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CIDADE DE DEUS

                                       OUTUBRO DE 2010 - ANO I - No 01


 A       NOTÍCIA POR QUEM VIVE
“Um jornal feito pela comunidade, com a comunidade, para a comunidade.”


 A UPP chegou. E agora?
  C omo os mor a dore s e s t ão s e a d ap t a ndo a e s s e no v o modelo de
  p ol i c i a me nto ? Ve ja n a m até r i a de A r i a n a Ap ol i n á r io o q ue a
  C i d a de de D e u s e a s out r a s c omu n i d a de s “p a c i f i c a d a s” e s t ão
  f a z e ndo e m re s p os t a a e s s a p ol ít i c a de s e g u r a nç a pú bl i c a . Ve ja
  t a m b é m o q ue a s f av el a s n ão “p a c i f i c a d a s” a c h a m d a U P P.

 >PÁGINA 3



                     Qualificação Já
 A te mp or a d a de q u al i f i c a ç ão prof i s s ion al já c ome ç ou n a C i d a de de D eu s. S ão c u r s os
 de i n f or m át i c a, i nglê s, c on s t r uç ão c iv i l , tele m a rke t i ng e mu ito m a i s ! E ele s s ão a b e r-
 tos p a r a p e s s o a s de tod a s a s i d a de s – jo v e n s e a dultos ! Ve ja n a m até r i a de L e i l a M a r-
 t i n i a no q u a i s s ão a s op or t u n i d a de s e c omo v o c ê p ode s e i n s c re v e r p a r a p a r t i c ip a r.

                                                                                                     >PÁGINA 13

 Solta a voz,
 comunidade!
 A c omu n i c a ç ã o c omu n it á r i a p e r m ite q ue luga re s c omo a C i d a de de D e u s de i xe m de s e r
 ap e n a s a s s u nto d a s not í c i a s e p a s s e a s e r t a m b é m produtor d a s s u a s própr i a s not í -
 c i a s. O mu ndo v i s to do p onto de v i s t a d a s c omu n i d a de s, e s s e é o obje t iv o d a c omu n i -
 c a ç ã o c omu n it á r i a . I n i c i at iv a s c omo o Por t al d a C i d a de de D e u s e o jor n al “A not í c i a
 p or q ue m v iv e“ v ê m p a r a te nt a r d a r e s s a v oz q ue a c omu n i d a de pre c i s a .

                                                                                                       >PÁGINA 6

                                 >>>E MUITO, MUITO MAIS!!!
2       A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro    de   2010



Editorial
Por Marília Gonçalves e Celso     dade. Além disso, a ideia era      tem de bom na Cidade de Deus,
Alexandre Souza de Alvear         ter mais moradores enviando        sem deixar de apresentar al-
                                  matérias para o Portal da CDD,     guns problemas, mas a partir
   Este jornal é resultado do     que é aberto a contribuições       da visão dos próprios morado-
curso de extensão “Análise        de toda comunidade.                res. Discutimos e apresentamos
Crítica dos Meios de Comunica-       Para esse curso, convidamos     questões amplas (como a saú-
ção” (que f icou conhecido na     pessoas que estudam ou prati-      de, a arte, os idosos, os jovens,
CDD como “A Notícia por quem      cam comunicação comunitária,       a qualif icação prof issional etc)
vive”), realizado pelo Núcleo     como Claudia Santiago e Vito       a partir de experiências da Ci-
de Solidariedade Técnica da       Gianotti (do Núcleo Piratinin-     dade de Deus, pois discutir a
UFRJ (SOLTEC/UFRJ) em par-        ga de Comunicação), Gizele         CDD é discutir o Rio de Janeiro
ceria com o Portal Comunitário    Martins (do jornal O Cidadão,      e o Brasil.
da Cidade de Deus. Esse cur-      do Complexo da Maré), entre            Por f im, é importante des-
so contou com a participação      muitos outros. Assim, pude-        tacar que esse jornal é o traba-
de muitos moradores da CDD        mos debater juntos que tipo de     lho f inal do curso, em que seus
e algumas pessoas de outras       comunicação queríamos para         alunos se juntaram em gru-
comunidades e foi realizado       a Cidade de Deus. Ref letimos      pos e foram fazer entrevistas
quinzenalmente, aos sábados,      como a grande mídia (como os       e matérias, a partir de temas
na Cidade de Deus, na sede        canais de televisão, os gran-      debatidos em sala de aula. Com
da ASVI, durante os meses de      des jornais e revistas etc.) tem   as matérias feitas, o grupo se
maio a outubro de 2010.           uma visão preconceituosa das       juntou e revisou tudo conjun-
   A ideia do curso surgiu du-    comunidades pobres e como          tamente. Da última aula, saiu
rante uma reunião do Portal       não conhecem realmente o que       a proposta por alguns membros
Comunitário da CDD (www.ci-       acontece dentro dessas comuni-     do grupo de continuar o jor-
dadededeus.org.br), na qual as    dades (e nem buscam conhecer,      nal, mas, para isso, contamos
instituições presentes ressal-    vindo conversar com seus mo-       com todos que quiserem aju-
taram a dif iculdade em fazer     radores). Por isso, só noticiam    dar, buscando patrocinadores,
matérias para o Portal, pela      as coisas ruins, a violência, os   contribuindo com matérias,
falta de hábito e de tempo.       problemas, mas não mostram a       poesias, fotos. Para entrar em
Assim, pensamos em organi-        superação de seus moradores, o     contato conosco, procure uma
zar um curso aberto a todos os    movimento cultural que surge       das instituições que fazem
moradores da CDD (e não só aos    dessas comunidades (o samba,       parte do portal da CDD ou en-
membros das instituições que      o funk, as danças, as artes, as    vie um e-mail para anoticia-
participam do Portal), para       poesias e muito mais), entre       p orq ue mv iv e @ google g roup s.
pensarmos juntos como seria       tantas outras coisas boas.         com.
produzir comunicação pelos           Dessa forma, decidimos              Esperamos que vocês gos-
próprios moradores da comuni-     priorizar no nosso jornal o que    tem do nosso jornal!


                       EXPEDIENTE - Outubro de 2010
 A notícia por quem vive
 Jornal do Curso de Comunicação Comunitária da Cidade de Deus
 Contato: anoticiaporquemvive@googlegroups.com

 Edição: Ana Lúcia, Ariana Apolinário, Celso Alexandre Souza de Alvear, Cilene Vieira, Dara Ban-
 deira, Dayse Vieira, Felipe Brum, Joana da Conceição Campos, João Carlos Souza, José Alberto,
 Julcinara Vilela, Landerson Soares, Leila Martiniano, Maria Angélica Ponciano, Marília Gonçalves,
 Mônica Rocha, Rita de Cássia, Rosalina Brito, Valéria Barbosa da Silva

 Revisão de textos: Marília Gonçalves, Elis de Aquino e Renata da Silva Melo;

 Diagramação: Alan Tygel

 Agradecimentos: Gizele Martins, Gustavo Barreto, Claudia Santiago, Sandra Mayrink Veiga, Pablo
 Laignier, Vitor Castro, Cesar Benjamin Queiroz
A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro   de   2010       3

Como a comunidade da Zona Oeste vem se adaptando ao
conceito de polícia de proximidade?
Por Ariana Apolinário            de rua, festas juninas etc., e    dimento) 24 horas, além de
                                 durante esse período de adap-     uma iluminação pública me-
    Se em 2002 a Cidade de Deus  tação era proibido”, conta.       lhor, asfalto, cursos voltadas
f icou conhecida mundialmente       Todos os eventos que ocor-     para tecnologia e educação,
através das lentes do cineasta   rem na comunidade precisam        entre outros”, comenta.
Fernando Meirelles, em 2009, a   de permissão do Comandante           Entre os comentários ne-
comunidade na Zona Oeste do      responsável, nesse caso, do Ca-   gativos feitos por ambos os
Rio de Janeiro voltou a ganhar   pitão José Luis de Medeiros.      entrevistados, Márcio e Ale-
destaque na mídia.                                                        xandre, o abuso de po-
Ocupada por uma                                                           der é sempre o primeiro
Unidade de Polícia                                                        problema a ser citado.
Pacif icadora (UPP),                                                      “Alguns policiais não
a comunidade foi a                                                        fazem bem o serviço, o
segunda a receber o                                                       que acaba prejudicando
modelo que visa ex-                                                       a população. Parece que
tinguir o tráf ico de                                                     eles não queriam estar
drogas. Mas e para a                                                      aqui”, comenta Márcio,
população, como foi                                                       um dos mais de 60 mil
esse período? Será                                                        habitantes que residem
que eles ainda sofrem                                                     na comunidade.
com a adaptação?
    Para o morador                                                        Onde tudo começou
Márcio José Gomes,
de 26 anos, nascido                                                          Assim como a Cidade
e criado na Cidade de                                                     de Deus, o Santa Mar-
Deus, muitas mudan-                                                       ta também faz parte do
ças ocorreram nes-                                                        grupo de comunidades
tes quase dois anos.                                                      ocupadas pela Polícia
“Existem      diversos                                                    Pacif icadora. Essa, por
benef ícios a serem                                                       sinal, foi a primeira a
citados quando o as-                                                      implantar o conceito de
sunto são as UPPs,                                                        Unidade de Policiamen-
mas existe também                                                         to Pacif icador, conside-
o lado negativo. No                                                       rado um novo modelo de
entanto, o que mais                                                       Segurança Pública e de
preocupa a popula-                                                        policiamento, visando
ção é se esse modelo                                                      promover a aproximação
realmente vai vingar.                                                     entre a população e a
Será que os políticos Capa da Cartilha Abordagem Policial                 polícia.
vão dar continuida-                                                          Localizada em Bota-
de? ”, questiona o jovem.         Para Alexandre, nem sempre a     fogo, na Zona Sul da cidade, o
    De acordo com o presiden-     autorização sai, o que preju-    Santa Marta tem um importan-
te da Associação dos Moradores    dica os eventos da população.    te papel na história das comu-
da CDD, Alexandre Ferramenta,     “Algumas exigências como esta    nidades pacif icadas, não só por
no começo foi muito dif ícil a    no começo incomodam, mas de-     ter sido o modelo do projeto,
adaptação, mas atualmente         pois vira rotina”.               mas por ter moradores articu-
vem melhorando. “Antes a gen-         O presidente da Associação   lados na defesa de seus direi-
te não podia fazer nada, mas      também comentou sobre alguns     tos. Um exemplo disso foi a
aos poucos estamos conseguin-     serviços que, juntamente com     produção da Cartilha Popular,
do nos entender. A CDD é um       a UPP, trouxeram benef ícios     que tem como objetivo evitar o
local que ao longo de 30, 40      à comunidade. “Hoje temos a      abuso policial. A Cartilha, que
anos sempre promoveu festas       UPA (Unidade de Pronto Aten-     está disponível na internet, foi
4        A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro       de   2010


            construída com apoio integral      2h da manhã. Caso passasse do      nas UPPs além da possibilidade
            do rapper Emerson Cláudio Nas-     horário permitido, os policiais    de recuperar territórios perdi-
            cimento dos Santos, também         apreenderiam o responsável e       dos para o tráf ico, levar a in-
            conhecido como MC Fiell, mo-       os equipamentos. Minutos an-       clusão social à população que
            rador do Santa Marta e diretor     tes do horário marcado, eles       mora nesses locais.
            do curta “788”, que se passa na    invadiram o local e, mesmo sem        Na comunidade do Jacare-
            comunidade.                                                                      zinho, subúrbio do
            “Nossa          in-                                                              Rio, a realidade do
            tenção não                                                                       tráf ico não é dife-
astres oueafrontar i a
            é                  a                   Busca Pessoal                             rente. Entre os mo-
            S cretar                                                                         radores,     diversos
            de Seguran-                                                                      deles torcem para
            ça do Rio de                                                                     que as Unidades de
            Janeiro e sim                                                                    Polícia Pacif icadora
            q u e s t i o n a r,                                                             cheguem ao local,
urante o dia. i a l o g a r ,
            d                                                                                como é o caso de Fá-
            participar                                                                       tima da Silva, que
 as, quebrar transfor-
            da                                                                               mora a 55 anos na
que eles(as)
 legado(a).mação de um                                                                       favela. “Espero que
meaçar para novo         com-                                                                esse modelo traga
            por ta mento                                                                     mais tranquilidade e
 s entrarem da       Polícia                                                                 oportunidade para a
or(a). NesteMilitar con-                                                                     população. É preciso
 ial, horario,
            temporâ-                                                                         investir em educa-
            nea”.                                                                            ção, lazer, esporte
                Mesmo a                                                                      etc”, salienta.
            cartilha ten-                                                                       Fátima ainda co-
            do a f inali-                                                                    mentou que o mé-
            dade de in-                                                                      todo atual inibe a
            formar sobre                                                                     população de f icar
            direitos de                                                                      nas ruas. “Quando
            cada cidadão                                                                     eu era pequena, as
            e os limites                                                                     coisas eram mais fá-
            da atuação                                                                       ceis. Hoje em dia as
            policial em                                                                      crianças não podem
            situações                                                                        mais brincar na rua,
            de revista,                                                                      a violência aumen-
            abordagem,                                                                       tou muito”. Já para
            c u mpr i me n-                                                                  o comerciante Fábio
            to de manda-                                                                     Borges, com a chega-
            dos de busca Página da Cartilha de Abordagem Policial                            da da UPP não só os
            e apreensão,                                                                     habitantes poderão
            o próprio Mc Fiell, dois meses     um mandato, desligaram os          andar tranquilos pela comu-
            depois de a cartilha começar a     aparelhos e levaram Fiell para     nidade, mas os moradores das
            ser distribuída, foi alvo de pro-  a delegacia alegando desacato.     redondezas, que têm medo de
            blemas com policiais. “Eles me     A esposa do rapper também foi      frequentar o local, poderão vi-
            deram voz de prisão e foram me     levada, sob mesma acusação.        sitar o Jacarezinho sem medo.
            batendo desde o local onde eu                                         “Acho que serão diversas as
            estava até o camburão. Eram        O outro lado                       melhorias, tanto para o mora-
            mais de dez policiais”, conta.                                        dor quanto para o comerciante.
                O fato ocorreu em maio deste       De acordo com dados do Ins-    Só tenho receio da ocupação,
            ano, quando o rapper promovia      tituto Pereira Passos (IPP) de     de pessoas inocentes que po-
            um baile em um bar tradicional     2008, existem 968 favelas no       dem ser feridas. É preciso fa-
            da comunidade. Por volta das       Rio de Janeiro. Assim, o Gover-    zer tudo com muita cautela”,
            21h, policiais avisaram que o      no do Estado do Rio e a Secreta-   comenta.
            evento só poderia durar até as     ria de Segurança Pública viram
A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro       de   2010            5


Fazendo a cabeça com arte
Por: Rosalina Brito, Rita de       é personagem de um documen-
Cássia e José Alberto              tário que está sendo f ilmado
                                   no Atelier de Gaia, na Colônia,
   Aos 3 anos, Gilmar Ferreira     pelos cineastas Julio e Paulo,
veio com seus pais de Campo        que também moram na Cidade
Grande, bairro na Zona Oeste       de Deus. O f ilme vai contar a
do Rio de janeiro, para morar      vida e obra dos artistas inter-
na Cidade de Deus, onde vive       nos.
até hoje. Filho de um pintor de       Gilmar Ferreira já e um per-
automóveis e de uma artesã,        sonagem interessante por sua
Gilmar hoje tem 43 anos, é ca-     história de vida. Além disso,
sado e pai. Um dia, um amigo       adora fazer trabalhos voluntá-
lhe perguntou se tinha f ilhos.    rios em casas de recuperaçãoe
E Gilmar respondeu: “não, quem     outros lugares, o que também
tem f ilhos é a minha mulher”.     vai ser contado no documen-
   Quando tinha 18 anos, Gil-      tário. “Me sinto feliz como vo-     Gilmar Ferreira, artista da CDD
mar teve uma estafa de traba-      luntario”, af irma o artista. Ele
                                                                       DVDs do grupo de funk Os Ha-
lho, e sua família o internou      também está participando do
                                                                       vaianos, também moradores da
na Colônia Juliano Moreira. A      projeto Cultura Portátil, junta-
                                                                       CDD.
Colônia é um hospital psiquiá-     mente com outras instituições
trico que existe desde 1924 em     locais. O projeto está sendo re-
Jacarepaguá. Lá, Gilmar teve       alizado no laboratório da Far-
                                                                       E n d e r e ç o d o M u s e u Na c i o -
a oportunidade de descobrir e      manguinhos, que está prepa-
                                                                       n a l d e B e l a s Ar t e s : Ave n i -
desenvolver sua arte, ele é pin-   rando Gilmar e os outros alunos
                                                                       d a R i o b r a n c o, n ú m e ro 199,
tor e gosta de inspirar-se nas     para uma grande exposição.
                                                                       Cinelândia.
obras de Picasso, por exemplo.        Recentemente, Gilmar par-
Gilmar já foi comparado com o      ticipou da gravação de um dos
artista plástico Bispo
do Rosário, pois gos-
ta de usar em sua arte
sucata e reciclagem.
Em 1996, participou de
exposição no Museu Na-
cional de Belas Artes, e
doou uma de suas obras
para o museu. O quadro
está exposto ate hoje.
O museu f ica na Cine-
lândia, centro do Rio
de Janeiro.
   Gilmar é artista
plástico do atelier te-
rapêutico da colônia,
onde procura resgatar
sua identidade, com ou-
tros artistas do local. A
arte o ajuda na supera-
ção de preconceitos e
no reconhecimento da
família, que sempre lhe
apoiou.
   Em breve, o artista
estará nas telas. Isso
porque Gilmar Ferreira Uma das obras de Gilmar Ferreira
6          A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro                     de   2010



Meios de Comunicação Comunitários
fortalecendo a voz da comunidade
Por D ara Bande ira , Lande r-               e x i s t i r de nt ro de u m me s mo            r i a s s e nte m-s e, p or v e z e s,
s on Soare s, Mônic a Roc ha                 b a i r ro.                                      p a s s iv os e m rel a ç ão à i n f or-
                                                   “ Eu, e nq u a nto mor a dor a             m a ç ão. N ão tê m op or t u n i d a-
     O s me ios de c omu n i c a ç ão        d a c omu n i d a de, s e mpre s e n-            de de de mon s t r a r u m out ro
(ou m í d i a s) c omu n it á r ios          t i f a lt a de u m a c omu n i c a ç ão         l a do d a v e rd a de q ue é m a s -
tê m u m p ap el a br a nge nte              e f i c i e nte, q ue nos d iga o q ue           c a r a d a p elo jor n a l i s mo. A s
de nt ro d a c omu n i c a ç ão. N ão        e s t á a c onte c e ndo a q u i de n-           m í d i a s c omu n it á r i a s n a s c e m
s ó p elo f ato de le v a re m i n-          t ro. Mu it a s v e z e s, e u me s m a,         c omo u m me c a n i s mo p a r a
f or m a ç õ e s à s p e s s o a s s obre    q ue p or s e r l i de r a nç a p a r t i c i-   q ue h aja u m a s i mpl i f i c a ç ão
a c omu n i d a de, m a s t a m b é m        p at iv a de re u n i õ e s, s e m i n á-        n a f or m a de s e c omu n i c a r.
p or c r i a r u m a no v a v i s ão e       r ios, n ão s e i o q ue a c onte c e.           Te r u m a f e r r a me nt a p a r a
i de nt i d a de p a r a os q ue nel a       S ó f i c o s a b e ndo dep oi s ou n a          q ue a s i n f or m a ç õ e s s e ja m
mor a m. M a r i a do S o c or ro,           v é s p e r a . Por i s s o, a c re d ito        produ z i d a s e d iv ulga d a s p e -
pre s i de nte d a A s s o c i a ç ão        s e r mu ito i mp or t a nte q ue a s            l a s c omu n i d a de s é u m f ator
S e me nte d a V i d a d a C i d a de        p e s s o a s tome m c on he c i me n-           rele v a nte. É o q ue a c re d it a
de D e u s (A S V I ) , de s t a c a a       to d a s at iv i d a de s, p a r a q ue          o e s t ud a nte de M a rke t i ng,
i mp or t â nc i a de u m a c omu-           p os s a m le v a r p a r a out r a s            mor a dor d a C i d a de de D e u s,
n i c a ç ão i nte r n a e f i c i e nte e   p e s s o a s e s s a s i n f or m a ç õ e s”,   R e n ato Ga rdel .
de proje tos q ue f or t ale ç a m           a f i r m a a c oorde n a dor a do                     R e n ato a f i r m a q ue “é i m-
a v oz d a c omu n i d a de. S o c or-       proje to q ue te m m a i s de oito               p or t a nte p a r a a c omu n i d a-
ro, q ue é ps i c óloga, re f orç a          a nos de at iv i d a de n a C i d a de           de mos t r a r a s u a v oz, e s s a é
a p os s i b i l i d a de de i nte g r a r   de D e u s.                                      u m a d a s f or m a s de mos t r a r
todos os nú cle os q ue p os s a m                 O s mor a dore s d a s p e r i f e -       a s c oi s a s b o a s q ue mu it a




Portal Comunitário da Cidade de Deus: www.cidadededeus.org.br
A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro                     de   2010             7

ge nte n ão c on he c e, m a s q ue        t udo a q u i lo q ue p os s a s e r de         m a r a nos s a i de nt i d a de lo c a l ,
e x i s te m de nt ro d a c omu n i-       i nte re s s e c omu m a u m a ou-              a nos s a i de nt i d a de c i d a d ã, e
d a de. É a f or m a le g ít i m a de      t r a p e s s o a . Ga n h a m, t a m-          d a í nos re c on he c e mos c omo
e x pre s s ão e de f or m a ç ão de       b é m, s u b s í d i os p a r a re f le t i r   p e s s o a s ig u a i s, q ue s of re m
i de nt i d a de, a lé m de s e r u m      s obre o q ue s e te m de nt ro                 e p a s s a m p elos me s mos pro -
ót i mo e xe rc í c io d a c i d a d a-    d a c omu n i d a de. A lé m d i s s o,         ble m a s e s it u a ç õ e s. Da í lu-
n i a”.                                    tê m a op or t u n i d a de de f a z e r        t a re mos ju ntos p or u m out ro
     A q uele s q ue i nte g r a m e       o própr i o e s t i lo de c omu n i-            mu ndo, p or u m mu ndo q ue
p a r t i c ip a m de m í d i a s c omu-   c a ç ão. É o q ue a f i r m a G i z ele        de f ato nos s i r v a . A c re d ito
n it á r i a s ga n h a m u m a v i s ão   M a r t i n s, e d itor a do jor n a l ‘ O      n a c omu n i c a ç ão c omo f or m a
m a i s c r ít i c a do mu ndo at u-       C i d a d ão’, produ z i do n a f av e -        de mud a nç a s o c i a l , p orq ue
a l , pr i nc ip al me nte q u a ndo       l a d a M a ré, R i o de Ja ne i ro,            é p or me i o del a q ue o p o v o
s e t r at a dos me ios de c omu-          h á 11 a nos.                                   p ode s olt a r a s u a v oz e d i z e r :
n i c a ç ão de m a s s a . P a s s a m         G i z ele d i z : “Jor n al C omu-         Eu q ue ro mud a r, e u q ue ro os
a n ão a c e it a r c omo v e rd a de      n it á r io s e f a z c om o q ue v e m         me u s d i re itos ga r a nt i dos ! ”.
t udo q ue é p aut a do e d i s c u-       d a al m a, c om o q ue v e m de                     A produ ç ão de i n f or m a-
t i do n a tele v i s ão, no r á d io e    de nt ro, dos s e nt i me ntos, d a             ç ão e c onte údo at r a v é s d a
nos jor n a i s. Ga n h a m v ont a de     v i d a, do d i a a d i a de u m a f a-         i nte r ne t t a m b é m é a lgo q ue
de reprodu z i r, p el a v iv ê nc i a,    v el a . E le nos ajud a a rea f i r-           s e f a z e x t re m a me nte ne c e s -




  Meios de comunicação
  comunitária ou alternativa
       na internet
        Portal Comunitário da Cidade de Deus - www.cidadededeus.org.br

                       Revista Consciencia.net – www.consciencia.net

           Blog do Jornal O Cidadão – www.ocidadaoonline.blogspot.com

           Núcleo Piratininga de Comunicação – www.piratininga.org.br

                Observatório de Favelas – www.noticiaseanalises.org.br

                    Rádio Santa Marta – www.radiosantamarta.com.br

   Blog Vozes das Comunidades – www.vozesdascomunidades.blogspot.com

                                Viva Favela – www.vivafavela.com.br
8           A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro                     de   2010


s á r i a at u a l me nt e, d e v i do a o     s i m a s f a m í l i a s q u e re p re -       c a n i s mo s mu it o m a i s d i re t o s
f at o d e a l g u n s me i o s d e c o -      s e nt a m, p or v e z e s, ap e n a s          no rel a c i on a m e nt o e nt re a s
mu n i c a ç ã o s of re re m u m mo -         o s p róp r i o s i nt e re s s e s . E m       p e s s o a s . E l a s p e r m it e m s e g -
nop ól i o s e m i g u a l . É o c a s o,      c ont r a-p a r t i d a ,     orga n i z a -    m e nt a ç ã o e p e r s on a l i z a ç ã o,
p or e x e mpl o, do s c a n a i s d e         ç õ e s p op u l a re s c om m i l h a re s     p o d e n d o s e g u i r o s p a d rõ e s
t el e v i s ã o, q u e ne c e s s it a m      d e me m b ro s, a s s o c i a ç õ e s d e      c r i a d o s p el o s p róp r i o s a d m i-
d e c onc e s s õ e s p ú bl i c a s p a r a   t r a b a l h a d ore s, e s t u d a nt e s,    n i s t r a d ore s . Tu d o i s s o c om
i re m a o a r, i s t o é, é p re c i-         b a i r ro s e “a f i n s ”, n ã o t ê m        u m c u s t o mu it o m a i s b a i x o
s o u m a aut or i z a ç ã o ju d i-           d i re it o a t r a n s m it i re m a o         do que as m íd ias trad icio-
c i a l p a r a t e r o dom í n i o d e        re s t a nt e d a p op u l a ç ã o u m a        n a i s ( T V, r á d i o e jor n a l) .
u m d e t e r m i n a do e s p a ç o n a       op i n i ã o s ob re d e t e r m i n a d o s    Acessíveis a grande par te
T V. No c a s o do B r a s i l , o q u e       a s s u nt o s .                                d a s p e s s o a s, n ã o h á mo t i v o s
a g r a v a m a i s e s s e monop ól i o            A s no v a s m í d i a s, e s p e -        p a r a n ã o p a r t i c ip a r e c ol a -
é o f at o d e a s c onc e s s õ e s e s -     c i a l me nt e o s p or t a i s, bl o g s      b or a r d e nt ro d a s p róp r i a s
t a re m n a s m ã o s d e p ou q u í s -      e a s re d e s s o c i a i s, c r i a m m e -   p o s s i b i l i d a d e s e l i m it a ç õ e s .



Cidade de Deus mostra a sua cara
Por Mônica Rocha                               tence à área de Jacare-                         de infor mação nos coloca
                                               paguá, que completou no                         em rede. Ev ita om issão
     Com o Por tal Comun i-                    últ imo d ia 9 de setem-                        dos poderes públ icos ou
tár io da Cidade de Deus                       b r o 416 a n o s . P a r a b é n s             nos faz sent ir menos sem
nasce o curso de for ma-                       ao ba ir ro que nos br inda                     voz e vez. Os sof t wares
ção de comun icadores                          com constr uções h istór i-                     l iv res nos trazem opção
popul a res pel a U F R J. A                   cas! A casa do Engenho                          d e i n c l u s ã o n a i n f o r-
fala do cidadão da ci-                         D ’á g u a , q u e f i c a d e b a i x o        m aç ão. Na m ão de pou-
dade de Deus conqu ista                        da l inha amarela, na en-                       cos com a concessão de
ma i s espaço nos jor na i s,                  t r a d a d a C D D, p o r e x e m -            T V, r á d i o s , a i n f o r m a ç ã o
T V, r á d i o . A n o t í c i a p o r         plo. Aq u i mor a m t r a ba-                   acaba i mpondo u ma co-
quem v ive : opinião de                                                                        mun icação que só ser ve
quem é o foco da not ícia.                       Graças às novas                               aos poucos dos poderes
M a i s de 15 orga n i z ações                   mídias,    essas                              econôm icos.
socia is estão unidas no                                                                           O Estado dever ia dar
Por tal somando força. A                         pessoas, e nós,                               opor tunidade de acesso
fala cidadã em sol idar ie-                      podemos parti-                                da produção de infor ma-
dade.                                                                                          ção nos meios de jor na i s,
     C idade de Deu s sempre
                                                 cipar da comuni-                              rád ios, e T V como for ma
foi a nunc iada como v io-                       cação solidária.                              d e i n c l u s ã o s o c i a l . O j o r-
lenta. Quem ganha com                                                                          nal A Not ícia por Quem
isso? Qual a consequên-                        l hadores,     estuda ntes,                     V iv e, no f i n al do c u rso
cia dessas matér ias que                       homens de bem que não                           promov ido pelo SOLT EC
c r i a m o ter ror? C id ade                  são not ícia, mas que têm                       U F R J, c o m a p o i o d a A S V I
de Deu s n a sceu de f al-                     orgul ho de ser brasilei-                       e do Por tal Comun itár io
ta de pol ít ica s públ ica s,                 ro.                                             da Cidade de Deus, vem
remoç ão. S ão m a i s de 30                       Graças às novas mí-                         colaborar para que esta
anos de om issão com as                        d ia s, essa s pessoa s, e                      comun idade
comun idades !                                 nós, podemos pa r t ic ipa r
     Cidade de Deus local i-                   da comun icação sol idá-                        Mostre a sua Cara !
z a - s e n a z o n a o e s t e , p e r-       r ia. O acesso à produção
A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro        de   2010        9


Programas que unem idosos, crianças e jovens
Unindo pontas na linha da vida

Por Valéria Barbosa da Silva,       desenvolv idos : o Centro de          2010, todas as cr ianças e al-
Felipe Brum, Joana da Con-          Conv ivência para 75 idosos; e        guns idosos da Casa Emil ien
ceição Campos                       a creche, onde são atendidas          L acay/Cr uzada do Menor par-
                                    150 cr ianças. Cada uma delas         t iciparam do desf ile cív ico
    O que dir ia Braguinha, Noel    real iza at iv idades especif icas,   na Cidade de Deus junto com
Rosa, Monteiro Lobato, P ixin-      com conteúdos e t ipo de aten-        a creche do Centro Integrado
guinha, Candeia ou Vinícius         dimento adequados a cada fa i-        São José, o Espaço de Educação
de Moraes, se soubessem que         xa de idade.                          Infant il da Cidade de Deus e
há um lugar na Cidade de Deus           A grande descober ta nes-         a Pol icia Mil itar. O evento foi
onde idosos repassam para as        te programa surgiu da apro-           organizado pela Região Admi-
cr ianças diar iamente as suas      ximação natural dos idosos e          nistrat iva (R.A.) e as creches
obras? Que, juntos, jogam ca-       cr ianças proporcionada pelo          que atendem as cr ianças da
poeira, br incam de roda, con-      espaço f ísico. A par tir des-        Cidade de Deus.
tam histór ias e cantam em um       te encontro diár io foi sendo             Jandira Tavares, 84 anos,
coral? Exis-                                                                               é moradora dos
te um lugar                                                                                apa r ta mentos,
onde a me-                                                                                 na Cidade de
mór ia     oral                                                                            Deus,       desde
está     sendo                                                                             que foi remo-
repassada,                                                                                 v ida da I lha
onde a cultu-                                                                              das Dragas. Ao
ra encontra                                                                                perguntarmos
em persona-                                                                                para ela como
l idades bra-                                                                              se sente par ti-
sileiras o ca-                                                                             cipando de um
minho para                                                                                 programa que
unir idosos e                                                                              atende cr ian-
cr ianças em                                                                               ças e idosos,
um      mesmo                                                                              ela faz pose de
espaço. Um                                                                                 ba ilar ina e res-
lugar     onde                                                                             ponde sorr indo.
os prof issio- Desfile cívico na CDD, no dia 3 de setembro de 2010                         “A minha ma ior
na is e as fa-                                                                             fel icidade é es-
míl ias aprendem cada dia um         traçada uma nova forma de            tar nesta casa. Aqui eu conto
pouco sobre os grandes ar tis-       perceber o valor da relação de       histór ias, ensino as cr ianças a
tas de nosso pa ís e par ticipam     car inho e respeito, levando os      dançarem, canto, danço e f ico
de uma apresentação mensal           prof issiona is a desper tarem o     em paz. Eu sempre dei aula
onde o ar tista pr incipal é o       olhar para a união das fa i xas      para as cr ianças da Igreja Pa i
idoso e a cr iança.                  etár ias em at iv idades conjun-     Eterno São José. Sempre gos-
    Eles perguntar iam onde          tas.                                 tei de teatro e de dançar. Aqui
f ica este lugar com toda a              Idosos e cr ianças passam o      eu faço tudo isto e a inda te-
cer teza. Este lugar é a Casa        dia na Emil ien L acay, onde fa-     nho o car inho de todos. Eu me
Emil ien L acay, um dos progra-      zem quatro refeições por dia,        real izo e cont inuo a ensinar
mas da Cr uzada do Menor, f ica      têm atendimento social e pe-         as cr ianças. A Casa Emil ien
na Rua Edgard Werneck, 420.          dagógico, além de acompanha-         L acay é a minha 2ª casa e eles
Todos os f uncionár ios e 90 %       mento à saúde. A par t ir desta      são os meus netos”.
das pessoas atendidas na Casa        união, o respeito, o amor e o            E não para por a í, os idosos
moram na Cidade de Deus. Há          repasse cultural se for tale-        da Casa Emil ien L acay também
20 anos, a Casa Emil ien L acay      cem. Isso nos leva a perceber        par t icipam do projeto Multi-
vem colaborando para o de-           o quanto é necessár io aproxi-       pl icadores da Alegr ia, levando
senvolv imento das famíl ias         mar os idosos da CDD aos seus        amor, respeito e sol idar iedade
da comunidade da Cidade de           netos e f ilhos.                     a idosos dos asilos no estado
Deus. L á, dois programas são             No dia 3 de setembro de         do R io de Janeiro, por meio
10        A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro      de   2010


                                      mente, a Casa de Santana tem      tantos atr ibutos adormecidos
                                      um coral de idosos e cr ianças,   nos idosos da Cidade de Deus,
                                      além de aulas de dança para       é hora de desper tar todo o
                                      jovens onde os idosos par t i-    conhecimento adormecido e
                                      cipam interagindo como pla-       dar opor tunidade às cr ianças
                                      teia.                             e jovens da comunidade de
                                          A Casa invest iu também       aprenderem com seus avós e
                                      na saúde dos idosos. Os que       v izinhos o valor do envelhe-
                                      chegam doentes são tratados       cer com saúde, dignidade, ca-
                                      na Casa de Geralda por uma        r inho da famíl ia e reconheci-
                                      equipe de f isioterapeutas, en-   mento do contexto.
                                      fermeiros e assistente social.        A comunidade ganhará com
                                      Assim que melhoram, passam        está proposta, a cultura será
                                      a integrar as at iv idades cultu- repassada, preser vando o co-
                                      ra is da inst ituição.            nhecimento e favorecendo a
                                          Segundo a assistente social   autoest ima do idoso. Assim já
D. Jandira Tavares, moradora da CDD   e coordenadora geral da Casa      vem fazendo a Casa Emil ien
                                      de Santana e
das ar tes cênicas e musica is.       Casa de Geral-
O retorno é a real ização pes-        da, senhora Ma-
soal e o orgulho da equipe l i-       r ia de Lourdes
derada pela Assistente Social         Braz, o Conse-
e Coordenadora do programa,           lho      Estadual
Márcia Bogéa Jul iani.                do idoso está
                                      estudando        a
Outra experiência : Casa de           implantação de
Santana                               um Centro de
                                      Referência para
    Encontramos o mesmo em-           o idoso na Cida-
penho intergeracional na Casa         de de Deus.
de Santa Ana, que também já               A CDD tem
está beirando os 20 anos de           uma        exten-
atendimento no Centro de Con-         são terr itor ial
v ivência de idosos, local izado      que apenas um
na travessa Déboran° 07. A            Centro de Con-
coordenação da Casa percebeu          v ivência      não
que a união das fa ixas etár ias      absor ver ia     a
dever ia ser explorada em seu         demanda da po-
programa. Quando hav ia even-         pulação      idosa
tos para os idosos, os netos e        da comunidade.
parentes quer iam par ticipar.        É impor tante a
Com isso, a equipe começou a          cr iação de ma is
conv idar os famil iares para os      espaços onde o
encontros e passeios, for tale-       idoso possa de-
cendo os v ínculos da famíl ia.       senvolver toda Idosos da Casa Emilien Lacay
    Mesmo assim, as cr ianças         a sua cr iat iv i-
e jovens não se interessavam          dade, repassar conhecimen-        L acay (Cr uzada do Menor) e a
por par ticipar das ativ idades       tos cultura is e v ivenciar toda  Casa de Santana. Há equipes
junto aos seus avós. A estra-         energia em prol da sua qua-       mult iprof issiona is envolv idas
tégia foi conv idar um gr upo         l idade de v ida. O espaço será   na promoção da qual idade de
de fora, o Af roReggae, para          ma is valoroso se forem apro-     v ida do idoso e no investi-
se juntar aos idosos da Casa          veitados os talentos loca is e    mento dos v ínculos cultura is
de Santana, o que deu muito           favorecido o repasse cultural.    das gerações. A Cidade de
cer to. Ao perceberem outros              Há costureiras, alfa iates,   Deus espera que outras expe-
jovens atuando com os idosos,         bordadeiras, cozinheiras, pin-    r iências deste t ipo cheguem à
a barreira foi vencida. Atual-        toras, poetas, cantoras, entre    comunidade.
A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro    de   2010       11


A Unidade de Pronto Atendimento aten-
de as necessidades da Cidade de Deus?
Por Dayse Vieira, João Carlos         pois raramente se encontra
Souza e Cilene Vieira                 quando procura atendimento.
                                      A comunidade se pergunta:
                                      será que essa unidade foi mon-
                                      tada às pressas devido ao fato
                                      de que 2010 é um ano eleito-       cada com o acontecido, e saído
                                      ral?                               então da unidade sem receber
                                         Prestem atenção na história     o atendimento.
                                      de descaso sofrido por uma mo-        Este descaso deve ser in-
                                      radora da Cidade de Deus. Ela      vestigado pelos órgãos compe-
                                      relatou que, no dia 21 de julho    tentes, por ser uma situação
Lula brincando de médico com Cabral
                                      deste ano, estando com muita       onde imperou a falta de ética
   No dia 31 de maio de 2010          febre e tosse, procurou o aten-    deste médico. Esse prof issional
a Cidade de Deus recebeu um           dimento na UPA Cidade de Deus      precisa entender que o aten-
posto da Unidade de Pronto            pela manhã. Como estava tos-       dimento público de saúde não
Atendimento (UPA), para aten-                                            é gratuito, e sim pago pelos
der a própria comunidade e o        Será      que     essa    unida-     impostos da população. Logo,
entorno. Foi uma obra muito                                              exigimos que o direito à saúde
                                    de foi montada às pres-
rápida, com duração de apro-                                             seja respeitado, independente
                                    sas devido ao fato de que            de classe social que esta popu-
ximadamente 120 dias. Para          2010 é um ano eleitoral?
surpresa da população, esta                                              lação faça parte.
unidade está instalada no ter-
reno do CIEP João Batista dos        sindo muito, a enfermeira lhe
Santos. Isso signif ica que, pro-    deu uma máscara, para aguar-        Atenção usuários dos hos-
vavelmente, os governantes           dar o atendimento. Chegando         pitais públicos e particula-
das instâncias responsáveis,         a sua vez, ela caminhou em          res, caso passem pela situa-
bem como a Secretaria de Saú-        direção ao consultório, quan-       ção citada acima, procurem
de, não pensaram no risco das        do o médico de repente gritou:      imediatamente o Serviço
crianças e jovens que estudam        “tirem essa mulher daqui, por-      Social do hospital e relate
neste CIEP serem infectados. O       que ela está com tuberculose e      o que aconteceu, ou ligue
contato direto entre os doentes      precisa ir para o Hospital Santa
                                                                         para 190, chame a Polícia e
e os alunos aumenta em muito         Maria”. A paciente diz ter f ica-
o risco de proliferação de do-       do muito constrangida e deslo-
                                                                         denuncie!
enças.
   Além
disso, há
consta n-
tes recla-
mações
dos usuá-
rios devi-
do à falta
de prof is-
sionais
especia-
lizados
(Pedia-
tra, Orto-
pedista,
Cardio-
logi sta),    A UPA da Cidade de Deus
12        A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro     de   2010



Os jovens e a internet
Por Julcinara Vilela, Maria        vídeos diferentes e me comu-        violentos, por exemplo. Jane,
Angélica Ponciano e Ana Lú-        nicar com meus amigos distan-       porém, não acredita que isto
cia                                tes”.                               inibe a presença do jovem, que
                                      Somente 10% af irma usar a       frequenta o lugar como forma
    O Brasil é o 5º país do mun-   internet para os trabalhos es-      também de se relacionar so-
do com o maior numero de co-       colares. A frequência de uso é      cialmente. Ela diz que “a maio-
nexões à Internet. Vivem no        diária e em alguns casos exa-       ria dos jovens quer ser popular
Brasil metade dos internautas      gerada. A maioria tem compu-        entre os amigos”.
da América Latina, ou seja, pa-    tador em casa, mas usam Lan              Para a pedagoga Márcia Fei-
íses como Argentina e México       House por no mínimo uma hora        tosa, que mora e trabalha na
não somam juntos a quantida-       por dia. Ainda segundo a pes-       Cidade de Deus, a internet pode
de de internautas que existem      quisa, o uso da internet corres-    contribuir muito com a educa-
no Brasil. Aqui, 44% da popula-    ponde ao que eles procuram, ou      ção, desde que utilizada de ma-
ção está conectada á internet,     seja, eles se sentem satisfeitos    neira correta. Márcia acredita
nas áreas urbanas. Além disso,     com a web. Contudo, uma mi-         que é preciso orientar o estu-
97% das empresas e 23% dos         noria diz que nem sempre en-        dante para fazer a pesquisa na
domicílios brasileiros estão co-   contra o que procura.               internet. Para isso, ela vê como
nectados. Segundo Alexandre                                            importante o papel da família.
Sanches Magalhães, gerente de                                          A pedagoga af irma o seguinte:
análise do Ibope/NetRating, “a                                         “Vivemos no mundo moderno,
entrada da classe C para o clube                                       onde a tecnologia invade os la-
dos internautas deve continuar                                         res sem pedir licença, e muitas
a manter esse mesmo compasso                                           vezes os pais de famílias nem
forte de aumento no número de                                          dão conta do que acontece com
usuários residenciais”1.                                               seus f ilhos. Os pais acham que
    Atualmente, de acordo com                                          os f ilhos estão se distraindo,
pesquisa feita com jovens da                                           mas muitas vezes essas crian-
Cidade de Deus, a maioria de-                                          ças estão f icando além da con-
les usa a internet para navegar                                        ta na internet, assim deixam
em redes de bate papo, fazer       Crianças em atividades realizadas   suas atividades escolares em
pesquisar escolares, ver vídeos    na ASVI no início de 2010           último plano”.
e ouvir músicas. Foram entre-                                               Quando o assunto é a neces-
vistados jovens de 12 a 16 anos    O que dizem especialistas           sidade de se limitar o tempo do
do Projeto, na Cidade de Deus,                                         jovem na internet, Márcia af ir-
no mês de agosto. Na Cidade           Para certif icar esse aces-      ma: “Dentro de uma visão pe-
de Deus, segundo pesquisa do       so dos jovens, buscamos mais        dagógica, não vejo necessidade
IBGE, mais da metade (53,5%)       clareza com um prof issional        de se limitar tempo para uma
da população é jovem.              da área, que é a educadora co-      atividade, pois o tempo vai de-
    A pesquisa identif icou que    munitária de informática do         pender da atividade em questão
90% dos entrevistados nave-        Comitê de Democratização da         e isso vai variar. Agora, dentro
gam na internet e acessam re-      Informática, Jane Gomes dos         de uma visão de diversão e dis-
des de bate papo como o Orkut      Santos. O CDI é uma Organi-         tração, aí sim é preciso que se
e MSN, além de sites como Goo-     zação Não Governamental que         limite um tempo. Para tanto,
gle, Vagalume, blogs e Youtu-      trabalha com inclusão digital       cabe à família e responsáveis
be. Os jovens mostraram gostar     na América Latina. No Rio de        delimitar o tempo para seus
de se divertir com os amigos       Janeiro, o Comitê está presente     f ilhos, caso contrário, torna-
internautas – eles trocam fo-      em muitas favelas, trabalhan-       se um vício e isso será muito
tos e informações, bem como        do com inclusão tecnológica         prejudicial no desenvolvimen-
encontram novos amigos na          cidadã dos moradores.               to escolar”.
internet. Alguns deles prefe-         No laboratório de compu-         1
rem “conhecer o mundo e saber      tadores do CDI na Cidade de           Entrev ista publ icada no site To Be Gua-
                                                                       rany (w w w.tobeguarany.com). Lá, você
sobre o que acontece no país”.     Deus, não é permitido acessar       encontra outras informações sobre inter-
Um deles af irma: “Gosto de ver    alguns conteúdos – como jogos       net no Brasil.
A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro         de   2010         13


Qualificação Já
Por Leila Mar t iniano                estuda, trabal ha e se esforça        for mação prof i ssional bá si-
                                      por uma v ida mel hor.                ca, leva ndo-se em conta a
     A temporada de qual if i-            “Mu ita gente que acor-           vocação e a real idade da re-
cação prof issional está aber-        dou pra v ida agora está sem          gião onde está situado. São
ta, na Cidade de Deus. Vá r ia s      prof issão e necessita de ca-         cursos na á rea de Comérc io,
i nst itu ições e ent idades es-      pac itação prof i ssional, t ive      Hotela r ia,       Adm i n i stração,
tão trabal ha ndo em nome de          que conversa r com d i retores        Infor mát ica, Constr ução Ci-
um só objet ivo : a qual if ica-      dos cursos pa ra que acaba s-         v il e Id ioma s. Matér ia s como
ção prof issional de jovens e         sem com o l i m ite má x i mo de      Ét ica prof i ssional, Segura nça
adultos da região. A mobil i-         idade, e consegu i, graça s a         do trabal ho e Meio a mbiente
zação não v isa só ao lado pro-       Deus”, af i r ma Rosal i na Br ito,   estão na progra mação. Ót i ma
f i ssional, mas ao resgate da        moradora da Cidade de Deus e          opor tun idade pa ra a c ida-
c idadan ia, ação cultural e i n-     aluna do curso de comun ica-          de do R io de Ja nei ro, que se
clusão d igital. Com a crescen-       ção comun itá r ia que or igi nou     prepa ra pa ra a Copa de 2014 e
te dema nda de prof issiona is        este jronal. Rosal i na, após         a s Ol i mpíada s de 2016, qua n-
cada vez ma is qual if icados em      a nos de dependênc ia qu í m i-       do será gra nde a procura por
d iversos setores, a Cidade de        ca, deu a volta por c i ma. Faz       prof i ssiona i s nessa s e em ou-
Deus se tor nou um leque de           vá r ios cursos, é graf itei ra,      tra s á rea s. O morador da Ci-
opções não só pa ra quem pre-         desenh i sta, atua em ser v iços      dade de Deus não pode perder
tende in ic ia r no mercado de        soc ia is na comun idade, sonha       esta cha nce de estuda r bem
trabal ho, mas pa ra quem bus-        estuda r Bela s A r tes, e bata-      per to de ca sa !
ca uma mel hor capac itação.          l ha pa ra consegu i r publ ica r         O Centro de Referênc ia da
     A pr inc ípio, a ma ior ia dos   seu l iv ro. Fel izmente, agora       Juventude (CR J) é uma ação
cursos era voltada pa ra os                                                 i ntegrada da Secreta r ia de
ma i s jovens, mas a consta nte        “...poder dizer em                   A ssi stênc ia soc ial e Di reitos
procura por vagas entre pes-                                                Huma nos e vá r ia s pa rcer ia s.
soas ac ima de 25 a nos mostrou        alto e bom som que                   “É feita uma pesqu i sa pa ra
uma real idade bem d iferente          na Cidade de Deus                    se def i n i r possívei s á rea s de
da esperada pelas ent idades :         tem gente de bem,                    atuação no mercado de traba-
o desinteresse dos ma is jovens                                             l ho nos ba i r ros do entor no da
                                       que estuda, traba-
e o esforço pa ra estuda r en-                                              comun idade onde está situa-
tre os ma is vel hos. “No in íc io     lha e se esforça por                 do o Centro”, revela a coor-
nosso trabal ho ser ia voltado         uma vida melhor.”                    denadora Ad i néia Magal hães.
pa ra os jovens, mas éra mos                                                No caso da Cidade de de Deus,
procurados por pessoa s de to-                                              onde há a prox i m idade da
da s as idades e até de fora da       os cursos são oferec idos pa ra       Ba r ra da T ijuca, de shopi n-
comun idade. T ivemos que nos         pessoas na fa i xa de 14 ou 16        gs, hotéi s, salões de belez a,
adapta r a esta real idade”, d iz     a nos em d ia nte. São opor tu-       restaura ntes e escr itór ios,
L audel ina Fer reira, integra n-     n idades na s ma i s d iversa s       os cursos prof i ssional iz a ntes
te do Com itê Comun itá r io da       á reas e o pr i nc ipal objet ivo é   são na á rea de Adm i n i stração,
Cidade de Deus.                       for ma r prof issiona is capac ita-   Belez a, Hotela r ia e Infor má-
     Talvez ter f icado ta ntos       dos pa ra trabal ha rem de acor-      t ica. Como complemento, há
a nos no esquec imento, com a         do com a dema nda da região           aula s de por tuguês, matemá-
imagem de um luga r a ser ev i-       e oferecer a eles or ientação         t ica e c idada n ia, onde o alu-
tado, tenha incut ido nos jo-         prof issional, ét ica e c idadã.      no aprende como se compor-
vens daqu i uma falta de pers-            Com o apoio do M i n i stér io    ta r no a mbiente de trabal ho e
pec t iva de f uturo, e tenha         da Ciênc ia e Tecnologia, os          até em uma entrev i sta de em-
reforçado nos ma is vel hos a         Centros Vocac iona is Tecno-          prego. São oferec ida s ta mbém
vontade de muda r, de se fazer        lógicos (C V Ts) são un idades        outra s at iv idades como aula s
ex i st ir dentro de sua comun i-     de ensi no prof i ssional iz a nte    de música, da nça, espor tes,
dade, de poder d izer em alto         que estão d i rec ionados pa ra       cultura e alguns ser v iços.
e bom som que na Cidade de            a capac itação tecnológica da             Na Agênc ia de Desenvolv i-
Deus tem gente de bem, que            população. Os C V Ts oferecem         mento L ocal, núcleo que faz
14        A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro          de   2010


pa r te do Com itê Comu n itá-         a s i nst it u ições loca i s, que     vez ma i s benef íc ios pa ra eles
r io d a C idade de Deu s (gr upo      ajuda a tor na r v i ável proje-       mesmos”.
for mado por d iversa s i nst i-       tos que podem acontecer em                 A comu n idade, hoje com
t u ições que at u a m na comu-        nossa comu n id ade”, ex pl ica        qu a se 70 m il ha bita ntes, tem
n id ade), ta mbém ex i stem           L audel i na Fer rei ra, que de-       u m gra nde potenc i al em d i-
i nú mera s opor t u n idades de       d ica hora s de t ra bal ho pa ra      versos segmentos, e i nvest i r
qu al i f icação. É poss ível est u-   o f u nc iona mento d a Agênc i a.     aqu i pode t ra z er u m retor no
da r grat u ita mente no SE NA I,      “Qu a nto ma ior for a proc u ra e     prom i ssor não só em nosso
ou f a zer pa r te de projetos do      a per ma nênc i a até o f i nal do     ba i r ro, ma s pa ra nossa c id a-
SESI e SESC. São c u rsos na           c u rso, ma i s cha nces nós te-       de. Ações como a s d a Agênc i a
á rea de elét r ica, automot i-        mos de consegu i r nova s pa r-        de Desenvolv i mento L ocal, do
va, mecâ n ica, i nfor mát ica e       cer i a s. Posso chega r em u ma       C V T, do CR J e vá r i a s out ra s
const r ução c iv il. A Agênc i a      reu n i ão e d i z er: -Ol ha aqu i    i nst it u ições que i nvestem na
promove ações de c idada n i a,        qu a ntos se qu al i f ica ra m este   ta ref a de qu al i f ica r e resgata r
i nclu são d igital, fór u ns pa ra    a no, temos que au menta r a s         o morador d a C id ade de Deu s
debates e eventos c ult u ra i s.      vaga s pa ra o a no que vem ! A        podem ser o pontapé i n ic i al
“É u ma i n ic i at iva pionei ra,     at it ude do morador d aqu i é         pa ra o desejo de t ra nsfor ma-
u ma agênc i a pa ra u n i f ica r     que va i ajud a r a t ra z er cad a    ção de quem v ive aqu i.




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 -Carteira de Trabalho                                         fornece oportunidades de emprego.
 -Seguro-Desemprego
                                                               Cadastre-se:
 -Agência de Empregos

 Fundação Leão XIII                                            - Banco de Currículos
 -Ações de cidadania
                                                               - Oferta e demanda de emprego
 -Execução de diferentes ações sociais SEGOV
 -Fiscalização das instituições do Estado                      - Cursos profissionalizantes
                                                               - Cadastro em banco de talentos
 SEBRAE
                                                               - Encaminhamento ao mercado de trabalho
 - Orientação e legalização de empresas
 - Isenção de certidões
 - Funeral pela Santa Casa                                     Local: Rua Edgard Werneck, 1656
                                                               Tel.: 2443-1626 / 34135-234
 Endereço: Rua José de Arimatéia, 80, ao
 lado da Associação dos Moradores.                             E-mail: potcdd@gmail.com
A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro        de   2010      15



Qualificação? Aonde?
Instituição       Local                    Datas                         Cursos
CVT - Centro de Rua Edgard Werneck, Inscrições abertas de 27/09          Aux. de cozinha
Valorização Tec- 1615               a 26/10/10                           Aux. de restaurante
nológica         Fone 1: 2333-6610                                       Camareira
                 Fone 2: 2333-6609  Início das aulas previsto            Barmam
                                    para o dia 3/11/10                   Copeiro
                                                                         Rotina de dep. pessoal
                                                                         Recepcionista
                                                                         Telemarketing
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CRJ              José de Arimatéia, 80 Inscrições previstas para         Assist. de cabeleireiro
Centro de Refe- 2333-6598              novembro                          Maquiagem
rência da juven-                                                         Manicure e pedicure
tude                                   Início das aulas no primei-       Assist. de cozinha
                                       ro semestre de 2011 (Feve-        Assist. administrativo
                                       reiro)                            Informática básica
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Agência de De- Rua Edgard Werneck, Inscrições abertas para               Pedreiro estucador e ladrilheiro
senvolvimento 1656                 cursos de qualificação do             Pintor de alvenaria
Local          2443-1626           SESI-RJ                               Informática básica

                                           Inscrições previstas para o Eletro-automotiva
                                           SENAI-RJ no primeiro se- Mec. de manut. de motores
                                           mestre de 2011              Eletrecista predial
                                                                       Eletrecista de manut. industral*


 * A demanda de cursos oferecida pelo SENAI pode ser diferente em 2011, informe-se na agência
16       A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro        de   2010



Nosso Jornal
  Eu sou um papel
  Que veio do céu
  Que veio de uma árvore
  Que virou tábua
  Que virou folha
  Que virou jornal
  As palavras vão surgindo
  Nas folhas brancas
  Os comunicadores
  As notícias divulgando
  Saúde, escola, trabalho
  Cultura e até com
  Uma charge bem legal
  Assim nasceu nosso jornal
  A notícia por quem vive
  Escrito por quem vê

Rosalina Brito
Poesia feita em homenagem ao primeiro jornal
de lutas comunitárias da CDD




                              Os editores do Jornal “A notícia por quem vive“




                      JORNAL A NOTÍCIA POR QUEM VIVE
Realização
             SOLTEC/UFRJ                                   Portal Comunitário da CDD




                  Financiamento e Certificados                                         Local de realização
 UFRJ              Decania do CT          Pró-Reitoria de Extensão                            ASVI

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  • 1. CIDADE DE DEUS OUTUBRO DE 2010 - ANO I - No 01 A NOTÍCIA POR QUEM VIVE “Um jornal feito pela comunidade, com a comunidade, para a comunidade.” A UPP chegou. E agora? C omo os mor a dore s e s t ão s e a d ap t a ndo a e s s e no v o modelo de p ol i c i a me nto ? Ve ja n a m até r i a de A r i a n a Ap ol i n á r io o q ue a C i d a de de D e u s e a s out r a s c omu n i d a de s “p a c i f i c a d a s” e s t ão f a z e ndo e m re s p os t a a e s s a p ol ít i c a de s e g u r a nç a pú bl i c a . Ve ja t a m b é m o q ue a s f av el a s n ão “p a c i f i c a d a s” a c h a m d a U P P. >PÁGINA 3 Qualificação Já A te mp or a d a de q u al i f i c a ç ão prof i s s ion al já c ome ç ou n a C i d a de de D eu s. S ão c u r s os de i n f or m át i c a, i nglê s, c on s t r uç ão c iv i l , tele m a rke t i ng e mu ito m a i s ! E ele s s ão a b e r- tos p a r a p e s s o a s de tod a s a s i d a de s – jo v e n s e a dultos ! Ve ja n a m até r i a de L e i l a M a r- t i n i a no q u a i s s ão a s op or t u n i d a de s e c omo v o c ê p ode s e i n s c re v e r p a r a p a r t i c ip a r. >PÁGINA 13 Solta a voz, comunidade! A c omu n i c a ç ã o c omu n it á r i a p e r m ite q ue luga re s c omo a C i d a de de D e u s de i xe m de s e r ap e n a s a s s u nto d a s not í c i a s e p a s s e a s e r t a m b é m produtor d a s s u a s própr i a s not í - c i a s. O mu ndo v i s to do p onto de v i s t a d a s c omu n i d a de s, e s s e é o obje t iv o d a c omu n i - c a ç ã o c omu n it á r i a . I n i c i at iv a s c omo o Por t al d a C i d a de de D e u s e o jor n al “A not í c i a p or q ue m v iv e“ v ê m p a r a te nt a r d a r e s s a v oz q ue a c omu n i d a de pre c i s a . >PÁGINA 6 >>>E MUITO, MUITO MAIS!!!
  • 2. 2 A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro de 2010 Editorial Por Marília Gonçalves e Celso dade. Além disso, a ideia era tem de bom na Cidade de Deus, Alexandre Souza de Alvear ter mais moradores enviando sem deixar de apresentar al- matérias para o Portal da CDD, guns problemas, mas a partir Este jornal é resultado do que é aberto a contribuições da visão dos próprios morado- curso de extensão “Análise de toda comunidade. res. Discutimos e apresentamos Crítica dos Meios de Comunica- Para esse curso, convidamos questões amplas (como a saú- ção” (que f icou conhecido na pessoas que estudam ou prati- de, a arte, os idosos, os jovens, CDD como “A Notícia por quem cam comunicação comunitária, a qualif icação prof issional etc) vive”), realizado pelo Núcleo como Claudia Santiago e Vito a partir de experiências da Ci- de Solidariedade Técnica da Gianotti (do Núcleo Piratinin- dade de Deus, pois discutir a UFRJ (SOLTEC/UFRJ) em par- ga de Comunicação), Gizele CDD é discutir o Rio de Janeiro ceria com o Portal Comunitário Martins (do jornal O Cidadão, e o Brasil. da Cidade de Deus. Esse cur- do Complexo da Maré), entre Por f im, é importante des- so contou com a participação muitos outros. Assim, pude- tacar que esse jornal é o traba- de muitos moradores da CDD mos debater juntos que tipo de lho f inal do curso, em que seus e algumas pessoas de outras comunicação queríamos para alunos se juntaram em gru- comunidades e foi realizado a Cidade de Deus. Ref letimos pos e foram fazer entrevistas quinzenalmente, aos sábados, como a grande mídia (como os e matérias, a partir de temas na Cidade de Deus, na sede canais de televisão, os gran- debatidos em sala de aula. Com da ASVI, durante os meses de des jornais e revistas etc.) tem as matérias feitas, o grupo se maio a outubro de 2010. uma visão preconceituosa das juntou e revisou tudo conjun- A ideia do curso surgiu du- comunidades pobres e como tamente. Da última aula, saiu rante uma reunião do Portal não conhecem realmente o que a proposta por alguns membros Comunitário da CDD (www.ci- acontece dentro dessas comuni- do grupo de continuar o jor- dadededeus.org.br), na qual as dades (e nem buscam conhecer, nal, mas, para isso, contamos instituições presentes ressal- vindo conversar com seus mo- com todos que quiserem aju- taram a dif iculdade em fazer radores). Por isso, só noticiam dar, buscando patrocinadores, matérias para o Portal, pela as coisas ruins, a violência, os contribuindo com matérias, falta de hábito e de tempo. problemas, mas não mostram a poesias, fotos. Para entrar em Assim, pensamos em organi- superação de seus moradores, o contato conosco, procure uma zar um curso aberto a todos os movimento cultural que surge das instituições que fazem moradores da CDD (e não só aos dessas comunidades (o samba, parte do portal da CDD ou en- membros das instituições que o funk, as danças, as artes, as vie um e-mail para anoticia- participam do Portal), para poesias e muito mais), entre p orq ue mv iv e @ google g roup s. pensarmos juntos como seria tantas outras coisas boas. com. produzir comunicação pelos Dessa forma, decidimos Esperamos que vocês gos- próprios moradores da comuni- priorizar no nosso jornal o que tem do nosso jornal! EXPEDIENTE - Outubro de 2010 A notícia por quem vive Jornal do Curso de Comunicação Comunitária da Cidade de Deus Contato: anoticiaporquemvive@googlegroups.com Edição: Ana Lúcia, Ariana Apolinário, Celso Alexandre Souza de Alvear, Cilene Vieira, Dara Ban- deira, Dayse Vieira, Felipe Brum, Joana da Conceição Campos, João Carlos Souza, José Alberto, Julcinara Vilela, Landerson Soares, Leila Martiniano, Maria Angélica Ponciano, Marília Gonçalves, Mônica Rocha, Rita de Cássia, Rosalina Brito, Valéria Barbosa da Silva Revisão de textos: Marília Gonçalves, Elis de Aquino e Renata da Silva Melo; Diagramação: Alan Tygel Agradecimentos: Gizele Martins, Gustavo Barreto, Claudia Santiago, Sandra Mayrink Veiga, Pablo Laignier, Vitor Castro, Cesar Benjamin Queiroz
  • 3. A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro de 2010 3 Como a comunidade da Zona Oeste vem se adaptando ao conceito de polícia de proximidade? Por Ariana Apolinário de rua, festas juninas etc., e dimento) 24 horas, além de durante esse período de adap- uma iluminação pública me- Se em 2002 a Cidade de Deus tação era proibido”, conta. lhor, asfalto, cursos voltadas f icou conhecida mundialmente Todos os eventos que ocor- para tecnologia e educação, através das lentes do cineasta rem na comunidade precisam entre outros”, comenta. Fernando Meirelles, em 2009, a de permissão do Comandante Entre os comentários ne- comunidade na Zona Oeste do responsável, nesse caso, do Ca- gativos feitos por ambos os Rio de Janeiro voltou a ganhar pitão José Luis de Medeiros. entrevistados, Márcio e Ale- destaque na mídia. xandre, o abuso de po- Ocupada por uma der é sempre o primeiro Unidade de Polícia problema a ser citado. Pacif icadora (UPP), “Alguns policiais não a comunidade foi a fazem bem o serviço, o segunda a receber o que acaba prejudicando modelo que visa ex- a população. Parece que tinguir o tráf ico de eles não queriam estar drogas. Mas e para a aqui”, comenta Márcio, população, como foi um dos mais de 60 mil esse período? Será habitantes que residem que eles ainda sofrem na comunidade. com a adaptação? Para o morador Onde tudo começou Márcio José Gomes, de 26 anos, nascido Assim como a Cidade e criado na Cidade de de Deus, o Santa Mar- Deus, muitas mudan- ta também faz parte do ças ocorreram nes- grupo de comunidades tes quase dois anos. ocupadas pela Polícia “Existem diversos Pacif icadora. Essa, por benef ícios a serem sinal, foi a primeira a citados quando o as- implantar o conceito de sunto são as UPPs, Unidade de Policiamen- mas existe também to Pacif icador, conside- o lado negativo. No rado um novo modelo de entanto, o que mais Segurança Pública e de preocupa a popula- policiamento, visando ção é se esse modelo promover a aproximação realmente vai vingar. entre a população e a Será que os políticos Capa da Cartilha Abordagem Policial polícia. vão dar continuida- Localizada em Bota- de? ”, questiona o jovem. Para Alexandre, nem sempre a fogo, na Zona Sul da cidade, o De acordo com o presiden- autorização sai, o que preju- Santa Marta tem um importan- te da Associação dos Moradores dica os eventos da população. te papel na história das comu- da CDD, Alexandre Ferramenta, “Algumas exigências como esta nidades pacif icadas, não só por no começo foi muito dif ícil a no começo incomodam, mas de- ter sido o modelo do projeto, adaptação, mas atualmente pois vira rotina”. mas por ter moradores articu- vem melhorando. “Antes a gen- O presidente da Associação lados na defesa de seus direi- te não podia fazer nada, mas também comentou sobre alguns tos. Um exemplo disso foi a aos poucos estamos conseguin- serviços que, juntamente com produção da Cartilha Popular, do nos entender. A CDD é um a UPP, trouxeram benef ícios que tem como objetivo evitar o local que ao longo de 30, 40 à comunidade. “Hoje temos a abuso policial. A Cartilha, que anos sempre promoveu festas UPA (Unidade de Pronto Aten- está disponível na internet, foi
  • 4. 4 A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro de 2010 construída com apoio integral 2h da manhã. Caso passasse do nas UPPs além da possibilidade do rapper Emerson Cláudio Nas- horário permitido, os policiais de recuperar territórios perdi- cimento dos Santos, também apreenderiam o responsável e dos para o tráf ico, levar a in- conhecido como MC Fiell, mo- os equipamentos. Minutos an- clusão social à população que rador do Santa Marta e diretor tes do horário marcado, eles mora nesses locais. do curta “788”, que se passa na invadiram o local e, mesmo sem Na comunidade do Jacare- comunidade. zinho, subúrbio do “Nossa in- Rio, a realidade do tenção não tráf ico não é dife- astres oueafrontar i a é a Busca Pessoal rente. Entre os mo- S cretar radores, diversos de Seguran- deles torcem para ça do Rio de que as Unidades de Janeiro e sim Polícia Pacif icadora q u e s t i o n a r, cheguem ao local, urante o dia. i a l o g a r , d como é o caso de Fá- participar tima da Silva, que as, quebrar transfor- da mora a 55 anos na que eles(as) legado(a).mação de um favela. “Espero que meaçar para novo com- esse modelo traga por ta mento mais tranquilidade e s entrarem da Polícia oportunidade para a or(a). NesteMilitar con- população. É preciso ial, horario, temporâ- investir em educa- nea”. ção, lazer, esporte Mesmo a etc”, salienta. cartilha ten- Fátima ainda co- do a f inali- mentou que o mé- dade de in- todo atual inibe a formar sobre população de f icar direitos de nas ruas. “Quando cada cidadão eu era pequena, as e os limites coisas eram mais fá- da atuação ceis. Hoje em dia as policial em crianças não podem situações mais brincar na rua, de revista, a violência aumen- abordagem, tou muito”. Já para c u mpr i me n- o comerciante Fábio to de manda- Borges, com a chega- dos de busca Página da Cartilha de Abordagem Policial da da UPP não só os e apreensão, habitantes poderão o próprio Mc Fiell, dois meses um mandato, desligaram os andar tranquilos pela comu- depois de a cartilha começar a aparelhos e levaram Fiell para nidade, mas os moradores das ser distribuída, foi alvo de pro- a delegacia alegando desacato. redondezas, que têm medo de blemas com policiais. “Eles me A esposa do rapper também foi frequentar o local, poderão vi- deram voz de prisão e foram me levada, sob mesma acusação. sitar o Jacarezinho sem medo. batendo desde o local onde eu “Acho que serão diversas as estava até o camburão. Eram O outro lado melhorias, tanto para o mora- mais de dez policiais”, conta. dor quanto para o comerciante. O fato ocorreu em maio deste De acordo com dados do Ins- Só tenho receio da ocupação, ano, quando o rapper promovia tituto Pereira Passos (IPP) de de pessoas inocentes que po- um baile em um bar tradicional 2008, existem 968 favelas no dem ser feridas. É preciso fa- da comunidade. Por volta das Rio de Janeiro. Assim, o Gover- zer tudo com muita cautela”, 21h, policiais avisaram que o no do Estado do Rio e a Secreta- comenta. evento só poderia durar até as ria de Segurança Pública viram
  • 5. A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro de 2010 5 Fazendo a cabeça com arte Por: Rosalina Brito, Rita de é personagem de um documen- Cássia e José Alberto tário que está sendo f ilmado no Atelier de Gaia, na Colônia, Aos 3 anos, Gilmar Ferreira pelos cineastas Julio e Paulo, veio com seus pais de Campo que também moram na Cidade Grande, bairro na Zona Oeste de Deus. O f ilme vai contar a do Rio de janeiro, para morar vida e obra dos artistas inter- na Cidade de Deus, onde vive nos. até hoje. Filho de um pintor de Gilmar Ferreira já e um per- automóveis e de uma artesã, sonagem interessante por sua Gilmar hoje tem 43 anos, é ca- história de vida. Além disso, sado e pai. Um dia, um amigo adora fazer trabalhos voluntá- lhe perguntou se tinha f ilhos. rios em casas de recuperaçãoe E Gilmar respondeu: “não, quem outros lugares, o que também tem f ilhos é a minha mulher”. vai ser contado no documen- Quando tinha 18 anos, Gil- tário. “Me sinto feliz como vo- Gilmar Ferreira, artista da CDD mar teve uma estafa de traba- luntario”, af irma o artista. Ele DVDs do grupo de funk Os Ha- lho, e sua família o internou também está participando do vaianos, também moradores da na Colônia Juliano Moreira. A projeto Cultura Portátil, junta- CDD. Colônia é um hospital psiquiá- mente com outras instituições trico que existe desde 1924 em locais. O projeto está sendo re- Jacarepaguá. Lá, Gilmar teve alizado no laboratório da Far- E n d e r e ç o d o M u s e u Na c i o - a oportunidade de descobrir e manguinhos, que está prepa- n a l d e B e l a s Ar t e s : Ave n i - desenvolver sua arte, ele é pin- rando Gilmar e os outros alunos d a R i o b r a n c o, n ú m e ro 199, tor e gosta de inspirar-se nas para uma grande exposição. Cinelândia. obras de Picasso, por exemplo. Recentemente, Gilmar par- Gilmar já foi comparado com o ticipou da gravação de um dos artista plástico Bispo do Rosário, pois gos- ta de usar em sua arte sucata e reciclagem. Em 1996, participou de exposição no Museu Na- cional de Belas Artes, e doou uma de suas obras para o museu. O quadro está exposto ate hoje. O museu f ica na Cine- lândia, centro do Rio de Janeiro. Gilmar é artista plástico do atelier te- rapêutico da colônia, onde procura resgatar sua identidade, com ou- tros artistas do local. A arte o ajuda na supera- ção de preconceitos e no reconhecimento da família, que sempre lhe apoiou. Em breve, o artista estará nas telas. Isso porque Gilmar Ferreira Uma das obras de Gilmar Ferreira
  • 6. 6 A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro de 2010 Meios de Comunicação Comunitários fortalecendo a voz da comunidade Por D ara Bande ira , Lande r- e x i s t i r de nt ro de u m me s mo r i a s s e nte m-s e, p or v e z e s, s on Soare s, Mônic a Roc ha b a i r ro. p a s s iv os e m rel a ç ão à i n f or- “ Eu, e nq u a nto mor a dor a m a ç ão. N ão tê m op or t u n i d a- O s me ios de c omu n i c a ç ão d a c omu n i d a de, s e mpre s e n- de de de mon s t r a r u m out ro (ou m í d i a s) c omu n it á r ios t i f a lt a de u m a c omu n i c a ç ão l a do d a v e rd a de q ue é m a s - tê m u m p ap el a br a nge nte e f i c i e nte, q ue nos d iga o q ue c a r a d a p elo jor n a l i s mo. A s de nt ro d a c omu n i c a ç ão. N ão e s t á a c onte c e ndo a q u i de n- m í d i a s c omu n it á r i a s n a s c e m s ó p elo f ato de le v a re m i n- t ro. Mu it a s v e z e s, e u me s m a, c omo u m me c a n i s mo p a r a f or m a ç õ e s à s p e s s o a s s obre q ue p or s e r l i de r a nç a p a r t i c i- q ue h aja u m a s i mpl i f i c a ç ão a c omu n i d a de, m a s t a m b é m p at iv a de re u n i õ e s, s e m i n á- n a f or m a de s e c omu n i c a r. p or c r i a r u m a no v a v i s ão e r ios, n ão s e i o q ue a c onte c e. Te r u m a f e r r a me nt a p a r a i de nt i d a de p a r a os q ue nel a S ó f i c o s a b e ndo dep oi s ou n a q ue a s i n f or m a ç õ e s s e ja m mor a m. M a r i a do S o c or ro, v é s p e r a . Por i s s o, a c re d ito produ z i d a s e d iv ulga d a s p e - pre s i de nte d a A s s o c i a ç ão s e r mu ito i mp or t a nte q ue a s l a s c omu n i d a de s é u m f ator S e me nte d a V i d a d a C i d a de p e s s o a s tome m c on he c i me n- rele v a nte. É o q ue a c re d it a de D e u s (A S V I ) , de s t a c a a to d a s at iv i d a de s, p a r a q ue o e s t ud a nte de M a rke t i ng, i mp or t â nc i a de u m a c omu- p os s a m le v a r p a r a out r a s mor a dor d a C i d a de de D e u s, n i c a ç ão i nte r n a e f i c i e nte e p e s s o a s e s s a s i n f or m a ç õ e s”, R e n ato Ga rdel . de proje tos q ue f or t ale ç a m a f i r m a a c oorde n a dor a do R e n ato a f i r m a q ue “é i m- a v oz d a c omu n i d a de. S o c or- proje to q ue te m m a i s de oito p or t a nte p a r a a c omu n i d a- ro, q ue é ps i c óloga, re f orç a a nos de at iv i d a de n a C i d a de de mos t r a r a s u a v oz, e s s a é a p os s i b i l i d a de de i nte g r a r de D e u s. u m a d a s f or m a s de mos t r a r todos os nú cle os q ue p os s a m O s mor a dore s d a s p e r i f e - a s c oi s a s b o a s q ue mu it a Portal Comunitário da Cidade de Deus: www.cidadededeus.org.br
  • 7. A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro de 2010 7 ge nte n ão c on he c e, m a s q ue t udo a q u i lo q ue p os s a s e r de m a r a nos s a i de nt i d a de lo c a l , e x i s te m de nt ro d a c omu n i- i nte re s s e c omu m a u m a ou- a nos s a i de nt i d a de c i d a d ã, e d a de. É a f or m a le g ít i m a de t r a p e s s o a . Ga n h a m, t a m- d a í nos re c on he c e mos c omo e x pre s s ão e de f or m a ç ão de b é m, s u b s í d i os p a r a re f le t i r p e s s o a s ig u a i s, q ue s of re m i de nt i d a de, a lé m de s e r u m s obre o q ue s e te m de nt ro e p a s s a m p elos me s mos pro - ót i mo e xe rc í c io d a c i d a d a- d a c omu n i d a de. A lé m d i s s o, ble m a s e s it u a ç õ e s. Da í lu- n i a”. tê m a op or t u n i d a de de f a z e r t a re mos ju ntos p or u m out ro A q uele s q ue i nte g r a m e o própr i o e s t i lo de c omu n i- mu ndo, p or u m mu ndo q ue p a r t i c ip a m de m í d i a s c omu- c a ç ão. É o q ue a f i r m a G i z ele de f ato nos s i r v a . A c re d ito n it á r i a s ga n h a m u m a v i s ão M a r t i n s, e d itor a do jor n a l ‘ O n a c omu n i c a ç ão c omo f or m a m a i s c r ít i c a do mu ndo at u- C i d a d ão’, produ z i do n a f av e - de mud a nç a s o c i a l , p orq ue a l , pr i nc ip al me nte q u a ndo l a d a M a ré, R i o de Ja ne i ro, é p or me i o del a q ue o p o v o s e t r at a dos me ios de c omu- h á 11 a nos. p ode s olt a r a s u a v oz e d i z e r : n i c a ç ão de m a s s a . P a s s a m G i z ele d i z : “Jor n al C omu- Eu q ue ro mud a r, e u q ue ro os a n ão a c e it a r c omo v e rd a de n it á r io s e f a z c om o q ue v e m me u s d i re itos ga r a nt i dos ! ”. t udo q ue é p aut a do e d i s c u- d a al m a, c om o q ue v e m de A produ ç ão de i n f or m a- t i do n a tele v i s ão, no r á d io e de nt ro, dos s e nt i me ntos, d a ç ão e c onte údo at r a v é s d a nos jor n a i s. Ga n h a m v ont a de v i d a, do d i a a d i a de u m a f a- i nte r ne t t a m b é m é a lgo q ue de reprodu z i r, p el a v iv ê nc i a, v el a . E le nos ajud a a rea f i r- s e f a z e x t re m a me nte ne c e s - Meios de comunicação comunitária ou alternativa na internet Portal Comunitário da Cidade de Deus - www.cidadededeus.org.br Revista Consciencia.net – www.consciencia.net Blog do Jornal O Cidadão – www.ocidadaoonline.blogspot.com Núcleo Piratininga de Comunicação – www.piratininga.org.br Observatório de Favelas – www.noticiaseanalises.org.br Rádio Santa Marta – www.radiosantamarta.com.br Blog Vozes das Comunidades – www.vozesdascomunidades.blogspot.com Viva Favela – www.vivafavela.com.br
  • 8. 8 A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro de 2010 s á r i a at u a l me nt e, d e v i do a o s i m a s f a m í l i a s q u e re p re - c a n i s mo s mu it o m a i s d i re t o s f at o d e a l g u n s me i o s d e c o - s e nt a m, p or v e z e s, ap e n a s no rel a c i on a m e nt o e nt re a s mu n i c a ç ã o s of re re m u m mo - o s p róp r i o s i nt e re s s e s . E m p e s s o a s . E l a s p e r m it e m s e g - nop ól i o s e m i g u a l . É o c a s o, c ont r a-p a r t i d a , orga n i z a - m e nt a ç ã o e p e r s on a l i z a ç ã o, p or e x e mpl o, do s c a n a i s d e ç õ e s p op u l a re s c om m i l h a re s p o d e n d o s e g u i r o s p a d rõ e s t el e v i s ã o, q u e ne c e s s it a m d e me m b ro s, a s s o c i a ç õ e s d e c r i a d o s p el o s p róp r i o s a d m i- d e c onc e s s õ e s p ú bl i c a s p a r a t r a b a l h a d ore s, e s t u d a nt e s, n i s t r a d ore s . Tu d o i s s o c om i re m a o a r, i s t o é, é p re c i- b a i r ro s e “a f i n s ”, n ã o t ê m u m c u s t o mu it o m a i s b a i x o s o u m a aut or i z a ç ã o ju d i- d i re it o a t r a n s m it i re m a o do que as m íd ias trad icio- c i a l p a r a t e r o dom í n i o d e re s t a nt e d a p op u l a ç ã o u m a n a i s ( T V, r á d i o e jor n a l) . u m d e t e r m i n a do e s p a ç o n a op i n i ã o s ob re d e t e r m i n a d o s Acessíveis a grande par te T V. No c a s o do B r a s i l , o q u e a s s u nt o s . d a s p e s s o a s, n ã o h á mo t i v o s a g r a v a m a i s e s s e monop ól i o A s no v a s m í d i a s, e s p e - p a r a n ã o p a r t i c ip a r e c ol a - é o f at o d e a s c onc e s s õ e s e s - c i a l me nt e o s p or t a i s, bl o g s b or a r d e nt ro d a s p róp r i a s t a re m n a s m ã o s d e p ou q u í s - e a s re d e s s o c i a i s, c r i a m m e - p o s s i b i l i d a d e s e l i m it a ç õ e s . Cidade de Deus mostra a sua cara Por Mônica Rocha tence à área de Jacare- de infor mação nos coloca paguá, que completou no em rede. Ev ita om issão Com o Por tal Comun i- últ imo d ia 9 de setem- dos poderes públ icos ou tár io da Cidade de Deus b r o 416 a n o s . P a r a b é n s nos faz sent ir menos sem nasce o curso de for ma- ao ba ir ro que nos br inda voz e vez. Os sof t wares ção de comun icadores com constr uções h istór i- l iv res nos trazem opção popul a res pel a U F R J. A cas! A casa do Engenho d e i n c l u s ã o n a i n f o r- fala do cidadão da ci- D ’á g u a , q u e f i c a d e b a i x o m aç ão. Na m ão de pou- dade de Deus conqu ista da l inha amarela, na en- cos com a concessão de ma i s espaço nos jor na i s, t r a d a d a C D D, p o r e x e m - T V, r á d i o s , a i n f o r m a ç ã o T V, r á d i o . A n o t í c i a p o r plo. Aq u i mor a m t r a ba- acaba i mpondo u ma co- quem v ive : opinião de mun icação que só ser ve quem é o foco da not ícia. Graças às novas aos poucos dos poderes M a i s de 15 orga n i z ações mídias, essas econôm icos. socia is estão unidas no O Estado dever ia dar Por tal somando força. A pessoas, e nós, opor tunidade de acesso fala cidadã em sol idar ie- podemos parti- da produção de infor ma- dade. ção nos meios de jor na i s, C idade de Deu s sempre cipar da comuni- rád ios, e T V como for ma foi a nunc iada como v io- cação solidária. d e i n c l u s ã o s o c i a l . O j o r- lenta. Quem ganha com nal A Not ícia por Quem isso? Qual a consequên- l hadores, estuda ntes, V iv e, no f i n al do c u rso cia dessas matér ias que homens de bem que não promov ido pelo SOLT EC c r i a m o ter ror? C id ade são not ícia, mas que têm U F R J, c o m a p o i o d a A S V I de Deu s n a sceu de f al- orgul ho de ser brasilei- e do Por tal Comun itár io ta de pol ít ica s públ ica s, ro. da Cidade de Deus, vem remoç ão. S ão m a i s de 30 Graças às novas mí- colaborar para que esta anos de om issão com as d ia s, essa s pessoa s, e comun idade comun idades ! nós, podemos pa r t ic ipa r Cidade de Deus local i- da comun icação sol idá- Mostre a sua Cara ! z a - s e n a z o n a o e s t e , p e r- r ia. O acesso à produção
  • 9. A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro de 2010 9 Programas que unem idosos, crianças e jovens Unindo pontas na linha da vida Por Valéria Barbosa da Silva, desenvolv idos : o Centro de 2010, todas as cr ianças e al- Felipe Brum, Joana da Con- Conv ivência para 75 idosos; e guns idosos da Casa Emil ien ceição Campos a creche, onde são atendidas L acay/Cr uzada do Menor par- 150 cr ianças. Cada uma delas t iciparam do desf ile cív ico O que dir ia Braguinha, Noel real iza at iv idades especif icas, na Cidade de Deus junto com Rosa, Monteiro Lobato, P ixin- com conteúdos e t ipo de aten- a creche do Centro Integrado guinha, Candeia ou Vinícius dimento adequados a cada fa i- São José, o Espaço de Educação de Moraes, se soubessem que xa de idade. Infant il da Cidade de Deus e há um lugar na Cidade de Deus A grande descober ta nes- a Pol icia Mil itar. O evento foi onde idosos repassam para as te programa surgiu da apro- organizado pela Região Admi- cr ianças diar iamente as suas ximação natural dos idosos e nistrat iva (R.A.) e as creches obras? Que, juntos, jogam ca- cr ianças proporcionada pelo que atendem as cr ianças da poeira, br incam de roda, con- espaço f ísico. A par tir des- Cidade de Deus. tam histór ias e cantam em um te encontro diár io foi sendo Jandira Tavares, 84 anos, coral? Exis- é moradora dos te um lugar apa r ta mentos, onde a me- na Cidade de mór ia oral Deus, desde está sendo que foi remo- repassada, v ida da I lha onde a cultu- das Dragas. Ao ra encontra perguntarmos em persona- para ela como l idades bra- se sente par ti- sileiras o ca- cipando de um minho para programa que unir idosos e atende cr ian- cr ianças em ças e idosos, um mesmo ela faz pose de espaço. Um ba ilar ina e res- lugar onde ponde sorr indo. os prof issio- Desfile cívico na CDD, no dia 3 de setembro de 2010 “A minha ma ior na is e as fa- fel icidade é es- míl ias aprendem cada dia um traçada uma nova forma de tar nesta casa. Aqui eu conto pouco sobre os grandes ar tis- perceber o valor da relação de histór ias, ensino as cr ianças a tas de nosso pa ís e par ticipam car inho e respeito, levando os dançarem, canto, danço e f ico de uma apresentação mensal prof issiona is a desper tarem o em paz. Eu sempre dei aula onde o ar tista pr incipal é o olhar para a união das fa i xas para as cr ianças da Igreja Pa i idoso e a cr iança. etár ias em at iv idades conjun- Eterno São José. Sempre gos- Eles perguntar iam onde tas. tei de teatro e de dançar. Aqui f ica este lugar com toda a Idosos e cr ianças passam o eu faço tudo isto e a inda te- cer teza. Este lugar é a Casa dia na Emil ien L acay, onde fa- nho o car inho de todos. Eu me Emil ien L acay, um dos progra- zem quatro refeições por dia, real izo e cont inuo a ensinar mas da Cr uzada do Menor, f ica têm atendimento social e pe- as cr ianças. A Casa Emil ien na Rua Edgard Werneck, 420. dagógico, além de acompanha- L acay é a minha 2ª casa e eles Todos os f uncionár ios e 90 % mento à saúde. A par t ir desta são os meus netos”. das pessoas atendidas na Casa união, o respeito, o amor e o E não para por a í, os idosos moram na Cidade de Deus. Há repasse cultural se for tale- da Casa Emil ien L acay também 20 anos, a Casa Emil ien L acay cem. Isso nos leva a perceber par t icipam do projeto Multi- vem colaborando para o de- o quanto é necessár io aproxi- pl icadores da Alegr ia, levando senvolv imento das famíl ias mar os idosos da CDD aos seus amor, respeito e sol idar iedade da comunidade da Cidade de netos e f ilhos. a idosos dos asilos no estado Deus. L á, dois programas são No dia 3 de setembro de do R io de Janeiro, por meio
  • 10. 10 A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro de 2010 mente, a Casa de Santana tem tantos atr ibutos adormecidos um coral de idosos e cr ianças, nos idosos da Cidade de Deus, além de aulas de dança para é hora de desper tar todo o jovens onde os idosos par t i- conhecimento adormecido e cipam interagindo como pla- dar opor tunidade às cr ianças teia. e jovens da comunidade de A Casa invest iu também aprenderem com seus avós e na saúde dos idosos. Os que v izinhos o valor do envelhe- chegam doentes são tratados cer com saúde, dignidade, ca- na Casa de Geralda por uma r inho da famíl ia e reconheci- equipe de f isioterapeutas, en- mento do contexto. fermeiros e assistente social. A comunidade ganhará com Assim que melhoram, passam está proposta, a cultura será a integrar as at iv idades cultu- repassada, preser vando o co- ra is da inst ituição. nhecimento e favorecendo a Segundo a assistente social autoest ima do idoso. Assim já D. Jandira Tavares, moradora da CDD e coordenadora geral da Casa vem fazendo a Casa Emil ien de Santana e das ar tes cênicas e musica is. Casa de Geral- O retorno é a real ização pes- da, senhora Ma- soal e o orgulho da equipe l i- r ia de Lourdes derada pela Assistente Social Braz, o Conse- e Coordenadora do programa, lho Estadual Márcia Bogéa Jul iani. do idoso está estudando a Outra experiência : Casa de implantação de Santana um Centro de Referência para Encontramos o mesmo em- o idoso na Cida- penho intergeracional na Casa de de Deus. de Santa Ana, que também já A CDD tem está beirando os 20 anos de uma exten- atendimento no Centro de Con- são terr itor ial v ivência de idosos, local izado que apenas um na travessa Déboran° 07. A Centro de Con- coordenação da Casa percebeu v ivência não que a união das fa ixas etár ias absor ver ia a dever ia ser explorada em seu demanda da po- programa. Quando hav ia even- pulação idosa tos para os idosos, os netos e da comunidade. parentes quer iam par ticipar. É impor tante a Com isso, a equipe começou a cr iação de ma is conv idar os famil iares para os espaços onde o encontros e passeios, for tale- idoso possa de- cendo os v ínculos da famíl ia. senvolver toda Idosos da Casa Emilien Lacay Mesmo assim, as cr ianças a sua cr iat iv i- e jovens não se interessavam dade, repassar conhecimen- L acay (Cr uzada do Menor) e a por par ticipar das ativ idades tos cultura is e v ivenciar toda Casa de Santana. Há equipes junto aos seus avós. A estra- energia em prol da sua qua- mult iprof issiona is envolv idas tégia foi conv idar um gr upo l idade de v ida. O espaço será na promoção da qual idade de de fora, o Af roReggae, para ma is valoroso se forem apro- v ida do idoso e no investi- se juntar aos idosos da Casa veitados os talentos loca is e mento dos v ínculos cultura is de Santana, o que deu muito favorecido o repasse cultural. das gerações. A Cidade de cer to. Ao perceberem outros Há costureiras, alfa iates, Deus espera que outras expe- jovens atuando com os idosos, bordadeiras, cozinheiras, pin- r iências deste t ipo cheguem à a barreira foi vencida. Atual- toras, poetas, cantoras, entre comunidade.
  • 11. A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro de 2010 11 A Unidade de Pronto Atendimento aten- de as necessidades da Cidade de Deus? Por Dayse Vieira, João Carlos pois raramente se encontra Souza e Cilene Vieira quando procura atendimento. A comunidade se pergunta: será que essa unidade foi mon- tada às pressas devido ao fato de que 2010 é um ano eleito- cada com o acontecido, e saído ral? então da unidade sem receber Prestem atenção na história o atendimento. de descaso sofrido por uma mo- Este descaso deve ser in- radora da Cidade de Deus. Ela vestigado pelos órgãos compe- relatou que, no dia 21 de julho tentes, por ser uma situação Lula brincando de médico com Cabral deste ano, estando com muita onde imperou a falta de ética No dia 31 de maio de 2010 febre e tosse, procurou o aten- deste médico. Esse prof issional a Cidade de Deus recebeu um dimento na UPA Cidade de Deus precisa entender que o aten- posto da Unidade de Pronto pela manhã. Como estava tos- dimento público de saúde não Atendimento (UPA), para aten- é gratuito, e sim pago pelos der a própria comunidade e o Será que essa unida- impostos da população. Logo, entorno. Foi uma obra muito exigimos que o direito à saúde de foi montada às pres- rápida, com duração de apro- seja respeitado, independente sas devido ao fato de que de classe social que esta popu- ximadamente 120 dias. Para 2010 é um ano eleitoral? surpresa da população, esta lação faça parte. unidade está instalada no ter- reno do CIEP João Batista dos sindo muito, a enfermeira lhe Santos. Isso signif ica que, pro- deu uma máscara, para aguar- Atenção usuários dos hos- vavelmente, os governantes dar o atendimento. Chegando pitais públicos e particula- das instâncias responsáveis, a sua vez, ela caminhou em res, caso passem pela situa- bem como a Secretaria de Saú- direção ao consultório, quan- ção citada acima, procurem de, não pensaram no risco das do o médico de repente gritou: imediatamente o Serviço crianças e jovens que estudam “tirem essa mulher daqui, por- Social do hospital e relate neste CIEP serem infectados. O que ela está com tuberculose e o que aconteceu, ou ligue contato direto entre os doentes precisa ir para o Hospital Santa para 190, chame a Polícia e e os alunos aumenta em muito Maria”. A paciente diz ter f ica- o risco de proliferação de do- do muito constrangida e deslo- denuncie! enças. Além disso, há consta n- tes recla- mações dos usuá- rios devi- do à falta de prof is- sionais especia- lizados (Pedia- tra, Orto- pedista, Cardio- logi sta), A UPA da Cidade de Deus
  • 12. 12 A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro de 2010 Os jovens e a internet Por Julcinara Vilela, Maria vídeos diferentes e me comu- violentos, por exemplo. Jane, Angélica Ponciano e Ana Lú- nicar com meus amigos distan- porém, não acredita que isto cia tes”. inibe a presença do jovem, que Somente 10% af irma usar a frequenta o lugar como forma O Brasil é o 5º país do mun- internet para os trabalhos es- também de se relacionar so- do com o maior numero de co- colares. A frequência de uso é cialmente. Ela diz que “a maio- nexões à Internet. Vivem no diária e em alguns casos exa- ria dos jovens quer ser popular Brasil metade dos internautas gerada. A maioria tem compu- entre os amigos”. da América Latina, ou seja, pa- tador em casa, mas usam Lan Para a pedagoga Márcia Fei- íses como Argentina e México House por no mínimo uma hora tosa, que mora e trabalha na não somam juntos a quantida- por dia. Ainda segundo a pes- Cidade de Deus, a internet pode de de internautas que existem quisa, o uso da internet corres- contribuir muito com a educa- no Brasil. Aqui, 44% da popula- ponde ao que eles procuram, ou ção, desde que utilizada de ma- ção está conectada á internet, seja, eles se sentem satisfeitos neira correta. Márcia acredita nas áreas urbanas. Além disso, com a web. Contudo, uma mi- que é preciso orientar o estu- 97% das empresas e 23% dos noria diz que nem sempre en- dante para fazer a pesquisa na domicílios brasileiros estão co- contra o que procura. internet. Para isso, ela vê como nectados. Segundo Alexandre importante o papel da família. Sanches Magalhães, gerente de A pedagoga af irma o seguinte: análise do Ibope/NetRating, “a “Vivemos no mundo moderno, entrada da classe C para o clube onde a tecnologia invade os la- dos internautas deve continuar res sem pedir licença, e muitas a manter esse mesmo compasso vezes os pais de famílias nem forte de aumento no número de dão conta do que acontece com usuários residenciais”1. seus f ilhos. Os pais acham que Atualmente, de acordo com os f ilhos estão se distraindo, pesquisa feita com jovens da mas muitas vezes essas crian- Cidade de Deus, a maioria de- ças estão f icando além da con- les usa a internet para navegar ta na internet, assim deixam em redes de bate papo, fazer Crianças em atividades realizadas suas atividades escolares em pesquisar escolares, ver vídeos na ASVI no início de 2010 último plano”. e ouvir músicas. Foram entre- Quando o assunto é a neces- vistados jovens de 12 a 16 anos O que dizem especialistas sidade de se limitar o tempo do do Projeto, na Cidade de Deus, jovem na internet, Márcia af ir- no mês de agosto. Na Cidade Para certif icar esse aces- ma: “Dentro de uma visão pe- de Deus, segundo pesquisa do so dos jovens, buscamos mais dagógica, não vejo necessidade IBGE, mais da metade (53,5%) clareza com um prof issional de se limitar tempo para uma da população é jovem. da área, que é a educadora co- atividade, pois o tempo vai de- A pesquisa identif icou que munitária de informática do pender da atividade em questão 90% dos entrevistados nave- Comitê de Democratização da e isso vai variar. Agora, dentro gam na internet e acessam re- Informática, Jane Gomes dos de uma visão de diversão e dis- des de bate papo como o Orkut Santos. O CDI é uma Organi- tração, aí sim é preciso que se e MSN, além de sites como Goo- zação Não Governamental que limite um tempo. Para tanto, gle, Vagalume, blogs e Youtu- trabalha com inclusão digital cabe à família e responsáveis be. Os jovens mostraram gostar na América Latina. No Rio de delimitar o tempo para seus de se divertir com os amigos Janeiro, o Comitê está presente f ilhos, caso contrário, torna- internautas – eles trocam fo- em muitas favelas, trabalhan- se um vício e isso será muito tos e informações, bem como do com inclusão tecnológica prejudicial no desenvolvimen- encontram novos amigos na cidadã dos moradores. to escolar”. internet. Alguns deles prefe- No laboratório de compu- 1 rem “conhecer o mundo e saber tadores do CDI na Cidade de Entrev ista publ icada no site To Be Gua- rany (w w w.tobeguarany.com). Lá, você sobre o que acontece no país”. Deus, não é permitido acessar encontra outras informações sobre inter- Um deles af irma: “Gosto de ver alguns conteúdos – como jogos net no Brasil.
  • 13. A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro de 2010 13 Qualificação Já Por Leila Mar t iniano estuda, trabal ha e se esforça for mação prof i ssional bá si- por uma v ida mel hor. ca, leva ndo-se em conta a A temporada de qual if i- “Mu ita gente que acor- vocação e a real idade da re- cação prof issional está aber- dou pra v ida agora está sem gião onde está situado. São ta, na Cidade de Deus. Vá r ia s prof issão e necessita de ca- cursos na á rea de Comérc io, i nst itu ições e ent idades es- pac itação prof i ssional, t ive Hotela r ia, Adm i n i stração, tão trabal ha ndo em nome de que conversa r com d i retores Infor mát ica, Constr ução Ci- um só objet ivo : a qual if ica- dos cursos pa ra que acaba s- v il e Id ioma s. Matér ia s como ção prof issional de jovens e sem com o l i m ite má x i mo de Ét ica prof i ssional, Segura nça adultos da região. A mobil i- idade, e consegu i, graça s a do trabal ho e Meio a mbiente zação não v isa só ao lado pro- Deus”, af i r ma Rosal i na Br ito, estão na progra mação. Ót i ma f i ssional, mas ao resgate da moradora da Cidade de Deus e opor tun idade pa ra a c ida- c idadan ia, ação cultural e i n- aluna do curso de comun ica- de do R io de Ja nei ro, que se clusão d igital. Com a crescen- ção comun itá r ia que or igi nou prepa ra pa ra a Copa de 2014 e te dema nda de prof issiona is este jronal. Rosal i na, após a s Ol i mpíada s de 2016, qua n- cada vez ma is qual if icados em a nos de dependênc ia qu í m i- do será gra nde a procura por d iversos setores, a Cidade de ca, deu a volta por c i ma. Faz prof i ssiona i s nessa s e em ou- Deus se tor nou um leque de vá r ios cursos, é graf itei ra, tra s á rea s. O morador da Ci- opções não só pa ra quem pre- desenh i sta, atua em ser v iços dade de Deus não pode perder tende in ic ia r no mercado de soc ia is na comun idade, sonha esta cha nce de estuda r bem trabal ho, mas pa ra quem bus- estuda r Bela s A r tes, e bata- per to de ca sa ! ca uma mel hor capac itação. l ha pa ra consegu i r publ ica r O Centro de Referênc ia da A pr inc ípio, a ma ior ia dos seu l iv ro. Fel izmente, agora Juventude (CR J) é uma ação cursos era voltada pa ra os i ntegrada da Secreta r ia de ma i s jovens, mas a consta nte “...poder dizer em A ssi stênc ia soc ial e Di reitos procura por vagas entre pes- Huma nos e vá r ia s pa rcer ia s. soas ac ima de 25 a nos mostrou alto e bom som que “É feita uma pesqu i sa pa ra uma real idade bem d iferente na Cidade de Deus se def i n i r possívei s á rea s de da esperada pelas ent idades : tem gente de bem, atuação no mercado de traba- o desinteresse dos ma is jovens l ho nos ba i r ros do entor no da que estuda, traba- e o esforço pa ra estuda r en- comun idade onde está situa- tre os ma is vel hos. “No in íc io lha e se esforça por do o Centro”, revela a coor- nosso trabal ho ser ia voltado uma vida melhor.” denadora Ad i néia Magal hães. pa ra os jovens, mas éra mos No caso da Cidade de de Deus, procurados por pessoa s de to- onde há a prox i m idade da da s as idades e até de fora da os cursos são oferec idos pa ra Ba r ra da T ijuca, de shopi n- comun idade. T ivemos que nos pessoas na fa i xa de 14 ou 16 gs, hotéi s, salões de belez a, adapta r a esta real idade”, d iz a nos em d ia nte. São opor tu- restaura ntes e escr itór ios, L audel ina Fer reira, integra n- n idades na s ma i s d iversa s os cursos prof i ssional iz a ntes te do Com itê Comun itá r io da á reas e o pr i nc ipal objet ivo é são na á rea de Adm i n i stração, Cidade de Deus. for ma r prof issiona is capac ita- Belez a, Hotela r ia e Infor má- Talvez ter f icado ta ntos dos pa ra trabal ha rem de acor- t ica. Como complemento, há a nos no esquec imento, com a do com a dema nda da região aula s de por tuguês, matemá- imagem de um luga r a ser ev i- e oferecer a eles or ientação t ica e c idada n ia, onde o alu- tado, tenha incut ido nos jo- prof issional, ét ica e c idadã. no aprende como se compor- vens daqu i uma falta de pers- Com o apoio do M i n i stér io ta r no a mbiente de trabal ho e pec t iva de f uturo, e tenha da Ciênc ia e Tecnologia, os até em uma entrev i sta de em- reforçado nos ma is vel hos a Centros Vocac iona is Tecno- prego. São oferec ida s ta mbém vontade de muda r, de se fazer lógicos (C V Ts) são un idades outra s at iv idades como aula s ex i st ir dentro de sua comun i- de ensi no prof i ssional iz a nte de música, da nça, espor tes, dade, de poder d izer em alto que estão d i rec ionados pa ra cultura e alguns ser v iços. e bom som que na Cidade de a capac itação tecnológica da Na Agênc ia de Desenvolv i- Deus tem gente de bem, que população. Os C V Ts oferecem mento L ocal, núcleo que faz
  • 14. 14 A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro de 2010 pa r te do Com itê Comu n itá- a s i nst it u ições loca i s, que vez ma i s benef íc ios pa ra eles r io d a C idade de Deu s (gr upo ajuda a tor na r v i ável proje- mesmos”. for mado por d iversa s i nst i- tos que podem acontecer em A comu n idade, hoje com t u ições que at u a m na comu- nossa comu n id ade”, ex pl ica qu a se 70 m il ha bita ntes, tem n id ade), ta mbém ex i stem L audel i na Fer rei ra, que de- u m gra nde potenc i al em d i- i nú mera s opor t u n idades de d ica hora s de t ra bal ho pa ra versos segmentos, e i nvest i r qu al i f icação. É poss ível est u- o f u nc iona mento d a Agênc i a. aqu i pode t ra z er u m retor no da r grat u ita mente no SE NA I, “Qu a nto ma ior for a proc u ra e prom i ssor não só em nosso ou f a zer pa r te de projetos do a per ma nênc i a até o f i nal do ba i r ro, ma s pa ra nossa c id a- SESI e SESC. São c u rsos na c u rso, ma i s cha nces nós te- de. Ações como a s d a Agênc i a á rea de elét r ica, automot i- mos de consegu i r nova s pa r- de Desenvolv i mento L ocal, do va, mecâ n ica, i nfor mát ica e cer i a s. Posso chega r em u ma C V T, do CR J e vá r i a s out ra s const r ução c iv il. A Agênc i a reu n i ão e d i z er: -Ol ha aqu i i nst it u ições que i nvestem na promove ações de c idada n i a, qu a ntos se qu al i f ica ra m este ta ref a de qu al i f ica r e resgata r i nclu são d igital, fór u ns pa ra a no, temos que au menta r a s o morador d a C id ade de Deu s debates e eventos c ult u ra i s. vaga s pa ra o a no que vem ! A podem ser o pontapé i n ic i al “É u ma i n ic i at iva pionei ra, at it ude do morador d aqu i é pa ra o desejo de t ra nsfor ma- u ma agênc i a pa ra u n i f ica r que va i ajud a r a t ra z er cad a ção de quem v ive aqu i. FIQUE ATENTO! O CRJ oferece vários Ponto de Orientação ao serviços como: Trabalho - POT SETRAB -Secretaria do Trabalho A Agência de Desenvolvimento Local -Carteira de Trabalho fornece oportunidades de emprego. -Seguro-Desemprego Cadastre-se: -Agência de Empregos Fundação Leão XIII - Banco de Currículos -Ações de cidadania - Oferta e demanda de emprego -Execução de diferentes ações sociais SEGOV -Fiscalização das instituições do Estado - Cursos profissionalizantes - Cadastro em banco de talentos SEBRAE - Encaminhamento ao mercado de trabalho - Orientação e legalização de empresas - Isenção de certidões - Funeral pela Santa Casa Local: Rua Edgard Werneck, 1656 Tel.: 2443-1626 / 34135-234 Endereço: Rua José de Arimatéia, 80, ao lado da Associação dos Moradores. E-mail: potcdd@gmail.com
  • 15. A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro de 2010 15 Qualificação? Aonde? Instituição Local Datas Cursos CVT - Centro de Rua Edgard Werneck, Inscrições abertas de 27/09 Aux. de cozinha Valorização Tec- 1615 a 26/10/10 Aux. de restaurante nológica Fone 1: 2333-6610 Camareira Fone 2: 2333-6609 Início das aulas previsto Barmam para o dia 3/11/10 Copeiro Rotina de dep. pessoal Recepcionista Telemarketing Promotor de vendas Mont./man. de micros Enc. Bombeiro hidráulico Eletrecista predial Ladrilheiro Pedreiro Pintor Carpinteiro de forma Apontador de obras CRJ José de Arimatéia, 80 Inscrições previstas para Assist. de cabeleireiro Centro de Refe- 2333-6598 novembro Maquiagem rência da juven- Manicure e pedicure tude Início das aulas no primei- Assist. de cozinha ro semestre de 2011 (Feve- Assist. administrativo reiro) Informática básica Web design Agência de De- Rua Edgard Werneck, Inscrições abertas para Pedreiro estucador e ladrilheiro senvolvimento 1656 cursos de qualificação do Pintor de alvenaria Local 2443-1626 SESI-RJ Informática básica Inscrições previstas para o Eletro-automotiva SENAI-RJ no primeiro se- Mec. de manut. de motores mestre de 2011 Eletrecista predial Eletrecista de manut. industral* * A demanda de cursos oferecida pelo SENAI pode ser diferente em 2011, informe-se na agência
  • 16. 16 A Not íci A Por Qu em Vi V e | ou t u bro de 2010 Nosso Jornal Eu sou um papel Que veio do céu Que veio de uma árvore Que virou tábua Que virou folha Que virou jornal As palavras vão surgindo Nas folhas brancas Os comunicadores As notícias divulgando Saúde, escola, trabalho Cultura e até com Uma charge bem legal Assim nasceu nosso jornal A notícia por quem vive Escrito por quem vê Rosalina Brito Poesia feita em homenagem ao primeiro jornal de lutas comunitárias da CDD Os editores do Jornal “A notícia por quem vive“ JORNAL A NOTÍCIA POR QUEM VIVE Realização SOLTEC/UFRJ Portal Comunitário da CDD Financiamento e Certificados Local de realização UFRJ Decania do CT Pró-Reitoria de Extensão ASVI