SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 8
Baixar para ler offline
Universidade Tuiuti do Paraná – UTP
Pós-Graduação em Cinema
História do Cinema
Profº Drº Hugo Mengarelli
Acadêmico Ivanir França
Batman: além do herói
“Por que um morcego?
Porque eu temo morcegos, e eu transformarei o meu medo, no medo deles!”
(Batman Begins, 2005).
Em 2005, sob a direção de Christopher Nolan, renasce nos cinemas
um dos mais cultuados heróis da cultura pop. Batman Begins (2005) traz de
volta ao imaginário coletivo a figura obscura e mesquinha do personagem das
Histórias em Quadrinhos (HQs); contudo, além do renascimento do herói nos
moldes clássicos de HQs consagradas, Batman é apresentado ao público de
uma maneira realista e totalmente crível. Na trilogia de Nolan, Batman é
humano, ao contrário dos personagens fantasiosos retratados nos filmes
anteriores e mesmo em algumas HQs. Bruce Wayne, ao assumir a figura de
Batman, “luta contra a maioria das coisas que lutamos todos os dias.”
(BATMAN UNMASKED, 2008). Para Freud (1915), essa condição narrativa
ficcional leva-nos a encontrarmos a pluralidade de vidas de que necessitamos.
“Morremos com o herói com o qual nos identificamos; contudo, sobrevivemos a
ele e estamos prontos a morrer novamente, desde que com a mesma
segurança, com outro herói”. (Freud, 1915. p. 301 apud SARMENTO; COPPUS
2012).
Batman deixa, então, as telas de cinema e as páginas das HQs para
torna-se um signo. Recorremos então à teoria semiótica para tentar entender
os eventos que levaram o jovem bilionário Bruce Wayne a criar seu alter ego:
Batman. Na história original criada por Bob Kane em 1939, o garoto Wayne,
com cerca de 9 anos, vê um ladrão assassinar seus pais - Thomas e Martha
Wayne - na saída de um teatro, em um beco escuro. Há então o estopim,
psicológico, motivador que leva Bruce Wayne, herdeiro de um conglomerado
de indústrias, a tornar-se anos mais tarde o cruzador noturno de Gothan City.
Na mente de Wayne, a concepção do vigilante não está na vingança “pura”,
mas sim em infringir o mesmo medo sentido por ele ao ver-se sozinho no
mundo a todos os criminosos que tornaram Gothan perigosa e corrupta. Ao
tornar-se Batman, Wayne transmuta-se em um símbolo de justiça, ou seja, há a
construção do signo: Batman.
Segundo SANTAELLA, (2000), há uma ligação inseparável entre a
cultura e comunicação. E o espectador, por sua vez, age como conector dessa
rede, permitindo o processo de transmissão de mensagens. Essa “permissão”
gera “[...] códigos específicos e signos de estatutos semióticos peculiares, além
de produzirem efeitos de percepção, processos de recepção e comportamentos
sociais que também lhes são próprios.” (SANTAELLA, 2000. P.29).
Não resta dúvida que muitas teorias da cultura […] apresentam
características nitidamente semióticas, principalmente quando
explicam a dimensão cultural através de sistemas simbólicos de uma
dada formação social. No entanto, enquanto nas conhecidas ciências
humanas os estudos da cultura são utilizados para compreender os
agentes dos processos culturais, homem, a semiótica, por seu lado,
coloca ênfase nos modos como esses sistemas são processados
para produzirem sentidos e serem comunicados. (SANTAELLA, 1996,
p. 30).
Dentro desse contexto encontramos conexões que fazem Batman tão
complexo quanto contraditório. E “explorá-lo pode ser um teste revelador para
o espectador. Porque encontramos nele: o heroísmo, o medo e a escuridão de
dentro da alma”. (BATMAN UNMASKED, 2008). Em Batman Begins (2005),
Bruce Wayne cai em um poço, desativado, na mansão Wayne e é “atacado”
por morcegos. A cena apresentada no início do filme o humaniza. E, ao
contrário do que ocorre nas HQs, Bruce Wayne, criança, é coagido por uma
emoção universal: o medo.
Segundo Robin S. Rosenberg, editora da The Psychology of
Sperheroes, Batman Begins (2005) nos dá um melhor olhar sobre o garoto,
Bruce Wayne. Ela destaca que ele tende a ser uma criança medrosa e ansiosa.
O garoto Wayne tem tanto medo quanto qualquer espectador que está frente
ao ecrã. Sentimento que causa a ele o maior trauma de sua vida. A morte de
seus pais.
Um homem com bilhões de dólares no banco, um carro blindado e
uma a armadura preta com capa, que salta entre prédios para punir
bandidos, sabemos que é algo fantasioso; mas um sujeito que
perdera os pais quando criança, assassinados na sua frente [...] se
culpa pelo fato e desenvolve decorrentes neuroses deste trauma é a
mais pura realidade. (SARMENTO, 2012, p. 187).
Batman, de Nolan, torna-se então um espelho social, ao contrário do
personagem frio da HQ, que adotou o morcego como símbolo quando um
animal invadiu a mansão – enquanto divagava sobre a morte dos pais. O leitor
fica sabendo de seu medo apenas pela fala do personagem. “[...] Já vi essa
criatura antes... em algum lugar. Ela me aterrorizou quando criança [...]”.
(MILLER, 2011. p. 32). No filme, Wayne sofre uma queda, não somente física,
mas emocional. O medo de Bruce é muito bem trabalhado no roteiro do filme.
Ao ser resgatado do poço, a cena seguinte mostra um garoto indefeso no colo
do pai, recebendo um conselho. A cena o torna não somente “humano”, mas
frágil. Essa humanização provoca um fascínio midiático sob o signo Batman e o
identifica com todos os espectadores por meio de ilusões aceitáveis, alinhadas
com a certeza de que no fim o bem vencerá o mal. Ou seja, “acolhemos as
ilusões, porque elas nos poupam sentimentos desagradáveis, permitindo-nos
em troca gozar de satisfação”. (FREUD, 1915, p 290 apud SARMENTO;
COPPUS, 2012). Na cena também é possível encontrar na fala de Thomas
Wayne os primeiros fatos motivadores que podem “explicar” a concepção de
Batman, na mente de Bruce.
Thomas Wayne
Porque caímos, Bruce? Para que aprendamos a nos levantar!
Sabe por que eles o atacaram, não sabe? Estavam com medo de
você.
Bruce Wayne
Medo de mim?
Thomas Wayne
Todas as criaturas têm medo.
Bruce Wayne
Até mesmo as assustadoras?
Thomas Wayne
Especialmente elas. (Batman Begins, 2005)
Esse diálogo simples, e frugal em alguns aspectos, é primordial para a
criação do caráter de Bruce e principalmente à concepção do seu censo de
justiça. Em um dos conselhos, seu pai explica que o medo é a chave para
entender a todos, principalmente as criaturas assustadoras. E é a partir de seu
próprio medo que Bruce aprende a dominá-lo. Na cena em que Bruce adulto
volta à caverna, em que caiu quando criança, e expõem-se propositalmente
aos morcegos. Ele convive com seu medo até acalmar-se. E perceber que tudo
está bem. Ou seja, o signo Batman é “o simbolismo de usar um morcego para
conquistar seu maior medo”. (BATMAN UNMASKED, 2008).
Segundo explica Benjamin R Karney, Professor da Association Of
Social Psychology, UCLA - no documentário Batman Unmasked (2008) - Bruce
Wayne é uma pessoa que sempre se perguntará se estará seguro novamente.
E para ele a resposta mais óbvia é fazê-la com as próprias mãos. Robin S.
Rosenberg, editora da - The Psychology of Superheroesn – destaca que ao
passar por eventos traumáticos é normal haver questionamentos sobre crenças
fundamentais. “É assim que o trauma pode ser uma força poderosa e positiva
que induz ao amadurecimento. Com Bruce Wayne, ele se dedicou a fazer
justiça, não se vingar [...] e proteger pessoas inocentes de atos criminosos”.
(BATMAN UNMASKED, 2008).
No longa, após o fatídico episódio, Bruce “foge” de Gotham e envolve-
se com o submundo do crime. O filme continua contextualizando fatos
motivadores, críveis, que levam Wayne a tornar-se Batman. Há cenas que
mostram o bilionário Wayne mendigando ou roubando para não passar fome,
em terras estrangeiras. Essas imagens dão ao espectador a dimensão de seu
sacrifício e de sua transformação moral. Para Christopher Nolan, diretor da
Trilogia Batman, “[...] essa força surge dessa extraordinária motivação que foi a
morte de seus pais e da sua superação. Então você tem esse personagem que
está envolvido nessa cruzada para combater o crime”. (BATMAN UNMASKED,
2008).
Preso por crimes comuns, na China, Bruce é “encontrado” pelo líder da
Liga das Sombras1
, Ra's al Ghul, que irá torna-se seu mentor e posteriormente
inimigo. Wayne é treinado, física e mentalmente, para ser um integrante da
Liga. Contudo, para ser aceito como membro Bruce precisa julgar e matar um
criminoso. É nesse momento que ele desenvolve em seu superego a “máxima”
1
Organização criminosa mundial cujo objetivo é o equilíbrio ambiental perfeito, o que significa exterminar boa parte da
humanidade, uma praga para o planeta na visão de Ra‟s Al Ghul. (QUADRINHOS NO CINEMA, 2012, p. 133).
de Batman ou o seu próprio conceito de justiça. Ele nunca mata. A única regra
do Homem Morcego é a morte. Ele a considera a linha que o separa dos
criminosos e malfeitores que persegue.
Porém, esse “código de ética” gera a Bruce mais culpa toda vez que
confronta um vilão causador de inúmeras mortes. E no caso específico do
segundo longa – Batman The Dark Knight (TDK) – seu maior inimigo Joker
(Coringa), conhecido principalmente pela violência e por suas ações
imprevisíveis, culpa Batman por todas as mortes que ele causa. Na lógica de
Joker, o morcego trouxe a loucura a Gotham, e ele é um produto criado a partir
dela. Joker é a personificação da violência social. Ele não possui regras ou
escrúpulo algum, todos os outros vilões de Batman possuem traços
psicológicos característicos que corroboram com suas ações criminosas.
Encontramos o narcisismo (Charada), sadismo (Espantalho), dupla
personalidade (Duas Caras), entre outros. Contudo Joker tem como único
objetivo causar o caos pelo caos. “Alguns homens só querem ver o mundo
pegar fogo” (THE DARK KNIGHT, 2008). Dentro desse contexto encontramos
comparações com a violência social real, que sempre foi alvo de peças
alegóricas cinematográficas, porém o surpreendente é vê-la formatada para a
realidade do universo dos super-heróis. “São ecos da sociedade do espetáculo,
demandando cada vez mais reflexos como autoamputações nos processos
midiáticos através do consumo”. (SARMENTO; COPPUS, 2012, p. 187).
The Dark Knight é considerado pela crítica a obra prima de Nolan. O
longa vai além de todas os preceitos básicos para formatar um grande filme.
TDK possui algo maior. Seu subtexto baseado em elementos importantes da
premiada HQ – A Piada Mortal – de Alan Moore.
[...] o roteiro dos irmãos Nolan faz muito sentido, tem viradas
estratégicas e é praticamente impecável. Se em “Begins” a história se
tratava da origem do personagem, e tinha uma Gotham corrupta
como pano de fundo, a lógica agora inverteu-se, a origem do
personagem vira o “pano de fundo”, para mostrar as consequências
da chegada do justiceiro mascarado. Antes Gotham tinha na máfia
seus maiores vilões e malfeitores, com a chegada do “cruzado
encapuzado” viria uma “nova geração” de antagonista e obviamente,
o que a cidade sofreria com isso. (BATOVERDOSE, 2012).
No filme, assim como na HQ, Joker quer provar a todos, principalmente
para Batman, que até a pessoa mais equilibrada mentalmente pode
enlouquecer. Na HQ, a vítima de Joker é o comissário Gordon, e, no filme, o
promotor público Harvey Dent (Aaron Eckhart) – o cavaleiro Branco de Gothan,
tido por Bruce Wayne como sua chance de abandonar a máscara e viver uma
vida normal. Joker acredita que para perder a sanidade há um elemento
primordial – uma grande tragédia pessoal. Na construção narrativa do palhaço,
esta perda pessoal é a linha que separa o vilão de uma pessoa comum. E, ao
contrário do que ocorre na HQ, onde Gordon mantém a sanidade – mesmo
sendo torturado psicologicamente – no longa a grande tragédia da vida de Dent
o enlouquece. Transmutando o Cavaleiro Branco de Gothan – grande
esperança de Wayne – no lunático portador da desordem dissociativa Two-
faces. Os traços psicológicos apresentados em TDK podem ser exemplificados
pela teoria de Freud (1925 apud SARMENTO; COPPUS, 2012), pois Batman
apresenta os sintomas do neurótico obsessivo. Ele infla seu amor próprio. O
que lhe confere o sentimento de superioridade ante outras pessoas, pois ele
considerara-se especialmente limpo e consciente de suas escolhas.
Gothan tem um sujeito que carrega uma eterna culpa e uma
sensação de onipotência a cada empreitada, como os neuróticos
carregam a psicanálise. “No fundo ninguém crê em sua própria morte,
[...] no inconsciente cada uma de nós está convencido de sua
imortalidade” (FREUD, 1915, p 209) Mas este sujeito ambivalente age
acima do poder legislativo e, de acordo com as tendências
narcisistas, sente-se mais „limpo‟ e especialmente mais correto que
outras pessoas. Não há erro de julgamento [...]. (SARMENTO;
COPPUS, 2012, p. 185).
Batman é então a personificação do que ele combate. Ele é o lado
sombrio de Bruce, e tenta integrar esse conflito constante entre a pessoa que
ele é e a pessoa que ele quer ser. Esse conflito interno torna-se mais um fator
motivador crível para o homem morcego. Batman é a perfeita simulação da
união dos dois lados que todos temos, e esse simulacro visto no ecrã acaba
quebrando a “quarta parede” e coloca Batman dentro do contexto social da
sociedade do espetáculo imagético. Pois não sabemos quem é a verdadeira
identidade: Batman ou Bruce Wayne. Essa dualidade é comparável a nossa
realidade social, pois representamos vários papéis diariamente e não nos
damos conta. Construímos durante a vida várias identidades “[...] com nossas
esposas, com colegas de trabalho abaixo de nós e com os colegas acima de
nós”. (BATMAN UNMASKED, 2008).
“[...] a demanda pelo muito é sempre insuficiente, coube ao sujeito
mergulhar em um mar de fantasias e alucinações para escapar de
sua angustia. As duas dimensões da tela de cinema se mostraram
um perfeito aglomerado estético para essa alienação. Talvez
alienação não seja a palavra correta para a situação, pois o sujeito se
distancia somente do ponto de experimentar uma realidade altera,
mas, para continuar a extrair sua substância humana [...]”
(SARMENTO; COPPUS, 2012, p. 186).
O signo Batman pode ser entendido por meio de escolhas, pois ele nos
oferece uma visão de nossos próprios medos. E principalmente as maneiras
como um ser humano comum pode se tornar um herói. “Ele é humano. É um
dos poucos super-heróis que é só um cara normal que se dedica a combater o
crime. [...] Batman é totalmente plausível” (BATMAN UNMASKED, 2008). Ou
seja, Batman reflete a ansiedade emocional, alegria e tristeza que
experimentamos a vida toda. E acima de tudo ele representa a superação
humana sobre uma tragédia. “A melhor coisa sobre Batman é que ele não é um
super-herói. Ele é humano [...] ele é o personagem que nos dá a esperança
que todos precisamos” (BATMAN UNMASKED, 2008).
REFERÊNCIAS
Barr, Mike W. Batman: o filho do demônio. Barueri, SP. Panini, 2012.
BATMAN BEGINS. Produção: Emma Thomas; Charles Roven; Lorne Orleans.
Direção: Christopher Nolan. 2005. DVD.
BATMAN: the dark knight. Produção: Christopher Nolan; Emma Thomas;
Charles Roven; Lorne Orleans. Direção: Christopher Nolan. 2008. DVD.
BATMAN UNMASKED: the psichology of dark knight. Produção: History
Channel. 2008. DVD. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=g9Hu1gLo8m0>. Acesso em: 15 jul. 2013
BATOVERDOSE – batman begins, dark knight, rises. 2012. Disponível em:
<http://www.mundofreak.com.br/tag/liga-das-sombras>. Acesso em: 22 jul.
2013.
CALLARI, Alexandre; ZAGO, Bruno; LOPES, Daniel. Quadrinhos no Cinema.
São Paulo. Évora, 2012.
Miller, Frank. Batman: ano um. Barueri, SP. Panini, 2011
Moore, Alan. Batman: a piada mortal. Barueri, SP. Panini, 2008.
Santaella, Lúcia. Cultura das mídias. 2ª ed. São Paulo: Experimento. 2000.
SARMENTO, Tiago Alves de Moraes; COPPUS, Alinne Nogueira Silva. Os
signos de batman: uma análise do personagem a partir da semiótica e
psicanálise. Psicanalise e Barroco. Juiz de Fora, v. 10, n. 2, p. 178-192, dez.
2012. Disponível em:
<http://www.psicanaliseebarroco.pro.br/revista/revistas/20/PeBRev20_14_Sarm
ento_Coppus.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2013.

Mais conteúdo relacionado

Último

Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxLusGlissonGud
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfEmanuel Pio
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfRavenaSales1
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMHELENO FAVACHO
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéisines09cachapa
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecniCleidianeCarvalhoPer
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTailsonSantos1
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 

Último (20)

Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdfHistoria da Arte europeia e não só. .pdf
Historia da Arte europeia e não só. .pdf
 
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdfGEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 

Destaque

Everything You Need To Know About ChatGPT
Everything You Need To Know About ChatGPTEverything You Need To Know About ChatGPT
Everything You Need To Know About ChatGPTExpeed Software
 
Product Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage EngineeringsProduct Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage EngineeringsPixeldarts
 
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental HealthHow Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental HealthThinkNow
 
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdfAI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdfmarketingartwork
 
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024Neil Kimberley
 
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)contently
 
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024Albert Qian
 
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie InsightsSocial Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie InsightsKurio // The Social Media Age(ncy)
 
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024Search Engine Journal
 
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summarySpeakerHub
 
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd Clark Boyd
 
Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next Tessa Mero
 
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search IntentGoogle's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search IntentLily Ray
 
Time Management & Productivity - Best Practices
Time Management & Productivity -  Best PracticesTime Management & Productivity -  Best Practices
Time Management & Productivity - Best PracticesVit Horky
 
The six step guide to practical project management
The six step guide to practical project managementThe six step guide to practical project management
The six step guide to practical project managementMindGenius
 
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...RachelPearson36
 
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...Applitools
 

Destaque (20)

Everything You Need To Know About ChatGPT
Everything You Need To Know About ChatGPTEverything You Need To Know About ChatGPT
Everything You Need To Know About ChatGPT
 
Product Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage EngineeringsProduct Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
Product Design Trends in 2024 | Teenage Engineerings
 
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental HealthHow Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
 
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdfAI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
 
Skeleton Culture Code
Skeleton Culture CodeSkeleton Culture Code
Skeleton Culture Code
 
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
 
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
 
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
 
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie InsightsSocial Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
 
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
 
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
 
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
 
Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next
 
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search IntentGoogle's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
 
How to have difficult conversations
How to have difficult conversations How to have difficult conversations
How to have difficult conversations
 
Introduction to Data Science
Introduction to Data ScienceIntroduction to Data Science
Introduction to Data Science
 
Time Management & Productivity - Best Practices
Time Management & Productivity -  Best PracticesTime Management & Productivity -  Best Practices
Time Management & Productivity - Best Practices
 
The six step guide to practical project management
The six step guide to practical project managementThe six step guide to practical project management
The six step guide to practical project management
 
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
 
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...
 

Batman e os limites da justiça

  • 1. Universidade Tuiuti do Paraná – UTP Pós-Graduação em Cinema História do Cinema Profº Drº Hugo Mengarelli Acadêmico Ivanir França Batman: além do herói “Por que um morcego? Porque eu temo morcegos, e eu transformarei o meu medo, no medo deles!” (Batman Begins, 2005). Em 2005, sob a direção de Christopher Nolan, renasce nos cinemas um dos mais cultuados heróis da cultura pop. Batman Begins (2005) traz de volta ao imaginário coletivo a figura obscura e mesquinha do personagem das Histórias em Quadrinhos (HQs); contudo, além do renascimento do herói nos moldes clássicos de HQs consagradas, Batman é apresentado ao público de uma maneira realista e totalmente crível. Na trilogia de Nolan, Batman é humano, ao contrário dos personagens fantasiosos retratados nos filmes anteriores e mesmo em algumas HQs. Bruce Wayne, ao assumir a figura de Batman, “luta contra a maioria das coisas que lutamos todos os dias.” (BATMAN UNMASKED, 2008). Para Freud (1915), essa condição narrativa ficcional leva-nos a encontrarmos a pluralidade de vidas de que necessitamos. “Morremos com o herói com o qual nos identificamos; contudo, sobrevivemos a ele e estamos prontos a morrer novamente, desde que com a mesma segurança, com outro herói”. (Freud, 1915. p. 301 apud SARMENTO; COPPUS 2012). Batman deixa, então, as telas de cinema e as páginas das HQs para torna-se um signo. Recorremos então à teoria semiótica para tentar entender os eventos que levaram o jovem bilionário Bruce Wayne a criar seu alter ego: Batman. Na história original criada por Bob Kane em 1939, o garoto Wayne, com cerca de 9 anos, vê um ladrão assassinar seus pais - Thomas e Martha Wayne - na saída de um teatro, em um beco escuro. Há então o estopim, psicológico, motivador que leva Bruce Wayne, herdeiro de um conglomerado
  • 2. de indústrias, a tornar-se anos mais tarde o cruzador noturno de Gothan City. Na mente de Wayne, a concepção do vigilante não está na vingança “pura”, mas sim em infringir o mesmo medo sentido por ele ao ver-se sozinho no mundo a todos os criminosos que tornaram Gothan perigosa e corrupta. Ao tornar-se Batman, Wayne transmuta-se em um símbolo de justiça, ou seja, há a construção do signo: Batman. Segundo SANTAELLA, (2000), há uma ligação inseparável entre a cultura e comunicação. E o espectador, por sua vez, age como conector dessa rede, permitindo o processo de transmissão de mensagens. Essa “permissão” gera “[...] códigos específicos e signos de estatutos semióticos peculiares, além de produzirem efeitos de percepção, processos de recepção e comportamentos sociais que também lhes são próprios.” (SANTAELLA, 2000. P.29). Não resta dúvida que muitas teorias da cultura […] apresentam características nitidamente semióticas, principalmente quando explicam a dimensão cultural através de sistemas simbólicos de uma dada formação social. No entanto, enquanto nas conhecidas ciências humanas os estudos da cultura são utilizados para compreender os agentes dos processos culturais, homem, a semiótica, por seu lado, coloca ênfase nos modos como esses sistemas são processados para produzirem sentidos e serem comunicados. (SANTAELLA, 1996, p. 30). Dentro desse contexto encontramos conexões que fazem Batman tão complexo quanto contraditório. E “explorá-lo pode ser um teste revelador para o espectador. Porque encontramos nele: o heroísmo, o medo e a escuridão de dentro da alma”. (BATMAN UNMASKED, 2008). Em Batman Begins (2005), Bruce Wayne cai em um poço, desativado, na mansão Wayne e é “atacado” por morcegos. A cena apresentada no início do filme o humaniza. E, ao contrário do que ocorre nas HQs, Bruce Wayne, criança, é coagido por uma emoção universal: o medo. Segundo Robin S. Rosenberg, editora da The Psychology of Sperheroes, Batman Begins (2005) nos dá um melhor olhar sobre o garoto, Bruce Wayne. Ela destaca que ele tende a ser uma criança medrosa e ansiosa. O garoto Wayne tem tanto medo quanto qualquer espectador que está frente ao ecrã. Sentimento que causa a ele o maior trauma de sua vida. A morte de seus pais.
  • 3. Um homem com bilhões de dólares no banco, um carro blindado e uma a armadura preta com capa, que salta entre prédios para punir bandidos, sabemos que é algo fantasioso; mas um sujeito que perdera os pais quando criança, assassinados na sua frente [...] se culpa pelo fato e desenvolve decorrentes neuroses deste trauma é a mais pura realidade. (SARMENTO, 2012, p. 187). Batman, de Nolan, torna-se então um espelho social, ao contrário do personagem frio da HQ, que adotou o morcego como símbolo quando um animal invadiu a mansão – enquanto divagava sobre a morte dos pais. O leitor fica sabendo de seu medo apenas pela fala do personagem. “[...] Já vi essa criatura antes... em algum lugar. Ela me aterrorizou quando criança [...]”. (MILLER, 2011. p. 32). No filme, Wayne sofre uma queda, não somente física, mas emocional. O medo de Bruce é muito bem trabalhado no roteiro do filme. Ao ser resgatado do poço, a cena seguinte mostra um garoto indefeso no colo do pai, recebendo um conselho. A cena o torna não somente “humano”, mas frágil. Essa humanização provoca um fascínio midiático sob o signo Batman e o identifica com todos os espectadores por meio de ilusões aceitáveis, alinhadas com a certeza de que no fim o bem vencerá o mal. Ou seja, “acolhemos as ilusões, porque elas nos poupam sentimentos desagradáveis, permitindo-nos em troca gozar de satisfação”. (FREUD, 1915, p 290 apud SARMENTO; COPPUS, 2012). Na cena também é possível encontrar na fala de Thomas Wayne os primeiros fatos motivadores que podem “explicar” a concepção de Batman, na mente de Bruce. Thomas Wayne Porque caímos, Bruce? Para que aprendamos a nos levantar! Sabe por que eles o atacaram, não sabe? Estavam com medo de você. Bruce Wayne Medo de mim? Thomas Wayne Todas as criaturas têm medo. Bruce Wayne Até mesmo as assustadoras? Thomas Wayne Especialmente elas. (Batman Begins, 2005) Esse diálogo simples, e frugal em alguns aspectos, é primordial para a criação do caráter de Bruce e principalmente à concepção do seu censo de
  • 4. justiça. Em um dos conselhos, seu pai explica que o medo é a chave para entender a todos, principalmente as criaturas assustadoras. E é a partir de seu próprio medo que Bruce aprende a dominá-lo. Na cena em que Bruce adulto volta à caverna, em que caiu quando criança, e expõem-se propositalmente aos morcegos. Ele convive com seu medo até acalmar-se. E perceber que tudo está bem. Ou seja, o signo Batman é “o simbolismo de usar um morcego para conquistar seu maior medo”. (BATMAN UNMASKED, 2008). Segundo explica Benjamin R Karney, Professor da Association Of Social Psychology, UCLA - no documentário Batman Unmasked (2008) - Bruce Wayne é uma pessoa que sempre se perguntará se estará seguro novamente. E para ele a resposta mais óbvia é fazê-la com as próprias mãos. Robin S. Rosenberg, editora da - The Psychology of Superheroesn – destaca que ao passar por eventos traumáticos é normal haver questionamentos sobre crenças fundamentais. “É assim que o trauma pode ser uma força poderosa e positiva que induz ao amadurecimento. Com Bruce Wayne, ele se dedicou a fazer justiça, não se vingar [...] e proteger pessoas inocentes de atos criminosos”. (BATMAN UNMASKED, 2008). No longa, após o fatídico episódio, Bruce “foge” de Gotham e envolve- se com o submundo do crime. O filme continua contextualizando fatos motivadores, críveis, que levam Wayne a tornar-se Batman. Há cenas que mostram o bilionário Wayne mendigando ou roubando para não passar fome, em terras estrangeiras. Essas imagens dão ao espectador a dimensão de seu sacrifício e de sua transformação moral. Para Christopher Nolan, diretor da Trilogia Batman, “[...] essa força surge dessa extraordinária motivação que foi a morte de seus pais e da sua superação. Então você tem esse personagem que está envolvido nessa cruzada para combater o crime”. (BATMAN UNMASKED, 2008). Preso por crimes comuns, na China, Bruce é “encontrado” pelo líder da Liga das Sombras1 , Ra's al Ghul, que irá torna-se seu mentor e posteriormente inimigo. Wayne é treinado, física e mentalmente, para ser um integrante da Liga. Contudo, para ser aceito como membro Bruce precisa julgar e matar um criminoso. É nesse momento que ele desenvolve em seu superego a “máxima” 1 Organização criminosa mundial cujo objetivo é o equilíbrio ambiental perfeito, o que significa exterminar boa parte da humanidade, uma praga para o planeta na visão de Ra‟s Al Ghul. (QUADRINHOS NO CINEMA, 2012, p. 133).
  • 5. de Batman ou o seu próprio conceito de justiça. Ele nunca mata. A única regra do Homem Morcego é a morte. Ele a considera a linha que o separa dos criminosos e malfeitores que persegue. Porém, esse “código de ética” gera a Bruce mais culpa toda vez que confronta um vilão causador de inúmeras mortes. E no caso específico do segundo longa – Batman The Dark Knight (TDK) – seu maior inimigo Joker (Coringa), conhecido principalmente pela violência e por suas ações imprevisíveis, culpa Batman por todas as mortes que ele causa. Na lógica de Joker, o morcego trouxe a loucura a Gotham, e ele é um produto criado a partir dela. Joker é a personificação da violência social. Ele não possui regras ou escrúpulo algum, todos os outros vilões de Batman possuem traços psicológicos característicos que corroboram com suas ações criminosas. Encontramos o narcisismo (Charada), sadismo (Espantalho), dupla personalidade (Duas Caras), entre outros. Contudo Joker tem como único objetivo causar o caos pelo caos. “Alguns homens só querem ver o mundo pegar fogo” (THE DARK KNIGHT, 2008). Dentro desse contexto encontramos comparações com a violência social real, que sempre foi alvo de peças alegóricas cinematográficas, porém o surpreendente é vê-la formatada para a realidade do universo dos super-heróis. “São ecos da sociedade do espetáculo, demandando cada vez mais reflexos como autoamputações nos processos midiáticos através do consumo”. (SARMENTO; COPPUS, 2012, p. 187). The Dark Knight é considerado pela crítica a obra prima de Nolan. O longa vai além de todas os preceitos básicos para formatar um grande filme. TDK possui algo maior. Seu subtexto baseado em elementos importantes da premiada HQ – A Piada Mortal – de Alan Moore. [...] o roteiro dos irmãos Nolan faz muito sentido, tem viradas estratégicas e é praticamente impecável. Se em “Begins” a história se tratava da origem do personagem, e tinha uma Gotham corrupta como pano de fundo, a lógica agora inverteu-se, a origem do personagem vira o “pano de fundo”, para mostrar as consequências da chegada do justiceiro mascarado. Antes Gotham tinha na máfia seus maiores vilões e malfeitores, com a chegada do “cruzado encapuzado” viria uma “nova geração” de antagonista e obviamente, o que a cidade sofreria com isso. (BATOVERDOSE, 2012).
  • 6. No filme, assim como na HQ, Joker quer provar a todos, principalmente para Batman, que até a pessoa mais equilibrada mentalmente pode enlouquecer. Na HQ, a vítima de Joker é o comissário Gordon, e, no filme, o promotor público Harvey Dent (Aaron Eckhart) – o cavaleiro Branco de Gothan, tido por Bruce Wayne como sua chance de abandonar a máscara e viver uma vida normal. Joker acredita que para perder a sanidade há um elemento primordial – uma grande tragédia pessoal. Na construção narrativa do palhaço, esta perda pessoal é a linha que separa o vilão de uma pessoa comum. E, ao contrário do que ocorre na HQ, onde Gordon mantém a sanidade – mesmo sendo torturado psicologicamente – no longa a grande tragédia da vida de Dent o enlouquece. Transmutando o Cavaleiro Branco de Gothan – grande esperança de Wayne – no lunático portador da desordem dissociativa Two- faces. Os traços psicológicos apresentados em TDK podem ser exemplificados pela teoria de Freud (1925 apud SARMENTO; COPPUS, 2012), pois Batman apresenta os sintomas do neurótico obsessivo. Ele infla seu amor próprio. O que lhe confere o sentimento de superioridade ante outras pessoas, pois ele considerara-se especialmente limpo e consciente de suas escolhas. Gothan tem um sujeito que carrega uma eterna culpa e uma sensação de onipotência a cada empreitada, como os neuróticos carregam a psicanálise. “No fundo ninguém crê em sua própria morte, [...] no inconsciente cada uma de nós está convencido de sua imortalidade” (FREUD, 1915, p 209) Mas este sujeito ambivalente age acima do poder legislativo e, de acordo com as tendências narcisistas, sente-se mais „limpo‟ e especialmente mais correto que outras pessoas. Não há erro de julgamento [...]. (SARMENTO; COPPUS, 2012, p. 185). Batman é então a personificação do que ele combate. Ele é o lado sombrio de Bruce, e tenta integrar esse conflito constante entre a pessoa que ele é e a pessoa que ele quer ser. Esse conflito interno torna-se mais um fator motivador crível para o homem morcego. Batman é a perfeita simulação da união dos dois lados que todos temos, e esse simulacro visto no ecrã acaba quebrando a “quarta parede” e coloca Batman dentro do contexto social da sociedade do espetáculo imagético. Pois não sabemos quem é a verdadeira identidade: Batman ou Bruce Wayne. Essa dualidade é comparável a nossa realidade social, pois representamos vários papéis diariamente e não nos
  • 7. damos conta. Construímos durante a vida várias identidades “[...] com nossas esposas, com colegas de trabalho abaixo de nós e com os colegas acima de nós”. (BATMAN UNMASKED, 2008). “[...] a demanda pelo muito é sempre insuficiente, coube ao sujeito mergulhar em um mar de fantasias e alucinações para escapar de sua angustia. As duas dimensões da tela de cinema se mostraram um perfeito aglomerado estético para essa alienação. Talvez alienação não seja a palavra correta para a situação, pois o sujeito se distancia somente do ponto de experimentar uma realidade altera, mas, para continuar a extrair sua substância humana [...]” (SARMENTO; COPPUS, 2012, p. 186). O signo Batman pode ser entendido por meio de escolhas, pois ele nos oferece uma visão de nossos próprios medos. E principalmente as maneiras como um ser humano comum pode se tornar um herói. “Ele é humano. É um dos poucos super-heróis que é só um cara normal que se dedica a combater o crime. [...] Batman é totalmente plausível” (BATMAN UNMASKED, 2008). Ou seja, Batman reflete a ansiedade emocional, alegria e tristeza que experimentamos a vida toda. E acima de tudo ele representa a superação humana sobre uma tragédia. “A melhor coisa sobre Batman é que ele não é um super-herói. Ele é humano [...] ele é o personagem que nos dá a esperança que todos precisamos” (BATMAN UNMASKED, 2008).
  • 8. REFERÊNCIAS Barr, Mike W. Batman: o filho do demônio. Barueri, SP. Panini, 2012. BATMAN BEGINS. Produção: Emma Thomas; Charles Roven; Lorne Orleans. Direção: Christopher Nolan. 2005. DVD. BATMAN: the dark knight. Produção: Christopher Nolan; Emma Thomas; Charles Roven; Lorne Orleans. Direção: Christopher Nolan. 2008. DVD. BATMAN UNMASKED: the psichology of dark knight. Produção: History Channel. 2008. DVD. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=g9Hu1gLo8m0>. Acesso em: 15 jul. 2013 BATOVERDOSE – batman begins, dark knight, rises. 2012. Disponível em: <http://www.mundofreak.com.br/tag/liga-das-sombras>. Acesso em: 22 jul. 2013. CALLARI, Alexandre; ZAGO, Bruno; LOPES, Daniel. Quadrinhos no Cinema. São Paulo. Évora, 2012. Miller, Frank. Batman: ano um. Barueri, SP. Panini, 2011 Moore, Alan. Batman: a piada mortal. Barueri, SP. Panini, 2008. Santaella, Lúcia. Cultura das mídias. 2ª ed. São Paulo: Experimento. 2000. SARMENTO, Tiago Alves de Moraes; COPPUS, Alinne Nogueira Silva. Os signos de batman: uma análise do personagem a partir da semiótica e psicanálise. Psicanalise e Barroco. Juiz de Fora, v. 10, n. 2, p. 178-192, dez. 2012. Disponível em: <http://www.psicanaliseebarroco.pro.br/revista/revistas/20/PeBRev20_14_Sarm ento_Coppus.pdf>. Acesso em: 19 jul. 2013.