2. O Exército de um Homem Só é um romance
escrito por Moacyr Scliar, publicado em 1973 e
traduzido para mais de dez idiomas.
O personagem título é Mayer 'Capitão
Birobidjan' Guiznburg, um judeu que chegou
ainda menino da Rússia. Mayer era marxista e
sonhava fundar uma nova Birobidjan (nome de
uma colônia coletiva de judeus na Rússia), uma
utopia socialista. Jovem, era muito rebelde, e
deu muitos desgostos ao pai que lhe queria ver
rabino.
3. Tinha outros amigos marxistas, incluindo a
jovem Léia com quem se casa.
Após algum tempo abandona tudo e vai viver
na propriedade de um desses amigos, que,
como todos a essas alturas, já havia
abandonado suas convicções.
4. Em Nova Birobidjan, como ele batiza sua
terra, passa a viver para o trabalho
acompanhado pelo Companheiro Porco,
Companheira Cabra e Companheira
Galinha, a última a qual ele não gostava por
ser improdutiva, lia Rosa Luxemburgo e
dava discursos a homenzinhos que só ele
via.
5. Depois de algum tempo aparecem
inimigos, quatro vagabundos a quem
ataca após ser atacado, e cuja amante
coletiva passa a se tornar a segunda
cidadã. Mais tarde ela sai de Nova
Birobidjan e Mayer volta para casa. Ele se
reforma, após algum tempo até mesmo
abandona o ateísmo, e passa a trabalhar
duro.
6. Troca de ramo para a construção e
enriquece, mas complica-se ao se tornar
amante da secretária e acaba se divorciando
após abandoná-la. Sua companhia vai à
falência e ele acaba numa pensão
(localizada no terreno de Maykir, sua antiga
empresa, que por sua vez se localizava no
terreno da Nova Birobidjan), onde tenta
reiniciar Nova Birobidjan, mas acaba
falhando.
7. Acuado, abandonado, triste, muito ligado à
religião e quase sem esperança (os
homenzinhos para quem discursava agora já
eram só três), o Capitão Birobidjan tem um
ataque do coração ao ensaiar uma
resistência, mas como descobrimos no
começo do livro, ele sobrevive. A história,
no entanto, acaba aqui.
8. Contado em terceira pessoa, cada
capítulo deste livro nos remete a um ano
ou conjunto de anos. O primeiro e
último é 1970, mas recua-se logo apara
1928, 1916, 1929, 1930... até voltar-se para
1970, contando sempre com o humor
irônico e amargo de Scliar.
9. Capitão Birobidjan, um louco humanista,
tentando construir uma sociedade
melhor e coletivista, apesar de tudo e de
todos que se opõem a ele, ridicularizado
por todos aqueles a quem chama
Companheiro, ele é um exército de um
homem só lutando por um mundo mais
justo que no final não vale a pena.