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AS CONSEQUÊNCIAS DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL SOBRE A TAXA DE
LUCRO NO CAPITALISMO E SOBRE A SOCIEDADE
Fernando Alcoforado*
No artigo A Fábrica do Futuro disponível no website
http://ajmoreti.blogspot.com.br/2012/04/fabrica-do-futuro.html?m=1, consta a
informação de que a fábrica do futuro se caracteriza por apresentar instalação repleta de
robôs e um elevado grau de automação, além de estar devidamente organizada em torno
da tecnologia, do computador, que integra, por softwares especialmente desenvolvidos,
praticamente todas as atividades. Nela, há o uso generalizado de ferramentas como
CAD, MRP II, ERP, EDI, e acima de tudo conta com a presença do trabalhador do
conhecimento (o knowledge worker, o trabalhador que usa o saber mais do que as
mãos).
A organização da produção na fábrica do futuro está focada na busca da mais alta
produtividade. As atividades que não agregam valor são eliminadas, os refugos e
retrabalhos não são admitidos, os métodos de trabalho têm mecanismos para a
prevenção de problemas, os níveis de estoques são baixíssimos, pois o just-in-time está
em toda parte, isto é, opera um sistema de administração da produção que determina que
nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora certa e os
componentes são entregues diretamente nas linhas de fabricação e/ou montagem. As
fabricas são extremamente limpas e organizadas, em decorrência da aplicação
sistemática do housekeeping que é uma das ferramentas utilizadas com o intuito de
assegurar a implantação da qualidade, produtividade e agilidade nos serviços prestados,
bem como a melhoria qualidade de vida dos funcionários. Os trabalhadores são
treinados em várias funções, desde a operação, preparação e manutenção até projetos de
novos produtos e/ou processos produtivos os quais são controlados por computadores
por meio de software integrados.
Hoje já existem muitas fábricas do futuro em plena operação, a exemplo dos sistemas
denominados produção enxuta, que surgiram no Japão e estão se espalhando por todo o
mundo. A autoridade do trabalhador, no que se refere à qualidade do produto, é
praticamente ilimitada porque ele pode, a qualquer instante, parar a linha de produção,
uma vez constatada uma não conformidade já ocorrida ou latente. Todos os
trabalhadores procuram ajudar na solução do problema para que a linha volte à
normalidade o mais rápido possível. Metodologias de identificação e solução de
problemas são amplamente difundidas e incorporadas à cultura de todos os
trabalhadores. A gestão dos processos é feita pela utilização de indicadores de
desempenho amplamente discutidos e aceitos por todos os trabalhadores que estiverem
intimamente ligados aos objetivos da empresa.
O projeto dos produtos é desenvolvido juntamente com o dos processos onde serão
fabricados. A engenharia simultânea, que é uma abordagem sistemática para o
desenvolvimento integrado e paralelo do projeto de um produto e os processos
relacionados, incluindo manufatura e suporte, é aplicada em larga escala. A atenção aos
objetivos dos clientes guia o projeto, e a utilização de técnicas como o desdobramento
da função qualidade (QFD) e a análise de falhas (FMEA) assegura maior qualidade e
confiabilidade aos produtos. Os produtos têm um menor número de componentes, o que
diminui os riscos de falhas e menores custos, pois os produtos são modulados. O
layout é o elemento determinante da fábrica do futuro. As fábricas grandes até então
tidas como padrão são divididas em várias pequenas unidades dentro da fábrica original,
2
devidamente focalizadas, organizadas em células de produção, com elevado grau de
automação.
Os novos projetos contemplam áreas reduzidas para estoques de matérias-primas e
produtos acabados, e não há previsão de áreas para retrabalho. Até mesmo as áreas
reservadas para os produtos em processos são reduzidas, pois as linhas são balanceadas
de forma a permitir um fluxo contínuo e sem acúmulo em determinados pontos de
processo. Esse processo de mudança permite que possa se dobrar a produção utilizando-
se a metade da área até então usada. Na fábrica do futuro as informações são
disponibilizadas em tempo real com a utilização de painéis eletrônicos conectados a
vários terminais de entrada de dados. A utilização de cores é explorada ao máximo, com
cartões kanban coloridos de forma a transmitir uma ou mais informações sobre o
andamento dos processos. As informações sobre produção, produtividade, objetivos
atingidos e a atingir, porcentagem de refugos, etc., estão dispostas em quadros
espalhados por todas as instalações, para serem lidos, analisados e criticados por todos
os trabalhadores.
Nas fábricas do futuro a quantidade de robôs trabalhando no lugar de operários
multiplica a cada ano e já há pesquisas que mostram como algumas profissões podem
desaparecer por conta disso (Ver o artigo Como serão as fábricas do futuro? disponível
no website http://delltecnologiasdofuturo.ig.com.br/para-empresa/como-serao-as-
fabricas-do-futuro/). De acordo com relatório da Federação Internacional de
Robótica (IRF, na sigla em inglês), cerca de 179 mil robôs industriais foram vendidos
em 2013, um crescimento de mais de 12% em relação ao ano anterior. A China,
segundo o balanço da IRF, é o país que mais investiu na automação, comprando 37 mil
unidades no ano passado – ante pouco menos de 1.500 compradas pelo Brasil. Já o
Japão é o maior exportador de robôs e também o país com as fábricas mais
automatizadas do mundo, com mais de 300 mil robôs industriais em operação.
No artigo acima citado (Como serão as fábricas do futuro?) consta a informação de que
é possível imaginar que as fábricas do futuro contarão cada vez menos com a presença
de seres humanos na linha de produção. Bom exemplo é a fábrica da Audi em
Ingolstadt, na Alemanha, que tem cerca de 800 empregados e praticamente o mesmo
número de robôs industriais, que fazem a maior parte do trabalho pesado e operacional.
Na China, a incorporação de robôs em fábricas é crescente. No artigo A era das fábricas
inteligentes está começando disponível no website
<http://exame2.com.br/mobile/revista-exame/noticias/a-fabrica-do-futuro> consta a
informação de que a indústria automobilística está entre as mais robotizadas do mundo.
Na BMW de Leipzig na Alemanha, com seus mais de 1.000 robôs, os funcionários,
todos de colete azul, acompanham tudo a distância pelas telas de computadores. Os
seres humanos só supervisionam o trabalho das máquinas. A unidade de Leipzig é uma
prévia do futuro das fábricas. Estamos no estágio inicial de uma mudança tão profunda
na manufatura como aquela provocada pela Revolução Industrial na Inglaterra.
No artigo acima citado A era das fábricas inteligentes está começando consta a
informação de que o setor produtivo mundial está num processo movido por três forças:
o avanço exponencial da capacidade dos computadores, a imensa quantidade de
informação digitalizada e novas estratégias de inovação. O progresso computacional fez
com que as máquinas ficassem muito mais potentes, ágeis e, sobretudo, baratas. Em
1985, o computador mais rápido do mundo era o Cray-2, que custava 30 milhões de
dólares. Em seus anos de glória, foi utilizado para pesquisas em energia atômica. Hoje,
3
um iPad tem capacidade de processamento superior à do Cray-2. Na última década, o
preço de alguns modelos de sensores usados nos aparelhos eletrônicos caiu 85%. Na
indústria, em geral, e no caso específico da fábrica da BMW, em Leipzig, essa tendência
pode ser sentida pela forte expansão dos robôs.
Em 2013, as vendas de robôs industriais no mundo atingiram o recorde de 179.000
unidades. De acordo com um estudo da consultoria americana McKinsey, o preço dos
robôs vem caindo 10% ao ano nas últimas décadas. E a produtividade deles está
aumentando. Dependendo do tipo de aplicação, os modelos mais novos são 40% mais
rápidos do que os das gerações anteriores. Máquinas de alta destreza que hoje são
vendidas a 150.000 dólares deverão custar metade desse valor até 2025. A segunda
característica dessa nova era industrial é a imensa quantidade de informação digital
disponível. A concepção dos produtos, o design, os testes com novos materiais, os
protótipos, a arquitetura da fábrica, a organização da linha de produção, o estoque de
materiais, o manual de um equipamento, tudo é digital.
Fábricas automatizadas e robotizadas significam indústrias com cada vez menos gente.
Em três décadas foram eliminados 6 milhões de postos de trabalho industriais nos
Estados Unidos fazendo com que o emprego nas fábricas atingisse o patamar da década
de 1940. Os empregos que envolvem funções repetitivas vão desaparecer rapidamente
nos próximos anos, diz o economista Michael Spence, ganhador do Prêmio Nobel e
professor da Universidade de Nova York. Nos países ricos, estima-se que 25% de todas
as funções na indústria deverão ser substituídas por tecnologias de automação até 2025.
No mundo, a estimativa é que 60 milhões de postos de trabalho em fábricas sejam
eliminados.
Se levarmos em conta que a taxa de lucro é medida pela fórmula abaixo:
l´= m´/ (coc +1)
em que m´=m/v e coc= k/v, sendo m´ a taxa de mais-valia ou de exploração dos
trabalhadores, m corresponde ao valor do trabalho excedente não pago pelo capitalista
ao trabalhador, v diz respeito ao dispêndio com salários, k representa o capital constante
(meios de produção, matérias-primas, energia etc,) utilizado na produção e coc
corresponde à composição orgânica do capital. As consequências da automação sobre o
sistema capitalista são as seguintes:
1. A automação contribui para aumentar significativamente o capital constante (k) com
os investimentos em máquinas e instalações automatizadas e reduzir
significativamente (v) com a queda vertiginosa da mão de obra e do dispêndio com
salários o que faz com que a composição orgânica do capital (coc= k/v) se eleve
bastante. Esta situação faz com que o denominador da taxa de lucro (l´) seja elevado
significativamente.
2. Para compensar o aumento do denominador da taxa de lucro (l´), seu numerador
(m´=m/v) teria que se elevar enormemente o que obrigaria a empresa a aumentar
significativamente a mais valia (m= trabalho excedente não pago) dos trabalhadores
remanescentes. A taxa de exploração dos trabalhadores remanescentes teria que
aumentar para a empresa manter ou elevar sua taxa de lucro.
3. Na prática, seria impossível, haver uma fábrica totalmente automatizada, isto é, sem
trabalhadores porque a empresa precisaria de gente para supervisionar a operação e
efetuar a manutenção de máquinas e equipamentos automatizados. A taxa de
4
exploração desses trabalhadores (m´) teria que ser elevada ao máximo para
assegurar taxas de lucro elevadas para a empresa.
4. Teoricamente, se admitirmos que v=0, isto é uma fábrica sem trabalhadores,
coc=k/v=k/0=infinito contribuindo para que o denominador da taxa de lucro (coc+1)
seja igual a infinito. Por sua vez, sendo a mais valia (m= 0) daí resultaria m´=m/v =
0/0= valor indeterminado. A taxa de lucro tenderia a zero ou a um valor
indeterminado.
Constata-se, pelo exposto, que a automação é positiva para o capitalista porque passaria
a enfrentar seus concorrentes de forma mais competitiva haja vista que proporcionaria,
entre outras vantagens, o aumento de sua produtividade e a redução de seus custos. No
entanto, seria extremamente negativa para o capitalista porque tende a reduzir a taxa de
lucro de seu negócio. Além disso, a automação que não acontece apenas na indústria,
mas que se espraia pelo comércio e pelo setor de serviços, tende a reduzir a renda à
disposição da massa dos trabalhadores excluídos da produção contribuindo, desta
forma, para o subconsumo das massas. Haveria, em consequência, queda na demanda de
produtos e serviços devido ao aumento do desemprego e a queda na renda dos
trabalhadores. A sociedade seria altamente prejudicada porque a automação contribuiria
para o aumento do exército de desempregados.
Em síntese, o incessante e impetuoso desenvolvimento técnico, impulsionado pela
concorrência entre capitalistas, obriga-os a investirem em maquinaria automatizada
(capital constante= k) que lhes permite produzir o mesmo com menos tempo de
“trabalho vivo” (capital variável= v). Portanto, na sua busca pela reprodução de capital,
os capitalistas tendem a investir mais em capital constante (k) e menos em capital
variável (v), aumentando tendencialmente a composição orgânica do capital (coc)
fazendo com que a taxa de lucro tenha tendência de diminuir. A principal conclusão
relacionada com a automação da atividade produtiva é a de que ela colaboraria no
sentido de comprometer os interesses do capitalismo e de que sua viabilidade só deveria
ocorrer em uma sociedade que não persiga o lucro.
* Fernando Alcoforado, 76, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em
Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor
universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento
regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São
Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo,
1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do
desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,
http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel,
São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era
Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social
Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG,
Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora,
Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global
(Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do
Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012) e Energia no Mundo e no Brasil-
Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015).

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LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
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SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
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As consequências da automação industrial sobre a taxa de lucro no capitalismo e sobre a sociedade

  • 1. 1 AS CONSEQUÊNCIAS DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL SOBRE A TAXA DE LUCRO NO CAPITALISMO E SOBRE A SOCIEDADE Fernando Alcoforado* No artigo A Fábrica do Futuro disponível no website http://ajmoreti.blogspot.com.br/2012/04/fabrica-do-futuro.html?m=1, consta a informação de que a fábrica do futuro se caracteriza por apresentar instalação repleta de robôs e um elevado grau de automação, além de estar devidamente organizada em torno da tecnologia, do computador, que integra, por softwares especialmente desenvolvidos, praticamente todas as atividades. Nela, há o uso generalizado de ferramentas como CAD, MRP II, ERP, EDI, e acima de tudo conta com a presença do trabalhador do conhecimento (o knowledge worker, o trabalhador que usa o saber mais do que as mãos). A organização da produção na fábrica do futuro está focada na busca da mais alta produtividade. As atividades que não agregam valor são eliminadas, os refugos e retrabalhos não são admitidos, os métodos de trabalho têm mecanismos para a prevenção de problemas, os níveis de estoques são baixíssimos, pois o just-in-time está em toda parte, isto é, opera um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora certa e os componentes são entregues diretamente nas linhas de fabricação e/ou montagem. As fabricas são extremamente limpas e organizadas, em decorrência da aplicação sistemática do housekeeping que é uma das ferramentas utilizadas com o intuito de assegurar a implantação da qualidade, produtividade e agilidade nos serviços prestados, bem como a melhoria qualidade de vida dos funcionários. Os trabalhadores são treinados em várias funções, desde a operação, preparação e manutenção até projetos de novos produtos e/ou processos produtivos os quais são controlados por computadores por meio de software integrados. Hoje já existem muitas fábricas do futuro em plena operação, a exemplo dos sistemas denominados produção enxuta, que surgiram no Japão e estão se espalhando por todo o mundo. A autoridade do trabalhador, no que se refere à qualidade do produto, é praticamente ilimitada porque ele pode, a qualquer instante, parar a linha de produção, uma vez constatada uma não conformidade já ocorrida ou latente. Todos os trabalhadores procuram ajudar na solução do problema para que a linha volte à normalidade o mais rápido possível. Metodologias de identificação e solução de problemas são amplamente difundidas e incorporadas à cultura de todos os trabalhadores. A gestão dos processos é feita pela utilização de indicadores de desempenho amplamente discutidos e aceitos por todos os trabalhadores que estiverem intimamente ligados aos objetivos da empresa. O projeto dos produtos é desenvolvido juntamente com o dos processos onde serão fabricados. A engenharia simultânea, que é uma abordagem sistemática para o desenvolvimento integrado e paralelo do projeto de um produto e os processos relacionados, incluindo manufatura e suporte, é aplicada em larga escala. A atenção aos objetivos dos clientes guia o projeto, e a utilização de técnicas como o desdobramento da função qualidade (QFD) e a análise de falhas (FMEA) assegura maior qualidade e confiabilidade aos produtos. Os produtos têm um menor número de componentes, o que diminui os riscos de falhas e menores custos, pois os produtos são modulados. O layout é o elemento determinante da fábrica do futuro. As fábricas grandes até então tidas como padrão são divididas em várias pequenas unidades dentro da fábrica original,
  • 2. 2 devidamente focalizadas, organizadas em células de produção, com elevado grau de automação. Os novos projetos contemplam áreas reduzidas para estoques de matérias-primas e produtos acabados, e não há previsão de áreas para retrabalho. Até mesmo as áreas reservadas para os produtos em processos são reduzidas, pois as linhas são balanceadas de forma a permitir um fluxo contínuo e sem acúmulo em determinados pontos de processo. Esse processo de mudança permite que possa se dobrar a produção utilizando- se a metade da área até então usada. Na fábrica do futuro as informações são disponibilizadas em tempo real com a utilização de painéis eletrônicos conectados a vários terminais de entrada de dados. A utilização de cores é explorada ao máximo, com cartões kanban coloridos de forma a transmitir uma ou mais informações sobre o andamento dos processos. As informações sobre produção, produtividade, objetivos atingidos e a atingir, porcentagem de refugos, etc., estão dispostas em quadros espalhados por todas as instalações, para serem lidos, analisados e criticados por todos os trabalhadores. Nas fábricas do futuro a quantidade de robôs trabalhando no lugar de operários multiplica a cada ano e já há pesquisas que mostram como algumas profissões podem desaparecer por conta disso (Ver o artigo Como serão as fábricas do futuro? disponível no website http://delltecnologiasdofuturo.ig.com.br/para-empresa/como-serao-as- fabricas-do-futuro/). De acordo com relatório da Federação Internacional de Robótica (IRF, na sigla em inglês), cerca de 179 mil robôs industriais foram vendidos em 2013, um crescimento de mais de 12% em relação ao ano anterior. A China, segundo o balanço da IRF, é o país que mais investiu na automação, comprando 37 mil unidades no ano passado – ante pouco menos de 1.500 compradas pelo Brasil. Já o Japão é o maior exportador de robôs e também o país com as fábricas mais automatizadas do mundo, com mais de 300 mil robôs industriais em operação. No artigo acima citado (Como serão as fábricas do futuro?) consta a informação de que é possível imaginar que as fábricas do futuro contarão cada vez menos com a presença de seres humanos na linha de produção. Bom exemplo é a fábrica da Audi em Ingolstadt, na Alemanha, que tem cerca de 800 empregados e praticamente o mesmo número de robôs industriais, que fazem a maior parte do trabalho pesado e operacional. Na China, a incorporação de robôs em fábricas é crescente. No artigo A era das fábricas inteligentes está começando disponível no website <http://exame2.com.br/mobile/revista-exame/noticias/a-fabrica-do-futuro> consta a informação de que a indústria automobilística está entre as mais robotizadas do mundo. Na BMW de Leipzig na Alemanha, com seus mais de 1.000 robôs, os funcionários, todos de colete azul, acompanham tudo a distância pelas telas de computadores. Os seres humanos só supervisionam o trabalho das máquinas. A unidade de Leipzig é uma prévia do futuro das fábricas. Estamos no estágio inicial de uma mudança tão profunda na manufatura como aquela provocada pela Revolução Industrial na Inglaterra. No artigo acima citado A era das fábricas inteligentes está começando consta a informação de que o setor produtivo mundial está num processo movido por três forças: o avanço exponencial da capacidade dos computadores, a imensa quantidade de informação digitalizada e novas estratégias de inovação. O progresso computacional fez com que as máquinas ficassem muito mais potentes, ágeis e, sobretudo, baratas. Em 1985, o computador mais rápido do mundo era o Cray-2, que custava 30 milhões de dólares. Em seus anos de glória, foi utilizado para pesquisas em energia atômica. Hoje,
  • 3. 3 um iPad tem capacidade de processamento superior à do Cray-2. Na última década, o preço de alguns modelos de sensores usados nos aparelhos eletrônicos caiu 85%. Na indústria, em geral, e no caso específico da fábrica da BMW, em Leipzig, essa tendência pode ser sentida pela forte expansão dos robôs. Em 2013, as vendas de robôs industriais no mundo atingiram o recorde de 179.000 unidades. De acordo com um estudo da consultoria americana McKinsey, o preço dos robôs vem caindo 10% ao ano nas últimas décadas. E a produtividade deles está aumentando. Dependendo do tipo de aplicação, os modelos mais novos são 40% mais rápidos do que os das gerações anteriores. Máquinas de alta destreza que hoje são vendidas a 150.000 dólares deverão custar metade desse valor até 2025. A segunda característica dessa nova era industrial é a imensa quantidade de informação digital disponível. A concepção dos produtos, o design, os testes com novos materiais, os protótipos, a arquitetura da fábrica, a organização da linha de produção, o estoque de materiais, o manual de um equipamento, tudo é digital. Fábricas automatizadas e robotizadas significam indústrias com cada vez menos gente. Em três décadas foram eliminados 6 milhões de postos de trabalho industriais nos Estados Unidos fazendo com que o emprego nas fábricas atingisse o patamar da década de 1940. Os empregos que envolvem funções repetitivas vão desaparecer rapidamente nos próximos anos, diz o economista Michael Spence, ganhador do Prêmio Nobel e professor da Universidade de Nova York. Nos países ricos, estima-se que 25% de todas as funções na indústria deverão ser substituídas por tecnologias de automação até 2025. No mundo, a estimativa é que 60 milhões de postos de trabalho em fábricas sejam eliminados. Se levarmos em conta que a taxa de lucro é medida pela fórmula abaixo: l´= m´/ (coc +1) em que m´=m/v e coc= k/v, sendo m´ a taxa de mais-valia ou de exploração dos trabalhadores, m corresponde ao valor do trabalho excedente não pago pelo capitalista ao trabalhador, v diz respeito ao dispêndio com salários, k representa o capital constante (meios de produção, matérias-primas, energia etc,) utilizado na produção e coc corresponde à composição orgânica do capital. As consequências da automação sobre o sistema capitalista são as seguintes: 1. A automação contribui para aumentar significativamente o capital constante (k) com os investimentos em máquinas e instalações automatizadas e reduzir significativamente (v) com a queda vertiginosa da mão de obra e do dispêndio com salários o que faz com que a composição orgânica do capital (coc= k/v) se eleve bastante. Esta situação faz com que o denominador da taxa de lucro (l´) seja elevado significativamente. 2. Para compensar o aumento do denominador da taxa de lucro (l´), seu numerador (m´=m/v) teria que se elevar enormemente o que obrigaria a empresa a aumentar significativamente a mais valia (m= trabalho excedente não pago) dos trabalhadores remanescentes. A taxa de exploração dos trabalhadores remanescentes teria que aumentar para a empresa manter ou elevar sua taxa de lucro. 3. Na prática, seria impossível, haver uma fábrica totalmente automatizada, isto é, sem trabalhadores porque a empresa precisaria de gente para supervisionar a operação e efetuar a manutenção de máquinas e equipamentos automatizados. A taxa de
  • 4. 4 exploração desses trabalhadores (m´) teria que ser elevada ao máximo para assegurar taxas de lucro elevadas para a empresa. 4. Teoricamente, se admitirmos que v=0, isto é uma fábrica sem trabalhadores, coc=k/v=k/0=infinito contribuindo para que o denominador da taxa de lucro (coc+1) seja igual a infinito. Por sua vez, sendo a mais valia (m= 0) daí resultaria m´=m/v = 0/0= valor indeterminado. A taxa de lucro tenderia a zero ou a um valor indeterminado. Constata-se, pelo exposto, que a automação é positiva para o capitalista porque passaria a enfrentar seus concorrentes de forma mais competitiva haja vista que proporcionaria, entre outras vantagens, o aumento de sua produtividade e a redução de seus custos. No entanto, seria extremamente negativa para o capitalista porque tende a reduzir a taxa de lucro de seu negócio. Além disso, a automação que não acontece apenas na indústria, mas que se espraia pelo comércio e pelo setor de serviços, tende a reduzir a renda à disposição da massa dos trabalhadores excluídos da produção contribuindo, desta forma, para o subconsumo das massas. Haveria, em consequência, queda na demanda de produtos e serviços devido ao aumento do desemprego e a queda na renda dos trabalhadores. A sociedade seria altamente prejudicada porque a automação contribuiria para o aumento do exército de desempregados. Em síntese, o incessante e impetuoso desenvolvimento técnico, impulsionado pela concorrência entre capitalistas, obriga-os a investirem em maquinaria automatizada (capital constante= k) que lhes permite produzir o mesmo com menos tempo de “trabalho vivo” (capital variável= v). Portanto, na sua busca pela reprodução de capital, os capitalistas tendem a investir mais em capital constante (k) e menos em capital variável (v), aumentando tendencialmente a composição orgânica do capital (coc) fazendo com que a taxa de lucro tenha tendência de diminuir. A principal conclusão relacionada com a automação da atividade produtiva é a de que ela colaboraria no sentido de comprometer os interesses do capitalismo e de que sua viabilidade só deveria ocorrer em uma sociedade que não persiga o lucro. * Fernando Alcoforado, 76, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona, http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012) e Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015).