizar toda a espéciehumana como se fosse um único indivíduo. Não sei quanto a você, mas eu semprepenso numa pessoa gigantesca pairando sobre o planeta!Agora pensemos nas necessidades desse ser humano enorme. Mais uma vez,não vamos nos estender e considerar todos os detalhes, bastam alguns exemplos.Para as necessidades fisiológicas, consideremos somente fome e sede. Como assatisfazemos relacionando com o que temos neste planeta? Se expandirmos nossaatenção para este grande humano, temos, para a fome: agricultura, comidaindustrializada, comida caseira, restaurantes, e por aí vai. Para a sede: lençóis d’água,oceanos, lagos, caminhões-pipa, sistemas de tubulação, etc. Necessidades desegurança: trânsito seguro, emprego, justiça... Necessidades afetivas: igualdade,respeito, paz, entre outros. Acho que está clara a linha de pensamento.Em outras palavras, da mesma forma que um indivíduo com sede bebe água deuma torneira, a humanidade bebe água do planeta, (de oceanos a água encanada, depoços até água engarrafada). Só podemos ter uma perspectiva coerente dasociedade se a encararmos como um resultado superior à soma dos indivíduos. Sópodemos tomar ações a favor de nossas necessidades sociais se nos vermos comouma só espécie compartilhando um só planeta. E quando entendemos que todoorganismo possui uma necessidade irrefutável de se perpetuar, nos questionamos seestamos mesmo indo socialmente a favor de nossa natureza.IV. NECESSIDADES TANGÍVEIS E INTANGÍVEISE é com este pensamento que proponho uma nova organização das nossasnecessidades como indivíduos, espécie humana e ao modo como nos relacionamoscom o mundo que nos cerca, do qual dependemos para existir. A chamo de teoria do
  • 34. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira16generalismo. Digo “nova” porque ao pesquisar sobre o assunto, não encontreinenhuma teoria significativamente relevante. Mas não ter encontrado alguma nãosignifica que não exista. Portanto, esta é “nova” por ser diferente do que já existe, oupor ser inédita, ou por minha ignorância.Esta teoria se consiste, fundamentalmente, em organizar e relacionar asnecessidades humanas em três diferentes níveis. Um nível exclusivo para asindividuais e dois para as sociais. Para os níveis sociais: necessidades tangíveis eintangíveis. As tangíveis referem-se ao que diretamente relacionam-se com o mundofísico. São necessidades como alimentação, moradia, transporte, emprego, lazer(relacionados com objetos), entre outros. Ou seja, são necessidades das quais a fontede satisfação provém principalmente de objetos físicos. Para as intangíveis:relacionamentos, cultura, saúde, lazer (relacionados com ideias), diálogo, afeto, amor,etc. Ou seja, são as necessidades que são satisfeitas principalmente por relaçõeshumanas. E as necessidades individuais são aquelas descritas por Maslow e Max-Neef,como já vimos.Quero deixar claro que a diferença entre tangibilidade ou não é bastantearbitrária. Por exemplo, educação é classificada como tangível. Embora seja oresultado do acúmulo de experiências intelectuais humanas (o que é intangível), suamanifestação mais importante é tangível, como livros, documentos, fotos, vídeos. Poisse a comunicação oral (também intangível) fosse o único meio de obter educação,nosso desenvolvimento jamais poderia ser sistematizado, exatamente comopraticamos. A maior força desta teoria está na forma como se relacionam os trêsdiferentes níveis de necessidades entre si e com os mecanismos da natureza, muitoalém da importância de classificações rígidas. Vamos entender melhor como funcionaesta relação.Olhando para a figura (fig. 1B), podemos nos perguntar porque o indivíduo estáno centro. Vejamos, pense em uma mãe falando com seu filho por áudio e vídeo nocomputador. Seu filho mora em outro continente e ela, por restrições financeiras, nãopode visitá-lo frequentemente. Aliás, faz três anos que isso não acontece. Seu filhopassou os últimos sete meses numa região isolada trabalhando na implementação da
  • 35. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira17nova filial da multinacional em que é empregado. Obviamente ela está morrendo desaudade dele. Quer saber as últimas novidades, como está sua vida, seu casamento, etudo mais. Como podemos ver, essa mãe está satisfazendo sua necessidade afetiva.Enquanto conversam, ele demonstra uma expressão muito preocupada. Ele começa afalar de forma sofrida, perguntando a sua mãe se ela se lembra que sua esposacostumava andar de moto. E que ela pilotava de uma maneira não muito segura.Nesse exato momento o coração dela dispara. Seu filho começa a hesitar na fala. Derepente, o computador desliga. E ela percebe que todas as luzes da casa se apagaram.Ela está tão chocada com a “quase-notícia” que recebeu, que não consegue ficar iradacom o corte de luz súbito.Figura 1B
  • 36. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira18Independente da história hipotética não ter desfecho, está claro por que oindivíduo se encontra no centro? As necessidades sociais tangíveis (no caso, ofornecimento de luz) tornaram-se insatisfeitas. Todas as pessoas envolvidas com esteserviço de energia elétrica foram afetadas, sejam os que recebem a luz, sejam os quetrabalham fornecendo-a. O indivíduo é interdependente do meio. Ou seja, suasatisfação pessoal é intimamente ligada à da sociedade.Embora a posição central do indivíduo possa dar esta impressão, não há umahierarquia nesta relação. Toda a cidade pode continuar sem luz, mas essa mãe, sendoprecavida, tem um gerador independente em casa. Ela o liga e volta a falar com ofilho. Ela está tendo sua necessidade individual agora atendida enquanto a dasociedade em geral não.O contrário também pode acontecer, evidentemente. Digamos que, por umdescuido, ela tenha esquecido de pagar a conta de luz do último mês. A sociedade (acidade, no caso), em sua maioria, tem essa necessidade satisfeita, mas não aquelamãe (indivíduo) em específico.Mas, voltando ao gerador, esse recurso só existe porque a sociedade o fez. Éuma necessidade social tangível: segurança, estar precavido. Os relacionamentosentre o indivíduo no centro e a sociedade a sua volta são dinâmicos. E cada indivíduo,em sua perspectiva particular, está na posição central. Mas esta posição é uma meraabstração didática. Pois da perspectiva social, não há pontos de destaque, apenas umtodo coeso formado pelo relacionamento dinâmico entre suas partes. Aindaretornaremos neste assunto.Apesar da ausência de hierarquia, as necessidades fisiológicas continuamvalendo mais quando a escassez geral se alastra, exatamente como vimos antes. Paraum bom exemplo disso, considere uma cidade pós-desastre. Pense em um terremotoque devaste toda a estrutura social e urbana. Nenhum indivíduo que esteja no centrodisso tudo, uma vítima, dará importância para necessidades mais sofisticadas (comoautorealização e autoestima) quando todos a sua volta não possuem mais o quecomer, onde morar, a água está inacessível e todos outros recursos estão em falta.
  • 37. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira19Não precisamos manter nossa atenção nos mais diversos detalhes destasrelações entre indivíduo e sociedade por agora. Começaremos a trabalhar maisprofundamente nestas relações a partir da parte dois deste livro.V. URGÊNCIAApesar dos conceitos estudados até aqui parecerem completos em si, aindafalta algo importante. Seres vivos possuem necessidades e buscam satisfazê-lasatravés de recursos diretos e indiretos. Mas ainda está ausente um senso de urgêncianesta condição natural. Veja, o dicionário define necessidade como “falta do que énecessário”, “obrigação imprescindível” e “impossibilidade de deixar de agir ou dedizer”.Voltando à sede, como a associamos com esses significados? Podemos dizerque a sede é a falta do que é necessário, no caso, água. Ou que temos a obrigaçãoimprescindível de beber água e que é impossível deixar de agir de tal forma. Bom,então podemos dizer que frente à necessidade da sede, temos um desejo de evitá-la aqualquer custo. Por isso, assim que ela aparece, buscamos os recursos necessáriospara satisfazê-la. Se desejo é definido como o ato de querer algo, podemos entãodizer que nós temos a expectativa da eterna busca em minimizar a desagradávelsensação das necessidades não atendidas o quanto antes. E podemos ver isso emabsolutamente tudo o que nos cerca. Essa expectativa é o motor que nos impulsionadiariamente a continuar agindo em busca da satisfação pessoal de forma mais urgentepossível. E o mesmo vale para a sociedade como um todo.VI. O QUE VOCÊ QUER?Vamos concluir este capítulo com um pacto. Vamos juntos refletir o quequeremos como sociedade global. Ou, como espécie. Então, dado tudo o que vimosaté o momento, responda, o que você deseja? O que você quer? Sei que essapergunta ainda pode parecer muito ampla, até mesmo inútil, já que, infelizmente, não
  • 38. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira20posso escutar você. Mas nós daremos um jeito nisso. Faremos juntos uma lista. Queroreforçar que esta teoria, como vimos brevemente, se sustenta em que todos osproblemas enfrentados por indivíduos possuem a mesma origem dos problemas queincomodam a humanidade. Ou seja, os meus problemas são os mesmos que os seus.E quais são esses problemas? Ou melhor, o que nós queremos evitar?Quando relacionamos com necessidades sociais tangíveis, temos desejostangíveis. Ou seja, são desejos de origem direta com o mundo físico. E o mesmo valepara os intangíveis. Lembre-se que a classificação que criei é arbitrária. Poderá haverdiscrepâncias, mas isso não afeta a qualidade de nosso comprometimento.Vou iniciar a lista apontando aquilo que eu, Juliano Moreira, desejo. Então sãoelas, as tangíveis: não quero mais acidentes nem mortes no trânsito. Acho que nãopreciso dizer como isso é horrível, não? Tenho certeza que você sabe como étraumatizante o sofrimento tanto para com a morte de amigos queridos como amutilação ou incapacidade física dos que sobrevivem.E o que mais desejo? Fim das guerras, da pobreza e miséria, da fome, damortalidade infantil, da dor remediável. Acredito que possa me abster de comentar opropósito de cada item na lista. Não é necessário explicar essas desgraças que,infelizmente, ainda nos assombram.Seguimos com a lista: proteção do meio ambiente, o que inclui fim doaquecimento global fora de controle, poluição generalizada da água, terra e ar,desmatamentos e incêndios florestais, etc.Fim de crimes monetários (como roubo, fraude, corrupção e outrosrelacionados ao dinheiro). Uma observação, crimes passionais são de ordemintangível, portanto não ficam nesta categoria, mas, independente disso, também sãodesejáveis de eliminação.E o que posso dizer sobre emprego, distribuição mas justa de renda, maisdinheiro, e outros dessa espécie? Todos os desejos relacionados ao dinheiro serãocondensados como stress monetário. E isso inclui inflação, taxas de juros, crisesfinanceiras, e quaisquer outros problemas relacionados ao dinheiro.
  • 39. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira21Seguindo, em relação à segurança e higiene, também desejo moradias seguras,alimentação nutritiva, saneamento, acesso à saúde de alta qualidade, bens deconsumo confiáveis (é péssimo comprar algo que estraga logo em seguida), tudo isso,obviamente, para todos os humanos.“E as intangíveis, Juliano?”, você poderia perguntar. Bom, vamos dar exemplosde problemas dessa ordem. Como eles se tratam de recursos com fonte nosrelacionamentos entre pessoas, podemos citar a inveja, intolerância, desconfiança,indiferença, depressão, suicídio, violência moral, discriminação racial, sexual,nacionalista, religiosa, entre muitas outras.Mas eu quero saber o que você deseja, meu caro leitor. Vamos organizar juntosnossos desejos sociais. Porém, até o capítulo vinte e seis, vamos priorizar os desejosrelacionados com necessidades sociais tangíveis. As intangíveis não serão deixadas delado neste livro, apenas daremos uma maior ênfase às tangíveis nesta obra (de fato,tenho previsto um próximo trabalho dedicado às intangíveis). No entanto, de vez emquando, questões relacionadas às intangíveis virão à tona, mesmo antes de talcapítulo. Isso é inevitável, pois, como disse, a separação é profundamente arbitrária.Está pronto para escrever? Por favor, faça isso. Leve a sério esse compromisso.Estou sendo sincero com você em nosso comprometimento de resolvermos de umavez por todas nossos problemas sociais. Vamos fazer isso juntos. O que nós queremosque desapareça? O que é aquilo que tanto nos incomoda, socialmente falando? Nalista abaixo, já há alguns itens preenchidos por mim, os espaços vazios são para vocêdefinir aquilo que o incomoda. Não seja tímido, escreva tudo o que você quiser. Casoas linhas não sejam suficientes, use qualquer espaço do livro que sua imaginaçãopermitir para escrever.Fim dos acidentes com danos e mortes no trânsito. Fim das guerras, da pobreza emiséria, da fome, da mortalidade infantil, da dor remediável. Preservação realmentesignificativa da nossa casa (planeta Terra), o que inclui fim do aquecimento global forade controle, poluição generalizada da água, terra e ar, desmatamentos e incêndios
  • 40. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira22florestais, etc. Fim de crimes monetários (como roubo, fraude, corrupção e outrosrelacionados ao dinheiro). Fim do stress monetário. Moradias seguras, alimentaçãonutritiva, saneamento, bens de consumo confiáveis e duráveis._______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________VII. SERÁ POSSÍVEL MESMO?Concluído? Que bom! Nossos interesses estão formalizados. Isso é muitoimportante, pois os usaremos como o objetivo de nossa missão, por assim dizer. Noentanto, talvez, neste momento da leitura você deve estar se perguntando se sou umingênuo e este livro deve ser uma perda de tempo, ou se tenho alguma coisasignificativa para compartilhar. Bom, só há uma maneira de descobrir, não? Éinevitável tal desconfiança, pois os problemas ali listados são claramente situaçõeshorríveis que nunca desejamos para nós, nem para ninguém. E, se elas ainda existem,é porque não há solução aparente. Quem não teme o desemprego? Quem não temmedo de atropelamentos? Quem não fica chateado com produtos que não funcionamdireito? Quem gosta de pobreza e miséria? Quem aprecia crises monetárias comqueda no poder aquisitivo, taxas de câmbio desproporcionais e juros abusivos? Todossabem como nosso planeta está constantemente sofrendo pelas nossas mãos.Ninguém deseja a poluição das águas, terra e ar.Talvez pareça loucura eu dizer para você que há como resolver essesproblemas. E não me refiro a nenhum futuro distante ou possibilidades baseadas emficção científica, como a ida para outro planeta, ou qualquer outra opção desse tipo.
  • 41. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira23Muito longe disso! Apenas lembre-se, nós fizemos um pacto. Estabelecemos uma listade desejos. É de nosso interesse individual e social vermos tais problemas extintos,não é mesmo? Você perceberá que, ao longo do livro, alguns problemas irão surgirespontaneamente na medida em que estudarmos os sintomas do comportamentogeral da humanidade, sobre ferramentas, soluções, o modo como os três níveis denecessidades se relacionam e como se dá nossa dependência dos funcionamentosnaturais.Vamos chamar os problemas já listados simplesmente de nossos interesses,pois eles vão de acordo com a satisfação de nossas necessidades individuais esociais. Enquanto eles ainda persistirem, permanece em risco nosso fundamentonatural de continuarmos existindo, como espécie humana. Quero que fique bem clarode como estas ameaças são comuns (o que não devemos confundir com banais).Comuns, pois estes mesmos problemas incomodam a você, a mim e a todos queconhecemos, iremos conhecer e jamais conheceremos. A humanidade é uma só.Estamos nessa juntos!
  • 42. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira24CCOONNCCLLUUSSÕÕEESS DDOO CCAAPPÍÍTTUULLOO 11O conhecimento que já possuímos como humanidade é útil para resolvermos,imediatamente, muitos de nossos problemas. É hora de prestarmos atenção a nósmesmos como uma única espécie. Todos somos animais de uma única grande famíliaplanetária. Como tudo é interdependente neste universo, ao nos entendermosestamos também entendendo o quadro maior. Nada somos além de uma parte danatureza.É fato de que somos os animais com maior poder de transformação derealidade na Terra. Contudo, este poder não nos torna especiais, e sim, maisresponsáveis. E poder sem conhecimento é uma ameaça em potencial.A necessidade de viver com saúde é intrínseca a todos os seres. Viver énecessitar incessantemente. Isto, obviamente, é comum a todos nós humanos. Assimchegamos à importância da compreensão de nossas capacidades, bem como de nossasrelações.Recurso é aquilo que satisfaz necessidades. Existem recursos diretos, quesaciam por suas funções (como água para a sede). E há os recursos indiretos, queauxiliam os diretos para a satisfação (como um copo para armazenar água).Quando ampliamos as necessidades para toda a espécie humana, encontramosas necessidades tangíveis e intangíveis. As primeiras são de ordem técnica, satisfeitaspor recursos físicos. As segundas são satisfeitas por recursos frutos das relaçõeshumanas. Em toda esta complexidade há os indivíduos interdependentes do meio.
  • 43. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira25CAPÍTULO 2CCOOMMOO RREESSOOLLVVEEMMOOSS NNOOSSSSOOSS PPRROOBBLLEEMMAASS??ada mais justo que este capítulo seja o segundo. Depois de criarmos umpacto definindo quais são nossos interesses mútuos, descobriremos agoracomo eles são resolvidos. Talvez pareça estranho a resposta já estar aqui,considerando que o livro ainda está em seu início. Mas é isso mesmo! Esta não é umaobra de autoajuda nem nenhuma forma de tentar ganhar o seu dinheiro com fórmulasproféticas acerca do futuro da humanidade.E então, dada a lista de nossos desejos sociais, como os resolvemos? Comoeliminamos acidentes e mortes no trânsito, a fome, o crime monetário, a pobreza, olixo, desmatamento florestal, desemprego, distribuição de riqueza desigual,aquecimento global desproporcional, poluição, e incontáveis outros problemas sociaisindesejáveis? Como podemos ir ao encontro de nossos interesses? A respostaencontra-se fundamentada em três palavras apenas: abundância, eficiência esustentabilidade. “Como assim? Só isso?!”, você poderia questionar. Pode parecerimprovável, mas essas três palavras são tudo o que precisamos.Tudo o que precisamos como piso, na verdade. A dificuldade, conformeveremos ainda, está em como aplicar estas três palavras na prática. E não pense que“sustentabilidade” aparece nessas páginas como uma forma de aproveitar o ganchodessa “moda verde” que vemos por aí. Definiremos o que cada um desses conceitossignifica e você verá que, especialmente sustentabilidade, não possuem muita relaçãocom o que jornais e revistas tanto exclamam.N
  • 44. A Humanidade é Meu ProblemaJuliano Moreira26I. ABUNDÂNCIAComeçando por abundância, temos sua definição em dicionários como “aquiloque tem uma quantidade maior do que a precisa”. Pense novamente na necessidadede beber. Temos o desejo de acabar com a sede o mais rápido possível. Entãoprecisamos deste recurso disponível. Logo, ele não pode faltar. Se temos água emabundância, temos uma garantia da satisfação de nossa necessidade. Por outro lado,se um indivíduo tem sede e há escassez de água, ele tem uma situação contra seupróprio interesse de permanecer vivo.Vamos aproveitar e introduzir esta outra palavra-chave: escassez, que significa“falta ou menor disponibilidade daquilo que é preciso”. Se pensarmos num pequenocórrego em que vamos para matar a sede, temos uma situação típica de abundância.Há mais recurso disponível do que precisamos para satisfazer nossa necessidade.Perfeito para sobrevivermos! Então podemos continuar garantindo nossa existência.Por outro lado, se um dia esta fonte secar, morreremos de sede. A menos queprocuremos outro recurso, estamos condenados. Escassez é a antítese de abundância.É preciso esclarecer um detalhe. A abundância está na disponibilidade, não noconsumo. Um prato de macarrão com molho de tomate, por exemplo, é bom. Masapenas com moderação. Uma dieta precisa de balanceamento. Ou seja, é preciso umaabundância de alimentos saudáveis. Mas, novamente, estamos nos referindo àdisponibilidade dos recursos em si. Outra observação importante a fazer é diferenciarqualquer relação de abundância com infinitude. Não devemos confundir estesconceitos. Não se trata de recursos que não acabam nunca, apenas uma quantidade(mesmo que levemente) superior àquela que é consumida, necessária.Em resumo, abundância está a favor de nossos interesses e a escassez, contra.Estas explicações podem parecer um pouco enfadonhas, mas o que realmente queroanalisar com você neste capítulo são os significados destas três palavras e como elas serelacionam com suas antíteses. Sei que estou sendo um pouco raso ao explicar comoelas funcionam para solucionar nossos problemas. Mas falar sobre isso é exatamente oassunto principal deste livro. Por enquanto, vamos apenas nos manter neste nível deapresentação.