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4ª Jornada Científica e Tecnológica e 1º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS
                             16, 17 e 18 de outubro de 2012, Muzambinho – MG

    Levantamento do conhecimento da população urbana de Inconfidentes/MG sobre
                                    orgânicos

                           Sindynara Ferreira1 e José Annes Marinho2
1
 Instituto Federal do Sul de Minas Gerais – Campus Inconfidentes, Inconfidentes/MG,
sindynara.ferreira@ifs.ifsuldeminas.edu.br, 2Associação Nacional de Defesa Vegetal,
ANDEF/SP –São Paulo/SP, annes@andef.com.br

                                            Introdução
       Atualmente tem sido observado a cada ano, o maior interesse por alimentos mais
saudáveis por parte dos consumidores, sendo uma alternativa de grande impacto junto ao
público consumidor o oferecimento de alimentos de origem orgânica.
       A agricultura orgânica tem por princípio estabelecer sistemas de produção com base
em tecnologias de processos, ou seja, um conjunto de procedimentos que envolvam a planta,
o solo e as condições climáticas, produzindo um alimento sadio e com suas características e
sabor originais, que atenda às expectativas do consumidor (PENTEADO, 2000). Para que
sejam considerados orgânicos estes produtos precisam receber um selo de certificação emitido
por agências certificadoras, que identifica a procedência do produto, bem como as práticas de
cultivo, livre de fertilizantes sintéticos ou defensivos.
       Darolt (2003) e Karan e Zoldan (2003) mostraram que, o mercado de consumo da
agricultura orgânica está se expandindo em todo cenário internacional e nacional. Essa
expansão está associada ao aumento do custo de produtos convencionais, à degradação do
meio ambiente e à crescente exigência dos consumidores por produtos “limpos”, livres de
substâncias químicas e/ou geneticamente modificados.
       É importante relatar que ambas possuem legislação vigente, tanto orgânica quanto
convencional sendo de suma importância que sejam respeitados os princípios inerentes a cada
tipo de produção e que a compreensão do processo de produção atualmente possui relevância
ao consumidor, dado a ele o poder de escolha/preferência. Assim este trabalho se justifica
sobre esta relevância, com o intuito de levantar o conhecimento da população local do
município de Inconfidentes sobre produtos orgânicos, possibilitando “abrir o leque” de opções
aos consumidores perante o mercado.
Material e Métodos
       Optou-se por realizar uma pesquisa qualitativa – caracterizada por não buscar
enumerar ou medir eventos e não empregar instrumental estatístico para análise dos dados.
Dela faz parte a obtenção de dados descritivos mediante contato direto e interativo do
pesquisador com a situação objeto de estudo (NEVES, 1996), o que aconteceu nesta pesquisa.
       Nossa área de estudo foi o município de Inconfidentes, segundo informações obtidas
na prefeitura (03/08/2012), o município conta com 32 bairros sendo que 28 localizam-se na
zona rural e 04 na zona urbana, entretanto a quantidade de habitantes ainda predomina-se em
porcentagem maior na zona urbana. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2011) o município conta atualmente com 6.859 habitantes. Delimitamos
como objeto de estudo somente a zona urbana estipulando aproximadamente 4% do total de
habitantes, resultando em 272 entrevistados.
       A coleta de dados ocorreu durante o mês de dezembro de 2011. Foi realizada por meio
de entrevista com auxilio de um questionário. O mesmo teve uma padronização das perguntas
facilitando a tabulação das respostas. Este contemplou perguntas fechadas e abertas, escolha
única e múltipla, sobre o conhecimento de produtos orgânicos abordando fatores como:
produção e comercialização de orgânicos no município, conhecimento sobre a diferença de
produção orgânica versus convencional, conhecimento de selo que garante o produto ser
orgânico, preferências para o consumo e conhecimento de receitas orgânicas.


                                  Resultados e Discussão
       Dos 272 entrevistados, tivemos 140 pessoas do sexo feminino e 132 pessoas do sexo
masculino, uma relação que podemos considerar parcialmente homogênea no ambiente
amostral. É importante ressaltar que 25.73% de todos os entrevistados possuíam faixa etária
que compreende de 21 a 30 anos, faixa esta que reforça a tendência de acompanhar as novas
tecnologias e meios de divulgação de informações (Gráfico 1).




Gráfico 1. Faixa etária dos entrevistados da zona urbana de Inconfidentes/MG.
Inconfidentes/MG, 2012.
Os dados da faixa etária justificam a quantidade de entrevistados que possuem ensino
médio, sendo que de 21 a 30 anos, a maioria já terminou o ensino médio e boa parte destes
ingressaram em curso de graduação, ou seja, estão com superior incompleto. Nesta pesquisa
os entrevistados com ensino médio corresponderam a 47.42% do total enquanto 25%
possuíam fundamental, 23.16% possuíam superior completo e 4.42% possuíam escolaridade
maior que o nível de graduação.
       A zona urbana relatou ter uma renda familiar de 1 a 3 salários, sendo 51.47% da
população - renda que pode ser considerada média para a região. Outros entrevistados,
27.57%, responderam ter uma renda mensal familiar de um salário mínimo; 15.08% de quatro
a seis salários; 3.31% de sete a nove salários; 1.10% de dez a doze salários e 1.47%
responderam receber mais que doze salários.
       Quanto aos critérios utilizados na hora de comprar algum produto, os entrevistados
foram indagados a responder dentre: tamanho, cor, cheiro, firmeza e outros. Tivemos 61.76%
dos entrevistados atentando para a característica de firmeza, seguido de 36.02% da
característica de cor, 34.92% de cheiro, 25.73% de tamanho e 18.38% sobre outras
características, como por exemplo: validade, preço, depende do produto e necessidade.
       Estudos conduzidos por Karam (2002), Karam e Zoldan (2003) e Darolt (2003)
indicaram que os consumidores de produtos orgânicos consideram que as características
intrínsecas relacionadas à composição destes produtos são mais importantes do que a
aparência e o sabor deles. Em nenhum momento da pesquisa foi relatado pelos entrevistados
que a beleza dos produtos fosse fator que influenciassem no ato da compra. Na característica
‘outros’ desta pesquisa foi relatado validade, preço e necessidade. É importante ressaltar que
pesquisas já revelam que os consumidores não acreditam que seja possível diferenciar um
produto orgânico de um convencional, pela sua aparência externa (MONTEIRO et al., 2003).
       Os entrevistados foram questionados sobre a frequência que costumavam a ler os
rótulos dos produtos e após a compra destes, faziam uso de todo o produto ou ocorriam
sobras. Somente 38% lêem rotineiramente os rótulos no ato da compra, 37% lêem quando
acham pertinentes e 25% da população não lêem rótulos de produtos. Quanto ao uso do
produto após serem adquiridos, 54.37% da população utilizam este por completo e 45.63% da
população deixam ocorrer sobras dos produtos.
       Do total de entrevistados, 84.55% já ouviram falar em agricultura orgânica e metade
dos entrevistados, ou seja, 50% relataram que o meio de divulgação por onde conseguiram
informação sobre esta área foi na televisão (TV), seguido pela escola com 29.77% de relatos
(Gráfico 2).
Gráfico 2. Resultado da entrevista pesquisando qual o meio de divulgação que obteve mais
informação sobre o tema. Inconfidentes/MG, 2012.

       Esses dados demonstram que a televisão é um veículo de comunicação em massa, a
chamada mídia eletrônica tem um poder de alcance poderoso, dados estes encontrados
também por Casemiro e Trevizan (2009).
       Em outra questão, foi levantado se conseguiam diferenciar agricultura orgânica da
agricultura convencional onde somente 50.73% da população responderam positivamente.
Dados mais alarmantes foram levantados na questão se possuíam conhecimento de algum selo
que garantia que o produto era orgânico, onde somente 30.88% da população afirmaram ter o
conhecimento.
       Quanto ao conhecimento de estabelecimentos que comercializam produtos orgânicos,
uma preocupação fora levantada sobre informações contrárias estar vinculando dentro do
município, pois 35.66% responderam conhecer estabelecimentos que comercializam, citando
o Supermercado Bonamigo, a Cooperativa Escola, a Quitanda do Vadinho, a Quitanda da
Gislene. Na averiguação destas respostas em janeiro de 2012, informações doadas por
funcionários destes estabelecimentos, foi verificado que nos mesmos não havia
comercialização de produtos orgânicos.
       Quanto à característica de durabilidade, 50.36% dos entrevistados acreditam que eles
duram mais em comparação aos produtos convencionais.
       Já quando os respondentes foram questionados sobre o consumo de produtos
orgânicos, 72.62% destes responderam já ter consumido algum tipo de produto, enquanto
27.38% dos entrevistados ainda não tiveram oportunidade de consumir produtos orgânicos; e
sobre o por quê do consumo de orgânicos, 57% dos entrevistados responderam que os
mesmos trazem benefícios à saúde, seguido do sabor (23%), preocupação com o meio
ambiente (14%), porque conhecem pessoa que consomem (6%), preço (3%) e alergia a outros
produtos (1%) conforme Gráfico 3.
Gráfico 3. Resultado da entrevista sobre por que consumir orgânicos. Inconfidentes/MG,
2012.

       Estas respostas vão ao encontro com os trabalhos de Moura et al. (2010) e Vilas Boas
et al. (2008) onde os autores relataram que os consumidores de produtos orgânicos
consideraram que esse é um produto mais saudável que os convencionais, possui sabor mais
agradável e ajuda na preservação do meio ambiente.
       Quanto ao questionamento de custos, 69.85% dos entrevistados afirmaram que estes
possuem um preço mais elevado em comparação aos produtos convencionais. Os dados desta
pesquisa corroboram aos encontrados por Moura et al. (2010) onde o primeiro item que
ganhou destaque para que o consumo de produtos orgânicos seja bem menor do que poderia
ser, foi o preço, o qual é muito superior aos mesmos produtos “não orgânicos”.
       Os entrevistados foram questionados sobre o fator que mais dificulta o acesso a
produtos orgânicos no município, sendo que 43.75% relataram que não encontram o produto
no mercado, fator seguido de pouca variedade, preço, aspecto visual, outro e qualidade
insatisfatória. Também fora perguntado se existia em suas respectivas residência alguma
receita de produtos orgânicos, onde 70.59% da população apontaram resposta negativa para a
questão. Moura et al. (2010) relataram alguns problemas enfrentados pelos consumidores de
produtos orgânicos, onde destacaram o fator distribuição. Apesar de começar a ganhar espaço
nas prateleiras de supermercados, os respondentes consideraram a sua distribuição ainda
muito limitada. Para se comprar produtos orgânicos, na maioria das vezes os consumidores
têm de ir às feiras ou lojas especializadas nesse tipo de produto. Além disso, a variedade e
oferta de produtos orgânicos nas grandes redes de supermercados foram consideradas ainda
insatisfatórias pelos entrevistados.


                                        Conclusões
       O estudo realizado mostra que a informação sobre alimentos orgânicos começa a fazer
parte do senso comum das pessoas. Verifica-se a necessidade de divulgação desses produtos
no município bem como a disponibilização no comércio local, sempre buscando a certificação
e confiabilidade dos produtos orgânicos para o consumidor.
        Outro ponto a ser destacado é em relação à extensão rural, questão que possui
influência sobre o comportamento das pessoas do campo, em relação à agricultura, e por isso
deve ser incentivada como forma de reforço não somente no segmento de orgânico, mas
também no convencional. Ressalta-se que, a extensão rural é fator fundamental para
agricultura orgânica bem como a agricultura convencional, para que possam utilizar de forma
adequada as tecnologias disponíveis e fomentem a segurança alimentar do consumidor
brasileiro.
        Por fim, vale ressaltar que o antagonismo de ambas as modalidades (orgânica e
convencional) é um aspecto ruim para imagem da agricultura brasileira, ambas devem
trabalhar juntas.


                                      Agradecimentos
Ao IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes pelo apoio.


                                Referências Bibliográficas
CASEMIRO, A. D.; TREVIZAN, S. D. P. Alimentos orgânicos: desafios para o domínio
público de um conceito. 2nd International Workshop | Advances in Cleaner Production. Key
elements for a sustainable world: energy, water and climate change. São Paulo – Brasil, 2009


DAROLT, M. R. O Consumidor e o Mercado de Produtos Orgânicos. In: ANAIS (CD-ROM)
do I Simpósio: a Pesquisa em Agricultura Orgânica, da UFLA. Lavras – MG, 2003.


[IBGE] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo 2010.
Disponível                                                                               em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/resultados_dou/MG2010.pdf
>. Acesso em 10 de setembro de 2012.


KARAN, K. F. A Agricultura Orgânica Como Estratégia de Novas Ruralidades: um estudo de
caso na Região Metropolitana de Curitiba. In: ANAIS (CD-ROM) do VIESA/SBSP (V
Encontro da Sociedade Brasileira de Sistemas de Sistemas de Produção e V Simpósio Latino-
Americano Sobre Investigação e Extensão em Sistemas Agropecuários). Florianópolis, 2002.
KARAN, K. F.; ZOLDAN, P. Comercialização e Consumo de Produtos Agroecológicos:
pesquisa dos locais de venda, pesquisa do consumidor região da grande Florianópolis:
Instituto Cepa/SC, 2003 p.51.


MOURA, L. R. C.; MONTEIRO, E. R.; MOURA, L. E. L. de; CUNHA, N. R. S. Um estudo
sobre o comportamento dos consumidores de produtos orgânicos. XIII SemeAd –
Seminários em Administração. Setembro de 2010.


NEVES, J. L. Pesquisa qualitativa: características, usos e possibilidades. Caderno de
Pesquisas em Administração. São Paulo, v. 1, nº 3, 2º sem./1996.


PENTEADO, S. R. Introdução à Agricultura Orgânica: Normas e técnicas de cultivo.
Campinas: Editora Grafimagem. 2000, 110 p.


VILAS BOAS, L. H. de B.; SETTE, R. de S.; PIMENTA, M. L. Comportamento do
consumidor de alimentos orgânicos na cidade de Uberlândia: uma aplicação da técnica
Ladderning. XLVI Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e
Sociologia   Rural.   Rio       Branco   –   Acre,   julho   de    2008.   Disponível   em:
<http://www.sober.org.br/palestra/9/730.pdf>. Acesso em 10 de setembro de 2012.

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  • 1. 4ª Jornada Científica e Tecnológica e 1º Simpósio de Pós-Graduação do IFSULDEMINAS 16, 17 e 18 de outubro de 2012, Muzambinho – MG Levantamento do conhecimento da população urbana de Inconfidentes/MG sobre orgânicos Sindynara Ferreira1 e José Annes Marinho2 1 Instituto Federal do Sul de Minas Gerais – Campus Inconfidentes, Inconfidentes/MG, sindynara.ferreira@ifs.ifsuldeminas.edu.br, 2Associação Nacional de Defesa Vegetal, ANDEF/SP –São Paulo/SP, annes@andef.com.br Introdução Atualmente tem sido observado a cada ano, o maior interesse por alimentos mais saudáveis por parte dos consumidores, sendo uma alternativa de grande impacto junto ao público consumidor o oferecimento de alimentos de origem orgânica. A agricultura orgânica tem por princípio estabelecer sistemas de produção com base em tecnologias de processos, ou seja, um conjunto de procedimentos que envolvam a planta, o solo e as condições climáticas, produzindo um alimento sadio e com suas características e sabor originais, que atenda às expectativas do consumidor (PENTEADO, 2000). Para que sejam considerados orgânicos estes produtos precisam receber um selo de certificação emitido por agências certificadoras, que identifica a procedência do produto, bem como as práticas de cultivo, livre de fertilizantes sintéticos ou defensivos. Darolt (2003) e Karan e Zoldan (2003) mostraram que, o mercado de consumo da agricultura orgânica está se expandindo em todo cenário internacional e nacional. Essa expansão está associada ao aumento do custo de produtos convencionais, à degradação do meio ambiente e à crescente exigência dos consumidores por produtos “limpos”, livres de substâncias químicas e/ou geneticamente modificados. É importante relatar que ambas possuem legislação vigente, tanto orgânica quanto convencional sendo de suma importância que sejam respeitados os princípios inerentes a cada tipo de produção e que a compreensão do processo de produção atualmente possui relevância ao consumidor, dado a ele o poder de escolha/preferência. Assim este trabalho se justifica sobre esta relevância, com o intuito de levantar o conhecimento da população local do município de Inconfidentes sobre produtos orgânicos, possibilitando “abrir o leque” de opções aos consumidores perante o mercado.
  • 2. Material e Métodos Optou-se por realizar uma pesquisa qualitativa – caracterizada por não buscar enumerar ou medir eventos e não empregar instrumental estatístico para análise dos dados. Dela faz parte a obtenção de dados descritivos mediante contato direto e interativo do pesquisador com a situação objeto de estudo (NEVES, 1996), o que aconteceu nesta pesquisa. Nossa área de estudo foi o município de Inconfidentes, segundo informações obtidas na prefeitura (03/08/2012), o município conta com 32 bairros sendo que 28 localizam-se na zona rural e 04 na zona urbana, entretanto a quantidade de habitantes ainda predomina-se em porcentagem maior na zona urbana. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2011) o município conta atualmente com 6.859 habitantes. Delimitamos como objeto de estudo somente a zona urbana estipulando aproximadamente 4% do total de habitantes, resultando em 272 entrevistados. A coleta de dados ocorreu durante o mês de dezembro de 2011. Foi realizada por meio de entrevista com auxilio de um questionário. O mesmo teve uma padronização das perguntas facilitando a tabulação das respostas. Este contemplou perguntas fechadas e abertas, escolha única e múltipla, sobre o conhecimento de produtos orgânicos abordando fatores como: produção e comercialização de orgânicos no município, conhecimento sobre a diferença de produção orgânica versus convencional, conhecimento de selo que garante o produto ser orgânico, preferências para o consumo e conhecimento de receitas orgânicas. Resultados e Discussão Dos 272 entrevistados, tivemos 140 pessoas do sexo feminino e 132 pessoas do sexo masculino, uma relação que podemos considerar parcialmente homogênea no ambiente amostral. É importante ressaltar que 25.73% de todos os entrevistados possuíam faixa etária que compreende de 21 a 30 anos, faixa esta que reforça a tendência de acompanhar as novas tecnologias e meios de divulgação de informações (Gráfico 1). Gráfico 1. Faixa etária dos entrevistados da zona urbana de Inconfidentes/MG. Inconfidentes/MG, 2012.
  • 3. Os dados da faixa etária justificam a quantidade de entrevistados que possuem ensino médio, sendo que de 21 a 30 anos, a maioria já terminou o ensino médio e boa parte destes ingressaram em curso de graduação, ou seja, estão com superior incompleto. Nesta pesquisa os entrevistados com ensino médio corresponderam a 47.42% do total enquanto 25% possuíam fundamental, 23.16% possuíam superior completo e 4.42% possuíam escolaridade maior que o nível de graduação. A zona urbana relatou ter uma renda familiar de 1 a 3 salários, sendo 51.47% da população - renda que pode ser considerada média para a região. Outros entrevistados, 27.57%, responderam ter uma renda mensal familiar de um salário mínimo; 15.08% de quatro a seis salários; 3.31% de sete a nove salários; 1.10% de dez a doze salários e 1.47% responderam receber mais que doze salários. Quanto aos critérios utilizados na hora de comprar algum produto, os entrevistados foram indagados a responder dentre: tamanho, cor, cheiro, firmeza e outros. Tivemos 61.76% dos entrevistados atentando para a característica de firmeza, seguido de 36.02% da característica de cor, 34.92% de cheiro, 25.73% de tamanho e 18.38% sobre outras características, como por exemplo: validade, preço, depende do produto e necessidade. Estudos conduzidos por Karam (2002), Karam e Zoldan (2003) e Darolt (2003) indicaram que os consumidores de produtos orgânicos consideram que as características intrínsecas relacionadas à composição destes produtos são mais importantes do que a aparência e o sabor deles. Em nenhum momento da pesquisa foi relatado pelos entrevistados que a beleza dos produtos fosse fator que influenciassem no ato da compra. Na característica ‘outros’ desta pesquisa foi relatado validade, preço e necessidade. É importante ressaltar que pesquisas já revelam que os consumidores não acreditam que seja possível diferenciar um produto orgânico de um convencional, pela sua aparência externa (MONTEIRO et al., 2003). Os entrevistados foram questionados sobre a frequência que costumavam a ler os rótulos dos produtos e após a compra destes, faziam uso de todo o produto ou ocorriam sobras. Somente 38% lêem rotineiramente os rótulos no ato da compra, 37% lêem quando acham pertinentes e 25% da população não lêem rótulos de produtos. Quanto ao uso do produto após serem adquiridos, 54.37% da população utilizam este por completo e 45.63% da população deixam ocorrer sobras dos produtos. Do total de entrevistados, 84.55% já ouviram falar em agricultura orgânica e metade dos entrevistados, ou seja, 50% relataram que o meio de divulgação por onde conseguiram informação sobre esta área foi na televisão (TV), seguido pela escola com 29.77% de relatos (Gráfico 2).
  • 4. Gráfico 2. Resultado da entrevista pesquisando qual o meio de divulgação que obteve mais informação sobre o tema. Inconfidentes/MG, 2012. Esses dados demonstram que a televisão é um veículo de comunicação em massa, a chamada mídia eletrônica tem um poder de alcance poderoso, dados estes encontrados também por Casemiro e Trevizan (2009). Em outra questão, foi levantado se conseguiam diferenciar agricultura orgânica da agricultura convencional onde somente 50.73% da população responderam positivamente. Dados mais alarmantes foram levantados na questão se possuíam conhecimento de algum selo que garantia que o produto era orgânico, onde somente 30.88% da população afirmaram ter o conhecimento. Quanto ao conhecimento de estabelecimentos que comercializam produtos orgânicos, uma preocupação fora levantada sobre informações contrárias estar vinculando dentro do município, pois 35.66% responderam conhecer estabelecimentos que comercializam, citando o Supermercado Bonamigo, a Cooperativa Escola, a Quitanda do Vadinho, a Quitanda da Gislene. Na averiguação destas respostas em janeiro de 2012, informações doadas por funcionários destes estabelecimentos, foi verificado que nos mesmos não havia comercialização de produtos orgânicos. Quanto à característica de durabilidade, 50.36% dos entrevistados acreditam que eles duram mais em comparação aos produtos convencionais. Já quando os respondentes foram questionados sobre o consumo de produtos orgânicos, 72.62% destes responderam já ter consumido algum tipo de produto, enquanto 27.38% dos entrevistados ainda não tiveram oportunidade de consumir produtos orgânicos; e sobre o por quê do consumo de orgânicos, 57% dos entrevistados responderam que os mesmos trazem benefícios à saúde, seguido do sabor (23%), preocupação com o meio ambiente (14%), porque conhecem pessoa que consomem (6%), preço (3%) e alergia a outros produtos (1%) conforme Gráfico 3.
  • 5. Gráfico 3. Resultado da entrevista sobre por que consumir orgânicos. Inconfidentes/MG, 2012. Estas respostas vão ao encontro com os trabalhos de Moura et al. (2010) e Vilas Boas et al. (2008) onde os autores relataram que os consumidores de produtos orgânicos consideraram que esse é um produto mais saudável que os convencionais, possui sabor mais agradável e ajuda na preservação do meio ambiente. Quanto ao questionamento de custos, 69.85% dos entrevistados afirmaram que estes possuem um preço mais elevado em comparação aos produtos convencionais. Os dados desta pesquisa corroboram aos encontrados por Moura et al. (2010) onde o primeiro item que ganhou destaque para que o consumo de produtos orgânicos seja bem menor do que poderia ser, foi o preço, o qual é muito superior aos mesmos produtos “não orgânicos”. Os entrevistados foram questionados sobre o fator que mais dificulta o acesso a produtos orgânicos no município, sendo que 43.75% relataram que não encontram o produto no mercado, fator seguido de pouca variedade, preço, aspecto visual, outro e qualidade insatisfatória. Também fora perguntado se existia em suas respectivas residência alguma receita de produtos orgânicos, onde 70.59% da população apontaram resposta negativa para a questão. Moura et al. (2010) relataram alguns problemas enfrentados pelos consumidores de produtos orgânicos, onde destacaram o fator distribuição. Apesar de começar a ganhar espaço nas prateleiras de supermercados, os respondentes consideraram a sua distribuição ainda muito limitada. Para se comprar produtos orgânicos, na maioria das vezes os consumidores têm de ir às feiras ou lojas especializadas nesse tipo de produto. Além disso, a variedade e oferta de produtos orgânicos nas grandes redes de supermercados foram consideradas ainda insatisfatórias pelos entrevistados. Conclusões O estudo realizado mostra que a informação sobre alimentos orgânicos começa a fazer parte do senso comum das pessoas. Verifica-se a necessidade de divulgação desses produtos
  • 6. no município bem como a disponibilização no comércio local, sempre buscando a certificação e confiabilidade dos produtos orgânicos para o consumidor. Outro ponto a ser destacado é em relação à extensão rural, questão que possui influência sobre o comportamento das pessoas do campo, em relação à agricultura, e por isso deve ser incentivada como forma de reforço não somente no segmento de orgânico, mas também no convencional. Ressalta-se que, a extensão rural é fator fundamental para agricultura orgânica bem como a agricultura convencional, para que possam utilizar de forma adequada as tecnologias disponíveis e fomentem a segurança alimentar do consumidor brasileiro. Por fim, vale ressaltar que o antagonismo de ambas as modalidades (orgânica e convencional) é um aspecto ruim para imagem da agricultura brasileira, ambas devem trabalhar juntas. Agradecimentos Ao IFSULDEMINAS – Campus Inconfidentes pelo apoio. Referências Bibliográficas CASEMIRO, A. D.; TREVIZAN, S. D. P. Alimentos orgânicos: desafios para o domínio público de um conceito. 2nd International Workshop | Advances in Cleaner Production. Key elements for a sustainable world: energy, water and climate change. São Paulo – Brasil, 2009 DAROLT, M. R. O Consumidor e o Mercado de Produtos Orgânicos. In: ANAIS (CD-ROM) do I Simpósio: a Pesquisa em Agricultura Orgânica, da UFLA. Lavras – MG, 2003. [IBGE] INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo 2010. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/resultados_dou/MG2010.pdf >. Acesso em 10 de setembro de 2012. KARAN, K. F. A Agricultura Orgânica Como Estratégia de Novas Ruralidades: um estudo de caso na Região Metropolitana de Curitiba. In: ANAIS (CD-ROM) do VIESA/SBSP (V Encontro da Sociedade Brasileira de Sistemas de Sistemas de Produção e V Simpósio Latino- Americano Sobre Investigação e Extensão em Sistemas Agropecuários). Florianópolis, 2002.
  • 7. KARAN, K. F.; ZOLDAN, P. Comercialização e Consumo de Produtos Agroecológicos: pesquisa dos locais de venda, pesquisa do consumidor região da grande Florianópolis: Instituto Cepa/SC, 2003 p.51. MOURA, L. R. C.; MONTEIRO, E. R.; MOURA, L. E. L. de; CUNHA, N. R. S. Um estudo sobre o comportamento dos consumidores de produtos orgânicos. XIII SemeAd – Seminários em Administração. Setembro de 2010. NEVES, J. L. Pesquisa qualitativa: características, usos e possibilidades. Caderno de Pesquisas em Administração. São Paulo, v. 1, nº 3, 2º sem./1996. PENTEADO, S. R. Introdução à Agricultura Orgânica: Normas e técnicas de cultivo. Campinas: Editora Grafimagem. 2000, 110 p. VILAS BOAS, L. H. de B.; SETTE, R. de S.; PIMENTA, M. L. Comportamento do consumidor de alimentos orgânicos na cidade de Uberlândia: uma aplicação da técnica Ladderning. XLVI Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Rio Branco – Acre, julho de 2008. Disponível em: <http://www.sober.org.br/palestra/9/730.pdf>. Acesso em 10 de setembro de 2012.