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FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos

Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos


Abordagem da Engenharia Simultânea
Baseado em Ward et al. 1995; Zancul e Rozenfeld (portal do conhecimento); Rozenfeld et al. (2006)

O surgimento de novas tecnologias e a crescente complexidade dos produtos, entre outros
fatores, resultaram no aumento do lead time de desenvolvimento de produtos. No entanto,
para se manterem competitivas, as empresas precisam lançar novos produtos em espaços de
tempo cada vez menores. Para isto, as empresas passaram a pesquisar formas de reduzir seu
ciclo de desenvolvimento de produtos. Uma das soluções adotadas, no início dos anos 80, foi o
aumento do grau de paralelismo das atividades de desenvolvimento. Atividades que eram
realizadas somente após o término e aprovação das atividades anteriores são antecipadas de
forma que seu início não dependa dos demorados ciclos de aprovação.

Desta forma, a Engenharia Simultânea trata-se de uma abordagem sistemática para o
desenvolvimento integrado e paralelo do projeto de um produto e os processos relacionados,
incluindo manufatura e suporte. Essa abordagem procura fazer com que as pessoas envolvidas
no desenvolvimento considerem, desde o início, todos os elementos do ciclo de vida do
produto, da concepção ao descarte, incluindo qualidade, custo, prazos e requisitos dos
clientes. O desenvolvimento do conceito de Engenharia Simultânea o tornou-se muito mais
abrangente, podendo incluir a cooperação e o consenso entre os envolvidos no
desenvolvimento, o emprego de recursos computacionais (CAD/CAE/CAM/PDM) e a utilização
de metodologias (DFx, QFD, entre outras).

Com base nos conceitos de modelagem de processos de negócio, pode-se definir Engenharia
Simultânea como sendo a filosofia utilizada no processo de desenvolvimento (ou alteração) de
novos produtos, visando:

         aumento de qualidade do produto, com foco no cliente;
         diminuição do ciclo de desenvolvimento;
         diminuição de custos.

Esta filosofia toma como base a sinergia entre seus agentes, que devem trabalhar em equipes
multifuncionais. Esta equipe deve crescer e diminuir ao longo de sua existência, mantendo
sempre um mesmo núcleo de pessoas, que acompanham o desenvolvimento. Todo o trabalho
desta equipe deve ser suportado por recursos, métodos e técnicas integradas, tais como: QFD,
FMEA, etc. Este movimento ajudou também a difundir a importância de se utilizar técnicas
sistemáticas de projeto para aumentar a produtividade do trabalho da engenharia e diminuir
erros. Foi neste momento que muitas das (tais como o QFD, matriz de seleção de Pugh, FMEA)
foram sistematizadas e propostas para trabalhar conjuntamente.
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos




                                    Figura 1 - Exemplo de Engenharia Seqüêncial




                                   Figura 2 - Exemplo de Engenharia Simultânea

Bibliografia adicional
CARTER, D. E.; BAKER, B. S. (1992). Concurrent engineering: the product development environment for
the 1990s. Reading, Mass.: Addison-Wesley.
CLARK, Kim .B.; FUJIMOTO, Takahiro. Product development performance: strategy, organization,
management in the world auto industry. Boston: Harvard Business School Press, 1991.
PRASAD, B. (1996). Concurrent engineering fundamentals: integrated product and process
development. v. 1. New Jersey, Prentice Hall.
PRASAD, B. (1997). Concurrent engineering fundamentals: integrated product development. v. 2 .New
Jersey, Prentice Hall.
ROZENFELD, Henrique; FORCELLINI, Fernando A.; AMARAL, Daniel C.; TOLEDO, José C.; SILVA, Sérgio L.;
ALLIPRANDINI, Dário H.; SCALICE, Régis K. Gestão de desenvolvimento de produtos: uma referência
para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva, 2006.
SPEAR, Steven J.; BOWEN, H. Kent (1999) Decoding the DNA of the Toyota Production System. Harvard
Business Review, sep-oct.
SYAN, C. S.; MENON, U. (1994). Concurrent engineering: concepts, implementation and practice.
London, Chapman & Hall.
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos
WARD, Allen C.; LIKER, Jeffrey K.; CRISTIANO, John J.; SOBEK II, Durward K. The second Toyota paradox:
how delaying decisions can make better cars faster. Sloan Management Review, p.43-61, spring, 1995.
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
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Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos

Abordagem dos Gates
Baseado em Echeveste (2003), Rozenfeld et al. (2006).

Este é um modelo de referência muito difundido em desenvolvimento de produtos que
introduziu, no passado, o conceito de gates (avaliações) dos projetos de desenvolvimento. O
modelo de desenvolvimento de produto utilizando a lógica stage gates, ou stage gate system,
estabelece um roteiro que conduz a equipe de desenvolvimento desde a idéia de um novo
produto até o lançamento das primeiras unidades. A Figura 1 ilustra o conceito da abordagem
do sistema de stage gate.




              Figura 1 - Sistema de desenvolvimento de produtos por STAGE-GATES® (Cooper, 1990)

Na metodologia baseada nos Gates, o processo de desenvolvimento é dividido geralmente de
quatro a seis estágios. Estes estágios compreendem múltiplas e paralelas atividades
previamente definidas, que transcendem as barreiras funcionais. Separando os estágios estão
os Gates ou pontos de decisão, que são pontos de checagem que controlam a qualidade do
processo de desenvolvimento de produto. Os Gates constituem um conjunto de critérios ou
pontos de avaliação do processo de desenvolvimento de produtos, a serem analisados por
uma equipe de decisão com poder de dar continuidade ou abordar o processo. Esta avaliação
visa garantir a qualidade do produto gerado. A abordagem de stage gate trata-se de uma
abordagem de projeto que visa melhorar o gerenciamento de novos produtos. Entretanto,
Cooper (1993) esclarece que o sistema Stage Gates® vai além deste conceito de controle, o
define como uma proposta de condução do produto através dos vários estágios de
desenvolvimento e de gestão do risco:




                       Figura 2 - Stage Gates® - Phased Product Development (Cooper, 1993)

(i) se o risco for alto, mantenha os valores de investimento nos estágios em níveis baixos; dê passos
pequenos;
(ii) à medida que as incertezas diminuem, os investimentos nos estágios do processo poderão crescer;
dê passos mais largos;
(iii) incremente o processo, fragmente as decisões do tipo tudo ou nada em vários estágios e decisões;
cada novo estágio deverá envolver mais recursos financeiros do que o anterior;
(iv) encare cada estágio como uma forma de reduzir a incerteza, esteja preparado para pagar por
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Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos
informações relevantes para a redução do risco;
(v) providencie pontos de escape, ou seja, pontos de decisão que permitam livrar-se do negócio.
O nome stage gate foi desenvolvido por Cooper (1991), que denominou de Gates os pontos de
checagem da qualidade do processo de desenvolvimento. Em cada gate é especificado um
conjunto de requisitos desejados, os quais garantem a eficiência dos estágios de
desenvolvimento. Os estágios são onde as atividades de desenvolvimento são realizadas numa
seqüência predeterminada. As decisões de cada gate são do tipo go–no go ou, recicla e aprova
o plano de ação para o próximo estágio.

Segundo Cooper (1991, 1993), a primeira geração de desenvolvimento de produto baseada em
pontos de checagem foi utilizada na NASA nos anos 60, sendo chamada de Phased Project Plan
(PPP), ou mais tarde denominada Phased Review Process. Neste processo, a passagem para a
fase posterior é condicional aos cumprimentos dos pré-requisitos da fase a ser avaliada.
Geralmente, a tarefa deveria estar totalmente completada para que fosse dado sinal verde
para a fase posterior. O método utilizado desta forma caracterizava-se como um procedimento
de controle do projeto a fim de cumprir as tarefas preestabelecidas no tempo planejado. O
processo que utiliza esta aplicação permite um roteiro decisório que auxilia e uniformiza as
decisões, diminuindo as incertezas e aumentando o controle gerencial durante o processo,
desta forma reduzindo as incertezas durante o PDP.

Bibliografia adicional
ECHEVESTE, M. E. S. (2004). Uma abordagem para estruturação e controle de processos de
desenvolvimento de produtos. Porto Alegre. Tese – UFRGS.
COOPER, R. (1991) Stage Gates systems: a new tool for managing new products. Engineering
Management Review, p.5-12.
COOPER, R. (1994) Third-generation new product process. Journal of Product Innovation Management,
New York, v.11, p.3-14, jan.
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos

Abordagem do Funil de Desenvolvimento
Baseado em Wheelwright e Clark (1992)

O projeto de desenvolvimento de um produto inicia-se na idéia do conceito deste produto que
vai convergindo para uma forma específica que possa atender as necessidades de mercado,
financeiras e de manufatura. Este processo normalmente inicia com uma grande quantidade
de idéias que gradualmente vão sendo refinadas e selecionadas, resultando em alguns
projetos que serão realmente desenvolvidos e lançados no mercado (WHEELWRIGHT e CLARK,
1992).

Este processo de seleção de idéias até a definição dos produtos que realmente serão
desenvolvidos pela empresa é chamado de gestão de portfólio de novos produtos. Trata-se da
coordenação estratégica dos projetos de produto em andamento ou em planejamento,
incorporando novos, redirecionando acelerando os já existentes (COOPER et al., 2001; SILVA e
ROZENFELD, 2007; MIGUEL, 2008), incluindo também a coordenação das relações entre os
diferentes projetos da empresa (NOBEOKA, CUSUMANO, 1998). Desta forma, este processo de
seleção deve estar diretamente alinhado com a estratégia da corporação além de perseguir a
maximização do valor econômico, o balanceamento da carteira de projetos e a diminuição dos
riscos (ROZENFELD et al. 2006).

Wheelwright e Clark e (1992) representaram este processo de concepção, refinamento e
seleção idéias de produtos na forma de um Funil (FIGURA 1). Esta representação procura
demonstrar o processo de como as diversas idéias de produto são tratadas até resultarem em
uma quantidade muito menor de produtos lançados no mercado. O formato de funil se refere
ao problema de alocação de recursos. Como dificilmente existe tempo e recursos (financeiros,
humanos, equipamentos...) suficientes para todos projetos de inovação, então deve-se decidir
quais idéias são mais promissoras e que deverão ser financiadas para futuro desenvolvimento.
O objetivo do funil de desenvolvimento é criar um portfólio de projetos que se alinharão aos
objetivos do negócio ao mesmo tempo que fortalece a habilidade da organização em conduzir
estrategicamente seus futuros projetos.
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos

Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos




                         Figura 1 - Funil de Desenvolvimento (Wheelwright e Clark, 1992)

Entre as grandes contribuições da abordagem de funil de desenvolvimento de Wheelwright e
Clark (1992) está a adoção da visão por processos. Esta visão proporciona uma melhor
compreensão da seqüência das atividades e da relação existente entre estas atividades, como
a criação da tecnologia e seu uso, a relação entre a retirada do produtos no mercado e a
obtenção de idéias para novos produtos e assim por diante. Outra grande contribuição foi a
descoberta da importância do alinhamento entre as atividades do PDP e o Planejamento
Estratégico da Empresa, considerando a estratégia mercadológica, a estratégia de produtos e a
tecnológica (ROZENFELD et al. 2006).

Bibliografia adicional
ROZENFELD, Henrique; FORCELLINI, Fernando A.; AMARAL, Daniel C.; TOLEDO, José C.; SILVA, Sérgio L.;
ALLIPRANDINI, Dário H.; SCALICE, Régis K. (2006). Gestão de desenvolvimento de produtos: uma
referência para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva.
CUSUMANO, M.; NOBEOKA, K. (1998). Thinking Beyond Lean: How Multi-Project Management is
Transforming Product Development at Toyota and Other Companies. New York: The Free Press.
COOPER, R. G., EDGETT, S. J., KLEINSCHMIDT, E. J. (2001). Portfolio Management for New Products. 2
Ed. Persus Publishing.
COOPER, R.; SCOTT, E.; KLEINSCHMIDT, E. (2001). Portfolio Management for new product development:
results of an industry practices study. R & D Management, v. 31, n. 4.
KENDALL, G.I.; ROLLINS, S. C. (2003). Advanced Project Portfolio Management and the PMO –
Multiplying ROI at Warp Speed. J.ROSS Publishing & International Institute for Learning, Inc.
KERZNER, H. Gestão de Projetos: as melhores práticas. Porto Alegre: Bookman, 2002.
MIGUEL, P.A.C. (2008). Implementação da gestão de portfólio de novos produtos: um estudo de caso.
Produção, v.18, n.2, p.388-404.
PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI) (2004). A Guide to the Project Management Body of
Knowledge (PMBoK). 3 ed. Project Management Institute.
WHEELWRIGHT, S.C.; CLARK, K.B. (1992). Revolutionizing new product development. New York: The
Free Press.
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos

Desenvolvimento Integrado de Produtos (DIP)
Baseado em Echeveste (2003) e Rozenfeld et al. (2006)

O Desenvolvimento Integrado de Produto (DIP), ou Integrated Product Development (IDP)
trata-se de uma abordagem de gestão do PDP que busca a integração das atividades
executadas em equipes simultaneamente e dos modelos de desenvolvimento que incorporam
a visão do mercado, incluindo fases de marketing em todo o período do PDP.

O DIP surge, inicialmente, como um conceito ampliado da Engenharia Simultânea, empregada
nos anos 80 como uma reunião de técnicos ou engenheiros para resolver essencialmente
assuntos de cunho técnico, daí resultando a denominação “engenharia” simultânea ou
concorrente (CE-concurrent engineering). Depois disto, o DIP amplia sua visão, incluindo
preocupações com a integração de áreas, estabelecendo procedimentos de integração entre
as equipes, com o objetivo de desenvolver produtos (marketing, engenharia, manufatura,
finanças, compras...), além do maior foco no negócio, nas questões estratégicas da empresa e
no atendimento das necessidades do consumidor (ECHEVESTE, 2003).

O Desenvolvimento Integrado de Produto é a base para a realização do produto e envolve as
questões estratégicas da companhia, a interface com a alta gerência, administração, vendas,
marketing, estimativas de preço e funções relacionadas ao plano de marketing e plano do
produto (ECHEVESTE, 2003). O seu principal objetivo é a integração das atividades de
desenvolvimento nas áreas de mercado, produto e produção, estabelecendo uma integração
entre projeto e produção, incluindo a necessidade de um planejamento contínuo
(ANDREASEN; HEIN, 1987). Desta forma, esta abordagem incorpora a visão de mercado,
incluindo fases de marketing (visão estratégica), a abordagem gerencial e de controle, a partir
da adoção dos gates, os conceitos de engenharia simultânea além do foco no atendimento das
necessidades dos clientes (foco no mercado).

As abordagens da Engenharia Simultânea, Funil de Desenvolvimento e Stage Gates se
desenvolveram quase simultaneamente, no período de tempo entre o final dos anos 1980 e
final dos anos 1990 e compartilham diversas características. A reunião das propostas destas
três abordagens podem ser rotuladas como a era do Desenvolvimento Integrado de Produto
(DIP) (ROZENFELD et al. 2006).

O sucesso do DIP exige o entendimento de todas as áreas em que o desenvolvimento de
produto está envolvido, sendo que um meio de se atingir esta compreensão é a partir de
processos confiáveis e modelos de planejamento, otimização e controle de cada unidade do
processo de desenvolvimento de produto.

Bibliografia adicional
ANDREASEN, M.M; HEIN, L. (1987). Integrated product development. New York: Springer-Verlag.
ECHEVESTE, M. E. S. (2004). Uma abordagem para estruturação e controle de processos de
desenvolvimento de produtos. Porto Alegre. Tese – UFRGS.
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos

Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos
ROZENFELD, Henrique; FORCELLINI, Fernando A.; AMARAL, Daniel C.; TOLEDO, José C.; SILVA, Sérgio L.;
ALLIPRANDINI, Dário H.; SCALICE, Régis K. (2006). Gestão de desenvolvimento de produtos: uma
referência para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva.
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos

Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos

Design for Six Sigma (DFSS)
Baseado em Faccio e Echeveste (2010) e Creveling et al. (2002).

Seis Sigma (Six Sigma) é um conjunto de práticas, originalmente desenvolvidas pela Motorola,
para melhorar sistematicamente os processos ao eliminar defeitos. Com isto, inicialmente os
programas Seis Sigma tiveram como objetivo a redução de defeitos por meio da redução da
variabilidade em torno de um alvo de uma característica de qualidade da manufatura. Com a
sua evolução, passaram também a incorporar a filosofia de entendimento das características e
funcionamento dos produtos, principalmente na fase de desenvolvimento de produto. É
consenso que muitos defeitos poderiam (e deveriam) ser evitados na fase de concepção do
produto. Chowdhury (2002) conclui que o DFSS é um meio de uma empresa obter nível Seis
Sigma, isto é alcançar um nível excelente de qualidade.

Para se ter uma idéia o que é um nível de 6-Sigma, iremos considerar uma curva normal. Se
estivermos falando de admitirmos um erro de um desvio padrão ou 1 sigma, temos 66,7% de
probabilidade de não termos defeitos (o que é um índice altíssimo – imagine neste caso que
cada 3 carros em 10 saia com defeito...); se estivermos falando em 3 desvios ou 3-sigma,
temos 99,73% de probabilidade de não termos defeitos. Para atingirmos um padrão de 6-
sigma, um processo não pode produzir mais que 3,4 defeitos por milhão de oportunidades.
Uma “oportunidade” é definida como uma chance para a não conformidade, ou não atingir as
especificações requeridas. Embora pareça um padrão extremamente alto, muitas operações
devem trabalhar nesta condição.




                                      Figura 1 –Distribuição de Probabilidades

Relacionado ao desenvolvimento de produto, a base do seis sigmas, o DFSS, é a integração de
ferramentas como o QFD (Quality Function Deployment), Matriz de Pugh, com ferramentas
estatísticas de análise multivariada e planejamento de experimentos (DOE-Design of
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos

Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos
Experiments). Na verdade não traz ferramentas novas e seu conceito é o mesmo do Total
Quality Development (CLAUSING, 1994) e Total Product Development (AMERICAN SUPPLIER
INSTITUTE, 1995).

No entanto pode-se dizer que existem contribuições (novas) para o DFSS, a principal delas é o
emprego da filosofia de solução de problemas do Seis Sigma. Essa filosofia prega que as
decisões devem estar embasadas em dados coletados segundos princípios de técnicas
estatísticas e de engenharia. Trazendo esse conceito para o desenvolvimento de produtos,
pode-se dizer que testes e ensaios deveriam ser realizados na fase de concepção, auxiliando na
escolha da melhor configuração do produto e na escolha das especificações no projeto
detalhado. Com isso, o processo de desenvolvimento de produto contemplaria ferramentas
que ajudariam a reduzir riscos e conduzir mas eficientemente as etapas de desenvolvimento.

O DFSS foi estabelecido como uma metodologia baseada em ferramentas analíticas para
auxiliar no desenvolvimento de novos produtos considerando as exigências do consumidor e
do mercado e, a partir disso, verificando quantitativamente o quanto especificações definidas
nas fases iniciais estão sendo atendidas.

Pode-se dizer que o DFSS é mais um DF-x, (design for x-abilities) que propicia o uso e análise de
métricas para entender e efetivamente melhorar a qualidade do desenvolvimento e do
produto. As palavras “Seis Sigma” incorporadas ao nome referem-se ao uso da métrica de
índice de capacidade que compara as principais características do produto com as
especificações numa escala de desvios-padrão, mais especificamente seis desvios para cada
lado (superior e inferior) entre os limites naturais e os limites de especificação.

Um dos principais objetivos do DFSS é garantir que o produto reúna as necessidades do
consumidor e do mercado. Em geral é difícil identificar em quais as áreas do desenvolvimento
podem estar deficientes ou poderiam ser refinadas. Encontrar onde concentrar os esforços
prioritariamente para efetivar melhorias exige um entendimento do processo que pode
apresentar falhas por não atender às necessidades dos consumidores, às exigências do
mercado ou estratégias competitivas (PRODUCT GENESIS, Inc 2005).

O DFSS é um conjunto de ferramentas baseado nesse princípio, capaz de avaliar o progresso
do PDP alinhado com as metas corporativas e estratégias do mercado a cada gate. O objetivo é
estabelecer um conjunto de ferramentas integradas como meio de transladar eficientemente a
informação nas fases de desenvolvimento, favorecendo que os produtos agreguem valores
técnicos, estratégicos e financeiros. Essa avaliação pode estar aliada aos gates, gerando formas
para checar se o processo está direcionado às estratégias definidas no início do projeto.

Para Creveling et al (2003), o DFSS consiste em um conjunto de necessidades de novos
produtos, analisadas sob o prisma de métodos estatísticos e de engenharia, integrados ao
longo do PDP. O conhecimento de engenharia determina as propriedades físicas e a
tecnologia a ser utilizada para executar as funções do produto. O conhecimento estatístico
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos

Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos
auxilia no emprego de técnicas e ferramentas para condução dos requisitos críticos do
mercado durante as fases e gates do PDP.

O principal desafio no emprego do DFSS no lançamento de produtos é usar a ferramenta certa
no tempo certo, durante todo o ciclo de desenvolvimento de produto. As ferramentas
aplicadas ao DFSS têm êxito se forem alinhadas aos Gates e às atividades do PDP,
considerando métricas de capabilidade, métricas estratégicas e métricas orientadas ao
consumidor (CREVELING et al, 2003).

Assim como no Seis Sigma, o DFSS utiliza um roteiro relacionado às etapas do
desenvolvimento de produtos. Para a abordagem de desenvolvimento tecnológico utiliza o
I2DOV (Invent/Innovate Develop Optimize Verify). As etapas são similares ao desenvolvimento
da comercialização, em que pode se utilizar o CDOV (Concept Design Optimize Verify). Para
melhorias no processo e eliminação de defeitos pode se utilizar a metodologia DMAIC (Define,
Measure, Analyze, Improve and Control). Enquanto o DMADV (Define, Measure, Analyze,
Design and Verify) está mais direcionado para encontrar soluções para as necessidades do
consumidor em relação ao produto ou serviço.

O DFSS está integrado aos gates fornecendo medidas quantitativas na avaliação dos riscos
durante o desenvolvimento de novos produtos (MADER, 2002). A premissa que está por trás é
a identificação das exigências críticas (CTq’s ou critical to quality) incorporando as
especificações dessas características nas alternativas de conceito do produto. Para estudar as
relações das variáveis críticas para o processo, Creveling et al (2003) apresentam uma nova
dimensão para gestão dos requisitos num contexto de Design for Six Sigma: O CPM (Gestão de
Parâmetros Críticos). A filosofia base do CPM é concentrar esforços nas características críticas
do produto que, uma vez controladas e ajustadas nos seus níveis ótimos, poderão assegurar
melhorias na qualidade do desempenho do produto final.

Bibliografia adicional
ASQ AMERICAM SOCIETY FOR QUALITY. Disponível em: <http://www.asq.org>.
CLAUSING, D. - (1994). Total Quality Development: a step by step guide to world class concurrent
engineering, ASME Press, New York.
CREVELING, C.M.; SLUTSKY, J.L.; ANTIS JR., D. - (2003). Design for Six Sigma in Technology and Product
Development, Prentice Hall PTR.
FACCIO, K e ECHEVESTE (2010). Desdobramento dos Requisitos em parâmetros Críticos no Processo de
Desenvolvimento de Produtos. Gestão de Parâmetros Críticos. Revista Espacios. Vol 31(4) 2010 página
15.
MADER, D. P. Frontiers of Quality: Design for Six Sigma. Quality Progress, 2002.
PRODUCT GENESIS, INC. Accelerating Success Through Strategic Innovation. Disponível em:
http://www.productgenesis.com/pg_archive_publications.htm.
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos

Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos

Lean Development
Baseado em Clark e Fujimoto (1991), Womack, Jones e Ross (1991), Ward et al. (1995), Chase (2000),
McManus (2005), e Morgan e Liker (2008)

O livro a Máquina que Mudou o Mundo (WOMACK, JONES E ROSS, 1991) apresentou provas
de que os fabricantes japoneses de automóveis eram muito superiores aos europeus e
americanos. Em relação processo de desenvolvimento de produto, o estudo realizado por
Clark e Fujimoto (1991) apresentou as vantagens obtidas pelo PDP aplicado pela Toyota. Neste
trabalho foi evidenciado que para desenvolver um automóvel de similar complexidade, a
Toyota conseguia atingir um time to market de metade do período das montadoras ocidentais
com cerca de metade do trabalho (man/hour) de engenheiros por projeto (CLARK e
FUJIMOTO, 1991). Estas vantagens proporcionaram a Toyota a atingir níveis bem superiores
aos dos seus concorrentes. Em um estudo de 2004, em suas fábricas nos EUA, a Toyota gasta
em média com mão de obra cerca de US$3.500 a menos que os seus concorrentes, seu valor
de mercado supera o de Renault AS, Volkswagen AG, Daimler-Chrysler, Ford, PSA e GM
combinados (BLOOMBERG, 10/2004).

Em grande medida, isso se deve ao fato de que a Toyota é mundialmente reconhecida pelo seu
inovador sistema de produção (TPS-"Toyota Production System"). O que nem todos ainda
perceberam é que grande parte do sucesso atribuído ao TPS tem sua origem em fases
anteriores à produção em si. O ponto de partida trata-se do "Lean Thinking", ou seja, é definir
o que é valor para o cliente, traduzido em produtos e/ou serviços, ou como preferimos dizer,
soluções para os clientes. Com esta filosofia, a Toyota tem conseguido, sistematicamente,
desenvolver produtos e respectivos processos com menores custos, mais rapidamente e com
melhor qualidade do que seus concorrentes (BATTAGLIA, PICCHI E FERRO, 2005).

Na busca pelo pensamento enxuto (lean thinking), a busca de atividades e processos com
ênfase na criação de valor para o cliente, um dos principais focos do trabalho passa a ser a
redução de desperdícios nestes processos. Ou mais, a busca de soluções partindo como base a
própria escala de valor do cliente.

Como forma de gerenciar o processo de desenvolvimento de produto, a Toyota costuma
utilizar diversas técnicas:

Gerente de projeto Hevyweight (peso pesado), um líder empreendedor e experiente que
participa e controla o processo de desenvolvimento. Este gerente atua como gerenciador de
conflitos entre a equipe de especialistas que compõem o projeto e possui capacidade de tomar
decisões eficientes e rápidas. Ainda é o responsável por garantir o direcionamento das
soluções na escala de valor do cliente, o fluxo e a rentabilidade do processo. A matriz de
projeto peso pesado está baseada em um gerente de projeto dedicado e com participantes
ainda vinculados as respectivas áreas funcionais, mas sob supervisão e coordenados pelo
gerente de projeto (FIGURA 01).
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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                       Figura 1 – Estruturas de Matrizes de Projeto (Clark e Fujimoto, 1991)

Fluxo de Valor: A Toyota tem uma clara visão do que é valor para o cliente e foca o
desenvolvimento diretamente nesse alvo. Por isso o cliente é o processo puxador (FIGURA 2).
O foco não se restringe ao produto em si e nem ao processo, mas sim ao fluxo de valor e seus
resultados. Para dar lucro se faz necessária integração total do fluxo de valor, desde o cliente
até os fornecedores, da concepção à execução, ou seja, a integração de todas as etapas do
desenvolvimento. Este processo deve criar fluxos de valor cada vez mais enxutos, com menos
desperdício e agregando mais valor.




                                                                                    P&D

                   vendas                                                                                                 m



             distribuição
                                          Figura 2 – Fluxo de Valor do PDP

Engineering Check Sheets: Registro de lições aprendidas de projeto em uma apresentação
sintética que possibilita o fácil reaproveitamento do conhecimento nos projetos seguintes.
Nestas folhas estão apresentadas as soluções pesquisadas, a razão das escolhas e as
especificações definidas (feasible ranges).
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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Classificação dos Fornecedores – Os fornecedores possuem um papel muito importante no
desenvolvimento de produto da Toyota. A forma como a Toyota gerencia a cadeia de
suprimentos, o Keiretsu, procura integrar os principais fornecedores junto a empresa. Desta
forma a Toyota procura reduzir a quantidade de fornecedores com que trabalha e desenvolver
uma relação de troca de conhecimento e melhoria contínua com estes fornecedores. Os
fornecedores são os responsáveis por mais de 50% dos componentes dos veículos na maioria
dos fabricantes, no caso da Toyota, esta participação supera 75% dos componentes (MORGAN
e LIKER, 2008). Desta forma, o desempenho dos fornecedores tem um papel crítico na
manutenção da competitividade da cadeia de valor (QUESADA, et al. 2006), possuindo uma
participação bastante significativa no desenvolvimento de produto.
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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                                 ambos compram tecnologia




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FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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                                      Figura 3 – Classificação dos fornecedores

Mapeamento Fluxo de Valor no PDP
PDVSM (Product Development Value Stream Mapping)

No sistema Toyota de Produção, o mapeamento de fluxo de valor se constitui uma das
principais técnicas empregadas para a melhoria do processo. Uma técnica similar foi
desenvolvida para atuar no processo de desenvolvimento de produto. Esta técnica procura
demonstrar graficamente as atividades, bem como o fluxo de informações e produtos entre as
atividades, além de oferecer uma visão inteira do processo (MORGAN e LIKER, 2008). A
aplicação do PDVSM é indicada para eliminar as perdas existentes no processo, melhorar o
desempenho do ciclo de resolução de problemas com foco principalmente nas atividades de
engenharia do PDP (McMANUS, 2005).

Entretanto existem muitas diferenças entre a manufatura e o processo de desenvolvimento de
produto que dificultam a sua aplicação. Na manufatura, o mapeamento do fluxo de valor foca
o fluxo de materiais. As informações/dados dão suporte a evolução do material de matérias
primas até produtos acabados, a característica dos materiais de se localizarem em apenas um
local por vez simplifica o mapeamento. No desenvolvimento de produtos, é preciso preocupar-
se com a evolução e o fluxo de idéias e dados. Em razão da engenharia simultânea, os dados
podem estar em diversas localizações ao mesmo tempo, característica esta que dificulta a
tarefa de mapeamento (MORGAN E LIKER, 2008).

Processo de desenvolvimento de produto                      Processo de manufatura tradicional
Fluxos de dados virtuais                                 Fluxos de produtos físicos
Semanas e meses                                          Segundos e minutos
Trabalho principalmente com conhecimento                 Manufatura física
Fluxos não-lineares e multidirecionais                   Evolução linear
Grande grupo e diversificado de especialistas técnicos   Organização principalmente na manufatura
   Figura 4 – Diferença entre Mapeamento do fluxo de valor no desenvolvimento de produto e na manufatura
                                              (MORGAN e LIKER, 2008)
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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                           Figura 5 – Exemplo da aplicação do PDVSM (McMANUS, 2005)

Perdas no PDP
O processo de desenvolvimento de produto é um acúmulo de perdas. Segundo um estudo na
indústria aeroespacial, foi levantado que 77% do tempo utilizado no processo de
desenvolvimento de produto é pura perda (McMANUS, 2005). O desperdício consiste em
qualquer atividade em um processo que consuma recursos sem agregar valor para o cliente
(MORGAN e LIKER, 2008). Primeiramente, Morgan e Liker (2008) adaptou as sete categorias de
desperdícios de Taichi Ohno da manufatura para o desenvolvimento de produto.
Posteriormente, Pessôa (2008) acrescentou mais duas categorias de perdas. A seguir são
apresentadas as 9 categorias de perdas levantadas no processo de desenvolvimento de
produto.

1.   Produção em excesso: falta de sincronia entre as tarefas do PDP pode gerar problemas de
     balanceamento. Produzir mais ou antes do que o processo seguinte precisa.

2.   Espera: tempo de espera por decisões, resultados ou distribuição da informação. Esperar
     por decisões, distribuição de informações.

3.   Transporte: movimentação de pessoas, materiais ou informações sem que isto resulte em
     valor ao produto. Indefinições ou excessiva distribuição de informações.

4.   Processamento: compreende o trabalho que não agrega valor, tais como: tarefas
     redundantes, variações e falta de padronização das atividades. Tarefas repetitivas, tarefas
     redundantes, reinvenção, variação de processo e falta de padronização.
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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5.   Estoque: inclui os materiais, informações ou conhecimento parado ou não utilizado no
     processo ou no seu final, tal como protótipos não utilizados. Materiais ou informações
     que não fluem de forma produtiva.

6.   Movimentação: Excesso de movimentação ou atividades durante a execução da tarefa ou
     atividade. Trajetos longos demais, reuniões redundantes e revisões superficiais.

7.   Correção: Inspeção para detectar problemas de qualidade ou para consertar defeitos.
     Concretização da qualidade externamente, retrabalho.

8.   Defeitos: São tarefas que não são bem executadas e possuem resultados errados ou
     ineficientes. Atividades que resultam em outputs com problemas;

9.   Wishful thinking: São as decisões que não estão de acordo com os requisitos
     estabelecidos no planejamento do produto. Decisões durante o desenvolvimento que não
     possuem foco na criação de valor para o cliente.

Bibliografia adicional
BALLÉ, F..; BALLÉ, M. (2005). Lean Development. Business Strategy Review, autumn.
BATTAGLIA, F.; PICCHI, F. E FERRO, J.R. - (2005). Desenvolvimento Lean de Produtos. Lean Institute
Brasil.
CLARK, K.B.; FUJIMOTO, T. (1991). Product development performance: strategy, organization,
management in the world auto industry. Boston: Harvard Business School Press.
CHASE, J. (2000). Measuring Value in Product Development. Working Paper Series - WP00-05, The Lean
Aerospace Initiative, Massachusetts Institute of Technology, March.
KAMATH, R. R.; LIKER, J..K. (1994). A second look at japanese product development. Harvard Business
Review, v.72, n.6, p. 154–170, nov-dec, 1994.
McMANUS, H. L. (2005). Product Development Value Stream Mapping (PDVSM) Manual 1.0. The Lean
Aerospace Initiative, Massachusetts Institute of Technology, September.
MORGAN, J. M.; LIKER, J. K. (2006). Sistema Toyota de desenvolvimento de produto: integrando
pessoas, processo e tecnologia. Porto Alegre: Bookman.
PESSÔA, M. V. P. (2008). Weaving the waste net: a model to the product development system low
performance drivers and its causes. White Paper – LAI 08-01, The Lean Aerospace Initiative,
Massachusetts Institute of Technology, Jan.
WARD, A. C.; LIKER, J. K.; CRISTIANO, J.J.; SOBEK II, D. K. The second Toyota paradox: how delaying
decisions can make better cars faster. Sloan Management Review, p.43-61, spring, 1995.
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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Modelos de Maturidade
Baseado em CMMI® for Development,Version 1.2 (2006) e Rozenfeld et al. (2006)

Uma característica dos modelos de desenvolvimento de produtos é a sua visão estática,
sempre demonstrando o nível mais alto da prática. Neste caso, verifica-se um problema, como
atingir este nível mais alto se a empresa ainda está muito distante deste nível? Uma nova
abordagem de desenvolvimento de produto que enfatiza este aspecto é a definida pelo
Capability Maturity Model Integration (CMMI®), proposto pela Software Engineering Institute
(SEI).

O CMMI trata-se de uma metodologia de melhoria de processo que disponibiliza a organização
os elementos para a efetiva melhora dos seus processos. Atualmente, o CMMI possui três
principais áreas de atuação: (i) para o desenvolvimento de produtos e serviços (CMMI® for
Development), (ii) um guia para serviços dentro da organização e para clientes externos
(CMMI® for Services) e (iii) recomendado para a gestão da cadeia de suprimentos, compras e
terceirizações no governo e na indústria (CMMI® for Acquisition).

A proposta do CMMI® for Development é contribuir para que as organizações estabilizem e
melhorem o seu processo de desenvolvimento de produtos e serviços. O CMMI® for
Development reúne as melhores práticas que são recomendadas para as atividades dos
processos de desenvolvimento de produtos e serviços. As práticas recomendadas pelo CMMI
for Development abrigam todo o ciclo de vida do produto, desde sua concepção até a entrega
e manutenção, com ênfase nas atividades necessárias para construir e manter sua total
qualidade (CARNEGIE MELLON-SOFTWARE ENGINEERING INSTITUTE, 2006).

O CMMI trata-se de um modelo de sistematização do desenvolvimento que, além das
atividades e fases, divididas em áreas de conhecimento, fornece níveis de maturidade em
termos de práticas e indicadores capazes de medir esses níveis (ROZENFELD et al. 2006).

Um nível de maturidade consiste em uma relação de práticas específicas e genéricas indicadas
para diversas áreas de processo da empresa. A melhoria no nível de maturidade possui
impacto na melhora do desempenho de toda a organização. O nível de maturidade de uma
organização fornece um diagnóstico do desempenho da organização em uma dada disciplina
ou conjunto de disciplinas. Desta forma, o nível de maturidade é definido como um plateau
para a melhoria do processo na organização. Cada nível de maturidade corresponde a um
importante subconjunto de processos da organização, sendo que cada nível de maturidade é
medido por meio do atendimento de objetivos genéricos e específicos associados a cada área
de processo (CARNEGIE MELLON-SOFTWARE ENGINEERING INSTITUTE, 2006).

Níveis de maturidade de uma organização são um meio de predizer o estado atual de
organização, sendo que cada nível de maturidade representa um plateau de melhoria de
organização do processo. Os níveis de maturidade propostos pelo CMMI são apresentados na
Figura 1.
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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                     Figura 1 - Modelo de Maturidade baseado no CMM (versão por estágios)

Segundo um estudo realizado por Patterson (1993) utilizando o modelo de maturidade dos
processos, foi verificado que a maioria das empresas tem seus processos de manufatura no
nível 4, com as atividades padronizadas e controladas, mas ainda sem um processo de
melhoria contínua sistematizado. Em relação aos seus processos de desenvolvimento de
produto, as empresas costumam estar no nível 2, isto é, os processos não estão documentados
e os procedimentos estão apenas na memória dos envolvidos, sendo que a repetição das
atividades depende totalmente das pessoas envolvidas (PATTERSON, 1993). Atualmente,
muitas empresas já possuem seu processo de desenvolvimento de produtos sistematizado. No
Brasil, este processo foi iniciado, principalmente, pelas empresas multinacionais, normalmente
importando o processo de desenvolvimento utilizado pela matriz e, posteriormente, foi se
espalhando pelas empresas nacionais de maior porte. Entretanto, a situação do PDP das
pequenas e médias empresas brasileiras continuam, em sua maioria, no nível 2, em que o
processo ainda não está sistematizado e formalizado.

Os níveis de maturidade oferecem aos responsáveis pelo desenvolvimento de produtos uma
fácil identificação do diagnóstico do processo da empresa, assim como o planejamento para a
implementação nas ferramentas e práticas que possibilitam a ascensão ao nível mais elevado
de maturidade. Neste sentido, os modelos que representam o PDP têm ocupado forte papel,
pois procuram sistematizar e formalizar as atividades de desenvolvimento, contribuindo para a
padronização que antecede a melhoria dos processos (FIGURA 2).
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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                                       Figura 2 - Níveis de maturidade no PDP

O conceito de níveis de maturidade parte do principio de que nem todas as empresas precisam
estar no nível mais alto de excelência, inclusive porque permanecer em um nível maior
significa onerar os produtos com custos para a melhoria e sistematização do processo, os quais
podem não se reverter em benefícios (ROZENFELD et al. 2006). Mesmo assim, é esperado que
um processo formalizado, controlado e que possua mecanismos de melhoria continua tenda a
oferecer melhores resultados para a organização.

Bibliografia adicional
ROZENFELD, Henrique; FORCELLINI, Fernando A.; AMARAL, Daniel C.; TOLEDO, José C.; SILVA, Sérgio L.;
ALLIPRANDINI, Dário H.; SCALICE, Régis K. (2006). Gestão de desenvolvimento de produtos: uma
referência para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva.
CARNEGIE MELLON - SOFTWARE ENGINEERING INSTITUTE (SEI) (2006) - CMMI® for Development,
Version 1.2. Pittsburgh, august.
Patterson, M.L. – (1993). Accelerating innovation. New York: Van Nostrand Reinhold.
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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Gerenciamento do ciclo de vida do produto - PLM (Product Life-
cycleManagement)
Baseado em Abramovici (2007) e Rozenfeld et al. (2006)

O gerenciamento do ciclo de vida do produto, também conhecido como sistemas Product Life-
cycle Management (PLM), oferece uma oportunidade para a integração, tanto interna quanto
externa da organização. O PLM consiste em um conjunto de métodos, modelos e ferramentas
de informação utilizadas para gerenciar as informações sobre o produto e processos durante
as diferentes fases do ciclo de vida do produto (ABRAMOVICI, 2007). Entendendo o ciclo de
vida como todo o período compreendido desde a concepção de um produto até sua
obsolescência, passando pelas etapas de projeto e produção. Desta forma, a proposta do PLM
é integrar pessoas, arquivos, processos e o sistema de negócio e prover uma estrutura de
informação para a organização e suas ramificações.

As organizações precisam gerenciar a comunicação e as informações com diversos agentes
durante o ciclo de vida do produto, ou seja, desde sua concepção até seu descarte por parte
do cliente. Com isto, entre as funcionalidades do PLM esta a integração das informações e da
comunicação originada pelo cliente (CRM - Customer Relationship Management), dos recursos
dentro da empresa (ERP-Enterprise Resource Planning), dos recursos dentro da cadeia de
suprimentos (SCM-Supply Chain Management), dos dados de projeto (CAD – computer-aided
design), de manufatura (CAM – computer-aided manufactoring), de engenharia (CAE –
computer-aided engineering), de integração do computador a manufatura (CIM – computer
integrated manufactoring).

Os sistemas PLM se apresentam como uma forma atualizada e mais ampla dos sistemas PDM
(Product Data Management). O PDM é uma tecnologia de software que visa gerenciar todas as
informações e processos relativos ao ciclo de vida de um produto. Várias nomenclaturas como,
PIM (Product Information Management), TDM (Technical Document Management), TIM
(Technical Information Management) e EDM (Electronic Document Management) são usadas
com significados semelhantes. Porém todos estes sistemas podem ser classificados dentro de
dois grupos distintos: PDM e EDM. Sistemas EDM (Electronic Document Management) são
todos aqueles focados no gerenciamento de documentos podendo ou não estar relacionados à
engenharia. Já os sistemas PDM são voltados para o gerenciamento do produto e de suas
partes, possuindo assim funcionalidades especiais como controle da estrutura de produto e
controle das modificações de engenharia. Sendo assim, os sistemas PLM se propõem a um
escopo de funcionalidade mais amplo que os PDM, ainda focado nas atividades de engenharia.
Os sistemas PLM ampliam as funcionalidades dos sistemas PDM, direcionando suas utilidades
para a concepção do produto, seu desenvolvimento, acompanhamento do seu desempenho
de mercado até o seu descarte, ainda com o no foco na relação do produto com o
desempenho organizacional.

Nesta visão de PLM, diretamente vinculada aos softwares de suporte ao negócio de produtos e
serviços que abrigam desde a idéia do produto, passando pelo seu projeto, produção e
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

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Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos
descarte (PLM EVALUATION CENTER, 2009), podem ser citados diversos sistemas PLM, como
os desenvolvidos pela Dassault Systèmes, SAP, IBM, Siemens PLM Software, Oracle
Corporation entre diversos outros. Entretanto, existe uma visão mais abrangente que a
desenvolvida pela indústria de software, uma visão mais de gestão de processo. Atualmente,
diversos autores concordam que o PLM não se refere somente a um software individual, mas
está mais relacionado ao conceito mais amplo de gestão, o qual depende da integração de
múltiplos componentes e utilidades dos softwares (FIGURA 1). A indústria do software
contribui com uma falta de transparência para a compreensão do PLM de uma forma mais
ampla. Esta visão restrita contribui, entre outras coisa, para a dificuldade na implementação
desta abordagem nas realidade das empresas (SCHUH et al. 2008).




                         Figura 1 – Abrangência do PLM (Product Life-cycle Management)




A aplicação do PLM ainda tende a desenvolver uma visão mais ecológica nas empresas. Com
crescimento da consciência ambiental no setor industrial, o uso do PLM apresenta-se como
uma oportunidade a mais para a consciência ambiental, visto que, de certo modo, esta
abordagem pode contribuir para as empresas em suas iniciativas ecológicas. O enfoque de
gestão de todo o ciclo de vida do produto, defendido pelo PLM, proporciona uma maior
integração nos processos, desenvolvendo uma maior interação com os demais agentes
envolvidos na cadeia produtiva, desde os fornecedores até os consumidores. Sendo que esta
maior integração contribui para o desenvolvimento do produto de forma mais integrada, e
inclusive, ecológica (CHEN, 2009).

Devido à falta de uma abordagem sistemática para a consideração das questões ambientais na
Gestão do Ciclo de Vida dos Produtos, as empresas não têm conseguido obter todas as
potencialidades de ganhos ambientais, econômicos e de mercado. Neste sentido, existe a
oportunidade de integrar estes métodos e ferramentas de ecodesign ao PLM, principalmente
no processo de negócio de desenvolvimento de produtos. (PIGOSSO, 2009). Desta forma, o
PLM se apresenta como uma plataforma indicada para a integração destas técnicas e
FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112-
Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em:
http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010.

Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos

Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos
ferramentas necessárias para desenvolver a consciência ambiental aplicada aos seus produtos
que estão sendo desenvolvidos.



Bibliografia adicional
ABRAMOVICI, M. (2007). Future trends in product lifecycle management. In. The Future of Product
Development, Proceedings of 17th CIRP Design Conference, Springer Berlin Heidelberg.
CHEN, K. (2009). What can PLM do for Green. Manufacturing Operations, Industry Observation. Arquivo
disponível em <http://blog.technologyevaluation.com/blog/2009/02/09/what-can-plm-do-for-green/>
PIGOSSO, D. (2009). Modelo de Maturidade para a Melhoria do Desempenho Ambiental na Gestão do
Ciclo de Vida de Produtos (PLM). Arquivo disponível em
<http://numa.sc.usp.br/grupoei/index.php/por/Projetos/Modelo-de-Maturidade-para-Ecodesign-no-
PLM>
PLM EVALUATION CENTER. (2009). What is Product Lifecycle Management (PLM)?. Arquivo disponível
em < http://plm.technologyevaluation.com/>
ROZENFELD, Henrique; FORCELLINI, Fernando A.; AMARAL, Daniel C.; TOLEDO, José C.; SILVA, Sérgio L.;
ALLIPRANDINI, Dário H.; SCALICE, Régis K. Gestão de desenvolvimento de produtos: uma referência
para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva, 2006.
SAP PLM. Ajudando você a desenvolver o produto certo, no momento certo pelo custo certo. Arquivo
disponível em <HTTP://www.sap.com/brazil/solutions/business-suite/plm/index.epx>
SCHUH, G.; ROZENFELD, H.; ASSMUS, D.; ZANCUL, E. Process oriented framework to support PLM
implementation. Computers in Industry, v.59, 2008.

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  • 1. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Abordagem da Engenharia Simultânea Baseado em Ward et al. 1995; Zancul e Rozenfeld (portal do conhecimento); Rozenfeld et al. (2006) O surgimento de novas tecnologias e a crescente complexidade dos produtos, entre outros fatores, resultaram no aumento do lead time de desenvolvimento de produtos. No entanto, para se manterem competitivas, as empresas precisam lançar novos produtos em espaços de tempo cada vez menores. Para isto, as empresas passaram a pesquisar formas de reduzir seu ciclo de desenvolvimento de produtos. Uma das soluções adotadas, no início dos anos 80, foi o aumento do grau de paralelismo das atividades de desenvolvimento. Atividades que eram realizadas somente após o término e aprovação das atividades anteriores são antecipadas de forma que seu início não dependa dos demorados ciclos de aprovação. Desta forma, a Engenharia Simultânea trata-se de uma abordagem sistemática para o desenvolvimento integrado e paralelo do projeto de um produto e os processos relacionados, incluindo manufatura e suporte. Essa abordagem procura fazer com que as pessoas envolvidas no desenvolvimento considerem, desde o início, todos os elementos do ciclo de vida do produto, da concepção ao descarte, incluindo qualidade, custo, prazos e requisitos dos clientes. O desenvolvimento do conceito de Engenharia Simultânea o tornou-se muito mais abrangente, podendo incluir a cooperação e o consenso entre os envolvidos no desenvolvimento, o emprego de recursos computacionais (CAD/CAE/CAM/PDM) e a utilização de metodologias (DFx, QFD, entre outras). Com base nos conceitos de modelagem de processos de negócio, pode-se definir Engenharia Simultânea como sendo a filosofia utilizada no processo de desenvolvimento (ou alteração) de novos produtos, visando:  aumento de qualidade do produto, com foco no cliente;  diminuição do ciclo de desenvolvimento;  diminuição de custos. Esta filosofia toma como base a sinergia entre seus agentes, que devem trabalhar em equipes multifuncionais. Esta equipe deve crescer e diminuir ao longo de sua existência, mantendo sempre um mesmo núcleo de pessoas, que acompanham o desenvolvimento. Todo o trabalho desta equipe deve ser suportado por recursos, métodos e técnicas integradas, tais como: QFD, FMEA, etc. Este movimento ajudou também a difundir a importância de se utilizar técnicas sistemáticas de projeto para aumentar a produtividade do trabalho da engenharia e diminuir erros. Foi neste momento que muitas das (tais como o QFD, matriz de seleção de Pugh, FMEA) foram sistematizadas e propostas para trabalhar conjuntamente.
  • 2. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Figura 1 - Exemplo de Engenharia Seqüêncial Figura 2 - Exemplo de Engenharia Simultânea Bibliografia adicional CARTER, D. E.; BAKER, B. S. (1992). Concurrent engineering: the product development environment for the 1990s. Reading, Mass.: Addison-Wesley. CLARK, Kim .B.; FUJIMOTO, Takahiro. Product development performance: strategy, organization, management in the world auto industry. Boston: Harvard Business School Press, 1991. PRASAD, B. (1996). Concurrent engineering fundamentals: integrated product and process development. v. 1. New Jersey, Prentice Hall. PRASAD, B. (1997). Concurrent engineering fundamentals: integrated product development. v. 2 .New Jersey, Prentice Hall. ROZENFELD, Henrique; FORCELLINI, Fernando A.; AMARAL, Daniel C.; TOLEDO, José C.; SILVA, Sérgio L.; ALLIPRANDINI, Dário H.; SCALICE, Régis K. Gestão de desenvolvimento de produtos: uma referência para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva, 2006. SPEAR, Steven J.; BOWEN, H. Kent (1999) Decoding the DNA of the Toyota Production System. Harvard Business Review, sep-oct. SYAN, C. S.; MENON, U. (1994). Concurrent engineering: concepts, implementation and practice. London, Chapman & Hall.
  • 3. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos WARD, Allen C.; LIKER, Jeffrey K.; CRISTIANO, John J.; SOBEK II, Durward K. The second Toyota paradox: how delaying decisions can make better cars faster. Sloan Management Review, p.43-61, spring, 1995.
  • 4. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Abordagem dos Gates Baseado em Echeveste (2003), Rozenfeld et al. (2006). Este é um modelo de referência muito difundido em desenvolvimento de produtos que introduziu, no passado, o conceito de gates (avaliações) dos projetos de desenvolvimento. O modelo de desenvolvimento de produto utilizando a lógica stage gates, ou stage gate system, estabelece um roteiro que conduz a equipe de desenvolvimento desde a idéia de um novo produto até o lançamento das primeiras unidades. A Figura 1 ilustra o conceito da abordagem do sistema de stage gate. Figura 1 - Sistema de desenvolvimento de produtos por STAGE-GATES® (Cooper, 1990) Na metodologia baseada nos Gates, o processo de desenvolvimento é dividido geralmente de quatro a seis estágios. Estes estágios compreendem múltiplas e paralelas atividades previamente definidas, que transcendem as barreiras funcionais. Separando os estágios estão os Gates ou pontos de decisão, que são pontos de checagem que controlam a qualidade do processo de desenvolvimento de produto. Os Gates constituem um conjunto de critérios ou pontos de avaliação do processo de desenvolvimento de produtos, a serem analisados por uma equipe de decisão com poder de dar continuidade ou abordar o processo. Esta avaliação visa garantir a qualidade do produto gerado. A abordagem de stage gate trata-se de uma abordagem de projeto que visa melhorar o gerenciamento de novos produtos. Entretanto, Cooper (1993) esclarece que o sistema Stage Gates® vai além deste conceito de controle, o define como uma proposta de condução do produto através dos vários estágios de desenvolvimento e de gestão do risco: Figura 2 - Stage Gates® - Phased Product Development (Cooper, 1993) (i) se o risco for alto, mantenha os valores de investimento nos estágios em níveis baixos; dê passos pequenos; (ii) à medida que as incertezas diminuem, os investimentos nos estágios do processo poderão crescer; dê passos mais largos; (iii) incremente o processo, fragmente as decisões do tipo tudo ou nada em vários estágios e decisões; cada novo estágio deverá envolver mais recursos financeiros do que o anterior; (iv) encare cada estágio como uma forma de reduzir a incerteza, esteja preparado para pagar por
  • 5. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos informações relevantes para a redução do risco; (v) providencie pontos de escape, ou seja, pontos de decisão que permitam livrar-se do negócio. O nome stage gate foi desenvolvido por Cooper (1991), que denominou de Gates os pontos de checagem da qualidade do processo de desenvolvimento. Em cada gate é especificado um conjunto de requisitos desejados, os quais garantem a eficiência dos estágios de desenvolvimento. Os estágios são onde as atividades de desenvolvimento são realizadas numa seqüência predeterminada. As decisões de cada gate são do tipo go–no go ou, recicla e aprova o plano de ação para o próximo estágio. Segundo Cooper (1991, 1993), a primeira geração de desenvolvimento de produto baseada em pontos de checagem foi utilizada na NASA nos anos 60, sendo chamada de Phased Project Plan (PPP), ou mais tarde denominada Phased Review Process. Neste processo, a passagem para a fase posterior é condicional aos cumprimentos dos pré-requisitos da fase a ser avaliada. Geralmente, a tarefa deveria estar totalmente completada para que fosse dado sinal verde para a fase posterior. O método utilizado desta forma caracterizava-se como um procedimento de controle do projeto a fim de cumprir as tarefas preestabelecidas no tempo planejado. O processo que utiliza esta aplicação permite um roteiro decisório que auxilia e uniformiza as decisões, diminuindo as incertezas e aumentando o controle gerencial durante o processo, desta forma reduzindo as incertezas durante o PDP. Bibliografia adicional ECHEVESTE, M. E. S. (2004). Uma abordagem para estruturação e controle de processos de desenvolvimento de produtos. Porto Alegre. Tese – UFRGS. COOPER, R. (1991) Stage Gates systems: a new tool for managing new products. Engineering Management Review, p.5-12. COOPER, R. (1994) Third-generation new product process. Journal of Product Innovation Management, New York, v.11, p.3-14, jan.
  • 6. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Abordagem do Funil de Desenvolvimento Baseado em Wheelwright e Clark (1992) O projeto de desenvolvimento de um produto inicia-se na idéia do conceito deste produto que vai convergindo para uma forma específica que possa atender as necessidades de mercado, financeiras e de manufatura. Este processo normalmente inicia com uma grande quantidade de idéias que gradualmente vão sendo refinadas e selecionadas, resultando em alguns projetos que serão realmente desenvolvidos e lançados no mercado (WHEELWRIGHT e CLARK, 1992). Este processo de seleção de idéias até a definição dos produtos que realmente serão desenvolvidos pela empresa é chamado de gestão de portfólio de novos produtos. Trata-se da coordenação estratégica dos projetos de produto em andamento ou em planejamento, incorporando novos, redirecionando acelerando os já existentes (COOPER et al., 2001; SILVA e ROZENFELD, 2007; MIGUEL, 2008), incluindo também a coordenação das relações entre os diferentes projetos da empresa (NOBEOKA, CUSUMANO, 1998). Desta forma, este processo de seleção deve estar diretamente alinhado com a estratégia da corporação além de perseguir a maximização do valor econômico, o balanceamento da carteira de projetos e a diminuição dos riscos (ROZENFELD et al. 2006). Wheelwright e Clark e (1992) representaram este processo de concepção, refinamento e seleção idéias de produtos na forma de um Funil (FIGURA 1). Esta representação procura demonstrar o processo de como as diversas idéias de produto são tratadas até resultarem em uma quantidade muito menor de produtos lançados no mercado. O formato de funil se refere ao problema de alocação de recursos. Como dificilmente existe tempo e recursos (financeiros, humanos, equipamentos...) suficientes para todos projetos de inovação, então deve-se decidir quais idéias são mais promissoras e que deverão ser financiadas para futuro desenvolvimento. O objetivo do funil de desenvolvimento é criar um portfólio de projetos que se alinharão aos objetivos do negócio ao mesmo tempo que fortalece a habilidade da organização em conduzir estrategicamente seus futuros projetos.
  • 7. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Figura 1 - Funil de Desenvolvimento (Wheelwright e Clark, 1992) Entre as grandes contribuições da abordagem de funil de desenvolvimento de Wheelwright e Clark (1992) está a adoção da visão por processos. Esta visão proporciona uma melhor compreensão da seqüência das atividades e da relação existente entre estas atividades, como a criação da tecnologia e seu uso, a relação entre a retirada do produtos no mercado e a obtenção de idéias para novos produtos e assim por diante. Outra grande contribuição foi a descoberta da importância do alinhamento entre as atividades do PDP e o Planejamento Estratégico da Empresa, considerando a estratégia mercadológica, a estratégia de produtos e a tecnológica (ROZENFELD et al. 2006). Bibliografia adicional ROZENFELD, Henrique; FORCELLINI, Fernando A.; AMARAL, Daniel C.; TOLEDO, José C.; SILVA, Sérgio L.; ALLIPRANDINI, Dário H.; SCALICE, Régis K. (2006). Gestão de desenvolvimento de produtos: uma referência para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva. CUSUMANO, M.; NOBEOKA, K. (1998). Thinking Beyond Lean: How Multi-Project Management is Transforming Product Development at Toyota and Other Companies. New York: The Free Press. COOPER, R. G., EDGETT, S. J., KLEINSCHMIDT, E. J. (2001). Portfolio Management for New Products. 2 Ed. Persus Publishing. COOPER, R.; SCOTT, E.; KLEINSCHMIDT, E. (2001). Portfolio Management for new product development: results of an industry practices study. R & D Management, v. 31, n. 4. KENDALL, G.I.; ROLLINS, S. C. (2003). Advanced Project Portfolio Management and the PMO – Multiplying ROI at Warp Speed. J.ROSS Publishing & International Institute for Learning, Inc. KERZNER, H. Gestão de Projetos: as melhores práticas. Porto Alegre: Bookman, 2002. MIGUEL, P.A.C. (2008). Implementação da gestão de portfólio de novos produtos: um estudo de caso. Produção, v.18, n.2, p.388-404. PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI) (2004). A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBoK). 3 ed. Project Management Institute. WHEELWRIGHT, S.C.; CLARK, K.B. (1992). Revolutionizing new product development. New York: The Free Press.
  • 8. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Desenvolvimento Integrado de Produtos (DIP) Baseado em Echeveste (2003) e Rozenfeld et al. (2006) O Desenvolvimento Integrado de Produto (DIP), ou Integrated Product Development (IDP) trata-se de uma abordagem de gestão do PDP que busca a integração das atividades executadas em equipes simultaneamente e dos modelos de desenvolvimento que incorporam a visão do mercado, incluindo fases de marketing em todo o período do PDP. O DIP surge, inicialmente, como um conceito ampliado da Engenharia Simultânea, empregada nos anos 80 como uma reunião de técnicos ou engenheiros para resolver essencialmente assuntos de cunho técnico, daí resultando a denominação “engenharia” simultânea ou concorrente (CE-concurrent engineering). Depois disto, o DIP amplia sua visão, incluindo preocupações com a integração de áreas, estabelecendo procedimentos de integração entre as equipes, com o objetivo de desenvolver produtos (marketing, engenharia, manufatura, finanças, compras...), além do maior foco no negócio, nas questões estratégicas da empresa e no atendimento das necessidades do consumidor (ECHEVESTE, 2003). O Desenvolvimento Integrado de Produto é a base para a realização do produto e envolve as questões estratégicas da companhia, a interface com a alta gerência, administração, vendas, marketing, estimativas de preço e funções relacionadas ao plano de marketing e plano do produto (ECHEVESTE, 2003). O seu principal objetivo é a integração das atividades de desenvolvimento nas áreas de mercado, produto e produção, estabelecendo uma integração entre projeto e produção, incluindo a necessidade de um planejamento contínuo (ANDREASEN; HEIN, 1987). Desta forma, esta abordagem incorpora a visão de mercado, incluindo fases de marketing (visão estratégica), a abordagem gerencial e de controle, a partir da adoção dos gates, os conceitos de engenharia simultânea além do foco no atendimento das necessidades dos clientes (foco no mercado). As abordagens da Engenharia Simultânea, Funil de Desenvolvimento e Stage Gates se desenvolveram quase simultaneamente, no período de tempo entre o final dos anos 1980 e final dos anos 1990 e compartilham diversas características. A reunião das propostas destas três abordagens podem ser rotuladas como a era do Desenvolvimento Integrado de Produto (DIP) (ROZENFELD et al. 2006). O sucesso do DIP exige o entendimento de todas as áreas em que o desenvolvimento de produto está envolvido, sendo que um meio de se atingir esta compreensão é a partir de processos confiáveis e modelos de planejamento, otimização e controle de cada unidade do processo de desenvolvimento de produto. Bibliografia adicional ANDREASEN, M.M; HEIN, L. (1987). Integrated product development. New York: Springer-Verlag. ECHEVESTE, M. E. S. (2004). Uma abordagem para estruturação e controle de processos de desenvolvimento de produtos. Porto Alegre. Tese – UFRGS.
  • 9. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos ROZENFELD, Henrique; FORCELLINI, Fernando A.; AMARAL, Daniel C.; TOLEDO, José C.; SILVA, Sérgio L.; ALLIPRANDINI, Dário H.; SCALICE, Régis K. (2006). Gestão de desenvolvimento de produtos: uma referência para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva.
  • 10. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Design for Six Sigma (DFSS) Baseado em Faccio e Echeveste (2010) e Creveling et al. (2002). Seis Sigma (Six Sigma) é um conjunto de práticas, originalmente desenvolvidas pela Motorola, para melhorar sistematicamente os processos ao eliminar defeitos. Com isto, inicialmente os programas Seis Sigma tiveram como objetivo a redução de defeitos por meio da redução da variabilidade em torno de um alvo de uma característica de qualidade da manufatura. Com a sua evolução, passaram também a incorporar a filosofia de entendimento das características e funcionamento dos produtos, principalmente na fase de desenvolvimento de produto. É consenso que muitos defeitos poderiam (e deveriam) ser evitados na fase de concepção do produto. Chowdhury (2002) conclui que o DFSS é um meio de uma empresa obter nível Seis Sigma, isto é alcançar um nível excelente de qualidade. Para se ter uma idéia o que é um nível de 6-Sigma, iremos considerar uma curva normal. Se estivermos falando de admitirmos um erro de um desvio padrão ou 1 sigma, temos 66,7% de probabilidade de não termos defeitos (o que é um índice altíssimo – imagine neste caso que cada 3 carros em 10 saia com defeito...); se estivermos falando em 3 desvios ou 3-sigma, temos 99,73% de probabilidade de não termos defeitos. Para atingirmos um padrão de 6- sigma, um processo não pode produzir mais que 3,4 defeitos por milhão de oportunidades. Uma “oportunidade” é definida como uma chance para a não conformidade, ou não atingir as especificações requeridas. Embora pareça um padrão extremamente alto, muitas operações devem trabalhar nesta condição. Figura 1 –Distribuição de Probabilidades Relacionado ao desenvolvimento de produto, a base do seis sigmas, o DFSS, é a integração de ferramentas como o QFD (Quality Function Deployment), Matriz de Pugh, com ferramentas estatísticas de análise multivariada e planejamento de experimentos (DOE-Design of
  • 11. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Experiments). Na verdade não traz ferramentas novas e seu conceito é o mesmo do Total Quality Development (CLAUSING, 1994) e Total Product Development (AMERICAN SUPPLIER INSTITUTE, 1995). No entanto pode-se dizer que existem contribuições (novas) para o DFSS, a principal delas é o emprego da filosofia de solução de problemas do Seis Sigma. Essa filosofia prega que as decisões devem estar embasadas em dados coletados segundos princípios de técnicas estatísticas e de engenharia. Trazendo esse conceito para o desenvolvimento de produtos, pode-se dizer que testes e ensaios deveriam ser realizados na fase de concepção, auxiliando na escolha da melhor configuração do produto e na escolha das especificações no projeto detalhado. Com isso, o processo de desenvolvimento de produto contemplaria ferramentas que ajudariam a reduzir riscos e conduzir mas eficientemente as etapas de desenvolvimento. O DFSS foi estabelecido como uma metodologia baseada em ferramentas analíticas para auxiliar no desenvolvimento de novos produtos considerando as exigências do consumidor e do mercado e, a partir disso, verificando quantitativamente o quanto especificações definidas nas fases iniciais estão sendo atendidas. Pode-se dizer que o DFSS é mais um DF-x, (design for x-abilities) que propicia o uso e análise de métricas para entender e efetivamente melhorar a qualidade do desenvolvimento e do produto. As palavras “Seis Sigma” incorporadas ao nome referem-se ao uso da métrica de índice de capacidade que compara as principais características do produto com as especificações numa escala de desvios-padrão, mais especificamente seis desvios para cada lado (superior e inferior) entre os limites naturais e os limites de especificação. Um dos principais objetivos do DFSS é garantir que o produto reúna as necessidades do consumidor e do mercado. Em geral é difícil identificar em quais as áreas do desenvolvimento podem estar deficientes ou poderiam ser refinadas. Encontrar onde concentrar os esforços prioritariamente para efetivar melhorias exige um entendimento do processo que pode apresentar falhas por não atender às necessidades dos consumidores, às exigências do mercado ou estratégias competitivas (PRODUCT GENESIS, Inc 2005). O DFSS é um conjunto de ferramentas baseado nesse princípio, capaz de avaliar o progresso do PDP alinhado com as metas corporativas e estratégias do mercado a cada gate. O objetivo é estabelecer um conjunto de ferramentas integradas como meio de transladar eficientemente a informação nas fases de desenvolvimento, favorecendo que os produtos agreguem valores técnicos, estratégicos e financeiros. Essa avaliação pode estar aliada aos gates, gerando formas para checar se o processo está direcionado às estratégias definidas no início do projeto. Para Creveling et al (2003), o DFSS consiste em um conjunto de necessidades de novos produtos, analisadas sob o prisma de métodos estatísticos e de engenharia, integrados ao longo do PDP. O conhecimento de engenharia determina as propriedades físicas e a tecnologia a ser utilizada para executar as funções do produto. O conhecimento estatístico
  • 12. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos auxilia no emprego de técnicas e ferramentas para condução dos requisitos críticos do mercado durante as fases e gates do PDP. O principal desafio no emprego do DFSS no lançamento de produtos é usar a ferramenta certa no tempo certo, durante todo o ciclo de desenvolvimento de produto. As ferramentas aplicadas ao DFSS têm êxito se forem alinhadas aos Gates e às atividades do PDP, considerando métricas de capabilidade, métricas estratégicas e métricas orientadas ao consumidor (CREVELING et al, 2003). Assim como no Seis Sigma, o DFSS utiliza um roteiro relacionado às etapas do desenvolvimento de produtos. Para a abordagem de desenvolvimento tecnológico utiliza o I2DOV (Invent/Innovate Develop Optimize Verify). As etapas são similares ao desenvolvimento da comercialização, em que pode se utilizar o CDOV (Concept Design Optimize Verify). Para melhorias no processo e eliminação de defeitos pode se utilizar a metodologia DMAIC (Define, Measure, Analyze, Improve and Control). Enquanto o DMADV (Define, Measure, Analyze, Design and Verify) está mais direcionado para encontrar soluções para as necessidades do consumidor em relação ao produto ou serviço. O DFSS está integrado aos gates fornecendo medidas quantitativas na avaliação dos riscos durante o desenvolvimento de novos produtos (MADER, 2002). A premissa que está por trás é a identificação das exigências críticas (CTq’s ou critical to quality) incorporando as especificações dessas características nas alternativas de conceito do produto. Para estudar as relações das variáveis críticas para o processo, Creveling et al (2003) apresentam uma nova dimensão para gestão dos requisitos num contexto de Design for Six Sigma: O CPM (Gestão de Parâmetros Críticos). A filosofia base do CPM é concentrar esforços nas características críticas do produto que, uma vez controladas e ajustadas nos seus níveis ótimos, poderão assegurar melhorias na qualidade do desempenho do produto final. Bibliografia adicional ASQ AMERICAM SOCIETY FOR QUALITY. Disponível em: <http://www.asq.org>. CLAUSING, D. - (1994). Total Quality Development: a step by step guide to world class concurrent engineering, ASME Press, New York. CREVELING, C.M.; SLUTSKY, J.L.; ANTIS JR., D. - (2003). Design for Six Sigma in Technology and Product Development, Prentice Hall PTR. FACCIO, K e ECHEVESTE (2010). Desdobramento dos Requisitos em parâmetros Críticos no Processo de Desenvolvimento de Produtos. Gestão de Parâmetros Críticos. Revista Espacios. Vol 31(4) 2010 página 15. MADER, D. P. Frontiers of Quality: Design for Six Sigma. Quality Progress, 2002. PRODUCT GENESIS, INC. Accelerating Success Through Strategic Innovation. Disponível em: http://www.productgenesis.com/pg_archive_publications.htm.
  • 13. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Lean Development Baseado em Clark e Fujimoto (1991), Womack, Jones e Ross (1991), Ward et al. (1995), Chase (2000), McManus (2005), e Morgan e Liker (2008) O livro a Máquina que Mudou o Mundo (WOMACK, JONES E ROSS, 1991) apresentou provas de que os fabricantes japoneses de automóveis eram muito superiores aos europeus e americanos. Em relação processo de desenvolvimento de produto, o estudo realizado por Clark e Fujimoto (1991) apresentou as vantagens obtidas pelo PDP aplicado pela Toyota. Neste trabalho foi evidenciado que para desenvolver um automóvel de similar complexidade, a Toyota conseguia atingir um time to market de metade do período das montadoras ocidentais com cerca de metade do trabalho (man/hour) de engenheiros por projeto (CLARK e FUJIMOTO, 1991). Estas vantagens proporcionaram a Toyota a atingir níveis bem superiores aos dos seus concorrentes. Em um estudo de 2004, em suas fábricas nos EUA, a Toyota gasta em média com mão de obra cerca de US$3.500 a menos que os seus concorrentes, seu valor de mercado supera o de Renault AS, Volkswagen AG, Daimler-Chrysler, Ford, PSA e GM combinados (BLOOMBERG, 10/2004). Em grande medida, isso se deve ao fato de que a Toyota é mundialmente reconhecida pelo seu inovador sistema de produção (TPS-"Toyota Production System"). O que nem todos ainda perceberam é que grande parte do sucesso atribuído ao TPS tem sua origem em fases anteriores à produção em si. O ponto de partida trata-se do "Lean Thinking", ou seja, é definir o que é valor para o cliente, traduzido em produtos e/ou serviços, ou como preferimos dizer, soluções para os clientes. Com esta filosofia, a Toyota tem conseguido, sistematicamente, desenvolver produtos e respectivos processos com menores custos, mais rapidamente e com melhor qualidade do que seus concorrentes (BATTAGLIA, PICCHI E FERRO, 2005). Na busca pelo pensamento enxuto (lean thinking), a busca de atividades e processos com ênfase na criação de valor para o cliente, um dos principais focos do trabalho passa a ser a redução de desperdícios nestes processos. Ou mais, a busca de soluções partindo como base a própria escala de valor do cliente. Como forma de gerenciar o processo de desenvolvimento de produto, a Toyota costuma utilizar diversas técnicas: Gerente de projeto Hevyweight (peso pesado), um líder empreendedor e experiente que participa e controla o processo de desenvolvimento. Este gerente atua como gerenciador de conflitos entre a equipe de especialistas que compõem o projeto e possui capacidade de tomar decisões eficientes e rápidas. Ainda é o responsável por garantir o direcionamento das soluções na escala de valor do cliente, o fluxo e a rentabilidade do processo. A matriz de projeto peso pesado está baseada em um gerente de projeto dedicado e com participantes ainda vinculados as respectivas áreas funcionais, mas sob supervisão e coordenados pelo gerente de projeto (FIGURA 01).
  • 14. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Figura 1 – Estruturas de Matrizes de Projeto (Clark e Fujimoto, 1991) Fluxo de Valor: A Toyota tem uma clara visão do que é valor para o cliente e foca o desenvolvimento diretamente nesse alvo. Por isso o cliente é o processo puxador (FIGURA 2). O foco não se restringe ao produto em si e nem ao processo, mas sim ao fluxo de valor e seus resultados. Para dar lucro se faz necessária integração total do fluxo de valor, desde o cliente até os fornecedores, da concepção à execução, ou seja, a integração de todas as etapas do desenvolvimento. Este processo deve criar fluxos de valor cada vez mais enxutos, com menos desperdício e agregando mais valor. P&D vendas m distribuição Figura 2 – Fluxo de Valor do PDP Engineering Check Sheets: Registro de lições aprendidas de projeto em uma apresentação sintética que possibilita o fácil reaproveitamento do conhecimento nos projetos seguintes. Nestas folhas estão apresentadas as soluções pesquisadas, a razão das escolhas e as especificações definidas (feasible ranges).
  • 15. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Classificação dos Fornecedores – Os fornecedores possuem um papel muito importante no desenvolvimento de produto da Toyota. A forma como a Toyota gerencia a cadeia de suprimentos, o Keiretsu, procura integrar os principais fornecedores junto a empresa. Desta forma a Toyota procura reduzir a quantidade de fornecedores com que trabalha e desenvolver uma relação de troca de conhecimento e melhoria contínua com estes fornecedores. Os fornecedores são os responsáveis por mais de 50% dos componentes dos veículos na maioria dos fabricantes, no caso da Toyota, esta participação supera 75% dos componentes (MORGAN e LIKER, 2008). Desta forma, o desempenho dos fornecedores tem um papel crítico na manutenção da competitividade da cadeia de valor (QUESADA, et al. 2006), possuindo uma participação bastante significativa no desenvolvimento de produto.
  • 16. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos ambos compram tecnologia p r o c e s s o p u x a d o r
  • 17. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Figura 3 – Classificação dos fornecedores Mapeamento Fluxo de Valor no PDP PDVSM (Product Development Value Stream Mapping) No sistema Toyota de Produção, o mapeamento de fluxo de valor se constitui uma das principais técnicas empregadas para a melhoria do processo. Uma técnica similar foi desenvolvida para atuar no processo de desenvolvimento de produto. Esta técnica procura demonstrar graficamente as atividades, bem como o fluxo de informações e produtos entre as atividades, além de oferecer uma visão inteira do processo (MORGAN e LIKER, 2008). A aplicação do PDVSM é indicada para eliminar as perdas existentes no processo, melhorar o desempenho do ciclo de resolução de problemas com foco principalmente nas atividades de engenharia do PDP (McMANUS, 2005). Entretanto existem muitas diferenças entre a manufatura e o processo de desenvolvimento de produto que dificultam a sua aplicação. Na manufatura, o mapeamento do fluxo de valor foca o fluxo de materiais. As informações/dados dão suporte a evolução do material de matérias primas até produtos acabados, a característica dos materiais de se localizarem em apenas um local por vez simplifica o mapeamento. No desenvolvimento de produtos, é preciso preocupar- se com a evolução e o fluxo de idéias e dados. Em razão da engenharia simultânea, os dados podem estar em diversas localizações ao mesmo tempo, característica esta que dificulta a tarefa de mapeamento (MORGAN E LIKER, 2008). Processo de desenvolvimento de produto Processo de manufatura tradicional Fluxos de dados virtuais Fluxos de produtos físicos Semanas e meses Segundos e minutos Trabalho principalmente com conhecimento Manufatura física Fluxos não-lineares e multidirecionais Evolução linear Grande grupo e diversificado de especialistas técnicos Organização principalmente na manufatura Figura 4 – Diferença entre Mapeamento do fluxo de valor no desenvolvimento de produto e na manufatura (MORGAN e LIKER, 2008)
  • 18. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Figura 5 – Exemplo da aplicação do PDVSM (McMANUS, 2005) Perdas no PDP O processo de desenvolvimento de produto é um acúmulo de perdas. Segundo um estudo na indústria aeroespacial, foi levantado que 77% do tempo utilizado no processo de desenvolvimento de produto é pura perda (McMANUS, 2005). O desperdício consiste em qualquer atividade em um processo que consuma recursos sem agregar valor para o cliente (MORGAN e LIKER, 2008). Primeiramente, Morgan e Liker (2008) adaptou as sete categorias de desperdícios de Taichi Ohno da manufatura para o desenvolvimento de produto. Posteriormente, Pessôa (2008) acrescentou mais duas categorias de perdas. A seguir são apresentadas as 9 categorias de perdas levantadas no processo de desenvolvimento de produto. 1. Produção em excesso: falta de sincronia entre as tarefas do PDP pode gerar problemas de balanceamento. Produzir mais ou antes do que o processo seguinte precisa. 2. Espera: tempo de espera por decisões, resultados ou distribuição da informação. Esperar por decisões, distribuição de informações. 3. Transporte: movimentação de pessoas, materiais ou informações sem que isto resulte em valor ao produto. Indefinições ou excessiva distribuição de informações. 4. Processamento: compreende o trabalho que não agrega valor, tais como: tarefas redundantes, variações e falta de padronização das atividades. Tarefas repetitivas, tarefas redundantes, reinvenção, variação de processo e falta de padronização.
  • 19. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos 5. Estoque: inclui os materiais, informações ou conhecimento parado ou não utilizado no processo ou no seu final, tal como protótipos não utilizados. Materiais ou informações que não fluem de forma produtiva. 6. Movimentação: Excesso de movimentação ou atividades durante a execução da tarefa ou atividade. Trajetos longos demais, reuniões redundantes e revisões superficiais. 7. Correção: Inspeção para detectar problemas de qualidade ou para consertar defeitos. Concretização da qualidade externamente, retrabalho. 8. Defeitos: São tarefas que não são bem executadas e possuem resultados errados ou ineficientes. Atividades que resultam em outputs com problemas; 9. Wishful thinking: São as decisões que não estão de acordo com os requisitos estabelecidos no planejamento do produto. Decisões durante o desenvolvimento que não possuem foco na criação de valor para o cliente. Bibliografia adicional BALLÉ, F..; BALLÉ, M. (2005). Lean Development. Business Strategy Review, autumn. BATTAGLIA, F.; PICCHI, F. E FERRO, J.R. - (2005). Desenvolvimento Lean de Produtos. Lean Institute Brasil. CLARK, K.B.; FUJIMOTO, T. (1991). Product development performance: strategy, organization, management in the world auto industry. Boston: Harvard Business School Press. CHASE, J. (2000). Measuring Value in Product Development. Working Paper Series - WP00-05, The Lean Aerospace Initiative, Massachusetts Institute of Technology, March. KAMATH, R. R.; LIKER, J..K. (1994). A second look at japanese product development. Harvard Business Review, v.72, n.6, p. 154–170, nov-dec, 1994. McMANUS, H. L. (2005). Product Development Value Stream Mapping (PDVSM) Manual 1.0. The Lean Aerospace Initiative, Massachusetts Institute of Technology, September. MORGAN, J. M.; LIKER, J. K. (2006). Sistema Toyota de desenvolvimento de produto: integrando pessoas, processo e tecnologia. Porto Alegre: Bookman. PESSÔA, M. V. P. (2008). Weaving the waste net: a model to the product development system low performance drivers and its causes. White Paper – LAI 08-01, The Lean Aerospace Initiative, Massachusetts Institute of Technology, Jan. WARD, A. C.; LIKER, J. K.; CRISTIANO, J.J.; SOBEK II, D. K. The second Toyota paradox: how delaying decisions can make better cars faster. Sloan Management Review, p.43-61, spring, 1995.
  • 20. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Modelos de Maturidade Baseado em CMMI® for Development,Version 1.2 (2006) e Rozenfeld et al. (2006) Uma característica dos modelos de desenvolvimento de produtos é a sua visão estática, sempre demonstrando o nível mais alto da prática. Neste caso, verifica-se um problema, como atingir este nível mais alto se a empresa ainda está muito distante deste nível? Uma nova abordagem de desenvolvimento de produto que enfatiza este aspecto é a definida pelo Capability Maturity Model Integration (CMMI®), proposto pela Software Engineering Institute (SEI). O CMMI trata-se de uma metodologia de melhoria de processo que disponibiliza a organização os elementos para a efetiva melhora dos seus processos. Atualmente, o CMMI possui três principais áreas de atuação: (i) para o desenvolvimento de produtos e serviços (CMMI® for Development), (ii) um guia para serviços dentro da organização e para clientes externos (CMMI® for Services) e (iii) recomendado para a gestão da cadeia de suprimentos, compras e terceirizações no governo e na indústria (CMMI® for Acquisition). A proposta do CMMI® for Development é contribuir para que as organizações estabilizem e melhorem o seu processo de desenvolvimento de produtos e serviços. O CMMI® for Development reúne as melhores práticas que são recomendadas para as atividades dos processos de desenvolvimento de produtos e serviços. As práticas recomendadas pelo CMMI for Development abrigam todo o ciclo de vida do produto, desde sua concepção até a entrega e manutenção, com ênfase nas atividades necessárias para construir e manter sua total qualidade (CARNEGIE MELLON-SOFTWARE ENGINEERING INSTITUTE, 2006). O CMMI trata-se de um modelo de sistematização do desenvolvimento que, além das atividades e fases, divididas em áreas de conhecimento, fornece níveis de maturidade em termos de práticas e indicadores capazes de medir esses níveis (ROZENFELD et al. 2006). Um nível de maturidade consiste em uma relação de práticas específicas e genéricas indicadas para diversas áreas de processo da empresa. A melhoria no nível de maturidade possui impacto na melhora do desempenho de toda a organização. O nível de maturidade de uma organização fornece um diagnóstico do desempenho da organização em uma dada disciplina ou conjunto de disciplinas. Desta forma, o nível de maturidade é definido como um plateau para a melhoria do processo na organização. Cada nível de maturidade corresponde a um importante subconjunto de processos da organização, sendo que cada nível de maturidade é medido por meio do atendimento de objetivos genéricos e específicos associados a cada área de processo (CARNEGIE MELLON-SOFTWARE ENGINEERING INSTITUTE, 2006). Níveis de maturidade de uma organização são um meio de predizer o estado atual de organização, sendo que cada nível de maturidade representa um plateau de melhoria de organização do processo. Os níveis de maturidade propostos pelo CMMI são apresentados na Figura 1.
  • 21. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Figura 1 - Modelo de Maturidade baseado no CMM (versão por estágios) Segundo um estudo realizado por Patterson (1993) utilizando o modelo de maturidade dos processos, foi verificado que a maioria das empresas tem seus processos de manufatura no nível 4, com as atividades padronizadas e controladas, mas ainda sem um processo de melhoria contínua sistematizado. Em relação aos seus processos de desenvolvimento de produto, as empresas costumam estar no nível 2, isto é, os processos não estão documentados e os procedimentos estão apenas na memória dos envolvidos, sendo que a repetição das atividades depende totalmente das pessoas envolvidas (PATTERSON, 1993). Atualmente, muitas empresas já possuem seu processo de desenvolvimento de produtos sistematizado. No Brasil, este processo foi iniciado, principalmente, pelas empresas multinacionais, normalmente importando o processo de desenvolvimento utilizado pela matriz e, posteriormente, foi se espalhando pelas empresas nacionais de maior porte. Entretanto, a situação do PDP das pequenas e médias empresas brasileiras continuam, em sua maioria, no nível 2, em que o processo ainda não está sistematizado e formalizado. Os níveis de maturidade oferecem aos responsáveis pelo desenvolvimento de produtos uma fácil identificação do diagnóstico do processo da empresa, assim como o planejamento para a implementação nas ferramentas e práticas que possibilitam a ascensão ao nível mais elevado de maturidade. Neste sentido, os modelos que representam o PDP têm ocupado forte papel, pois procuram sistematizar e formalizar as atividades de desenvolvimento, contribuindo para a padronização que antecede a melhoria dos processos (FIGURA 2).
  • 22. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Figura 2 - Níveis de maturidade no PDP O conceito de níveis de maturidade parte do principio de que nem todas as empresas precisam estar no nível mais alto de excelência, inclusive porque permanecer em um nível maior significa onerar os produtos com custos para a melhoria e sistematização do processo, os quais podem não se reverter em benefícios (ROZENFELD et al. 2006). Mesmo assim, é esperado que um processo formalizado, controlado e que possua mecanismos de melhoria continua tenda a oferecer melhores resultados para a organização. Bibliografia adicional ROZENFELD, Henrique; FORCELLINI, Fernando A.; AMARAL, Daniel C.; TOLEDO, José C.; SILVA, Sérgio L.; ALLIPRANDINI, Dário H.; SCALICE, Régis K. (2006). Gestão de desenvolvimento de produtos: uma referência para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva. CARNEGIE MELLON - SOFTWARE ENGINEERING INSTITUTE (SEI) (2006) - CMMI® for Development, Version 1.2. Pittsburgh, august. Patterson, M.L. – (1993). Accelerating innovation. New York: Van Nostrand Reinhold.
  • 23. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos Gerenciamento do ciclo de vida do produto - PLM (Product Life- cycleManagement) Baseado em Abramovici (2007) e Rozenfeld et al. (2006) O gerenciamento do ciclo de vida do produto, também conhecido como sistemas Product Life- cycle Management (PLM), oferece uma oportunidade para a integração, tanto interna quanto externa da organização. O PLM consiste em um conjunto de métodos, modelos e ferramentas de informação utilizadas para gerenciar as informações sobre o produto e processos durante as diferentes fases do ciclo de vida do produto (ABRAMOVICI, 2007). Entendendo o ciclo de vida como todo o período compreendido desde a concepção de um produto até sua obsolescência, passando pelas etapas de projeto e produção. Desta forma, a proposta do PLM é integrar pessoas, arquivos, processos e o sistema de negócio e prover uma estrutura de informação para a organização e suas ramificações. As organizações precisam gerenciar a comunicação e as informações com diversos agentes durante o ciclo de vida do produto, ou seja, desde sua concepção até seu descarte por parte do cliente. Com isto, entre as funcionalidades do PLM esta a integração das informações e da comunicação originada pelo cliente (CRM - Customer Relationship Management), dos recursos dentro da empresa (ERP-Enterprise Resource Planning), dos recursos dentro da cadeia de suprimentos (SCM-Supply Chain Management), dos dados de projeto (CAD – computer-aided design), de manufatura (CAM – computer-aided manufactoring), de engenharia (CAE – computer-aided engineering), de integração do computador a manufatura (CIM – computer integrated manufactoring). Os sistemas PLM se apresentam como uma forma atualizada e mais ampla dos sistemas PDM (Product Data Management). O PDM é uma tecnologia de software que visa gerenciar todas as informações e processos relativos ao ciclo de vida de um produto. Várias nomenclaturas como, PIM (Product Information Management), TDM (Technical Document Management), TIM (Technical Information Management) e EDM (Electronic Document Management) são usadas com significados semelhantes. Porém todos estes sistemas podem ser classificados dentro de dois grupos distintos: PDM e EDM. Sistemas EDM (Electronic Document Management) são todos aqueles focados no gerenciamento de documentos podendo ou não estar relacionados à engenharia. Já os sistemas PDM são voltados para o gerenciamento do produto e de suas partes, possuindo assim funcionalidades especiais como controle da estrutura de produto e controle das modificações de engenharia. Sendo assim, os sistemas PLM se propõem a um escopo de funcionalidade mais amplo que os PDM, ainda focado nas atividades de engenharia. Os sistemas PLM ampliam as funcionalidades dos sistemas PDM, direcionando suas utilidades para a concepção do produto, seu desenvolvimento, acompanhamento do seu desempenho de mercado até o seu descarte, ainda com o no foco na relação do produto com o desempenho organizacional. Nesta visão de PLM, diretamente vinculada aos softwares de suporte ao negócio de produtos e serviços que abrigam desde a idéia do produto, passando pelo seu projeto, produção e
  • 24. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos descarte (PLM EVALUATION CENTER, 2009), podem ser citados diversos sistemas PLM, como os desenvolvidos pela Dassault Systèmes, SAP, IBM, Siemens PLM Software, Oracle Corporation entre diversos outros. Entretanto, existe uma visão mais abrangente que a desenvolvida pela indústria de software, uma visão mais de gestão de processo. Atualmente, diversos autores concordam que o PLM não se refere somente a um software individual, mas está mais relacionado ao conceito mais amplo de gestão, o qual depende da integração de múltiplos componentes e utilidades dos softwares (FIGURA 1). A indústria do software contribui com uma falta de transparência para a compreensão do PLM de uma forma mais ampla. Esta visão restrita contribui, entre outras coisa, para a dificuldade na implementação desta abordagem nas realidade das empresas (SCHUH et al. 2008). Figura 1 – Abrangência do PLM (Product Life-cycle Management) A aplicação do PLM ainda tende a desenvolver uma visão mais ecológica nas empresas. Com crescimento da consciência ambiental no setor industrial, o uso do PLM apresenta-se como uma oportunidade a mais para a consciência ambiental, visto que, de certo modo, esta abordagem pode contribuir para as empresas em suas iniciativas ecológicas. O enfoque de gestão de todo o ciclo de vida do produto, defendido pelo PLM, proporciona uma maior integração nos processos, desenvolvendo uma maior interação com os demais agentes envolvidos na cadeia produtiva, desde os fornecedores até os consumidores. Sendo que esta maior integração contribui para o desenvolvimento do produto de forma mais integrada, e inclusive, ecológica (CHEN, 2009). Devido à falta de uma abordagem sistemática para a consideração das questões ambientais na Gestão do Ciclo de Vida dos Produtos, as empresas não têm conseguido obter todas as potencialidades de ganhos ambientais, econômicos e de mercado. Neste sentido, existe a oportunidade de integrar estes métodos e ferramentas de ecodesign ao PLM, principalmente no processo de negócio de desenvolvimento de produtos. (PIGOSSO, 2009). Desta forma, o PLM se apresenta como uma plataforma indicada para a integração destas técnicas e
  • 25. FETTERMANN, D.C.; ECHEVESTE, M. E. Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos. Notas de aula. EPR00112- Metodologia de Desenvolvimento de Produtos. Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção - UFRGS. Disponível em: http://www.producao.ufrgs.br/disciplinas.asp?cod_turma=187. Acesso em: 15 de março de 2010. Notas de Aula - Mestrado Acadêmico – EPR00112 - Metodologia de Desenvolvimento de Produtos Abordagens sobre Processo de Desenvolvimento de Produtos ferramentas necessárias para desenvolver a consciência ambiental aplicada aos seus produtos que estão sendo desenvolvidos. Bibliografia adicional ABRAMOVICI, M. (2007). Future trends in product lifecycle management. In. The Future of Product Development, Proceedings of 17th CIRP Design Conference, Springer Berlin Heidelberg. CHEN, K. (2009). What can PLM do for Green. Manufacturing Operations, Industry Observation. Arquivo disponível em <http://blog.technologyevaluation.com/blog/2009/02/09/what-can-plm-do-for-green/> PIGOSSO, D. (2009). Modelo de Maturidade para a Melhoria do Desempenho Ambiental na Gestão do Ciclo de Vida de Produtos (PLM). Arquivo disponível em <http://numa.sc.usp.br/grupoei/index.php/por/Projetos/Modelo-de-Maturidade-para-Ecodesign-no- PLM> PLM EVALUATION CENTER. (2009). What is Product Lifecycle Management (PLM)?. Arquivo disponível em < http://plm.technologyevaluation.com/> ROZENFELD, Henrique; FORCELLINI, Fernando A.; AMARAL, Daniel C.; TOLEDO, José C.; SILVA, Sérgio L.; ALLIPRANDINI, Dário H.; SCALICE, Régis K. Gestão de desenvolvimento de produtos: uma referência para a melhoria do processo. São Paulo: Saraiva, 2006. SAP PLM. Ajudando você a desenvolver o produto certo, no momento certo pelo custo certo. Arquivo disponível em <HTTP://www.sap.com/brazil/solutions/business-suite/plm/index.epx> SCHUH, G.; ROZENFELD, H.; ASSMUS, D.; ZANCUL, E. Process oriented framework to support PLM implementation. Computers in Industry, v.59, 2008.