1. *
A comunhão do Espírito no tempos da rede
Aline Amaro da Silva
2. *Jesus Cristo é comunicação.
*Ao longo da história da humanidade, Deus
veio até o homem, falou com seu povo e
revelou-se. A plenitude dessa comunicação
se dá na Encarnação do Verbo de Deus (Jo
1, 14). Jesus Cristo é o maior diálogo
realizado entre o ser humano e Deus.
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3. * A Igreja carrega em seu ser a missão de proclamar
o Verbo de Deus. Evangelizar é comunicar.
* O discurso de Jesus não apela para a teologia, mas
chama à conversão e ao seguimento; da mesma
forma, o anúncio da Igreja chama à fé e à práxis do
reino. Portanto, primeiro vem a fé, depois segue a
teologia como inteligência da fé (intellectus fidei),
como pensamento da fé (cogitatio fidei). A fé não é
teologia, mas não existe sem teologia, pois que a fé
tem necessidade da teologia para comunicar.
(GIBELLINI)
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4. * Desafio para a pastoral, desafio para a teologia:
* Se a internet mudou a nossa forma de pensar,
ela também não mudou nossa forma de pensar e
de viver a fé?
* Se a teologia é Intelectus Fidei (pensar a fé), a
rede não mudou também nosso modo de fazer
teologia?
*Ciberteologia: “Pensar a fé cristã
em tempos de rede”.
*
(Antonio Spadaro)
5. * um dom gratuito e sobrenatural dado por Deus
para conceder à humanidade todos os bens
necessários à sua existência e à sua salvação.
* dom universal e "socorro gratuito que Deus nos
dá" para sermos "capazes de agir por amor
d’Ele", para satisfazermos as nossas justas
necessidades espirituais ou materiais e também
para tornar-nos filhos de Deus e "participantes
da natureza divina, da Vida Eterna".
*
6. * A mística se refere a experiência de Deus, ao
passo que a espiritualidade se refere a todo o
processo de crescimento, da inautenticidade à
relação concreta com Deus e a posse de sua
verdade como imagem de Deus.
* A vida espiritual é radicalmente mística e
essencialmente pessoal e relacional
* [...] a experiência mística: “Deus está em nós
e de que a alma está em Deus”.
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10. * A rede não é um instrumento, mas um ambiente que
está dentro do mundo real. Por ser um ambiente
“desterritorializado”, está em todos os lugares do
planeta, permeando nossa vida e nosso cotidiano.
* Dessa forma, não existe dualismo entre mundo real e
virtual, ambos fazem parte de uma mesma realidade.
*A Natureza da Rede
14. *Jovens que nasceram entre 1980 e 2000, junto com
a internet. Uma das características principais dessa
geração é sua grande familiaridade com a
comunicação, as mídias e as tecnologias digitais.
*Salto qualitativo antropológico:
Homo Sapiens – Homo Tecnologicus - Homo Spiritualis
*Época de Mudança – Mudança de Época
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15. * Ao privilegiar a ação individual e não a
coletiva, os jovens Y desenvolveram uma
necessidade de compartilhar parte de sua vida
por meio das redes sociais. A Geração Y é a
mais conectada da história da humanidade e
sabe usufruir de toda a tecnologia para obter
relacionamentos mais numerosos e intensos. O
mundo para esses jovens é muito menor.
(OLIVEIRA, 2010, p.67-68)
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21. * Substancialmente podemos constatar que o
homem de hoje, abituado a interatividade,
interioriza as experiências se forem capazes de
se ampliarem para tecer uma relação viva e
não puramente passiva, receptiva. O homem
de hoje considera válidas as experiências nas
quais é requisitada a sua participação e o seu
envolvimento. Existem experiências de
interioridade espiritual que requerem
explicitamente uma interação?
*
22. * A profundidade pode ser superficial. Na web não
há profundidade para explorar, mas nós para
navegar e se conectar entre eles de uma forma
densa. O que parece superficial é o proceder
inesperado de um ponto a outro. A
espiritualidade do homem contemporâneo é
muito sensível a estas experiências.
* Uma espiritualidade aberta a ação do Espírito
Santo e a escuta do Senhor. Como aconselha
Moltmann: “devemos atentar ao sopro do
Espírito, para perceber para onde o Espírito nos
quer conduzir e para o que ele nos quer impelir”.
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23. * “A troca de informações pode transformar-se
numa verdadeira comunicação, os contatos
podem amadurecer em amizade, as conexões
podem facilitar a comunhão. Se as redes
sociais são chamadas a concretizar este grande
potencial, as pessoas que nelas participam
devem esforçar-se por serem autênticas,
porque nestes espaços não se partilham apenas
ideias, mas a pessoa comunica-se a si mesma”.
* Dia Mundial das Comunicações 2013 – Bento XVI
*
24. * Internet – novo fórum onde fazer ressoar o
Evangelho, na certeza de que o mundo virtual
nunca poderá substituir o mundo real (...)
* No mundo da internet, que permite que bilhões
de imagens apareçam em milhões de
monitores, deverá sobressair o rosto de Cristo
e ouvir-se a sua voz, porque, “se não há espaço
para Cristo, não há espaço para o homem”.
(Verbum Domini, p. 202)
*
25.
26. * Pelo Espírito somos recebidos na eterna comunhão
de vida do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e
nossa vida humana limitada participa da eterna
circulação da vida divina. Na comunhão do
Espírito experimentamos a proximidade da vida
divina, bem como nossa própria vida mortal como
vida eterna. Estamos “em Deus”, e Deus está “em
nós”. [...] Na comunhão do Espírito Santo, a
Trindade divina possui uma abertura tamanha que
toda a criação encontra lugar nela
*
28. * A comunicação faz parte da essência de nosso ser, de
toda a natureza. Não só da criação, mas da essência da
Trindade Criadora. Fechar-se em si mesmo e romper a
comunicação com Deus e com os outros é de fato fazer
a experiência do inferno, é negar a si mesmo e
desumanizar-se. Então, à medida que o homem, pelo
desenvolvimento tecnológico e fruto do seu esforço, é
dotado de melhores capacidades comunicativas, novas
formas, novas ferramentas, novos ambientes onde se
comunicar, ele está se assemelhando mais a Deus, o
comunicador por excelência.
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29. * Mas o que o homem está comunicando? Nem sempre se
comunica a Graça. Aqui entra o discernimento. O
cristão atual deve evoluir em seu discernimento não só
daquilo que deve compartilhar na Rede, mas das
atitudes de sua própria vida. Num mundo com mil
oportunidades, o homem de hoje precisa aprender que
“há um tempo para cada coisa”, que não deve se deixar
levar pela força da correnteza da vida pós-moderna.
Precisa sempre buscar o fio condutor do discernimento
que não permite que se desvie do caminho que o levará
ao encontro com Deus, a comunhão Trinitária.
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