[1] A natureza humana permite tanto comportamentos de violência quanto de paz, dependendo das circunstâncias. [2] Fatores sistêmicos como pressões de negócios, conflitos de interesse e culturas permissivas podem levar as pessoas a agirem de forma não ética. [3] Manter a autoimagem de honestidade enquanto se é desonesto é possível por meio de racionalizações e distanciamento moral.
22 10 - economia política da corrupção - hamilton coimbra carvalho
1. 2015
Quando a ética não tem vez
Hamilton Coimbra Carvalho
Doutorando em Administração na USP, servidor público estadual
2.
3. One percent of people will always be
honest and never steal. Another one
percent will always be dishonest and
always try to pick your lock and steal
your television. And the rest will be
honest as long as the conditions are right
– but if they are tempted enough, they
will be dishonest too. – A locksmith
anecdote reproduced by Dan Ariely
5. O lado sombrio do ser humano
“A natureza humana acomoda tanto motivos
que nos impelem à violência, como predação,
dominação ou vingança, quanto motivos que –
nas circunstâncias corretas – nos impelem para
a paz, como a compaixão, justiça, autocontrole e
razão”.
Steven Pinker, The Better Angel of Our Nature
6. O lado sombrio do ser humano
“A ideia de que um abismo intransponível
separa as pessoas boas das más é uma fonte de
conforto.”
“O caráter de uma pessoa pode ser
transformado por forças situacionais poderosas
(…). Quando as regras do jogo mudam, as
pessoas frequentemente não são mais as
mesmas”.
Philip Zimbardo, The Luciffer Effect
7. O Erro Fundamental de Atribuição
I should estimate that in my
experience most troubles and most
possibilities for improvement add up
to the proportions something like
this:
• 94% belongs to the system
(responsibility of management)
• 6% special
(Out of the Crisis, 2000)
8. Em se tratando de ética...
Que características sistêmicas
favorecem o comportamento
antiético nas organizações?
12. O INDICADOR DE MORALIDADE
• O indicador está sempre
oscilando: Moral balancing,
moral licensing e moral
cleansing
13.
14. O INDICADOR DE MORALIDADE
• Efeito de pressões de negócios.
Cegueira motivada e groupthink.
Conflito de interesses.
• Efeito da natural ambiguidade da vida
social
• Efeito de incentivos enormes
16. O INDICADOR DE MORALIDADE
• Efeito de um processo contínuo: um
pouquinho de cada vez
• Efeito de uma cultura permissiva
17. O INDICADOR DE MORALIDADE
• Efeito de vieses cognitivos: “Comigo
não acontece” (ponto cego do viés) e
a incapacidade de se imaginar em
uma situação de tentação
19. O INDICADOR DE MORALIDADE
• Agir de forma antiética para avançar seus próprios
interesses
• Agir de forma mais impulsiva e procurar satisfazer
caprichos
• Agir (mesmo agressivamente) para preservar o poder
• Racionalizar comportamentos antiéticos
• Superestimar sua virtude moral e, portanto, repelir
maior transparência ou maior monitoramento sobre
suas ações.
20. O INDICADOR DE MORALIDADE
É possível ser desonesto e manter uma
autoimagem honesta. Como?
• Racionalização. Vingança, benefício a
terceiros, percepção de privação
financeira, self-serving bias.
• Desengajamento moral e
descontextualização. Distância do dinheiro.
21. O INDICADOR DE MORALIDADE
“É DIFÍCIL FAZER UM HOMEM
COMPREENDER ALGO QUANDO SEU
SALÁRIO DEPENDE, ACIMA DE TUDO,
QUE NÃO O COMPREENDA.”
UPTON SINCLAIR
29. Conclusão
Sistemas permitem e amplificam
comportamentos antiéticos. É
fundamental ter o modelo mental
correto e desenhar um sistema que
desarme as armadilhas éticas.
30. 2015
Quando a ética não tem vez
Hamilton Coimbra Carvalho
Doutorando em Administração na USP, servidor público estadual