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A revista da Força Aérea Brasileira
Distribuiçãogratuita
nº227-Ago/Set/Out2010
Leia também: Atletas da Força Aérea representarão o Brasil nos Jogos Militares de 2011
www.fab.mil.br
guerra aÉrea
Conheçaosbastidoresdomaiortreinamento
militar de Forças Aéreas na América Latina
cruzex v
Aerovisão
1
Pôr-do-sol em Natal, principal base do
exercício CRUZEX, no Nordeste
CRUZEX V
ENTREVISTA - Superação 4
A história do Cabo Jorge Cerqueira que recorreu ao
esporte para mudar de vida, perdeu 35 kg e tornou-se
ultramaratonista (corrida que dura 24 horas).
ESPECIAL - 80 anos do CAN 8
A importância do Correio Aéreo Nacional para a
integração do país.
TECNOLOGIA - VANT 12
A Força Aérea desenvolve sistema de navegação e
controle para veículos aéreos não-tripulados.
CRUZEX - Entrevista Especial 22
O Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto Antonio Sa-
boya Burnier (Comando Geral de Operações Aéreas
- COMGAR), fala sobre a importância do Exercício
Cruzeiro do Sul para a Força Aérea.
CAPA - Aeronaves de combate vão
tomar conta dos céus de Natal, no
Rio Grande do Norte, no período de
28 de outubro a 20 de novembro,
durante o Exercício Cruzeiro do Sul
(CRUZEX), o maior treinamento de
Forças Aéreas da América Latina.
Brasil, Argentina, Chile, Estados
Unidos, França e Uruguai participarão
do treinamento. Serão 92 aeronaves
e mais de 3 mil militares 16
Índice
TRÁFEGO AÉREO 28
Veja como estão os preparativos do Departamento de
Controle do Espaço Aéreo (DECEA) para a Copa do
Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016.
ESPORTE - Rio 2011 30
Conheça um pouco dos militares que vestem azul e
que estarão nos Jogos Mundiais Militares.
OPERACIONAL - 36
Força Aérea monta simulador inédito na América do
Sul para treinamento em aeronaves C-105 Amazonas
AERONAVES HISTÓRICAS - 40
Catalina: símbolo da integração brasileira.
AERONAVES DA FAB - 43
Raio-X do novo helicóptero EC725.
SGTJohnson/FAB
Aerovisão
SDDelgado/FAB
Nos últimos cinco anos, os principais jornais, revistas
e canais de TV do país divulgaram, diariamente, ao
menos cinco notícias sobre a Aeronáutica. Foram quase
dez mil veiculações de assuntos da instituição tratados
diretamente pelo Centro de Comunicação Social da Aero-
náutica. Imagine agora esse número ao longo de 40 anos de
trabalho? Dia e noite, ininterruptamente, a comunicação
social está pronta para contar as notícias da Aeronáutica.
Isso porque a instituição entende como prioritária a cons-
trução de pontes para falar com a população. O plano de
voo para os próximos 40 anos já está pronto: aprimorar
ainda mais os canais de diálogo com a sociedade.
Aerovisão
3
Prezados Leitores,
Assino este meu primeiro editorial como Chefe In-
terino do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
(CECOMSAER) com a certeza de que terei pela frente
um gratificante desafio profissional. Ao longo de suas
mais de três décadas de história, a revista Aerovisão
cresceu, passou por inovações gráficas e de conteúdo,
foi testemunha dos acontecimentos e fiel depositária de
histórias de pessoas comuns da Força Aérea que fazem
um trabalho extraordinário pelo país.
Como matéria principal, esta edição destaca o maior exercício de Forças Aéreas da
América Latina, o exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX). Em sua quinta edição, o treina-
mento reunirá quase uma centena de aeronaves, de seis nações diferentes, e mais de
3 mil militares em Natal (RN). Convidamos você leitor a embarcar rumo à CRUZEX para
compreender a importância do treinamento para a Força Aérea Brasileira. Infográficos
e ilustrações ajudam a conhecer os bastidores desse tipo de treinamento.
Em entrevista, o Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto Antonio Saboya Burnier, hoje à
frente do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR) e um dos idealizadores da
CRUZEX,falasobreasinovaçõesprovocadaspeloexercícioeadianta,emprimeira-mão,
quais serão os novos rumos da operação para o futuro.
A revista traz ainda a primeira matéria de uma série especial sobre a trajetória do
Correio Aéreo Nacional (CAN), como parte das comemoraçoes dos 80 anos do trabalho
de homens anônimos que contribuiu para a integração do país, numa época em que a
aviaçãoapenasengatinhava.Em2011,aForçaAérearealizaráumaintensaprogramação
para marcar os 70 anos de sua criação e as oito décadas do CAN.
Na seção de aeronaves históricas, conheça um pouco da história dos gloriosos
Catalinas, aeronaves que fizeram história na Segunda Guerra Mundial, patrulhando a
costa brasileira, e no apoio às missões do Correio Aéreo.
ComoaquecimentoparaosJogosMundiaisMilitares,aseremdisputadosnoRiode
Janeiro,noanoquevem,conheçaumpoucodosatletasdaForçaAéreaquerepresenta-
rão o país na luta por medalhas. Até o início da competição, a revista trará informações
curiosas sobre os jogos, além de informações sobre as equipes e entrevistas com os
personagens que farão parte da festa esportiva.
Na parte operacional, na seção “Aeronaves da FAB”, apresentamos um raio-X do
Helicóptero EC 725, fruto do Projeto HXBR, coordenado pela Força Aérea Brasileira com
a Marinha do Brasil e Exército Brasileiro.
As páginas de Aerovisão trazem de aeronaves históricas à bravura dos pilotos que
integraram o país nas asas do CAN, além de pesquisas importantes na área de tecno-
logia, informações sobre reaparelhamento e emprego da Força Aérea. Tudo para que
você,leitor,conheçaumpoucodotrabalhorealizadopelainstituiçãorotineiramente,em
diversas localidades do país. Desejo a todos uma boa leitura!
AerovisãoAerovisãoAerovisão Editorial
Brasília - DF Ano XXXVI - Ago/Set/Out 2010 - nº 227
Marcelo Kanitz Damasceno Cel Av
Chefe Interino do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
Novo desafio
Revista oficial da Força Aérea Brasileira, produzida
pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica
(CECOMSAER). Circulação dirigida (no país e no
exterior). Veja edição eletrônica: www.fab.mil.br
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA.
Redação, diagramação e administração:
Divisão de Produção e Divulgação
Distribuição: Divisão de Relações Públicas
Tiragem: 20.000 exemplares
Conselho Editorial: Coronel Marcelo Kanitz
Damasceno; Coronel Sun Rei Von, Coronel Henry
Munhoz Wender, Tenente-Coronel Marcelo Luis Freire
Cardoso Tosta, Tenente-Coronel Alexandre Emílio
Spengler e Major Aloísio Secchin Santos
Chefe Interino do CECOMSAER: Coronel Marcelo
Kanitz Damasceno
Chefe da Divisão de Produção e Divulgação: Tenente-
Coronel Marcelo Luiz Freire Cardoso Tosta
Editores: Tenente Luiz Claudio Ferreira e Tenente
Alessandro Silva
Repórteres: Tenente Luiz Claudio Ferreira, Tenente
César Eugênio Guerrero, Tenente Alessandro Silva,
Tenente Marcia Silva, Tenente Aretha Souza Lins
(BAMN), Tenente Flávio Hisakasu Nishimori e Tenente
Luis Humberto Leite e Alessandra David (DCTA)
Jornalista Responsável: Tenente Luiz Claudio Ferreira.
Registro Profissional: MTB - 2758 - PE
Diagramação e arte gráfica: Sargento Renato de
Oliveira Pereira , Sargento Jobson Augusto Pacheco,
Sargento Bianca Amália Viol, Sargento Jéssica de
Melo Pereira, Sargento Daniele Teixeira de Azevedo,
Cabo Lucas Maurício Alves Zigunow e Soldado Paulo
Sérgio Rodrigues Rocha Filho
Os textos e fotografias são de exclusiva
responsabilidade de seus autores. Estão autorizadas
transcrições integrais ou parciais das matérias
publicadas, desde que mencionada a fonte.
Comentários e sugestões de pauta sobre aviação
militar devem ser enviados para:
Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” - 7º andar
CEP - 70045-900 - Brasília - DF
E-mail: redacao@fab.mil.br
Impressão:Gráfica, Editora e Papelaria Impressus Ltda
ME - Formosa - GO
A foto da capa, de autoria do Sgt
Johnson, foi tirada na CRUZEX IV, em
2008,emostraumaaeronavebrasileira
(A-1) e outra chilena (F-5) em voo de
formatura sobre o litoral de Natal.
Aerovisão
4
Entrevista Páginas Azuis
Por Tenente-Jornalista Luiz Cláudio Ferreira
De Brasília-DF
Passo a passo. Metro a metro.
Numa velocidade espantosa.
Calos ou bolhas no pé não são
nada. O Cabo da Aeronáutica Jorge
Cerqueira, de 43 anos de idade, 25
de serviço, carioca, ultrapassou os
obstáculos um a um. Ao caminhar
- e depois correr-, construiu uma
impressionante história de superação
e de valorização da saúde. Os colegas
de trabalho aprenderam a reconhecê-
lo como grande exemplo. Para a
família, um herói. Uma história
daquelas para tirar da inércia as
consciências mais sedentárias. O
militar, que começou como soldado,
depois de passar por um grande
drama pessoal, resolveu diminuir os
seus mais de 100 quilos. Hoje pesa 65.
Para isso, andou. Depois, caminhou
forte. Correu. Transformou-se em
ultramaratonista (corrida que dura
24 horas). Quem vê o rapaz tão
disciplinado com o esporte e, por
consequência, com a própria saúde
não consegue imaginar que há cerca
de nove anos, ele teve um susto
numa consulta ao cardiologista.
Com aquele peso excessivo para
um rapaz de 1,70 metro, passaria
a ter muita dificuldade de respirar
e com graves riscos de um infarto.
Hoje, Cerqueira respira aliviado.
Trabalha. Treina. Corre. Alívio que
excede (em muito) as 24 horas de
uma corrida. “Ultramaratona é a
vida. O esporte me salvou”, afirma.
Leia entrevista com o militar.
Aerovisão - Como aconteceu essa
revolução na sua vida?
Cabo Cerqueira - Tudo o que
de bom aconteceu em minha vida
devo à minha família, ao trabalho e
ao esporte. A minha família sempre
me apoiou. O trabalho me fez disci-
plinado e honrado. É o esporte que
me faz ter essa sensação maravilhosa
todos os dias. Tudo começou quan-
do ingressei na Aeronáutica como
soldado. Não entendia muito o que
faziam as ForçasArmadas. Mas sabia
que seria uma oportunidade de estu-
dar e me profissionalizar. Era só um
garoto ainda. Depois fui gostando
muito do meu trabalho. Tinha que
estudar e trabalhar. Consegui passar
no concurso para cabo. Até aí nunca
havia pensado o que aconteceria co-
migo. Não gostava muito de correr.
Só fazia o obrigatório. Mas aprendi
a ser disciplinado.
Na pista da
Arquivopessoal
5
superação
Aerovisão - Você chegou a pesar
mais de 100 quilos?
Cabo Cerqueira - É verdade. Fui
deixando, engordando, engordando.
As pessoas falavam para mim, mas
eu tirava por menos. Havia sempre
outras prioridades. Até que após o
nascimento da minha filha prematu-
ra (seis meses de gestação), o médico
disse que precisávamos ter bastante
paciência, força e saúde para ajudá-
la principalmente nos primeiros
meses. Isso combinou com o fato de
que, na época, um cardiologista me
alertou para o fato de que estava com
dificuldade para respirar e que com
aquele peso todo poderia passar a
correr riscos de ter um infarto, por
exemplo. Pensei: tenho uma filha
para cuidar. Entre os cuidados, mu-
dei radicalmente meu modo de vida.
Alimentação, particularmente.
Aerovisão - Era um sacrifício?
Cabo Cerqueira - Quando a
gente deseja algo de coração, não
posso dizer que seja um sacrifício.
Fazia de felicidade. Cortei comidas
gordurosas e doces totalmente. Co-
mecei a caminhar um quilômetro.
Depois, dois. E assim por diante.
Todos os dias. Sempre morei no
Rio de Janeiro e aproveitava para
andar perto de casa mesmo. Depois
corri. Mas andava um pouco e corria
outro pouco. Logo estava somente
correndo. Todos os dias. Não con-
seguia deixar de praticar esporte.
Tornou-se um hábito maravilhoso.
De manhã, só uma fruta. Na hora
do almoço, salada. Comecei a me
sentir muito melhor. Isso não pode
ser um sacrifício.
Aerovisão - E como você se tor-
nou maratonista?
Cabo Cerqueira - Foi nesse ca-
minho. Apaixonei me pela corrida.
Meus colegas e minha família repa-
ravam que estava mais magro, mais
disposto, mais forte. Você passa a
correr não para emagrecer, mas para
se sentir saudável. Após o percurso,
você está mais feliz. Isso não tem
preço. Foi assim. Passei a ser convi-
dado para as provas curtas. Adorei.
Saber que minha mulher e minha
filha torciam por mim me dava uma
vontade extra.Acho que foi por isso.
Nunca imaginei. Na última corrida
de 21 quilômetros (meia maratona
internacional do Rio de Janeiro, em
agosto), por exemplo, fiz em uma
hora e trinta e dois minutos (ficou em
Imagens da época em que decidiu começar
a treinar; primeiros passos para melhoria
da saúde e da vida familiar e profissional
Arquivopessoal
Arquivopessoal
Arquivopessoal
EntrevistaAerovisão
6
70º lugar em sua faixa etária). Nin-
guém me segura. Durante a corrida,
a gente cumprimenta os amigos. A
gente divide os sentimentos. É um
trabalho individual, mas você se
sente sempre em grupo. Nunca você
está sozinho. Aliás, minha primeira
corrida de 21 quilômetros foi há
nove anos. Todos diziam que eu não
conseguiria. Quando a gente quer de
verdade, claro que consegue.
me acompanhar. Claro que podem.
Sinto me muito melhor mesmo
quando estou sentado no trabalho.
Acordotodososdiasantesdasseisda
manhã e vou correr. Depois, quando
chego do trabalho, também corro.
Faço uma programação para atender
minha família, as coisas do trabalho e
meu desejo de correr o tempo inteiro
(risos). Quando estou numa reunião,
por exemplo, um churrasco, não
deixo de comer. Mas é preciso ter dis-
ciplina para isso. Todo mundo come
muitoporhábito.Àsvezes,semfome.
Comempara conversar.Comempara
se divertir. Não quero nem lembrar
o tempo dos 100 quilos de peso. Isso
não acontecerá nunca mais.
Aerovisão - E sua família
Cabo Cerqueira - Minha filha,
graças a Deus, ficou muito bem. E
achoquetudooquefizeudevomuito
a ela. Ela nem mesmo tinha nascido
e já me abriu os olhos para como é
importante viver. Minha esposa foi
primordial em todo esse processo.
Aerovisão - O que você indica
para quem está começando?
Cabo Cerqueira - Digo que é
possível perder peso, mas sobretudo
ser feliz. Foi o esporte que salvou
a minha vida. Me emociono só de
olhar para uma pista de corrida. A
vida é uma verdadeira ultramarato-
na que precisamos correr a cada dia.
Devemos consultar sempre o médico
e não perder de vista as coisas que
nos fazem bem: trabalhar num lugar
que nos faz dignos, aproveitar o tem-
po em família, cuidar do corpo e da
cabeça. Hoje peso 65 quilos, mas não
penso mais nisso. Aprendi a vigiar
meus hábitos e a obedecer os meus
melhores sentimentos.
As medalhas e os bons resultados em competições vieram com o tempo
Ao lado da família, o Cabo Cerqueira en-
controu apoio para o novo projeto de vida
Aerovisão - E depois você virou
ultramaratonista...
Cabo Cerqueira - É verdade.
Pouca gente absorve a ideia de
passar 24 horas correndo. O sentido
de participar de uma prova assim é
sempre se planejar muito bem. Pla-
nejar os descansos, o período para se
alimentar. Durante a corrida, contro-
lo o número de voltas pelo relógio,
que tem uma função para contar o
quanto já corri. Participo de todas
as ultramaratonas que aparecem.
A gente cansa, mas fica muito feliz.
Aerovisão - Seus colegas miram
em você como exemplo?
Cabo Cerqueira - É verdade.
Trabalho na Quinta Força Aérea (or-
ganização que organiza a aviação de
transporte). E lá todos me perguntam
se podem correr comigo, se podem
“Apaixonei me pela
corrida... Meus colegas
e minha família
reparavam que estava
mais magro, mais
disposto, mais forte...
...Após o percurso, você
está mais feliz. Isso não
tem preço.
Arquivopessoal
Arquivopessoal
Profissões Militares na FAB
Portal da FAB no YouTube
Aerovisão
7
Mais uma opção para conhecer as
carreiras profissionais da Força Aérea
Quem já passou pelo dilema de ter
que decidir qual carreira escolher
sabe bem o quanto é difícil. As dú-
vidas quanto ao futuro profissional
são tantas quantas as opções ofere-
cidas no mercado de trabalho. Errar,
além de frustração, gera perda de
tempo e dinheiro.
Para amenizar um pouco esse
sofrimento que acomete todo
jovem às vésperas dos vestibulares
e concursos, a ForçaAérea Brasileira
(FAB) preparou uma série de vídeos
inéditos de profissões militares. O
material está disponível no portal
(www.fab.mil.br) e também no canal
da FAB no YouTube (http://www.
youtube.com/user/portalfab).
A proposta do vídeo de profis-
sões é auxiliar os jovens na hora de
escolher uma profissão apresentan-
do opções de carreiras oferecidas
pela FAB. O vídeo mostra o cotidiano
de trabalho desenvolvido pelos pro-
fissionais nas várias organizações
espalhadas pelo Brasil. Por meio
de depoimentos, são apresentadas
38 profissões. O trabalho consumiu
cerca de seis meses até ficar pronto.
Uma equipe visitou hospitais, bases
aéreas, escolas de formação, parque
de material aeronáutico, etc. Entre
as especialidades detalhadas no
vídeo de profissões militares estão
as de oficiais-aviadores, intenden-
tes, infantes, especialistas, médicos,
engenheiros, entre outras.
“Acho que o vídeo é bastante
esclarecedor, pois mostra realmente
o dia a dia das profissões. Eu mesma
conheci as atividades de algumas de-
lasassistindoaovídeo”,dizaTerceiro-
Sargento Jéssica de Melo Pereira.
Na época em que resolveu optar
pela carreira militar, as informações
de que dispunha a sargento, segundo
ela,eramescassas.Asinformaçõesso-
bre as possibilidades de ingressar na
Força Aérea vieram por intermédio
de amigos e de cursos preparatórios
especializados.“Certamente,essetra-
balho auxilia muito quem pretende
trilhar a carreira na FAB.”
Em breve será lançado também o
primeiro Guia de Profissões da Força
Aérea. Com 88 páginas, a publicação
apresenta, em linguagem simples,
todas as possibilidades da carreira
e os cursos oferecidos.
Aerovisão
8
Aerovisão
8
80 Anos do Correio Aéreo Nacional
Integração, soberania e so
Do pioneirismo aos dias atuais, a Aerovisão revive os melhores momentos da trajetória do
Correio Aéreo Nacional e relembra a saga dos homens que ajudaram a integrar o país
Por Tenente-Jornalista Márcia Silva
De Brasília-DF
Do pioneiro Curtiss Fledgling
aos bimotores Douglas. Dos
Catalinas aos Amazonas, passando
pelos Búfalos e Caravans. Nenhum
escapou. De máquinas voadoras,
todas, sem exceção, tiveram o mes-
mo destino: viraram só sentimento.
“Foram os melhores anos da minha
vida”, repetem com entusiasmo pi-
lotos e mecânicos de várias gerações
que ajudaram a construir a história
do Correio Aéreo Nacional (CAN).
Aprimeira viagem que inaugura
o Correio Aéreo Militar (CAM) foi
realizada do Rio de Janeiro para
São Paulo em um avião Curtiss
Fledgling. Decolaram do Campo dos
Afonsos com duas cartas os tenentes
Casimiro Montenegro Filho e Nel-
son Freire Lavenere-Wanderley. O
pequeno malote abriu caminho mais
tarde para inúmeras rotas, inclusive
internacionais. Em 1941, com a cria-
ção do Ministério da Aeronáutica, o
Correio Aéreo Militar funde-se com
o Correio Aéreo Naval e dá origem
ao Correio Aéreo Nacional.
“Foram os melhores
anos da minha
vida”, diz piloto
O trabalho de ousadia e coragem
que encurtou distâncias e ligou
pessoas de um país continental
fascina também quem conheceu a
história recentemente. É o caso da
publicitária e produtora de cinema
Ana Rita Aranha que leu o primeiro
livro sobre o tema em 2004. “Meu
desafio é contar histórias de brasilei-
ros para brasileiros e a do CAN fala
de esperança, integração, soberania e
solidariedade”, resume ela que grava
depoimentos para um documentário
AcervodoMUSAL
Radiobrás
Aeronave C-98 Caravan usada atualmente nas linhas do Correio Aéreo Nacional
Mecânicos abastecem aeronave nos primórdios das linhas do Correio Aéreo no país
99
olidariedade nas Asas CAN
a ser lançado em junho do próximo
ano, data que marca os 80 anos do
Correio Aéreo Nacional.
Por meio do CAN, muitos brasi-
leiros conheceram primeiro o avião,
bem depois o trem, a bicicleta, o carro
e o ônibus. Numa época em que a co-
municação entre cidades e povoados
era feita apenas por trilhas ou barcos.
Batizada de Hércules, a bicicleta de
quadro duplo do Suboficial Alcebí-
ades Calhao, por exemplo, chegou a
ser a sensação em alguns lugarejos
do país na década de 40. Com os
problemas de infraestrutura em
terra, a bicicleta levada no C-47 para
todos os cantos do país facilitava na
hora de percorrer longas distâncias
depois do pouso. “Era uma festa,
formava aquela roda de gente em
volta da minha Hércules” lembra o
radiotelegrafista de bordo, hoje com
85 anos de idade, 22 deles dedicados
às rotas do CorreioAéreo. Os melho-
resmomentosvividosnafasedoC-47
do CAN estão no livro Momentos de
Decidir, publicado por ele em 2005.
Numa tentativa de amenizar o
isolamento de militares e civis nas
mais longínquas regiões do país, o
SuboficialCalhaotambémfoirespon-
sável pela criação em 1959 do Serviço
de Distribuição de Revistas- Cortesia
da FAB. Antes dele, a população de
AcervodoMUSAL
Arquivopessoal
O SuboficialAlcebíades Calhao, hoje com 85 anos, dedidou 22 anos de vida ao CorreioAéreo
Em Conceição do Araguaia, prédio cedido pelos padres dominicanos para o serviço do CAN
HistóriaAerovisão
10
Avião Belanca I-215 em uma praça de Cametá
(Pará), em 1936; ainda não havia campo de pouso
10
Aerovisão
AcervodoMUSAL
AcervodoMUSAL
algumas cidades do interior tinha
acessoapenasaosjornaisqueserviam
para embrulhar as encomendas. “O
pedaço de jornal era alisado com
as mãos no estabilizador horizontal
do C-47 e lido várias vezes”, lembra
Calhao. “No início, eu comprava
alguns jornais e revistas, recolhia
outros exemplares com os colegas,
mas depois as editoras passaram a
fornecê-los gratuitamente”, revela.
Abastecimentogarantidoemlombode
burro - Foram inúmeras as adversi-
dades enfrentadas pelos pioneiros
do Correio Aéreo. Um dos maiores,
sem dúvida, era o abastecimento dos
aviões. Com pouca autonomia e ra-
Em Boa Vista, Rio Branco, homens descarregam tambores com gasolina de avião
ros campos de pousos, a alternativa
era transportar o combustível pelos
rios ou em lombo de burro.
Fotos do acervo do Museu Aero-
espacial (MUSAL) no Rio de Janeiro
mostram que em 1936, quando o
combustível chegava às cidades, o
próprio piloto fazia o abastecimento
usando latas e um filtro de camurça.
Algo difícil até de imaginar.
Outro obstáculo é que no início
das linhas do CAN, os aviões não
tinham comunicação por rádio o que
dificultava o balizamento. Quando
a cidade contava com estrada de
ferro, os pilotos recorriam ao sistema
de comunicação das estações, caso
tivessem algum tipo de emergência.
Sem um sistema de previsões
meteorológicas, a viagem de horas
sobre uma floresta tropical ficava
muito mais perigosa em função
das variações drásticas de clima. As
poucas cartas geográficas que orien-
tavam os pilotos continham erros de
localização de até 80 quilômetros.
Muitas das dificuldades eram
contornadascomaajudadeprefeitos,
“O pedaço de jornal
era alisado com as
mãos no estabilizador
horizontal do C-47
e lido várias vezes”,
lembra militar que
trabalhou no CAN
1111
AcervodoMUSAL
Arquivopessoal
lideranças e religiosos das comunida-
des que construíam campos de pouso
e colaboravam com um mínimo de
infraestrutura para que a cidade
pudesse receber uma linha do CAN,
o que representava significativos
progressos para o povoado isolado.
Para auxiliar pilotos na localiza-
ção dos campos de pouso, algumas
cidades escreviam nos telhados
dos prédios públicos, os nomes
dos municípios. Uma seta também
indicava a direção e a distância da
pista de pouso improvisada
Superando os obstáculos, o Bra-
sil, que continuava com precária
infraestrutura terrestre, conseguiu
aumentar as ligações aéreas de uma
forma geométrica. Assim, de forma
improvisada, quase aventureira, os
pioneiros do CAN construíram um
dos serviços mais importantes do
país. De transporte de correspondên-
cias, cargas, equipamentos e passa-
geiros em todo o território nacional
às ajudas humanitárias.
No Oiapoque, o Marechal-do-Ar Eduardo Gomes, Patrono da Força Aérea Brasileira, com militares e moradores da região
A publicitária e produtora Ana Rita Aranha,
que produz documentário sobre o CAN
Aerovisão
1212
Ciência e TecnologiaAerovisão
Força Aérea
desenvolve
Sistema de
Navegação
e Controle
para VANT
Pesquisa avança no Instituto de Aeronáutica
e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência
e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São
José dos Campos, no interior de São Paulo;
empresas nacionais participam de projeto que
trará inúmeros benefícios ao país
Por Jornalista Alessandra David
De São José dos Campos - SP
Osucesso em cinquenta e nove voos
realizados nas dez campanhas de ensaio,
do “Projeto VANT”, sigla para Veículo Aéreo
Não-Tripulado, comprovou a experiência
concreta de integração de setores de ciência e
tecnologia das Forças Armadas, tendo como
base diretrizes do Ministério da Defesa.
Veículo Aéreo Não-Tripulado
(VANT), em um dos voos de
ensaio, sobre a Academia da
Força Aérea, em Pirasununga,
no interior de São Paulo
DCTA
1313
O projeto coordenado pelo Insti-
tuto de Aeronáutica e Espaço (IAE),
iniciado em dezembro de 2004, reúne
empresas nacionais de alta tecno-
logia e instituições parceiras para
o desenvolvimento de um Sistema
de Navegação e Controle (SNC)
para uso em diferentes plataformas
VANT. O “Projeto VANT” foi con-
cluído em junho deste ano.
As aeronaves remotamente pi-
lotadas são veículos que eliminam
o risco de acidentes com a tripula-
ção, em caso de missões cansativas
ou perigosas, e oferecem um custo
de aquisição e de operação geral-
mente inferior às aeronaves tripu-
ladas. São indispensáveis.
No “Projeto VANT” do IAE foi
desenvolvido um SNC comple-
tamente novo, capaz de oferecer
ao veículo a segurança de retorno
a uma área específica em caso de
perda de sinal e vários modos de
operação em caso de falha.
As funções de telecomando,
telemetria, piloto automático (es-
Aerovisão
1414
Aerovisão
tabilização) e navegação autônoma
(com GPS e unidade inercial) foram
testados, conferindo uma arquite-
tura integrada capaz de oferecer a
portabilidade necessária para o seu
uso em aplicações civis e militares.
Na esfera civil já se prevê o uso
de VANT´s na vigilância de frontei-
ras, na inspeção de linhas de trans-
missão elétrica, no controle de safras
agrícolas e de queimadas, além
do apoio a operações policiais, de
defesa civil e de ajuda humanitária.
Com pequenas adequações no
SNC, missões de alvo, de reconhe-
cimento, de guerra eletrônica e de
chamariz (“decoy”) podem também
ser viabilizadas. Em um futuro
próximo, veículos não tripulados
de combate, para emprego ar-solo
e ar-ar, entrarão em operação, de-
monstrando o crescente emprego
militar dessas aeronaves.
O projeto - No final de 2003, o De-
partamento de Ciência e Tecnologia
Aeroespacial (DCTA), em parceria
com aAvibras e instituições de Ciên-
cia e Tecnologia do Exército (CTEx)
e Instituto de Pesquisas da Mari-
nha (IPqM), apresentou o “Projeto
VANT” à Financiadora de Estudos
e Projetos (FINEP) para aprovação.
A proposta, aprovada em dezem-
bro de 2004, recebeu recursos (R$
9 milhões) do Fundo do Setor Ae-
ronáutico para o desenvolvimento
das atividades. O trabalho envolveu
a participação da indústria nacio-
nal, como estratégia para garantir
o sucesso do empreendimento e a
futura evolução rumo às fases de
certificação e de industrialização.
Além da Avibras, parceira indus-
trial do “Projeto VANT”, também
participaram outras empresas
nacionais de alta tecnologia, como
a Flight Technologies e a BCC - Bos-
san Computação Científica.
Os veículos de ensaio -
Para o ensaio em voo do Sistema
de Navegação e Controle (SNC)
foram utilizadas duas plataformas
– o protótipo Acauã, um veículo
aéreo não tripulado desenvolvido
pelo IAE na década de 80 e recupe-
rado recentemente, e o alvo aéreo
Harpia, utilizado pela Marinha do
Brasil. Enquanto o Acauã servia de
instrumento básico para o desen-
volvimento, a adaptação do SNC
ao Harpia comprovava a portabi-
lidade do sistema.
Aaeronave Acauã foi construída
dentro de um programa de capaci-
tação denominado “Projeto Acauã”,
criado para servir de banco de
ensaios para o desenvolvimento de
um sistema eletrônico de controle e
Ciência e Tecnologia
A Força Aérea desenvolve sistema de navegação e controle para VANTs
O projeto da aeronave VANT brasileira envolve a indústria nacional e instituições de ciência
e pesquisa das Forças Armadas
DCTA
DCTA
1515
telemetria de um futuro alvo aéreo
manobrável (AAM) de alto desem-
penho. O seu uso também estava
previsto como primeiro passo para
o desenvolvimento de uma aero-
nave não-tripulada brasileira para
missões de reconhecimento tático.
Ao todo foram construídas cinco
células para ensaios em voo e em
solo (estruturais e de sistemas),
com envergadura de 5,1 metros,
comprimento de 4,8 metros, peso de
150 quilos e velocidade de cruzeiro
de 120 km/h. Já o Harpia é uma
aeronave com peso máximo de 80
quilos, menor que oAcauã e com ve-
locidade de cruzeiro mais elevada.
A Força Aérea tem realizado
estudos alinhados à “Estratégia
Nacional de Defesa” para estabele-
cer um cronograma completo para
todos as fases do projeto.
Desde 2008, a FAB estabelece
apropriados, para ser aplicado
em vigilância (reconhecimento e
inteligência).
Tal sistema completo poderá
incorporar os resultados obtidos
dos dois projetos VANT do IAE em
protótipo a ser desenvolvido até a
fase de industrialização.
A Avibras, parceira das Forças
Armadas no projeto, já trabalha
na plataforma de reconhecimento
denominada “Falcão”, que terá 11
metros de envergadura e capaci-
dade para 150 quilos de carga útil.
Na prática, isso significa a au-
tonomia nacional nas tecnologias
críticas vinculadas aos VANTs, além
da retenção e a difusão do conheci-
mento no setor aeroespacial para os
futuros projetos operacionais das
Forças Armadas Brasileiras, sem
contar o incentivo à indústria e ao
desenvolvimernto do país.
como diretriz estratégica o domínio
nacional de tecnologias aplicáveis
a esses veículos, prevendo o avan-
ço nos programas de vigilância e
de combate aéreo, tornando esses
meios centrais e não meramente
acessórios. O assunto é hoje uma
das prioridades para o futuro.
Dentro do esforço de capacita-
ção tecnológica nacional na área,
já se encontra aprovado o “Projeto
DPA-VANT”, com recursos da FI-
NEP, visando dotar o SNC com a
capacidade de decolagem e pouso
automáticos (DPA).
O “Projeto DPA-VANT” pode
ser considerado uma continuação
do “Projeto VANT” atual rumo à
operacionalização de um “Siste-
ma VANT Completo”, incluindo
uma plataforma aérea nova, da-
talinks militares, estação de solo
militarizada e sensores de missão
O modelo Acauã é o primeiro passo rumo à
tecnologia nacional para produção de VANT
DCTA
Reportagem de CapaAerovisão
16
Aeronaves de caça brasileiras participantes da Cruzex V
Aerovisão Reportagem de Capa
a guerra vai
Em sua quinta edição, exercício CRUZEX reúne no Nordeste aeronaves
de vários países para o maior treinamento aéreo da América Latina
Ae r o n a v e s
de combate
em velocidades
supersônicas.
Ataques com uso
de bombas inte-
ligentes. Tropas
de elite prontas
para resgates em território inimigo.
De 28 de outubro a 19 de novembro,
o céu do Nordeste será tomado por
aviões na quinta edição do Exercício
Cruzeiro do Sul, a cruzex v. As
Bases Aéreas de Natal, Fortaleza e
Recife vão receber aviões das forças
aéreas da Argentina, Chile, Estados
Unidos, França e Uruguai, além das
unidades da Força Aérea Brasileira
(FAB). Ao todo, 92 aeronaves e três
mil militares estarão envolvidos.
Para os pilotos, esta é uma opor-
tunidade única para treinar missões
de grande complexidade. Em um
exercício desta envergadura, entre a
decolagem e o pouso nenhum deles
terá tarefas fáceis. Cada saída de
aeronavepoderáenvolverreabasteci-
mentoemvoo,interceptações,guerra
eletrônica e até resgate em território
hostil, dentre outras possibilidades.
“No dia-a-dia, os pilotos treinam, iso-
ladamente, os diversos tipos de mis-
são da aviação de caça. Na CRUZEX,
esse treinamento será colocado em
prática”, diz o Major-Brigadeiro-do-
ArAntonioCarlosMorettiBermudez,
comandante da Terceira Força Aérea
(III FAE), responsável pelas aviações
de caça e de reconhecimento da FAB.
A interação com outras Forças
Aéreas também é valiosa. Os países
participantes poderão trocar experi-
ências e conhecer táticas, técnicas e o
desempenho de várias aeronaves de
combate (ver quadro). É este o maior
objetivo da Cruzex: criar um am-
biente operacional de coalizão, onde
várias Forças Aéreas precisam atuar
em conjunto. Além dos países parti-
cipantes, também estarão presentes
observadores militares da Bolívia,
Equador, Canadá, Peru, Inglaterra,
Colômbia e Paraguai. “A parte mais
importante é o planejamento. Nesta
fase, os envolvidos podem raciocinar
com inúmeros fatores envolovidos
em um conflito armado, para obter
o melhor resultado, com menos
risco e garantindo o maior nível de
segurança de voo possível”, afirma o
Major-Brigadeiro Bermudez.
Tudo acontece com extremo
realismo, mas não é somente o lan-
çamento das armas que é simulado.
Para a CRUZEX V, foi criado um ce-
nário fictício envolvendo três países:
o agressor Vermelho, o invadido país
Amarelo e o vizinho Azul. Há um
contexto de interesses econômicos
ligado à posse de recursos naturais
Por Tenente-Jornalista Luis Humberto Leite
De Brasília-DF
A-1
País: Brasil
Velocidade máxima: 1.020 km/h
Peso total: 13 toneladas
Velocidade máxima: 1.020 km/h
A-29
País: Brasil
Velocidade máxima: 590 km/h
Peso total: 5,4 toneladas
Velocidade máxima: 590 km/h
17
comeÇar......
e um histórico de problemas de
fronteiras que resultaram em um
conflito armado. É aí que os países
participantes formam uma força de
coalizãocomatarefarepelirainvasão
e restaurar a paz.
A história é muito semelhante as
de conflitos recentes, como os que
aconteceram nos anos 90 nos Balcãs
e no Oriente Médio. Não é uma
mera coincidência. O que as forças
aéreas do Brasil e dos países aliados
vão treinar é uma participação em
operações coordenadas, como as au-
torizadas pelas Nações Unidas, por
exemplo.A Cruzex V será modela-
da de acordo com os procedimentos
empregados pela Organização do
Tratado doAtlântico Norte (OTAN).
Das reuniões de planejamento até
a discussão sobre os resultados de
cada missão, tudo acontecerá como
se a guerra fosse real.
No mapa da operação, o país
vermelho compreende o território do
Ceará, enquanto o país Azul envolve
o Rio Grande do Norte, Paraiba e
Pernambuco. Uma faixa entre os dois
Estados fictícios representa o país
Amarelo. Em Fortaleza, aeronaves
da FAB farão o papel da Força Aérea
Vermelha, enquanto que em Natal e
Recife todos os participantes formam
a força de coalizão. Também haverá
desdobramentos em Mossoró (RN) ,
Campina Grande (PB) e Recife (PE).
Mirage 2000
País: Brasil e França
Velocidade máxima: 2.395 km/h
Peso total: 17 toneladas
Velocidade máxima: 2.395 km/h
Peso total: 17 toneladas
F-5EM
País: Brasil
Velocidade máxima: 1.954 km/h
Peso total: 11,1 toneladas
País: Brasil
Velocidade máxima: 1.954 km/h
Peso total: 11,1 toneladas
Reportagem de CapaAerovisão
18
Sala de controle da Direção do Exercício (DIREX), o “cérebro” do treinamento
Aerovisão
Aeronaves de caça estrangeiras participantes da Cruzex V
Reportagem de Capa
Exercício simulado, treinamento real
Operar de forma conjunta é um
grande desafio. O primeiro
é a língua. Para se entenderem
perfeitamente, todos os envolvi-
dos na Cruzex V deverão falar
unicamente inglês. É este o idioma
das coalizões, e toda a fraseologia
deverá seguir um padrão interna-
cional. Pilotos que nunca voaram
juntos também deverão aprender
a cumprirem missões complexas
em parceria. Chilenos e argentinos
poderão, por exemplo, fazer um ata-
que protegidos por caças franceses,
e controlados por brasileiros.
“Operar com outras nações, de
diferentes realidades históricas,
sócio-culturais, econômicas, tecnoló-
gicas e, consequentemente, doutriná-
rias, é realmente um grande desafio,
principalmente pela comunicação”,
afirma o Major-Brigadeiro-do-Ar
Antonio Carlos Moretti Bermudez,
comandante das aviações de caça e
de reconhecimento da FAB.
No solo, o treinamento também
é intenso. Os comandantes terão que
combinar estratégias e capacidades
para planejar e executar cada missão
de ataque ou defesa. Além de esco-
lher os alvos estratégicos, planejar
como atacá-los e superar as defesas
inimigas, os líderes precisarão ainda
conhecer muito bem a força de cada
país participante e como combiná-las
da forma mais eficiente.
Nos hangares, mecânicos terão
que manter as aeronaves sempre
prontas para a próxima missão. E
todos terão de operar com segurança
com um número de aeronaves de
combate bem maior que o usual.
Para tornar o ambiente simulado
ainda mais próximo da realidade, a
direção do exercício coordena ainda
ataques inimigos, planeja missões
inesperadas e ainda introduz no ce-
nário simulado variáveis de conflitos
reais, como bombas que atingiram
alvos civis, protestos de moradores
e até propaganda política inimiga,
entre outras ações possíveis.
Mas longe da ficção, a preocu-
pação com a segurança será sempre
uma realidade. Helicópteros estarão
de alerta para qualquer salvamento
e um Hospital de Campanha será
montado para atender qualquer
necessidade. O Departamento de
Controle do Espaço Aéreo (DECEA)
também garantirá a operação normal
para todas as aeronaves civis com
destino e partida de Natal, principal
sede operacional da operação. O pá-
tio militar estará cheio de aeronaves.
SGTJohnson/FAB
Rafale
País: França
Velocidade máxima: 2.390 km/h
Peso total: 24,5 toneladas
F-16
País: Estados Unidos e Chile
Velocidade máxima: 2.414 km/h
Peso total: 19,1 toneladas
Aeronaves de caça estrangeiras participantes da Cruzex V
Velocidade máxima: 2.390 km/h
Peso total: 19,1 toneladas
19
A-37
País: Uruguai
Velocidade máxima: 747 km/h
Peso total: 6,3 toneladas
SGTJohnson/FAB
A Base Aérea de Natal será a principal
unidade da força de coalizão
Nodia13denovembro,aEsquadrilhada Fumaça estará em Natal
SOPietro/FAB
IA-58
País: Uruguai
Velocidade máxima: 729 km/h
Peso total: 6,8 toneladasPeso total: 6,8 toneladas
A-4AR
País: Argentina
Velocidade máxima: 1.077 km/h
Peso total: 11,1 toneladas
19
saiba mais - populaÇÃo poderÁ conhecer
aeronaves envolvidas na cruzex
Os curiosos e apaixonados pela
aviação militar terão uma gran-
de oportunidade durante a cruzex
v de ver de perto as principais aero-
naves de caça da coalizão.
Na capital cearense, que no
cenário fictício é a capital do país
vermelho, ficarão baseados F-5EM e
A-1 da Força Aérea Brasileira.
Por quase um mês, os céus de
Fortaleza e Natal terão ainda a
presença de aeronaves estrangeiras,
como os Rafale franceses e F-16 dos
Estados Unidos e Chile.
Essas aeronaves terão que defen-
der um amplo território contra os
ataques e ainda tentar surpreender
o adversário com missões surpresas.
Mas será a capital potiguar que
terá grande presença de aeronaves,
69 no total. As pistas de pouso cons-
truídas para apoiar os aliados na
Segunda Guerra Mundial receberão
aviões de vários modelos e missões
diferentes. Somente a FAB deverá
ter 35 aeronaves na capital potiguar
durante a cruzex v. Campina Gran-
de (PB) e Mossoró (RN) também
receberão aviões e helicópteros para
missões de busca e resgate.
A população também poderá
conhecer um pouco das aeronaves
envolvidas na operação. No dia 13 de
novembro acontecerá o tradicional
portões-abertos na Base Aérea de
Natal, que contará também com a
presença da Esquadrilha da Fumaça.
Peso total: 6,3 toneladas
Aerovisão
20
Aerovisão
20
Reportagem de Capa
20
ENTENDA O conflito fictício
A cruzex v é um exercício
de Força Aérea, de dupla-ação,
que incluirá Forças Azuis (Forças
da Coalizão) contra Forças Verme-
lhas (Forças Opositoras), baseado
em um conflito simulado de baixa
intensidade. As Forças Aéreas dos
países convidados estarão compon-
do a Força de Coalizão no País Azul,
contra a Força Oponente, sediada no
País Vermelho.
No CENÁRIO FICTÍCIO, até
1945, o País Vermelho era constitu-
ído por grupos étnicos que viviam
harmoniosamente.
O principal grupo étnico do
país Vermelho era o “REDO”, que
compunha a maior parte da alta
sociedade do país (administração,
forças armadas, policia e outros) e
dominava a parte ocidental do país.
Por outro lado, a parte oriental era
formada por uma multiplicidade
de grupos étnicos que suportavam
a opressão dos REDO e eram des-
prezados com freqüência.
O país Vermelho e o país Azul
(país vizinho) lutaram em lados
opostos na II Guerra Mundial. No
final da guerra, o país Azul era um
dos vencedores e o país Vermelho
um dos perdedores.
Em 1946, para condenar e punir
o comportamento do país Vermelho,
a comunidade internacional decidiu
dividi-lo em dois países: a parte oci-
dental, batizada de país Vermelho
e a parte oriental, país Amarelo. A
divisão foi considerada traição pelo
grupo REDO, que começou a con-
vocar a população do país Vermelho
para a resistência.
Em 2010, o país Vermelho inva-
diu e anexou parte do País Amarelo
alegando proteger sua população.
A maior parte da área capturada é
composta por campos de petróleo.
Uma resolução de segurança das
Nações Unidas foi votada, exigindo
a retirada das forças do país Verme-
lho do país Amarelo e autorizando
a constituição de uma Força de Paz.
Uma grande coalizão internacio-
nal foi formada, tendo como líder o
país Azul, com a incumbência de ex-
pulsarasForçasVermelhasdoterritó-
rioAmarelo e restaurar a legalidade e
a paz entre as duas nações, antes que
o conflito se agrave ainda mais.
INFORMAÇÃO - Notícias
diárias do exercício estarão
disponíveis pela internet, além
de fotos e vídeos sobre a rotina
do treinamento, em português e
inglês (idioma oficial da CRU-
ZEX); acompanhe o cotidiano
do treinamento e entenda a
importância do exercício.
2121
fique por dentro - exercÍcio cruzex
poderÁ ser acompanhado pela internet
Esta é a terceira vez que o exer-
cício CRUZEX acontece no
Nordeste brasileiro. Em 2004 e 2008,
as Bases Aéreas de Natal, Fortaleza
e Recife foram sede do exercício,
que também aconteceu em 2006 no
Centro-Oeste e em 2002 na região
Sul. Neste ano, o destaque será o
website onde internautas de todo o
planeta poderão acompanhar cada
etapa da operação.
O novo site poderá ser acessado
no endereço www.cruzex.aer.mil.br
ou no banner da CRUZEX no portal
da FAB (www.fab.mil.br). Uma no-
vidade é a inclusão das chamadas
mídias sociais, como o twitter, flickr,
youtube, slideshare e RSS. Elas per-
mitirão uma maior interatividade e
visualização de vídeos e fotos.
Profissionais de imprensa tam-
bém poderão acessar resenhas de
todo o material divulgado a respeito
do exercício assim como releases e
sugestões de pauta. Os jornalistas
poderão ainda, de forma rápida e
prática, fazer o cadastramento an-
tecipado para efetuar a cobertura e
participar do evento.
Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto Antonio Saboya Burnier, comandante do COMGAR
Mais de 4 mil horas de voo,
sendo 3.350 horas somente em
aeronaves de caça, Comandante do
Esquadrão Pampa (1º/14º Grupo de
Aviação), Chefe da Seção de Opera-
ções do Comando de Defesa Aérea
(COMDA), Chefe do Estado-Maior
Conjunto do Comando de Defesa
Aeroespacial Brasileiro (COMDA-
BRA), Comandante da Terceira For-
ça Aérea (III FAE), Comandante do
Segundo Comando Aéreo Regional
(II COMAR), Vice-Chefe do Estado
Maior da Aeronáutica, Secretário
de Política, Estratégia e Assuntos
Internacionais do Ministério da
Defesa, e muitos outros cargos, mis-
sões e tarefas realizadas ao longo
de mais de 40 anos de carreira. O
Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto
Antonio Saboya Burnier, hoje à
frente do Comando-Geral de Ope-
rações Aéreas (COMGAR) é mais
que um participante da CRUZEX.
Ele foi um idealizador do exercício
e, na entrevista a seguir, conta como
transformou um exercício em um
marco para a Força Aérea Brasi-
leira. Também adianta qual será o
futuro da CRUZEX.
AEROVISÃO - Em sua quinta
edição, a CRUZEX já é considerado
o maior exercício do tipo na Amé-
rica Latina. Para o Brasil, qual a
importância de organizar e sediar
um exercício desse porte?
Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gil-
berto Antonio Saboya Burnier - Não
resta a menor dúvida que, por ser o país
de maior dimensão da América do Sul e
a maior potência emergente da América
Latina, o Brasil tinha que demonstrar,
com suas Forças Armadas, particular-
mente com sua Força Aérea, que era ca-
paz de realizar um exercício compatível
com o que ele representa. Na verdade,
esta atividade começou com outros dois
países irmãos, o Chile e a Argentina,
fruto de conhecimento que adquirimos
na mesma época na França. Esta par-
ceria formalizou a idéia de que o Brasil
planejaria e sediaria o primeiro exercício
do tipo OTAN [Organização do Tratado
do Atlântico Norte] na América do Sul.
Possuíamos excelentes condições tanto
nos meios aéreos quanto no controle do
espaço aéreo. Foi por isso também que
realizamos um maior número de exercí-
cios nesses últimos oito anos.
AEROVISÃO – A Força Aérea
Brasileira continuará a participar
dos exercícios organizados por
estes países?
Tenente-Brigadeiro Burnier - A
Força Aérea Argentina e a Força Aérea
Chilena tiveram o mesmo interesse que a
Força Aérea Brasileira de serem capazes
de implementar exercícios desse porte.
Aerovisão
22
Aerovisão Reportagem de Capa
22
CRUZEX revolucionou o
SDSérgio/FAB
Eles planejaram e se capacitaram, e
hoje realizam exercícios de nível OTAN
de primeiríssima qualidade, e nós como
Força Aérea irmã, não deixamos, e não
deixaremos, de participar de nenhum,
haja vista o nível de conhecimento e
profissionalismo operacional que eles
atingiram, semelhante ao desenvolvido
nas CRUZEX no Brasil.
AEROVISÃO - Quais as diferen-
ças entre as operações com países
vizinhos, como PERBRA, VENBRA
e COLBRA, com a CRUZEX?
Tenente-Brigadeiro Burnier - Os
exercícios bilaterais de defesa aérea que
nós fazemos com os países vizinhos não
têm relação com a CRUZEX. São exer-
cícios totalmente distintos da CRUZEX,
onde o foco recai sobre o policiamento
do espaço aéreo, a fim de garantir a
soberania do espaço aéreo brasileiro e do
país vizinho irmão. O inimigo comum
nestes exercícios são os ilícitos transna-
cionais, mormente os narco-traficantes
e os contrabandistas. Por outro lado, a
CRUZEX exercita uma força de coalizão
envolvendo vários países, em cenários
que simulam conflitos bélicos ou beli-
gerâncias, em um Teatro de Operações,
sob ordens da ONU [Organização das
Nações Unidas].
AEROVISÃO - Uma novidade
da CRUZEX V é a participação da
Força Aérea dos Estados Unidos.
Isso significa que o Brasil poderá
participar de outras operações do
nível OTAN?
Tenente-Brigadeiro Burnier -
Sem sombra de dúvida. Comandando,
participando ou cooperando com outros
países em uma força de coalizão. Graças
aos exercícios CRUZEX nós nos capa-
citamos para esta atividade. A bem da
verdade, a FAB já participou em missões
desse tipo na última década, operando a
partir do Congo em uma coalizão insti-
tuída pela ONU no continente africano,
sob comando dos franceses. A vinda da
Força Aérea Americana para o exercício
é uma prova de mudança de postura
em relação ao profissionalismo que eles
observaram na última CRUZEX, em
2008, quando desempenharam o papel
de observadores.
AEROVISÃO - A CRUZEX é
montada nos mesmos parâmetros
da Operação Red Flag, realizada
nos Estados Unidos?
Tenente-Brigadeiro Burnier - Não.
Existe uma diferença muito grande
entre a Red Flag e a CRUZEX. A Red
Flag é montada para o adestramento de
unidades aéreas, para os esquadrões de
voo. É feito para piloto se adestrar. A
CRUZEX é montada para se exercitar
o ciclo de planejamento e comando de
uma operação. O exercício visa o ades-
tramento da estrutura C2 [Comando
e Controle] que comanda a campanha
aérea. É claro que de alguma forma você
também exercita os tripulantes. Estamos
estudando, inclusive a ideia de se realizar
o exercício como os americanos realizam,
em duas fases: hoje a Red Flag é voltada
para os pilotos e a Blue Flag é para o C2,
não tem avião. Todas as missões aéreas
são virtuais e servem apenas para gerar
os eventos necessários para o andamento
do exercício. Na FAB nós já praticamos
isso em exercícios singulares de menor
porte, pois já adquirimos e possuímos
conhecimento e meios computacionais
para os voos virtuais.
AEROVISÃO - Como se dá a
integração com as demais Forças
Aéreas? Quais os principais apren-
dizados que o senhor identifica?
Tenente-Brigadeiro Burnier - Não
existe nenhum exercício em que você não
extraia ensinamento. É claro que com
Forças Aéreas mais experientes a quan-
tidade de informações e ensinamentos é
muito maior. Mas todas elas, da maior
à menor, garantem ensinamentos úteis
à arte da guerra. Nesta CRUZEX, será
a primeira vez que faremos um exercício
com dois países do primeiro mundo,
simultaneamente, e que são muito expe-
rientes em operações na forma de coalizão
de forças. A França e os Estados Unidos
são países que participaram e estão par-
ticipando de operações aéreas de guerra e
que, consequentemente, vão nos repassar
muitas experiências e conhecimentos não
só para a FAB, mas para todas as Forças
“Nesta CRUZEX,
será a primeira vez que
faremos um exercício
com dois países do
primeiro mundo,
simultaneamente,
e que são muito
experientes em
operações na forma de
coalizão de forças.”
2323
emprego da Força Aérea
Aéreas participantes da CRUZEX.
AEROVISÃO - Esta integração,
então, é o grande objetivo da
CRUZEX?
Tenente-Brigadeiro Burnier - O
grande “gol” que nós temos em um
exercício dessa magnitude é a aproxi-
mação e a integração entre as Forças
Aéreas no dia-a-dia e no intercâmbio de
ideias, além do importante conhecimento
pessoal dos militares de outros países.
Esses tenentes de hoje que estarão vo-
ando juntos na ala um do outro, daqui a
trinta anos estarão realizando o exercício
CRUZEX como coronéis ou brigadeiros
de suas Forças Aéreas e se lembrando
daquilo que eles vivenciaram no início
de suas carreiras. Hoje, depois de quatro
CRUZEX (Brasil), duas SALITRE
(Chile) e uma CEIBO (Argentina), nós
possuímos inúmeros militares, de vários
postos e graduações, que se conhecem
pessoalmente, e que, em muitos casos,
mantém um estreito relacionamento de
amizade que perdurará até o final das
suas carreiras.
AEROVISÃO - Além da aviação
de caça, a CRUZEX conta com vá-
rias unidades da FAB envolvidas
na operação. Qual a ideia dessa
inserção de meios e quais os planos
para a CRUZEX V?
Tenente-Brigadeiro Burnier – A
operação foi evoluindo a cada realização,
nós fomos, aos poucos, inserindo outras
aviações, outros equipamentos e outros
cenários no exercício. Além de modifi-
cações de pequeno porte, incluímos as
missões de Combate-SAR, missões de
reconhecimento eletrônico, missões de
transporte de tropa e de resgate de não
combatentes e, também, a participação
de Comandos Colaterais das demais
Forças Singulares Brasileiras. Uma
Força Naval Componente e uma Força
Terrestre Componente foram incluídas
no exercício, a fim de gerar os eventos
necessários para um planejamento
conjunto, agregando as ações de apoio
às Forças de Superfície para a Força
Aérea Componente. Neste ano inclui-
remos algumas outras novidades. A
coalizão, que sempre operou a partir de
uma mesma localidade, vai operar em
mais de uma base aérea. Isso gera um
sem número de problemas de meios de
telecomunicações para se transmitir
as ordens e os relatórios, para se fazer
as coordenações, para se ministrar os
O Tenente-Brigadeiro-do-Ar Burnier foi um idealizador do exercício CRUZEX, hoje a maior operação de Forças Aéreas da América Latina
ArquivoPessoal
Aerovisão
24
Aerovisão Reportagem de Capa
24
briefings e debriefings, etc... Colocamos
as aviações de controle e alarme em vôo,
de reabastecimento em voo, de reconhe-
cimento e de transporte de tropa, nacio-
nais e estrangeiras, operando a partir
de Recife, e os aviões de caça, também
de todos os participantes, a partir de
Natal. Este será um cenário novo que
acrescentará mais uma dificuldade na
coordenação e nos enlaces, objetivando
uma postura mais realista, totalmente
diferente da última CRUZEX. Outro
degrau a ser subido este ano será um
redesdobramento no meio da Operação.
Nós vamos iniciar o exercício com a força
de coalizão em uma localidade e depois
movimentar parte dessa estrutura para
outra localidade. Estas inserções de difi-
culdades logísticas e operacionais é que
vão trazendo o conhecimento, a doutrina
e a simplificação dos procedimentos,
gerando o crescimento da capacidade
operacional para todas as Forças Aéreas
participantes do exercício.
AEROVISÃO - Desde a primeira
CRUZEX, em 2002, já se passaram
oito anos. Neste período, a FAB
praticamente substituiu ou moder-
nizou quase todos os seus caças.
O que houve de acréscimo na ca-
pacidade brasileira com o advento
destas novas tecnologias?
Tenente-Brigadeiro Burnier –
Foram inúmeros os benefícios que nós
tivemos com o advento da CRUZEX.
Só para citar um exemplo, na primeira,
oito anos atrás, nós não tínhamos o avião
de controle e alarme em vôo (CAV).
Naquele tempo nós tivemos que usar
uma aeronave CAV de outro país par-
ticipante. A partir de 2004, o controle
do espaço aéreo já foi feito por aeronave
brasileira [E-99], em parceria com ou-
tra, ainda na fase de aprendizado, mas
já com nosso avião voando. A partir de
2006 então, assumimos todo o controle
do espaço aéreo da área do exercício.
A modernização do controle do espaço
aéreo, com datalinks utilizados entre os
COPM (Centros de Operações Milita-
res) no solo e as aeronaves de controle e
alarme em voo, também foi um enorme
“upgrade” em termos de utilização das
Forças Aéreas da coalizão. Significati-
vamente, a diferença foi nas missões de
“Defensive Counter Actions” (DCA),
que são as missões de defesa aérea em que
a capacidade dos nossos aviões cresceu
sobremaneira em relação ao passado,
tanto na parte defensiva, fazendo patru-
lha aérea de combate ou alertas em voo,
quanto na parte ofensiva nas escoltas às
aeronaves de ataque. Desta forma, com o
uso dessas aeronaves de CAV e o trabalho
integrado com os COPM tivemos um
aumento significativo na consciência
situacional das equipagens de combate
envolvidas, mormente quando da utili-
zação de mísseis acima do alcance visual
(BVR), os quais modificam os cenários
para o inimigo, gerando um aumento no
nosso adestramento, na nossa maneira
de engajar os aviões hostis, afetando
a quantidade de aviões utilizados em
cada missão. Isso modifica todo o pla-
nejamento de operações aéreas em um
teatro de operações.
AEROVISÃO - Há a possibilida-
de da FAB passar a utilizar VANTs
em operações aéreas?
Tenente-Brigadeiro Burnier - O
VANT [Veículo Aéreo Não-Tripulado]
é um meio aéreo moderno que terá seu
uso obrigatório em qualquer campanha
aérea no futuro. Ele ainda é embrionário
na FAB e está sendo desenvolvido para
ser utilizado de inúmeras formas, mas,
obrigatoriamente, eu vejo que na próxi-
ma CRUZEX nós já teremos operações
de VANT em cenários variados. Eu não
“O grande ‘gol’ que nós
temos em um exercício
dessa magnitude é
a aproximação e a
integração entre as
Forças Aéreas no dia-
a-dia e no intercâmbio
de ideias, além do
importante conhecimento
pessoal dos militares de
outros países.”
Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto Antonio Saboya Burnier: a operação CRUZEX vem
evoluindo a cada edição, com a inserção de diferentes aviações e equipamentos
ArquivoPessoal
2525
tenho dúvida que isso virá a acontecer,
não só na CRUZEX, mas também, em
outros exercícios da FAB e do Ministério
daDefesa.Éumaferramentade futuroque
temprovadoasuanecessidadeemtodosos
conflitos que estão ocorrendo pelo mundo,
sem falar no uso de VANT em atividades
civis que começam a ocorrer no Brasil.
AEROVISÃO - Há alguma mu-
dança prevista para as próximas
ediçõesdaCRUZEX,depoisde2010?
Tenente-Brigadeiro Burnier - A
primeira grande mudança a ser intro-
duzida é a periodicidade do exercício,
passando-se a realizá-lo a cada três
anos, de forma a permitir que os outros
parceiros na América do Sul façam seus
exercícios nos intervalos. A segunda
ideia é dividirmos a operação em dois
exercícios: um voltado para a atividade
de Comando e Controle, exercitando o
comandamento de uma Força Aérea em
combate, e outro visando, essencialmente,
o treinamento dos pilotos e tripulações
nas operações aéreas. Esta metodologia de
ações separadas visa a redução de custos e
a maximização do aprendizado, fato este
que vem sendo demonstrado e utilizado
por vários países do primeiro mundo. Por
outro lado, o COMGAR tem intenção
de manter, com maior frequência do que
fazíamos, osexercíciossingularesdaFAB,
conhecidos como OPERAER, estes sim,
voltados para o adestramento de toda a
cadeia de uma Força Aérea em combate,
incluindo a estrutura de C2 [Comando e
Controle] e as tripulações.
AEROVISÃO - Essa é a terceira
edição da CRUZEX em Natal, de-
pois de 2004 e 2008. Porque sediar a
operação na capital potiguar?
Tenente-Brigadeiro Burnier - Nós
não possuímos na FAB uma área específi-
ca para fazer exercícios desse porte. É in-
tenção da FAB possuir uma área dessas e,
particularmente, dispomos em Cachimbo
(PA) do espaço aéreo e terrestre necessá-
rio para desenvolver estas operações, sem
causar prejuízo aos demais usuários do
espaço aéreo nacional. A semelhança do
que existe nos EUA, na Base Aérea de
Nellis, em Nevada, bem como da área
existente no Canadá, na Base Aérea de
Cold Lake, pretendemos preparar a nos-
sa área, a fim de atendermos a todos os
cenários possíveis de serem encontrados
no desenrolar de uma campanha aérea.
Desta feita, como atualmente não pos-
suímos uma área específica, investimos
em áreas com menor volume de tráfego
aéreo civil. Então o Nordeste se destacou,
pois além de ser uma região com baixa
densidade de voos comerciais, possui a
infraestrutura aeronáutica necessária
com capacidade de absorver todos os
meios de pessoal e de material necessários
para atender uma Operação CRUZEX.
Além disso, os meios de tecnologia da
informação e telecomunicações que
atendem este tipo de exercício é muito
grande e nós já investimos uma grande
quantidade de recursos em nossas bases
aéreas lá sediadas com esta finalidade,
particularmente na Base Aérea de Natal,
situada na capital potiguar. Não seria
lógico termos feito isso para um exercício
e depois subtrairmos tudo de novo para
realizarmos o mesmo em outro local.
AEROVISÃO - O senhor citou a
questão do tráfego aéreo. Como fica
a segurança das operações aéreas
comerciais durante o exercício?
Tenente-Brigadeiro Burnier - Nós
acompanhamos o aumento do volume
de vôos naquela região, no entanto, este
aumento não chega a afetar os voos da
CRUZEX. Hoje, nós possuímos a capa-
cidade de coordenar todo o tráfego aéreo
na região com total segurança e fluidez.
Temos a experiência de muitos anos que
nos permite executar o exercício sem
nenhum problema mesmo com o cresci-
mento do tráfego civil nos próximos dez
anos na área do Nordeste. Além disso, o
Brasil, particularmente o DECEA, órgão
responsável pelo controle do espaço aéreo,
está equipado com meios de controle de
última geração e pessoal muito bem trei-
nado, haja vista o ranking alcançado na
última auditoria sofrida pelo sistema em
2009, quando fomos considerados possui-
dores de um dos cinco melhores sistemas
de controle de tráfego aéreo do mundo.
AEROVISÃO - De que forma
os conhecimentos aprendidos nas
edições da CRUZEX alteram a ope-
racionalidade da FAB?
Tenente-Brigadeiro Burnier – A
resposta para essa pergunta é bem fácil.
Em menos de dez anos a Força Aérea
Brasileira modificou totalmente a sua
forma de empregar o poder aeroespacial.
Até então, operávamos de forma seme-
lhante ao que foi empregado na guerra do
Vietnã e outras, das décadas de 70 e 80.
Por meio de um processo de lições apren-
didas, disseminamos internamente, para
todos os níveis, manuais doutrinários,
documentos e normas operacionais que
são adaptados a cada novo conhecimen-
to. Criamos cursos e estágios para os
nossos militares, visando a especiali-
“Em menos de dez anos
a Força Aérea Brasileira
modificou totalmente a
sua forma de empregar o
poder aeroespacial. Até
então, operávamos de
forma semelhante ao que
foi empregado na guerra
do Vietnã e outras, das
décadas de 70 e 80.”
Aerovisão
26
Aerovisão Reportagem de Capa
26
zação nas diversas atividades que são
desenvolvidas nas modernas operações
aéreas em combate. Mas talvez a maior
mudança que realizamos foi a adaptação
do currículo do Curso de Comando e
Estado-Maior, o que é ministrado na
ECEMAR [Escola de Comando e Es-
tado-Maior da Aeronáutica] para todos
os oficiais superiores da Força Aérea. A
modernidade e os conhecimentos que
são ministrados neste curso para todos
que vão comandar unidades aéreas e,
também, para aqueles que vão compor os
estados-maiores operacionais não ficam
atrás do que é ensinado nas melhores
Forças Aéreas do mundo.
AEROVISÃO - Além dos meios
militares, como a CRUZEX tem se
integrado com a sociedade?
Tenente-Brigadeiro Burnier -
Algum tempo atrás, nós realizávamos
exercícios na FAB que ninguém no Brasil
sabia que o mesmo estava acontecendo.
Atualmente, com todas as facilidades de
comunicação social que possuímos não
fazemos nada sem que a sociedade saiba
e participe intensamente dos exercícios.
Por meio da internet temos divulgado
todas as ações aéreas que ocorrem nas
operações, permitindo a interação da
população civil em cada passo do exer-
cício, e divulgando o nosso trabalho de
adestramento, que visa, exclusivamente,
garantir a soberania do espaço aéreo
brasileiro. Além disso, desde a primeira
CRUZEX, temos conseguido montar,
com diversas universidades localizadas
nas cidades sede das operações, estágios
curriculares nas áreas de comunicação
social, jornalismo e relações públicas,
visando a participação de estudantes
universitários, os quais tem a oportuni-
dade de mostrar o seu trabalho e formar
um currículo acadêmico de peso, por ter
participado de um exercício deste tipo.
São pessoas que virão a ser formadoras de
opinião neste país, mostrando o trabalho
profissional e sério que é realizado dentro
do âmbito militar, particularmente na
Força Aérea para a garantia da sobera-
nia do espaço aéreo brasileiro. A certeza
de que estamos no caminho certo, para
mim, foi ver que a partir de 2006, várias
Forças Aéreas, inclusive algumas do
primeiro mundo, passaram a adotar esta
mesma prática com suas universidades,
em exercícios realizados em seus países.
AEROVISÃO - Brigadeiro, o
senhor foi um dos idealizadores
da CRUZEX e estava lá, em 2002,
quando o primeiro avião estran-
geiro chegou ao Brasil. Este ano,
também estará presente quando
a última aeronave decolar depois
de finalizada a CRUZEX já em sua
quinta edição. Qual a sensação do
senhor ao ver o sucesso da operação
Cruzeiro do Sul?
Tenente-Brigadeiro Burnier –
Realmente é um prazer muito grande.
Você ver que foi capaz de agregar um
conhecimento deste nível para a Força
Aérea envaidece qualquer um de nós
que aqui labutamos. Aquilo que ini-
ciamos junto com uns poucos hoje se
transformou em uma tropa de profundo
conhecedores na área de emprego do
poder aéreo, permeando todos os nossos
comandos operacionais, todas nossas
unidades aéreas, enfim, todos os nossos
modernos guerreiros. Posso dizer com
tranqüilidade que hoje dispomos de um
número significativo de militares que
são doutores na atividade de Comando
e Controle. Posso garantir a vocês que
aqueles alunos de então passaram de
passagem pelo mestre. Graças a Deus!
Para encerrar, gostaria de lhes dizer
que me sinto totalmente realizado ao
constatar que os combatentes do ar de
hoje não conhecem outra forma de cum-
prir a missão que não seja aquela que
lhes transmitimos. Sinto-me satisfeito
em ver que hoje dispomos na FAB de
uma estrutura de comando e controle
totalmente implantada e sedimentada
em todos os níveis de emprego da Força.
Finalmente, me sinto orgulhoso de ter
sido aquele Coronel, que nos idos de
2001, convenceu o então Comandante da
Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar
Carlos de Almeida Baptista, a realizar a
primeira operação CRUZEX. Asseguro-
lhes que estarei em Natal no dia 20 de no-
vembro, esperando a decolagem da última
aeronave, com apenas um pensamento:
MISSÃO CUMPRIDA!
Noventa e duas aeronaves de seis nações estarão envolvidas na CRUZEX V
SDDelgado/FAB
2727
Aerovisão
28
Controle do Tráfego AéreoAerovisão
28
Aeronáuticaentraemcampo
para a Copa de 2014
Planejamento e investimentos garantirão ao país fazer frente ao aumento do tráfego aéreo
esperado para os eventos internacionais sediados no Brasil: Copa do Mundo e Olimpíadas
Por Tenente-Jornalista César Guerrero
De Brasília-DF
Um dos grandes desafios que a
realização de um evento global
como a Copa do Mundo de futebol
impõe é o aumento do número de
voos. Do ponto de vista do controle
de tráfego aéreo, o Serviço Regional
de Proteção ao Voo de São Paulo
(SRPV-SP) já está trabalhando para
oferecer todas as condições neces-
sárias para a realização do evento,
em 2014. Responsável pelo controle
do tráfego aéreo nas Terminais
Rio e São Paulo, a área de maior
movimento aéreo no país, o SRPV
já está com o planejamento adian-
tado para atender as demandas,
não só do mundial da FIFA como
também dos Jogos Olímpicos de
2016. “Mantendo-se a previsão de
investimentos no Sistema de Con-
trole do Espaço Aéreo Brasileiro, no
ano de 2013 estaremos capacitados
a gerenciar o movimento do tráfego
Aéreo previsto para 2016”, afirma o
chefe do SRPV-SP, coronel-aviador
Frederico José Moretti da Silveira.
O planejamento já está sendo
implementado. No início do ano o
órgão podia controlar simultanea-
mente 30 aeronaves. Essa capacidade
SDSilvaLopes/FAB
2929
já subiu 50% e, em junho, o SRPV-SP
conseguia controlar 45 aeronaves si-
multaneamente.Até 2012, essa capa-
cidade irá subir ainda mais e atingir
60 tráfegos ao mesmo tempo. “Desde
2007, somente na região controlada
pelo SRPV-SP, que engloba os aero-
portos de Viracopos, Congonhas,
Guarulhos, em São Paulo e Galeão
e Santos Dumont, no Rio de Janei-
ro, já foram investidos 150 milhões
de reais e até 2013 esse valor será
dobrado”, afirma o coronel Moretti.
Os investimentos englobam a
aquisição de equipamentos de últi-
ma geração, como dois ILS (Instru-
ment Landing Systen) categoria III,
que serão instalados em Guarulhos
e no Galeão e que permitem que
os pilotos pousem em condições
meteorológicas extremas, como ne-
blina intensa e “teto zero”. “Isso vai
permitir que a pista do aeroporto de
Guarulhos não seja interditada por
neblina na mesma intensidade que
é hoje”, explica o Coronel Moretti.
Também está prevista a inaugu-
ração em 2011 da nova torre de con-
trole do aeroporto de Congonhas,
que vai ganhar também uma nova
casa de força. Esses investimentos
fazem parte de um plano estratégico
que pretende capacitar o órgão para
a demanda de tráfego aéreo até 2020.
De acordo com o chefe do SRPV-SP ,
a Copa e as Olimpíadas irão passar,
“Mantendo-
se a previsão de
investimentos no
Sistema de Controle
do Espaço Aéreo
Brasileiro, no ano
de 2013 estaremos
capacitados a gerenciar
o movimento do tráfego
Aéreo previsto para
2016”, afirma o chefe
do SRPV-SP, coronel-
aviador Frederico José
Moretti da Silveira.
mas o movimento aéreo continu-
ará intenso porque esses eventos
aumentam a visibilidade do país e
acabam provocando um acréscimo
no fluxo de turismo e negócios para
a região-sede.
Centro de Controle de
Área de Brasília, um dos
maiores do país
Logomarca escolhida
para a Copa do
Mundo de 2014
SGTJohnson/FAB
Logomarca escolhida
para a Copa do
Mundo de 2014
Atletas da equipe
de Taekwondo, que
representarão o Brasil
Aerovisão
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AerovisãoAerovisão Jogos Mundiais Militares
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Atletas
esperança e exemp
Atletas da equipe
de Taekwondo, que
representarão o Brasil
303030
esperança e exempesperança e exemp
31
Amenos de um ano para os 5º Jogos
Mundiais Militares que acontecem
em 2011, no Rio de Janeiro, atletas
da Força Aérea Brasileira (FAB)
preparam-se para representar o
31
de ouro:
plo na corporação
Brasil em diversas modalidades da
competição. Conheça um pouco das
equipes que vestem azul no dia-a-
dia e que estarão no mundial. (Por
Tenente-Jornalista Adriana Alvarez)
Fotos:CDA
Aerovisão
3232
Eles escolheram ser militares e
se tornaram atletas. Eles sacri-
ficaram o próprio tempo, os finais
de semana, o descanso depois do
trabalho... tudo com um único pro-
pósito: alcançar a excelência de um
verdadeiro ‘Homo Olympicus- Ci-
tius, Altius, Fortius’, que em grego
significa mais rápido, mais alto,
mais forte. Pois 39 atletas da Força
Aérea Brasileira (FAB) incorporaram
a disciplina não apenas no trabalho,
mas também na vida, e superam a
si mesmos a cada dia. Eles represen-
tarão o Brasil no mundial de 2011.
“Administro o tempo entre o voo,
o trabalho administrativo, a instru-
ção com os cadetes e o treinamento”,
ressalta o Capitão Eduardo Utzig
Silva, da Academia da Força Aérea
(AFA), um dos atletas da equipe
titular do Pentatlo Aeronáutico.
Dos vinte esportes da competi-
ção, a FAB, por meio da Comissão
de Desporto Aeronáutico (CDA),
ficou responsável pela gerência do
processo de treinamento das equipes
de Taekwondo, Corrida de Orienta-
ção, Natação e Pentatlo Aeronáutico
das ForçasArmadas.ACDAtambém
montou um centro de treinamento
para a equipe de Taekwondo, ofere-
cendo desde refeições balanceadas
até profissionais para o preparo téc-
nico e físico. O professor Enoir Fer-
reira dos Santos, treinador de atletas
que compõem a seleção brasileira de
Taekwondo, treina a equipe militar
que irá representar o país nos Jogos
Mundiais e destaca a estrutura mon-
tada pela CDA. “O fato dos atletas
terem todo o tempo disponível para
o treinamento, dispondo de uma
Atletas da Força Aérea representarão o
Brasil em diversas modalidades, como
o Pentatlo, que reúne vários esportes,
como a esgrima e a corrida de orientação
Aerovisão Jogos Mundiais Militares
3333
estrutura de alojamento, refeições
balanceadas, apoio médico e um
treinamento específico é um avanço
muito grande, possibilitando um
resultado positivo nas competições”,
afirma o professor.
A convocação dos atletas pela
FAB foi feita com base na análise dos
índices dos próprios atletas da cor-
poração. “Selecionamos aqueles que
já tinham participado de importan-
tes competições e que tinham bons
índices de desempenho”, afirma o
Vice-Presidente da CDA, Coronel-
Aviador Jorge Luz Vasconcellos.
No caso do Taekwondo, segun-
do ele, foi lançado um edital de
convocação e uma equipe técnica
realizou os testes naqueles atletas
que mostraram um melhor desem-
penho nas etapas seletivas.
Importância - A educação física
na rotina do militar é muito impor-
tante, além de torná-lo apto para a
própria carreira, desperta o cuidado
com a saúde. De quebra, a FAB tem
a oportunidade de conhecer seus
talentos. Muitos dos representantes
para os Jogos Mundiais Militares
conheceram o esporte que irão re-
presentar no dia-a-dia da profissão.
Atletas das equipes de
Taekwondo e tiro estão em
preparação avançada para
os Jogos Mundiais
Aerovisão
3434
“Sempre fiz esporte e fui muito ativo.
Pratiquei ginástica olímpica, basque-
te, vôlei, futebol, e também nadava,
mas foi naAcademia da ForçaAérea
que tive a oportunidade de conhe-
cer o pentatlo aeronáutico”, conta
o Capitão Utzig que, já no terceiro
ano da AFA, começou a colecionar
títulos na carreira.
Durante as missões, o militar
também encontrava uma maneira
de não parar de treinar e manter o
condicionamento. “Lembro quando
participei de uma missão em Ca-
chimbo e para não ficar sem treinar,
nadava contra a correnteza em um
rio que tem lá”, recorda.
Treinamento - No caso específico
do Pentatlo Aeronáutico, como os
atletas servem em organizações por
todo o Brasil, é muito importante que
cada integrante mantenha a discipli-
na consciente para que o rendimento
da equipe possa ser satisfatório. O
Major Paulo Sérgio Porto explica
que a equipe de pentatlo trabalha
com dois modelos de treinamento.
“A equipe se encontra nas compe-
tições (nacional e internacional),
geralmente uma semana a cada 45
dias, onde temos a oportunidade de
discutirmos as estratégias de prova
Veja os resultados dos atletas do Pentatlo
Aeronáutico nas últimas competições:
PAIM 2010 - Salamanca - Espanha - Segundo por equipe
Cap Utzig (AFA) - 3º lugar Individual Geral
PAIM 2009 - Uppsala na Suécia - Terceiro por equipe
Maj Paulo (CCASJ) - 4º lugar Individual Geral
Ten Kuroswiski (1GAC) - 6º lugar Individual Geral
PAIM 2008 - Tikakoskki - Finlandia - Segundo por equipe
Ten Kuroswiski (1GAC) - 5º lugar Individual Geral
PAIM 2007 - República Tcheca - Segundo por equipe
Maj Paulo (CCASJ) - 4º lugar Individual Geral
Cap Utzig (AFA) - 5º lugar Individual Geral
PAIM 2006 - Pirassununga (AFA) - Brasil - Campeões pela terceira vez
TC Carlos Leite (EPCAR) - 3º lugar Individual Geral
Maj Paulo (CCASJ) - 4º lugar Individual Geral
e nos interagirmos. O outro tipo são
os treinamentos que cada um realiza
sozinho nas suas unidades.”.
A chance de representar a FAB
em competições importantes, como
os Jogos Mundiais Militares é re-
compensadora e compensa a rotina
intensa de treinamento, segundo o
Adisciplina consciente ajuda na preparação
dos atletas que buscarão medalhas
Aerovisão Jogos Mundiais Militares
“É muito gratificante
representar a FAB e o
Brasil.”
3535
Outra grande promessa da FAB
para os Jogos Mundiais é a
equipe de tiro. Um dos representan-
tes da equipe é o Tenente-Coronel-
Aviador Julio Antonio de Souza e
Almeida, do efetivo da CDA, conhe-
cido do público pelas expressivas
marcas alcançadas em competições
internacionais, como a medalha de
prata nos Jogos Pan-americanos no
Rio de Janeiro (categoria pistola de ar
na distância de 10 metros), o que lhe
rendeu uma vaga nas Olimpíadas
de Pequim, em 2008. No último mês,
o Tenente-Coronel Júlio alcançou,
ainda, a segunda colocação na mo-
dalidade fogo central individual, no
Campeonato Mundial de Tiro, em
Munique, na Alemanha, umas das
principais modalidades dos Jogos
Militares de 2011.
Em relação à preparação para
a competição do ano que vem, o
Tenente-Coronel Júlio vem dividin-
do seus horários entre o trabalho e os
Equipe de Tiro será uma das promessas no Mundial
treinamentos. “Pela manhã, eu treino
e, no período da tarde, realizo meu
trabalho na CDA”. O oficial destaca,
também, o apoio que vem recebendo
da FAB, fator que considera essen-
cial no seu desempenho. “A parte
mais importante do tiro é a técnica.
Exercito bastante a concentração e
no momento da prova, procuro con-
trolar a respiração, os pensamentos,
para me concentrar totalmente na
performance da prova”, ressalta.
Major Paulo. “É muito gratificante
representar a FAB e o Brasil. Não tem
como explicar a emoção quando es-
tamosnascompetiçõesinternacionais
e conseguimos um bom resultado”.
Especialmente no Pentatlo Aeronáu-
tico,todososparticipantessãooficiais
aviadores que entram na disputa
dos Jogos Mundiais como uma das
equipes favoritas à medalha de ouro.
Na contagem regressiva para os
jogos, o Coronel Vasconcellos desta-
ca que, ainda, há possibilidades de
novos atletas serem chamados para
integrar as equipes. “A CDA vem
realizando um trabalho de pesquisa
para encontrar militares da FAB que
possam representar bem o Brasil na
competição”, conclui.
Militares da FAB, de diversas organizações do país, integram as equipes que estarão
nos Jogos Militares de 2011, no Rio de Janeiro
O Tenente-Coronel Júlio Antonio de Souza já representou o Brasil nas Olimpíadas
performance da prova”, ressalta.
Fotos:SGTJohnson/FAB
Aerovisão
3636
Operacional
3737
Força Aérea monta simulador
inédito na América do Sul
Investimento reduziu custos de formação e melhorou a preparação de tripulantes da
aeronave de transporte C-105 Amazonas
Por Tenente-Jornalista Alessandro Silva e Tenente-Relações Públicas Aretha Souza Lins
De Brasília (DF) e de Manaus (AM)
Imagine poder planejar uma missão, sentar
na cabine de um avião e atravessar voan-
do a Cordilheira dos Andes. Ainda passar
por turbulências e por problemas típicos de
um voo. Agora, pense que foi possível fazer
tudo isso sem sair de Manaus, no coração da
Floresta Amazônica, uma região de relevo
completamente diferente da cadeia de mon-
tanhas que atravessa a América do Sul. Pois
dessa forma, pilotos de transporte da Força
Aérea Brasileira (FAB) treinaram para a tra-
vessia da Cordilheira dosAndes, ocorrida no
primeiro semestre, em apoio ao deslocamento
de aeronaves T-27 Tucano da Esquadrilha da
Fumaça que esteve no Chile e na Argentina
para apresentações internacionais.
Aerovisão
3838
Operacional
O equipamento usado é um
simulador da aeronave C-105 Ama-
zonas, o modelo de transporte que
substituiu os lendários C-115 Buffa-
los na região Norte do país.
Nele, pilotos militares podem
treinar as mais diversas situações,
como o voo básico e por instrumen-
tos, além do lançamento de cargas e
outras missões típicas da aviação de
transporte. O aparelho é considerado
como de última geração e não há
similar abaixo da linha do Equador,
seja na esfera civil ou militar.
Nos primeiros quatro meses do
ano, 106 pilotos da FAB passaram
pelo simulador. Entre as principais
vantagens da utilização do aparelho
estão a possibilidade de simular con-
dições que não seriam possíveis em
situaçõesreais,alémdobarateamento
dos custos de formação das tripula-
ções e de redução de horas de voo.
A FAB investiu cerca de US$
8,5 milhões no equipamento que é
de última geração. Apenas no pri-
meiro ano de uso, a ser completado
em fevereiro de 2011, o simulador
representará uma economia de
aproximadamente US$ 6,5 milhões,
levando em conta os custos de trei-
namento necessários para a prepa-
ração e manutenção operacional de
pilotos. “Em 11 mil horas de voo, ou
até dois anos de uso, o simulador
se paga e, de quebra, também o
prédio construído para abrigá-lo e
o treinamento dos oficiais”, afirma o
comandante do simulador, Capitão-
Aviador Samuel Siqueira.
Os custos de horas de voo serão
inferiores em relação aos do voo real,
permitindo, assim, que haja signifi-
cante economia de recursos para a
preparação dos pilotos.
Cerca de 200 tripulantes de três
esquadrões de transporte e de busca
e salvamento da FAB - 1°/9° GAv,
1°/15° GAv e 2°/10° GAv - serão for-
mados anualmente pelo simulador.
As unidades estão sediadas em Ma-
naus (AM) e Campo Grande (MS).
O simulador - Fabricado pela
CanadianAviations Eletronics, o Full
Flight Simulator C-105 Amazonas
possui capacidade de reproduzir to-
das as condições de voo por meio de
um sistema de movimentação elétri-
ca (Electric Mechanical Motion), que
reproduz uma força gravitacional de
até “3G” – para saber o que é isso em
um voo, basta multiplicar o seu peso
por três e imaginar o impacto disso
em uma missão.
A aeronave foi reconstruída
virtualmente e possui telas que apre-
sentam imagens em 3D, reprodução
completa em “cockpit”, com instru-
mentos, equipamentos idênticos aos
A aquisição do equipamento melhorarou a formação dos pilotos, trazendo economia de recursos para a Força Aérea
3939
Aeronave adaptou-se bem à região Norte do país
Aregião Amazônica é uma área
de muito calor e umidade,
onde equipamentos eletrônicos de
alta tecnologia estão sempre sujeitos
as intempéries. Mas não foi o que
aconteceu com o C-105. Segundo
o Brigadeiro-do-Ar Umile Rende
Neto, comandante da aviação de
transporte da Força Aérea (V FAE),
o avião Amazonas chegou e operou
com uma confiabilidade muito boa.
“A aeronave possui características
de autonomia que nos garantem
um maior conforto e segurança do
que quando operávamos com o
C-115 Buffalo, por exemplo. O C-115
possuía excelentes características de
pouso e decolagem em pistas curtas
e não preparadas, mas tinha restri-
ções de autonomia. O Amazonas
permite uma operação muito mais
confortável e segura, porque lá as
distâncias são muito grandes”, disse.
Segundo o comandante da V
FAE, a aeronave resistiu bem ao
calor, à umidade e às pistas não
preparadas. “É bem verdade que
atualmente, o número desse tipo de
pistas diminuiu muito na Amazô-
nia, mas existem algumas que cons-
tantemente exigem manutenção.
Mas o Amazonas, com sua asa alta
e excelentes características, opera
muito bem”, destacou.
A Comissão dos Aeroportos
da Região Amazônica (COMARA)
realiza um importante trabalho na
região Amazônica para a recupera-
ção e manutenção de pistas na região
Norte do país. “Hoje, na Amazônia,
bem poucas nas quais operamos
são consideradas rudimentares.”
As demais recebem quase todas as
aeronaves de transporte da FAB
sem maiores problemas. O que não
quer dizer que sempre estão em boas
condições, pois a manutenção não é
fácil. A velocidade de recuperação,
frente à velocidade de deterioração,
especialmente, em algumas épocas
do ano é bastante difícil. Só que a
operação não pára. E o Amazonas
tem respondido bem, mesmo ope-
rando em pistas que, às vezes, não
estão em suas plenas condições”,
afirmou o comandante da V FAE.
(Com informações da Revista Força Aérea)
da aeronave e grande número de
peças intercambiáveis.
As situações vividas durante um
voo real são simuladas, sendo possí-
vel uma análise mais detalhada com
o congelamento do cenário e retorno
a situações anteriores que possibili-
tam um aprendizado considerado
ideal para o voo real.
O equipamento possibilita ainda
a preparação dos pilotos para o voo
noturno, com o emprego de NVG
(Night Vision Googles) em situações
simuladas de combate.
O simulador do C-105Amazonas
começou a ser instalado em maio
de 2008, na Base Aérea de Manaus,
fase que envolveu o trabalho de
aproximadamente 30 técnicos - cana-
denses, espanhóis e brasileiros, que
permaneceram na cidade de Manaus
durante os três primeiros meses que
serviram como fase de implantação
do equipamento, montagem e testes.
O Comandante daAeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, em visita ao simulador
da aeronave Amazonas (C-105), na Base Aérea de Manaus
Aerovisão
4040
Aerovisão
“Catalina”: símbolo
da integração
brasileira
Por Tenente-Jornalista Flávio Nishimori
De Brasília-DF
“Robusto”. Assim o Coronel
Aviador R1 Namio Umehara
define o “Catalina”, um dos aviões
ícones da Aviação de Patrulha e
Transporte responsável pela inte-
gração nacional por meio das linhas
do Correio Aéreo Nacional (CAN).
“Para a época era uma avião ideal,
pois havia uma escassez de pistas
na Amazônia. Com ele podíamos
pousar nos rios, que eram, muitas ve-
zes, as únicas formas de chegarmos
aos pontos mais remotos”, explica o
Coronel Umehara, que acumulou 1,6
mil horas de vôo no Catalina.
Com capacidade para cinco tri-
pulantes, o Consolidated Vultee 28
– “Catalina”- era um avião anfíbio
destinado a missões de patrulha
marítima. Voou pela primeira vez
em 1935, sendo utilizado por vários
países com grande eficiência, antes,
durante e após a Segunda Guerra
Mundial. Introduzido na Marinha
Americana (US Navy) em 1936, a
aeronave teve seu uso ininterrupto
por forças aéreas nos anos 70. As
principais características do Catalina
eram a robustez e a versatilidade.
O avião foi criado em resposta ao
Aeronaves Históricas
Fotos:BancodeDados/CECOMSAER
4141
requerimento de 1933 da Marinha
Americana para um protótipo que
substituísse o Consolidated P2Y e
o Martin P3M com um novo hidro-
avião com características de bombar-
deiro e patrulha, para longo alcance
e com grande capacidade de carga.
AForçaAéreaBrasileiraoperoues-
ses aviões, de 1943 a 1982, em missões
de patrulha naval e do Correio Aéreo
Nacional. Uma das atuações memo-
ráveis do Catalina foi na Segunda
Guerra Mundial no episódio do
afundamento do submarino alemão
U-199. O Catalina da FAB, pilotado
pelo 2º Tenente-Aviador Alberto
Martins Torres, foi o responsável pela
façanha.Aaeronave estava executan-
do uma missão de varredura nas pro-
ximidades de Cabo Frio e se dirigiu
à área onde se encontrava o U-199
para atacá-lo. O Catalina efetuou
uma primeira passagem e conseguiu
três impactos diretos de bombas de
profundidade. O lançamento certeiro
com a quarta bomba selou o destino
do U-199 que afundou na posição de
coordenadas 23°54’S e 42°54’W. O
PA-2 lançou botes salva-vidas para os
12 tripulantes do submarino.
Ficha Técnica
Fabricante: Boeing Aircraft of Ca-
nada Ltd - Canadá, sob licença da
The Consolidated Vultee Aircraft
Corporation - Estados Unidos.
Motor: 2 Pratt & Whitney R-1830-
92 de 1.200 hp, radial de 14
cilindros.
Designação Militar: C-10A
Comprimento: 19,52 m
Envergadura: 31,72 m
Altura: 5,65 m
Peso Vazio: 7.974 kg
Velocidade Máxima: 314 km/h
Alcance: 4.030 km
Aerovisão
42
Aerovisão
42
cas projetadas pela Naval Aircraft
Factory.AUnião Soviética produziu,
sob licença, uma versão própria
para sua Marinha batizado de GST
e impulsionado por motores radiais
Mikulin M-62. A Boeing Aircraft do
Canadá produziu o PB2B-1 e PB2B-
2, e a Canadian Vickers, um modelo
derivado do PBY-5A. No Exército
era conhecido como OA-10A (PBY-
5A) e OA-10B (PBY-6A). O Royal
Air Force’s Coastal Command voou
Catalinas com a designação Catalina
Mk I/II/III/IV.
Um total de aproximadamente
4 mil unidades foram produzidos
entre 1936 e 1945. Devido a sua
popularidade ao redor do mundo,
era raro uma batalha marítima na
Segunda Guerra em que a aeronave
não tivesse participado. Os Catalinas
também provaram eficiência em
missões de busca e resgate. Após a
Segunda Guerra, o PBY continuou
no serviço de busca e salvamento em
muitos países da América Central e
do Sul assim como na Dinamarca até
os anos 70. “O avião era lento. Para
se ter uma ideia, em uma missão
saímos às 5 horas da manhã do Rio
e chegamos em Belém às 8 da noite.
Era muito cansativo. Por outro lado,
um dos pontos positivos era sua au-
tonomia de 17 horas de voo”, explica
o coronel Umehara.
“O avião era muito
versátil e servia até
mesmo de hospital. A
bordo levávamos quatro
macas para transportar
os enfermos para
Manaus.”
A aeronave também foi de suma
importância nas linhas do CAN
prestando importantes serviços à
população da região Amazônica. O
Suboficial João Alfredo de Oliveira
foi um dos militares que trabalhou
como rádio operador telegrafista em
uma aeronave Catalina em 1969 nas
linhas do CAN. Ele relembra como
a aeronave era imprescindível para
as populações ribeirinhas atendidas.
“O avião era muito versátil e servia
até mesmo de hospital. A bordo
levávamos quatro macas para trans-
portar os enfermos para Manaus”,
afirma o Suboficial.
O Catalina foi criado sob a orien-
tação do engenheiro aeronáutico Isa-
ac Macklin Laddon. O novo projeto
introduziu suporte interno nas asas,
o que reduziu bastante a necessidade
o coronel Umehara.
Aeronaves Históricas
por braçadeiras e cabos de amarra-
ção que provocavam arrasto. Uma
melhoria significativa sobre seus
antecessores, possuindo ainda um
alcance de 4.095 km e peso máximo
na decolagem de 13.220 kg.
No ano de 1939 considerou-se
a ideia de suspender a produção
do Catalina. Entretanto, a aeronave
continuou a ser produzida por causa
do enorme número de encomendas
feitas pela Grã-Bretanha, Canadá,
Austrália, França e Holanda.
Com o passar dos anos, vários
aperfeiçoamentos foram introduzi-
dos no projeto original. Uma versão
anfíbia, o PBY-5A, foi desenvolvida
em 1939, através da adição de um
trem de aterrissagem retrátil do tipo
triciclo. O PBY-6A possuía como
destaque melhorias hidrodinâmi-
AFAB operou os Catalinas de 1943 a 1982,
em missões de Patrulha Naval e do Correio
Aéreo Nacional (CAN)
Catalina da FAB em exposição no Museu
Aeroespacial (MUSAL), no Rio de Janeiro
Aerovisão
4343
EC725Br+®silienMrJammayracfilm324(5)pics
Aeronaves da FABAerovisão
43
Raio X do Helicóptero EC725
FrutodoProjetoH-XBR,lideradopeloComandodaAeronáuticaegerenciadoem
conjunto com Marinha do Brasil e Exército Brasileiro, o primeiro helicóptero EC725
para as Forças Armadas brasileiras voou pela primeira vez em em maio deste ano
na cidade de Marignane, na França. A expectativa, de acordo com coordenadores
do projeto, é que o recebimento no Brasil ocorra em dezembro de 2010.
O Projeto H-XBR, prevê a dotação das Forças Armadas brasileiras com helicópteros de médio porte de emprego
geral, aquisição de treinadores táticos e apoio logístico inicial. O contrato, celebrado entre o Governo Federal e o Consór-
cio composto pela empresa brasileira de helicópteros Helibras e pela européia Eurocopter, estabelece a aquisição de 50
aeronaves, sendo 16 para a Força Aérea Brasileira, 16 para a Marinha do Brasil, 16 para o Exército Brasileiro e 2 para a
Presidência da República.
País de origem e fabricação França - 1º vôo em 2000
Fabricante Eurocopter e Helibras
Tipo
Helicóptero de emprego geral, utilizado para Operações de Forças Especiais, C-SAR, Transporte
Tático, Transporte de Cargas Externas, Combate a Incêndio, Evacuação Aeromédica e Guerra
Anti-Superfície (ASuW)
Motores 2 Turbomeca Makila 2A1 (potência máxima de 2358 Shp para cada motor)
Velocidade máxima 175 kts
Razão de subida 1.708 ft/min
Teto operacional 20.000 ft
Alcance 871 km com tanques standards e 1306 km com tanques extras
Vazio 5.555 kg
Peso máx. decolagem 11.000 kg e 11.200 kg com carga externa
Diâmetro do rotor principal 16.20 m
Compr. fuselagem 16.79 m
Altura 4.6 m
Armamento
Casulo de lança-foguete com 19 foguetes, canhão axial de 20mm, metralhadora lateral
7,62mm, míssil ar-superfície e míssil ar-ar
Experiência em combate Operado pela Força Aérea Francesa no Afeganistão
Operadores França, além das encomendas de Brasil, México e Malásia
Fotos:Helibras
EPCAR - Escola Preparatória de Cadetes do Ar
AFA - Academia da Força Aérea
EEAR - Escola de Especialistas de Aeronáutica
ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica
CIAAR - Centro de Instrução e Adaptação de Aeronáutica
CURSO PREPARATÓRIO DE CADETES DO AR
Escola: Escola Preparatória de Cadetes do Ar – EPCAR (Barbacena -MG)
Sexo: Masculino
Escolaridade: Ensino Fundamental
Duração: 3 anos
Prova Escrita: Língua Portuguesa e Matemática
Inscrições Previstas: junho a julho
Mais informações: www.epcar.aer.mil.br ou www.fab.mil.br
VESTIBULAR PARA DE ENGENHARIA AERONÁUTICA
Escola: Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA (São José dos Campos-SP)
Sexo: Ambos
Escolaridade: Ensino Médio
Duração: 5 anos
Prova Escrita: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Matemática, Física e Química
Inscrições Previstas: abril
Mais informações: www.ita.br ou www.fab.mil.br
ESTÁGIO DE ADAPTAÇÃO À GRADUAÇÃO DE SARGENTOS DA AERONÁUTICA
Escola: Escola de Especialistas de Aeronáutica – EEAR (Guaratinguetá-SP)
Sexo: Ambos
Escolaridade: Ensino Médio ou Técnico
Duração: 24 semanas
Prova Escrita: Língua Portuguesa e Conhecimentos Especializados
Inscrições Previstas: março a abril
Mais informações: www.eear.aer.mil.br ou www.fab.mil.br
CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS DA AERONÁUTICA
Escola: Escola de Especialistas de Aeronáutica – EEAR (Guaratinguetá-SP)
Sexo: Ambos
Escolaridade: Ensino Médio
Duração: 2 anos
Prova Escrita: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Matemática e Física
Inscrições Previstas: março a abril e setembro a outubro
Mais informações: www.eear.aer.mil.br ou www.fab.mil.br
CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAS AVIADORES, INTENDENTES E DE
INFANTARIA DA AERONÁUTICA
Escola: Academia da Força Aérea – AFA (Pirassununga-SP)
Sexo: Ambos (Aviadores e Intendentes) e Masculino (Infantaria)
Escolaridade: Ensino Médio
Duração: 4 anos
Prova Escrita: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Matemática e Física
Inscrições Previstas: maio a junho
Mais informações: www.afa.aer.mil.br ou www.fab.mil.br
Saiba como ingressar nSaiba como ingressar n
44
SgtJohnson/FAB
na Força Aérea Brasileira
ESTÁGIO DE INSTRUÇÃO E ADAPTAÇÃO DE CAPELÃES DA AERONÁUTICA
Escola:Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica – CIAAR (Belo Horizonte - MG)
Sexo: Masculino
Escolaridade: Ensino Superior
Duração: 13 semanas
Prova Escrita: Língua Portuguesa e Conhecimentos Especializados
Inscrições Previstas: agosto a setembro
Consulte: www.ciaar.com.br ou www.fab.mil.br
ESTÁGIO DE ADAPTAÇÃO DE OFICIAIS TEMPORÁRIOS DA AERONÁUTICA
Escola:Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica – CIAAR (Belo Horizonte - MG)
Sexo: Ambos
Escolaridade: Ensino Superior
Duração: 13 semanas
Prova Escrita: Língua Portuguesa, Redação e Conhecimentos Especializados
Inscrições Previstas: agosto a setembro
Mais informações: www.ciaar.com.br ou www.fab.mil.br
CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS DA AERONÁUTICA
(Modalidade Especial) DA ESPECIALIDADE CONTROLE DE
TRÁFEGO AÉREO
Escola: Escola de Especialistas de Aeronáutica – EEAR (Guaratinguetá-SP)
Sexo: Ambos
Escolaridade: Ensino Médio
Duração: 1 ano
Prova Escrita: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Física e Conhecimentos em
Informática Inscrições Previstas: abril a maio
Mais informações: www.eear.aer.mil.br ou www.fab.mil.br
CURSO DE FORMAÇÃO DE TAIFEIROS DA AERONÁUTICA
Escola: Serviços Regionais de Ensino dos Comandos Aéreos Regionais (COMAR)
Sexo: Masculino
Escolaridade: Ensino Médio
Duração: 16 semanas
Prova Escrita: Língua Portuguesa, Matemática e Conhecimentos Especializados
Inscrições Previstas: janeiro e fevereiro
Mais informações: www.fab.mil.br
CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS, DENTISTAS E
FARMACÊUTICOS DA AERONÁUTICA
Escola:Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica – CIAAR (Belo
Horizonte - MG)
Sexo: Ambos
Escolaridade: Ensino Superior
Duração: 18 semanas
Prova Escrita: Língua Portuguesa e Conhecimentos Especializados
Inscrições Previstas: abril a maio
Mais informações: www.ciaar.com.br ou www.fab.mil.br
*Consulte o Edital de cada Exame de Admissão
para verificar os limites de idade
*Informações sujeitas à modificação pelo Comando
da Aeronáutica sem aviso prévio
*Acesse: www.fab.mil.br
45
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  • 4. Nos últimos cinco anos, os principais jornais, revistas e canais de TV do país divulgaram, diariamente, ao menos cinco notícias sobre a Aeronáutica. Foram quase dez mil veiculações de assuntos da instituição tratados diretamente pelo Centro de Comunicação Social da Aero- náutica. Imagine agora esse número ao longo de 40 anos de trabalho? Dia e noite, ininterruptamente, a comunicação social está pronta para contar as notícias da Aeronáutica. Isso porque a instituição entende como prioritária a cons- trução de pontes para falar com a população. O plano de voo para os próximos 40 anos já está pronto: aprimorar ainda mais os canais de diálogo com a sociedade.
  • 5. Aerovisão 3 Prezados Leitores, Assino este meu primeiro editorial como Chefe In- terino do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) com a certeza de que terei pela frente um gratificante desafio profissional. Ao longo de suas mais de três décadas de história, a revista Aerovisão cresceu, passou por inovações gráficas e de conteúdo, foi testemunha dos acontecimentos e fiel depositária de histórias de pessoas comuns da Força Aérea que fazem um trabalho extraordinário pelo país. Como matéria principal, esta edição destaca o maior exercício de Forças Aéreas da América Latina, o exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX). Em sua quinta edição, o treina- mento reunirá quase uma centena de aeronaves, de seis nações diferentes, e mais de 3 mil militares em Natal (RN). Convidamos você leitor a embarcar rumo à CRUZEX para compreender a importância do treinamento para a Força Aérea Brasileira. Infográficos e ilustrações ajudam a conhecer os bastidores desse tipo de treinamento. Em entrevista, o Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto Antonio Saboya Burnier, hoje à frente do Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR) e um dos idealizadores da CRUZEX,falasobreasinovaçõesprovocadaspeloexercícioeadianta,emprimeira-mão, quais serão os novos rumos da operação para o futuro. A revista traz ainda a primeira matéria de uma série especial sobre a trajetória do Correio Aéreo Nacional (CAN), como parte das comemoraçoes dos 80 anos do trabalho de homens anônimos que contribuiu para a integração do país, numa época em que a aviaçãoapenasengatinhava.Em2011,aForçaAérearealizaráumaintensaprogramação para marcar os 70 anos de sua criação e as oito décadas do CAN. Na seção de aeronaves históricas, conheça um pouco da história dos gloriosos Catalinas, aeronaves que fizeram história na Segunda Guerra Mundial, patrulhando a costa brasileira, e no apoio às missões do Correio Aéreo. ComoaquecimentoparaosJogosMundiaisMilitares,aseremdisputadosnoRiode Janeiro,noanoquevem,conheçaumpoucodosatletasdaForçaAéreaquerepresenta- rão o país na luta por medalhas. Até o início da competição, a revista trará informações curiosas sobre os jogos, além de informações sobre as equipes e entrevistas com os personagens que farão parte da festa esportiva. Na parte operacional, na seção “Aeronaves da FAB”, apresentamos um raio-X do Helicóptero EC 725, fruto do Projeto HXBR, coordenado pela Força Aérea Brasileira com a Marinha do Brasil e Exército Brasileiro. As páginas de Aerovisão trazem de aeronaves históricas à bravura dos pilotos que integraram o país nas asas do CAN, além de pesquisas importantes na área de tecno- logia, informações sobre reaparelhamento e emprego da Força Aérea. Tudo para que você,leitor,conheçaumpoucodotrabalhorealizadopelainstituiçãorotineiramente,em diversas localidades do país. Desejo a todos uma boa leitura! AerovisãoAerovisãoAerovisão Editorial Brasília - DF Ano XXXVI - Ago/Set/Out 2010 - nº 227 Marcelo Kanitz Damasceno Cel Av Chefe Interino do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica Novo desafio Revista oficial da Força Aérea Brasileira, produzida pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER). Circulação dirigida (no país e no exterior). Veja edição eletrônica: www.fab.mil.br DISTRIBUIÇÃO GRATUITA. Redação, diagramação e administração: Divisão de Produção e Divulgação Distribuição: Divisão de Relações Públicas Tiragem: 20.000 exemplares Conselho Editorial: Coronel Marcelo Kanitz Damasceno; Coronel Sun Rei Von, Coronel Henry Munhoz Wender, Tenente-Coronel Marcelo Luis Freire Cardoso Tosta, Tenente-Coronel Alexandre Emílio Spengler e Major Aloísio Secchin Santos Chefe Interino do CECOMSAER: Coronel Marcelo Kanitz Damasceno Chefe da Divisão de Produção e Divulgação: Tenente- Coronel Marcelo Luiz Freire Cardoso Tosta Editores: Tenente Luiz Claudio Ferreira e Tenente Alessandro Silva Repórteres: Tenente Luiz Claudio Ferreira, Tenente César Eugênio Guerrero, Tenente Alessandro Silva, Tenente Marcia Silva, Tenente Aretha Souza Lins (BAMN), Tenente Flávio Hisakasu Nishimori e Tenente Luis Humberto Leite e Alessandra David (DCTA) Jornalista Responsável: Tenente Luiz Claudio Ferreira. Registro Profissional: MTB - 2758 - PE Diagramação e arte gráfica: Sargento Renato de Oliveira Pereira , Sargento Jobson Augusto Pacheco, Sargento Bianca Amália Viol, Sargento Jéssica de Melo Pereira, Sargento Daniele Teixeira de Azevedo, Cabo Lucas Maurício Alves Zigunow e Soldado Paulo Sérgio Rodrigues Rocha Filho Os textos e fotografias são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Estão autorizadas transcrições integrais ou parciais das matérias publicadas, desde que mencionada a fonte. Comentários e sugestões de pauta sobre aviação militar devem ser enviados para: Esplanada dos Ministérios - Bloco “M” - 7º andar CEP - 70045-900 - Brasília - DF E-mail: redacao@fab.mil.br Impressão:Gráfica, Editora e Papelaria Impressus Ltda ME - Formosa - GO A foto da capa, de autoria do Sgt Johnson, foi tirada na CRUZEX IV, em 2008,emostraumaaeronavebrasileira (A-1) e outra chilena (F-5) em voo de formatura sobre o litoral de Natal.
  • 6. Aerovisão 4 Entrevista Páginas Azuis Por Tenente-Jornalista Luiz Cláudio Ferreira De Brasília-DF Passo a passo. Metro a metro. Numa velocidade espantosa. Calos ou bolhas no pé não são nada. O Cabo da Aeronáutica Jorge Cerqueira, de 43 anos de idade, 25 de serviço, carioca, ultrapassou os obstáculos um a um. Ao caminhar - e depois correr-, construiu uma impressionante história de superação e de valorização da saúde. Os colegas de trabalho aprenderam a reconhecê- lo como grande exemplo. Para a família, um herói. Uma história daquelas para tirar da inércia as consciências mais sedentárias. O militar, que começou como soldado, depois de passar por um grande drama pessoal, resolveu diminuir os seus mais de 100 quilos. Hoje pesa 65. Para isso, andou. Depois, caminhou forte. Correu. Transformou-se em ultramaratonista (corrida que dura 24 horas). Quem vê o rapaz tão disciplinado com o esporte e, por consequência, com a própria saúde não consegue imaginar que há cerca de nove anos, ele teve um susto numa consulta ao cardiologista. Com aquele peso excessivo para um rapaz de 1,70 metro, passaria a ter muita dificuldade de respirar e com graves riscos de um infarto. Hoje, Cerqueira respira aliviado. Trabalha. Treina. Corre. Alívio que excede (em muito) as 24 horas de uma corrida. “Ultramaratona é a vida. O esporte me salvou”, afirma. Leia entrevista com o militar. Aerovisão - Como aconteceu essa revolução na sua vida? Cabo Cerqueira - Tudo o que de bom aconteceu em minha vida devo à minha família, ao trabalho e ao esporte. A minha família sempre me apoiou. O trabalho me fez disci- plinado e honrado. É o esporte que me faz ter essa sensação maravilhosa todos os dias. Tudo começou quan- do ingressei na Aeronáutica como soldado. Não entendia muito o que faziam as ForçasArmadas. Mas sabia que seria uma oportunidade de estu- dar e me profissionalizar. Era só um garoto ainda. Depois fui gostando muito do meu trabalho. Tinha que estudar e trabalhar. Consegui passar no concurso para cabo. Até aí nunca havia pensado o que aconteceria co- migo. Não gostava muito de correr. Só fazia o obrigatório. Mas aprendi a ser disciplinado. Na pista da Arquivopessoal
  • 7. 5 superação Aerovisão - Você chegou a pesar mais de 100 quilos? Cabo Cerqueira - É verdade. Fui deixando, engordando, engordando. As pessoas falavam para mim, mas eu tirava por menos. Havia sempre outras prioridades. Até que após o nascimento da minha filha prematu- ra (seis meses de gestação), o médico disse que precisávamos ter bastante paciência, força e saúde para ajudá- la principalmente nos primeiros meses. Isso combinou com o fato de que, na época, um cardiologista me alertou para o fato de que estava com dificuldade para respirar e que com aquele peso todo poderia passar a correr riscos de ter um infarto, por exemplo. Pensei: tenho uma filha para cuidar. Entre os cuidados, mu- dei radicalmente meu modo de vida. Alimentação, particularmente. Aerovisão - Era um sacrifício? Cabo Cerqueira - Quando a gente deseja algo de coração, não posso dizer que seja um sacrifício. Fazia de felicidade. Cortei comidas gordurosas e doces totalmente. Co- mecei a caminhar um quilômetro. Depois, dois. E assim por diante. Todos os dias. Sempre morei no Rio de Janeiro e aproveitava para andar perto de casa mesmo. Depois corri. Mas andava um pouco e corria outro pouco. Logo estava somente correndo. Todos os dias. Não con- seguia deixar de praticar esporte. Tornou-se um hábito maravilhoso. De manhã, só uma fruta. Na hora do almoço, salada. Comecei a me sentir muito melhor. Isso não pode ser um sacrifício. Aerovisão - E como você se tor- nou maratonista? Cabo Cerqueira - Foi nesse ca- minho. Apaixonei me pela corrida. Meus colegas e minha família repa- ravam que estava mais magro, mais disposto, mais forte. Você passa a correr não para emagrecer, mas para se sentir saudável. Após o percurso, você está mais feliz. Isso não tem preço. Foi assim. Passei a ser convi- dado para as provas curtas. Adorei. Saber que minha mulher e minha filha torciam por mim me dava uma vontade extra.Acho que foi por isso. Nunca imaginei. Na última corrida de 21 quilômetros (meia maratona internacional do Rio de Janeiro, em agosto), por exemplo, fiz em uma hora e trinta e dois minutos (ficou em Imagens da época em que decidiu começar a treinar; primeiros passos para melhoria da saúde e da vida familiar e profissional Arquivopessoal Arquivopessoal Arquivopessoal
  • 8. EntrevistaAerovisão 6 70º lugar em sua faixa etária). Nin- guém me segura. Durante a corrida, a gente cumprimenta os amigos. A gente divide os sentimentos. É um trabalho individual, mas você se sente sempre em grupo. Nunca você está sozinho. Aliás, minha primeira corrida de 21 quilômetros foi há nove anos. Todos diziam que eu não conseguiria. Quando a gente quer de verdade, claro que consegue. me acompanhar. Claro que podem. Sinto me muito melhor mesmo quando estou sentado no trabalho. Acordotodososdiasantesdasseisda manhã e vou correr. Depois, quando chego do trabalho, também corro. Faço uma programação para atender minha família, as coisas do trabalho e meu desejo de correr o tempo inteiro (risos). Quando estou numa reunião, por exemplo, um churrasco, não deixo de comer. Mas é preciso ter dis- ciplina para isso. Todo mundo come muitoporhábito.Àsvezes,semfome. Comempara conversar.Comempara se divertir. Não quero nem lembrar o tempo dos 100 quilos de peso. Isso não acontecerá nunca mais. Aerovisão - E sua família Cabo Cerqueira - Minha filha, graças a Deus, ficou muito bem. E achoquetudooquefizeudevomuito a ela. Ela nem mesmo tinha nascido e já me abriu os olhos para como é importante viver. Minha esposa foi primordial em todo esse processo. Aerovisão - O que você indica para quem está começando? Cabo Cerqueira - Digo que é possível perder peso, mas sobretudo ser feliz. Foi o esporte que salvou a minha vida. Me emociono só de olhar para uma pista de corrida. A vida é uma verdadeira ultramarato- na que precisamos correr a cada dia. Devemos consultar sempre o médico e não perder de vista as coisas que nos fazem bem: trabalhar num lugar que nos faz dignos, aproveitar o tem- po em família, cuidar do corpo e da cabeça. Hoje peso 65 quilos, mas não penso mais nisso. Aprendi a vigiar meus hábitos e a obedecer os meus melhores sentimentos. As medalhas e os bons resultados em competições vieram com o tempo Ao lado da família, o Cabo Cerqueira en- controu apoio para o novo projeto de vida Aerovisão - E depois você virou ultramaratonista... Cabo Cerqueira - É verdade. Pouca gente absorve a ideia de passar 24 horas correndo. O sentido de participar de uma prova assim é sempre se planejar muito bem. Pla- nejar os descansos, o período para se alimentar. Durante a corrida, contro- lo o número de voltas pelo relógio, que tem uma função para contar o quanto já corri. Participo de todas as ultramaratonas que aparecem. A gente cansa, mas fica muito feliz. Aerovisão - Seus colegas miram em você como exemplo? Cabo Cerqueira - É verdade. Trabalho na Quinta Força Aérea (or- ganização que organiza a aviação de transporte). E lá todos me perguntam se podem correr comigo, se podem “Apaixonei me pela corrida... Meus colegas e minha família reparavam que estava mais magro, mais disposto, mais forte... ...Após o percurso, você está mais feliz. Isso não tem preço. Arquivopessoal Arquivopessoal
  • 9. Profissões Militares na FAB Portal da FAB no YouTube Aerovisão 7 Mais uma opção para conhecer as carreiras profissionais da Força Aérea Quem já passou pelo dilema de ter que decidir qual carreira escolher sabe bem o quanto é difícil. As dú- vidas quanto ao futuro profissional são tantas quantas as opções ofere- cidas no mercado de trabalho. Errar, além de frustração, gera perda de tempo e dinheiro. Para amenizar um pouco esse sofrimento que acomete todo jovem às vésperas dos vestibulares e concursos, a ForçaAérea Brasileira (FAB) preparou uma série de vídeos inéditos de profissões militares. O material está disponível no portal (www.fab.mil.br) e também no canal da FAB no YouTube (http://www. youtube.com/user/portalfab). A proposta do vídeo de profis- sões é auxiliar os jovens na hora de escolher uma profissão apresentan- do opções de carreiras oferecidas pela FAB. O vídeo mostra o cotidiano de trabalho desenvolvido pelos pro- fissionais nas várias organizações espalhadas pelo Brasil. Por meio de depoimentos, são apresentadas 38 profissões. O trabalho consumiu cerca de seis meses até ficar pronto. Uma equipe visitou hospitais, bases aéreas, escolas de formação, parque de material aeronáutico, etc. Entre as especialidades detalhadas no vídeo de profissões militares estão as de oficiais-aviadores, intenden- tes, infantes, especialistas, médicos, engenheiros, entre outras. “Acho que o vídeo é bastante esclarecedor, pois mostra realmente o dia a dia das profissões. Eu mesma conheci as atividades de algumas de- lasassistindoaovídeo”,dizaTerceiro- Sargento Jéssica de Melo Pereira. Na época em que resolveu optar pela carreira militar, as informações de que dispunha a sargento, segundo ela,eramescassas.Asinformaçõesso- bre as possibilidades de ingressar na Força Aérea vieram por intermédio de amigos e de cursos preparatórios especializados.“Certamente,essetra- balho auxilia muito quem pretende trilhar a carreira na FAB.” Em breve será lançado também o primeiro Guia de Profissões da Força Aérea. Com 88 páginas, a publicação apresenta, em linguagem simples, todas as possibilidades da carreira e os cursos oferecidos.
  • 10. Aerovisão 8 Aerovisão 8 80 Anos do Correio Aéreo Nacional Integração, soberania e so Do pioneirismo aos dias atuais, a Aerovisão revive os melhores momentos da trajetória do Correio Aéreo Nacional e relembra a saga dos homens que ajudaram a integrar o país Por Tenente-Jornalista Márcia Silva De Brasília-DF Do pioneiro Curtiss Fledgling aos bimotores Douglas. Dos Catalinas aos Amazonas, passando pelos Búfalos e Caravans. Nenhum escapou. De máquinas voadoras, todas, sem exceção, tiveram o mes- mo destino: viraram só sentimento. “Foram os melhores anos da minha vida”, repetem com entusiasmo pi- lotos e mecânicos de várias gerações que ajudaram a construir a história do Correio Aéreo Nacional (CAN). Aprimeira viagem que inaugura o Correio Aéreo Militar (CAM) foi realizada do Rio de Janeiro para São Paulo em um avião Curtiss Fledgling. Decolaram do Campo dos Afonsos com duas cartas os tenentes Casimiro Montenegro Filho e Nel- son Freire Lavenere-Wanderley. O pequeno malote abriu caminho mais tarde para inúmeras rotas, inclusive internacionais. Em 1941, com a cria- ção do Ministério da Aeronáutica, o Correio Aéreo Militar funde-se com o Correio Aéreo Naval e dá origem ao Correio Aéreo Nacional. “Foram os melhores anos da minha vida”, diz piloto O trabalho de ousadia e coragem que encurtou distâncias e ligou pessoas de um país continental fascina também quem conheceu a história recentemente. É o caso da publicitária e produtora de cinema Ana Rita Aranha que leu o primeiro livro sobre o tema em 2004. “Meu desafio é contar histórias de brasilei- ros para brasileiros e a do CAN fala de esperança, integração, soberania e solidariedade”, resume ela que grava depoimentos para um documentário AcervodoMUSAL Radiobrás Aeronave C-98 Caravan usada atualmente nas linhas do Correio Aéreo Nacional Mecânicos abastecem aeronave nos primórdios das linhas do Correio Aéreo no país
  • 11. 99 olidariedade nas Asas CAN a ser lançado em junho do próximo ano, data que marca os 80 anos do Correio Aéreo Nacional. Por meio do CAN, muitos brasi- leiros conheceram primeiro o avião, bem depois o trem, a bicicleta, o carro e o ônibus. Numa época em que a co- municação entre cidades e povoados era feita apenas por trilhas ou barcos. Batizada de Hércules, a bicicleta de quadro duplo do Suboficial Alcebí- ades Calhao, por exemplo, chegou a ser a sensação em alguns lugarejos do país na década de 40. Com os problemas de infraestrutura em terra, a bicicleta levada no C-47 para todos os cantos do país facilitava na hora de percorrer longas distâncias depois do pouso. “Era uma festa, formava aquela roda de gente em volta da minha Hércules” lembra o radiotelegrafista de bordo, hoje com 85 anos de idade, 22 deles dedicados às rotas do CorreioAéreo. Os melho- resmomentosvividosnafasedoC-47 do CAN estão no livro Momentos de Decidir, publicado por ele em 2005. Numa tentativa de amenizar o isolamento de militares e civis nas mais longínquas regiões do país, o SuboficialCalhaotambémfoirespon- sável pela criação em 1959 do Serviço de Distribuição de Revistas- Cortesia da FAB. Antes dele, a população de AcervodoMUSAL Arquivopessoal O SuboficialAlcebíades Calhao, hoje com 85 anos, dedidou 22 anos de vida ao CorreioAéreo Em Conceição do Araguaia, prédio cedido pelos padres dominicanos para o serviço do CAN
  • 12. HistóriaAerovisão 10 Avião Belanca I-215 em uma praça de Cametá (Pará), em 1936; ainda não havia campo de pouso 10 Aerovisão AcervodoMUSAL AcervodoMUSAL algumas cidades do interior tinha acessoapenasaosjornaisqueserviam para embrulhar as encomendas. “O pedaço de jornal era alisado com as mãos no estabilizador horizontal do C-47 e lido várias vezes”, lembra Calhao. “No início, eu comprava alguns jornais e revistas, recolhia outros exemplares com os colegas, mas depois as editoras passaram a fornecê-los gratuitamente”, revela. Abastecimentogarantidoemlombode burro - Foram inúmeras as adversi- dades enfrentadas pelos pioneiros do Correio Aéreo. Um dos maiores, sem dúvida, era o abastecimento dos aviões. Com pouca autonomia e ra- Em Boa Vista, Rio Branco, homens descarregam tambores com gasolina de avião ros campos de pousos, a alternativa era transportar o combustível pelos rios ou em lombo de burro. Fotos do acervo do Museu Aero- espacial (MUSAL) no Rio de Janeiro mostram que em 1936, quando o combustível chegava às cidades, o próprio piloto fazia o abastecimento usando latas e um filtro de camurça. Algo difícil até de imaginar. Outro obstáculo é que no início das linhas do CAN, os aviões não tinham comunicação por rádio o que dificultava o balizamento. Quando a cidade contava com estrada de ferro, os pilotos recorriam ao sistema de comunicação das estações, caso tivessem algum tipo de emergência. Sem um sistema de previsões meteorológicas, a viagem de horas sobre uma floresta tropical ficava muito mais perigosa em função das variações drásticas de clima. As poucas cartas geográficas que orien- tavam os pilotos continham erros de localização de até 80 quilômetros. Muitas das dificuldades eram contornadascomaajudadeprefeitos, “O pedaço de jornal era alisado com as mãos no estabilizador horizontal do C-47 e lido várias vezes”, lembra militar que trabalhou no CAN
  • 13. 1111 AcervodoMUSAL Arquivopessoal lideranças e religiosos das comunida- des que construíam campos de pouso e colaboravam com um mínimo de infraestrutura para que a cidade pudesse receber uma linha do CAN, o que representava significativos progressos para o povoado isolado. Para auxiliar pilotos na localiza- ção dos campos de pouso, algumas cidades escreviam nos telhados dos prédios públicos, os nomes dos municípios. Uma seta também indicava a direção e a distância da pista de pouso improvisada Superando os obstáculos, o Bra- sil, que continuava com precária infraestrutura terrestre, conseguiu aumentar as ligações aéreas de uma forma geométrica. Assim, de forma improvisada, quase aventureira, os pioneiros do CAN construíram um dos serviços mais importantes do país. De transporte de correspondên- cias, cargas, equipamentos e passa- geiros em todo o território nacional às ajudas humanitárias. No Oiapoque, o Marechal-do-Ar Eduardo Gomes, Patrono da Força Aérea Brasileira, com militares e moradores da região A publicitária e produtora Ana Rita Aranha, que produz documentário sobre o CAN
  • 14. Aerovisão 1212 Ciência e TecnologiaAerovisão Força Aérea desenvolve Sistema de Navegação e Controle para VANT Pesquisa avança no Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, no interior de São Paulo; empresas nacionais participam de projeto que trará inúmeros benefícios ao país Por Jornalista Alessandra David De São José dos Campos - SP Osucesso em cinquenta e nove voos realizados nas dez campanhas de ensaio, do “Projeto VANT”, sigla para Veículo Aéreo Não-Tripulado, comprovou a experiência concreta de integração de setores de ciência e tecnologia das Forças Armadas, tendo como base diretrizes do Ministério da Defesa. Veículo Aéreo Não-Tripulado (VANT), em um dos voos de ensaio, sobre a Academia da Força Aérea, em Pirasununga, no interior de São Paulo
  • 15. DCTA 1313 O projeto coordenado pelo Insti- tuto de Aeronáutica e Espaço (IAE), iniciado em dezembro de 2004, reúne empresas nacionais de alta tecno- logia e instituições parceiras para o desenvolvimento de um Sistema de Navegação e Controle (SNC) para uso em diferentes plataformas VANT. O “Projeto VANT” foi con- cluído em junho deste ano. As aeronaves remotamente pi- lotadas são veículos que eliminam o risco de acidentes com a tripula- ção, em caso de missões cansativas ou perigosas, e oferecem um custo de aquisição e de operação geral- mente inferior às aeronaves tripu- ladas. São indispensáveis. No “Projeto VANT” do IAE foi desenvolvido um SNC comple- tamente novo, capaz de oferecer ao veículo a segurança de retorno a uma área específica em caso de perda de sinal e vários modos de operação em caso de falha. As funções de telecomando, telemetria, piloto automático (es-
  • 16. Aerovisão 1414 Aerovisão tabilização) e navegação autônoma (com GPS e unidade inercial) foram testados, conferindo uma arquite- tura integrada capaz de oferecer a portabilidade necessária para o seu uso em aplicações civis e militares. Na esfera civil já se prevê o uso de VANT´s na vigilância de frontei- ras, na inspeção de linhas de trans- missão elétrica, no controle de safras agrícolas e de queimadas, além do apoio a operações policiais, de defesa civil e de ajuda humanitária. Com pequenas adequações no SNC, missões de alvo, de reconhe- cimento, de guerra eletrônica e de chamariz (“decoy”) podem também ser viabilizadas. Em um futuro próximo, veículos não tripulados de combate, para emprego ar-solo e ar-ar, entrarão em operação, de- monstrando o crescente emprego militar dessas aeronaves. O projeto - No final de 2003, o De- partamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em parceria com aAvibras e instituições de Ciên- cia e Tecnologia do Exército (CTEx) e Instituto de Pesquisas da Mari- nha (IPqM), apresentou o “Projeto VANT” à Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) para aprovação. A proposta, aprovada em dezem- bro de 2004, recebeu recursos (R$ 9 milhões) do Fundo do Setor Ae- ronáutico para o desenvolvimento das atividades. O trabalho envolveu a participação da indústria nacio- nal, como estratégia para garantir o sucesso do empreendimento e a futura evolução rumo às fases de certificação e de industrialização. Além da Avibras, parceira indus- trial do “Projeto VANT”, também participaram outras empresas nacionais de alta tecnologia, como a Flight Technologies e a BCC - Bos- san Computação Científica. Os veículos de ensaio - Para o ensaio em voo do Sistema de Navegação e Controle (SNC) foram utilizadas duas plataformas – o protótipo Acauã, um veículo aéreo não tripulado desenvolvido pelo IAE na década de 80 e recupe- rado recentemente, e o alvo aéreo Harpia, utilizado pela Marinha do Brasil. Enquanto o Acauã servia de instrumento básico para o desen- volvimento, a adaptação do SNC ao Harpia comprovava a portabi- lidade do sistema. Aaeronave Acauã foi construída dentro de um programa de capaci- tação denominado “Projeto Acauã”, criado para servir de banco de ensaios para o desenvolvimento de um sistema eletrônico de controle e Ciência e Tecnologia A Força Aérea desenvolve sistema de navegação e controle para VANTs O projeto da aeronave VANT brasileira envolve a indústria nacional e instituições de ciência e pesquisa das Forças Armadas DCTA DCTA
  • 17. 1515 telemetria de um futuro alvo aéreo manobrável (AAM) de alto desem- penho. O seu uso também estava previsto como primeiro passo para o desenvolvimento de uma aero- nave não-tripulada brasileira para missões de reconhecimento tático. Ao todo foram construídas cinco células para ensaios em voo e em solo (estruturais e de sistemas), com envergadura de 5,1 metros, comprimento de 4,8 metros, peso de 150 quilos e velocidade de cruzeiro de 120 km/h. Já o Harpia é uma aeronave com peso máximo de 80 quilos, menor que oAcauã e com ve- locidade de cruzeiro mais elevada. A Força Aérea tem realizado estudos alinhados à “Estratégia Nacional de Defesa” para estabele- cer um cronograma completo para todos as fases do projeto. Desde 2008, a FAB estabelece apropriados, para ser aplicado em vigilância (reconhecimento e inteligência). Tal sistema completo poderá incorporar os resultados obtidos dos dois projetos VANT do IAE em protótipo a ser desenvolvido até a fase de industrialização. A Avibras, parceira das Forças Armadas no projeto, já trabalha na plataforma de reconhecimento denominada “Falcão”, que terá 11 metros de envergadura e capaci- dade para 150 quilos de carga útil. Na prática, isso significa a au- tonomia nacional nas tecnologias críticas vinculadas aos VANTs, além da retenção e a difusão do conheci- mento no setor aeroespacial para os futuros projetos operacionais das Forças Armadas Brasileiras, sem contar o incentivo à indústria e ao desenvolvimernto do país. como diretriz estratégica o domínio nacional de tecnologias aplicáveis a esses veículos, prevendo o avan- ço nos programas de vigilância e de combate aéreo, tornando esses meios centrais e não meramente acessórios. O assunto é hoje uma das prioridades para o futuro. Dentro do esforço de capacita- ção tecnológica nacional na área, já se encontra aprovado o “Projeto DPA-VANT”, com recursos da FI- NEP, visando dotar o SNC com a capacidade de decolagem e pouso automáticos (DPA). O “Projeto DPA-VANT” pode ser considerado uma continuação do “Projeto VANT” atual rumo à operacionalização de um “Siste- ma VANT Completo”, incluindo uma plataforma aérea nova, da- talinks militares, estação de solo militarizada e sensores de missão O modelo Acauã é o primeiro passo rumo à tecnologia nacional para produção de VANT DCTA
  • 18. Reportagem de CapaAerovisão 16 Aeronaves de caça brasileiras participantes da Cruzex V Aerovisão Reportagem de Capa a guerra vai Em sua quinta edição, exercício CRUZEX reúne no Nordeste aeronaves de vários países para o maior treinamento aéreo da América Latina Ae r o n a v e s de combate em velocidades supersônicas. Ataques com uso de bombas inte- ligentes. Tropas de elite prontas para resgates em território inimigo. De 28 de outubro a 19 de novembro, o céu do Nordeste será tomado por aviões na quinta edição do Exercício Cruzeiro do Sul, a cruzex v. As Bases Aéreas de Natal, Fortaleza e Recife vão receber aviões das forças aéreas da Argentina, Chile, Estados Unidos, França e Uruguai, além das unidades da Força Aérea Brasileira (FAB). Ao todo, 92 aeronaves e três mil militares estarão envolvidos. Para os pilotos, esta é uma opor- tunidade única para treinar missões de grande complexidade. Em um exercício desta envergadura, entre a decolagem e o pouso nenhum deles terá tarefas fáceis. Cada saída de aeronavepoderáenvolverreabasteci- mentoemvoo,interceptações,guerra eletrônica e até resgate em território hostil, dentre outras possibilidades. “No dia-a-dia, os pilotos treinam, iso- ladamente, os diversos tipos de mis- são da aviação de caça. Na CRUZEX, esse treinamento será colocado em prática”, diz o Major-Brigadeiro-do- ArAntonioCarlosMorettiBermudez, comandante da Terceira Força Aérea (III FAE), responsável pelas aviações de caça e de reconhecimento da FAB. A interação com outras Forças Aéreas também é valiosa. Os países participantes poderão trocar experi- ências e conhecer táticas, técnicas e o desempenho de várias aeronaves de combate (ver quadro). É este o maior objetivo da Cruzex: criar um am- biente operacional de coalizão, onde várias Forças Aéreas precisam atuar em conjunto. Além dos países parti- cipantes, também estarão presentes observadores militares da Bolívia, Equador, Canadá, Peru, Inglaterra, Colômbia e Paraguai. “A parte mais importante é o planejamento. Nesta fase, os envolvidos podem raciocinar com inúmeros fatores envolovidos em um conflito armado, para obter o melhor resultado, com menos risco e garantindo o maior nível de segurança de voo possível”, afirma o Major-Brigadeiro Bermudez. Tudo acontece com extremo realismo, mas não é somente o lan- çamento das armas que é simulado. Para a CRUZEX V, foi criado um ce- nário fictício envolvendo três países: o agressor Vermelho, o invadido país Amarelo e o vizinho Azul. Há um contexto de interesses econômicos ligado à posse de recursos naturais Por Tenente-Jornalista Luis Humberto Leite De Brasília-DF A-1 País: Brasil Velocidade máxima: 1.020 km/h Peso total: 13 toneladas Velocidade máxima: 1.020 km/h A-29 País: Brasil Velocidade máxima: 590 km/h Peso total: 5,4 toneladas Velocidade máxima: 590 km/h
  • 19. 17 comeÇar...... e um histórico de problemas de fronteiras que resultaram em um conflito armado. É aí que os países participantes formam uma força de coalizãocomatarefarepelirainvasão e restaurar a paz. A história é muito semelhante as de conflitos recentes, como os que aconteceram nos anos 90 nos Balcãs e no Oriente Médio. Não é uma mera coincidência. O que as forças aéreas do Brasil e dos países aliados vão treinar é uma participação em operações coordenadas, como as au- torizadas pelas Nações Unidas, por exemplo.A Cruzex V será modela- da de acordo com os procedimentos empregados pela Organização do Tratado doAtlântico Norte (OTAN). Das reuniões de planejamento até a discussão sobre os resultados de cada missão, tudo acontecerá como se a guerra fosse real. No mapa da operação, o país vermelho compreende o território do Ceará, enquanto o país Azul envolve o Rio Grande do Norte, Paraiba e Pernambuco. Uma faixa entre os dois Estados fictícios representa o país Amarelo. Em Fortaleza, aeronaves da FAB farão o papel da Força Aérea Vermelha, enquanto que em Natal e Recife todos os participantes formam a força de coalizão. Também haverá desdobramentos em Mossoró (RN) , Campina Grande (PB) e Recife (PE). Mirage 2000 País: Brasil e França Velocidade máxima: 2.395 km/h Peso total: 17 toneladas Velocidade máxima: 2.395 km/h Peso total: 17 toneladas F-5EM País: Brasil Velocidade máxima: 1.954 km/h Peso total: 11,1 toneladas País: Brasil Velocidade máxima: 1.954 km/h Peso total: 11,1 toneladas
  • 20. Reportagem de CapaAerovisão 18 Sala de controle da Direção do Exercício (DIREX), o “cérebro” do treinamento Aerovisão Aeronaves de caça estrangeiras participantes da Cruzex V Reportagem de Capa Exercício simulado, treinamento real Operar de forma conjunta é um grande desafio. O primeiro é a língua. Para se entenderem perfeitamente, todos os envolvi- dos na Cruzex V deverão falar unicamente inglês. É este o idioma das coalizões, e toda a fraseologia deverá seguir um padrão interna- cional. Pilotos que nunca voaram juntos também deverão aprender a cumprirem missões complexas em parceria. Chilenos e argentinos poderão, por exemplo, fazer um ata- que protegidos por caças franceses, e controlados por brasileiros. “Operar com outras nações, de diferentes realidades históricas, sócio-culturais, econômicas, tecnoló- gicas e, consequentemente, doutriná- rias, é realmente um grande desafio, principalmente pela comunicação”, afirma o Major-Brigadeiro-do-Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez, comandante das aviações de caça e de reconhecimento da FAB. No solo, o treinamento também é intenso. Os comandantes terão que combinar estratégias e capacidades para planejar e executar cada missão de ataque ou defesa. Além de esco- lher os alvos estratégicos, planejar como atacá-los e superar as defesas inimigas, os líderes precisarão ainda conhecer muito bem a força de cada país participante e como combiná-las da forma mais eficiente. Nos hangares, mecânicos terão que manter as aeronaves sempre prontas para a próxima missão. E todos terão de operar com segurança com um número de aeronaves de combate bem maior que o usual. Para tornar o ambiente simulado ainda mais próximo da realidade, a direção do exercício coordena ainda ataques inimigos, planeja missões inesperadas e ainda introduz no ce- nário simulado variáveis de conflitos reais, como bombas que atingiram alvos civis, protestos de moradores e até propaganda política inimiga, entre outras ações possíveis. Mas longe da ficção, a preocu- pação com a segurança será sempre uma realidade. Helicópteros estarão de alerta para qualquer salvamento e um Hospital de Campanha será montado para atender qualquer necessidade. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) também garantirá a operação normal para todas as aeronaves civis com destino e partida de Natal, principal sede operacional da operação. O pá- tio militar estará cheio de aeronaves. SGTJohnson/FAB Rafale País: França Velocidade máxima: 2.390 km/h Peso total: 24,5 toneladas F-16 País: Estados Unidos e Chile Velocidade máxima: 2.414 km/h Peso total: 19,1 toneladas Aeronaves de caça estrangeiras participantes da Cruzex V Velocidade máxima: 2.390 km/h Peso total: 19,1 toneladas
  • 21. 19 A-37 País: Uruguai Velocidade máxima: 747 km/h Peso total: 6,3 toneladas SGTJohnson/FAB A Base Aérea de Natal será a principal unidade da força de coalizão Nodia13denovembro,aEsquadrilhada Fumaça estará em Natal SOPietro/FAB IA-58 País: Uruguai Velocidade máxima: 729 km/h Peso total: 6,8 toneladasPeso total: 6,8 toneladas A-4AR País: Argentina Velocidade máxima: 1.077 km/h Peso total: 11,1 toneladas 19 saiba mais - populaÇÃo poderÁ conhecer aeronaves envolvidas na cruzex Os curiosos e apaixonados pela aviação militar terão uma gran- de oportunidade durante a cruzex v de ver de perto as principais aero- naves de caça da coalizão. Na capital cearense, que no cenário fictício é a capital do país vermelho, ficarão baseados F-5EM e A-1 da Força Aérea Brasileira. Por quase um mês, os céus de Fortaleza e Natal terão ainda a presença de aeronaves estrangeiras, como os Rafale franceses e F-16 dos Estados Unidos e Chile. Essas aeronaves terão que defen- der um amplo território contra os ataques e ainda tentar surpreender o adversário com missões surpresas. Mas será a capital potiguar que terá grande presença de aeronaves, 69 no total. As pistas de pouso cons- truídas para apoiar os aliados na Segunda Guerra Mundial receberão aviões de vários modelos e missões diferentes. Somente a FAB deverá ter 35 aeronaves na capital potiguar durante a cruzex v. Campina Gran- de (PB) e Mossoró (RN) também receberão aviões e helicópteros para missões de busca e resgate. A população também poderá conhecer um pouco das aeronaves envolvidas na operação. No dia 13 de novembro acontecerá o tradicional portões-abertos na Base Aérea de Natal, que contará também com a presença da Esquadrilha da Fumaça. Peso total: 6,3 toneladas
  • 22. Aerovisão 20 Aerovisão 20 Reportagem de Capa 20 ENTENDA O conflito fictício A cruzex v é um exercício de Força Aérea, de dupla-ação, que incluirá Forças Azuis (Forças da Coalizão) contra Forças Verme- lhas (Forças Opositoras), baseado em um conflito simulado de baixa intensidade. As Forças Aéreas dos países convidados estarão compon- do a Força de Coalizão no País Azul, contra a Força Oponente, sediada no País Vermelho. No CENÁRIO FICTÍCIO, até 1945, o País Vermelho era constitu- ído por grupos étnicos que viviam harmoniosamente. O principal grupo étnico do país Vermelho era o “REDO”, que compunha a maior parte da alta sociedade do país (administração, forças armadas, policia e outros) e dominava a parte ocidental do país. Por outro lado, a parte oriental era formada por uma multiplicidade de grupos étnicos que suportavam a opressão dos REDO e eram des- prezados com freqüência. O país Vermelho e o país Azul (país vizinho) lutaram em lados opostos na II Guerra Mundial. No final da guerra, o país Azul era um dos vencedores e o país Vermelho um dos perdedores. Em 1946, para condenar e punir o comportamento do país Vermelho, a comunidade internacional decidiu dividi-lo em dois países: a parte oci- dental, batizada de país Vermelho e a parte oriental, país Amarelo. A divisão foi considerada traição pelo grupo REDO, que começou a con- vocar a população do país Vermelho para a resistência. Em 2010, o país Vermelho inva- diu e anexou parte do País Amarelo alegando proteger sua população. A maior parte da área capturada é composta por campos de petróleo. Uma resolução de segurança das Nações Unidas foi votada, exigindo a retirada das forças do país Verme- lho do país Amarelo e autorizando a constituição de uma Força de Paz. Uma grande coalizão internacio- nal foi formada, tendo como líder o país Azul, com a incumbência de ex- pulsarasForçasVermelhasdoterritó- rioAmarelo e restaurar a legalidade e a paz entre as duas nações, antes que o conflito se agrave ainda mais.
  • 23. INFORMAÇÃO - Notícias diárias do exercício estarão disponíveis pela internet, além de fotos e vídeos sobre a rotina do treinamento, em português e inglês (idioma oficial da CRU- ZEX); acompanhe o cotidiano do treinamento e entenda a importância do exercício. 2121 fique por dentro - exercÍcio cruzex poderÁ ser acompanhado pela internet Esta é a terceira vez que o exer- cício CRUZEX acontece no Nordeste brasileiro. Em 2004 e 2008, as Bases Aéreas de Natal, Fortaleza e Recife foram sede do exercício, que também aconteceu em 2006 no Centro-Oeste e em 2002 na região Sul. Neste ano, o destaque será o website onde internautas de todo o planeta poderão acompanhar cada etapa da operação. O novo site poderá ser acessado no endereço www.cruzex.aer.mil.br ou no banner da CRUZEX no portal da FAB (www.fab.mil.br). Uma no- vidade é a inclusão das chamadas mídias sociais, como o twitter, flickr, youtube, slideshare e RSS. Elas per- mitirão uma maior interatividade e visualização de vídeos e fotos. Profissionais de imprensa tam- bém poderão acessar resenhas de todo o material divulgado a respeito do exercício assim como releases e sugestões de pauta. Os jornalistas poderão ainda, de forma rápida e prática, fazer o cadastramento an- tecipado para efetuar a cobertura e participar do evento.
  • 24. Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto Antonio Saboya Burnier, comandante do COMGAR Mais de 4 mil horas de voo, sendo 3.350 horas somente em aeronaves de caça, Comandante do Esquadrão Pampa (1º/14º Grupo de Aviação), Chefe da Seção de Opera- ções do Comando de Defesa Aérea (COMDA), Chefe do Estado-Maior Conjunto do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDA- BRA), Comandante da Terceira For- ça Aérea (III FAE), Comandante do Segundo Comando Aéreo Regional (II COMAR), Vice-Chefe do Estado Maior da Aeronáutica, Secretário de Política, Estratégia e Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa, e muitos outros cargos, mis- sões e tarefas realizadas ao longo de mais de 40 anos de carreira. O Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto Antonio Saboya Burnier, hoje à frente do Comando-Geral de Ope- rações Aéreas (COMGAR) é mais que um participante da CRUZEX. Ele foi um idealizador do exercício e, na entrevista a seguir, conta como transformou um exercício em um marco para a Força Aérea Brasi- leira. Também adianta qual será o futuro da CRUZEX. AEROVISÃO - Em sua quinta edição, a CRUZEX já é considerado o maior exercício do tipo na Amé- rica Latina. Para o Brasil, qual a importância de organizar e sediar um exercício desse porte? Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gil- berto Antonio Saboya Burnier - Não resta a menor dúvida que, por ser o país de maior dimensão da América do Sul e a maior potência emergente da América Latina, o Brasil tinha que demonstrar, com suas Forças Armadas, particular- mente com sua Força Aérea, que era ca- paz de realizar um exercício compatível com o que ele representa. Na verdade, esta atividade começou com outros dois países irmãos, o Chile e a Argentina, fruto de conhecimento que adquirimos na mesma época na França. Esta par- ceria formalizou a idéia de que o Brasil planejaria e sediaria o primeiro exercício do tipo OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] na América do Sul. Possuíamos excelentes condições tanto nos meios aéreos quanto no controle do espaço aéreo. Foi por isso também que realizamos um maior número de exercí- cios nesses últimos oito anos. AEROVISÃO – A Força Aérea Brasileira continuará a participar dos exercícios organizados por estes países? Tenente-Brigadeiro Burnier - A Força Aérea Argentina e a Força Aérea Chilena tiveram o mesmo interesse que a Força Aérea Brasileira de serem capazes de implementar exercícios desse porte. Aerovisão 22 Aerovisão Reportagem de Capa 22 CRUZEX revolucionou o SDSérgio/FAB
  • 25. Eles planejaram e se capacitaram, e hoje realizam exercícios de nível OTAN de primeiríssima qualidade, e nós como Força Aérea irmã, não deixamos, e não deixaremos, de participar de nenhum, haja vista o nível de conhecimento e profissionalismo operacional que eles atingiram, semelhante ao desenvolvido nas CRUZEX no Brasil. AEROVISÃO - Quais as diferen- ças entre as operações com países vizinhos, como PERBRA, VENBRA e COLBRA, com a CRUZEX? Tenente-Brigadeiro Burnier - Os exercícios bilaterais de defesa aérea que nós fazemos com os países vizinhos não têm relação com a CRUZEX. São exer- cícios totalmente distintos da CRUZEX, onde o foco recai sobre o policiamento do espaço aéreo, a fim de garantir a soberania do espaço aéreo brasileiro e do país vizinho irmão. O inimigo comum nestes exercícios são os ilícitos transna- cionais, mormente os narco-traficantes e os contrabandistas. Por outro lado, a CRUZEX exercita uma força de coalizão envolvendo vários países, em cenários que simulam conflitos bélicos ou beli- gerâncias, em um Teatro de Operações, sob ordens da ONU [Organização das Nações Unidas]. AEROVISÃO - Uma novidade da CRUZEX V é a participação da Força Aérea dos Estados Unidos. Isso significa que o Brasil poderá participar de outras operações do nível OTAN? Tenente-Brigadeiro Burnier - Sem sombra de dúvida. Comandando, participando ou cooperando com outros países em uma força de coalizão. Graças aos exercícios CRUZEX nós nos capa- citamos para esta atividade. A bem da verdade, a FAB já participou em missões desse tipo na última década, operando a partir do Congo em uma coalizão insti- tuída pela ONU no continente africano, sob comando dos franceses. A vinda da Força Aérea Americana para o exercício é uma prova de mudança de postura em relação ao profissionalismo que eles observaram na última CRUZEX, em 2008, quando desempenharam o papel de observadores. AEROVISÃO - A CRUZEX é montada nos mesmos parâmetros da Operação Red Flag, realizada nos Estados Unidos? Tenente-Brigadeiro Burnier - Não. Existe uma diferença muito grande entre a Red Flag e a CRUZEX. A Red Flag é montada para o adestramento de unidades aéreas, para os esquadrões de voo. É feito para piloto se adestrar. A CRUZEX é montada para se exercitar o ciclo de planejamento e comando de uma operação. O exercício visa o ades- tramento da estrutura C2 [Comando e Controle] que comanda a campanha aérea. É claro que de alguma forma você também exercita os tripulantes. Estamos estudando, inclusive a ideia de se realizar o exercício como os americanos realizam, em duas fases: hoje a Red Flag é voltada para os pilotos e a Blue Flag é para o C2, não tem avião. Todas as missões aéreas são virtuais e servem apenas para gerar os eventos necessários para o andamento do exercício. Na FAB nós já praticamos isso em exercícios singulares de menor porte, pois já adquirimos e possuímos conhecimento e meios computacionais para os voos virtuais. AEROVISÃO - Como se dá a integração com as demais Forças Aéreas? Quais os principais apren- dizados que o senhor identifica? Tenente-Brigadeiro Burnier - Não existe nenhum exercício em que você não extraia ensinamento. É claro que com Forças Aéreas mais experientes a quan- tidade de informações e ensinamentos é muito maior. Mas todas elas, da maior à menor, garantem ensinamentos úteis à arte da guerra. Nesta CRUZEX, será a primeira vez que faremos um exercício com dois países do primeiro mundo, simultaneamente, e que são muito expe- rientes em operações na forma de coalizão de forças. A França e os Estados Unidos são países que participaram e estão par- ticipando de operações aéreas de guerra e que, consequentemente, vão nos repassar muitas experiências e conhecimentos não só para a FAB, mas para todas as Forças “Nesta CRUZEX, será a primeira vez que faremos um exercício com dois países do primeiro mundo, simultaneamente, e que são muito experientes em operações na forma de coalizão de forças.” 2323 emprego da Força Aérea
  • 26. Aéreas participantes da CRUZEX. AEROVISÃO - Esta integração, então, é o grande objetivo da CRUZEX? Tenente-Brigadeiro Burnier - O grande “gol” que nós temos em um exercício dessa magnitude é a aproxi- mação e a integração entre as Forças Aéreas no dia-a-dia e no intercâmbio de ideias, além do importante conhecimento pessoal dos militares de outros países. Esses tenentes de hoje que estarão vo- ando juntos na ala um do outro, daqui a trinta anos estarão realizando o exercício CRUZEX como coronéis ou brigadeiros de suas Forças Aéreas e se lembrando daquilo que eles vivenciaram no início de suas carreiras. Hoje, depois de quatro CRUZEX (Brasil), duas SALITRE (Chile) e uma CEIBO (Argentina), nós possuímos inúmeros militares, de vários postos e graduações, que se conhecem pessoalmente, e que, em muitos casos, mantém um estreito relacionamento de amizade que perdurará até o final das suas carreiras. AEROVISÃO - Além da aviação de caça, a CRUZEX conta com vá- rias unidades da FAB envolvidas na operação. Qual a ideia dessa inserção de meios e quais os planos para a CRUZEX V? Tenente-Brigadeiro Burnier – A operação foi evoluindo a cada realização, nós fomos, aos poucos, inserindo outras aviações, outros equipamentos e outros cenários no exercício. Além de modifi- cações de pequeno porte, incluímos as missões de Combate-SAR, missões de reconhecimento eletrônico, missões de transporte de tropa e de resgate de não combatentes e, também, a participação de Comandos Colaterais das demais Forças Singulares Brasileiras. Uma Força Naval Componente e uma Força Terrestre Componente foram incluídas no exercício, a fim de gerar os eventos necessários para um planejamento conjunto, agregando as ações de apoio às Forças de Superfície para a Força Aérea Componente. Neste ano inclui- remos algumas outras novidades. A coalizão, que sempre operou a partir de uma mesma localidade, vai operar em mais de uma base aérea. Isso gera um sem número de problemas de meios de telecomunicações para se transmitir as ordens e os relatórios, para se fazer as coordenações, para se ministrar os O Tenente-Brigadeiro-do-Ar Burnier foi um idealizador do exercício CRUZEX, hoje a maior operação de Forças Aéreas da América Latina ArquivoPessoal Aerovisão 24 Aerovisão Reportagem de Capa 24
  • 27. briefings e debriefings, etc... Colocamos as aviações de controle e alarme em vôo, de reabastecimento em voo, de reconhe- cimento e de transporte de tropa, nacio- nais e estrangeiras, operando a partir de Recife, e os aviões de caça, também de todos os participantes, a partir de Natal. Este será um cenário novo que acrescentará mais uma dificuldade na coordenação e nos enlaces, objetivando uma postura mais realista, totalmente diferente da última CRUZEX. Outro degrau a ser subido este ano será um redesdobramento no meio da Operação. Nós vamos iniciar o exercício com a força de coalizão em uma localidade e depois movimentar parte dessa estrutura para outra localidade. Estas inserções de difi- culdades logísticas e operacionais é que vão trazendo o conhecimento, a doutrina e a simplificação dos procedimentos, gerando o crescimento da capacidade operacional para todas as Forças Aéreas participantes do exercício. AEROVISÃO - Desde a primeira CRUZEX, em 2002, já se passaram oito anos. Neste período, a FAB praticamente substituiu ou moder- nizou quase todos os seus caças. O que houve de acréscimo na ca- pacidade brasileira com o advento destas novas tecnologias? Tenente-Brigadeiro Burnier – Foram inúmeros os benefícios que nós tivemos com o advento da CRUZEX. Só para citar um exemplo, na primeira, oito anos atrás, nós não tínhamos o avião de controle e alarme em vôo (CAV). Naquele tempo nós tivemos que usar uma aeronave CAV de outro país par- ticipante. A partir de 2004, o controle do espaço aéreo já foi feito por aeronave brasileira [E-99], em parceria com ou- tra, ainda na fase de aprendizado, mas já com nosso avião voando. A partir de 2006 então, assumimos todo o controle do espaço aéreo da área do exercício. A modernização do controle do espaço aéreo, com datalinks utilizados entre os COPM (Centros de Operações Milita- res) no solo e as aeronaves de controle e alarme em voo, também foi um enorme “upgrade” em termos de utilização das Forças Aéreas da coalizão. Significati- vamente, a diferença foi nas missões de “Defensive Counter Actions” (DCA), que são as missões de defesa aérea em que a capacidade dos nossos aviões cresceu sobremaneira em relação ao passado, tanto na parte defensiva, fazendo patru- lha aérea de combate ou alertas em voo, quanto na parte ofensiva nas escoltas às aeronaves de ataque. Desta forma, com o uso dessas aeronaves de CAV e o trabalho integrado com os COPM tivemos um aumento significativo na consciência situacional das equipagens de combate envolvidas, mormente quando da utili- zação de mísseis acima do alcance visual (BVR), os quais modificam os cenários para o inimigo, gerando um aumento no nosso adestramento, na nossa maneira de engajar os aviões hostis, afetando a quantidade de aviões utilizados em cada missão. Isso modifica todo o pla- nejamento de operações aéreas em um teatro de operações. AEROVISÃO - Há a possibilida- de da FAB passar a utilizar VANTs em operações aéreas? Tenente-Brigadeiro Burnier - O VANT [Veículo Aéreo Não-Tripulado] é um meio aéreo moderno que terá seu uso obrigatório em qualquer campanha aérea no futuro. Ele ainda é embrionário na FAB e está sendo desenvolvido para ser utilizado de inúmeras formas, mas, obrigatoriamente, eu vejo que na próxi- ma CRUZEX nós já teremos operações de VANT em cenários variados. Eu não “O grande ‘gol’ que nós temos em um exercício dessa magnitude é a aproximação e a integração entre as Forças Aéreas no dia- a-dia e no intercâmbio de ideias, além do importante conhecimento pessoal dos militares de outros países.” Tenente-Brigadeiro-do-Ar Gilberto Antonio Saboya Burnier: a operação CRUZEX vem evoluindo a cada edição, com a inserção de diferentes aviações e equipamentos ArquivoPessoal 2525
  • 28. tenho dúvida que isso virá a acontecer, não só na CRUZEX, mas também, em outros exercícios da FAB e do Ministério daDefesa.Éumaferramentade futuroque temprovadoasuanecessidadeemtodosos conflitos que estão ocorrendo pelo mundo, sem falar no uso de VANT em atividades civis que começam a ocorrer no Brasil. AEROVISÃO - Há alguma mu- dança prevista para as próximas ediçõesdaCRUZEX,depoisde2010? Tenente-Brigadeiro Burnier - A primeira grande mudança a ser intro- duzida é a periodicidade do exercício, passando-se a realizá-lo a cada três anos, de forma a permitir que os outros parceiros na América do Sul façam seus exercícios nos intervalos. A segunda ideia é dividirmos a operação em dois exercícios: um voltado para a atividade de Comando e Controle, exercitando o comandamento de uma Força Aérea em combate, e outro visando, essencialmente, o treinamento dos pilotos e tripulações nas operações aéreas. Esta metodologia de ações separadas visa a redução de custos e a maximização do aprendizado, fato este que vem sendo demonstrado e utilizado por vários países do primeiro mundo. Por outro lado, o COMGAR tem intenção de manter, com maior frequência do que fazíamos, osexercíciossingularesdaFAB, conhecidos como OPERAER, estes sim, voltados para o adestramento de toda a cadeia de uma Força Aérea em combate, incluindo a estrutura de C2 [Comando e Controle] e as tripulações. AEROVISÃO - Essa é a terceira edição da CRUZEX em Natal, de- pois de 2004 e 2008. Porque sediar a operação na capital potiguar? Tenente-Brigadeiro Burnier - Nós não possuímos na FAB uma área específi- ca para fazer exercícios desse porte. É in- tenção da FAB possuir uma área dessas e, particularmente, dispomos em Cachimbo (PA) do espaço aéreo e terrestre necessá- rio para desenvolver estas operações, sem causar prejuízo aos demais usuários do espaço aéreo nacional. A semelhança do que existe nos EUA, na Base Aérea de Nellis, em Nevada, bem como da área existente no Canadá, na Base Aérea de Cold Lake, pretendemos preparar a nos- sa área, a fim de atendermos a todos os cenários possíveis de serem encontrados no desenrolar de uma campanha aérea. Desta feita, como atualmente não pos- suímos uma área específica, investimos em áreas com menor volume de tráfego aéreo civil. Então o Nordeste se destacou, pois além de ser uma região com baixa densidade de voos comerciais, possui a infraestrutura aeronáutica necessária com capacidade de absorver todos os meios de pessoal e de material necessários para atender uma Operação CRUZEX. Além disso, os meios de tecnologia da informação e telecomunicações que atendem este tipo de exercício é muito grande e nós já investimos uma grande quantidade de recursos em nossas bases aéreas lá sediadas com esta finalidade, particularmente na Base Aérea de Natal, situada na capital potiguar. Não seria lógico termos feito isso para um exercício e depois subtrairmos tudo de novo para realizarmos o mesmo em outro local. AEROVISÃO - O senhor citou a questão do tráfego aéreo. Como fica a segurança das operações aéreas comerciais durante o exercício? Tenente-Brigadeiro Burnier - Nós acompanhamos o aumento do volume de vôos naquela região, no entanto, este aumento não chega a afetar os voos da CRUZEX. Hoje, nós possuímos a capa- cidade de coordenar todo o tráfego aéreo na região com total segurança e fluidez. Temos a experiência de muitos anos que nos permite executar o exercício sem nenhum problema mesmo com o cresci- mento do tráfego civil nos próximos dez anos na área do Nordeste. Além disso, o Brasil, particularmente o DECEA, órgão responsável pelo controle do espaço aéreo, está equipado com meios de controle de última geração e pessoal muito bem trei- nado, haja vista o ranking alcançado na última auditoria sofrida pelo sistema em 2009, quando fomos considerados possui- dores de um dos cinco melhores sistemas de controle de tráfego aéreo do mundo. AEROVISÃO - De que forma os conhecimentos aprendidos nas edições da CRUZEX alteram a ope- racionalidade da FAB? Tenente-Brigadeiro Burnier – A resposta para essa pergunta é bem fácil. Em menos de dez anos a Força Aérea Brasileira modificou totalmente a sua forma de empregar o poder aeroespacial. Até então, operávamos de forma seme- lhante ao que foi empregado na guerra do Vietnã e outras, das décadas de 70 e 80. Por meio de um processo de lições apren- didas, disseminamos internamente, para todos os níveis, manuais doutrinários, documentos e normas operacionais que são adaptados a cada novo conhecimen- to. Criamos cursos e estágios para os nossos militares, visando a especiali- “Em menos de dez anos a Força Aérea Brasileira modificou totalmente a sua forma de empregar o poder aeroespacial. Até então, operávamos de forma semelhante ao que foi empregado na guerra do Vietnã e outras, das décadas de 70 e 80.” Aerovisão 26 Aerovisão Reportagem de Capa 26
  • 29. zação nas diversas atividades que são desenvolvidas nas modernas operações aéreas em combate. Mas talvez a maior mudança que realizamos foi a adaptação do currículo do Curso de Comando e Estado-Maior, o que é ministrado na ECEMAR [Escola de Comando e Es- tado-Maior da Aeronáutica] para todos os oficiais superiores da Força Aérea. A modernidade e os conhecimentos que são ministrados neste curso para todos que vão comandar unidades aéreas e, também, para aqueles que vão compor os estados-maiores operacionais não ficam atrás do que é ensinado nas melhores Forças Aéreas do mundo. AEROVISÃO - Além dos meios militares, como a CRUZEX tem se integrado com a sociedade? Tenente-Brigadeiro Burnier - Algum tempo atrás, nós realizávamos exercícios na FAB que ninguém no Brasil sabia que o mesmo estava acontecendo. Atualmente, com todas as facilidades de comunicação social que possuímos não fazemos nada sem que a sociedade saiba e participe intensamente dos exercícios. Por meio da internet temos divulgado todas as ações aéreas que ocorrem nas operações, permitindo a interação da população civil em cada passo do exer- cício, e divulgando o nosso trabalho de adestramento, que visa, exclusivamente, garantir a soberania do espaço aéreo brasileiro. Além disso, desde a primeira CRUZEX, temos conseguido montar, com diversas universidades localizadas nas cidades sede das operações, estágios curriculares nas áreas de comunicação social, jornalismo e relações públicas, visando a participação de estudantes universitários, os quais tem a oportuni- dade de mostrar o seu trabalho e formar um currículo acadêmico de peso, por ter participado de um exercício deste tipo. São pessoas que virão a ser formadoras de opinião neste país, mostrando o trabalho profissional e sério que é realizado dentro do âmbito militar, particularmente na Força Aérea para a garantia da sobera- nia do espaço aéreo brasileiro. A certeza de que estamos no caminho certo, para mim, foi ver que a partir de 2006, várias Forças Aéreas, inclusive algumas do primeiro mundo, passaram a adotar esta mesma prática com suas universidades, em exercícios realizados em seus países. AEROVISÃO - Brigadeiro, o senhor foi um dos idealizadores da CRUZEX e estava lá, em 2002, quando o primeiro avião estran- geiro chegou ao Brasil. Este ano, também estará presente quando a última aeronave decolar depois de finalizada a CRUZEX já em sua quinta edição. Qual a sensação do senhor ao ver o sucesso da operação Cruzeiro do Sul? Tenente-Brigadeiro Burnier – Realmente é um prazer muito grande. Você ver que foi capaz de agregar um conhecimento deste nível para a Força Aérea envaidece qualquer um de nós que aqui labutamos. Aquilo que ini- ciamos junto com uns poucos hoje se transformou em uma tropa de profundo conhecedores na área de emprego do poder aéreo, permeando todos os nossos comandos operacionais, todas nossas unidades aéreas, enfim, todos os nossos modernos guerreiros. Posso dizer com tranqüilidade que hoje dispomos de um número significativo de militares que são doutores na atividade de Comando e Controle. Posso garantir a vocês que aqueles alunos de então passaram de passagem pelo mestre. Graças a Deus! Para encerrar, gostaria de lhes dizer que me sinto totalmente realizado ao constatar que os combatentes do ar de hoje não conhecem outra forma de cum- prir a missão que não seja aquela que lhes transmitimos. Sinto-me satisfeito em ver que hoje dispomos na FAB de uma estrutura de comando e controle totalmente implantada e sedimentada em todos os níveis de emprego da Força. Finalmente, me sinto orgulhoso de ter sido aquele Coronel, que nos idos de 2001, convenceu o então Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Carlos de Almeida Baptista, a realizar a primeira operação CRUZEX. Asseguro- lhes que estarei em Natal no dia 20 de no- vembro, esperando a decolagem da última aeronave, com apenas um pensamento: MISSÃO CUMPRIDA! Noventa e duas aeronaves de seis nações estarão envolvidas na CRUZEX V SDDelgado/FAB 2727
  • 30. Aerovisão 28 Controle do Tráfego AéreoAerovisão 28 Aeronáuticaentraemcampo para a Copa de 2014 Planejamento e investimentos garantirão ao país fazer frente ao aumento do tráfego aéreo esperado para os eventos internacionais sediados no Brasil: Copa do Mundo e Olimpíadas Por Tenente-Jornalista César Guerrero De Brasília-DF Um dos grandes desafios que a realização de um evento global como a Copa do Mundo de futebol impõe é o aumento do número de voos. Do ponto de vista do controle de tráfego aéreo, o Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP) já está trabalhando para oferecer todas as condições neces- sárias para a realização do evento, em 2014. Responsável pelo controle do tráfego aéreo nas Terminais Rio e São Paulo, a área de maior movimento aéreo no país, o SRPV já está com o planejamento adian- tado para atender as demandas, não só do mundial da FIFA como também dos Jogos Olímpicos de 2016. “Mantendo-se a previsão de investimentos no Sistema de Con- trole do Espaço Aéreo Brasileiro, no ano de 2013 estaremos capacitados a gerenciar o movimento do tráfego Aéreo previsto para 2016”, afirma o chefe do SRPV-SP, coronel-aviador Frederico José Moretti da Silveira. O planejamento já está sendo implementado. No início do ano o órgão podia controlar simultanea- mente 30 aeronaves. Essa capacidade SDSilvaLopes/FAB
  • 31. 2929 já subiu 50% e, em junho, o SRPV-SP conseguia controlar 45 aeronaves si- multaneamente.Até 2012, essa capa- cidade irá subir ainda mais e atingir 60 tráfegos ao mesmo tempo. “Desde 2007, somente na região controlada pelo SRPV-SP, que engloba os aero- portos de Viracopos, Congonhas, Guarulhos, em São Paulo e Galeão e Santos Dumont, no Rio de Janei- ro, já foram investidos 150 milhões de reais e até 2013 esse valor será dobrado”, afirma o coronel Moretti. Os investimentos englobam a aquisição de equipamentos de últi- ma geração, como dois ILS (Instru- ment Landing Systen) categoria III, que serão instalados em Guarulhos e no Galeão e que permitem que os pilotos pousem em condições meteorológicas extremas, como ne- blina intensa e “teto zero”. “Isso vai permitir que a pista do aeroporto de Guarulhos não seja interditada por neblina na mesma intensidade que é hoje”, explica o Coronel Moretti. Também está prevista a inaugu- ração em 2011 da nova torre de con- trole do aeroporto de Congonhas, que vai ganhar também uma nova casa de força. Esses investimentos fazem parte de um plano estratégico que pretende capacitar o órgão para a demanda de tráfego aéreo até 2020. De acordo com o chefe do SRPV-SP , a Copa e as Olimpíadas irão passar, “Mantendo- se a previsão de investimentos no Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, no ano de 2013 estaremos capacitados a gerenciar o movimento do tráfego Aéreo previsto para 2016”, afirma o chefe do SRPV-SP, coronel- aviador Frederico José Moretti da Silveira. mas o movimento aéreo continu- ará intenso porque esses eventos aumentam a visibilidade do país e acabam provocando um acréscimo no fluxo de turismo e negócios para a região-sede. Centro de Controle de Área de Brasília, um dos maiores do país Logomarca escolhida para a Copa do Mundo de 2014 SGTJohnson/FAB Logomarca escolhida para a Copa do Mundo de 2014
  • 32. Atletas da equipe de Taekwondo, que representarão o Brasil Aerovisão 30 AerovisãoAerovisão Jogos Mundiais Militares 30 Atletas esperança e exemp Atletas da equipe de Taekwondo, que representarão o Brasil 303030 esperança e exempesperança e exemp
  • 33. 31 Amenos de um ano para os 5º Jogos Mundiais Militares que acontecem em 2011, no Rio de Janeiro, atletas da Força Aérea Brasileira (FAB) preparam-se para representar o 31 de ouro: plo na corporação Brasil em diversas modalidades da competição. Conheça um pouco das equipes que vestem azul no dia-a- dia e que estarão no mundial. (Por Tenente-Jornalista Adriana Alvarez) Fotos:CDA
  • 34. Aerovisão 3232 Eles escolheram ser militares e se tornaram atletas. Eles sacri- ficaram o próprio tempo, os finais de semana, o descanso depois do trabalho... tudo com um único pro- pósito: alcançar a excelência de um verdadeiro ‘Homo Olympicus- Ci- tius, Altius, Fortius’, que em grego significa mais rápido, mais alto, mais forte. Pois 39 atletas da Força Aérea Brasileira (FAB) incorporaram a disciplina não apenas no trabalho, mas também na vida, e superam a si mesmos a cada dia. Eles represen- tarão o Brasil no mundial de 2011. “Administro o tempo entre o voo, o trabalho administrativo, a instru- ção com os cadetes e o treinamento”, ressalta o Capitão Eduardo Utzig Silva, da Academia da Força Aérea (AFA), um dos atletas da equipe titular do Pentatlo Aeronáutico. Dos vinte esportes da competi- ção, a FAB, por meio da Comissão de Desporto Aeronáutico (CDA), ficou responsável pela gerência do processo de treinamento das equipes de Taekwondo, Corrida de Orienta- ção, Natação e Pentatlo Aeronáutico das ForçasArmadas.ACDAtambém montou um centro de treinamento para a equipe de Taekwondo, ofere- cendo desde refeições balanceadas até profissionais para o preparo téc- nico e físico. O professor Enoir Fer- reira dos Santos, treinador de atletas que compõem a seleção brasileira de Taekwondo, treina a equipe militar que irá representar o país nos Jogos Mundiais e destaca a estrutura mon- tada pela CDA. “O fato dos atletas terem todo o tempo disponível para o treinamento, dispondo de uma Atletas da Força Aérea representarão o Brasil em diversas modalidades, como o Pentatlo, que reúne vários esportes, como a esgrima e a corrida de orientação Aerovisão Jogos Mundiais Militares
  • 35. 3333 estrutura de alojamento, refeições balanceadas, apoio médico e um treinamento específico é um avanço muito grande, possibilitando um resultado positivo nas competições”, afirma o professor. A convocação dos atletas pela FAB foi feita com base na análise dos índices dos próprios atletas da cor- poração. “Selecionamos aqueles que já tinham participado de importan- tes competições e que tinham bons índices de desempenho”, afirma o Vice-Presidente da CDA, Coronel- Aviador Jorge Luz Vasconcellos. No caso do Taekwondo, segun- do ele, foi lançado um edital de convocação e uma equipe técnica realizou os testes naqueles atletas que mostraram um melhor desem- penho nas etapas seletivas. Importância - A educação física na rotina do militar é muito impor- tante, além de torná-lo apto para a própria carreira, desperta o cuidado com a saúde. De quebra, a FAB tem a oportunidade de conhecer seus talentos. Muitos dos representantes para os Jogos Mundiais Militares conheceram o esporte que irão re- presentar no dia-a-dia da profissão. Atletas das equipes de Taekwondo e tiro estão em preparação avançada para os Jogos Mundiais
  • 36. Aerovisão 3434 “Sempre fiz esporte e fui muito ativo. Pratiquei ginástica olímpica, basque- te, vôlei, futebol, e também nadava, mas foi naAcademia da ForçaAérea que tive a oportunidade de conhe- cer o pentatlo aeronáutico”, conta o Capitão Utzig que, já no terceiro ano da AFA, começou a colecionar títulos na carreira. Durante as missões, o militar também encontrava uma maneira de não parar de treinar e manter o condicionamento. “Lembro quando participei de uma missão em Ca- chimbo e para não ficar sem treinar, nadava contra a correnteza em um rio que tem lá”, recorda. Treinamento - No caso específico do Pentatlo Aeronáutico, como os atletas servem em organizações por todo o Brasil, é muito importante que cada integrante mantenha a discipli- na consciente para que o rendimento da equipe possa ser satisfatório. O Major Paulo Sérgio Porto explica que a equipe de pentatlo trabalha com dois modelos de treinamento. “A equipe se encontra nas compe- tições (nacional e internacional), geralmente uma semana a cada 45 dias, onde temos a oportunidade de discutirmos as estratégias de prova Veja os resultados dos atletas do Pentatlo Aeronáutico nas últimas competições: PAIM 2010 - Salamanca - Espanha - Segundo por equipe Cap Utzig (AFA) - 3º lugar Individual Geral PAIM 2009 - Uppsala na Suécia - Terceiro por equipe Maj Paulo (CCASJ) - 4º lugar Individual Geral Ten Kuroswiski (1GAC) - 6º lugar Individual Geral PAIM 2008 - Tikakoskki - Finlandia - Segundo por equipe Ten Kuroswiski (1GAC) - 5º lugar Individual Geral PAIM 2007 - República Tcheca - Segundo por equipe Maj Paulo (CCASJ) - 4º lugar Individual Geral Cap Utzig (AFA) - 5º lugar Individual Geral PAIM 2006 - Pirassununga (AFA) - Brasil - Campeões pela terceira vez TC Carlos Leite (EPCAR) - 3º lugar Individual Geral Maj Paulo (CCASJ) - 4º lugar Individual Geral e nos interagirmos. O outro tipo são os treinamentos que cada um realiza sozinho nas suas unidades.”. A chance de representar a FAB em competições importantes, como os Jogos Mundiais Militares é re- compensadora e compensa a rotina intensa de treinamento, segundo o Adisciplina consciente ajuda na preparação dos atletas que buscarão medalhas Aerovisão Jogos Mundiais Militares “É muito gratificante representar a FAB e o Brasil.”
  • 37. 3535 Outra grande promessa da FAB para os Jogos Mundiais é a equipe de tiro. Um dos representan- tes da equipe é o Tenente-Coronel- Aviador Julio Antonio de Souza e Almeida, do efetivo da CDA, conhe- cido do público pelas expressivas marcas alcançadas em competições internacionais, como a medalha de prata nos Jogos Pan-americanos no Rio de Janeiro (categoria pistola de ar na distância de 10 metros), o que lhe rendeu uma vaga nas Olimpíadas de Pequim, em 2008. No último mês, o Tenente-Coronel Júlio alcançou, ainda, a segunda colocação na mo- dalidade fogo central individual, no Campeonato Mundial de Tiro, em Munique, na Alemanha, umas das principais modalidades dos Jogos Militares de 2011. Em relação à preparação para a competição do ano que vem, o Tenente-Coronel Júlio vem dividin- do seus horários entre o trabalho e os Equipe de Tiro será uma das promessas no Mundial treinamentos. “Pela manhã, eu treino e, no período da tarde, realizo meu trabalho na CDA”. O oficial destaca, também, o apoio que vem recebendo da FAB, fator que considera essen- cial no seu desempenho. “A parte mais importante do tiro é a técnica. Exercito bastante a concentração e no momento da prova, procuro con- trolar a respiração, os pensamentos, para me concentrar totalmente na performance da prova”, ressalta. Major Paulo. “É muito gratificante representar a FAB e o Brasil. Não tem como explicar a emoção quando es- tamosnascompetiçõesinternacionais e conseguimos um bom resultado”. Especialmente no Pentatlo Aeronáu- tico,todososparticipantessãooficiais aviadores que entram na disputa dos Jogos Mundiais como uma das equipes favoritas à medalha de ouro. Na contagem regressiva para os jogos, o Coronel Vasconcellos desta- ca que, ainda, há possibilidades de novos atletas serem chamados para integrar as equipes. “A CDA vem realizando um trabalho de pesquisa para encontrar militares da FAB que possam representar bem o Brasil na competição”, conclui. Militares da FAB, de diversas organizações do país, integram as equipes que estarão nos Jogos Militares de 2011, no Rio de Janeiro O Tenente-Coronel Júlio Antonio de Souza já representou o Brasil nas Olimpíadas performance da prova”, ressalta.
  • 39. 3737 Força Aérea monta simulador inédito na América do Sul Investimento reduziu custos de formação e melhorou a preparação de tripulantes da aeronave de transporte C-105 Amazonas Por Tenente-Jornalista Alessandro Silva e Tenente-Relações Públicas Aretha Souza Lins De Brasília (DF) e de Manaus (AM) Imagine poder planejar uma missão, sentar na cabine de um avião e atravessar voan- do a Cordilheira dos Andes. Ainda passar por turbulências e por problemas típicos de um voo. Agora, pense que foi possível fazer tudo isso sem sair de Manaus, no coração da Floresta Amazônica, uma região de relevo completamente diferente da cadeia de mon- tanhas que atravessa a América do Sul. Pois dessa forma, pilotos de transporte da Força Aérea Brasileira (FAB) treinaram para a tra- vessia da Cordilheira dosAndes, ocorrida no primeiro semestre, em apoio ao deslocamento de aeronaves T-27 Tucano da Esquadrilha da Fumaça que esteve no Chile e na Argentina para apresentações internacionais.
  • 40. Aerovisão 3838 Operacional O equipamento usado é um simulador da aeronave C-105 Ama- zonas, o modelo de transporte que substituiu os lendários C-115 Buffa- los na região Norte do país. Nele, pilotos militares podem treinar as mais diversas situações, como o voo básico e por instrumen- tos, além do lançamento de cargas e outras missões típicas da aviação de transporte. O aparelho é considerado como de última geração e não há similar abaixo da linha do Equador, seja na esfera civil ou militar. Nos primeiros quatro meses do ano, 106 pilotos da FAB passaram pelo simulador. Entre as principais vantagens da utilização do aparelho estão a possibilidade de simular con- dições que não seriam possíveis em situaçõesreais,alémdobarateamento dos custos de formação das tripula- ções e de redução de horas de voo. A FAB investiu cerca de US$ 8,5 milhões no equipamento que é de última geração. Apenas no pri- meiro ano de uso, a ser completado em fevereiro de 2011, o simulador representará uma economia de aproximadamente US$ 6,5 milhões, levando em conta os custos de trei- namento necessários para a prepa- ração e manutenção operacional de pilotos. “Em 11 mil horas de voo, ou até dois anos de uso, o simulador se paga e, de quebra, também o prédio construído para abrigá-lo e o treinamento dos oficiais”, afirma o comandante do simulador, Capitão- Aviador Samuel Siqueira. Os custos de horas de voo serão inferiores em relação aos do voo real, permitindo, assim, que haja signifi- cante economia de recursos para a preparação dos pilotos. Cerca de 200 tripulantes de três esquadrões de transporte e de busca e salvamento da FAB - 1°/9° GAv, 1°/15° GAv e 2°/10° GAv - serão for- mados anualmente pelo simulador. As unidades estão sediadas em Ma- naus (AM) e Campo Grande (MS). O simulador - Fabricado pela CanadianAviations Eletronics, o Full Flight Simulator C-105 Amazonas possui capacidade de reproduzir to- das as condições de voo por meio de um sistema de movimentação elétri- ca (Electric Mechanical Motion), que reproduz uma força gravitacional de até “3G” – para saber o que é isso em um voo, basta multiplicar o seu peso por três e imaginar o impacto disso em uma missão. A aeronave foi reconstruída virtualmente e possui telas que apre- sentam imagens em 3D, reprodução completa em “cockpit”, com instru- mentos, equipamentos idênticos aos A aquisição do equipamento melhorarou a formação dos pilotos, trazendo economia de recursos para a Força Aérea
  • 41. 3939 Aeronave adaptou-se bem à região Norte do país Aregião Amazônica é uma área de muito calor e umidade, onde equipamentos eletrônicos de alta tecnologia estão sempre sujeitos as intempéries. Mas não foi o que aconteceu com o C-105. Segundo o Brigadeiro-do-Ar Umile Rende Neto, comandante da aviação de transporte da Força Aérea (V FAE), o avião Amazonas chegou e operou com uma confiabilidade muito boa. “A aeronave possui características de autonomia que nos garantem um maior conforto e segurança do que quando operávamos com o C-115 Buffalo, por exemplo. O C-115 possuía excelentes características de pouso e decolagem em pistas curtas e não preparadas, mas tinha restri- ções de autonomia. O Amazonas permite uma operação muito mais confortável e segura, porque lá as distâncias são muito grandes”, disse. Segundo o comandante da V FAE, a aeronave resistiu bem ao calor, à umidade e às pistas não preparadas. “É bem verdade que atualmente, o número desse tipo de pistas diminuiu muito na Amazô- nia, mas existem algumas que cons- tantemente exigem manutenção. Mas o Amazonas, com sua asa alta e excelentes características, opera muito bem”, destacou. A Comissão dos Aeroportos da Região Amazônica (COMARA) realiza um importante trabalho na região Amazônica para a recupera- ção e manutenção de pistas na região Norte do país. “Hoje, na Amazônia, bem poucas nas quais operamos são consideradas rudimentares.” As demais recebem quase todas as aeronaves de transporte da FAB sem maiores problemas. O que não quer dizer que sempre estão em boas condições, pois a manutenção não é fácil. A velocidade de recuperação, frente à velocidade de deterioração, especialmente, em algumas épocas do ano é bastante difícil. Só que a operação não pára. E o Amazonas tem respondido bem, mesmo ope- rando em pistas que, às vezes, não estão em suas plenas condições”, afirmou o comandante da V FAE. (Com informações da Revista Força Aérea) da aeronave e grande número de peças intercambiáveis. As situações vividas durante um voo real são simuladas, sendo possí- vel uma análise mais detalhada com o congelamento do cenário e retorno a situações anteriores que possibili- tam um aprendizado considerado ideal para o voo real. O equipamento possibilita ainda a preparação dos pilotos para o voo noturno, com o emprego de NVG (Night Vision Googles) em situações simuladas de combate. O simulador do C-105Amazonas começou a ser instalado em maio de 2008, na Base Aérea de Manaus, fase que envolveu o trabalho de aproximadamente 30 técnicos - cana- denses, espanhóis e brasileiros, que permaneceram na cidade de Manaus durante os três primeiros meses que serviram como fase de implantação do equipamento, montagem e testes. O Comandante daAeronáutica, Tenente-Brigadeiro-do-Ar Juniti Saito, em visita ao simulador da aeronave Amazonas (C-105), na Base Aérea de Manaus
  • 42. Aerovisão 4040 Aerovisão “Catalina”: símbolo da integração brasileira Por Tenente-Jornalista Flávio Nishimori De Brasília-DF “Robusto”. Assim o Coronel Aviador R1 Namio Umehara define o “Catalina”, um dos aviões ícones da Aviação de Patrulha e Transporte responsável pela inte- gração nacional por meio das linhas do Correio Aéreo Nacional (CAN). “Para a época era uma avião ideal, pois havia uma escassez de pistas na Amazônia. Com ele podíamos pousar nos rios, que eram, muitas ve- zes, as únicas formas de chegarmos aos pontos mais remotos”, explica o Coronel Umehara, que acumulou 1,6 mil horas de vôo no Catalina. Com capacidade para cinco tri- pulantes, o Consolidated Vultee 28 – “Catalina”- era um avião anfíbio destinado a missões de patrulha marítima. Voou pela primeira vez em 1935, sendo utilizado por vários países com grande eficiência, antes, durante e após a Segunda Guerra Mundial. Introduzido na Marinha Americana (US Navy) em 1936, a aeronave teve seu uso ininterrupto por forças aéreas nos anos 70. As principais características do Catalina eram a robustez e a versatilidade. O avião foi criado em resposta ao Aeronaves Históricas Fotos:BancodeDados/CECOMSAER
  • 43. 4141 requerimento de 1933 da Marinha Americana para um protótipo que substituísse o Consolidated P2Y e o Martin P3M com um novo hidro- avião com características de bombar- deiro e patrulha, para longo alcance e com grande capacidade de carga. AForçaAéreaBrasileiraoperoues- ses aviões, de 1943 a 1982, em missões de patrulha naval e do Correio Aéreo Nacional. Uma das atuações memo- ráveis do Catalina foi na Segunda Guerra Mundial no episódio do afundamento do submarino alemão U-199. O Catalina da FAB, pilotado pelo 2º Tenente-Aviador Alberto Martins Torres, foi o responsável pela façanha.Aaeronave estava executan- do uma missão de varredura nas pro- ximidades de Cabo Frio e se dirigiu à área onde se encontrava o U-199 para atacá-lo. O Catalina efetuou uma primeira passagem e conseguiu três impactos diretos de bombas de profundidade. O lançamento certeiro com a quarta bomba selou o destino do U-199 que afundou na posição de coordenadas 23°54’S e 42°54’W. O PA-2 lançou botes salva-vidas para os 12 tripulantes do submarino. Ficha Técnica Fabricante: Boeing Aircraft of Ca- nada Ltd - Canadá, sob licença da The Consolidated Vultee Aircraft Corporation - Estados Unidos. Motor: 2 Pratt & Whitney R-1830- 92 de 1.200 hp, radial de 14 cilindros. Designação Militar: C-10A Comprimento: 19,52 m Envergadura: 31,72 m Altura: 5,65 m Peso Vazio: 7.974 kg Velocidade Máxima: 314 km/h Alcance: 4.030 km
  • 44. Aerovisão 42 Aerovisão 42 cas projetadas pela Naval Aircraft Factory.AUnião Soviética produziu, sob licença, uma versão própria para sua Marinha batizado de GST e impulsionado por motores radiais Mikulin M-62. A Boeing Aircraft do Canadá produziu o PB2B-1 e PB2B- 2, e a Canadian Vickers, um modelo derivado do PBY-5A. No Exército era conhecido como OA-10A (PBY- 5A) e OA-10B (PBY-6A). O Royal Air Force’s Coastal Command voou Catalinas com a designação Catalina Mk I/II/III/IV. Um total de aproximadamente 4 mil unidades foram produzidos entre 1936 e 1945. Devido a sua popularidade ao redor do mundo, era raro uma batalha marítima na Segunda Guerra em que a aeronave não tivesse participado. Os Catalinas também provaram eficiência em missões de busca e resgate. Após a Segunda Guerra, o PBY continuou no serviço de busca e salvamento em muitos países da América Central e do Sul assim como na Dinamarca até os anos 70. “O avião era lento. Para se ter uma ideia, em uma missão saímos às 5 horas da manhã do Rio e chegamos em Belém às 8 da noite. Era muito cansativo. Por outro lado, um dos pontos positivos era sua au- tonomia de 17 horas de voo”, explica o coronel Umehara. “O avião era muito versátil e servia até mesmo de hospital. A bordo levávamos quatro macas para transportar os enfermos para Manaus.” A aeronave também foi de suma importância nas linhas do CAN prestando importantes serviços à população da região Amazônica. O Suboficial João Alfredo de Oliveira foi um dos militares que trabalhou como rádio operador telegrafista em uma aeronave Catalina em 1969 nas linhas do CAN. Ele relembra como a aeronave era imprescindível para as populações ribeirinhas atendidas. “O avião era muito versátil e servia até mesmo de hospital. A bordo levávamos quatro macas para trans- portar os enfermos para Manaus”, afirma o Suboficial. O Catalina foi criado sob a orien- tação do engenheiro aeronáutico Isa- ac Macklin Laddon. O novo projeto introduziu suporte interno nas asas, o que reduziu bastante a necessidade o coronel Umehara. Aeronaves Históricas por braçadeiras e cabos de amarra- ção que provocavam arrasto. Uma melhoria significativa sobre seus antecessores, possuindo ainda um alcance de 4.095 km e peso máximo na decolagem de 13.220 kg. No ano de 1939 considerou-se a ideia de suspender a produção do Catalina. Entretanto, a aeronave continuou a ser produzida por causa do enorme número de encomendas feitas pela Grã-Bretanha, Canadá, Austrália, França e Holanda. Com o passar dos anos, vários aperfeiçoamentos foram introduzi- dos no projeto original. Uma versão anfíbia, o PBY-5A, foi desenvolvida em 1939, através da adição de um trem de aterrissagem retrátil do tipo triciclo. O PBY-6A possuía como destaque melhorias hidrodinâmi- AFAB operou os Catalinas de 1943 a 1982, em missões de Patrulha Naval e do Correio Aéreo Nacional (CAN) Catalina da FAB em exposição no Museu Aeroespacial (MUSAL), no Rio de Janeiro
  • 45. Aerovisão 4343 EC725Br+®silienMrJammayracfilm324(5)pics Aeronaves da FABAerovisão 43 Raio X do Helicóptero EC725 FrutodoProjetoH-XBR,lideradopeloComandodaAeronáuticaegerenciadoem conjunto com Marinha do Brasil e Exército Brasileiro, o primeiro helicóptero EC725 para as Forças Armadas brasileiras voou pela primeira vez em em maio deste ano na cidade de Marignane, na França. A expectativa, de acordo com coordenadores do projeto, é que o recebimento no Brasil ocorra em dezembro de 2010. O Projeto H-XBR, prevê a dotação das Forças Armadas brasileiras com helicópteros de médio porte de emprego geral, aquisição de treinadores táticos e apoio logístico inicial. O contrato, celebrado entre o Governo Federal e o Consór- cio composto pela empresa brasileira de helicópteros Helibras e pela européia Eurocopter, estabelece a aquisição de 50 aeronaves, sendo 16 para a Força Aérea Brasileira, 16 para a Marinha do Brasil, 16 para o Exército Brasileiro e 2 para a Presidência da República. País de origem e fabricação França - 1º vôo em 2000 Fabricante Eurocopter e Helibras Tipo Helicóptero de emprego geral, utilizado para Operações de Forças Especiais, C-SAR, Transporte Tático, Transporte de Cargas Externas, Combate a Incêndio, Evacuação Aeromédica e Guerra Anti-Superfície (ASuW) Motores 2 Turbomeca Makila 2A1 (potência máxima de 2358 Shp para cada motor) Velocidade máxima 175 kts Razão de subida 1.708 ft/min Teto operacional 20.000 ft Alcance 871 km com tanques standards e 1306 km com tanques extras Vazio 5.555 kg Peso máx. decolagem 11.000 kg e 11.200 kg com carga externa Diâmetro do rotor principal 16.20 m Compr. fuselagem 16.79 m Altura 4.6 m Armamento Casulo de lança-foguete com 19 foguetes, canhão axial de 20mm, metralhadora lateral 7,62mm, míssil ar-superfície e míssil ar-ar Experiência em combate Operado pela Força Aérea Francesa no Afeganistão Operadores França, além das encomendas de Brasil, México e Malásia Fotos:Helibras
  • 46. EPCAR - Escola Preparatória de Cadetes do Ar AFA - Academia da Força Aérea EEAR - Escola de Especialistas de Aeronáutica ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica CIAAR - Centro de Instrução e Adaptação de Aeronáutica CURSO PREPARATÓRIO DE CADETES DO AR Escola: Escola Preparatória de Cadetes do Ar – EPCAR (Barbacena -MG) Sexo: Masculino Escolaridade: Ensino Fundamental Duração: 3 anos Prova Escrita: Língua Portuguesa e Matemática Inscrições Previstas: junho a julho Mais informações: www.epcar.aer.mil.br ou www.fab.mil.br VESTIBULAR PARA DE ENGENHARIA AERONÁUTICA Escola: Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA (São José dos Campos-SP) Sexo: Ambos Escolaridade: Ensino Médio Duração: 5 anos Prova Escrita: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Matemática, Física e Química Inscrições Previstas: abril Mais informações: www.ita.br ou www.fab.mil.br ESTÁGIO DE ADAPTAÇÃO À GRADUAÇÃO DE SARGENTOS DA AERONÁUTICA Escola: Escola de Especialistas de Aeronáutica – EEAR (Guaratinguetá-SP) Sexo: Ambos Escolaridade: Ensino Médio ou Técnico Duração: 24 semanas Prova Escrita: Língua Portuguesa e Conhecimentos Especializados Inscrições Previstas: março a abril Mais informações: www.eear.aer.mil.br ou www.fab.mil.br CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS DA AERONÁUTICA Escola: Escola de Especialistas de Aeronáutica – EEAR (Guaratinguetá-SP) Sexo: Ambos Escolaridade: Ensino Médio Duração: 2 anos Prova Escrita: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Matemática e Física Inscrições Previstas: março a abril e setembro a outubro Mais informações: www.eear.aer.mil.br ou www.fab.mil.br CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAS AVIADORES, INTENDENTES E DE INFANTARIA DA AERONÁUTICA Escola: Academia da Força Aérea – AFA (Pirassununga-SP) Sexo: Ambos (Aviadores e Intendentes) e Masculino (Infantaria) Escolaridade: Ensino Médio Duração: 4 anos Prova Escrita: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Matemática e Física Inscrições Previstas: maio a junho Mais informações: www.afa.aer.mil.br ou www.fab.mil.br Saiba como ingressar nSaiba como ingressar n 44
  • 47. SgtJohnson/FAB na Força Aérea Brasileira ESTÁGIO DE INSTRUÇÃO E ADAPTAÇÃO DE CAPELÃES DA AERONÁUTICA Escola:Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica – CIAAR (Belo Horizonte - MG) Sexo: Masculino Escolaridade: Ensino Superior Duração: 13 semanas Prova Escrita: Língua Portuguesa e Conhecimentos Especializados Inscrições Previstas: agosto a setembro Consulte: www.ciaar.com.br ou www.fab.mil.br ESTÁGIO DE ADAPTAÇÃO DE OFICIAIS TEMPORÁRIOS DA AERONÁUTICA Escola:Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica – CIAAR (Belo Horizonte - MG) Sexo: Ambos Escolaridade: Ensino Superior Duração: 13 semanas Prova Escrita: Língua Portuguesa, Redação e Conhecimentos Especializados Inscrições Previstas: agosto a setembro Mais informações: www.ciaar.com.br ou www.fab.mil.br CURSO DE FORMAÇÃO DE SARGENTOS DA AERONÁUTICA (Modalidade Especial) DA ESPECIALIDADE CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO Escola: Escola de Especialistas de Aeronáutica – EEAR (Guaratinguetá-SP) Sexo: Ambos Escolaridade: Ensino Médio Duração: 1 ano Prova Escrita: Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Física e Conhecimentos em Informática Inscrições Previstas: abril a maio Mais informações: www.eear.aer.mil.br ou www.fab.mil.br CURSO DE FORMAÇÃO DE TAIFEIROS DA AERONÁUTICA Escola: Serviços Regionais de Ensino dos Comandos Aéreos Regionais (COMAR) Sexo: Masculino Escolaridade: Ensino Médio Duração: 16 semanas Prova Escrita: Língua Portuguesa, Matemática e Conhecimentos Especializados Inscrições Previstas: janeiro e fevereiro Mais informações: www.fab.mil.br CURSO DE ADAPTAÇÃO DE MÉDICOS, DENTISTAS E FARMACÊUTICOS DA AERONÁUTICA Escola:Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica – CIAAR (Belo Horizonte - MG) Sexo: Ambos Escolaridade: Ensino Superior Duração: 18 semanas Prova Escrita: Língua Portuguesa e Conhecimentos Especializados Inscrições Previstas: abril a maio Mais informações: www.ciaar.com.br ou www.fab.mil.br *Consulte o Edital de cada Exame de Admissão para verificar os limites de idade *Informações sujeitas à modificação pelo Comando da Aeronáutica sem aviso prévio *Acesse: www.fab.mil.br 45