O documento descreve a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, incluindo seus membros e assessores. Ele também fornece detalhes biográficos de Gerardo Magela Fernandes Torres da Costa, um poeta e jornalista assassinado em 1973, cuja morte foi falsamente atribuída a suicídio, e detalha as circunstâncias de seu enterro e exumação posterior.
Apresentação Gerardo Magela Fernandes Torres da Costa
1. Assembleia Legislativa de São Paulo
Comissão da Verdade
do Estado de São Paulo “Rubens Paiva”
Presidente: Adriano Diogo (PT)
Relator: André Soares (DEM)
Membros Titulares: Ed Thomas (PSB), Marco Zerbini (PSDB) e
Ulysses Tassinari (PV)
Suplentes: Estevam Galvão (DEM), João Paulo Rillo (PT), Mauro
Bragato (PSDB), Orlando Bolçone (PSB) e Regina Gonçalves (PV)
Assessoria Técnica da Comissão da Verdade: Ivan Seixas
(Coordenador), Amelinha Teles, Tatiana Merlino, Thais Barreto, Vivian
Mendes, Renan Quinalha e Ricardo Kobayaski
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Gerardo Magela Fernandes
Torres da Costa
(Assassinado em 28 de maio de 1973)
Dados Pessoais
Nome: Gerardo Magela Fernandes Torres da Costa
Data de nascimento: 1950
Local de nascimento: Caicó - RN
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Dados biográficos
Nasceu em 1950, em Caicó (RN), filho de Luís Fernandes da Costa e Francisca
Jandira Torres Fernandes da Costa. Morto em 28 de maio de 1973.
Gerardo era poeta e jornalista. Durante o período em que residiu em Itu
(SP), participou do jornal Bidu, gazeta poética e política que mobilizava a
juventude daquela cidade do interior paulista. Depois, passou a morar em
Sorocaba (SP), onde prestou exame vestibular na universidade
local, tendo estudado até o 5º ano do curso de Medicina. Como estudante
universitário, engajou-se no movimento estudantil, sendo eleito presidente
do Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Sorocaba. Era amigo
de Alexandre Vannucchi Leme, estudante de Geologia na USP assassinado
pelo DOI-CODI/SP em 17 de março de 1973.
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Dados sobre sua morte
Segundo a versão oficial registrada no laudo de necropsia, em que seu nome
aparece grafado como Geraldo, teria se suicidado atirando-se do Viaduto do
Chá, localizado no centro de São Paulo. A causa da morte foi atribuída a
traumatismo cranioencefálico.
Paradoxalmente, o laudo oficial não registrou nenhuma outra fratura ou mesmo
escoriações, prováveis em alguém que teria caído de uma altura razoável. O
laudo foi assinado por Otávio ’Andréia, legista responsável por diversos laudos
falsos de morte de prisioneiros políticos, a exemplo de Luiz Eurico Tejera Lisbôa,
morto sob tortura em 1972, na cidade de São Paulo.
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Localização do corpo
Gerardo teria sido enterrado no cemitério de Perus (SP) com o nome de
Geraldo. Em 27 de outubro de 1977 foi exumado e, em seguida, reinumado
na sepultura 537, quadra 08, gleba 02 do mesmo cemitério.
Gerardo Magela não constava da relação de mortos e desaparecidos
políticos do Brasil e seus familiares não foram localizados.
As informações foram colhidas pela Comissão de Familiares de Mortos e
Desaparecidos Políticos na documentação encontrada nos arquivos do
extinto DOPS/SP e confirmadas pelo Centro de Direitos Humanos e Memória
Popular de Alagoas (CDHMP).
Dossiê Ditadura: Mortos e Desaparecidos Políticos do Brasil (1964-1985)