Este documento discute a importância do ministério para crianças na Igreja Católica. Apresenta Jesus como modelo ao valorizar a capacidade das crianças de acolher o Evangelho. Defende que a família, escola e Igreja devem trabalhar juntos para formar as crianças na fé cristã.
3. RENO VAÇÃO CARISMÁTICA CATÓLICA - BRASIL
MINISTÉRIO PARA CRIANÇAS
“Ensina a criança o cam inh o q ue e la de ve se guir e m e sm o q uando for ve lh a,
jam ais se de sviará de le "
Pv22,6
H yde Flávia Lobato Marinh o D ias
e
Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias
"É m ais fácilde ixar-se pre gar com Cristo na cruz, do q ue tornar-se , com Ele ,
um a criancinh a balbuciante "
Edith Ste in
Contatos
H yde Flávia Lobato Marinh o D ias
Coorde nadora Nacionaldo Ministério para Criança da RCC
Te l: (31)3247-349 7
e -m ail: h yde flavia@ h otm ail.com
talitacum i@ ig.com .br
Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias
Te ls: (31)3462-2461 /9 183-629 1
e -m ail: m yle se lias@ yah oo.com .br
“O nde não h á criança não h á Re ino de De us”
Pe W illam y
4. ÍND ICE
Página
APRESENTAÇÃO
H yde Flávia Lobato Marinh o
INTRO D UÇÃO
H yde Flávia Lobato Marinh o
CAPÍTULO I - O Ministério para Crianças
H yde Flávia Lobato Marinh o e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias
CAPÍTULO II - D e se nvolvim e nto das Açõe s do Ministério para Crianças
H yde Flávia Lobato Marinh o e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias
CAPÍTULO III - O D e se nvolvim e nto Em ocionale Espiritualda Criança
H yde Flávia Lobato Marinh o e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias
CAPÍTULO IV- A Cura Inte rior da Criança
H yde Flávia Lobato Marinh o e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias
CAPÍTULO V- As Virtude s e o D e se nvolvim e nto Espiritualda Criança
Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias
CAPÍTULO VI - Brincando, Form ando e Evange lizando as Crianças
Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias
APÊND ICES
1. Mode lo de Proje to de Estruturação do Ministério para Crianças na Com unidade
2. A Estruturação de um Grupo de O ração para Crianças
3. A O ração com a Criança
4. Suge stõe s para a Pre gação Q ue rigm ática Adaptada à Linguage m da Criança
5. A Criança e a Palavra de D e us
6. Ce le bração D urante a Gravide z
7. Ce le bração Pre parando para o Parto
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5. APRESENTAÇÃO D O ED ITO R
1 CNBB. D ocum e nto de Apare cida, 226c
A Com issão de Form ação é um órgão de
asse ssoria e consultoria do Conse lh o Nacionale te m a
finalidade de articular e re alizar as atividade s de
form ação de toda RCC do Brasile ve m dar suporte a
todos m inistérios para que re alize m suas form açõe s
e spe cíficas e que possam ate nde r com qualidade os
grupos de oração.
“Junto a um a forte e xpe riência re ligiosa e um a
de stacada convivência com unitária, nossos fiéis pre cisam
aprofundar o conh e cim e nto da Palavra de De us e os
conte údos da fé, visto q ue e sta é a única m ane ira de
am adure ce r sua e xpe riência re ligiosa”.
A busca de sabe doria e do conh e cim e nto de D e us
é um a constante na vida do se r h um ano. O h om e m é
um se r re ligioso e na sua cam inh ada busca faze r da
re ligião um e ncontro com D e us, conh e ce r D e us.
A partir do e ncontro pe ssoal com Cristo
e xpe rim e ntado ao re ce be r o anúncio que rigm ático, o
cristão fica e ntusiasm ado e cada ve z m ais que r cre sce r
no aprofundam e nto doutrinal, m oral e e spiritual.
Buscando vive r a e xpe riência pe ssoaldo Batism o no
Espírito Santo (ide ntidade de nosso m ovim e nto),
se ntim os a ne ce ssidade de um a form ação m adura e
doutrinária para não andarm os ao sopro de qualque r vã
doutrina.
D ando se qüência ao m ódulo básico de form ação
Paulo Apóstolo, am pliado com os três e ncontros de
form ação h um ana, cada m inistério na RCC te m a
re sponsabilidade de aplicar sua form ação e spe cífica,
naquilo que é im portante para o funcionam e nto do
m e sm o. E e sta de ve se r siste m ática, adaptada à
capacidade dos se us m e m bros para que todos possam
re sponde r cada ve z m ais a razão de sua fé. Um a boa
form ação é a garantia da vida e da força de cada
m inistério se ndo, portanto, a guardiã dos carism as.
A falta de com pre e nssão e conse qüe nte m e nte
não assum ir o cam inh o da form ação com e m pe nh o e
de dicação têm causado de svios, apatias e até m e sm o
abandono da RCC e da Igre ja.
H á, portanto, um a ne ce ssidade inconte stáve lde
que as lide ranças e os m e m bros da RCC não re sistam à
form ação, m as a busque m ince ssante m e nte , para
pe rm ane ce re m no cam inh o de santidade e se rviço.
Re ssaltam os, ainda, que os m inistérios são
instâncias de se rviço do grupo de oração, da dioce se ,
do e stado, e tc. Cabe a e le s e stim ular e ince ntivar a
form ação, porém não têm e le s autonom ia de de cisõe s,
de ve ndo se re portar para orie ntaçõe s e de cisõe s
se m pre ao coorde nador do grupo de
oração/dioce sano/e stado, de pe nde ndo da e sfe ra. O s
m inistérios não pode m criar coorde naçõe s parale las,
pois cabe ao coorde nador do GO , da dioce se ou do
e stado o disce rnim e nto e pastore io dire to dos se rvos.
Aos re sponsáve is pe los m inistérios e m qualque r e sfe ra
cabe a form ação e spe cífica do m e sm o.
Conscie nte s da im portância da form ação e que
e sta não pode e star se parada de um a vida de oração,
pe rm ane çam e m Ce náculo para um pe re ne Pe nte coste s.
Nossa Se nh ora se de da Sabe doria, rogai por nós
Com issão Nacionalde Form ação
7. 7
A infância, h oje e m dia, de ve se r de stinatária de
um a ação prioritária da Igre ja, da fam ília e das
instituiçõe s do Estado, tanto pe las possibilidade s que
ofe re ce com o pe la vulne rabilidade a que se e ncontra
e xposta. A crianças são dons e sinalda pre se nça de
D e us e m nosso m undo por sua capacidade de ace itar
com sim plicidade a m e nsage m e vangélica. Je sus as
e scolh e u com e spe cial te rnura (cf Mt19 ,14), e
apre se ntou a capacidade que e las têm para acolh e r o
Evange lh o com o m ode los para e ntrar no Re ino de D e us
(cfMt18,3)(D ocum e nto de Apare cida 438).
Nos dire itos m undiais da Criança e ncontram os:
Em caso de e m e rgência prim e iro salve m as crianças. E
quando nossa Igre ja diz se r a criança PRIO RID AD E
talve z se ja para nós um a ale rta de que o m undo e ste ja
e m situação de e m e rgência. No te m po de D om Bosco a
e vange lização de criança e ra pre ve ntiva, h oje e stam os
trabalh ando no re sgate , pre cisam os re sgatar a criança e
sua infância para não corre rm os o grande risco de
pe rde r nosso MO D ELO PARA ENTRAR NO REINO
D E D EUS. Entre a criança “se r de scartáve l” e m
laboratórios de pe squisa ge nética e a criança D O M E
SINAL D A PRESENÇ A D E D EUS EM NO SSO
MUND O h á um longo cam inh o de e vange lização.
Louvado se ja D e us pe la CAPACID AD E da criança
D E ACO LH ER O EVANGELH O CO M SIMPLICID AD E.
A e xe m plo de São D om ingos Sávio, santa Inês, santa
Be rnade te e tantos outros santos crianças, o m e nino e a
m e nina de h oje são capaze s de anunciar o Re ino e
de nunciar o pe cado. O m undo já de scobriu o pode r de
pe rsuasão da criança se ndo sua pre se nça obrigatória
nos program as de TV, nas cam panh as publicitárias com o
age nte s transform adore s e anunciadore s e nós Igre ja
tam bém :
Valorizar a capacidade m issionária dos m e ninos e
m e ninas que não só e vange lizam se us próprios
com panh e iros, m as que tam bém pode m se r
e vange lizadore s de se us próprios pais. D A441,g
APRESENTAÇÃO
H yde Flávia
Coorde nadora Nacionaldo Ministério para Crianças
9. 9
“D e ixai vir a m im as criancinh as e não as
im pe çais’’ (Mt 19 ,14), disse Je sus aos se us discípulos. E
h oje , a que m Ele diria isto?
Talve z aos pais e padrinh os que prom e te m num a
pia batism al dar um a form ação católica para suas
crianças e não cum pre m .
Talve z aos form adore s e re sponsáve is pe la
e vange lização nas paróquias que não prom ove m a
ade são a Je sus afastando a criança da vida sacram e ntal.
Talve z às e scolas católicas quando não transm ite m
a fé e os valore s cristãos.
Talve z àque le s que não pe rce be m a criança nas
com unidade s, nos e ncontros e nos grupos de oração e
de ixam de inve stir na sua e vange lização.
Talve z aos que dize m “criança é o futuro” e se
ach am no dire ito de ignorar a criança e suas obrigaçõe s
para com e la.
Talve z quando a fam ília, a e scola e a igre ja
transfe re m e ntre si a re sponsabilidade de form ar a
criança na fé cristã.
O que pe nsa da criança Je sus e Maria?
Je sus nos m ostra o cam inh o inve rso, e m ve z de
dize r a criança: “você é o futuro”, Ele diz aos adultos:
“Torna-te um a criança para e ntrare s no re ino dos céus’’
(Mc 10,15).
No plano de D e us a infância é um m om e nto único
onde se dará a form ação do caráte r e da pe rsonalidade
que irá acom panh ar toda um a vida e a Palavra de D e us
prom e te :
"Ensina a criança o cam inh o q ue e la de ve se guir e m e sm o
q uando ve lh a jam ais se de sviará de le "(Pv22,6).
O Cate cism o da Igre ja Católica diz: "A e ducação da
consciência é um a tare fa de toda a vida. De sde os
prim e iros anos, ale rta a criança para o conh e cim e nto e a
prática da le i inte rior re conh e cida pe la consciência m oral.
Um a e ducação prude nte e nsina a virtude , pre se rva ou cura
do m e do, do e goísm o e do orgulh o, dos se ntim e ntos de
culpabilidade e dos m ovim e ntos de com placência, nascidos
da fraq ue za e das faltas h um anas. A e ducação da
consciência garante a libe rdade e ge ra a paz no coração”
(CIC 1784).
Este é o grande salto que o Ministério para
Criança ve m im plantar. A e vange lização que vê a criança
capaz de dar o pe rfe ito louvor a D e us (Sal8,3 e Mt
21,16), m ode lo para jove ns e adultos (Mt 18,3) e
age nte s anunciadore s dignos de toda confiança com o
nos e nsinou Maria e m Lourde s e Fátim a e nos e nsina o
Papa ao confiar à criança a salvação de suas fam ílias e de
todas as fam ílias do m undo (Carta do Papa às Crianças)
e nós dize m os: Am ém !
INTRO D UÇÃO
H yde Flávia
A paz do Me nininh o Je sus!
11. 11
O bje tivo
O Ministério para Crianças visa de se nvolve r
condiçõe s ide ais de e vange lização conform e a re alidade
da infância. Pre cisam os com pre e nde r a criança com o
pe ssoa e m form ação, com capacidade s que pre cisam
se r de se nvolvidas, e stim uladas, organizadas e
e struturadas e m todos níve is, a sabe r: físico, m e ntal,
e m ocionale e spiritual.
Este s níve is são inte rligados e re pre se ntam os
pilare s sobre os quais o h om e m se apóia da infância ao
fim de sua vida. O Ministério para Crianças busca
ate nde r o ch am ado para a construção da e vange lização
que conduzam a infância e m dire ção à ple nitude
anunciada por Cristo.
Evange lizando crianças, e ste m inistério priorizará
proje tos que vise m :
· Re sgatar a de sce ndência e le ita: form ar a
consciência da com unidade cristã a re spe ito da infância,
quanto às suas ne ce ssidade s sociais, e m ocionais e
e spirituais;
· Faze r com que a criança se ja ouvida: e stabe le ce r
critérios de e vange lização ade quados para o ace sso da
criança à m e nsage m anunciada por Cristo;
· Ach ar o lugar da criança: orie ntar e asse ssorar
açõe s de e vange lização e spe cíficas para as crianças que
re staure m a sua ide ntidade cristã.
Me tas
· Evange lizadora: ade quar o anúncio que rigm ático à
re alidade e condição da criança.
· Missionária: ir onde a criança e stive r.
· Form adora: dar form ação à criança e a que m a
e vange liza.
Justificativa
A re alidade da infância pre cisa se r clara para pais,
casais ge stante s, doce nte s, cate quistas, m onitore s,
m inistérios, pastorais, de ntre outros, pois o alice rce
e struturado ne sta fase acom panh a a vida cristã e m toda
um a a e xistência. Nos pre ocupam os com as se qüe las, os
“e spinh os na carne ”, que flage lam e m dive rsos níve is da
vida cristã, as quais te m sua orige m , e m quase toda sua
totalidade , na infância à idade adulta e que pe rm ane ce m
sob dive rsas form as de sofrim e nto de sde a falta de
e ntre ga, com o e xpre ssão de um a fé bloque ada e
e spe rança lim itada, se m com pre e nde r a razão de ssa
de ficiência. A infância re le gada conduz às lim itaçõe s do
adulto no re lacionam e nto com os irm ãos, com a
com unidade e com D e us.
O Ministério para Crianças te m por m issão ge rar
a consciência de toda com unidade a re spe ito da
infância. Ge rar é form ar, de se nvolve r, se nsibilizar,
conscie ntizar e cuidar. Visa ofe re ce r subsídios
re alm e nte ade quados às suas ne ce ssidade s e capacidade
de com pre e nsão, para darm os às crianças as condiçõe s
para construir, de sde ce do, um re lacionam e nto íntim o
com D e us.
Um a consciência ple na sobre a infância é a
condição para o de se nvolvim e nto dos m e ios de
e vange lização. Se m consciência não h á com pre e nsão e
se m se r com pre e ndida, não h á m étodo que le ve a
criança à fé. A criança foi flage lada durante m ilênios por
se r conside rada um adulto e m m iniatura, até na arte e ra
re tratada de ssa form a. O s e fe itos a h um anidade
de m onstra e m vários tipos de intole rância. Atitude s dos
que não conse gue m com pre e nde r a si, ao outro e a
D e us e se tornam incapaze s de am ar e pre se rvar a
criança.
Se m a e vange lização, nas dim e nsõe s que rigm ática
e cate quética, não aconte ce o e ncontro pe ssoalcom
D e us Pai, Filh o e Espírito Santo, e conse qüe nte m e nte a
cura, a libe rtação e o cre scim e nto da fé não ocorre m
dificultando assim o am ar e o se r um com Cristo, e
m ais, im pe de que se re alize na vida de cada um a Sua
proposta de Salvação.
O ch am ado do Ministério para Crianças é
e vange lizar. É le var o anúncio e vangélico sobre a criança
aos pais, cate quistas e m inistérios, aprofundando na
com pre e nsão de suas ne ce ssidade s e capacidade s,
cognitivas, e m ocionais e e spirituais, para suscitarm os as
e xpe riências de am or e vida no se u cam inh o rum o ao
Pai.
H istória de Sam ue l
Elcana e ra casado com Ana que e ra e stéril(I Sm
1,5). Um dia no Te m plo Ana ch orava suplicando a D e us
o dom da m ate rnidade . O sace rdote H e li ach ou que
Ana e stava bêbada e foi ch am ar sua ate nção. "Não é
assim , m e u se nh or, re sponde u Ana, e u sou um a m ulh e r
aflita;não be bi ne m vinh o, ne m álcool, m as de rram o a
m inh a alm a na pre se nça do Se nh or. Não tom e s a tua
e scrava por um a pe ssoa frívola, porque é a grande za de
O MINISTÉRIO PARA CRIANÇAS
Capítulo I
H yde Flávia Lobato Marinh o e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias
12. 12
m inh a dor e de m inh a aflição que m e fe z falar até aqui."
H e li re sponde u: "Vai e m paz, e o D e us de Israe lte
conce da o que lh e pe de s."
Não é e sta a m issão dos e vange lizadore s de criança
transform ar afliçõe s e m e spe rança?
Ana consagra se u filh o a D e us, na ve rdade a
vocação de Sam ue lcom e ça com a vocação de sua m ãe
á m ate rnidade . Assim de pois de um ano Ana se
apre se nta no te m plo com se u filh o no colo. Q uando é
de sm am ado Ana le va Sam ue lpara m orar com H e li, que
e scolh e o lugar m ais sagrado do Te m plo para Sam ue l
dorm ir e lh e dá um a m issão, a de m ante r ace sa a ch am a
do fogo que h avia caído do céu.
Não é e sta a m issão de cada criança m ante r ace ssa a
ch am a do am or e m se us lare s?
Não é e sta a m issão dos e ducadore s re se rvar o lugar m ais
sagrado para a criança?
Um a ve z por ano Ana te cia um a túnica e le vava
para Sam ue l. A túnica se m pre ficava pe que na.
O s pais nunca ach am que se us filh os cre sce ram .
Não se ria o pape ldo e vange lizador ale rtá-los?
A voz de D e us h á m uito te m po não e ra ouvida.
"O s filh os de H e li e ram m aus;não conh e ciam o Se nh or"
(I Sm 2,12) dife re nte do m e nino Sam ue lque “cre scia na
com panh ia do Se nh or", (I Sm 2,21b).
Je sus tam bém cre scia e m sabe doria e graça diante de
De us e dos h om e ns.
Um dia e stava Sam ue ldorm indo quando e scutou
ch am ar se u nom e . Corre u até H e li pe nsando que e le o
ch am ava. H e li pe diu a Sam ue lque voltasse a se de itar.
"Pe la te rce ira ve z o Se nh or ch am ou Sam ue l, que se
le vantou e foi te r com H e li: Eis m e aqui, tu m e
ch am aste . Com pre e nde u e ntão H e li que e ra o Se nh or
que m ch am ava o m e nino e disse : Vai e torna a de itar-te
disse -lh e e le , e se ouvire s que te ch am a de novo,
re sponde : Falai, Se nh or que vosso se rvo e scuta!” (I Sm
3,10). E assim fe z o m e nino. D e sde e ntão a voz de D e us
passou a se r ouvida e anunciada pe lo Profe ta Sam ue l.
Não se ria o pape ldo e vange lizador de Criança e nsinar a
distinguir a voz de De us da voz dos h om e ns?
A Consciência Cristã
A consciência cristã de se nvolve -se . Me sm o se m o
ple no conh e cim e nto de D e us e se u proje to de salvação
vam os aos poucos rom pe ndo as se qüe las do pe cado
originale firm ando no cam inh o dado pe lo Se nh or Je sus.
Se h á um de se nvolvim e nto, te m os que pe nsar nas
condiçõe s que pre cisam e xistir para que e le ocorra. Isso
nos ch am a a ate nção de que tais condiçõe s
proporcionarão níve is de de se nvolvim e nto, ou
profundidade , conform e a sua qualidade , inte nsidade e
de vido acom panh am e nto.
“D e sde a prim e ira infância até ao lim iar da
m aturidade , a cate que se torna-se pois um a e scola
pe rm ane nte de fé e se gue as grande s linh as da vida, à
m ane ira de um farolque ilum ina o cam inh o da criança,
do adole sce nte e do jove m ” (Exortação apostólica
Cate ch e si Trade ndae , 37).
O Cate cism o da Igre ja Católica, no título “A
Form ação da Consciência” (CIC 1784), nos traz o
se guinte :
“A e ducação da consciência é um a tare fa de toda a
vida. De sde os prim e iros anos ale rta a criança para o
conh e cim e nto e a prática da le i inte rior re conh e cida pe la
consciência m oral. Um a e ducação prude nte e nsina a
virtude , pre se rva ou cura do m e do, do e goísm o e do
orgulh o, dos se ntim e ntos de culpabilidade e dos
m ovim e ntos de com placência, nascidos da fraq ue za e das
faltas h um anas. A e ducação da consciência garante a
libe rdade e ge ra paz no coração”.
Pre cisam os com pre e nde r a nossa
re sponsabilidade no cuidado com o próxim o de sde a
form ação da fam ília, na conce pção dos filh os, no
acom panh am e nto de se u cre scim e nto até sua
m aturidade . Som os ch am ados a e vange lizar, a form ar a
consciência da de sce ndência, a apre se ntar o am or
últim o do nosso Pai, que nos ch am a a form ar com Ele a
aliança e te rna.
Na Carta e ncíclica Fide s e t Ratio (Fé e Razão), o
Papa João Paulo II apre se nta tais dim e nsõe s da
e xistência h um ana dize ndo que “constitue m com o q ue as
duas asas pe las q uais o e spírito h um ano se e le va para a
conte m plação da ve rdade . Foi De us q ue m colocou no
coração do h om e m o de se jo de conh e ce r a ve rdade e , e m
últim a análise , de conh e ce r a e le , para q ue , conh e ce ndo-o
e am ando-o, possa ch e gar tam bém à ve rdade ple na
sobre si próprio” (Ex. 33,8;Sl27/26, 8-9 ;63/62, 2-3;Jo
14,8;IJo 3,2).
“Conh e ce re is a ve rdade e a ve rdade vos libe rtará” (Jo 8, 32)
“Eu sou a luz do m undo;aq ue le q ue m e se gue não andará
e m tre vas, m as te rá a luz da vida” (Jo 8, 12)
E ainda o Papa cita a inscrição “Conh e ce -te a Ti
Me sm o”, nos dize ndo que ”tanto no O rie nte com o no
O cide nte , é possíve le ntre ve r um cam inh o q ue , ao longo
dos séculos, le vou a h um anidade a e ncontrar-se
progre ssivam e nte com a ve rdade e a confrontar-se com
e la. É um cam inh o q ue se re alizou –ne m podia se r de
outro m odo –no âm bito da autoconsciência pe ssoal:
q uanto m ais o h om e m conh e ce a re alidade e o m undo,
tanto m ais conh e ce a si m e sm o na sua unicidade , ao
m e sm o te m po e m q ue ne le se torna cada ve z m ais
pre m e nte a q ue stão do se ntido das coisas e da sua própria
e xistência. O q ue ch e ga a se r obje to do nosso
conh e cim e nto torna-se por isso m e sm o parte da nossa
vida” (Carta e ncíclica Fide s e tRatio 1).
Ve m os aqui o ch am ado a cuidar e form ar com o a
e xpre ssão de am or na vida cristã, te ndo com o m e ta
ajudar o irm ão a conh e ce r a ve rdade ace rca de si
próprio e do Se nh or da Vida, para a libe rtação do jugo
13. 13
do pe cado, pois não h á autêntica ve rdade e libe rdade
que não ve nh a de D e us.
“A libe rdade é no h om e m um a força de cre scim e nto
e am adure cim e nto na ve rdade e na bondade . A libe rdade
alcança sua pe rfe ição q uando e stá orde nada para De us,
nossa be m -ave nturança” (CIC 1731)
Som e nte pe lo cam inh o nos dado por Je sus Cristo
pode m os se r livre s. Ple nitude da im age m e se m e lh ança
com o Pai, e is o obje tivo que de ve m os buscar alcançar
pe lo Se nh or na cam inh ada de nossas vidas.
Nossas vidas são ch e ias de e xpe riências do Re ino
e do m undo, da graça e do pe cado, e no cam inh ar
pre cisam os a cada m om e nto faze r e scolh as. D e cidir
com sabe doria re que r alice rce s firm e s, calcados no
am or ve rdade iro pe la vida nos dada pe la graça do
Se nh or. São ne sse s m om e ntos que nos de param os com
as ince rte zas, dúvidas, m e dos e te rrore s, que se
re avivam de e xpe riências sote rradas de de sam or, do
de sam or sob as m ais dive rsas form as de apre se ntação
das se qüe las do pe cado.
“A libe rdade se e xe rce no re lacionam e nto e ntre os
se re s h um anos. Toda pe ssoa h um ana, criada à im age m de
De us, te m o dire ito naturalde se r re conh e cida com o se r
livre e re sponsáve l” (CIC 1738)
Jam ais duvide , a criança é capaz de com pre e nde r
o anúncio e vangélico. A e fusão do Espírito Santo de ve
aconte ce r de sde a prim e ira infância. A e xpe riência do
am or incondicionalde D e us faz a criança se ntir-se
am ada, ace ita e com pre e ndida ve nce ndo o m e do e a
culpa. A criança pre cisa conh e ce r o am or ilim itado de
D e us.
“Eu sou o cam inh o, a ve rdade e a vida, ninguém ve m ao Pai
se não por m im ” (Jo 14,6).
O am or só é ple no e m Cristo. D aí o de sam or
pode se r conside rado toda form a de bilitada de cuidar,
e nsinar, ate nde r, e scutar ou falar. A proposta que o
Se nh or nosso D e us faz é de um a vida de graça, da
ve rdade e do am or re ve lado a nós pe la e ncarnação,
paixão e m orte de se u Filh o. Absolutam e nte ninguém
pode ir além , am ar com m aior profundidade e propor
um a ple nitude m ais abrange nte e ve rdade ira.
Em virtude de sua alm a e de se us pode re s
e spirituais de inte ligência e vontade , o h om e m é dotado
de libe rdade , “sinale m ine nte da im age m de De us” (CIC
1705 –GS17)
Cre sce r e m um am bie nte totalm e nte prote gido
nos alie na, a de sprote ção nos de sum aniza. Na libe rdade
se form a cristãos pe nsante s de consciência crítica, capaz
de m udar a socie dade e a re alidade com os valore s
cristãos. O s santos tinh am consciência do m undo a sua
volta, e ram cie nte s do be m e do m ale sabiam avaliar
be m as conse qüências de suas atitude s e de cisõe s. Je sus
e ra tão livre que podia dize r não a sua própria vontade .
Com o a criança pe rce be D e us?Q uais os sinais do
am or de D e us para a criança?A idéia de D e us é passada
para a criança pe que na por aquilo que é re ale se nsíve la
e la.
O prim e iro sinalde D e us são os pais. Ela
conce be a idéia de D e us pai, D e us m ãe , pe la
e xpe riência que vive com o filh o. Se os pais são tiranos,
D e us se rá h ostil. Se os pais não pe rm itire m a libe rdade ,
D e us é opre ssor. Se os pais fore m fe ch ados, D e us é
inace ssíve l. Se os pais fore m se ve ros, D e us é vingador.
Um D e us apagado é h e rde iro de pais se m autonom ia.
"O pape ldos pais na e ducação é tão im portante q ue
é q uase im possíve lsubstituí-los. O dire ito e o de ve r de
e ducação são prim ordiais e inalie náve is para os pais” (CIC
2221)
O se gundo sinalsão os laços afe tivos. A
criança de ve e star unida aos outros por um a re lação de
am or. A idéia de D e us é m arcada na criança m uito m ais
pe lo afe to, do que pe lo inte le cto, m ais pe la e m oção (do
re lacionam e nto), do que pe la noção do e nsinam e nto,
m ais pe lo que a asse m e lh a a D e us do que pe lo que
de form a e sta se m e lh ança.
"O progre sso e spiritualte nde à união se m pre m ais
íntim a com Cristo” (CIC 2014)
O te rce iro sinalé o clim a fam iliar. A fé da
criança se de se nvolve num clim a de paz, que não ignora
os conflitos; num clim a de se gurança porque não
de scarta o m e do;num clim a e m que a e xigência que
conduz aos ge stos de pe rdão, e disciplina te m se u
e spaço porque é condição para libe rdade . Nisso a
criança pode e ntre ve r um pouco a m ane ira de se r de
D e us.
“A e xpe riência da vida e m fam ília pode alim e ntar as
disposiçõe s afe tivas q ue por toda a vida constituirão
autênticos pre âm bulos e apoios de um a fé viva” (CIC -
2225)
Sobre a cate que se na prim e ira infância: “Mom e nto
m uitas ve ze s de cisivo é aq ue le e m q ue as criancinh as
re ce be m dos pais e do m e io am bie nte fam iliar os prim e iros
e le m e ntos da cate q ue se ... m ais do q ue um a sim ple s
re ve lação do Pai ce le ste ... para o q ualas criancinh as h ão
de apre nde r logo a voltar o coração. Bre víssim as oraçõe s,
q ue e las h ão de apre nde r a balbuciar, constituirão o início
de um diálogo am oroso com e sse De us e scondido cuja
Palavra vão com e çar e m bre ve a ouvir. Nunca é de m ais
insistir com os pais cristãos para q ue façam e ssa iniciação
pre coce das crianças. É por e la q ue as suas faculdade s h ão
de se r inte gradas num a re ve lação vitalcom De us. Tare fa
fundam e ntal, e xige grande am or e profundo re spe ito para
com as crianças, as q uais, têm dire ito a um a apre se ntação
sim ple s e ve rdade ira da fé cristã” (Exortação apostólica
Cate ch e se Trade ndae ,36).
O quarto sinal é a conte m plação da
nature za. A nature za te m o pode r de e vocar
e xpe riência de êxtase , e le vação, re ve rência, m agnitude
e silêncio que são atitude s dos m ísticos. D e us se
e sque ce u na nature za. Conte m plar é usar a nature za
para e ncontrar-se com se u Criador.
14. 14
“Ensina à criança o cam inh o q ue e la de ve se guir;m e sm o
q uando e nve lh e ce r, de le não se h á de afastar” (Pv22, 6)
O quinto sinalé o e spírito de oração, não é a
form ula da oração, m as a form a com que é fe ita, e voca
significado, unção, re spe ito e o silêncio com o sinalde
D e us.
“Q uanto m ais praticar o be m , m ais a pe ssoa se torna livre ”
(CIC 1733)
Esse s sinais são um cam inh o na graça e para a
graça no qualpais, fam ília e e vange lizadore s de ve m se
e m pe nh ar, e m ofe rta ao Se nh or pe lo dom re ce bido. A
graça ve m e xclusivam e nte de D e us e se m e la não h á
e vange lização. O Cate cism o faz a se guinte re fe rência: “A
graça de Cristo é o dom gratuito q ue De us nos faz de sua
vida infundida pe lo Espírito Santo e m nossa alm a, para
curá-la do pe cado e santificá-la; trata-se da graça
santificante ou de ificante , re ce bida no Batism o. Em nós e la
é a fonte da obra santificadora”, e ainda “A pre paração do
h om e m para acolh e r a graça é já um a obra da graça. Esta
é ne ce ssária para suscitar e m ante r nossa colaboração na
justificação pe la fé e na santificação pe la caridade . De us
acaba e m nós aq uilo q ue Ele m e sm o com e çou, pois
com e ça, com a sua inte rve nção, faze ndo com q ue nós
q ue iram os e acaba coope rando com as m oçõe s da nossa
vontade conve rtida” (CIC 2001).
D e us dispõe sua graça de sde a conce pção,
portanto, é possíve lque a criança te nh a a vida na graça,
h aja vista que “A vocação para a vida e te rna é
sobre natural. De pe nde inte gralm e nte da iniciativa gratuita
de De us, pois ape nas Ele pode se re ve lar e dar-se a si
m e sm o. Ultrapassa as capacidade s da inte ligência e as
forças da vontade do h om e m , com o tam bém de q ualq ue r
criatura” (CIC 19 9 8), à m e dida que D e us a re ve la, a
criança se torna capacitada por Ele a faze r sua opção
de sde a infância.
O Se nh or que r que cam inh e m os num a com unh ão
profunda. É na com unidade que se re aliza o Re ino, a
graça, a virtude , o fruto do Espírito.
O Se nh or que r que apre se nte m os a sua face , e
não h á com o faze r isto a não se r que se jam os a sua
Sagrada Face . O m e u irm ão pre cisa ve r e m m im
re fle tida a face do Se nh or, a nossa Be m -Ave nturança.
Este é o te ste m unh o que conve rte , cura e libe rta.
Porém o dam os à m e dida tam bém daquilo que é a
ve rdade do Se nh or e m nós.
“O fe rro com o fe rro se aguça, e o h om e m afina-se ao
contato com os outros” (Pr 27, 17)
“Assim com o o rosto se re fle te na água, assim o coração do
h om e m re sponde ao h om e m ” (Pr 27, 19 )
As notas e m dive rsas ve rsõe s sobre os ve rsículos
acim a apontam para o conh e cim e nto autêntico de si
com o base para conh e cim e nto do outro, e com o e ste
se m pre traz, m e sm o que às ve ze s quase im pe rce ptíve l,
um re fle xo de nós próprios.
Som os ch am ados, m e u irm ão e m inh a irm ã, a
se rm os um re fle xo vivo do Se nh or para cada um de
nossas fam ílias e com unidade s, e m uito m ais para as
crianças, pois e ste é não só o prim e iro, m as o constante
sinalna form ação da sua auto-im age m e do se u auto-
conce ito, caso contrário e stare m os indo contra o que o
Se nh or nos orde na:
“De ixai vir a m im as criancinh as, não as afaste is, pois a
e las pe rte nce o Re ino de De us” (Mc 10, 14)
Pre cisam os re sgatar a criança, pe rm itir que se ja
de sbloque ado o cam inh o, ajudá-la a conh e ce r e dize r
SIM ao Se nh or e NÃO ao pe cado e sua se qüe las.
Cre ia! As crianças que você e vange liza pode m
e scolh e r! Na Constituição D ogm ática De i Ve rbum e stá
e scrito: “o h om e m , por sua nature za e vocação é
'capaz de D e us', quando ouve a m e nsage m das
criaturas, pode atingir a ce rte za da e xistência de D e us
com o causa e fim de tudo e que Ele pode se re ve lar ao
h om e m (D V 3)”. Não e stá e scrito que “o adulto” é
capaz de D e us, m as sim que “o h om e m ” e m toda a sua
e xistência! Se assim não fosse Sam ue lnão ouviria a voz
de D e us e João Batista não saltaria no se io e m júbilo por
re conh e ce r o Se nh or! A criança é capaz de D e us, é
apontada por Je sus com o m ode lo para se ch e gar ao céu
e e scolh ida por Maria e m Lourde s e Fátim a com o
m e nsage ira.
"O pe rfe ito louvor vos é dado pe las crianças m ais
pe q ue ninas"(Sl8,3)
Crianças age nte s transform adore s de sua
re alidade . Cre ia nisto e ve rá o que o Se nh or te m fe ito
para as crianças e por m e io de las, e nós e stam os aqui
para te ste m unh ar.
O Conte xto Atual
Vive m os na atualidade um a crise que apre se nta o
de se spe ro do h om e m afastado de D e us. A alie nação de
si, do outro e de D e us é a orige m da violência de todas
as e spécie s. O h om e m te m re corrido às suas próprias
forças para supe rar ge rando um ciclo que se
re troalim e nta e gradativam e nte continua a afastá-lo de
D e us. As políticas ve rsam cada ve z m ais sobre o
m ode los que inte gram inúm e ras soluçõe s h um anas,
fe ch adas e m si, do h om e m pe lo h om e m , ne gando o
anúncio de Cristo. E pe nsar que som os te m plo onde o
Espírito de D e us h abita.
Ve m os as e scolas prom ove ndo a asce nsão de
políticas pe dagógicas de dicadas a um a form ação e m
contrária ação ao cristianism o, ao e cum e nism o, ao
diálogo inte r-re ligioso, num a clara ace pção ate ísta, de
valoração da capacidade pe ssoalcom o fim últim o do
h om e m . Política é o be m com um e e ducar é "tirar de
de ntro"a ple nitude do se r criado por D e us, pre cisam os
re sgatar para D e us a política e o e ducar.
Je sus ale rtou aos se us se guidore s: Se vocês se
calare m as pe dras clam arão. Na socie dade as crianças
têm sido obje to de agre ssõe s caracte rizadas pe la
ne gação de suas ne ce ssidade s básicas, pe las várias
15. 15
e spécie s de re je ição de sde a indife re nça na fam ília, na
e scola, nas igre jas e nos grupos de oração (ch e gam
pe dir que tire m as crianças porque e las "atrapalh am ")
até o abandono de re cém -nascidos, e xploração se xual,
tráfico de órgãos e m orte .
Nossas crianças e stão suje itas a sutis ou claras
açõe s anticristãs, m as o re sgate autêntico da não
violência pe rpassa pe los valore s cristãos.
O re sultado e stá tam bém e vide nte na asce nsão de
todos os m ale s. O h om e m vive sob um conjunto de
condiçõe s e xtre m am e nte opre ssivas á sua cam inh ada
para a ple nitude . A vida por si só não alcança se u
se ntido últim o. O h om e m se m a consciência de D e us
se nte que suas forças se e svae m , torna-se im pote nte .
O cristão e stá suje ito a tudo isto não pe la ausência
de fé, m as pe los lim ite s que e sta fé alcança. Minh a
distância de Cristo é a distância que te nh o do irm ão,
quando torno-m e se guidam e nte age nte prom otor do
am or ao irm ão, e sta é a dim e nsão da vida nova que
h abita e m m im . Só Je sus libe rta e som e nte pe la fé n’Ele
o cristão pode atingir o níve lm ais profundo da sua
e xistência, o níve lque ultrapassa a e le m e sm o na
com unh ão ve rdade ira com D e us.
Supe rar conflitos pe ssoais, os quais se m anife stam
física, m oral, afe tiva, socialou e spiritualm e nte , com o o
e fe ito de um de se nvolvim e nto ade quado. Talm udança
se inse re e m nossas re laçõe s, e m ais forte m e nte nas
fam iliare s, passando a influe nciar no re lacionam e nto
com os filh os. E de ge ração e m ge ração, passa-se a
re produzir todo e fe ito de vida e m abundância. Só e m
Je sus nos tornam os um com o Pai.
Evange lizar a criança re que r consciência e
com prom isso.
Um Cam inh o a Se guir
Conform e o Cate cism o da Igre ja Católica:
“A libe rdade é no h om e m um a força de cre scim e nto e
am adure cim e nto na ve rdade e na bondade . A libe rdade
alcança sua pe rfe ição q uando e stá orde nada para De us,
nossa be m -ave nturança” (CIC 1731)
A e vange lização ne ce ssita da fé e a fé é um a
ade são livre .
Se m a fé não h á e spe rança, se m e spe rança não h á
se ntido para a vida.
O e vange lizador pre cisa e ntão e star pronto e ir às
últim as conse qüências para que o e vange lizado te nh a
condiçõe s de e scolh e r e ade rir ve rdade iram e nte .
A libe rdade últim a é se r um com D e us. Um com o
Pai, um com o Filh o, um com o Espírito Santo. Só ne sse
cam inh o posso se r um com m e u próxim o.
O Ministério para Crianças busca atingir e sta
re alidade , utilizando m e ios ade quados à condição de
assim ilação da criança: “51. A idade e o
de se nvolvim e nto inte le ctualdos cristãos, be m com o o
se u grau de m aturidade e cle siale e spirituale m uitas
outras circunstâncias pe ssoais e xige m que a cate que se
adapte m étodos m uito dive rsos, para pode r alcançar a
sua finalidade e spe cífica: a e ducação para a fé”
(Cate q ue se Trade ndae re f. "D ive rsidade dos Métodos").
D e stacam os os se guinte s:
•grupos de oração com crianças;
•e studo bíblico para criança;
•form ação de pre gadore s, inte rce ssore s e
m úsicos infantis;
•dia de louvor com criança;
•re tiro com crianças;
•liturgia para criança;
•m úsica, te atro e dança para e vange lizar criança;
•livros, h istórias, fantoch e s brinque dos,
dinâm icas que rigm áticos;
•arte e arte sanato para e vange lizar criança;
e sporte para e vange lizar criança;
•acam pam e nto e colônia de férias para criança;
•e vange lização e m fe stas infantis;
•e vange lização e m cre ch e s h ospitais, e scolas,
de ntre outros.
Com o apre se ntar a re alidade de D e us para
crianças?O fe re ce ndo aos e vange lizadore s:
•curso de form ação de e vange lizadore s de
criança;
•re cursos didáticos de e vange lização que
ate nde m as e tapas e idade s da criança;
•grupo de e studo sobre o de se nvolvim e nto da fé,
se xualidade , afe tividade , virtude s, e tc;
•orie ntação de pais, de casais grávidos, de
e vange lizadore s;
•curso de cura inte rior para form ar e quipe s de
se rviços;
•im plantação e acom panh am e nto de proje tos de
e vange lização conform e a re alidade local.
H á de se conside rar que a re sposta da criança e stá
condicionada à sua e xpe riência vivida. Enquanto
e vange lizadore s, pre cisam os am pliar a consciência de
que a criança de ve se r conduzida à um a e xpe riência
pe ssoalcom D e us, e ste é o fundam e nto do anúncio, da
dim e nsão que rigm ática da e vange lização.
Para que e sta dim e nsão possa se r concre tizada,
faz-se ne ce ssário um m ode lo de e vange lização que
conte m ple m e ios para a criança e xpre ssar se us
se ntim e ntos e e xpe riências de ale gria, triste za, júbilo,
se us m e dos, anse ios, indignação ou que a faça cair na
gargalh ada na pre se nça de D e us.
A e vange lização que te m os tido notícia,
infe lizm e nte , na sua grande m aioria, não te m assistido
as crianças ne sta dim e nsão.
Então com o pode m os que stionar a baixa ade são
das crianças, jove ns ou adultos se para e le s, e star na
Igre ja nunca se torna SER IGREJA?
Se r discípulo é um a conse qüência, é sobre tudo
um a re sposta a um ch am ado, re sposta tão m ais
16. 16
autêntica quanto m ais e quilibrada, profunda e re alfor a
e xpe riência de am or vivida já de sde a infância.
E pre cisam os te r h um ildade , a qualé fruto da
ce rte za do am or incondicional de D e us, para
re conh e ce rm os constante m e nte , o quanto pre cisam os
cre sce r, lutar, trabalh ar para se rm os se nsíve is à ação de
D e us que nos acolh e na sua graça, para conduzirm os as
crianças à m e sm a e xpe riência.
Som os instruídos pe las palavras do Papa João
Paulo II na Exortação Apostólica Cate ch e se Trade ndae , o
qualjá vislum bra aque le s que vão construir a civilização
do futuro: “Por isso, com solicitude pastoral, te m os de pôr-
nos a pe rgunta: com o apre se ntar a tantos jove ns e crianças
Je sus Cristo, De us fe ito h om e m ?E apre se ntar-lh 'O não
sim ple sm e nte num m om e nto de e xaltação dum prim e iro
e ncontro fugidio, m as m e diante um conh e cim e nto cada ve z
m ais aprofundado e lum inoso da sua Pe ssoa, da sua
m e nsage m , do de sígnio de De us q ue Ele q uis re ve lar, do
ch am am e nto q ue Ele dirige a cada um , do Re ino q ue Ele
q ue r inaugurar ne ste m undo com o «pe q ue no re banh o»(Lc.
12,32) daq ue le s q ue acre ditam n'Ele , o q ualnão ficará
com ple to se não na e te rnidade ” (35).
O Ministério para Criança é um a ação, um
m ovim e nto suscitado de ntro da Igre ja, que acum ula
h om e ns e m ulh e re s, cate quistas, le igos e re ligiosos,
todos unidos e m torno de um só obje tivo: tornar Je sus
Cristo re conh e cido e am ado, re sgatando a criança para
a vida na graça de D e us. É por isso que o fundam e nto
de toda e qualque r ação é conse qüência de um
m ovim e nto ante rior, o m ovim e nto do Espírito Santo de
D e us:
“Ao te rm inar e sta Exortação Apostólica, o olh ar do
coração volta-se para Aq ue le q ue é o princípio inspirador
de todas as atividade s cate q uéticas e daq ue le s q ue as
re alizam : o Espírito do Pai e do Filh o — o Espírito Santo...
'Ele e nsinar-vos-á todas as coisas e vos re cordará tudo o
q ue e u vos disse ' (Jo 14,26). E acre sce nta: 'Q uando vie r o
Espírito da Ve rdade , e le guiar-vos-á por toda a ve rdade ..., e
anunciar-vos-á as coisas vindouras' (Jo 16,13). O Espírito
Santo, por conse guinte , é prom e tido à Igre ja e a cada um
dos fiéis com o Me stre inte rior, q ue no se gre do da
consciência e do coração faz com pre e nde r aq uilo q ue se
tinh a ouvido, se m se e star ainda e m condiçõe s de o captar.
'O Espírito Santo instrui doravante os fiéis— dizia a e ste
propósito Santo Agostinh o— se gundo a capacidade
e spiritualde cada um . E ace nde nos se us coraçõe s um
de se jo cada ve z m ais vivo, à m e dida q ue cada um vai
progre dindo ne sta caridade , q ue o le va a am ar aq uilo q ue
já conh e ce e a de se jar o q ue ainda não conh e ce '(In loannis
Evange lium Tractatus, 9 7 PL35,1877). A cate q ue se , q ue é
cre scim e nto na fé e am adure cim e nto da vida cristã e m
orde m à sua ple nitude é, por conse q üência, obra do
Espírito Santo, obra q ue só Ele pode suscitar e m ante r na
Igre ja” (72).
Pode m os concluir que e star à se rviço de D e us no
m inistério, é ate nde r a um ch am ado de am or e
com prom isso, de h um ildade e subm issão, de e ntre ga e
e sforço, para que Ele próprio possa se r corre spondido
e a criança re sgatada.
17. 17
O Ministério para Crianças de ve e struturar açõe s
e vange lizadoras a partir do Cate cism o da Igre ja
Católica, que é a re fe rência concre ta para nossa
dire ção. A partir de le é prim ordialo conh e cim e nto e a
de dicação para form ular açõe s base adas nas dire trize s
do Dire tório Ge ralde Cate q ue se –D GC, do Dire tório
Nacionalde Cate q ue se –D NC, do Proje to Nacionalde
Evange lização - PNE 2004-2007 - “Q ue re m os Ve r Je sus –
Cam inh o, Ve rdade e Vida”, da Exortação Apostólica
“Cate ch e si Trade ndae ”, sobre a cate que se no nosso
te m po, visto que e ste s docum e ntos conte m plam a
am plitude do anúncio e form ação da cam inh ada cristã.
O Cate cism o da Igre ja Católica (CIC) é de scrito no
D GC com o “um instrum e nto m e todológico para a sua
aplicação concre ta” (120).
O Ministério para Crianças de ve buscar subsídios
para agre gar valor às dim e nsõe s do prim e iro anúncio e
da cate que se , aplicáve is às idade s próprias da infância,
buscando a iniciação e o aprove itam e nto ade quado à
condição da criança e m toda a pe culiaridade própria de
cada fase .
Para conh e ce rm os um pouco m ais o D GC,
citam os os principais pontos que o com põe : a nature za
da cate que se ;norm as e critérios para a apre se ntação da
m e nsage m e vangélica na cate que se ;o Cate cism o da
Igre ja Católica com o te xto de re fe rência para a
transm issão da fé na cate que se e para a re dação dos
Cate cism os locais;as linh as e sse nciais de um a pe dagogia
da fé, inspirada à pe dagogia divina; os dife re nte s
conte xtos das pe ssoas às quais é dirigida a cate que se ;a
ne ce ssidade e os cuidados na inculturação;e ainda
e xorta à confiança na ação do Espírito Santo e na
e ficácia da palavra de D e us se m e ada pe la e vange lização.
Toda a e strutura da e vange lização apóia-se nas
açõe s que apre se ntam e suste ntam a cam inh ada do
h om e m ce ntrada e m Cristo. Q ualque r cam inh o fora
de ste conduz ao se cularism o, re lativism o, sincre tism o e
ate ísm o e prom ove m um a ruptura ao e ncontro com o
Se nh or da Vida e im pulsiona o h om e m às dive rsas
form as de autonom ia de D e us.
A Igre ja, inve stida da m issão de conduzir o h om e m
a D e us, te m , principalm e nte de sde o Vaticano II,
ofe re cido m uitos subsídios para orie ntação e fom e nto
da form ação do h om e m e das açõe s que pre cisam se r
tom adas para le var o h om e m a um e ncontro profundo
consigo, com o irm ão e com D e us.
Para cam inh ar e m consonância com o CIC, as
açõe s ce ntrais do Ministério para Crianças ve rsam nos
se guinte s pontos-ch ave :
•A Evange lização;
•O Evange lizador;
•A Criança;e
•O Mate rialde Apoio para Evange lização de
Crianças.
I - A Evange lização
H istória "O Te m plo"
Três ope rários trabalh avam na construção de um
Te m plo fe ito de pe dras. Um a criança curiosa ch e gou e
pe rguntou ao prim e iro ope rário o que e le e stava
faze ndo. "Carre gando pe dras, não e stá ve ndo?
Re sponde u im pacie nte . A criança fe z a m e sm a pe rgunta
ao se gundo ope rário que re sponde u: "Estou ganh ando o
pão de cada dia. Trabalh o m uito, m as no finaldo m ês
não falta alim e nto e m m inh a casa."Mas o te rce iro te ve
com o re sposta: "Estou construindo um Te m plo onde
m uitas pe ssoas virão e m busca de D e us e O
e ncontrarão”.
Evange lizar te m sido carre gar pe dras para m uitos,
para outros te m sido "ganh ar o céu de cada dia", m as a
ve rdade ira e vange lização é sabe r que se e stá
construindo Te m plos. "Não sabe is que sois o te m plo de
D e us e que o Espírito de D e us h abita e m vós?"(I Cor
3,16).
Evange lizar crianças h oje é um a prioridade porque
é ao h om e m inte grale e m toda a sua e xistência que
D e us que r se faze r ple no.
Evange lizar crianças não se ria um a ne ce ssidade se
o h om e m tive sse a consciência ple na de si, do irm ão e
de D e us e abom inasse o pe cado. Porém é o pe cado
que busca a cada instante fe ch ar o h om e m e m si e
apartá-lo da ve rdade .
"Ide por todo o m undo, proclam ai o Evange lh o a toda
criatura"(Mc 16,15)
"Ide , portanto, e faze i q ue todas as naçõe s se torne m
discípulos, batizando-as e m nom e do Pai, do Filh o e do
Espírito Santo e e nsinando-as a obse rvar tudo q uanto vos
orde ne i"(Mt28,19 -20)
"Re ce be re is um a força, a do Espírito Santo q ue de sce rá
sobre vós, e se re is m inh as te ste m unh as... até os confins
da te rra"(At1,8)
O D GC cita os pontos im portante s para os quais a
e vange lização de ve se voltar a fim de que se jam claros
os princípios que a de ve m norte ar. Citare m os uns
poucos para que o pre se nte proje to possa apre se ntar-
se e ge rar um a prim e ira consciência nos
D ESENVO LVIMENTO D AS AÇÕES D O MINISTÉRIO
PARA CRIANÇAS
Capítulo II
H yde Flávia Lobato Marinh o e Myle s Ale xande r de Alm e ida Elias
18. 18
e vange lizadore s a re spe ito de sua fundam e ntação,
obje tivos e m étodos.
Prim e iram e nte te m os que te r claro: “q ue o
h om e m , por sua nature za e vocação é capaz de D e us,
q uando ouve a m e nsage m das criaturas, pode atingir a
ce rte za da e xistência de De us com o causa e fim de tudo e
q ue Ele pode se re ve lar ao h om e m "(D V3). O s te rm os
“quando ouve ” e “pode te r a ce rte za” m ostra duas
possibilidade s, duas dire çõe s opostas: o h om e m pode
ouvir ou não, pode te r a ce rte za ou não. A
e vange lização se re fe re a toda atividade que le va o
h om e m a profe ssar a sua fé, caracte rizada: “ante s de
m ais nada, conve rsão a Je sus Cristo, ade são ple na e
since ra à sua pe ssoa, e de cisão de cam inh ar na sua
se q üe la” (53).
Apre se nta os e le m e ntos e sse nciais da
e vange lização: “O m andato m issionário de Je sus com porta
vários aspe ctos intim am e nte cone xos e ntre si: 'proclam ai'
(Mc 16,15), 'faze i discípulos e e nsinai', (Mt 28, 19 -20)
'se re is m inh as te ste m unh as', (At 1,8) 'batizai', (Mt 28,19 )
'faze i isto e m m inh a m e m ória' (Lc 22,19 ), 'am ai-vos uns
aos outros' (Jo 15,12). Anúncio, te ste m unh o,
e nsinam e nto, sacram e ntos, am or ao próxim o, faze r
discípulos: todos e ste s aspe ctos são via e m e ios para a
transm issão do único Evange lh o, e constitue m os
e le m e ntos da e vange lização” (D GC –19 71 - 6).
Ve m os que a e vange lização abrange aspe ctos
dive rsificados. Com pre e ndê-la com o proce sso nos le va
a pe nsar que aconte ce gradativam e nte . Je sus é O
Cam inh o, onde o h om e m e ncontra A Ve rdade e aí pode
de clarar A Vida na ple nitude . Se ndo cam inh o, a
e vange lização é a construção de um e ncontro com
Cristo cada ve z m ais profundo, cada ve z m ais apartado
do pe cado.
O e vange lizador, portanto, é aque le que se dispõe
a cam inh ar junto do irm ão, e na com unh ão frate rna,
trilh ar ne sta dire ção.
Pode m os e nte nde r a partir disso que a
e vange lização:
•É um proce sso de am adure cim e nto que
conte m pla a individualidade h um ana, com suas
possibilidade s e ne ce ssidade s;
•É o proce sso de assunção da ade são e de cisão
de Cristo, com o re sposta livre , conscie nte e
últim a;e
•É o proce sso de ade são a tudo que e m ana d’Ele .
O D GC se apre se nta com o a dire triz que nos
de ve le var a concre tizar o Cate cism o da Igre ja Católica
–CIC. Assim se ndo, aborda de form a clara a re pe ito do
uso das ciências h um anas, à luz do e vange lh o. A ciência
constrói suas te orias a partir da obse rvação de um
obje to, se ja o h om e m , a te rra ou qualque r outro. É daí
que nasce e cre sce o conh e cim e nto, e talde ve se r
utilizado e m favor da e vange lização, de sde que
obse rvados alguns critérios na sua adoção, de ntre os
quais o D GC de staca:
243. a) O re spe ito pe la autonom ia das ciências:
"(a Igre ja) afirm a a le gítim a autonom ia da cultura h um ana
e particularm e nte das ciências".
b) O disce rnim e nto e vangélico das dife re nte s
te ndências ou e scolas psicológicas, sociológicas e
pe dagógicas: os se us valore s e os se us lim ite s.
c) O e studo das ciências h um anas, na form ação do
cate q uista, não é um a finalidade e m si própria. A tom ada
de consciência da situação e xiste ncial, psicológica, cultural
e socialdo h om e m , se obtém com os olh os voltados para a
fé na q ualse de ve e ducá-lo.
d) A te ologia e as ciências h um anas, na
form ação dos cate q uistas, de ve m se fe cundar
re ciprocam e nte . Por conse guinte , é pre ciso e vitar q ue e stas
ciências se conve rtam na única norm a para a pe dagogia da
fé, pre scindindo dos critérios te ológicos q ue de rivam da
própria pe dagogia da fé. São disciplinas fundam e ntais e
ne ce ssárias, todavia, se m pre a se rviço de um a ação
e vange lizadora q ue não é ape nas h um ana.
Aqui e stam os convocando as com unidade s a
faze re m uso de se us tale ntos. O dom e a graça vêm de
D e us, Ele nos ch am a e capacita, quando nos dispom os a
orar e ouvi-lo, e é assim que vam os cre sce ndo no se u
conh e cim e nto. A ciência á luz da fé não é dife re nte e é
um instrum e nto m uito útil. Pre cisam os faze r uso de
toda capacitação que a te ologia, pe dagogia, psicologia,
sociologia, filosofia, possam nos ofe re ce r e auxiliar a
trilh ar O Cam inh o de Cristo.
A ve rdade da ciência jam ais ultrapassará a ve rdade
de D e us. Q uando a colocam os à fre nte do e vange lh o,
de spre zam os a ação do Pai, rom pe m os com Ele . Mas
quando a ciência e a fé cam inh am juntas, tornam -se
te ste m unh o da onisciência de D e us. Ele é a raiz de todo
conh e cim e nto.
Na Encíclica Fide s e t Ratio, te m os tam bém outros
subsídios para o uso das ciências á luz da fé cristã.
A D im e nsão Q ue rigm ática no Ministério de
Crianças
A e vange lização é constituída e m duas dim e nsõe s
e sse nciais: a cate que se e o que rigm a, a re spe ito dos
quais pre cisam os buscar conh e ce r be m . A cate que se é
um a pastoralcom te m as próprios, os trabalh os do
Ministério para Criança nunca pode rão se r substitutivos
da cate que se e sim com ple m e ntare s. A criança que
participar do m inistério de ve se r a prim e ira a buscar a
Eucaristia, e todos os outros sacram e ntos alice rçados
pe la cate que se , por isto pre cisam os te r claro as
dim e nsõe s do que rigm a e da cate que se .
Ve jam os o que diz a Exortação Apostólica
Cate ch e si Trade ndae – “A e spe cificidade da cate q ue se ,
distinta do prim e iro anúncio do Evange lh o q ue suscita
conve rsão, visa o duplo obje tivo de faze r am adure ce r a fé
inicial e de e ducar o ve rdade iro discípulo de Cristo,
m e diante um conh e cim e nto m ais aprofundado e
19. 19
siste m ático da Pe ssoa e da m e nsage m de Nosso Se nh or
Je sus Cristo. Na prática, porém , a cate q ue se , m ante ndo
e m bora e sta orde m norm al, de ve te r e m conta q ue m uitas
ve ze s não se ve rificou a prim e ira e vange lização.
Ce rto núm e ro de crianças batizadas na prim e ira infância
ch e gam à cate q ue se paroq uial se m te re m re ce bido
q ualq ue r outra iniciação na fé, e se m te re m ainda um a
ade são e xplícita e pe ssoala Je sus Cristo;têm som e nte
a capacidade para acre ditar q ue lh e s foi confe rida pe lo
Batism o e pe la pre se nça do Espírito Santo. A «cate q ue se »
m uitas ve ze s h á de te r a pre ocupação, não só de alim e ntar
e e sclare ce r a fé, m as tam bém de a avivar
ince ssante m e nte com a ajuda da graça, de lh e abrir os
coraçõe s, de conve rte r e pre parar aq ue le s q ue ainda e stão
no lim iar da fé para um a ade são globala Je sus Cristo. Tal
cuidado ditará, pe lo m e nos e m parte , o tom , a linguage m
e o m étodo da cate q ue se ” (19 ).
Pode m os pe rce be r que a distinção de ssas
dim e nsõe s não as se para, m as sim m ostram com o e stão
inte rligadas e o quão se faz ne ce ssário que coe xistam
e m h arm onia, se m a qualé im possíve laconte ce r um aa
e vange lização siste m ática e profunda.
Q ue rigm a e Cate que se
Evange lizar é um a orde m de Je sus: “Ide por todo
o m undo e pre gai o Evange lh o a toda criatura” (Mc
16,15). “A fé provém da pre gação e a pre gão se e xe rce
e m razão da palavra de Cristo” (Rm 10,14-15.17) A
palavra proclam ada é, portanto, o m e io indispe nsáve l
para a e vange lização e inse re -se junto da cate que se no
im pulsionar o e vange lizando ao e ncontro com O Cristo.
Evange lizar é e stabe le ce r um vínculo conscie nte
com Aque le que e stá na orige m da própria vida, com o
tam bém dire cionar e acom panh ar o e vange lizando à
cam inh o da casa do Pai, sob a ação do Espírito Santo
por m e io da ve rdade anunciada pe lo Filh o e de ntro
de ssa dinâm ica pode m os pe rce be r o aconte cim e nto de
fase s distintas e com ple m e ntare s na fundação de
alice rce s sólidos: “Se é ve rdade , portanto, q ue se r cristão
significa dize r 'sim ' a Je sus Cristo, convém re cordar q ue tal
'sim ' se situa a dois níve is: consiste , ante s de m ais, e m
abandonar-se à Palavra de De us e apoiar-se ne la;m as
com porta tam bém , num se gundo m om e nto, o e sforçar-se
por conh e ce r cada ve z m e lh or o se ntido profundo de ssa
Palavra” (Cate ch e si Trade ndae –20).
Aprofundar no te m a da e vange lização focalizando
as dim e nsõe s que rigm ática e cate quética, torna-se
e xtre m am e nte ne ce ssário se quise rm os fom e ntar junto
aos age nte s e vange lizadore s de criança, um a atualização
de toda ação do e vange lh o sobre a vida, que de ve se r
anunciada e acom panh ada para que possa cre sce r,
pe ne trar e m todas as áre as da vida e frutificar, ve rdade s
da quala Igre ja é m e stra e a partir da qualde se ja
im pulsionar a e vange lização. Conte m plando tais
dim e nsõe s pode m os ve r que : “Graças, pois, à cate q ue se ,
é q ue o q ue rigm a e vangélico — aq ue le prim e iro anúncio
ch e io de ardor q ue a dada altura transform a um a pe ssoa e
a le va à de cisão de se e ntre gar a Je sus Cristo pe la fé —
se rá pouco a pouco aprofundado, de se nvolvido nos se us
corolários im plícitos, e xplicado m e diante e xplanação q ue
ape le tam bém à razão e orie nte à prática cristã na Igre ja e
no m undo. E tudo isto não é m e nos e vangélico do q ue o
q ue rigm a, e m bora não falte q ue m diga q ue a cate q ue se
te nde forçosam e nte a racionalizar, re sse q uir e até a m atar
o q ue h á de vivo, e spontâne o e vibrante no q ue rigm a. As
ve rdade s q ue se aprofundam na cate q ue se são as m e sm as
q ue tocaram o coração do h om e m , q uando e ste as ouviu
pe la prim e ira ve z. O fato de as conh e ce r m e lh or, longe de
as e m botar ou de as faze r re sse q uir, torna-as ainda m ais
e stim ulante s e de cisivas para a vida” .
Pode m os pe rce be r assim que anunciar,
acom panh ar, aprofundar, com pre e nde r são m ovim e ntos
constante s na e spiral de cre scim e nto e
am adure cim e nto da fé e da re lação com D e us.
Em toda e vange lização pre cisam os de stacar a
função fundam e ntal da palavra, que pode se r
conside rada e m três aspe ctos:
Profética –palavra proclam ada: o anúncio ve rbale
te ste m unh o da Boa Nova.
Sace rdotal–Palavra ce le brada: a Liturgia que é a
ce le bração da obra salvífica.
Régia –Palavra vivida: instauração do Re ino de D e us
no m undo.
Na e vange lização profética, por sua ve z, a palavra pode
se r conte m plada e m dois m om e ntos suce ssivos e
com ple m e ntare s:
A) Q UERIGMA –“A partir da situação ge ne ralizada de
m uitos batizados na Am érica Latina, q ue não de ram sua
ade são pe ssoala Je sus Cristo pe la conve rsão prim e ira,
im põe -se , no Ministério profético da Igre ja, de m odo
prioritário e fundam e ntal, a proclam ação vigorosa do
anúncio de Je sus m orto e re ssuscitado” (Q ue rigm a, in:
Re de m ptoris Missio, 44), que e stá na: “raiz de toda
e vange lização, fundam e nto de toda prom oção h um ana e
princípio de toda autêntica cultura cristã” (João Paulo II,
Discurso Inaugural- 25).
Significado: grita, proclam a.
O bje tivo: Nasce r de novo. Te r vida e m Je sus.
Método: Proclam ar Je sus com o a Boa Nova. Le va ao
te ste m unh o pe ssoal.
O Evange lizador: Te ste m unh a ch e ia do Espírito Santo.
Me ta: Encontro Pe ssoalcom Je sus pe la fé e pe la
conve rsão e proclam ação de Je sus com o Salvador e
Se nh or.
Te m po: H oje .
B) CATEQ UESE –Este m istério da igre ja com pre e nde
tam bém a cate que se que , “atualizando ince ssante m e nte
a re ve lação am orosa de De us m anife sta e m Je sus Cristo,
le va a fé inicialà sua m aturidade e e duca o ve rdade iro
discípulo de Je sus Cristo” (Cate ch e se Trade ndae - 19 ) e
ainda, “Ela de ve nutrir-se da Palavra de De us, lida e
20. 20
inte rpre tada na igre ja e ce le brada na com unidade , para
q ue , ao e sq uadrinh ar o m istério de Cristo, ajude a
apre se ntá-lo com o Boa Nova nas situaçõe s h istóricas de
nossos povos” (Santo Dom ingo - 33).
Significado: Ensinar, re te r.
O bje tivo: Cre sce r e m Cristo. Te r vida e m abundância.
Método: Ensina-se orde nada e progre ssivam e nte . Fé
de toda a igre ja.
O Cate quista: Me stre ch e io do Espírito Santo.
Me tas: e ncontro com o Corpo de Cristo: a
com unidade e santidade do povo de D e us.
Te m po: é a partir de h oje .
“O obje to e sse nciale prim ordialda cate q ue se ... é 'o
Mistério de Cristo'. Cate q uizar é, de ce rta m ane ira, le var
alguém a pe rscrutar e ste Mistério e m todas as suas
dim e nsõe s: 'e xpor à luz, diante de todos, q ualse ja a
disposição divina, o Mistério ... Com pre e nde r, com todos os
santos, q ualse ja a largura, o com prim e nto, a altura e a
profundidade ... conh e ce r a caridade de Cristo, q ue
ultrapassa q ualq ue r conh e cim e nto... (e e ntrar e m ) toda a
ple nitude de De us' (Ef. 3,9 . 18 s)... a finalidade de finitiva
da cate q ue se é a de faze r q ue alguém se ponh a, não
ape nas e m contato, m as e m com unh ão, e m intim idade
com Je sus Cristo: som e nte Ele pode le var ao am or do Pai
no Espírito e faze r-nos participar na vida da Santíssim a
Trindade ” (Cate ch e si Trade ndae –5).
“Pre cisa a cate q ue se de um a re novação contínua, m e sm o
e m ce rto alargam e nto do se u próprio conce ito, nos se us
m étodos, na busca de um a linguage m adaptada e na
técnica dos novos m e ios para a transm issão da
m e nsage m ... A re pe tição rotine ira le va à e stagnação, à
le targia e , por fim , à paralisia” (Cate ch e si Trade ndae –17).
II - O Evange lizador
H istória "O Me nino de Rua"
Um cristão e stava no ponto do ônibus, quando
ch e gou um m e nino de rua e com e çou a m e xe r no lixo
ao se u lado. Me xe u, re m e xe u e quando e ncontrou
com ida, m e sm o e stando com m au ch e iro, colocou-a na
boca e com e u. O cristão se ntiu nojo e indignado gritou
para D e us: "D e us, faça algum a coisa! E D e us na sua
m ise ricórdia re sponde u: "Já fiz, crie i você!"
"Para a glória de De us, o Pai, toda língua confe sse : Je sus
Cristo é o Se nh or"(Fl2,11)
Em Mate us 18,1-14 e ncontram os que os
pe que ninos são os pre fe ridos de Je sus. Q ue não se
pe rca um só de ste s pe que ninos por falta de que m os
acolh a!
Estam os nos pre ocupando e m form ar pastore s
que irão atrás de ste s pe que ninos para lh e s dar o pão da
Palavra?
Assim , pe rguntam os: Q ual o pe rfil do
e vange lizador?Pe squise m os os re quisitos na Bíblia e
docum e ntos de nossa Igre ja:
Re quisitos de O rde m H um ana
•que se ja se nsato, e quilibrado e m ocio-nalm e nte , de
vida re gular;
•que se ja prude nte AA29 ;
•que não se ja alie nado da re alidade PUEBLA 35 ao
50 (Re alidade da Am érica Latina);
•que te nh a bom se nso e se ja pe rse ve rante Mt
10,20;
•pacie nte I Cor 12,11-13 a paciência é o distintivo
do Form ador e onde falta •aciência é porque não
e stá h ave ndo am or.
Re quisitos de O rde m Espiritual
•am or I Jo 3,16 ;EN 79 ;I Co 13;
•intim idade com D e us - oração pe ssoal,
conh e cim e nto de D e us;
•ancião - que se ja m aduro na fé - que não se ja ne o-
conve rtido;
•de spre ndido de be ns m ate riais Mc 10,17,27;
•não busca se us próprios inte re sse s CT 6;EN 32;I
Co 10,24;
•que usa de ve rdade EN 78;
•que busca e star ch e io do Espírito Santo Ef5,18ss;·
•que busca e star ch e io do Espírito Santo Ef
5,18ss;·
•que te m visão e re sponsabilidade II Tm 2,1ss;
•que não se ja dado as im provisaçõe s CT17;
•que se ja conve rtido ve rdade iram e nte PUEBLA
437;
•que te nh a e spírito de se rvo com o André e Ananias
- Jo 1,40ss e Atos 9 ;
•que te nh a vida e xe m plar AG 11 e II Co3,1-3;
•vida fam iliar saudáve le e vange lizadora I Tm 5,8;
•ale gre Nm 8,9 -10 e Jo 16,24;
•que te nh a unção e fe rvor EN 80 e Jo 2,16-24;
•que se ja inte grado à com unidade At3,14-20;
•re to, justo Mt5,20;
•que sinta ch am ado;
•obe die nte Fl2,5ss;
•que pe rdoa e não discrim ina; Eclo 28,1-6 e
PUEBLA 205;E
•que dá te ste m unh o, que é te ste m unh a EN 76.
Re quisitos para Ministério
•que e ste ja vive ndo o que e stá pre gando EN 26 EN
39 ;
•fé contagiosa e não ape nas cre nça Tg 2,19 ;
•de dicado CT62;
•que e studa aprofunda e lê CT49 ;
•criativo;e
•que goste de crianças.
"A Maje stade de Cristo q uando e nsinava, a coe rência
e a força pe rsuasiva únicas do se u e nsino, não se
conse gue m e xplicar se não porq ue as suas palavras,
parábolas e raciocínios nunca são se paráve is da sua vida e
do se u próprio se r. É som e nte e m profunda com unh ão com
Ele q ue os cate q uistas e ncontrarão luz e força para um a
de se jáve lre novação autêntica da cate q ue se "(Cate ch e si
21. 21
Trade ndae –9 ).
Evange lizar é a m issão de todos os batizados.
Fre nte a isso, volte m os o olh ar para o nosso próxim o e
ve jam os e m que níve la m issão e stá se ndo cum prida. O
e vange lizador só é capaz de ve r, disce rnir e agir ne sse
cam inh o, som e nte se cam inh ar sob a ação do Espírito
Santo.
Q uais ide ologias e stão por trás de tudo que é
dirigido à criança nos m e ios de com unicação?
Nas e scolas as dire trize s da e ducação infantiltêm
base s cristãs dando ênfase não ao de se nvolvim e nto de
capacidade s tidas e voltadas para e le próprio, m as à
transce ndência, ao outro e a D e us?
A partir da ve rdade re ve lada por Cristo te m os O
Cam inh o. E re ve lá-lo ao outro é o e xe rcício do m aior
m andam e nto: am ar a D e us na sua ple nitude com todas
as nossas forças e ao nosso irm ão com o a nós m e sm os.
À m e dida que o re ve lam os Ele se re ve la a nós.
Je sus é o Cam inh o, a Ve rdade e a vida que pre cisa
se r proclam ado. Mas com o ir ao e ncontro da criança?
Com o re sgatar e e ncontrar o lugar da infância?A
re sposta e stá no re sgate da nossa própria infância. A
m aior parte dos traum as afe tivos que inte rfe re m na vida
e spiritual, te m sua orige m ou e closão na infância. Sob
dive rsas form as e stas m arcas se m antêm ao longo da
vida.
Mas m e sm o te ndo o e vange lizador e xpe rie nciado
a dor de toda e spécie de de sam or, a re m issão, a cura, a
libe rtação que o Se nh or da Vida nos de u pe lo se u Filh o
nos re sgata e o se u Espírito Santo nos capacita.
Portanto, nos tornam os m e lh ore s e vange lizadore s à
m e dida que progre dim os na cam inh ada pe ssoale m
dire ção à ple nitude anunciada por Je sus e a
te ste m unh am os.
Se r e vange lizador é te r Maria com o m ode lo. Maria
a e stre la da e vange lização. Maria foi e scolh ida para se r a
e vange lizadora do Filh o de D e us. Maria m ode lo de
Igre ja. D e us cuida de se u povo. Maria cuida de Je sus. A
ética do cuidado do nascim e nto à m orte é re sgatada e m
Maria.
O e vange lizador é o h om e m que conh e ce , vive e
ce le bra D e us, m as ate nte m os que é um h om e m , com
um a h istória particular, com se qüe las e vitórias, a
cam inh o, jam ais ple no, e m busca de se r, e m busca de
D e us. O ração, Palavra de D e us, Eucaristia, a Confissão
e e xe rcícios de m ortificação form am e ste cam inh ar.
Q ue m são os e vange lizadore s de criança?
•pais, padrinh os e fam iliare s;
•sace rdote s, cate quistas, lide re s da com unidade ,
coorde nadore s de G. O . infantile adulto;
•os e ducadore s infantis (de ce ntros infantis ou
e scolas);
•as pe ssoas que lidam com a criança no se u dia a
dia -babás, age nte s da áre a de saúde , e tc
pastorais que dire ta ou indire tam e nte trabalh am
com a criança.
Não h á te m po a pe rde r porque a alie nação de
D e us tam bém que se dá ininte rruptam e nte . O s age nte s
alie nante s não param de criar program as, brincade iras,
ídolos e ícone s idolatráve is de um m undo que insiste no
pe cado, na divisão, na inde pe ndência de D e us.
D iante da urgência da e vange lização para
apre se ntar a re ve lação divina que é a m aior ne ce ssidade
do h om e m , faz-se ne ce ssário o e studo e e laboração de
subsídios que conte m ple m :
•a criança com o suje ito de todo proce sso e
nunca obje to;
•a criança vista com o capaz de D e us;
•a am pliação da visão da infância com o fase
e vitando "que im ar"e tapas;
•as ne ce ssidade s e volutivas: físicas, m e ntais,
e m ocionais e e spirituais;
•o re spe ito à condição da criança -linguage m ,
e stágio da fé e vivência;
•os brinque dos, jogos, dinâm icas com o m e ios de
com unicação com a criança, de ntre outros.
Conform e o D GC: “156. [ ]a ade são cre nte das
pe ssoas é fruto da graça e da libe rdade e , portanto, faz
com q ue sua atividade se ja se m pre am parada pe la fé no
Espírito Santo e pe la oração”, graça e libe rdade andam
juntas, são pre ssupostos na cam inh ada rum o ao Pai. O
e vange lizador é instrum e nto de D e us, forne ce m e ios
para um fim que o ultrapassa. Sua m issão é: "139 [ ]
colocar no ce ntro e faze r própria, a re lação q ue De us te m
com a pe ssoa e de ixar-se guiar por Ele ”, faze ndo uso da
pe dagogia de Cristo.
A pe dagogia de Cristo é a grande re fe rência:
“DGC 140. Vinda a ple nitude dos te m pos, De us
m andou à h um anidade Se u Filh o, Je sus Cristo. Ele trouxe
ao m undo o supre m o dom da salvação, re alizando a sua
m issão de re de ntor, no âm bito de um proce sso q ue
continuava a 'pe dagogia de De us' com a pe rfe ição e a
e ficácia intrínse cas à novidade de sua pe ssoa. Das suas
palavras, sinais e obras, ao longo de toda a sua bre ve m as
inte nsa vida, os discípulos fize ram e xpe riência dire ta das
dire trize s fundam e ntais da 'pe dagogia de Je sus', indicando-
as, de pois, nos Evange lh os: o acolh im e nto do outro, e m
particular do pobre , da criança, do pe cador, com o pe ssoa
am ada e q ue rida por De us;o anúncio ge nuíno do Re ino de
De us com o boa nova da ve rdade e da consolação do Pai;
um e stilo de am or de licado e forte , q ue livra do m ale
prom ove a vida;o convite pre m e nte a um a conduta
am parada pe la fé e m D e us, pe la e spe rança no re ino e
pe la caridade para com o próxim o;o e m pre go de todos
os re cursos da com unicação inte rpe ssoaltais com o a
palavra, o silêncio, a m e táfora, a im age m , o e xe m plo e
tantos sinais dive rsos, com o o faziam os profe tas bíblicos.
Convidando os discípulos a se gui-Lo totalm e nte e se m
nostalgias, Cristo e ntre ga-lh e s a sua pe dagogia da fé com o
ple na com partilh a da sua causa e do se u de stino."
Q ue re m os re ssaltar que a e vange lização é ato de
fé, e spe rança e caridade , é e xe rcício das virtude s
te ologais que cam inh a e m dire ção da form ação inte gral
22. 22
e te m sua conclusão na ade são ao plano salvífico de
D e us. Só e m D e us e la pode se dar. Ne ste se ntido a
oração, a vida com unitária e m suas dim e nsõe s de
form ação, corre ção, partilh a e com unh ão, são fatore s
anunciados por D e us para a form ação do se u povo. O
e vange lizador, portanto, ne ce ssita e star sob e stas
condiçõe s, visto que são o te rre no onde e le pode se
nutrir, ge rm inar e frutificar, produzindo os frutos
advindos da ação de D e us.
Citando o D GC:
"238. A form ação dos cate q uistas com pre e nde
dive rsas dim e nsõe s. A m ais profunda se re fe re ao próprio
se r do cate q uista, à sua dim e nsão h um ana e cristã. A
form ação, de fato, de ve ajudá-lo a am adure ce r, ante s de
m ais nada, com o pe ssoa, com o cre nte e com o apóstolo.
De pois, h á o q ue o cate q uista de ve sabe r para cum prir
be m a sua tare fa. Esta dim e nsão, pe rm e ada pe la dúplice
fide lidade à m e nsage m e ao h om e m , re q ue r q ue o
cate q uistas conh e ça ade quadam e nte a m e nsage m
que transm ite e , ao m e sm o te m po, o de stinatário q ue a
re ce be , além do conte xto sociale m q ue vive . Enfim , h á a
dim e nsão do sabe r faze r, já q ue a cate q ue se é um ato de
com unicação. A form ação te nde a faze r do cate q uista um
'e ducador do h om e m e da vida do h om e m '".
E na sua form ação bíblico-te ológica o D GC aponta
para a Cristoce ntricidade , cuja form ação doutrinal
para e vange lização passa ne ce ssariam e nte pe lo se guinte
conte údo: o m istério ce ntralda fé é Je sus Cristo, a
partir d’Ele a e vange lização de ve se guir o se guinte
pe rcurso:
–as três grande s e tapas da h istória da salvação:
Antigo Te stam e nto, vida de Je sus Cristo e h istória
da Igre ja;
– os grande s núcle os da m e nsage m cristã;
sím bolo, liturgia, vida m orale oração. (D GC 240)
“O cristoce ntrism o na cate q ue se significa tam bém
q ue , m e diante e la, se de se ja transm itir, não já cada um a
sua própria doutrina ou e ntão a de um m e stre q ualq ue r,
m as os e nsinam e ntos de Je sus Cristo, a Ve rdade q ue Ele
com unica, ou, m ais e xatam e nte , a Ve rdade q ue Ele é (Jo
14, 6). Te m q ue se dize r, portanto, q ue na cate q ue se é
Cristo, Ve rbo Encarnado e Filh o de De us, q ue é e nsinado”
(Cate ch e si Trade ndae –6).
Finalize m os com a palavra do Papa João Paulo II:
"Agora, caríssim os Irm ãos e Filh os, de se jaria q ue as
m inh as palavras, e scritas à m ane ira de grave e arde nte
e xortação, ditada pe lo m e u m inistério de Pastor da Igre ja
unive rsal, inflam asse m os vossos coraçõe s, com o as Cartas
de São Paulo inflam aram se us com panh e iros de Evange lh o
Tito e Tim óte o;ou e ntão, vos ale ntasse m com o Santo
Agostinh o, q uando e scre ve u e sse ve rdade iro tratado e m
ponto pe q ue no, sobre a ale gria de cate q uizar (De
cate ch izandis rudibus: PL40,310-347), dirigido ao Diácono
De ogratias, q ue andava de sale ntado com a sua tare fa de
cate q uista. Sim , de se jaria se m e ar abundante m e nte nos
coraçõe s de tão num e rosos e dive rsos re sponsáve is pe lo
e nsino re ligioso e pe la pre paração para um a vida conform e
ao Evange lh o, a corage m , a e spe rança e o e ntusiasm o”
(Cate ch e si Trade ndae –62).
III - A Criança
H istória
Um jove m profe ssor ganh ou bolsa de e studo no
e xte rior. Morando sozinh o pe rce be u que não sabia
cuidar da casa, de sua roupa, de sua alim e ntação e se
que stionou: Q ue e scola é e sta que m e de u diplom a se m
m e pre parar para a vida?
Assim tam bém a e vange lização de ve pre parar a
criança para vida.
É pre ciso te r claro que a infância, pe ríodo que
de corre do conce be r a idade adulta, passa m uito rápida,
m as ne la aconte ce um proce sso e norm e de
de se nvolvim e nto. A conde nsação de valore s e
dim e nsõe s h um anas, a sabe r: do conh e cim e nto, das
e m oçõe s, do caráte r, da pe rsonalidade e da
e spiritualidade , aconte ce m ne sta fase .
Pre cisare m os faze r um parale lo e ntre o D GC e
algum as caracte rísticas da infância, para que possam se r
com pre e ndidas as dire trize s e pontos-ch ave s propostos
ne ste proje to.
O D GC apre se nta que a finalidade da cate que se é
a profissão de fé e m D e us, e que talatitude im plica que
"o cristão re nuncia a se rvir qualque r absoluto
h um ano: pode r, praze r, raça, ante passados, Estado,
dinh e iro..., libe rtando-se de q ualq ue r ídolo q ue o e scravize .
É a proclam ação da sua vontade de se rvir a De us e aos
h om e ns, se m ne nh um laço. Proclam ando a fé na Trindade ,
com unh ão de pe ssoas, o discípulo de Je sus Cristo
m anife sta conte m porane am e nte q ue o am or a De us e ao
próxim o é o princípio q ue inform a o se u se r e o se u agir"
(Cf. CIC 2113).
A re núncia se faz fre nte à consciência de D e us,
que pode se r te ste m unh ada e ce le brada, onde tudo que
Cristo anunciou torna-se a única re fe rência. O ato de
re nunciar som e nte pode se dar fre nte à assunção da
ve rdade . Se o h om e m não re nuncia totalm e nte aos
absolutos h um anos, isto se dá porque a ve rdade que se
im põe m a e ste não supe rou os valore s do Re ino, ou
se ja, ainda e stá no com bate para se r afirm ada.
O se r h um ano, de sde a sua conce pção, e stá
de fronte à m issão de cre sce r, de se nvolve r capacidade s
de sobre vivência e de e rguim e nto de condiçõe s que lh e
pe rm itam ch e gar a um a ple nitude . Talple nitude , à luz
da fé cristã, é o traje to pe rcorrido na ince ssante luta
e ntre o pe cado e a santidade .
A infância apre se nta o e sboço do traje to h um ano.
D e sde sua conce pção participa de um proce sso de
dife re nciação progre ssiva e m dire ção a um a
constituição própria. Para se r o que ch am am os "fruto
do am or" do casal, é ne ce ssário que consiga te r
condiçõe s
23. 23
condiçõe s de cam inh ar por si e se r capaz de dar
continuidade à vida num a condição ple na. O s fracassos
ne ste transcurso se rão re apre se ntados sob a form a de
dive rsos bloque ios no proce sso e volutivo, com o
distúrbios, dificuldade s, im pe dim e ntos, vícios,
distanciam e ntos, alie naçõe s e lim itaçõe s, que se
ram ificam sob dive rsas form as patológicas de posição
fre nte à e xistência.
Voltando à citação do Santo Padre , na Encíclica
Fide s e t Ratio, re lativa ao O ráculo de D e lfos: “Conh e ce -
te a ti m e sm o”, traz e m si a grande que stão h um ana,
e nglobando outros que stionam e ntos tais com o: que m
sou, a que vim , para onde vou, traduzindo alguns dos
principais dile m as h um anos, os quais, para nós cristãos,
são re spondidas pe lo Pai, através de se u Filh o.
A e vange lização te m na sua m issão, a
re sponsabilidade de se r a apre se ntação da re alidade
inaugurada por Cristo. Isso im plica que se ja libe rtadora,
form adora e suste ntadora da cam inh ada. Ela pre cisa
fe ch ar um ciclo com ple to de re torno a D e us.
A infância foi por séculos de sconside rada, ape sar
do ale rta de Je sus de que buscásse m os se r com o as
crianças, que e ntre outras coisas, te m a capacidade de
re ce be r o Re ino irre stritam e nte , se m obje çõe s ao
anúncio, num a e xpre ssão autêntica de fé. "Criança é
futuro"dize m aque le s que te m a infância, com o fase
caracte rizada pe la de pe ndência e incapacidade . Ve r a
criança com o se r se m alm a, adulto e m m iniatura,
totalm e nte incapaz, cujos se ntim e ntos não te m
significação e as vivências ne ssa fase não traze m
se qüe las, são form as de ne gar a vida, a dignidade e a
e scolh a de D e us por e la.
D e sde a conce pção, vam os se ndo form ados.
Nasce r é um e ve nto m arcante , fe ch a um m om e nto e
inaugura outro, m as não inte rrom pe a se qüência. D a
conce pção à m orte , inde pe nde nte m e nte do quanto
dure , te m os a vida, dom de D e us e m se u infinito am or.
A infância inicia um a fase que possui um significado
im pre scindíve l. É a fase e m que ne ce ssitam os
inicialm e nte de cuidados totais, m as que vão,
gradativam e nte , se ndo suprim idos pe la autonom ia ne sta
subsistência. D a de pe ndência absoluta á inde pe ndência,
na re alidade a criança ne ce ssita som e nte de que m as
acom panh e ade quadam e nte , de que m dê, á m e dida de
sua ne ce ssidade , aquilo que e la pre cisa.
Mas aos atos de am or e cuidado, inte rfe re m
dive rsas se qüe las das vivências pare ntais. As m ás
form açõe s vêm de cuidados lim itados, de form ados,
re cusados de ntre outros advindos e re passados pe las
ge raçõe s passadas. Se no pre se nte pode m os obse rvar o
convívio e ntre ne tos, pais e avós, pode re m os avistar, já
ne ste pe que no núcle o dive rsos de svios, quanto m ais
pode re m os constatar ao longo dos novos
re lacionam e ntos que se rão form ados ao longo da vida.
Espe cificam e nte na infância, quando as ne ce ssidade s e o
re fe re ncialre alizam um a inte nsa m ovim e ntação e ntre o
e u e o outro, quanto m e lh or fore m as condiçõe s que o
cuidador pude r ofe re ce r, m ais a criança se be ne ficiará.
Com o algum as boas condiçõe s citam os a
capacidade de com pre e nsão do que a criança se nte , a
dife re nciação e ntre o que e la que r e o que pre cisa, a
ace itação de la com o é, se us re ais lim ite s e
ne ce ssidade s, a ace itação de sua inde pe ndência, a
e stim ulação que de se nvolva as capacidade s se m
sobre stim ação (cuja não-corre spondência às
e xpe ctativas e spe radas da criança, ge re ne la um se nso
de incapacidade ), ne m sube stim ação (cuja fraca
e xigência não atinja o de se nvolvim e nto ple no da suas
capacidade s).
D iscorre r um pouco sobre a infância, nos ajudará
a com pre e nde r a fundam e ntação do D GC re lativa a
alguns pontos significativos, os quais transcre ve m os e
com e ntam os a se guir:
Com re lação às ne ce ssidade s e spe cíficas para
cada fase do proce sso e volutivo
"DGC 171. A cate q ue se , se gundo as dife re nte s
idade s, é um a e xigência e sse ncialpara a com unidade
cristã. Por um lado, de fato, a fé participa do
de se nvolvim e nto da pe ssoa;por outro lado, cada fase
da vida é e xposta ao de safio da de scristianização e
de ve , acim a de tudo, ace itar com o um de safio, as tare fas
se m pre novas da vocação cristã. O fe re ce m -se , pois, por
dire ito, cate que se s por idade s, dive rsificadas e
com ple m e ntare s, provocadas pe las ne ce ssidade s e
capacidade s dos de stinatários. Para tanto, é indispe nsáve l
pre star ate nção a todos os e le m e ntos e m jogo,
antropológico-e volutivos e te ológico-pastorais,
vale ndo-se tam bém dos dados atualizados da ciências
h um anas e pe dagógicas, re lativos a cada idade . Tratar-se -á
tam bém de inte grar sabiam e nte as dive rsas e tapas do
cam inh o de fé, pre stando particular ate nção para q ue a
cate q ue se dirigida à infância e ncontre h arm onioso
cum prim e nto nas fase s poste riore s".
Com re lação à condição às principais fase s de
form ação h um ana
"DGC 177. Esta fase de idade , tradicionalm e nte
dividida e m prim e ira infância ou idade pré-e scolar e
adole scência, aos olh os da fé e da própria razão, te m com o
própria a graça do início da vida. Ne sta idade , '...nasce m
pre ciosas possibilidade s para a e dificação da Igre ja e
para a h um anização da socie dade ', a se re m
assum idas. Filh a de De us graças ao dom do Batism o, a
criança é proclam ada por Cristo m e m bro privile giado do
Re ino de De us.
Por dive rsas razõe s, h oje talve z m ais do q ue onte m , a
criança re q ue r ple no re spe ito e ajuda nas suas
e xigências de cre scim e nto h um ano e e spiritual,
tam bém através da cate q ue se , q ue não pode jam ais faltar
às crianças cristãs. Q ue m , de fato, de u-lh e a vida,
e nriq ue ce ndo-a com o dom do Batism o, te m o de ve r de
alim e ntá-la e m sua continuidade ".
24. 24
•Com re lação à e vange lização inse rida no
conte xto das crianças e dos adole sce nte s
Cate ch e se Trade ndae : “A idade e o de se nvolvim e nto
inte le ctual dos cristãos, be m com o o se u grau de
m aturidade e cle sial e e spiritual e m uitas outras
circunstâncias pe ssoais e xige m q ue a cate q ue se adapte
m étodos m uito dive rsos, para pode r alcançar a sua
finalidade e spe cífica: a e ducação para a fé” (51) e ainda
“Em q ualq ue r h ipóte se , im porta q ue o m étodo e scolh ido se
ate nh a acim a de tudo a um a le i fundam e ntalpara toda a
vida da Igre ja: a le i da fide lidade a De us e da fide lidade ao
h om e m , num a única atitude de am or” (52).
D GC 178. "A cate q ue se das crianças é
ne ce ssariam e nte cone xa com a sua situação e condição
de vida, e é obra de dive rsos age nte s e ducativos,
com ple m e ntare s e ntre si".
Pode m se r indicados alguns fatore s q ue re ve ste m
um a particular im portância e têm e xte nsão unive rsal:
A infância e a adole scência, cada q ual
com pre e ndida e tratada se gundo a pe culiaridade q ue lh e s é
própria, re pre se ntam o te m po da prim e ira socialização e
da e ducação h um ana e cristã na fam ília, na e scola e
na Igre ja e , portanto, de ve m se r com pre e ndidas com o um
m om e nto de cisivo para o futuro suce ssivo da fé.
Se gundo um a tradição consolidada, e ste é,
h abitualm e nte , o pe ríodo e m q ue se cum pre a iniciação
cristã inaugurada pe lo Batism o. Com o re ce bim e nto dos
sacram e ntos, se visa a prim e ira form ação orgânica da fé da
criança e a sua introdução na vida da Igre ja.
No pe ríodo da infância, o proce sso cate q uético se rá,
por isso, e m ine nte m e nte e ducativo, ate nto a de se nvolve r
aq ue le s re cursos h um anos q ue form am o substrato
antropológico da vida de fé, tais com o o se nso da
confiança, da gratuidade , do dom de si, da
invocação, da ale gre participação... A e ducação à
oração e a iniciação à Sagrada Escritura são aspe ctos
ce ntrais da form ação cristã das crianças.
Enfim , de ve -se e star ate ntos à im portância de dois
lugare s e ducativos vitais: a fam ília e a e scola. A
cate q ue se fam iliar é, de ce rto m odo, insubstituíve l, ante s
de m ais nada, pe lo am bie nte positivo e acolh e dor,
pe rsuasivo pe lo e xe m plo dos adultos, e pe la prim e ira
e xplícita se nsibilização e prática da fé".
D GC 179 . "O ingre sso na e scola significa, para a
criança, a e ntrada num a socie dade m ais am pla do q ue a
fam ília, com a possibilidade de de se nvolve r m uito m ais as
suas capacidade s inte le ctivas, afe tivas e com portam e ntais.
Na e scola, fre q üe nte m e nte , é m inistrado um e spe cífico
e nsino re ligioso. Tudo isso re q ue r q ue a cate q ue se e os
cate q uistas m ante nh am um a colaboração constante
com os ge nitore s e tam bém com os profe ssore s da
e scola, se gundo as oportunidade s forne cidas pe lo
conte xto. O s pastore s de ve m re cordar-se q ue q uando
ajudam os ge nitore s e os e ducadore s a be m de se m pe nh ar a
m issão q ue lh e s cabe , é a Igre ja q ue e stá se ndo e dificada.
Além disso, e ste trabalh o ofe re ce um a ótim a ocasião para
a cate q ue se dos adultos".
•Com re lação aos re cursos e m étodos
utilizados para um a e vange lização fe cunda
D GC 15. "Esta parábola (O Se m e ador, Mc 4,3) é
fonte inspiradora para a e vange lização. 'A se m e nte é a
palavra de De us'(Lc 8,11). O se m e ador é Je sus Cristo. Ele
anunciou o Evange lh o na Pale stina h á dois m ilanos e
e nviou os se us discípulos a se m e á-lo pe lo m undo. Je sus
Cristo h oje , pre se nte na Igre ja por m e io do Se u Espírito,
continua a divulgar am plam e nte a palavra do Pai no cam po
do m undo. A q ualidade do te rre no é se m pre m uito variada.
O Evange lh o cai 'be ira do cam inh o'(Mc 4,4), q uando não
é re alm e nte e scutado;cai 'e m solo pe dre goso' (Mc 4,5),
se m pe ne trar profundam e nte na te rra; ou 'e ntre os
e spinh os' (Mc 4,7), e é im e diatam e nte sufocado no
coração dos h om e ns, distraídos por m uitas pre ocupaçõe s.
Mas um a parte cai 'e m te rra boa' (Mc 4,8), isto é, e m
h om e ns e m ulh e re s abe rtos à re lação pe ssoalcom De us e
solidários com o próxim o, e produz frutos abundante s.
Je sus, na parábola, com unica a boa notícia de q ue o
Re ino de De us ch e ga, não obstante as dificuldade s do
te rre no, as te nsõe s, os conflitos e os proble m as do m undo.
A se m e nte do Evange lh o fe cunda a h istória dos h om e ns e
pre anuncia um a colh e ita abundante . Je sus faz tam bém
um a adve rtência: som e nte no coração be m disposto a
Palavra de De us ge rm ina (Mate us 13, 23)."
Ve m os ne ssas orie ntaçõe s parte do que de ve se r a
form ação para e struturar um diálogo ade quado com a
criança, caracte rizado por:
•Participação Ativa: a criança de ve se r suje ito e
não obje to na construção de sua re lação com
D e us.
•Pluridim e nsionale Inte grado: que conte m ple as
dive rsas dim e nsõe s e m form ação na criança e
ofe re ça condiçõe s para a que se inte gre m ,
visando um a saúde com ple ta, re fle xo nítido da
im age m e se m e lh ança de D e us.
IV- O Mate rialde Apoio à Evange lização
de Crianças
H istória do de se nh o
Ilustrando um dia de e vange lização, um a criança
de se nh ou m e ninos e m e ninas se m corpo com m och ilas
e norm e s num a sala de aula. O e vange lizador pe rguntou
porque as crianças não tinh am corpos e e la e xplicou:
Pra que corpo?Aqui a ge nte só pre cisa da cabe ça
se o corpo ficasse e m casa se ria m uito m e lh or.
Je sus cre scia e m e statura, graça e sabe doria.
Je sus ve io para o h om e m todo e todo o h om e m .
O m ate rialde apoio proposto para o que rigm a,
conve rsão, ade são e form ação, de ve possuir um a
aplicabilidade sim ple s, dinâm ica e inse rida nos
conte xtos sociais e m que a criança se e ncontra inse rida
com o a fam ília, o grupo de oração, a e scola, a cre ch e ,
le vando a um a e laboração de critérios m ais apurados
para a form ulação de program as e ducacionais e
25. 25
form adore s incluindo os m e ios de com unicação,
principalm e nte a TV, que fale m um a linguage m
com pre e nsíve là criança e que dêe m subsídios de
form ação e e stím ulo das m últiplas capacidade s. A
m e nsage m e vangélica o pe rm ite , m as nos falta ainda
m uita consciência do que faze r.
Um bom m ate rial traz e m si um conte údo
inte re ssante à criança, às dim e nsõe s de form ação da
consciência pe ssoal, consciência do outro e consciência
de D e us, assim o se rá se for um m ate riale laborado a
partir da oração e form ação, que inte gram a e scuta de
D e us e do h om e m .
A Exortação Apostólica “Cate ch e se Trade ndae ” dá
algum as re fe rências concre tas quanto ao conte údo e
e strutura de livros cate quéticos, os quais de ve m se
aplicar aos de m ais m ate riais a se re m utilizados na
e vange lização:
49 . “Não basta, pois, q ue se m ultipliq ue m os livros
de cate q ue se . Para q ue e ste s corre spondam à sua
finalidade são indispe nsáve is condiçõe s, com o por e xe m plo:
- q ue se jam adaptados à vida concre ta da ge ração a
q ue são de stinados, te ndo be m pre se nte s as suas
inq uie tude s e inte rrogaçõe s, be m com o as suas lutas e
e spe ranças;
- q ue se e sforce m por e ncontrar a linguage m
com pre e nsíve la e ssa m e sm a ge ração;
- q ue se e sm e re m e m se r a e xpre ssão de toda a
m e nsage m de Cristo e da sua Igre ja, se m nada de scurar ou
de form ar, procurando e xpô-la inte iram e nte e se gundo um
ce ntro de re fe rência e um a e strutura q ue façam re ssaltar o
e sse ncial;
- q ue inte nte m ve rdade iram e nte provocar m aior
conh e cim e nto dos m istérios de Cristo naq ue le s q ue de le s
se se rvire m , e m vista de um a autêntica conve rsão e de
um a vida m ais conform e à vontade de De us.”
O D GC traz a sínte se da e vange lização, nos
pilare s através dos quais apre se nta a Boa-Nova.
•Q uanto às funçõe s do conjunto prim e iro
anúncio - cate que se , no proce sso de
e vange lização:
"DGC 61. O prim e iro anúncio se dirige aos não
cre nte s e àq ue le s q ue , de fato, vive m na indife re nça
re ligiosa. Ele te m a função de anunciar o Evange lh o e de
ch am ar à conve rsão. A cate q ue se , 'distinta do prim e iro
anúncio do Evange lh o' prom ove e faz am adure ce r e sta
conve rsão inicial, e ducando à fé o conve rtido e
incorporando-o na com unidade cristã. A re lação e ntre
e stas duas form as do m inistério da Palavra é, portanto,
um a re lação de distinção na com ple m e ntarie dade . O
prim e iro anúncio, q ue cada cristão é ch am ado a re alizar,
participa do 'ide ' q ue Je sus propôs a se us discípulos:
im plica, portanto, o sair, o apre ssar-se , o propor. A
cate q ue se , ao invés, parte da condição q ue o próprio Je sus
indicou, 'aq ue le q ue cre r', aq ue le q ue se conve rte r, aq ue le
q ue se de cidir. As duas açõe s são e sse nciais e se atrae m
m utuam e nte : ir e acolh e r, anunciar e e ducar, ch am ar e
incorporar".
"DGC 62. Na prática pastoral, todavia, as fronte iras
e ntre as duas açõe s não são facilm e nte de lim itáve is.
Fre q üe nte m e nte , as pe ssoas q ue ace de m à cate q ue se ,
ne ce ssitam , de fato, de um a ve rdade ira conve rsão. Por isso,
a Igre ja de se ja que , ordinariam e nte , um a prim e ira
e tapa do proce sso cate quético se ja de dicada a
asse gurar a conve rsão. Na 'm issão ad ge nte s', e sta
tare fa se re aliza no 'pré-cate cum e nato'. Na situação
re q ue rida pe la 'nova e vange lização' e sta tare fa se re aliza
por m e io da 'cate que se que rigm ática', q ue alguns
ch am am de 'pré-cate q ue se ', porq ue , inspirada no pré-
cate cum e nato, é um a proposta da Boa Nova e m orde m a
um a sólida opção de fé. Som e nte a partir da conve rsão,
isto é, apostando na atitude inte rior 'daq ue le q ue cre r', a
cate q ue se propriam e nte dita pode rá de se nvolve r a sua
tare fa e spe cífica de e ducação da fé. O fato de q ue a
cate q ue se , num prim e iro m om e nto, assum a e stas tare fas
m issionárias, não dispe nsa a Igre ja particular de prom ove r
um a inte rve nção institucionalizada de prim e iro anúncio,
com o atuação m ais dire ta do m andato m issionário de
Je sus. A re novação cate q uética de ve base ar-se ne sta
e vange lização m issionária prévia".
•Q uanto ao que rigm a traça alguns pilare s de
sua constituição:
"DGC 102. Ne sta e xplicitação do que rigm a
e vangélico de Je sus, a cate q ue se sublinh a os se guinte s
aspe ctos fundam e ntais:
–Je sus, com o adve nto do Re ino, anuncia e re ve la
q ue D e us não é um se r distante e inace ssíve l, 'um a
potência anônim a e longínq ua', (331) m as sim o Pai, q ue
e stá pre se nte e m m e io às suas criaturas, ope rando com o
se u am or e o se u pode r.
–Je sus e nsina q ue De us, com o se u Re ino, ofe re ce o
dom da salvação inte gral, libe rta do pe cado,
introduz na com unh ão com o Pai, conce de a filiação
divina e prom e te a vida e te rna, ve nce ndo a m orte .
–Je sus, ao anunciar o Re ino, anuncia a justiça de
D e us: proclam a o juízo divino e a nossa
re sponsabilidade . O anúncio do juízo de De us, com o se u
pode r de form ação das consciências, é um conte údo
ce ntraldo Evange lh o e um a boa nova para o m undo. E q ue
é possíve la pe nitência e o pe rdão, já q ue na cruz de Cristo
obte m os a re de nção do pe cado.
–Je sus de clara q ue o Re ino de D e us se inaugura
com Ele , na sua própria pe ssoa.
–Je sus e nsina, igualm e nte , q ue a com unidade dos
se us discípulos, a sua Igre ja, 'constitui o ge rm e e o início
de ste Re ino'
– Je sus e nsina, finalm e nte , q ue a h istória da
h um anidade não cam inh a rum o ao nada, m as sim
q ue , com os se us aspe ctos de graça e pe cado, é n'Ele
assum ida por De us, para se r transform ada."