Este documento apresenta diversos assuntos relacionados ao mundo náutico, incluindo: 1) uma matéria de capa sobre pesca esportiva; 2) lançamentos de barcos nas seções Perfil; 3) histórias de veleiros e maquetes; 4) eventos como o Lopana Phoenix Fest; e 5) dicas sobre manutenção de embarcações.
Informativo-maio | Maio 2024: Medidas contra o bullying em condomínios
Revista Perfil Náutico ed 38
1. MUNDO NÁUTICO MAQUETES: O CONSTRUTOR DE PEQUENAS JOIAS
R$ 15,90 Ano 08 nº 38 2013 www.perfilnautico.com.br
PESCA ESPORTIVA
HOBBY, LAZER
OU ESPORTE UM BOM BARCO, E BEM EQUIPADO,
PODE FAZER TODA A DIFERENÇA
PERFIL EVOLVE
A REVOLUÇÃO DE UMA MARCA
MANUTENÇÃO
GUARDAR O BARCO REQUER
CUIDADOS ESPECIAIS
E MAIS, NA SEÇÃO PERFIL, NOVIDADES E BARCOS CONSAGRADOS:
VALENT 210 BAYLINER 350 SE PORTOFINO FLY 35 AZIMUT 70
2. DO MAIOR ESTALEIRO DA AMÉRICA LATINA,
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4.
5.
6.
7.
8. EDITORIAL
REUNIÃO, UNIÃO E
HISTÓRIAS NA ÁGUA
S
aímos para uma boa pescaria enquanto preparávamos a edição
38 da Perfil Náutico. Verão, férias e calor chamam para a água,
e nada mais agradável que reunir a família e os amigos no
barco para um bom dia de pesca. A atividade é uma das mais
antigas da humanidade, representa sustento e sobrevivência
para alguns, hobby e lazer para outros, e é também uma
prática esportiva com direito a competições acirradas, nas
quais o peixe, depois de capturado, é devolvido para a vida. Um bom e
bem equipado barco pode fazer grande diferença num dia de pescaria.
Apresentamos alguns modelos disponíveis no Brasil e no exterior, com os
recursos necessários para você não deixar o peixe escapar.
Nas próximas páginas trazemos, como de costume, os barcos da seção
Perfil. Lançamentos, histórias, novidades e barcos consagrados são
apresentados. Nesta edição: Valent 210, Bayliner 350 SE, Portofino 35
Fly, Azimut 70 e o Estaleiro Ocean Life, que produz as lanchas Evolve.
Como as possibilidades de atividades na água são enormes, não
ficamos apenas na pescaria ou conhecendo barcos. Mergulhamos nas
Bahamas, no buraco azul mais profundo do planeta e fomos tirar uns dias
de descanso em Arraial d´Ajuda, no litoral da Bahia, um lugar cheio de
encantos que reúne paz, tradição, cultura e baladas agitadas.
Ainda no Nordeste, fomos conferir uma dessas baladas – o Lopana
Phoenix Fest em Alagoas, com direito a catamarã elétrico, música e
mais de 500 barcos. No Mundo Náutico fomos conhecer belas histórias
de vida, como a da família Portela, que deu a volta ao mundo durante
três anos a bordo do veleiro Bravo, e a do maquetista Carlos Eduardo
Mariano, que nos revelou sua paixão por barcos, em tamanho real ou em
formatos menores – verdadeiras joias.
Depois do verão, muitos deixam seus barcos guardados, que serão
utilizados novamente somente em alguns fins de semana ou feriados
prolongados. A manutenção da embarcação é importante para que ela
esteja pronta para o próximo passeio. Saiba como escolher a marina ideal
para guardar o seu guerreiro.
Notícias, esportes, estilo de vida, gastronomia, meio ambiente, dicas
de livros, construção de barcos, decoração, equipamentos e acessórios
náuticos também estão a seguir. S
8 PERFILNÁUTICO
Aldo Alfredo Malucelli
Carlos Alberto Gomes
José “Juca” Kolling
Luiz Alfredo Malucelli
EDITOR E JORNALISTA RESPONSÁVEL
EDIÇÃO DE ARTE E PROJETO GRÁFICO
REVISÃO
aldo@grupocanal.com.br
carlos@grupocanal.com.br
jose.juca@grupocanal.com.br
luiz@grupocanal.com.br
Marcelo Fabiani (Buda)
marcelo.buda@grupocanal.com.br
DRT-PR/ 6633
Eduardo Zuchowski
João Batista Ribeiro
COLABORAM NESTA EDIÇÃO
Adriana Freitas Brandão, Angelo Sfair, Amanda Kasecker,
Carolina Schrappe, Guilherme Aquino, Jorge Nasseh,
Leonardo Suzuki, Luiz Alfredo Malucelli, Rafaella
Malucelli, Thaís Zago
IMPRESSÃO E ACABAMENTO
Gráfica Coan
DISTRIBUIÇÃO EXCLUSIVA
FC Comercial Distribuidora Ltda.
COMERCIAL
José “Juca” Kolling
comercial@perfilnautico.com.br
(41) 3331 8300
jose.juca@grupocanal.com.br
(41) 8446 5341
Rua Jorge Cury Brahim, 712, Pilarzinho,
82.110-040, Curitiba – PR.
Fone (41) 3331 8300
Fax (41) 3331 8305
Revista Perfil Náutico
Rádio Mix Curitiba - 91,3 MHz
91 Rock Web www.91rock.com.br
Artigos assinados não representam
necessariamente a opinião da revista.
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Revista Perfil Náutico, ano 8, n° 38, é uma publicação
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ASSINATURA
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PERFIL NÁUTICO NA INTERNET
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Boa leitura
MARCELO BUDA
CONSELHO DIRETOR
DEPTO. DE JORNALISMO
CENTRAL DE PUBLICIDADE
9.
10. 10 PERFILNÁUTICO
CAPA
36 PESCA ESPORTIVA
Seja por hobby, esporte ou lazer,
uma atividade saudável que reúne
a família e os amigos no barco
PERFIL
85
93
101
109
117
VALENT 210
Para quem busca uma
embarcação pequena, mas que
tenha grandes qualidades
BAYLINER 350 SE
No mar ou em água doce, uma
lancha para a família e para a
prática de esportes
PORTOFINO FLY 35
Inspirada no design de um carro
esportivo, destaque também para
o flybridge
AZIMUT 70
Para brasileiros de bom gosto:
luxo em alto-mar com direito
a quatro suítes
OCEAN LIFE
Conheça a história do estaleiro
responsável pela evolução de uma
marca: Evolve
ÍNDICE
CANAL
12
62
78
80
MUNDO NÁUTICO
20
26
32
NESTA EDIÇÃO
14
72
126
128
132
140
148
150
DO LEITOR
NÁUTICO
CONSTRUTOR
DÉCOR
VELEIRO BRAVO
A volta ao mundo da família
Portela
MAQUETES
O construtor de pequenas joias
LOPANA PHOENIX FEST
Um dia de festa em Alagoas
NEWS
Notícias fresquinhas
do segmento náutico
MANUTENÇÃO
Escolha uma boa marina
para guardar seu barco
ESTILO
Novidades com personalidade
e bom gosto
ESPORTES
Competições na água
esquentaram o início do ano
MERGULHO
Nas Bahamas, no buraco
azul mais profundo do planeta
TURISMO - ARRAIAL D´AJUDA
Um lugar para curtir e
descansar, e querer ficar
CULTURA
Dicas para uma boa leitura,
em terra ou a bordo
GOURMET
Dourado com Finas Ervas
11.
12. 12 PERFILNÁUTICO Canal do Leitor
Canal Esporte
CAPA
Nas minhas férias
comprei a edição
da revista e achei
muito contagiante a
matéria de capa. É
quase um dicionário
para os aventureiros
de plantão. As
dicas e precauções
para cada esporte
estavam muito
bem apresentadas
e inspiraram-me a
ter a minha primeira
experiência com o
wakeboard.
Alessandro Sussin
Ao contrário de outras
revistas de segmento, a
Perfil Náutico tem um
diferencial que eu admiro
muito: a linguagem
é acessível a todos os
públicos e você não
precisa ter um barco para
comprá-la. Basta ser
apaixonado pelo mar, pelo
sol e pela vida.
Victor Nunes da Luz
FALE CONOSCO
Adoro ler sobre as
tendências do mundo
náutico nas seções de
decoração e estilo da
revista. Sempre tem algum
produto que me interessa e
eu acabo comprando.
Tatiane Steil
Sou fissurada na decoração
de barcos. Meus pais têm
uma lancha de 28 pés
e eu sou a responsável
por investir nos itens
decorativos para melhorar
nossas acomodações.
Fiquei fascinada com o
design e o luxo da CS4.
Ana Dainez
Sempre que vou navegar,
levo comigo exemplares
da Perfil Náutico. Gosto
de me informar sobre os
lançamentos do mundo
náutico e ler sobre os
melhores equipamentos
para a embarcação.
Lucas Pazolini
Fascinante a diversidade
de modelos de barcos que
estavam em exposição no
Salão de Gênova. Fotos
impressionantes que
me fizeram viajar por
instantes. S
Bernardo Malonane
Para falar com a Perfil Náutico, mande e-mail para: redacao@perfilnautico.com.br ou canaltecnico@perfilnautico.com.br.
As mensagens devem ser enviadas à redação e à equipe técnica com identificação do autor, endereço e telefone. Em virtude do espaço
disponível, os textos podem ser resumidos ou editados. A revista reserva-se o direito de publicar ou não as colaborações.
13. PERFORMANCE
SOFISTICAÇÃO
Viva as melhores emoções e desfrute do melhor desempenho.
www.venturamarine.com
betônico
14. Test drives serão realizados no Cabanga Iate Clube
14 PERFILNÁUTICO
CanaNl Esepowrtes
ADVENTURE
SPORTS FAIR 2013
O maior evento de esportes
e turismo de aventura
da América do Sul, o
Adventure Sports Fair,
acontece de 1º a 5 de maio,
no pavilhão da Bienal no
Ibirapuera, em São Paulo.
A 15ª edição deve reforçar
a intenção de gerar novos
negócios. Além de empresas
de equipamentos, agora
operadores de turismo,
agência, hotéis e destinos
ligados à aventura terão
um espaço de reuniões
para atender clientes em
potencial.
j
Mais informações no site
www.adventuresportsfair.com.br
Ao todo, cerca de cem
expositores nacionais e
internacionais estarão
reunidos no 1º Nordeste
MotorShow, o salão
internacional de veículos
de duas e de quatro rodas,
que será realizado no
Centro de Convenções de
Pernambuco, em Olinda,
de 25 a 28 de abril.
O setor náutico também
terá seu espaço. Além de
ocupar o pavilhão com
os últimos lançamentos
do setor, oferecerá aos
visitantes a oportunidade
de realizar test drives nos
barcos que ficarão expostos
no Cabanga Iate Clube.
Com um crescimento
médio de 80 embarcações
por mês, segundo
informações da Capitania
dos Portos, Pernambuco
é atualmente um dos
estados promissores
para o mercado náutico,
também por conta de
sua privilegiada posição
geográfica e de sua
extensão litorânea.
A organização e
a realização do 1º
Nordeste MotorShow
são da Reed Exhibitions
Alcantara Machado,
uma multinacional do
segmento de feiras de
negócios.
1º NORDESTE
MOTORSHOW
Evento acontece no pavilhão da Bienal no Ibirapuera
15.
16. Escolhido pela ISAF para os Jogos de 2016
CATAMARÃ OLÍMPICO
16 PERFILNÁUTICO
CaNneawl Essporte
A nova página na
internet da Acatmar
(Associação Catarinense
de Marinas, Garagens
Náuticas e Afins) já está
no ar. O site é direcionado
aos associados e aos
empresários do mundo
náutico. A plataforma
está mais interativa e
dinâmica, de acordo
com os desenvolvedores.
Todas as informações
sobre a associação estão
interligadas com o site e
as redes sociais. j
Acesse: www.acatmar.com.br
A XSB Esportes fechou uma
parceria com a empresa
holandesa Nacra Sports
and Funs Catamarans
e agora é distribuidora
exclusiva dos cataramãs
da marca no Brasil. O
Nacra 17, escolhido pela
Federação Internacional
de Vela (ISAF) para ser
o novo barco olímpico a
partir dos Jogos de 2016,
no Rio de Janeiro, é o
destaque que virá para o
mercado nacional. Além
do Nacra 17, a XSB também
importará os catamarãs
F16, F18 e Nacra 500 Fun.
NOVO SITE
DA ACATMAR
SCHAEFER 800
O estaleiro catarinense Schaefer
Yachts acaba de realizar os
primeiros testes de seu mais
ousado projeto, o Schaefer 800. O
superiate de 80 pés tem capacidade
para 23 pessoas, incluindo a
tripulação. Nas primeiras avaliações
realizadas, o barco mostrou-se
rápido, esportivo e equipado com
o que há de mais moderno na
tecnologia náutica.
17.
18. VOLVO OCEAN RACE 2014-15:
MAIS BRASILEIRA DO QUE NUNCA
18 PERFILNÁUTICO
CaNneawl Essporte
Em 2014, o Brasil terá
duas paradas ao longo do
percurso da maior regata
de volta ao mundo, a 12ª
edição da Volvo Ocean
Race. Itajaí (SC) será
novamente cidade-sede
e, dessa vez, dividirá as
atenções com Recife (PE).
A cidade catarinense
será um ponto estratégico
para a Volvo Ocean Race
TECNOLOGIA
QUE LEVA
LONGE
Paradas em Itajaí (SC) e Recife (PE)
O blog de viagem
Sundaycooks.com dá
dicas de como se virar
mundo afora utilizando as
novidades em aplicativos,
gadgets, sites, internet
e muito mais. Aprenda
como fazer ligações
internacionais mais
baratas, como planejar
uma viagem com o Google
Maps ou descubra que
aplicativo ou gadget
pode salvá-lo de uma
enrascada em qualquer
parte do mundo. Acesse
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viaje o mundo com o seu
smartphone! S
CRUZEIRO COSTA SUL 2013
A largada do Cruzeiro
Costa Sul 2013 será no
dia 2 de março no Rio
de Janeiro com chegada
prevista para 18 de março
em Florianópolis. Em um
cruzeiro em flotilha, veleiros
de comandantes iniciantes,
integrados aos profissionais,
saem do Rio de Janeiro,
passam por Ubatuba,
Ilhabela, Santos, Canal do
Varadouro, Paranaguá, São
Francisco do Sul, Joinville,
Itajaí e Jurerê. O programa
é organizado pela ABVC
(Associação Brasileira de
Velejadores de Cruzeiro).
2014-15 sendo a primeira
parada depois da passagem
pelo temido e desgastante
Cabo Horn, no Oceano
Antártico. “A perna que
cruza o Oceano Antártico
e contorna o Cabo Horn
tradicionalmente termina
no Brasil e na edição
passada foi decisiva”,
ressaltou o chefe de
operações da Volvo Ocean
Race, Tom Touber.
A parada de Itajaí
rendeu ao município
o prêmio de melhor
Stopover Sustentável da
edição 2011-2012 da Volvo
Ocean Race. Reuniu 290
mil pessoas e cerca de 60
mil assistiram às chegadas
e partidas dos molhes e das
praias de Itajaí. O evento
representou um impacto
financeiro de mais de R$
28 milhões para Santa
Catarina, além de R$ 1
milhão restante do Brasil,
gerando um impacto
positivo de mais de R$ 30
milhões.
19.
20. MUNDO NÁUTICO VELEIRO BRAVO
VOLTA AO
MUNDO EM
FAMÍLIA
REUNIR A FAMÍLIA PARA UMA BOA
VELEJADA SEMPRE É UM ÓTIMO
PROGRAMA. E SE ESTE PASSEIO DURAR
TRÊS ANOS COM PASSAGEM POR
MAIS DE 50 PAÍSES? FOI EXATAMENTE
ESTE O ROTEIRO ESCOLHIDO PELA
FAMÍLIA PORTELA POR ANGELO SFAIR
bordo do veleiro Bravo, uma família
curitibana: Ricardo e Claudia Portela, os
três filhos do casal (Lygia, Giovanna e
Ricardinho), além do Dudu – o cãozinho
Yorkshire que acompanhou a família
durante a viagem. “Desde que comecei
a namorar o Ricardo, já sabia que um dia
faríamos essa viagem, pois era um sonho
dele”, conta Claudia. Velejador desde
A
os 16 anos, Ricardo já estava envolvido com a vela antes
mesmo de conhecer a esposa. Quando os filhos vieram,
todos partilhavam este estilo de vida. Logo começaram a
planejar uma volta ao mundo.
20 PERFILNÁUTICO
j
22. A liberdade de estar junto à natureza
22 PERFILNÁUTICO
Casal Portela, Claudia e Ricardo
PREPARAÇÃO
Uma circum-navegação exige muito mais do que apenas
vontade. A preparação foi intensa e teve o apoio de amigos
e familiares. “Desde 1999 já realizávamos pequenas
travessias para Florianópolis e Angra dos Reis com um
Cal 9.2”, conta Ricardo. Para a volta ao mundo, a família
optou por adquirir um catamarã de 44 pés: o veleiro
Bravo, com o qual foi feita uma viagem experimental
para Fernando de Noronha com toda a família, incluindo
os pais de Claudia. A certeza de que o Bravo oferecia a
segurança e o conforto necessários para uma circum
-navegação encorajou a família Portela.
A segurança era a principal preocupação do casal.
“Como estávamos viajando com crianças, ela deveria estar
sempre em primeiro lugar”, comenta Claudia. “Então
combinamos que nunca arriscaríamos sair sem conferir a
previsão do tempo ou navegar fora da área de segurança.”
Com o barco testado e a rota estipulada, faltavam
detalhes para que o Bravo iniciasse sua velejada pelos
sete mares. Ricardo, engenheiro civil, deixou seu pai
responsável pela empresa que administra. Com o auxílio
da internet, continuaria acompanhando o trabalho, além
de poder voltar periodicamente ao Brasil.
ROTEIRO
Após a viagem pelo nordeste brasileiro, o barco ficou no
estaleiro por oito meses. Foi preparado para a circum
-navegação e recebeu uma grande reforma para adaptar-se
ao objetivo da família, que neste período aproveitou
para estudar o roteiro. “Não há muito como variar na
questão de roteiro; saída pelo litoral brasileiro rumo norte
até o Caribe, onde tínhamos previamente definido passar
a temporada de furacões nos Estados Unidos”, explica
Ricardo. “Daí em diante era cruzar o Canal do Panamá e
seguir rumo oeste.”
Claudia, porém, diz que pouco restou do roteiro
original. Mudanças ocorreram por várias vezes e pelas
mais diversas razões. Os desejos e preferências dos
tripulantes também influenciaram na programação e
no tempo em que o Bravo permaneceria ancorado. O
cronograma era a questão menos flexível: o combinado
era que a viagem duraria no máximo quatro anos, quando
Lygia, a filha mais velha casal, faria o vestibular.
HORA DE ZARPAR
O início não foi fácil, mas desistir nunca passou pela cabeça
da família Portela. “Assim que saímos do Brasil, pegamos
tempestades e ficamos cinco dias sentados no chão do
barco”, conta Claudia. “Chegou a passar pela nossa cabeça
que iria ser assim o tempo todo, mas jamais pensamos em
voltar! Queríamos ir... queríamos viver essa aventura.”
Ricardo explica que o desconforto inicial dura pouco e que
a recompensa é a sensação de liberdade, de estar junto à
MUNDO NÁUTICO VELEIRO BRAVO
23. PERFILNÁUTICO 23
Passatempo a bordo e companhia do veleiro Phoenix
NAS TRAVESSIAS A CONVIVÊNCIA
ERA OBRIGATÓRIA E A ÚNICA
OPÇÃO ERA APRENDER A
RESPEITAR AS DIFERENÇAS
natureza. O ponto alto de cada travessia eram as chegadas,
que normalmente aconteciam em lugares paradisíacos.
A convivência também fez crescer o respeito mútuo
a bordo do Bravo. Giovanna, que iniciou esta volta ao
mundo com apenas 13 anos, brinca: “Quando alguém
nos desagrada, a tendência é o afastamento e isso gera
problemas de relacionamento entre muitas famílias. Em
um espaço limitado como um barco isso não era uma
opção. Tínhamos que lidar com o problema ou pular da
prancha. Principalmente nas travessias a convivência era
obrigatória e a única opção era aprender a respeitar as
diferenças de cada um.”
PERIGO À VISTA!
Uma viagem de volta ao mundo também oferece grandes
riscos, que não se resumem aos imprevistos climáticos
ou mares revoltos. Desde os anos 90, a pirataria é uma
realidade na costa leste africana, principalmente na região
conhecida como Chifre da África. A passagem pela região
da Somália foi o maior perigo enfrentado. “Nós, mulheres,
tivemos que nos esconder no interior do barco por
duas vezes por causa da abordagem de piratas”, lembra
j
Com direito a uma boa pescaria
24. Claudia. “Apesar de termos feito uma rota mais segura
– desviando da região da Somália (passaram colados ao
Iêmen) –, mesmo assim tivemos que viajar pela noite, o
mais rápido possível e com todas as luzes apagadas.”
Para ter mais segurança, a tripulação tentou velejar em
comboio, tática nem sempre possível, por diferença de
velocidade, rotas e objetivos. O Bravo só teve a companhia
do veleiro Phoenix, que esteve presente desde quando
partiram da Tailândia.
MELHORES LEMBRANÇAS
Em uma viagem tão grande e com tantos destinos – ao
todo a família visitou 56 países –, cada um tem uma
recordação particular. No entanto, dois países são
unanimidade para a família Portela quando se trata de
lugares inesquecíveis: a Indonésia, pelos mergulhos e
animais exóticos, e a Tailândia, que marcou pela cultura
e pelas amizades que surgiram neste país. Claudia revela
que a passagem pelo Sri Lanka também foi inesquecível
e cativante por sua cultura e culinária exótica e
proporcionou uma rica experiência para os Portelas.
Giovanna apontou os países árabes entre as suas melhores
recordações. “A diferença gritante de costumes, cores e
sabores do Oriente acaba se tornando uma experiência
inesquecível”, destaca. “Foi um choque de cultura, com
novas coisas para ver, aprender e se surpreender em cada
ancoragem.”
A VOLTA E O LIVRO
Como previsto antes da partida, o retorno ao Brasil
aconteceu no período em que Lygia iria prestar o
vestibular, e o foco das crianças estava nos estudos.
Claudia preocupava-se em retomar a carreira na área de
psicopedagogia. “Levei um ano para me reorganizar.”
Ricardo relembra o momento da chegada em tom mais
24 PERFILNÁUTICO
do que saudosista. “É uma sensação maravilhosa por ter
conseguido alcançar os objetivos da viagem. Cada vez que
recordo essa aventura dá uma vontade de quero mais.”
Para relembrar com detalhes desta rica experiência,
um livro foi lançado. A intenção inicial não era publicá-lo,
mas, com a insistência de familiares, amigos e até de
editores, a história foi compartilhada com todos. Claudia
foi quem transformou tudo em palavras: “Durante os três
anos que viajamos, escrevi tudo em um diário, colei os
panfletos que recebemos pelo caminho e fiz pesquisas nos
guias e livros que tínhamos a bordo. Foi muito gratificante
ver a aceitação que o livro teve depois do lançamento.” S
Diferentes culturas e paisagens paradisíacas
Comidas exóticas no cardápio
SERVIÇO
SITE: www.veleirobravo.com.br
E-MAIL: claudia@veleiros.com.br
MUNDO NÁUTICO VELEIRO BRAVO
25.
26. MUNDO NÁUTICO MAQUETES
O CONSTRUTOR
DE PEQUENAS JOIAS
ELE ALIOU A PAIXÃO COM A EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL E,
COM AS MAQUETES, VEM ETERNIZANDO EMBARCAÇÕES PARA VÁRIOS
ESTALEIROS NACIONAIS POR LEO SUZUKI
26 PERFILNÁUTICO
27. udo começou há 19 anos, em Angra dos
Reis, região oeste do Rio de Janeiro. O
fascínio pelo mar e por barcos foi o que
impulsionou Carlos Eduardo Mariano a
começar sua carreira como maquetista.
Há 20 anos, então com 27 anos de idade,
Mariano, com formação técnica na
área metalúrgica, já era considerado
um ferramenteiro experiente. Hoje
ele domina a arte das maquetes de embarcações. Seu
início na profissão está relacionado com um mestre
que lhe ensinou as primeiras técnicas para desenvolver
as maquetes. Ele se chamava Laurent Aumonier, era
arquiteto naval, morava num veleiro e viajava o mundo.
“Com ele comecei a compreender de forma mais técnica
a construção naval, pois a ideia sempre foi fazer um barco
em tamanho real.” Um ano após Aumonier ter partido,
Mariano criou o Atelier Naval Maquetes de Barcos, hoje
situado na cidade de Rio Claro, São Paulo, onde mora.
PERFILNÁUTICO 27
T
j
Muita dedicação para se chegar a uma peça perfeita
28. MUNDO NÁUTICO MAQUETES
Capricho nos detalhes do interior
28 PERFILNÁUTICO
OS CLIENTES DE MARIANO
SÃO ESTALEIROS, ESCRITÓRIOS
DE ARQUITETURA NAVAL E
COLECIONADORES
DISCIPLINA E COMPROMETIMENTO
O trabalho minucioso e impecável é fruto de muito
estudo, que o levou a compreender a arte das maquetes.
Nesta época, ele conta que teve de aprender francês,
pois todos os livros em que buscava subsídios estavam
neste idioma. No entanto, o caminho que o levou à
credibilidade que tem hoje perante o mercado foi longo
e difícil. “De forma geral (o maquetista) é visto como
aquela pessoa simples, sem cultura, e que faz barquinhos
de madeira para lojinhas de artesanato”, comenta
Mariano. “Encontrar público com nível cultural
elevado e com condições financeiras para investir nesta
atividade não foi fácil.”
Um veleiro com dimensões exatas
29. PERFILNÁUTICO 29
Muitos perguntam se ele é miniaturista e ele
responde: “Sou um construtor de barcos pequenos.”
Hoje Mariano está satisfeito com o trabalho e a
respeitabilidade que adquiriu durante esses longos
anos. Ele sempre almejou trabalhar para estaleiros,
escritórios de arquitetura naval e com colecionadores.
O maquetista já desenvolveu trabalhos para os estaleiros
RioStar, Proboat, Aguz Marine, Colunna Yatchs, Locar
Guindastes, Multivácuo, Catarina Yatchs, Zonda Boats,
Intermarine, além de algumas empresas e indústrias.
PRIMEIRO CONTRATO
Em 2003 Mariano realizou o primeiro trabalho para o
RioStar, localizado no Rio de Janeiro, para a confecção
das maquetes dos modelos de 55 e de 120 pés, que
atualmente estão em fase de produção. Na época os
projetos das embarcações foram desenvolvidos pelo
arquiteto naval Fernando de Almeida, que se tornou
amigo de Mariano após a parceria. Na sequência, por
indicação de Almeida, ele fez as maquetes dos catamarãs
do estaleiro Proboat, de Angra dos Reis, que obtiveram
grande repercussão em boat shows.
Um trabalho que exige muita concentração
Outros trabalhos de destaque em sua carreira foram
para o Intermarine, de São Paulo. O estaleiro solicitou
a reprodução de vários modelos de lanchas para
apresentar no São Paulo Boat Show de 2010. “A lancha
Inter 75 foi um desafio bem interessante. Ela mede
2,75 metros de comprimento. Vários barcos reais
possuem essa dimensão.” Para o Intermarine, ele
também executou todas as peças de metal dos modelos
de 55 e de 60 pés. A última maquete desenvolvida foi
do modelo Intermarine 95, que mede 3,70 metros e foi
apresentada no último São Paulo Boat Show, em 2012.
Como seu sonho sempre foi construir uma
embarcação em tamanho real; em 2009, ele o realizou.
Com base no Panga 25, um barco com motor de popa
e feito de compensado, Mariano e o engenheiro naval
Alvaro Guidotti trabalharam no desenvolvimento de
todo o processo de execução, incluindo montagem,
laminação e acabamento do casco.
EXPERIÊNCIA E DEDICAÇÃO
Mariano sempre valorizou a precisão nas dimensões,
formas e acabamento dos trabalhos. Foram mais de j
30. MUNDO NÁUTICO MAQUETES
As peças são feitas com resina de poliuretano e os detalhes são cortados a laser
70 maquetes construídas nesse tempo. Ele utiliza a
plataforma gráfica CAD e o software Rhinoceros para o
desenvolvimento dos modelos. As peças, como casco,
convés e superestrutura, são feitas com resina de
poliuretano pelo processo de usinagem CNC. Alguns
detalhes, como janelas e piso, são cortados a laser. As
ferragens são feitas de latão ou aço inoxidável.
30 PERFILNÁUTICO
Quando o cliente solicita uma série de maquetes
iguais, ele desenvolve formas de fibra de vidro,
laminadas com resina epóxi, para executar as
reproduções. Os modelos de barcos antigos geralmente
são produzidos em madeira com cascos ou até mesmo
em cavernas – o mesmo processo da construção
tradicional.
Nos últimos anos, o uso de maquetes em salões
náuticos brasileiros vem se tornando comum. Mariano
destaca: “É a melhor forma de mostrar um produto
ao mercado, pois permite uma visualização clara dos
contornos e detalhes, além de despertar grande atenção
do público.” S
SERVIÇO
FALE COM O MARIANO
E-MAIL: atelier_naval@yahoo.com
A MAQUETE DESPERTA A
ATENÇÃO DO PÚBLICO E PERMITE
UMA VISUALIZAÇÃO CLARA DOS
CONTORNOS E DETALHES
31.
32. MUNDO NÁUTICO LOPANA PHOENIX FEST
AGITO NO LITORAL DE ALAGOAS
EVENTO PROMOVIDO PELO ESTALEIRO PHOENIX É OPORTUNIDADE DE VENDAS E
FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE POR RAFAELLA MALUCELLI
Estaleiro Phoenix faz a festa na barraca de praia Lopana
32 PERFILNÁUTICO
33. PERFILNÁUTICO 33
O que era uma confraternização se tornou um grande evento
m catamarã elétrico, muito axé e mais 500
barcos. Uma grande festa para amigos,
parceiros, clientes do estaleiro Phoenix em
parceria com a melhor barraca de praia de
Maceió, a Lopana. No dia 12 de janeiro, 540
barcos reuniram-se em frente às marinas
localizadas na Barra de São Miguel e navegaram cerca de
30 minutos até a famosa Praia do Gunga, considerada
uma das dez praias mais bonitas do Brasil.
Essa foi a quinta edição do evento que no início tinha
como objetivo apenas confraternizar com os clientes
Phoenix. Porém, outras oportunidades surgiram. “O
Lopana Phoenix Fest já entrou para o calendário de
eventos náuticos no Nordeste”, conta Edvan Moraes
Junior, diretor do Estaleiro Phoenix. “O que começou
como uma confraternização entre proprietários de
lanchas Phoenix se transformou numa festa de grandes
proporções, com a participação de centenas de barcos,
jets e até mesmo de pessoas que acompanham da praia.”
Além disso, é uma grande oportunidade de novos
negócios e fidelização. “Temos observado cada vez mais
nesse evento que de fato a compra por impulso existe”,
comenta Edvan. “O pessoal compra barco só para a
j
O LOPANA PHOENIX
FEST JÁ ENTROU PARA O
CALENDÁRIO DE EVENTOS
NÁUTICOS NO NORDESTE
Barcos navegaram até a famosa Praia do Gunga
U
34. MUNDO NÁUTICO LOPANA PHOENIX FEST
Mais de 500 barcos participaram da festa
O OBJETIVO DOS
ORGANIZADORES É TORNAR
O EVENTO ITINERANTE,
A CADA DOIS MESES EM UMA
PRAIA DIFERENTE
34 PERFILNÁUTICO
festa. Este ano antecipamos a divulgação e
isso motivou a venda de 20 lanchas, número
maior do que no ano passado.”
Foi criado um ambiente para que o cliente
veja todas as lanchas. “É uma oportunidade
única para o cliente poder avaliar 14 modelos
ao mesmo tempo na água e já visualizar a
próxima lancha que ele quer comprar”,
comenta Pedro Senna, marketing da
Phoenix. “A reunião dos clientes Phoenix
cria um espírito de grupo no proprietário,
que se sente parte da marca e mais confiante
no produto que possui.”
Com tanto sucesso, o objetivo dos
organizadores é tornar o evento itinerante
e a cada dois meses realizá-lo em uma praia
diferente. Segundo Pedro Senna, João Pessoa
e São Luís são cidades potenciais para
receber o evento. “É uma alegria muito grande
para nós da Phoenix ver que a festa funciona como
um termômetro do que nossos clientes pensam dos
nossos produtos e perceber de que maneira interagem
com eles”, aponta Edvan Moares. “Mais que uma
simples confraternização, é uma oportunidade de
aperfeiçoarmos nossas lanchas, vendo de perto e ao
mesmo tempo todos os nossos modelos na água. Temos
uma equipe que faz isso, tomando notas e observando
como podemos melhorar. Em 2014 temos certeza de que
a festa será ainda maior.” S
A reunião dos clientes Phoenix cria um espírito de grupo e gera fidelização da marca
35. QUANDO VOCÊ TEM
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37. PERFPILENRÁFUILTNICÁOU T3ICO7 37
Quando a cadeira
de combate é tão ou
mais importante que
a do timoneiro da
embarcação, pelo
menos do ponto
de vista do pescador
Por Guilherme AQuino
38. CaPa PESCA ESPORTIVA
Iate de pesca esportiva: condições favoráveis para uma boa pescaria
38 PERFILNÁUTICO
luta do homem
contra a
natureza
está melhor
representada
nas páginas do
livro O Velho e o
Mar, do escritor Ernest Hemingway,
um clássico da literatura. O pescador
Santiago sobe a bordo da sua canoa
disposto à redenção depois de uma
maré alta de azar, sem fisgar nada
por meses a fio. Sua tenacidade
oferece como prêmio uma batalha
épica entre o personagem literário e
um grande espadarte.
Dificilmente o final da história
seria o mesmo se a embarcação
simples de Santiago fosse um
moderno iate de pesca esportiva
oceânica. Com certeza seria outra
história. Como tantas, de pescador
ou não, que são contadas em verso
prosa e imagens – através das
fotografias e das gravações amadoras
das câmeras e telecâmeras instaladas
no celular ou no tablet, sempre a
bordo – nas mesas dos bares e dos
restaurantes dos clubes, das marinas
ou dentro do próprio iate de pesca
esportiva. Este tipo de embarcação
faz parte de uma categoria náutica
que se distingue das demais não
apenas pela missão de proporcionar
condições favoráveis para uma
boa pescaria, mas também pela
versatilidade, pelo design e por ser
capaz de se adaptar aos diferentes
aspectos e necessidades desta
modalidade de pesca e transformar
em realidade os sonhos de uma
aventura inesquecível. Esse iate
deve ser robusto, confortável, veloz
e preparado para navegar nos mares
em busca de espécies que colocam
à prova extrema a habilidade,
a paciência e a resistência do
pescador.
a
39. PERFILNÁUTICO 39
Santiago “consumiu” três dias e
cerca de cem páginas para domar
o seu espadarte, de 5 metros de
comprimento e 700 quilos, reduzido
a uma longa e leve espinha devido
ao ataque dos tubarões durante o
retorno à casa. Eram outros tempos
e condições.
cAdA PescAdor no seu bArco
Hoje, mesmo com toda a tecnologia
e a segurança à disposição, ainda
é o fator humano que regula a
intensidade física e emotiva de
uma boa pescaria, em companhia
dos amigos, ou da família, ou
sozinho; é a chamada pescaria
“hardcore”, na qual o mar se
transforma numa verdadeira
arena. E até a escolha do tipo de
pescaria – um programa de família
aos domingos ou uma “caçada” ao
limite da obsessão, enfim... uma
recreativa e outra desportiva – pode
influenciar na decisão de optar por
um específico iate.
AindA é o
fAtor humAno
Que reGulA A
intensidAde
físicA e
emotivA
de umA boA
PescAriA
Alguns fatores devem pesar
na decisão de embarcar neste ou
naquele barco. A começar pela
existência de um flybridge, pelas
dimensões e divisões do deque
de popa, pela presença ou não de
uma torre de observação instalada
a bordo, pela localização do
cockpit e de seu acesso, isolado
ou escamoteável, à cozinha. Estes
podem ser detalhes pequenos, mas
que, ao final, podem fazer uma
grande diferença entre o paraíso e o
limbo purgatório, para não escrever
sobre o inferno de uma pescaria. j
PERFILNÁUTICO 39
40. CaPa PESCA ESPORTIVA
Um Vicem 57, um Hatteras GT
63 e um Bertram 80 são alguns
exemplos, em ordem de grandeza,
de barcos de pesca esportiva
fabricados fora do país, criados para
os diferentes tipos de pescarias. E
eles são os meios que justificam os
fins. O primeiro foi concebido sob
medida para transformar a pescaria
num agradável, casual e divertido
passeio de confraternização para os
amigos e os parentes. Na dúvida,
o peixe já foi até embarcado no
frigorífico e a grelha acendida com
antecipação. O segundo representa
um iate de “batalha”, quase
espartano na aparência agressiva,
mas que não abre mão da elegância
AlGuns
fAtores
devem PesAr
nA decisão
de embArcAr
neste ou
nAQuele
bArco
da decoração interna aliada às
necessidades dos pescadores
competitivos, os “anglers”, ou
seja, os homens de mar que vão à
caça e não voltam de mãos vazias.
Já terceiro é ideal para os adeptos
da pesca tradicional oceânica e, ao
mesmo tempo, amantes de todo o
luxo à disposição.
o homem e o Peixe
É necessário lembrar que o peixe
está no seu meio ambiente natural.
O homem é um intruso e precisa
equipar-se bem para entrar no
“jogo”. O raciocínio é simples, mas
não pode ser dado por descontado. A
batalha para levar um determinado
peixe para a panela pode atravessar
uma madrugada ou um dia
ensolarado, durando horas a fio,
40 PERFILNÁUTICO
j
42. CaPa PESCA ESPORTIVA
sob um manto estrelado ou debaixo
de um sol forte. É um jogo de gato e
rato, em alto-mar. Em muitos casos
ele provoca a exaustão dos dois
adversários, o homem e o peixe.
Poucas emoções se comparam
àquela de fisgar um grande marlim
-azul e sentir o carretel do molinete
42 PERFILNÁUTICO
girar fortemente, os puxões e
os esticões que o peixe provoca
na linha, como se enviasse uma
mensagem em código a ser decifrada
pela sensibilidade do pescador,
determinando a sua estratégia para
não perdê-lo e trazê-lo a bordo,
inteiro, ainda vivo apenas em tempo
de admirar nos olhos a coragem de
tanta valentia alimentada pelo seu
instinto de sobrevivência, que o faz
lutar até conseguir romper a linha
ou ser içado para o barco.
Se pensar que um espadarte
pode nadar a mais de 600 metros
de profundidade... tem que
dar linha e suor para capturar
este “agulhão” que, entre os
“indivíduos” de sua espécie,
apresenta a maior tolerância às
diferenças de temperatura na água,
dos 5 aos 27 graus centígrados, e é
encontrado, principalmente, nas
costas das Regiões Sul e Sudeste
do Brasil, além de ser muito
“cosmopolita” e, por isso mesmo,
presente nas águas tropicais e
temperadas de todos os oceanos.
eQuiPAmentos e Acessórios
Ao contrário dos tantos Santiagos
de hoje, frequentadores assíduos
ou esporádicos dos iate clubes
espalhados pelo mundo, o
personagem de Heingway tinha
Salão principal da Bertram 80, para pescadores e convidados
42 PERFILNÁUTICO
43. bertrAm 80, PArA os AdePtos
dA PescA oceânicA e AmAntes de todo
o luxo à disPosição
PERFILNÁUTICO 43
apenas a astúcia, a determinação e
a força dos braços para combater
contra o vento, as ondas, a corrente
marinha, os predadores da sua presa
e, principalmente, a resistência
do peixe arrastando a canoa para
longe da costa.
Hoje os donos de iates contam
com um vasto arsenal para regular
o tempo de batalha entre os dois
adversários, como por exemplo os
poderosos motores que, engrenados
à frente ou em marcha à ré, podem
aumentar o cansaço do marlim
-azul, do peixe-espada, do atum e
de outros peixes duros na queda. Os
barcos também estão equipados com
aparelhos sofisticados, semelhantes
ao sonar, de alta precisão e que
ajudam a localizar as presas, estejam
elas em cardumes ou isoladas, no
caso dos preciosos pelágicos, como o
peixe-espada.
Fazem a diferença os tipos de
caniços, as carretilhas, as linhas
de multifilamentos ou fios de aço,
as iscas artificiais ou naturais e,
principalmente, na popa, os espaços
destinados a estes acessórios e a
outros, como as caixas, fixas ou
móveis, para guardar os peixes,
além dos chuveiros de água doce
e salgada para os diversos usos.
Isso sem falar do conforto a bordo
e das possibilidades logísticas de
locomoção dentro de um campo de
pesca pré-estabelecido, ou seja, em
águas profundas ou não, com fundo
de pedra ou de areia, longe ou perto
da costa, com ou sem a terra à vista.
Ao fim, entre um mar de opções,
vence aquela que privilegia a
personalidade de cada pescador,
mais inclinado ou menos disponível
ao sacrifício de duelar com um
peixe tão valente. Uma batalha que
pode beirar as raias de uma incrível
invenção literária, ou história de
pescador, mas encontra respaldo
em relatos de testemunhas e de lutas
documentadas de cinco, seis horas
contra um espadarte. Claro, isso
sempre que a pesca for de superfície.
Pois a caça submarina requer outros
requisitos, como um bom fôlego
para os mergulhos em apneia em
profundidade e todas as facilidades
Cozinha equipada para o preparo do peixe fisgado
j
44. 44 PERFILNÁUTICO
hAtterAs Gt
63, PArA os
homens de
mAr Que vão
à cAçA e não
voltAm de
mãos vAziAs
a bordo para exercê-la da melhor
maneira, como a presença de
um bom tênder para transportar
a ação para o mais perto possível
da toca da garoupa.
Põe o cinto
“Coloca o cinto nele”... é a frase
que revela o início de uma batalha
do pescador com o pescado ainda
embaixo da água e distante do
barco. A adrenalina sobe a bordo.
Ajeita-se a cadeira de combate,
neste caso tão ou mais importante
que a do timoneiro da embarcação,
pelo menos do ponto de vista
do pescador. A vara enverga e
testa a flexibilidade do molinete.
A preparação física e mental do
pescador, as condições do mar e
a força do peixe são as principais
variáveis que influenciam o
resultado deste duelo. Os olhos
perlustram o horizonte em busca
de um sinal do adversário, um salto
furtivo de uma desafiante e corajosa
apresentação, diante de um destino
do qual dificilmente a presa escapará
com vida. Dependendo do peixe e
do uso do motor do iate - para
cansá-lo ou recolhê-lo quando
afunda, esgotado e sem forças devido
ao esforço – um duelo pode levar
minutos ou horas intermináveis.
Cada instante desta batalha é capaz
de dilatar o tempo ao infinito. Esta é
uma das razões pelas quais um iate
desenhado para a pesca esportiva
precisa ter como acessórios de
série alguns equipamentos que são
apenas opcionais em outros tipos de
embarcações criadas somente para o
CaPa PESCA ESPORTIVA
45. PERFILNÁUTICO 45
lazer, como as cadeiras giratórias de
combate, os locais para o apoio dos
molinetes, por exemplo. O espaço
amplo e a divisão do poço de popa
também são fundamentais para
proporcionar a melhor fluidez nas
atividades de pesca, assim como as
amuradas concebidas para receber
os molinetes. A captura de um
grande exemplar de uma espécie
pelágica (um agulhão, para
citar apenas um) provoca uma
movimentação frenética a bordo,
principalmente no instante de
içá-lo. Todas estas operações exigem
muita energia e, por isso mesmo, não
se pode abrir mão do conforto para
recuperá-las depois.
O ideal é usar um iate “híbrido”,
capaz de realizar atividades
esportivas e de ser muito prático,
ágil, sem dar por descontadas as
exigências de uma embarcação
de lazer, com toda a comodidade
possível. As instalações precisam
ter tudo para transformar a estadia
Um iate de batalha, mas que não abre mão da elegância da decoração interna
de um ou vários dias em uma
experiência inesquecível. Já que
a boa comida – o peixe fresco – é
praticamente uma garantia após
a clássica fotografia do “troféu”
da pescaria. As salas de jantar e
as cozinhas bem aparelhadas e
de fácil circulação são condições
primordiais para uma conclusão, da
melhor maneira possível, de uma
viagem de pesca.
Os salões com grandes vidraças
devem ser elementos integrantes do j
46. projeto do barco de pesca esportiva.
E não somente por uma questão
estética e funcional – a iluminação
natural do ambiente interno –,
mas também como uma espécie de
cenário interativo, entre quem está
no palco das atividades de pesca e
a plateia a bordo. Luzes especiais
para a pescaria noturna também
devem estar presentes. As bases de
apoio para a preparação das iscas,
além de locais para armazenar
o pescado são importantes para
potencializar ao máximo as ações
da pescaria, do começo ao fim.
O bem-estar a bordo também
46 PERFILNÁUTICO
depende de alguns equipamentos de
ponta, como sistemas automáticos
de estabilizadores baseados no
giroscópio mecânico, que minimizam
as eventuais sensações de enjoo ou de
cansaço com o iate a baixa velocidade
ou em manobras de ancoragem,
principalmente sob impacto de
grandes ondas de um mar agitado.
Estes aparelhos variam de
barco para barco e representam
a nova aplicação para uma velha
tecnologia conhecida desde a virada
do século 19 para o 20. Para os iates
em movimento em mares fortes,
as alhetas hidrodinâmicas são
suficientes para diminuir o balanço
e proporcionar uma navegação
mais “estática” e estável. O ideal é
combinação dos dois sistemas para
a produção dos melhores resultados
em termos de estabilidade.
PescAriA consciente
Os atuais iates de pesca esportiva
nada têm a ver ou pouco têm em
comum com os seus ancestrais...
canoas (os primeiros achados
arqueológicos datam de 9 mil anos
atrás) e jangadas, pirogas e caiaques
que moviam-se apenas com as
correntes, as remadas e o sopro dos
CaPa PESCA ESPORTIVA
47. A evolução dAs embArcAções seGue
os PAssos e As necessidAdes do homem,
básicAs ou suPérfluAs
PERFILNÁUTICO 47
ventos. A evolução das embarcações
segue acompanhando os passos
e as necessidades do homem,
básicas ou supérfluas. A tecnologia
transformou-se numa faca de dois
gumes. Dependendo da forma como
é utilizada, o pescador pode ameaçar
uma espécie de extinção. A luta entre
o homem e o peixe está cada vez mais
desigual. Por isso, antes de partir para
uma pescaria em alto-mar, é preciso
se informar sobre as regras que foram
criadas para limitar os danos ao
meio ambiente, como os períodos de
desova, os tamanhos mínimos para a
captura de uma determinada espécie
e, assim mesmo, para o consumo
próprio. Somente desta forma os
pescadores e os pescados podem
continuar a conviver e a fazer parte
da mesma cadeia alimentar.
A história da pesca esportiva
nasceu no começo de 1800. E para
ela continuar é preciso preservar.j
Bonito e preparado para navegar em busca do melhor peixe
48. CaPa PESCA ESPORTIVA
hobby e lazer,
subsistênCia e
Profissão
A PescA é umA dAs AtividAdes ProdutivAs
mAis AntiGAs dA humAnidAde. hoje é tAmbém
umA PráticA de lAzer recomendável, em áGuA
doce ou sAlGAdA Por AmAndA KAsecKer e mArcelo budA
48 PERFILNÁUTICO
48 PERFILNÁUTICO
49. j
PERFILNÁUTICO 49
PERFILNÁUTICO 49
e acordo com
o Ministério
da Pesca e
Aquicultura,
os recursos
pesqueiros
marítimos,
costeiros e continentais constituem
importante fonte de renda, geração
de trabalho e alimento e têm
contribuído para a permanência
do homem no seu local de origem.
Dentro desse contexto, a pesca pode
ser dividida em três categorias:
artesanal, industrial e amadora.
PescA ArtesAnAl
O pescador artesanal é aquele
profissional que, devidamente
licenciado pelo Ministério da Pesca
e Aquicultura, exerce a pesca com
fins comerciais, de forma autônoma
ou em regime de economia familiar,
com meios de produção próprios
ou mediante contrato de parcerias,
desembarcada ou com embarcações
de pequeno porte. Para a maior parte
deles, o conhecimento é passado
de pai para filho ou pelas pessoas
mais velhas e experientes de suas
comunidades. Do total de cerca de
970 mil pescadores registrados, 957
mil são pescadores e pescadoras
artesanais, segundo dados de
setembro de 2011. São produzidos
no Brasil 1 milhão e 240 mil quilos de
pescado por ano, sendo cerca de 45%
dessa produção oriunda da pesca
artesanal.
PescA industriAl
Trata-se de uma atividade de base,
fornecedora de matéria-prima para
as grandes indústrias de centros
de distribuição de alimentos. A
pesca industrial caracteriza-se
D
50. CaPa PESCA ESPORTIVA
Pesca artesanal: fins comerciais ou em regime de economia familiar
em função do tipo de embarcação
empregada (médio e grande
porte) e da relação de trabalho dos
pescadores que, diferentemente
do segmento artesanal, possuem
vínculo empregatício com o
armador de pesca (responsável pela
embarcação). A pesca industrial
é composta por cerca de 5 mil
50 PERFILNÁUTICO
embarcações, envolvendo 40 mil
trabalhadores somente no setor de
captura. Os principais portos de
desembarque estão localizados nos
municípios de Belém (PA), Camocim
(CE), Natal (RN), Vitória (ES), Rio
de Janeiro e Niterói (RJ), Santos e
Guarujá (SP), Itajaí e Navegantes
(SC) e Rio Grande (RS).
PescA AmAdorA
A pesca amadora, também
conhecida como pesca de lazer,
segundo portaria do Ibama,
refere-se a um esporte, é praticada
por pessoas que não dependam
dela economicamente e pode ser
considerada como um hobby.
O Brasil tem as condições
mais propícias para se tornar um
dos principais destinos da pesca
amadora em todo o mundo, já que
conta com mais de 12% de toda
a água doce do mundo e 8 mil
quilômetros de costa. Para praticá
-la é necessário que o pescador
tenha ao menos uma vara, contando
ainda com o uso de carretilhas ou
molinetes, linha de pesca e anzol.
Este material pode ser utilizado
em água doce, salgada ou salobra,
com o auxílio de iscas.
PescA esPortivA
Dentro da categoria de pesca
amadora está a pesca esportiva,
que consiste na prática do “pesque
e solte”. Para praticá-la de forma
regular, é necessário que se tenha
uma licença. Este documento
não está vinculado ao lugar em
que se deseja pescar, podendo ser
pesqueiros, rios, mares, lagos ou
manguezais. Caso você não tenha
a documentação exigida para esta
Pesca industrial: matéria-prima para as grandes indústrias
51. j
A multA PArA Quem não tem licençA
PArA PrAticAr A PescA esPortivA Pode
vAriAr de r$ 500 A r$ 2 mil
PERFILNÁUTICO 51
atividade, estará sujeito uma multa
que pode variar de R$ 500, a R$ 2
mil. Dentre os estilos ainda de pesca
amadora estão a pesca de arremessos
(com carretilha), com mosca (tipo
de isca), de barranco (no barranco),
de praia (na praia) e embarcada
(com barco).
Na pescaria com embarcações,
o pescador vai em busca do peixe,
podendo alcançar cardumes e uma
variedade de espécies e de tamanhos.
Para encontrar um bom ponto de
pesca, é fundamental estar bem
equipado, e isso quer dizer também
estar bem embarcado. Para a pesca
de fundo, por exemplo, o ideal é
ancorar sobre parcéis, naufrágios
ou cascalhos. É importante ter um
GPS, sonar ou fishfinder, aparelho
desenvolvido especialmente para
detectar cardumes. Dicas com os
pescadores da região também podem
facilitar bastante.
A segurança como sempre deve
ter atenção especial, e não somente
com os equipamentos de salvatagem.
A primeira providência é consultar
as condições meteorológicas, pois
nunca se deve navegar em condições
adversas. Lembre-se de que a
quantidade suficiente de cabo para
o ferro ou âncora deve ser no
mínimo três vezes a profundidade do
local de pesca, o combustível deve
ser calculado para navegar
pelo menos 50% a mais do que
percurso planejado e a água potável
deve ser suficiente para vários dias,
mesmo que a pescaria dure
apenas uma tarde.
Verifique se tudo está
funcionando perfeitamente na
embarcação, especialmente o rádio
VHF para comunicação com outras
embarcações e com quem está em
terra. Nas próximas páginas, a
Perfil Náutico apresenta algumas
embarcações disponíveis no
mercado brasileiro.
LICENÇA PARA PESCA ESPORTIVA
Para quem gosta de passar o tempo em alto-mar, nada mais aconselhável
do que um bom dia de pesca. A pesca esportiva é uma modalidade de lazer ou esporte,
na qual os peixes capturados são devolvidos à água. É permitida apenas a utilização
de iscas artificiais. A prática, como qualquer outra de pescaria, só pode ser exercida
mediante uma licença emitida pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. A licença varia
conforme a categoria:
A (desembarcada): pescaria em beira de rios, pontes, etc.
B (embarcada): pescaria em embarcações
C (subaquática): pescaria dentro d’água
Mais informações no site: www.mpa.gov.br.
52. CaPa PESCA ESPORTIVA
APesAr dA “mAturidAde”, A cArbrAsmAr
41 está lonGe de ser APosentAdA ou se
tornAr obsoletA
52 PERFILNÁUTICO
53. A Carbrasmar 41 é uma prova de que modelos antigos resistem ao tempo e podem continuar sendo competitivos. Projetada
pelo renomado Joaquim Kuster, começou a ser comercializada em 1986 e tornou-se um ícone para a pesca oceânica esportiva.
Adequada às características da costa brasileira, pelo que tudo indica, apesar da “maturidade”, a Carbrasmar 41 está longe de
ser aposentada ou se tornar obsoleta. Para manter-se atual, vem passando por algumas modernizações, como no projeto
estrutural – todo em Divinycell e resinas nobres — nos materiais de construção e na iluminação.
O estaleiro Carbrasmar tem acompanhado as tendências da indústria e conseguiu, ao longo dos anos, adequar-se às
necessidades de levar a família a bordo. O modelo 41, por exemplo, é um sportfischerman na hora da competição e uma cruiser
quando a bordo a família. j
PERFILNÁUTICO 53
54. CaPa PESCA ESPORTIVA
A Sedna XF 335 é um barco de pesca esportiva compacto, robusto e de navegabilidade surpreendente, projetado para oferecer o
melhor em desempenho e acomodações para o seu tamanho. Os engenheiros da Sedna trabalharam junto com o estúdio Donald
L. Blount and Associates Inc. para chegar a uma sportfisher com excelente desempenho e que encara condições adversas de
mar. O acabamento do interior da cabine é de alto padrão.
O posto de comando, localizado a estibordo sobre uma plataforma elevada, proporciona os melhores ângulos de visão para
quem está em busca de um bom peixe. Centro de preparação de iscas, tanque de isca viva com água circulante, caixas de peixe
de grande capacidade e com isolamento térmico, gabinetes equipados com caixas e gavetas, porta-varas bem posicionados,
porta-Crocs, porta-bicheiro, entre outros equipamentos, fornecem todos os recursos para muito conforto no cockpit. j
54 PERFILNÁUTICO
55. A sednA xf 335 é umA sPortfisher
com excelente desemPenho e Que encArA
condições AdversAs de mAr
PERFILNÁUTICO 55
56. CaPa PESCA ESPORTIVA
os dois modelos dA flóridA, A 270 e
A 330 oceAn, são ideAis PArA PescA em
Alto-mAr e PAsseios em fAmíliA
56 PERFILNÁUTICO
57. A Flórida 270 é uma lancha de console central, com belo design e belo acabamento, ideal para pesca em
alto-mar e passeios em família. Seus moldes são totalmente usinados em CNC, garantindo o acabamento perfeito,
com alta precisão nos detalhes. Foi lançada oficialmente em janeiro de 2012.
A Flórida 330 Ocean lançada em 2010, do estaleiro Flórida Marine, é uma lancha pesqueira, cabinada, que une
espaço e conforto ao prazer da pesca e dos passeios em família. A proposta é oferecer uma excelente navegação com
seu “V” profundo no casco e um espaço amplo tanto externo como interno. Possui cabine equipada com sofá em U,
cama de casal, banheiro fechado e cozinha. j
PERFILNÁUTICO 57
58. CaPa PESCA ESPORTIVA
Lançada no Brasil em julho de 2012, a Oceania 30WA é um barco para pesca esportiva. Comporta até quatro pescadores em
seu casco com “V” acentuado na proa – adequado para o uso em águas agitadas e de estilo walk-around – que permite a livre
circulação ao redor. Diversos itens de série tornam a lancha bastante completa, com conforto para passeios em até 11 pessoas. O
barco, desenvolvido pelo estaleiro Oceano Yachts, da Espanha, em parceria com a Sailor Brasil, é fabricado na China e tem versões
diferenciadas para Espanha, Noruega, Rússia, Nova Zelândia, Austrália e Brasil, sendo a brasileira a mais completa de todas. j
58 PERFILNÁUTICO
59. diversos itens de série tornAm
A oceAniA 30WA umA lAnchA comPletA,
com conforto PArA Até 11 PessoAs
PERFILNÁUTICO 59
60. CaPa PESCA ESPORTIVA
A F39 Saint-Tropez do estaleiro Fishing é um bom exemplo de um barco que pode ser utilizado tanto para pesca como
para um passeio de fim de semana em família. O projeto, assinado pelos estúdios Donald Blount e Paulo Marques Yacht Design,
traz uma ampla cabine reversível na proa e um solário na parte de cima que acomoda até seis pessoas.
Acessórios para propiciar momentos agradáveis a bordo não faltam: TV digital, DVD player, geladeira duplex, fogão de duas
bocas, churrasqueira e mesa de centro de teca com levantador elétrico. As duas cabines internas acomodam quatro pessoas
confortavelmente, tornando a embarcação ideal para um casal com dois filhos, ou até para dois casais.
60 PERFILNÁUTICO
61. Catamarãs são barcos versáteis, adaptáveis para passeio, turismo, lazer e esportes, como a pesca. É o caso dos modelos
W 260 e W 300 do estaleiro Vom Wasser. Corte macio sobre as ondas, suave grau de impacto, estabilidade, velocidade e ótimo
aproveitamento de espaço são algumas das características.
As embarcações Vom Wasser são produzidas de acordo com as normas da ABNT, utilizando tecnologia da Barracuda
Advanced Composites em materiais compostos com núcleo de Divinycell, que confere ao laminado altíssima resistência com
baixo peso. Os barcos são homologados para mar aberto, são excelentes para navegar em águas desabrigadas e têm autonomia
suficiente. O espaço e o conforto proporcionados em modelos catamarãs são maiores do que os encontrados em monocascos
convencionais. Um catamarã de 40 pés, por exemplo, tem espaço comparado ao de um monocasco de 50 pés. S
PERFILNÁUTICO 61
62. Ferretti 960: cinco cabines, sendo a do armador no deque principal
62 PERFILNÁUTICO
Canal NCanáalu Estpiocrteo
O novo iate Ferretti
960 é a prova concreta
de como é possível
encaixar um colosso de
96 pés em apenas 23,98
metros. O segredo está
na diferença entre o
comprimento “fuori
tutto” e o efetivamente
construído. O resultado é
que a embarcação pode ser
conduzida por um piloto
não profissional. O iate
tem cinco cabines, sendo
uma do armador – pela
primeira vez, no deque
principal – e outras quatro
suítes, rigorosamente
iguais. A zona do flybridge
é um grande spa. Uma
das principais novidades
é a garagem de popa que
pode ser alagada sem
comprometer a função
original de estiva. Ali
também está a “praia”,
instalada sobre uma
plataforma móvel que
facilita o acesso ao mar em
diferentes profundidades.
www.ferrettibrasil.com.br
SILENCIOSO E ECONÔMICO
A nova Tradition Supreme
108 (BK001), do estaleiro
Benetti, segue o caminho
de sucesso da Tradition
105. Com design de
Stefano Righini, os 32,98
metros da embarcação
têm uma estrutura
complexa, e pela primeira
vez na história da frota
Benetti Class deque solar,
roll–bar e hard top foram
construídos usando fibras
de carbono e de vidro.
Os três deques dão um
aumento considerável
nas áreas de convivência
e ainda mais conforto a
bordo. Entre as várias
vantagens do design
estão as varandas laterais,
amplo sky lounge e
imenso sun-deck, criados
para proporcionar ao
proprietário e seus
convidados total
aproveitamento da
vida em alto-mar. Dez
convidados poderão
ser confortavelmente
acomodados em cinco
cabines: uma suíte para
os proprietários no deque
principal e quatro cabines
para hóspedes no deque
inferior.
www.benettiyachts.it
PRIMEIRA
APARIÇÃO
A nova Tradition Supreme: design de Stefano Righini
j
63. VISITE-NOS NO
RIO BOAT
SHOW
2013
de 25 de abril a 01 de maio
stand: P3-9
64. PARCERIA
DE CLASSE
A Silver Arrows Marine
Granturismo é uma
lancha de luxo cheia
de estilo. O projeto é
o resultado da parceria
entre a Silver Arrows
Marine e a Mercedes-
Benz. O modelo, ainda
camuflado, passou pelos
primeiros testes no mar.
O desenho do casco é
inovador e altamente
tecnológico. Nos testes
foi utilizado o sistema
de telemetria da Fórmula
1 para registros de dados.
Equipamentos como
aceleradores e giroscópios,
junto com posicionamento
de GPS, permitem
uma boa avaliação das
habilidade do barco.
www.silverarrowsmarine.com
ESTILO
LIMUSINE
Fabricado pelo estaleiro
norte-americano
Hodgdon Yachts, o
modelo Hull 414 Yacht
Tender foi projetado pela
Michael Peters Yacht
Design, de Sarasota,
Flórida, para ser barco
de apoio de um superiate
de um estaleiro de renome
da Europa. O barco no
estilo limusine tem 10.5
metros de comprimento,
capacidade para 12 pessoas
sentadas e é impulsionado
por um motor Volvo
D6-370, podendo chegar
a uma velocidade
estimada de 32 nós.
64 PERFILNÁUTICO
CaCnaanl Nalá Eustpicoorte
j
www.hodgdonyachts.com
Projeto feito em conjunto pela Silver Arrows Marine e pela Mercedes-Benz
Hull 414 Yacht, da Hodgdon Yachts: barco de apoio de um superiate
65.
66. 66 PERFILNÁUTICO
CaCnaanl Nalá Eustpicoorte
A integração do novo
motor N67 500 com o
inovador sistema de
propulsão da ZF permite
aos motores da Série
NEF da FPT, com seis
cilindros e common rail
eletrônico, estender sua
gama de aplicações. O
sistema compacto e leve
POD Drive ZF assegura
maior velocidade de
cruzeiro, consumo de
combustível reduzido
em até 15%, emissões de
poluentes menores em até
30% e menores custos de
manutenção. j
www.fptindustrial.com
O lançamento da
Kawasaki oferece conforto
e desempenho na medida
certa. O jet ski Ultra
LX 2013 tem espaço
para o condutor e mais
duas pessoas. O tanque
de combustível tem
capacidade para 18 litros
e o motor de 16 válvulas,
com comando duplo
no cabeçote, esbanja
aceleração rápida, suave
e precisa. O Ultra LX
faz parte da série 300 da
Kawasaki.
www.kawasakibrasil.com
ULTRA LX 2013
SISTEMA
INOVADOR
Novo jet da Kawasaki
VOLVO PENTA PREMIADO
REMIADO
O motor de rabeta, movido a gasolina,
é destaque no mercado náutico por
proporcionar melhor aceleração,
excelente resposta em baixas rotações,
operação silenciosa e redução de até
15% no consumo de combustível. O V8-
380 foi premiado pelo Ibex Innovation
Award – o mais importante prêmio da
área de motores marítimos de lazer.
www.volvo.com.br
67.
68. NOVA GERAÇÃO DE ELEVADORES
68 PERFILNÁUTICO
CaCnaanl Nalá Eustpicoorte
O PierPlas EVO,
lançamento da NTC Moldes
e Plásticos, permite a
criação de plataformas
para atracação de barcos
e jet skis, embarque e
desembarque, apoio à
prática de esportes entre
outras aplicações de forma
ágil e intuitiva. O píer é o
único no mundo fabricado
por injeção de plástico, o
que agrega ao produto um
acabamento preciso, leve e
resistente. j
www.pierplas.com.br
O V-Lift é o primeiro
elevador de barco de
flutuação livre para se
encaixar em um espaço
mínimo de três metros de
largura e pode ser instalado
em profundidades entre 3
e 10 pés. Com um simples
acionar de controle
remoto, e com opção de
bateria solar, o V-Lift
pode ser atracado à doca,
dispensando o uso de
defensas, e pode lançar o
barco na água em até 75
segundos e levantá-lo em
até dois minutos.
www.lojadebarco.com.br
LEVE E
RESISTENTE
V-Lift, para profundidades entre 3 e 10 pés
NAVEGAÇÃO MAIS SEGURA
Visando maior comodidade, comunicação e
segurança durante a navegação, a Raymarine
lançou a linha a-Series touchscreen. São displays
de 5,7 polegadas com processador dual core,
“zoom” instantâneo da carta, sonda digital interna
de segunda geração, antena de GPS interna de
50 canais, tela de LED, entrada para antena de
radar digital, interface para exibição dos painéis de
motores e comando remoto sem fios por Bluetooth.
www.marinexpress.com.br
69.
70. DESIGN
E CONFORTO
Cadeira Seagull: dois braços para joystick e controle
70 PERFILNÁUTICO
CaCnaanl Nalá Eustpicoorte
Para os pilotos mais exigentes, a
marca italiana Besenzoni lançou a
cadeira Seagull. O modelo oferece
diversas opções de personalização de
acabamento, tapeçaria e bordados. Os
dois braços grandes são projetados para
acomodar um joystick e controle de
manetes. A cadeira é ideal para viagens
longas, proporcionando o máximo de
conforto para o piloto.
www.besenzoni.it
O Grupo Unicoba,
fabricante e fornecedor de
equipamentos eletrônicos
e soluções em energia,
apresentou a linha Marine,
com produtos da marca
Alpine especialmente
feitos para embarcações.
A qualidade sonora tão
apreciada dentro dos
mais luxuosos carros é
estendida também para
os barcos. A linha Marine
passa por rigorosos
testes de resistência à
corrosão e à infiltração
de água, características
que a tornam ideal para a
utilização marítima. S
www.unicoba.com.br
SOM NÁUTICO
72. MANUTENÇÃO:
REPOUSO DO GUERREIRO
No período pós
-férias, deixe seu
barco seguro e bem
cuidado. Saiba como
escolher uma marina
para hospedar sua
embarcação
POR LEO SUZUKI
72 PERFILNÁUTICO
CaCnaanl Nalá Eustpicoorte
Algumas marinas oferecem opções de vagas secas e molhadas
A alta temporada de verão
está terminando, é hora de
guardar o barco. Para que
ele esteja perfeito e com
excelente navegabilidade
para os próximos passeios,
serviços de manutenção
devem ser realizados,
mesmo quando o barco
vai ficar parado. Por isso
a escolha de uma boa
marina é importante.
Independentemente da
Carlos Henrique Nóbrega,
responsável pela Marina
Baiti, de Itapoá (SC), uma
espuma macia com xampu
náutico biodegradável
é utilizada para não
danificar a base de resina
gelcoat e minimizar os
danos ao meio ambiente.
“Solicite à marina as
especificações técnicas do
produto com a respectiva
certificação e saiba quem
é o engenheiro químico
responsável para evitar
o uso de produtos sem a
devida garantia”, alerta.
Em relação à limpeza
interna, para as
embarcações cabinadas e
com mobiliário, verifique
SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO DEVEM
SER REALIZADOS MESMO QUANDO O BARCO
FICA PARADO
hospedagem, em vaga seca
ou molhada, a limpeza do
interior e do exterior, a
manutenção periódica do
casco, a necessidade de
repintura e o check
-up do porão são alguns
procedimentos primordiais
para assegurar o seu
conforto e a vida útil de seu
barco. Por isso fique atento
aos principais quesitos para
fechar o negócio.
LIMPEZA: DENTRO E FORA
Sempre que a embarcação
retornar do mar, é
necessário efetuar a
limpeza externa e,
quando estacionada na
marina, a lavagem deve
ser executada uma vez
ao mês. De acordo com
73. PERFILNÁUTICO 73
Canal Náutico
j
A lavagem externa do barco deve ser realizada uma vez ao mês
o tipo de produto a ser
utilizado conforme os
materiais de acabamento
interno. Nas embarcações
sem mobiliário, usa-se o
próprio xampu náutico
diluído em água. Para
evitar fungos e mofo,
é aconselhável expor o
barco e os estofados ao
O PORÃO DA EMBARCAÇÃO
Segundo Nóbrega, o que
normalmente é esquecido
durante o processo
de limpeza é o porão
da embarcação. “No
recebimento de novas
embarcações é comum
encontrarmos porões
em estado deplorável,
assim como infestadosde
baratas.” O porão deve ser
dedetizado anualmente.
E na hora de fechar o
negócio, confira se a marina
executa este tipo de serviço.
MANUTENÇÃO DO CASCO
Se a embarcação
permanece em vaga
molhada, é necessária a
manutenção periódica do
casco. A incrustação de
cracas, limo e manchas
está diretamente ligada
às características da água.
De acordo com Adrian
Fuhrhausser, proprietário
do Hotel Marina Canoa
de São Sebastião (SP),
embarcação que navega
em água doce demanda
menos manutenção.
“Na água doce
geralmente cresce limo,
que não necessita de
sol para que a secagem
seja completa. É ideal
conferir se a marina tem
espaço físico para tal
procedimento.
Lubrificação do trim, do motor e engraxamento do eixo do hélice
74. Estrutura de embarque e desembarque
74 PERFILNÁUTICO
CaCnaanl Nalá Eustpicoorte
procedimentos especiais.
Basta borrifar cloro para
ele sair.”
Carlos Henrique
Nóbrega comenta que com
a água salgada a tendência
é que as incrustações
evoluam mais
rapidamente e, quando
há constatação de danos
ao gelcoat, é necessária a
repintura da embarcação.
“A tinta recomendável
é a anti-incrustante,
também conhecida
como ‘envenenada’. A
periodicidade da pintura
depende da velocidade e
intensidade de incrustação
no casco.”
E MAIS...
Além da forma de
executar os serviços,
da periodicidade e dos
produtos utilizados, fique
atento aos principais
procedimentos que
envolvem a colocação e
a retirada da embarcação
do mar. Alguns detalhes
técnicos asseguram o
seu conforto durante a
navegação!
MOTOR
É necessário fazer o
adoçamento do motor
sempre que a embarcação
volta do mar. O
procedimento deve ser
realizado semanalmente,
pois o funcionamento do
motor neste prazo evita
o entupimento dos bicos
injetores.
Observe os
procedimentos
de pulverização e
lubrificação do motor
e do trim (motor com
inclinação) para evitar
riscos de emperramento.
Adoçamento do motor, depois que a embarcação volta do mar
75. PERFILNÁUTICO 75
Canal Náutico
Alguns barcos ficam guardados mais tempo em vaga seca
Veja o engraxamento
das velas, dos polos da
bateria e da suspensão da
carreta. A pulverização do
motor, segundo Nóbrega,
deverá ser executada
com lubrificantes sem
petróleo, como vaselina
líquida ou silicone, para
evitar o ressecamento
das borrachas. Este
procedimento deve ser
realizado bimestralmente,
protegendo o motor
de arranque e a área
de injeção durante a
execução. “Constate se
as velas dos motores,
os polos das baterias e
o eixo do hélice foram
engraxados com graxa
náutica branca para evitar
a oxidação”, recomenda
Nóbrega. “O hélice, não
engraxado, pode grudar
no eixo, impossibilitando
sua retirada, caso haja
necessidade de troca.”
As carretas
também são itens que
demandam cuidados. Os
equipamentos possuem
peças metálicas que estão
em constante contato
com a água e devem ser
lavadas com água doce e
engraxadas.
ABASTECIMENTO
Primeiramente, verifique
se a marina possui a
licença ambiental e o
certificado de Posto
Revendedor da Agência
Nacional de Petróleo
(ANP). Certifique-se
da procedência do
combustível, pois o
prazo de validade se
esgota após três meses –
perdendo a octanagem
e produzindo uma borra
FIQUE ATENTO AOS PROCEDIMENTOS
DE COLOCAÇÃO E RETIRADA DA
EMBARCAÇÃO DO MAR
j
76. 76 PERFILNÁUTICO
CaCnaanl Nalá Eustpicoorte
que compromete o
funcionamento do motor.
NA HORA DE FECHAR
O NEGÓCIO...
Carlos Henrique Nóbrega
alerta sobre a importância
dos documentos para
formalizar os serviços
da marina. “A marina
deve ter prontuário das
embarcações onde são
registrados todos os
serviços efetuados, e
estes são encaminhados
mensalmente ao
proprietário junto com o
boleto de pagamento.
” Ele ainda ressalta a
atenção ao contrato e
ao regimento interno
para verificar se consta a
totalidade dos benefícios
propostos.
Quando for escolher a
marina ideal para deixar
sua embarcação, Adrian
Fuhrhausser sugere um
local que combine com sua
personalidade. “Se gosta
de pescar, hospede seu
barco em uma marina onde
haja maior concentração
de pescadores. Se é
empresário, tem vida
agitada e gosta de um
passeio rápido com
amigos e família, procure
uma marina que tenha
clientes com o seu
perfil.” No entanto,
independentemente da
marina, procure por
profissionais que deem o
suporte e o direcionamento
corretos para a navegação.
Isso o deixará seguro
para aproveitar todas
as sensações que o mar
oferece.
Visite pessoalmente
algumas marinas para
conhecer a infraestrutura,
os profissionais e os
serviços disponíveis. Saiba
se é legalizada perante
os órgãos ambientais,
capitania dos portos e
prefeitura, e cronometre
o tempo para chegar até
o local. Com a certeza
de que seu barco está
protegido e bem
cuidado, aproveite
todos os prazeres da
vida a bordo! S
A MARINA DEVE ENCAMINHAR O PRONTUÁRIO
DA EMBARCAÇÃO MENSALMENTE AO
PROPRIETÁRIO
SERVIÇO
BAITI
Localizada na Baía de
Babitonga, entre as cidades
de São Francisco do Sul e
Joinville, Santa Catarina.
SITE: www.baiti.com.br
CANOA
Localizada na Barra do Una,
em São Sebastião, litoral
norte de São Paulo.
SITE: www.canoa.com.br
A escolha da marina ideal depende da personalidade do proprietário do barco
77.
78. 78 PERFILNÁUTICO Canal do Construtor
Canal Esporte
A maioria dos barcos é construída em sistema sandwich
COLANDO A VÁCUO PARTE 1
Barcos construídos
em sistema sandwich
têm costado, convés
ou qualquer outra
parte plana do casco
mais rígidos
POR JORGE NASSEH
JÁ FOI O TEMPO EM QUE ERA ACEITÁVEL TER
UM BARCO CONSTRUÍDO COM FIBRA SÓLIDA E
QUE TIVESSE UM COSTADO FLEXÍVEL
Uma as principais
preocupações para quem
compra e usa barcos é com
a rigidez do casco. Já se
sabe que um casco flexível
gera vibração, ruído e,
no final, também navega
mal. Já foi o tempo em que
era aceitável ter um barco
construído com fibra sólida
e que tivesse um costado
flexível. Você aperta e ele
flete facilmente, talvez não
quebre, mas, enquanto o
barco estiver navegando
e colidindo com ondas,
vai oscilar e vibrar. Isto
é construída em sistema
sandwich, o que permite
aumentar a rigidez do
costado, do convés ou de
qualquer outra parte plana
do casco sem aumento
de peso relevante. As
espessuras das espumas
sandiwch nestas áreas
variam entre 10 mm e
75 mm, dependendo do
comprimento do barco e
de alguns outros fatores.
Para garantir a colagem
da espuma sobre o
laminado, normalmente
o fabricante emprega
um sistema manual para
compactar as placas de
também acontece muito
nas partes planas do
convés sujeitas a tráfego
de pessoas. Algumas delas
são tão finas que fletem
quando alguém passa.
Talvez não quebrem,
mas a sensação não é
boa e quem navega sabe
que mais cedo ou mais
tarde aquela flexibilidade
excessiva vai gerar algum
outro problema. A maioria
dos barcos, atualmente,
79. PERFILNÁUTICO 79
Canal do Construtor
Jorge Nasseh
As espessuras das espumas sandwich variam dependendo do barco
O MÉTODO DE COLAGEM A VÁCUO É
O ÚNICO 100% EFICIENTE PARA LAMINADO
RÍGIDO PELO RESTO DA VIDA
usada tanto pelo amador
quanto pelo profissional.
O princípio da técnica é
simples: consiste apenas
de uma bolsa plástica
selada no perímetro do
molde de onde o ar é
retirado por uma bomba
de vácuo. A diferença
de pressão nas duas
faces do filme plástico
cria uma força externa
ao longo do laminado
sobre o molde, em que
o objetivo principal é
aumentar a adesão do
material sandwich sobre
as faces de fibra e evitar
espaços vazios na linha de
colagem.
O método requer
a utilização de alguns
produtos descartáveis
para poder compactar
perfeitamente o
laminado. Estes produtos
normalmente não devem
ser reutilizados, o que
implica em um custo
adicional para se construir
um laminado a vácuo, mas
o benefício de redução de
peso, o menor consumo de
resina e a alta resistência
do laminado compensam.
Na próxima edição
falaremos sobre a seleção
dos materiais para a
laminação. S
espuma sobre o adesivo e a
camada externa no casco,
a infusão a vácuo ou um
sistema de pressão que
pressione constantemente
o material sandwich
contra um laminado já
curado através de um
adesivo à base de resina
poliéster ou epóxi.
Estes são os melhores
sistemas de colagem
que podem existir.
Uma pequena falha de
laminação, uma camada
de adesivo não curada,
uma colagem mal ajustada
ou uma adesão instável
podem ocasionar um
problema estrutural em
um barco. É claro que
muitos destes problemas
podem não acontecer se a
frequência de uso for baixa
ou quando usado apenas
em águas abrigadas. Mas
se este não for o caso? E
se um dia uma situação
climática inesperada
acontecer? Quem estaria
disposto a pagar para ver?
Embora a laminação
manual ofereça boa
resistência ao laminado,
a etapa de colagem do
material sandwich do
casco, das anteparas, do
convés ou de qualquer
outra parte estrutural
é bem mais crítica.
Certamente o método de
colagem a vácuo é o único
que irá produzir uma
colagem 100% eficiente e
um laminado rígido pelo
resto da vida.
O modo mais eficiente
de aplicar a pressão sobre
um laminado e o mais
comum em projetos de
construção de barcos é
o uso da bolsa de vácuo,
técnica que pode ser
80. CANAL DÉCOR DECORAÇÃO NÁUTICA E SOFISTICAÇÃO A BORDO
PALOMA CHRISTIANSEN
80 PERFILNÁUTICO
CanaCal nDal Eéspcoroter
Os acessórios dão charme à decoração, independentemente do estilo
Desde pequena Paloma
Christiansen, hoje com
22 anos, procurou a
independência. Além da
fotografia como hobby,
cursou Publicidade, Design
de Produtos e encontrou
sua grande paixão no
design de interiores.
Paloma tem um blog
chamado Tips and Secrets,
no qual compartilha
suas criações, dá dicas
da Perfil Náutico decorar o
seu barco. “Os acessórios
são os responsáveis
por dar o charme a
mais na decoração
de sua embarcação,
independentemente do
seu estilo”, comenta. “Não
podem faltar quadros,
almofadas e objetos que
remetam ao mar, fazendo
o link do ambiente
externo com o interno.
É o caso de artefatos
com corais, conchas,
NO BLOG TIPS AND SECRETS, PALOMA DÁ
DICAS DE DECORAÇÃO E INTERAGE COM OS
INTERNAUTAS
de decoração e interage
com os internautas. Em
sua descrição, ela revela
bem sua personalidade:
“Gosto da mudança, do
único, do louco, do novo.
Desde pequena picotando,
pintando e inovando.”
Paloma Christiansen, deu
dicas preciosas para o leitor
Ideias
contemporâneas,
cheias de estilo e
bom gosto
81. PERFILNÁUTICO 81
Canal Décor
Ambiente harmônico e aconchegante
barquinhos, entre
outros.” De acordo com
a designer, é importante
sempre prezar por um
ambiente harmônico e
aconchegante, que alie
leveza, tranquilidade,
conforto, vida e alegria.
Fique atento para não
cometer erros em sua
decoração. Os mais
frequentes, segundo
Paloma, são as misturas
de cores extravagantes e
materiais pesados. “Muita
informação acaba tirando
a leveza e o luxo do
ambiente.” j
SERVIÇO
E-MAIL: paloma@ferrettibrasil.com.br
BLOG: www.tipsandsecrets.com.br
FACEBOOK: Tips Secrets
82. DESIGN, ESTILO
E CONFORTO X
O pufe Shell é um dos
novos lançamentos da
designer italiana Paola
Lenti. Disponíveis em mais
de 60 opções de cores e
combinações, as peças são
feitas para quem gosta de
desfrutar de um ambiente
estiloso, alegre e confortável.
Os pufes são acessórios
exclusivos na decoração dos
iates Ferretti.
www.toolsandtoys.com.br
82 PERFILNÁUTICO
CaCnaanla Dl éEcspoor rte
CORES E
MATERIAIS Y
Toda a decoração da
Portofino 35 Fly foi planejada
pela Estilo a Bordo. A empresa
da designer de interiores
de iates Isabella Angeloni
conseguiu harmonia entre
cores e materiais. As cores
fortes seguem as tendências
internacionais, dando um ar
moderno e leve ao mesmo
tempo. A cozinha é equipada
com tampa e pia de Corian,
da DuPont, um material
levíssimo e resistente. S
www.estiloabordo.com
TECIDOS RUBELLI Y
Na Azimut 70, tão magnífico
quanto a visão que se tem
para o mar é o acabamento
do salão principal. Os
revestimentos dos assentos
e sofás trazem a elegância
de uma das mais sofisticadas
marcas de tecidos do
mundo – a italiana Rubelli.
A empresa, que nasceu em
Veneza em 1858, produz
tecidos para decoração
de altíssimo padrão e dita
tendências para o design
textil mundial.
www.rubelli.com
A NATUREZA E
SEU DESIGN W
A mesa de centro “Dois
Irmãos”, da Arte Floresta, é
uma obra da natureza que
prestigia as formas orgânicas
do lenho. Elaborada com
madeira vinhático, a elegante
decoração proporciona
excelentes composições de
ambientes. Pode-se usar
como uma mesa ou como
dois práticos bancos.
www.artefloresta.com.br
83.
84. ALGUM DESSES PODE SER O S EU PRÓXIMO BARCO
ÍNDICE
No último mês conversamos com cinco estaleiros para preparar a seção
Perfil desta edição. Com eles buscamos informações sobre alguns barcos que
nos chamaram a atenção por ter algum diferencial, ser um lançamento ou
uma embarcação consagrada. De Santa Catarina, apresentamos a história
da Ocean Life e a linha de produção das lanchas Evolve. Os Perfis da Valent
210, da Bayliner 350 SE, da Portofino Fly 35 e da Azimut 70 também estão
traçados nas próximas páginas. Confira!
84 PERFILNÁUTICO
VALENT 210
Para quem busca uma embarcação pequena,
mas que tenha grandes qualidades
BAYLINER 350 SE
No mar ou em água doce, uma lancha para a
família e para a prática de esportes
PORTOFINO FLY 35
Inspirada no design de um carro esportivo,
destaque também para o flybridge
AZIMUT 70
Para brasileiros de bom gosto: luxo em alto-mar
com direito a quatro suítes
OCEAN LIFE
Conheça a história do estaleiro responsável
pela evolução de uma marca: Evolve
85
93
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85. PERFIL VALENT 210
A CAÇULA PRODÍGIO
A VALENT TRAZ AO BRASIL A 210 PARA ACABAR COM OS
PROBLEMAS DE QUEM QUER UMA EMBARCAÇÃO PEQUENA
E COM MUITA QUALIDADE POR AMANDA KASECKER
PERFILNÁUTICO 85
www.valentboats.com.br
j
Apesar de pequena, a Valent 210 tem diversos pontos fortes
87. PERFILNÁUTICO 87
er uma embarcação menor implica
perder qualidade de acabamentos e
menos funcionalidade? Não mais. Se
antes isso era um problema, agora
não é mais. A Valent surgiu no Brasil
para atender um nicho que era um
tanto subestimado.
T
Segundo Eslei Giarolla, country manager da Valent,
a proposta do estaleiro é exatamente resolver esses
problemas. “Percebemos um nicho mal atendido no
mercado brasileiro: o segmento de embarcações de
j
UM BARCO DE LINHAS
ESPORTIVAS E
ARROJADAS, QUE SE
AJUSTA PARA O USO
COM TODA A FAMÍLIA
88. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
BOCA: 2,5 m
88 PERFILNÁUTICO
luxo ou de alto nível de acabamento, mas de
tamanho pequeno, pequeno-médio, entre 21
e 26 pés”, afirma. “Em nosso mercado não
existia nada com o acabamento e o cuidado
das lanchas importadas de alto padrão.”
Ainda de acordo com Giarolla, mesmo
no caso das lanchas neste tamanho
importadas, havia uma falha importante:
“Os importadores tinham o know-how
para importar e vender lanchas aqui a
preços altíssimos, mas não traziam para cá o
atendimento a cliente nem a atenção com o
consumidor que existem lá fora.”
Dentro dessa proposta, a Valent
apresentou ao público três modelos no São
Paulo Boat Show, em outubro de 2012: a
Valent 210, Valent 230 e Valent 250. Dentre
PERFIL VALENT 210
Plataforma de popa e porta-objetos da 210
COMPRIMENTO TOTAL: 6,6 m
COMPRIMENTO TOTAL: 6,6 m BOCA: 2,5 m PESO: 1.406 kg
TANQUE DE COMBUSTÍVEL: 136 L TANQUE DE ÁGUA: 37,8 L
89. A VALENT SURGIU NO BRASIL PARA ATENDER
UM NICHO QUE ERA UM TANTO SUBESTIMADO
PERFILNÁUTICO 89
elas, a caçula da linha de produtos chega ao Brasil com
porte, desempenho e equipamentos para botar medo em
muitas lanchas que se dizem maiores.
“É um barco de linhas esportivas e arrojadas, que
chama a atenção por tudo isso, mas que se ajusta
muitíssimo bem quando o cliente busca usar seu barco
com toda a família, sem perder o conforto”, descreve o
country manager.
LUXO E INTELIGÊNCIA EM 21 PÉS
Apesar de pequena, a Valent 210 tem diversos pontos
fortes. Um deles está no design do projeto, não só do
ponto de vista da beleza das linhas do barco, como
também pelo aproveitamento interno. Pela inteligência
com que tudo é disposto, o barco parece ter medidas
generosas para um 21 pés – 6,6 metros de comprimento e
2,5 de boca – e acaba parecendo ainda maior.
De acordo com a Valent, o projeto da 210 traz uma
novidade ao mercado brasileiro: a completa utilização
de todas as áreas do barco. Um bom exemplo disso é a
mesa para o lounge no cockpit: sua inédita base curva
faz com que o barco seja utilizado sem que se perceba
que ele está preparado para esse item. Quando a mesa
está desmontada, o suporte é preso em seu escaninho e
fica ali fixo. Navegando não se vê e nem se ouve nada, ou
seja, é como se ele simplesmente não existisse. O mesmo
vale para o tampo da mesa que fica guardado numa caixa
acarpetada fixa, dentro do paiol de meia-nau. Detalhes
que definitivamente fazem toda a diferença.
Outros itens ainda saltam aos olhos de qualquer um.
Sentados em volta da mesa, no cockpit, até seis adultos
se acomodam confortavelmente nas duas poltronas,
ambas giratórias e com controle de distância. Os demais
se instalam no amplo sofá, anatômico e bem desenhado,
com apoio para as costas, inclusive nas laterais internas.
Sob ele se encontra a caixa térmica que vem de série.
A funcionalidade da caçula 210 também é
exemplificada quando se nota que mesmo ela, a menor j
90. da linha, conta com solário de proa, onde existem duas
caixas de som que podem ser controladas por controle
remoto exclusivo para aquele setor da embarcação. Ali
ainda existe um espaço para acondicionar bebidas com
gelo e pode haver, segundo o desejo do proprietário, uma
escada de proa que fica encaixada no mesmo espaço da
caixa de âncora. Tudo isso faz com que mesmo a proa da
21 possa ser uma área considerada completa, com tudo
que os passageiros da embarcação poderiam precisar.
Os itens de conforto completam-se com um
inteligente solário de popa extensível, que conta com
uma passagem por onde se entra e se sai do barco sem
ter de pisar nas almofadas do sofá ou do solário, algo raro
para uma embarcação de 21 pés, mesmo fora do país.
Na parte tecnológica, destaque para o sistema de
som. Trata-se de um original Fusion, uma marca de
equipamentos de som especificamente produzidos
para equipar embarcações. “O sistema é extremamente
confiável e resistente em função de ser absolutamente
apropriado para as condições náuticas e conta com som
potente e cristalino”, assegura Giarolla. E o melhor: todas
Modelo 230, ideal para a prática de wakeborad
90 PERFILNÁUTICO
as embarcações da Valent vêm equipadas com sistemas
Fusion como item de série.
Os sistemas contam com quatro alto-falantes,
aparelhos de som da linha 600i de 280 Watts e são
compatíveis com iPod e iPhone, que são colocados
dentro do rádio deixando todas as funcionalidades de
som disponíveis e os equipamentos completamente
protegidos dentro dos Fusions, que são à prova d’água.
POTÊNCIA COM ECONOMIA
Mas não é só de beleza que a Valent 210 está bem servida.
O projeto otimizado dos cascos das embarcações, por
exemplo, permite mais precisão nas curvas fechadas e
planeio mesmo em velocidades mais baixas, mostrando
que também se pensou no quesito potência.
O modelo 210 ainda chega a 46 milhas de top, entra
em planeio em 3,6 segundos e chega a 30 milhas em 8,7
segundos. Números bastante expressivos para uma 21
pés, que seca pesa 406 kg.
Para chegar a essa potência, a 210 consome cerca de
34 litros de gasolina por hora num cruzeiro de 35 milhas
por hora. (Fonte: Boating USA). Todos esses números
levam a crer que num cruzeiro mais baixo, por volta
das 30 milhas, o consumo da 210 será mais baixo que j
PERFIL VALENT 210
92. PERFIL VALENT 210
UMA VALENT APRESENTA
UM GRANDE PACOTE
DE ITENS, COM A
CONVENIÊNCIA DE JÁ VIR
ASSIM DE FÁBRICA
30 litros por hora, um número bastante reduzido em
comparação com outros.
PARA OS EXIGENTES
Outro grande problema quando se fala em embarcações é
o preço. Porém, o fabricante garante que um dos grandes
atributos da Valent também está no custo-benefício. “Em
comparação com as demais nacionais, as embarcações da
Valent são muito mais equipadas, e se o cliente for colocar
tudo que vem nelas, com a mesma qualidade, além do
tempo que gastará importando esses itens para ter o
mesmo resultado final, terá que investir provavelmente
muito mais pelo pacote”, garante Eslei. “Com o mesmo
pacote de itens, uma Valent acaba sendo até mais barata
que as concorrentes, com a conveniência de já vir assim
de fábrica.” Os barcos são produzidos em Manaus e de lá
distribuídos para todo o Brasil.
O perfil do consumidor das lanchas Valent são aqueles
que desejam embarcações de apelo esportivo, com
92 PERFILNÁUTICO
elevado nível de acabamento e serviços em embarcações
de 21 a 26 pés. A Valent não revela quantos barcos já
foram vendidos desde sua apresentação, em outubro de
2012, no São Paulo Boat Show, mas garante que a procura
tem sido grande após o evento.
Em paralelo a isso, está selecionando concessionários
e oficinas especializadas ao longo do Brasil. “O processo
de nomeação das concessionárias está sendo longo e
criterioso já que será apenas um concessionário para
cada estado e um máximo de dez abertos nos próximos
24 meses”, revela Eslei. Além das concessionárias, a
rede de serviços vai ser ainda maior contando não só
com os pontos de vendas, como também com pontos
especializados nos maiores pontos de concentração
náutica do mercado brasileiro.
AS IRMÃS MAIORES
Além da 210, a Valent também comercializa outras duas
embarcações: a 230 e a 250, respectivamente com 23 e 25
pés. A linha 230 possui amplas áreas na popa e na proa,
solário posterior expansível e ergonomia planejada para
quem quer ter um barco para ter sempre companhia.
A 250 é um verdadeiro objeto de desejo. Com medidas
mais generosas – 7,32 metros de comprimento –, ela alia
design, espaço e performance. S
SERVIÇO
SITE: www.valentboats.com.br
TELEFONE: (11) 986 720 347
Espaço confortável para passageiros na proa da 250
93. PERFIL PORTOFINO 35 FLY
PROJETO INOVADOR,
SEM IGUAL
A PORTOFINO FLY 35 FOI INSPIRADA NAS LINHAS DA
LAMBORGHINI AVENTADOR. ESPORTIVIDADE E LUXO EM UM
IATE DE PRIMEIRA LINHA POR ANGELO SFAIR
PERFILNÁUTICO 101
www.portofinoyachts.com.br
j
Para quem gosta de luxo e velocidade
95. PERFILNÁUTICO 103
A ssim como um carro esportivo,
a Portofino 35 Fly com certeza
irá chamar a atenção pelos
mares por onde navegar. A
comparação não é uma mera
coincidência: seu design foi
inspirado nos superesportivos
italianos de quatro rodas, como
a Lamborghini Aventador. As semelhanças não se
limitam apenas ao visual. A Portofino 35 Fly comporta
-se como um verdadeiro velocista. j
POR FORA,
ALÉM DO DESIGN
ESPORTIVO,
O DESTAQUE É
O FLYBRIDGE
96. PERFIL PORTOFINO 35 FLY
Banheiro: espaço e bom gosto
104 PERFILNÁUTICO
Durante a noite, é possível abrigar cinco pessoas com o
máximo de conforto. A Fly 35 é uma embarcação projetada
para quem quer um iate top de linha, mas não abre mão
de um desenho agressivo e inovador, sem se esquecer do
conforto nem da segurança. “É por isso que nos inspiramos
nas linhas da Lamborghini Aventador”, explica Dupont.
“Queremos atrair os amantes de linhas esportivas aliadas
ao luxo de um iate de primeira linha.”
Quando se observa o design arrojado e a esportividade
do modelo, logo se pensa que a inclinação da proa poderia
ser maior. Embora isso pudesse fazer com que o barco
cortasse melhor as ondas e ganhasse em estética, a opção
por uma inclinação menor tem explicação: prioridade
para o espaço interno. Isso, porém, não significa que
a navegação foi prejudicada, já que há diversos outros
fatores que fazem da Portofino 35 Fly um barco navegador.
CASCO STEP V
O primeiro fator é o casco tecnológico. Uma das
características mais marcantes da Portofino 35 Fly não
é visível para quem a observa navegando, já que está
submersa. Construído com a tecnologia Step V, o casco
Cozinha compacta e equipada
Para este grandioso projeto, dois escritórios de yacht
design estiveram envolvidos, além da equipe de desgin
da Portofino Yachts. Um dos parceiros é a Duncan
Lopes Yachts Design, do Brasil, o outro é um escritório de
yacht design na Inglaterra. “Como dizem: duas cabeças
pensam melhor que uma”, comenta Jean Dupont, diretor
de Marketing e Design da Portofino Yachts e também
projetista da embarcação. “Neste caso, utilizamos cerca de
25 cabeças que trabalharam exclusivamente para se chegar
ao projeto final da Portofino Fly 35.”
Externamente, o que mais se destaca além do design
esportivo é o flybridge. Com seu projeto partindo do zero,
a embarcação do estaleiro brasileiro conseguiu inovar
e sair dos padrões de uma embarcação de 35 pés. “A
Portofino 35 é hoje a sensação do mercado e a única 35 pés
com flybridge na sua categoria”, destaca Dupont.
Por vezes este modelo também nos surpreende pelo
seu aproveitamento de espaços. Tanto externamente
quanto internamente é possível confundir este 35 pés
com um barco de 40 ou mais pés. Os espaços são amplos,
o pé-direito é confortável e doze pessoas podem ser
confortavelmente instaladas para um passeio.
No comprimento, são quase 11 metros para se aproveitar
da popa à proa. A boca é grande, com quase quatro metros,
e ajuda a aumentar o espaço interno das duas cabines.
j
TODA A DECORAÇÃO FOI FEITA PELA DESIGNER DE INTERIORES
ISABELLA ANGELONI, DA EMPRESA ESTILO A BORDO
98. PERFIL PORTOFINO 35 FLY
torna a embarcação hidrodinâmica, já que o atrito do
casco com a água é diminuído consideravelmente. Além
de colaborar com o velocidade final, com a estabilidade na
navegação e com conforto da pilotagem, esta tecnologia
faz a Portofino 35 ganhar mais autonomia e economia, já
que diminui o consumo de combustível.
“O sistema de Step são os famosos degraus
debaixo do casco utilizados normalmente pelas
offshores de alta performance”, explica Dupont. “Se
mal projetados, eles mais atrapalham do que ajudam,
por isso utilizamos softwares de ponta, os quais são
dominados completamente pelo escritório de Yacht
Design Duncan Lopes.”
FLYBRIDGE
Sem dúvidas o flybridge é o ponto alto da embarcação.
Olhando pela primeira vez, é difícil acreditar que seu
tamanho não prejudique o equilíbrio do barco e sua
navegabilidade. A dúvida é explicada pelo próprio Jean
Dupont, que é um dos grandes responsáveis pelo projeto
da embarcação. “O flybridge foi projetado com bastante
critério, levando em consideração a estabilidade da
embarcação. O que ajuda o barco a se manter estável com
este enorme flybridge é a largura (boca) do casco (3,7 m),
106 PERFILNÁUTICO
que desce quase que paralelamente até a linha d’água,
dando sustentação e apoio para o barco.”
O layout interno do fly é espaçoso, podendo acomodar
oito passageiros confortavelmente. Ele conta com um
assento para o comandante, grande solário, sofá em
formato de L, pia e geleira com uma mesinha retrátil de
acrílico. É o espaço ideal para aproveitar com a família ou
com os amigos um belo dia de sol.
CABINES
O conforto interno segue a impressão deixada pelo lado
de fora, parecendo estar em um barco de maior porte.
De acordo com Dupont, as cabines podem ser facilmente
comparadas com as de embarcações com mais de 40 pés.
As cabines são amplas, espaçosas, pé-direito alto,
bem ventiladas e muito confortáveis. “Toda a decoração
foi feita pela Estilo a Bordo, empresa da designer de
interiores de iates Isabella Angeloni”, revela Dupont. “Foi
realmente surpreendente o resultado que ela conseguiu
unir com ótima harmonia entre cores e materiais sem
pesar muito. Conseguimos agradar a todos os públicos e
recebemos bastantes elogios em todos os eventos de que a
Portofino 35 Fly participa.” As cores são fortes, seguindo
as tendências internacionais do design de interiores, dando
um ar moderno sem perder a harmonia.
São dois camarotes, o de proa e um na meia-nau, e
dois banheiros. A opção por oferecer dois banheiros em
uma embarcação de 35 pés aumenta e muito a privacidade
do proprietário no caso de receber visitas ou ter um
marinheiro. Já o salão é igualmente espaçoso, com um sofá
em formato de L e mesa com altura regulável ideal para
acomodar confortavelmente quatro pessoas. A cozinha
é completa e equipada com tampa e pia de Corian, da
DuPont, um material levíssimo e resistente.
O espaço interno é todo muito agradável, desde
as cabines até o salão e os banheiros. As janelas bem
projetadas proporcionam uma excelente iluminação
interna, enquanto o grande pé-direito oferece
tranquilidade de sobra para transitar dentro do barco.
ÁREA EXTERNA
Além do gigantesco flybridge, ainda há muito espaço para
ser aproveitado na área externa da Portofino 35 Fly em
dois ambientes: a praça de popa e o solário de proa. Na
praça de popa, encontram-se um sofá central para três
pessoas e duas passagens laterais para a plataforma de
popa. O destaque desse ambiente é o espaço gourmet com
cozinha completa (pia e tampo de Corian DuPont, fogão
vetrocerâmico, micro-ondas e frigobar de 80 L).
Seguindo para proa, encontramos um solário que
comporta duas pessoas. O acesso se dá através dos j
Detalhe do painel de instrumentos
TANTO POR DENTRO COMO POR FORA, A IMPRESSÃO
É DE QUE O BARCO É DE MAIOR PORTE