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P U B L I C A Ç Ã O N A C I O N A L DA C O N T R A F - C U T | E S P E C I A L S A N TA N D E R | J U L H O 2 013
O
Santander não para de
dispensar trabalhadores.
Segundo informações da
maioria dos sindicatos
filiados à Contraf-CUT, o banco espa-
nhol demitiu 2.604 funcionários no 1º
semestre deste ano, dos quais 1.820
sem justa causa.
Esses números, embora parciais,
já que nem todos os sindicatos infor-
maram as homologações, superam os
desligamentos ocorridos no mesmo
período do ano passado. O Santander
demitiu 2.449 empregados, sendo
1.175 sem justa causa, conforme da-
dos do Caged, fornecidos pelo banco
à Contraf-CUT por determinação
do Ministério Público do Trabalho,
em função das demissões em massa
efetuadas em dezembro de 2012. Na-
quele mês, o banco dispensou 1.153
empregados sem justa causa, um corte
de 975 postos de trabalho.
O balanço do 1º trimestre de 2013,
apesar do lucro gerencial de R$ 1,519
bilhão, mostra que o banco cortou
508 empregos. Não é à toa que há
falta de funcionários nas agências e
postos de atendimento, o que levou a
Contraf-CUT, sindicatos e federações
a promover o dia nacional de luta,
em 18 de abril, com paralisações e
protestos em todo país.
BASTA DE DEMISSÕES!
Além de fechar vagas, as demis-
sões atingem principalmente os fun-
cionários com mais tempo de casa e
perto da aposentadoria, cujos salários
são bem maiores do que os dos novos.
É a política de rotatividade. Em de-
zembro de 2012, essa diferença che-
gou a 59,8%. Assim, o banco reduz
custos, turbina os lucros e melhora
o chamado índice de eficiência. E a
responsabilidade social?
No Encontro Nacional dos Dirigen-
tes Sindicais do Santander, realizado
em 4 e 5 de junho, a luta pelo emprego
foiumadastrêsprioridadesaprovadas.
Os bancários reivindicam o fim das
demissões e da rotatividade, mediante
Fim da rotatividade e mais funcionários já!
Mês 2012(*) 2013(**)
Total Sem Justa Total Sem Justa
causa causa
Jan 400 198 624 491
Fev 360 170 284 183
Mar 461 218 328 188
Abr 350 179 421 256
Mai 498 234 513 381
Jun 380 176 434 321
Total 2.449 1.175 2.604 1.820
A Contraf-CUT, federações e sindicatos voltam a negociar com
o Santander na próxima segunda-feira (22), às 14h, em São Paulo,
durante o Comitê de Relações Trabalhistas. Os dirigentes sindicais
esperam o atendimento da pauta de reivindicações específicas.
A pauta contém demandas de emprego, condições de tra-
balho, remuneração, saúde e previdência complementar, bem
como inclui pendências de negociações anteriores. Atender as
reivindicações significa valorização dos funcionários, principais
responsáveis pelos lucros gigantescos do banco, que repre-
sentam 26% do resultado mundial. Em nenhum outro país do
planeta, o ganho é maior, mas aqui os funcionários são tratados
como se fossem de segunda categoria.
NEGOCIAÇÃO COM BANCO NA PRÓXIMA SEGUNDA
Demissões totais e sem justa causa - Santander Brasil - 1º Semestre
Fonte: CAGED (*) e Sindicatos afiliados à Contraf CUT (**)
Elaboração: Dieese – Subseção Contraf CUT
a aplicação da Convenção 158 da OIT
que proíbe demissões imotivadas.
As entidades sindicais também
cobram mais contratações para acabar
com a sobrecarga de trabalho e ga-
rantir atendimento de qualidade aos
clientes e à população, bem como a
realocação dos funcionários atingidos
por fusões de agências ou extinção
de funções. Os trabalhadores querem
ainda o fim das terceirizações no
banco e igualdade de oportunidades
na contratação, na remuneração e na
ascensão profissional, sem quaisquer
discriminações.
Os bancários exigem emprego
decente e aposentadoria digna.
Santander, respeite o Brasil e os brasileiros
2
CONDIÇÕES DE TRABALHO
Pelo fim das metas abusivas
e combate ao assédio moral
A
situação nas agências está
cada vez mais insustentável,
diante da enorme falta de
funcionários, das metas abu-
sivas e do assédio moral. Os bancários
estão estressados, muitos tomando re-
médios tarja preta e outros trabalhando
no limite, até com atestado médico na
gaveta, o que comprova o modelo de
gestão pelo medo.
Vários colegas já adoeceram no tra-
balho e estão afastadodos. Já o gerente
geral Antônio Ricardo Terra Fabrício,
de 49 anos, da agência Santa Rosa (RS),
morreu na madrugada de 14 de maio
após ter sofrido um infarto do miocár-
dio em sua residência. Tinha 28 anos
de banco e deixou esposa e uma filha.
Durante o atendimento médico, ele
ainda teve forças para pedir aos fami-
liares que eles processassem o banco,
caso ele viesse a falecer. Um minuto
de silêncio foi feito em memória do
gerente no Encontro Nacional dos Di-
rigentes Sindicais.
O quadro de pessoal das agências
está reduzidíssimo. Tem agências
fechando ao meio-dia para o almoço
dos funcionários que restaram. Há
demissões de funcionários doentes e
ainda afastados que, quando voltam ao
trabalho, são perseguidos. Quem não
cumpre as metas do superranking e su-
permania não pode tirar férias no verão.
Os funcionários não aguentam mais.
Essa realidade é desumana. Não é
à toa que o Santander ficou pentacam-
peão em junho no ranking de recla-
mações de clientes no Banco Central.
Os funcionários estão desmotivados
e ficando doentes. Além disso, há
insegurança e faltam investimentos
para prevenir assaltos e sequestros e
proteger a vida das pessoas.
Os bancários reivindicam mudan-
ça na gestão de recursos humanos do
banco, com o fim das metas abusivas,
do assédio moral e das reuniões diárias
para cobrança de metas, bem como o
cumprimento da convenção coletiva
que proíbe a exposição do ranking
individual dos funcionários.
Outras demandas são o fim das me-
tas individuais, a proibição de abertura
e prospecção de contas universitárias
fora da jornada e do local de trabalho e
o fim do desvio de funções nas agências,
envolvendo caixas, coordenadores e
gerentes de atendimento e de negócios.
Os dirigentes sindicais cobram
ainda melhores condições de trabalho
e valorização dos funcionários com de-
ficiência (PCD) e transferência de suas
lotações para locais mais próximos de
suas residências, para melhorar sua
mobilidade e qualidade de vida.
Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais, em São Paulo
CAIXAS
NÃO PODEM
TER METAS
INDIVIDUAIS
Após muitos anos de co-
brançadasentidadessindicais,o
Santander anunciou finalmente
no último dia 4, na reunião do
Comitê de RelaçõesTrabalhistas
(CRT), o comunicado interno
sobre as atividades do caixa. No
texto, encaminhado aos geren-
tes gerais e de atendimento na
rede de agências, consta que os
caixas“nãopodemestarsujeitos
ao cumprimento de metas indi-
viduais de venda de produtos
bancários. E a avaliação deve
ser baseada pelo atendimento”.
O documento aponta tam-
bém que“as atividades do caixa
devem ter como foco principal
o atendimento eficiente ao
cliente,sendoresponsávelpelas
operações efetuadas nos termi-
nas de caixa”.
Trata-se de um avanço im-
portante, pois a função do caixa
não é vender produtos, mas
fazer um atendimento de quali-
dade aos clientes e à população.
Caso algum caixa continue com
metasindividuais,eledevefazer
denúncia ao seu sindicato.
3
MOBILIZAÇÃO
Encontro Nacional aprova pauta
de reivindicações dos funcionários
E
mprego, condições de trabalho
e remuneração. Essas foram
as três grandes prioridades
apontadas pelos mais de 130
participantes do Encontro Nacional
dos Dirigentes Sindicais do Santander,
promovido pela Contraf-CUT em 4 e 5
de junho, em São Paulo. Foi aprovada
uma pauta específica de reivindica-
ções, que também inclui demandas de
previdência complementar e saúde su-
plementar. A minuta foi entregue em
27 de junho ao novo superintendente
de relações sindicais do banco, Luiz
Cláudio Xavier.
“O objetivo é buscar avanços nas
negociações, a fim de garantir respei-
to, dignidade e valorização profissio-
nal”, afirma o secretário de imprensa
da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr.
“O Encontro Nacional reforçou a
importância da unidade e da mobi-
lização para ampliar as conquistas
dos trabalhadores do banco”, destaca
a coordenadora da Comissão de Or-
ganização dos Empregados (COE) do
Santander, Maria Rosani.
Previdência complementar
Os bancários criticaram a falta
de democracia e transparência no
SantanderPrevi, que possui 44 mil
participantes, a redução das contri-
buições do banco na migração dos
participantes do ex-HolandaPrevi
até 31 de maio de 2009, o não aporte
do serviço passado pelo banco no
plano II do Banesprev e a ausência
de contribuições da patrocinadora em
planos do Sanprev.
Foi renovada a proposta de uni-
ficar a gestão de todos planos numa
única entidade de previdência com-
plementar, o Banesprev, que possui
o melhor modelo de governança.
Os bancários também defenderam
a retomada imediata do Grupo de
Trabalho do SantanderPrevi, previs-
to no acordo aditivo do Santander à
convenção coletiva, a fim de construir
um processo eleitoral democrático.
Saúde suplementar
Foi destacada a necessidade de
manutenção do plano de saúde na
aposentadoria com as mesmas condi-
ções de cobertura que o bancário go-
zava quando da vigência do contrato
de trabalho, mediante pagamento de
mensalidade correspondente ao valor
que era descontado de seu holerite
(contracheque).
Também foi salientada a importân-
cia da transparência, com a disponibi-
lização dos contratos e coberturas dos
planos de saúde para os trabalhadores
e o envio de extrato mensal discri-
minando as despesas realizadas para
cada bancário, a exemplo da Cabesp.
Aindafoicobradaaimplantaçãodeum
programa de reabilitação profissional,
conforme prevê a convenção coletiva.
Diretoria Estatutária
Remuneração total prevista para 2013
Salário ou pró-labore R$ 50 milhões
Benefícios diretos e indiretos R$ 10,5 milhões
Outros R$ 3 milhões
Outros INSS R$ 20 milhões
Bônus R$ 50 milhões
Participação nos resultados R$ 123 milhões
Outros INSS R$ 50 milhões
Baseada em ações R$ 57,6 milhões
TOTAL R$ 364,1 milhões
Fonte:ManualdaAssembleiadeAcionistas
Diretor do Santander ganha R$ 5,6 milhões
por ano, 118 vezes mais do que o caixa
Enquanto demite para bai-
xar custos, o Santander Brasil
aprovou um aumento de 37,5%
na previsão da remuneração
global anual de 2013 para o alto
escalãodobanconaassembleia
dos acionistas, realizada em 29
de abril, em São Paulo. Os 46
diretores estatutários ganharão
este ano R$ 364,1 milhões e
os 9 membros do Conselho de
Administração, R$ 7,7 milhões.
Dois acionistas minoritários
votaram contra.
A tabela ao lado mostra que
a maior parte de ganhos dos
altos executivos é formada por
remuneração variável (bônus,
participação nos resultados e
ações), o que explica a gestão
de metas abusivas.
SegundocálculosdoDieese,
cada diretor vai receber, em
média, R$ 5,6 milhões por ano,
oquecorrespondea118,4vezes
o que vai ganhar um caixa no
mesmo período.
Esse profundo abismo mos-
traque,enquantooaltoescalão
é supervalorizado, os milhares
de funcionários possuem salá-
rios que estão entre os menores
do sistema financeiro e sem
expectativas de carreira, diante
da falta de um Plano de Cargos
eSalários(PCS)comregrasclaras
e transparentes para ascensão
e valorização profissional no
banco.Comosenãobastasse,há
distorçõesgritantesnossalários
para cargos de mesma função
que precisam ser corrigidos e
falta transparência nos progra-
mas próprios de renda variável.
O Brasil é o 12º país com a
pior distribuição de renda do
mundo. O Santander, com essa
políticadiscriminatóriaderemu-
neração, contribui para essa ver-
gonhosaconcentraçãoderenda.
4
Publicação da Contraf/CUT. Presidente: Carlos Cordeiro. Secretário de Imprensa: Ademir Wiederkehr.
Jornalista responsável: José Luiz Frare. Arte: Tadeu Araujo. Correspondência: Rua Libero Badaró, 158 - 1º andar
São Paulo-SP - CEP 01008-000 - Fone: (11) 3107-2767 - Site: www.contrafcut.org.br E-mail: contrafcut@contrafcut.org.br
O
s bancários realizaram em
23 de maio um dia inter-
nacional de lutas contra as
práticas antissindicais do
Santander. A mobilização foi definida
em 7 de maio, durante a 7ª Reunião
Conjunta das Redes Sindicais dos
Bancos Internacionais, em Assunção.
Houve manifestações no Brasil e ou-
tros países, criticando o ajuizamento
de ações contra entidades sindicais
para tentar calar os trabalhadores.
O Santander entrou com processos,
PRECARIZAÇÃO
Se PL 4330 for aprovado, bancos
podem terceirizar caixas e gerentes
E
stá tramitando na Comissão
de Constituição, Justiça e de
Cidadania (CCJC) da Câmara
dos Deputados o substitutivo
do deputado Artur Maia (PMDB-
-BA), relator do projeto de lei (PL
4330/2004), de autoria do deputado
Sandro Mabel (PMDB-GO), que, se
for aprovado, libera por completo a
terceirização e precariza o emprego
e os direitos dos trabalhadores no
Brasil. Isto significa, por exemplo,
que os bancos poderão terceirizar
caixas, gerentes e demais atividades,
colocando a categoria dos bancários
em extinção.
No entanto, a mobilização dos tra-
balhadores, liderada pelos bancários,
evitou que o PL 4330 fosse votado em
11 de junho e 10 de julho. “Vencemos
duas batalhas, mas não a guerra. Pre-
cisamos intensificar a mobilização
contra a precarização do trabalho”,
afirma Carlos Cordeiro, presidente da
Contraf-CUT.
Foi definida a realização de quatro
reuniões semanais da mesa quadri-
partite, formada por trabalhadores,
empresários (liderados pela Fena-
ban), governo e parlamentares, com
data limite de 5 de agosto. O PL 4330
poderá entrar na pauta da CCJC da
Câmara no dia 13 de agosto.
No Dia Nacional de Lutas, ocor-
rido em 11 de julho, quando os
trabalhadores mostraram que nunca
saíram das ruas do Brasil, o combate
ao PL 4330 foi um dos destaques
da pauta unitária da CUT e demais
centrais sindicais. E no próximo dia
6 de agosto serão promovidos atos
contra a terceirização nas portas das
federações e confederações patronais
em todas as capitais dos estados, a fim
de pressionar os empresários a retirar
o PL 4330 da pauta na Câmara.
Cada bancário também deve en-
viar mensagens aos deputados, es-
pecialmente aos integrantes da CCJC
da Câmara, cobrando posicionamen-
to contra o PL 4330. Essa reforma
trabalhista disfarçada não pode ser
aprovada. Um país de primeira não
pode ter emprego de terceira!
com igual teor, contra vários sindica-
tos, federações e Contraf-CUT, após o
Dia Nacional de Luta, realizado em 11
de abril, quando houve paralisações
com entrega de carta aberta denun-
ciando a falta de funcionários diante
das demissões. O banco pede “inde-
nização por danos morais” e outras
punições, acusando as entidades de
“promoveram a edição de notícias in-
verídicas e comentários difamatórios”.
Em 2011, o Santander ajuizou uma
ação contra o Sindicato dos Bancários
de São Paulo, a Contraf-CUT, a Fetec-
-CUT/SP e a Afubesp, para que fosse
retirado do ar um anúncio na Rádio
CBN antes da final da Copa Libertado-
res. As entidades foram condenadas,
em primeira instância, a pagar uma
indenização de R$ 1,5 milhão, mas
recorreram.
O Encontro Nacional aprovou o
fim das práticas antissindicais e a
retirada imediata das ações judiciais
movidas pelo banco contra as entida-
des sindicais.
PRÁTICAS ANTISSINDICAIS
Não aceitamos calar a voz dos trabalhadores
Pressão dos trabalhadores impede votação na CCJC da Câmara em 10 de julho

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Apresentação Institucional - Dezembro 2017
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019348000101011 (5)
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2540 06 hsbc frustra bancários em negociação sobre emprego…
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Boletim cntv 07 01 2020
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Informativo da secretaria de comércio e serviço 224
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1272201438[1] raios bradesco julho 2012
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Apresentacao institucional bib 2016.12
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APRESENTAÇÃO CAC
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Case day horc
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Santander demite mais de 2,6 mil e bancários lutam por emprego

  • 1. P U B L I C A Ç Ã O N A C I O N A L DA C O N T R A F - C U T | E S P E C I A L S A N TA N D E R | J U L H O 2 013 O Santander não para de dispensar trabalhadores. Segundo informações da maioria dos sindicatos filiados à Contraf-CUT, o banco espa- nhol demitiu 2.604 funcionários no 1º semestre deste ano, dos quais 1.820 sem justa causa. Esses números, embora parciais, já que nem todos os sindicatos infor- maram as homologações, superam os desligamentos ocorridos no mesmo período do ano passado. O Santander demitiu 2.449 empregados, sendo 1.175 sem justa causa, conforme da- dos do Caged, fornecidos pelo banco à Contraf-CUT por determinação do Ministério Público do Trabalho, em função das demissões em massa efetuadas em dezembro de 2012. Na- quele mês, o banco dispensou 1.153 empregados sem justa causa, um corte de 975 postos de trabalho. O balanço do 1º trimestre de 2013, apesar do lucro gerencial de R$ 1,519 bilhão, mostra que o banco cortou 508 empregos. Não é à toa que há falta de funcionários nas agências e postos de atendimento, o que levou a Contraf-CUT, sindicatos e federações a promover o dia nacional de luta, em 18 de abril, com paralisações e protestos em todo país. BASTA DE DEMISSÕES! Além de fechar vagas, as demis- sões atingem principalmente os fun- cionários com mais tempo de casa e perto da aposentadoria, cujos salários são bem maiores do que os dos novos. É a política de rotatividade. Em de- zembro de 2012, essa diferença che- gou a 59,8%. Assim, o banco reduz custos, turbina os lucros e melhora o chamado índice de eficiência. E a responsabilidade social? No Encontro Nacional dos Dirigen- tes Sindicais do Santander, realizado em 4 e 5 de junho, a luta pelo emprego foiumadastrêsprioridadesaprovadas. Os bancários reivindicam o fim das demissões e da rotatividade, mediante Fim da rotatividade e mais funcionários já! Mês 2012(*) 2013(**) Total Sem Justa Total Sem Justa causa causa Jan 400 198 624 491 Fev 360 170 284 183 Mar 461 218 328 188 Abr 350 179 421 256 Mai 498 234 513 381 Jun 380 176 434 321 Total 2.449 1.175 2.604 1.820 A Contraf-CUT, federações e sindicatos voltam a negociar com o Santander na próxima segunda-feira (22), às 14h, em São Paulo, durante o Comitê de Relações Trabalhistas. Os dirigentes sindicais esperam o atendimento da pauta de reivindicações específicas. A pauta contém demandas de emprego, condições de tra- balho, remuneração, saúde e previdência complementar, bem como inclui pendências de negociações anteriores. Atender as reivindicações significa valorização dos funcionários, principais responsáveis pelos lucros gigantescos do banco, que repre- sentam 26% do resultado mundial. Em nenhum outro país do planeta, o ganho é maior, mas aqui os funcionários são tratados como se fossem de segunda categoria. NEGOCIAÇÃO COM BANCO NA PRÓXIMA SEGUNDA Demissões totais e sem justa causa - Santander Brasil - 1º Semestre Fonte: CAGED (*) e Sindicatos afiliados à Contraf CUT (**) Elaboração: Dieese – Subseção Contraf CUT a aplicação da Convenção 158 da OIT que proíbe demissões imotivadas. As entidades sindicais também cobram mais contratações para acabar com a sobrecarga de trabalho e ga- rantir atendimento de qualidade aos clientes e à população, bem como a realocação dos funcionários atingidos por fusões de agências ou extinção de funções. Os trabalhadores querem ainda o fim das terceirizações no banco e igualdade de oportunidades na contratação, na remuneração e na ascensão profissional, sem quaisquer discriminações. Os bancários exigem emprego decente e aposentadoria digna. Santander, respeite o Brasil e os brasileiros
  • 2. 2 CONDIÇÕES DE TRABALHO Pelo fim das metas abusivas e combate ao assédio moral A situação nas agências está cada vez mais insustentável, diante da enorme falta de funcionários, das metas abu- sivas e do assédio moral. Os bancários estão estressados, muitos tomando re- médios tarja preta e outros trabalhando no limite, até com atestado médico na gaveta, o que comprova o modelo de gestão pelo medo. Vários colegas já adoeceram no tra- balho e estão afastadodos. Já o gerente geral Antônio Ricardo Terra Fabrício, de 49 anos, da agência Santa Rosa (RS), morreu na madrugada de 14 de maio após ter sofrido um infarto do miocár- dio em sua residência. Tinha 28 anos de banco e deixou esposa e uma filha. Durante o atendimento médico, ele ainda teve forças para pedir aos fami- liares que eles processassem o banco, caso ele viesse a falecer. Um minuto de silêncio foi feito em memória do gerente no Encontro Nacional dos Di- rigentes Sindicais. O quadro de pessoal das agências está reduzidíssimo. Tem agências fechando ao meio-dia para o almoço dos funcionários que restaram. Há demissões de funcionários doentes e ainda afastados que, quando voltam ao trabalho, são perseguidos. Quem não cumpre as metas do superranking e su- permania não pode tirar férias no verão. Os funcionários não aguentam mais. Essa realidade é desumana. Não é à toa que o Santander ficou pentacam- peão em junho no ranking de recla- mações de clientes no Banco Central. Os funcionários estão desmotivados e ficando doentes. Além disso, há insegurança e faltam investimentos para prevenir assaltos e sequestros e proteger a vida das pessoas. Os bancários reivindicam mudan- ça na gestão de recursos humanos do banco, com o fim das metas abusivas, do assédio moral e das reuniões diárias para cobrança de metas, bem como o cumprimento da convenção coletiva que proíbe a exposição do ranking individual dos funcionários. Outras demandas são o fim das me- tas individuais, a proibição de abertura e prospecção de contas universitárias fora da jornada e do local de trabalho e o fim do desvio de funções nas agências, envolvendo caixas, coordenadores e gerentes de atendimento e de negócios. Os dirigentes sindicais cobram ainda melhores condições de trabalho e valorização dos funcionários com de- ficiência (PCD) e transferência de suas lotações para locais mais próximos de suas residências, para melhorar sua mobilidade e qualidade de vida. Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais, em São Paulo CAIXAS NÃO PODEM TER METAS INDIVIDUAIS Após muitos anos de co- brançadasentidadessindicais,o Santander anunciou finalmente no último dia 4, na reunião do Comitê de RelaçõesTrabalhistas (CRT), o comunicado interno sobre as atividades do caixa. No texto, encaminhado aos geren- tes gerais e de atendimento na rede de agências, consta que os caixas“nãopodemestarsujeitos ao cumprimento de metas indi- viduais de venda de produtos bancários. E a avaliação deve ser baseada pelo atendimento”. O documento aponta tam- bém que“as atividades do caixa devem ter como foco principal o atendimento eficiente ao cliente,sendoresponsávelpelas operações efetuadas nos termi- nas de caixa”. Trata-se de um avanço im- portante, pois a função do caixa não é vender produtos, mas fazer um atendimento de quali- dade aos clientes e à população. Caso algum caixa continue com metasindividuais,eledevefazer denúncia ao seu sindicato.
  • 3. 3 MOBILIZAÇÃO Encontro Nacional aprova pauta de reivindicações dos funcionários E mprego, condições de trabalho e remuneração. Essas foram as três grandes prioridades apontadas pelos mais de 130 participantes do Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicais do Santander, promovido pela Contraf-CUT em 4 e 5 de junho, em São Paulo. Foi aprovada uma pauta específica de reivindica- ções, que também inclui demandas de previdência complementar e saúde su- plementar. A minuta foi entregue em 27 de junho ao novo superintendente de relações sindicais do banco, Luiz Cláudio Xavier. “O objetivo é buscar avanços nas negociações, a fim de garantir respei- to, dignidade e valorização profissio- nal”, afirma o secretário de imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. “O Encontro Nacional reforçou a importância da unidade e da mobi- lização para ampliar as conquistas dos trabalhadores do banco”, destaca a coordenadora da Comissão de Or- ganização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani. Previdência complementar Os bancários criticaram a falta de democracia e transparência no SantanderPrevi, que possui 44 mil participantes, a redução das contri- buições do banco na migração dos participantes do ex-HolandaPrevi até 31 de maio de 2009, o não aporte do serviço passado pelo banco no plano II do Banesprev e a ausência de contribuições da patrocinadora em planos do Sanprev. Foi renovada a proposta de uni- ficar a gestão de todos planos numa única entidade de previdência com- plementar, o Banesprev, que possui o melhor modelo de governança. Os bancários também defenderam a retomada imediata do Grupo de Trabalho do SantanderPrevi, previs- to no acordo aditivo do Santander à convenção coletiva, a fim de construir um processo eleitoral democrático. Saúde suplementar Foi destacada a necessidade de manutenção do plano de saúde na aposentadoria com as mesmas condi- ções de cobertura que o bancário go- zava quando da vigência do contrato de trabalho, mediante pagamento de mensalidade correspondente ao valor que era descontado de seu holerite (contracheque). Também foi salientada a importân- cia da transparência, com a disponibi- lização dos contratos e coberturas dos planos de saúde para os trabalhadores e o envio de extrato mensal discri- minando as despesas realizadas para cada bancário, a exemplo da Cabesp. Aindafoicobradaaimplantaçãodeum programa de reabilitação profissional, conforme prevê a convenção coletiva. Diretoria Estatutária Remuneração total prevista para 2013 Salário ou pró-labore R$ 50 milhões Benefícios diretos e indiretos R$ 10,5 milhões Outros R$ 3 milhões Outros INSS R$ 20 milhões Bônus R$ 50 milhões Participação nos resultados R$ 123 milhões Outros INSS R$ 50 milhões Baseada em ações R$ 57,6 milhões TOTAL R$ 364,1 milhões Fonte:ManualdaAssembleiadeAcionistas Diretor do Santander ganha R$ 5,6 milhões por ano, 118 vezes mais do que o caixa Enquanto demite para bai- xar custos, o Santander Brasil aprovou um aumento de 37,5% na previsão da remuneração global anual de 2013 para o alto escalãodobanconaassembleia dos acionistas, realizada em 29 de abril, em São Paulo. Os 46 diretores estatutários ganharão este ano R$ 364,1 milhões e os 9 membros do Conselho de Administração, R$ 7,7 milhões. Dois acionistas minoritários votaram contra. A tabela ao lado mostra que a maior parte de ganhos dos altos executivos é formada por remuneração variável (bônus, participação nos resultados e ações), o que explica a gestão de metas abusivas. SegundocálculosdoDieese, cada diretor vai receber, em média, R$ 5,6 milhões por ano, oquecorrespondea118,4vezes o que vai ganhar um caixa no mesmo período. Esse profundo abismo mos- traque,enquantooaltoescalão é supervalorizado, os milhares de funcionários possuem salá- rios que estão entre os menores do sistema financeiro e sem expectativas de carreira, diante da falta de um Plano de Cargos eSalários(PCS)comregrasclaras e transparentes para ascensão e valorização profissional no banco.Comosenãobastasse,há distorçõesgritantesnossalários para cargos de mesma função que precisam ser corrigidos e falta transparência nos progra- mas próprios de renda variável. O Brasil é o 12º país com a pior distribuição de renda do mundo. O Santander, com essa políticadiscriminatóriaderemu- neração, contribui para essa ver- gonhosaconcentraçãoderenda.
  • 4. 4 Publicação da Contraf/CUT. Presidente: Carlos Cordeiro. Secretário de Imprensa: Ademir Wiederkehr. Jornalista responsável: José Luiz Frare. Arte: Tadeu Araujo. Correspondência: Rua Libero Badaró, 158 - 1º andar São Paulo-SP - CEP 01008-000 - Fone: (11) 3107-2767 - Site: www.contrafcut.org.br E-mail: contrafcut@contrafcut.org.br O s bancários realizaram em 23 de maio um dia inter- nacional de lutas contra as práticas antissindicais do Santander. A mobilização foi definida em 7 de maio, durante a 7ª Reunião Conjunta das Redes Sindicais dos Bancos Internacionais, em Assunção. Houve manifestações no Brasil e ou- tros países, criticando o ajuizamento de ações contra entidades sindicais para tentar calar os trabalhadores. O Santander entrou com processos, PRECARIZAÇÃO Se PL 4330 for aprovado, bancos podem terceirizar caixas e gerentes E stá tramitando na Comissão de Constituição, Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados o substitutivo do deputado Artur Maia (PMDB- -BA), relator do projeto de lei (PL 4330/2004), de autoria do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que, se for aprovado, libera por completo a terceirização e precariza o emprego e os direitos dos trabalhadores no Brasil. Isto significa, por exemplo, que os bancos poderão terceirizar caixas, gerentes e demais atividades, colocando a categoria dos bancários em extinção. No entanto, a mobilização dos tra- balhadores, liderada pelos bancários, evitou que o PL 4330 fosse votado em 11 de junho e 10 de julho. “Vencemos duas batalhas, mas não a guerra. Pre- cisamos intensificar a mobilização contra a precarização do trabalho”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT. Foi definida a realização de quatro reuniões semanais da mesa quadri- partite, formada por trabalhadores, empresários (liderados pela Fena- ban), governo e parlamentares, com data limite de 5 de agosto. O PL 4330 poderá entrar na pauta da CCJC da Câmara no dia 13 de agosto. No Dia Nacional de Lutas, ocor- rido em 11 de julho, quando os trabalhadores mostraram que nunca saíram das ruas do Brasil, o combate ao PL 4330 foi um dos destaques da pauta unitária da CUT e demais centrais sindicais. E no próximo dia 6 de agosto serão promovidos atos contra a terceirização nas portas das federações e confederações patronais em todas as capitais dos estados, a fim de pressionar os empresários a retirar o PL 4330 da pauta na Câmara. Cada bancário também deve en- viar mensagens aos deputados, es- pecialmente aos integrantes da CCJC da Câmara, cobrando posicionamen- to contra o PL 4330. Essa reforma trabalhista disfarçada não pode ser aprovada. Um país de primeira não pode ter emprego de terceira! com igual teor, contra vários sindica- tos, federações e Contraf-CUT, após o Dia Nacional de Luta, realizado em 11 de abril, quando houve paralisações com entrega de carta aberta denun- ciando a falta de funcionários diante das demissões. O banco pede “inde- nização por danos morais” e outras punições, acusando as entidades de “promoveram a edição de notícias in- verídicas e comentários difamatórios”. Em 2011, o Santander ajuizou uma ação contra o Sindicato dos Bancários de São Paulo, a Contraf-CUT, a Fetec- -CUT/SP e a Afubesp, para que fosse retirado do ar um anúncio na Rádio CBN antes da final da Copa Libertado- res. As entidades foram condenadas, em primeira instância, a pagar uma indenização de R$ 1,5 milhão, mas recorreram. O Encontro Nacional aprovou o fim das práticas antissindicais e a retirada imediata das ações judiciais movidas pelo banco contra as entida- des sindicais. PRÁTICAS ANTISSINDICAIS Não aceitamos calar a voz dos trabalhadores Pressão dos trabalhadores impede votação na CCJC da Câmara em 10 de julho