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MUDANÇAS GEOGRÁFICAS NOS ESPAÇOS DA PRODUÇÃO: DESINTEGRAÇÃO
VERTICAL E FLEXIBILIDADE FUNCIONAL NA INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO RIO
GRANDE DO SUL
Governo do Estado do Ceará
Secretaria da Ciência Tecnologia e Educação Superior
Universidade Estadual do Ceará – UECE
XXVI Semana Universitária da UECE
João Vitor Oliveira de Alencar1
1Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciência e Tecnologia/Programa de Pós-
Graduação em Geografia,e-mail: vitor.alencar@aluno.uece.br
INTRODUÇÃO
2
Vinculada a uma pesquisa maior coordenada pelo Prof. Edilson Alves Pereira
Júnior: Reestruturação territorial e produtiva da indústria de calçados no
Brasil: novas articulações espaciais face à competitividade internacional.
Objeto de investigação:
Organização territorial da produção contemporânea face ao fenômeno da
globalização e da reestruturação produtiva, com especial destaque dado a
indústria brasileira e mais precisamente ao setor de calçados.
INTRODUÇÃO
3
Reestruturação produtiva:
i. Crise do regime de acumulação fordista;
ii. Setores da economia: novas estratégias a fim de restaurar as condições
de valorização da mercadoria;
iii. Demanda por flexibilidade no processo produtivo, desenvolvimento do
produto e nos marcos regulatórios das relações de trabalho;
iv. Desintegração vertical / Flexibilização funcional;
v. Vantagens competitivas / Vantagens comparativas (sistemas locais de
produção e Mercado Global).
1. BENKO, George. Economia, espaço e globalização: na aurora do Século XXI. 2. ed. São Paulo: Hucitec/Annablume, 2002.
2. PEREIRA JÚNIOR, Edilson Alves. Território e economia política: uma abordagem a partir do novo processo de industrialização no Ceará. São Paulo:
Cultura Acadêmica, 2012.
3. MÉNDEZ, Ricardo; CARAVACA, Inmaculada. Organización industrial y territorio. Madrid: Sintesis, 1996.
INTRODUÇÃO
4
Justificativa:
Nas últimas décadas do século XX:
i. Novas configurações espaciais emergiram, coincidindo com a
(re)organização e deslocamento geográfico das atividades econômicas;
ii. Brasil: esses impactos foram expressivos na indústria de calçados,
tradicionalmente localizada na região Sul e Sudeste, especificamente nos
estados de São Paulo e Rio Grande do Sul;
iii. Rio Grande do Sul: nossa análise se centra nestes estados, em virtude
de sua importância: (a) volume e valor agregado do calçado produzido
nacionalmente; (b) articulação territorial entre os mais diversos ramos da
indústria calçadista.
iv. Esses processos em conjunto [desintegração vertical e flexibilidade
funcional] incorreram sobre as várias manifestações de precarização do
trabalho na indústria contemporânea (subcontratação, informalidade,
trabalho domiciliar) e terem ampliado a divisão territorial do trabalho.
INTRODUÇÃO
5
Problema:
i. Transformações espaço-temporais: pós 1970 (base tecnológica,
organização das empresas, relações capital-trabalho);
ii. Novo paradigma industrial: flexibilização;
iii. Tarefa: entendimento das novas configurações espaciais (globalização) e
dos seu impactos no território.
1) Como se dá a organização da força de trabalho face à desconcentração
produtiva e flexibilidade funcional?
2) A desintegração vertical da produção foi acompanhada pelo fenômeno da
subcontratação e informalidade?
OBJETIVO
4
Analisar a organização da força de trabalho face à desintegração vertical e
flexibilidade funcional da produção de calçados no Rio Grande do Sul.
METODOLOGIA
7
Figura 1. Metodologia e procedimentos operacionais da pesquisa.
Fonte: elaboração própria. .
METODOLOGIA
8
Quadro 1. Matriz metodológica.
Fonte: Elaboração própria com base nos trabalhos de Elias (2020), Pereira Júnior (2012).. .
Temas
Dinâmicas
territoriais e
socioeconômicas
Questões norteadoras Variáveis Indicadores
Fontes de
comprovação
Desintegração
Vertical e
flexibilidade
funcional da
produção
Centralização e
desconcentração da
produção; Disjunção
funcional das
atividades
1) Como se dá a organização
da força de trabalho face à
desconcentração produtiva e
flexibilidade funcional?
2) A desintegração vertical da
produção foi acompanhada
pelo fenômeno da
subcontratação e
informalidade?
1) Unidades de produção
de calçados segundo o
porte do estabelecimento
(micro, pequeno, médio e
grande);
2) Vínculos formais na
indústria de calçados de
acordo com o porte do
estabelecimento (micro,
pequeno, médio e
grande).
1) Número de estabelecimentos
da indústria de calçados do Rio
Grande do Sul por porte;
2) Número de vínculos formais
na indústria calçadista do Rio
Grande do Sul por porte.
Abicalçados; MTE;
Jornal Exclusivo;
Jornal do Comércio;
Bibliotecas e
Periódicos; Trabalho
de campo.
1. ELIAS, Denise. A Região Metropolitana como recorte espacial para estudos sobre o agronegócio: questões de método e metodologia. Boletim Goiano
de Geografia, Goiânia, v. 40, n. 01, p. 1-28, 2020.
2. PEREIRA JÚNIOR, Edilson Alves. Território e economia política: uma abordagem a partir do novo processo de industrialização no Ceará. São Paulo:
Cultura Acadêmica, 2012.
METODOLOGIA
9
Figura 2. Recorte espacial da pesquisa
Organização das informações: João Vitor Oliveira de Alencar. Elaboração: José Eudázio Honório Sampaio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1
0
Periodização Principais características
Conhecimento e técnica da produção artesanal
e a divisão territorial do trabalho (1824 a
1890)
Identificação da comunidade com a
atividade produtiva e o território
A indústria de calçados como manifestação de
um novo padrão de organização do espaço e a
formação da força de trabalho regional (1930
a 1970)
Dispersão regional inflenciada pela
alta das exportações; expansão da
capacidade produtiva. (1º onda
migratória)
Do boom a crise das exportações (1970 a
1990)
Reestruturação do sistema produtivo:
desintegração vertical e
flexibilidade funcional da produção.
Abertura econômica brasileira e dispersão
territorial da produção (1990 em diante)
Deslocamento de unidades fabris em
sua maioria para o Nordeste -
intensificação da desconcentração
produtiva - (2º onda migratória), em
menor intesidade para: América do
Sul (Argentina), Central (Nicaraguá,
Republica Dominicana), e Ásia (China
e Indía). (3º onda migratória)
Quadro 2. Etapas da produção gaúcha do calçado
Fonte: Schneider (2004); Costa e Passos (2004). Organização: Próprio autor.
1. SCHNEIDER, Sérgio. Agricultura familiar e industrialização: pluriatividade e descentralização industrial no Rio grande do Sul. Porto Alegre: Editora
da UFRGS, 2004.
2. COSTA, Achyles Barcelos da; PASSOS, Maria Cristina (Orgs.). A indústria calçadista no Rio Grande do Sul. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2004.
.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1
1
Tabela 1. Variação anual do número de estabelecimentos e vínculos formais da indústria de calçados gaúcha por porte
Fonte: MTE/RAIS. Elaboração: Próprio autor.
Nº
% sobre o
estado
% sobre o
Brasil
Nº
% sobre o
estado
% sobre o
Brasil
Nº
% sobre o
estado
% sobre o
Brasil
Nº
% sobre o
estado
% sobre o
Brasil
Micro 1.276 68,7% 16,6% 1.757 70,2% 25,6% 2.800 73,2% 27,1% 1.785 70,4% 23,3%
Pequena 271 14,6% 3,5% 481 19,2% 7,0% 794 20,7% 7,7% 584 23,0% 7,6%
Média 265 14,3% 3,5% 216 8,6% 3,1% 199 5,2% 1,9% 139 5,5% 1,8%
Grande 45 2,4% 0,6% 50 2,0% 0,7% 34 0,9% 0,3% 29 1,1% 0,4%
1.857 100,0% 24% 2.504 100,0% 37% 3.827 100,0% 37% 2.537 100,0% 33%
Micro 4.443 3,6% 2,0% 7.600 6,3% 3,2% 13.696 11,6% 3,9% 8.924 10,1% 3,3%
Pequena 14.180 11,6% 6,3% 21.260 17,6% 8,8% 34.210 28,9% 9,8% 24.416 27,6% 8,9%
Média 58.667 47,8% 25,9% 47.559 39,4% 19,8% 38.526 32,5% 11,0% 27.128 30,7% 9,9%
Grande 45.371 37,0% 20,0% 44.177 36,6% 18,4% 31.965 27,0% 9,2% 27.988 31,6% 10,2%
122.661 100,0% 54% 120.596 100,0% 50% 118.397 100,0% 34% 88.456 100,0% 32%
Estabelecimentos
Total
Vínculos
Total
Estabelecimentos e vínculos
por porte
Varia anual do número de estabelecimentos e vinculos formais - Rio Grande do Sul
1990 2000 2010 2018
1
2
Figura 3. Circuito espacial produtivo da empresa ZZSAP
Fonte: Trabalho de campo (2017). Elaboração Mateus Almeida Rodrigues.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1
3
Figura 4. Ateliês de calçados no Rio Grande do Sul - Micoempresas
Fonte: Trabalho de campo (2017).
Figura 5. Ateliês de calçados no Rio Grande do Sul – Média empresa.
Fonte: Trabalho de campo (2017).
1
4
1. MAILLAT, Denis. Sistemas productivos regionales y entornos innovadores. In: OCDE (ed.) Redes de empresas y dessarollo local: competencia y
cooperación en los sistemas productivos locales. LEED (Programa de Empleo y Desarrollo Económico Locales). Cidade do México: OCDE, 1999, p. 75-
90.
2. CARAVACA, Inmaculada et al.. Innovación y terrritorio: análisis comparado de sistemas productivos locales en Andalucía. Sevilha: Junta de
Andalucía, 2002.
Figura 6. Organização do sistema produtivo calçadista no Rio Grande do Sul.
Fonte: Trabalho de campo (2017). Elaborado pelo autor.
1
5
Figura 7. Concentração de empresas, associações, instituições e entidades de ensino vinculadas a indústria calçadista no Rio Grande do Sul.
Fonte: Trabalho de campo (2017). Elaboração Mateus Almeida Rodrigues.
CONCLUSÃO
1
6
i. Redução do tamanho dos estabelecimentos: produto direto da
desintegração vertical;
ii. Centralização do comando e desconcentração produtiva;
iii. Fragmentação da grande empresa: unidades menores e dispersas,
descontinuas territorialmente, mas contiguas espacialmente;
iv. Grandes estruturas fabris dão espaço às articulações em rede;
v. Repasse de etapas da produção aos ateliês (redes de subcontratação);
vi. Empresas menores voltadas a pesquisa e desenvolvimento do calçado.
OBRIGADO!
vitor.alencar@aluno.uece.br
Apoio financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES), em parceria com a
Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (FUNCAP).
1
7

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  • 1. MUDANÇAS GEOGRÁFICAS NOS ESPAÇOS DA PRODUÇÃO: DESINTEGRAÇÃO VERTICAL E FLEXIBILIDADE FUNCIONAL NA INDÚSTRIA DE CALÇADOS DO RIO GRANDE DO SUL Governo do Estado do Ceará Secretaria da Ciência Tecnologia e Educação Superior Universidade Estadual do Ceará – UECE XXVI Semana Universitária da UECE João Vitor Oliveira de Alencar1 1Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciência e Tecnologia/Programa de Pós- Graduação em Geografia,e-mail: vitor.alencar@aluno.uece.br
  • 2. INTRODUÇÃO 2 Vinculada a uma pesquisa maior coordenada pelo Prof. Edilson Alves Pereira Júnior: Reestruturação territorial e produtiva da indústria de calçados no Brasil: novas articulações espaciais face à competitividade internacional. Objeto de investigação: Organização territorial da produção contemporânea face ao fenômeno da globalização e da reestruturação produtiva, com especial destaque dado a indústria brasileira e mais precisamente ao setor de calçados.
  • 3. INTRODUÇÃO 3 Reestruturação produtiva: i. Crise do regime de acumulação fordista; ii. Setores da economia: novas estratégias a fim de restaurar as condições de valorização da mercadoria; iii. Demanda por flexibilidade no processo produtivo, desenvolvimento do produto e nos marcos regulatórios das relações de trabalho; iv. Desintegração vertical / Flexibilização funcional; v. Vantagens competitivas / Vantagens comparativas (sistemas locais de produção e Mercado Global). 1. BENKO, George. Economia, espaço e globalização: na aurora do Século XXI. 2. ed. São Paulo: Hucitec/Annablume, 2002. 2. PEREIRA JÚNIOR, Edilson Alves. Território e economia política: uma abordagem a partir do novo processo de industrialização no Ceará. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. 3. MÉNDEZ, Ricardo; CARAVACA, Inmaculada. Organización industrial y territorio. Madrid: Sintesis, 1996.
  • 4. INTRODUÇÃO 4 Justificativa: Nas últimas décadas do século XX: i. Novas configurações espaciais emergiram, coincidindo com a (re)organização e deslocamento geográfico das atividades econômicas; ii. Brasil: esses impactos foram expressivos na indústria de calçados, tradicionalmente localizada na região Sul e Sudeste, especificamente nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul; iii. Rio Grande do Sul: nossa análise se centra nestes estados, em virtude de sua importância: (a) volume e valor agregado do calçado produzido nacionalmente; (b) articulação territorial entre os mais diversos ramos da indústria calçadista. iv. Esses processos em conjunto [desintegração vertical e flexibilidade funcional] incorreram sobre as várias manifestações de precarização do trabalho na indústria contemporânea (subcontratação, informalidade, trabalho domiciliar) e terem ampliado a divisão territorial do trabalho.
  • 5. INTRODUÇÃO 5 Problema: i. Transformações espaço-temporais: pós 1970 (base tecnológica, organização das empresas, relações capital-trabalho); ii. Novo paradigma industrial: flexibilização; iii. Tarefa: entendimento das novas configurações espaciais (globalização) e dos seu impactos no território. 1) Como se dá a organização da força de trabalho face à desconcentração produtiva e flexibilidade funcional? 2) A desintegração vertical da produção foi acompanhada pelo fenômeno da subcontratação e informalidade?
  • 6. OBJETIVO 4 Analisar a organização da força de trabalho face à desintegração vertical e flexibilidade funcional da produção de calçados no Rio Grande do Sul.
  • 7. METODOLOGIA 7 Figura 1. Metodologia e procedimentos operacionais da pesquisa. Fonte: elaboração própria. .
  • 8. METODOLOGIA 8 Quadro 1. Matriz metodológica. Fonte: Elaboração própria com base nos trabalhos de Elias (2020), Pereira Júnior (2012).. . Temas Dinâmicas territoriais e socioeconômicas Questões norteadoras Variáveis Indicadores Fontes de comprovação Desintegração Vertical e flexibilidade funcional da produção Centralização e desconcentração da produção; Disjunção funcional das atividades 1) Como se dá a organização da força de trabalho face à desconcentração produtiva e flexibilidade funcional? 2) A desintegração vertical da produção foi acompanhada pelo fenômeno da subcontratação e informalidade? 1) Unidades de produção de calçados segundo o porte do estabelecimento (micro, pequeno, médio e grande); 2) Vínculos formais na indústria de calçados de acordo com o porte do estabelecimento (micro, pequeno, médio e grande). 1) Número de estabelecimentos da indústria de calçados do Rio Grande do Sul por porte; 2) Número de vínculos formais na indústria calçadista do Rio Grande do Sul por porte. Abicalçados; MTE; Jornal Exclusivo; Jornal do Comércio; Bibliotecas e Periódicos; Trabalho de campo. 1. ELIAS, Denise. A Região Metropolitana como recorte espacial para estudos sobre o agronegócio: questões de método e metodologia. Boletim Goiano de Geografia, Goiânia, v. 40, n. 01, p. 1-28, 2020. 2. PEREIRA JÚNIOR, Edilson Alves. Território e economia política: uma abordagem a partir do novo processo de industrialização no Ceará. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012.
  • 9. METODOLOGIA 9 Figura 2. Recorte espacial da pesquisa Organização das informações: João Vitor Oliveira de Alencar. Elaboração: José Eudázio Honório Sampaio.
  • 10. RESULTADOS E DISCUSSÃO 1 0 Periodização Principais características Conhecimento e técnica da produção artesanal e a divisão territorial do trabalho (1824 a 1890) Identificação da comunidade com a atividade produtiva e o território A indústria de calçados como manifestação de um novo padrão de organização do espaço e a formação da força de trabalho regional (1930 a 1970) Dispersão regional inflenciada pela alta das exportações; expansão da capacidade produtiva. (1º onda migratória) Do boom a crise das exportações (1970 a 1990) Reestruturação do sistema produtivo: desintegração vertical e flexibilidade funcional da produção. Abertura econômica brasileira e dispersão territorial da produção (1990 em diante) Deslocamento de unidades fabris em sua maioria para o Nordeste - intensificação da desconcentração produtiva - (2º onda migratória), em menor intesidade para: América do Sul (Argentina), Central (Nicaraguá, Republica Dominicana), e Ásia (China e Indía). (3º onda migratória) Quadro 2. Etapas da produção gaúcha do calçado Fonte: Schneider (2004); Costa e Passos (2004). Organização: Próprio autor. 1. SCHNEIDER, Sérgio. Agricultura familiar e industrialização: pluriatividade e descentralização industrial no Rio grande do Sul. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2004. 2. COSTA, Achyles Barcelos da; PASSOS, Maria Cristina (Orgs.). A indústria calçadista no Rio Grande do Sul. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2004. .
  • 11. RESULTADOS E DISCUSSÃO 1 1 Tabela 1. Variação anual do número de estabelecimentos e vínculos formais da indústria de calçados gaúcha por porte Fonte: MTE/RAIS. Elaboração: Próprio autor. Nº % sobre o estado % sobre o Brasil Nº % sobre o estado % sobre o Brasil Nº % sobre o estado % sobre o Brasil Nº % sobre o estado % sobre o Brasil Micro 1.276 68,7% 16,6% 1.757 70,2% 25,6% 2.800 73,2% 27,1% 1.785 70,4% 23,3% Pequena 271 14,6% 3,5% 481 19,2% 7,0% 794 20,7% 7,7% 584 23,0% 7,6% Média 265 14,3% 3,5% 216 8,6% 3,1% 199 5,2% 1,9% 139 5,5% 1,8% Grande 45 2,4% 0,6% 50 2,0% 0,7% 34 0,9% 0,3% 29 1,1% 0,4% 1.857 100,0% 24% 2.504 100,0% 37% 3.827 100,0% 37% 2.537 100,0% 33% Micro 4.443 3,6% 2,0% 7.600 6,3% 3,2% 13.696 11,6% 3,9% 8.924 10,1% 3,3% Pequena 14.180 11,6% 6,3% 21.260 17,6% 8,8% 34.210 28,9% 9,8% 24.416 27,6% 8,9% Média 58.667 47,8% 25,9% 47.559 39,4% 19,8% 38.526 32,5% 11,0% 27.128 30,7% 9,9% Grande 45.371 37,0% 20,0% 44.177 36,6% 18,4% 31.965 27,0% 9,2% 27.988 31,6% 10,2% 122.661 100,0% 54% 120.596 100,0% 50% 118.397 100,0% 34% 88.456 100,0% 32% Estabelecimentos Total Vínculos Total Estabelecimentos e vínculos por porte Varia anual do número de estabelecimentos e vinculos formais - Rio Grande do Sul 1990 2000 2010 2018
  • 12. 1 2 Figura 3. Circuito espacial produtivo da empresa ZZSAP Fonte: Trabalho de campo (2017). Elaboração Mateus Almeida Rodrigues.
  • 13. RESULTADOS E DISCUSSÃO 1 3 Figura 4. Ateliês de calçados no Rio Grande do Sul - Micoempresas Fonte: Trabalho de campo (2017). Figura 5. Ateliês de calçados no Rio Grande do Sul – Média empresa. Fonte: Trabalho de campo (2017).
  • 14. 1 4 1. MAILLAT, Denis. Sistemas productivos regionales y entornos innovadores. In: OCDE (ed.) Redes de empresas y dessarollo local: competencia y cooperación en los sistemas productivos locales. LEED (Programa de Empleo y Desarrollo Económico Locales). Cidade do México: OCDE, 1999, p. 75- 90. 2. CARAVACA, Inmaculada et al.. Innovación y terrritorio: análisis comparado de sistemas productivos locales en Andalucía. Sevilha: Junta de Andalucía, 2002. Figura 6. Organização do sistema produtivo calçadista no Rio Grande do Sul. Fonte: Trabalho de campo (2017). Elaborado pelo autor.
  • 15. 1 5 Figura 7. Concentração de empresas, associações, instituições e entidades de ensino vinculadas a indústria calçadista no Rio Grande do Sul. Fonte: Trabalho de campo (2017). Elaboração Mateus Almeida Rodrigues.
  • 16. CONCLUSÃO 1 6 i. Redução do tamanho dos estabelecimentos: produto direto da desintegração vertical; ii. Centralização do comando e desconcentração produtiva; iii. Fragmentação da grande empresa: unidades menores e dispersas, descontinuas territorialmente, mas contiguas espacialmente; iv. Grandes estruturas fabris dão espaço às articulações em rede; v. Repasse de etapas da produção aos ateliês (redes de subcontratação); vi. Empresas menores voltadas a pesquisa e desenvolvimento do calçado.
  • 17. OBRIGADO! vitor.alencar@aluno.uece.br Apoio financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), em parceria com a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). 1 7