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Arte e Técnicas de Titular Instituto  Superior  Miguel  Torga  2006/2007 Dinis Manuel Alves http:// www.mediatico.com.pt Intertitularidade 1
Teatro
 
 
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É querer estar preso por vontade  É servir a quem vence, o vencedor  É ter com quem nos mata lealdade.  Mas como causar pode seu favor  Nos corações humanos amizade,  Se tão contrário a si é o mesmo Amor?  Luís de Camões
 
Fui ver. A neve caía  do azul cinzento do céu,  branca e leve, branca e fria...  Há quanto tempo a não via!  E que saudades, Deus meu! Olho-a através da vidraça.  Pôs tudo da cor do linho.  Passa gente e, quando passa,  os passos imprime e traça  na brancura do caminho... Fico olhando esses sinais  da pobre gente que avança,  e noto, por entre os mais,  os traços miniaturais  duns pezitos de criança... Balada da Neve Batem leve, levemente,  como quem chama por mim.  Será chuva? Será gente?  Gente não é, certamente  e a chuva não bate assim. É talvez a ventania:  mas há pouco, há poucochinho,  nem uma agulha bulia  na quieta melancolia  dos pinheiros do caminho... Quem bate, assim, levemente,  com tão estranha leveza,  que mal se ouve, mal se sente?  Não é chuva, nem é gente,  nem é vento com certeza.
Augusto Gil Balada da Neve E descalcinhos, doridos...  a neve deixa inda vê-los,  primeiro, bem definidos,  depois, em sulcos compridos,  porque não podia erguê-los!... Que quem já é pecador  sofra tormentos, enfim!  Mas as crianças, Senhor,  porque lhes dais tanta dor?!...  Porque padecem assim?!... E uma infinita tristeza,  uma funda turbação  entra em mim, fica em mim presa.  Cai neve na Natureza  e cai no meu coração.
 
 
Descalça vai para a fonte Leonor, pela verdura: Vai formosa , e não segura... Leva na cabeça o pote, O têsto nas mãos de prata, Cinta de fina escarlata, Saiinho de chamalote. Traz a vasquinha de cote Mais branca que a neve pura; Vai formosa, e não segura Descobre a touca a garganta; Cabelos de ouro entrançado, Fita de côr de encarnado, Tão linda, que o mundo espanta, chove nela graça tanta, Que dá graça à formusura: Vai formosa, e não segura. Descalça vai para a fonte Luís de Camões
E, contudo,  a Gulbenkian move-se
 
Eles não sabem, nem sonham,  que o sonho comanda a vida  Que sempre que um homem sonha  o mundo pula e avança  como bola colorida  entre as mãos de uma criança PEDRA FILOSOFAL António Gedeão
 
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  • 67. Fui ver. A neve caía do azul cinzento do céu, branca e leve, branca e fria... Há quanto tempo a não via! E que saudades, Deus meu! Olho-a através da vidraça. Pôs tudo da cor do linho. Passa gente e, quando passa, os passos imprime e traça na brancura do caminho... Fico olhando esses sinais da pobre gente que avança, e noto, por entre os mais, os traços miniaturais duns pezitos de criança... Balada da Neve Batem leve, levemente, como quem chama por mim. Será chuva? Será gente? Gente não é, certamente e a chuva não bate assim. É talvez a ventania: mas há pouco, há poucochinho, nem uma agulha bulia na quieta melancolia dos pinheiros do caminho... Quem bate, assim, levemente, com tão estranha leveza, que mal se ouve, mal se sente? Não é chuva, nem é gente, nem é vento com certeza.
  • 68. Augusto Gil Balada da Neve E descalcinhos, doridos... a neve deixa inda vê-los, primeiro, bem definidos, depois, em sulcos compridos, porque não podia erguê-los!... Que quem já é pecador sofra tormentos, enfim! Mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor?!... Porque padecem assim?!... E uma infinita tristeza, uma funda turbação entra em mim, fica em mim presa. Cai neve na Natureza e cai no meu coração.
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  • 71. Descalça vai para a fonte Leonor, pela verdura: Vai formosa , e não segura... Leva na cabeça o pote, O têsto nas mãos de prata, Cinta de fina escarlata, Saiinho de chamalote. Traz a vasquinha de cote Mais branca que a neve pura; Vai formosa, e não segura Descobre a touca a garganta; Cabelos de ouro entrançado, Fita de côr de encarnado, Tão linda, que o mundo espanta, chove nela graça tanta, Que dá graça à formusura: Vai formosa, e não segura. Descalça vai para a fonte Luís de Camões
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