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DESMISTIFICANDO O FUNCIONAMENTO DE UM
ESTERILIZADOR
COMO FUNCIONA UMA AUTOCLAVE
Por: Robson Victor da Rocha
INDICE
INTRODUÇÃO................................................................................................................ 03
ESTERILIZAÇÃO POR VAPOR......................................................................................... 04
DIAGRAMA BÁSICO DE UMA AUTOCLAVE ................................................................... 05
PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO................................................................................. 06
INSTRUMENTAÇÃO...................................................................................................... 08
O VASO DE PRESSÃO................................................................................................... 09
INSUMOS (ÁGUA, AR, ELETRICIDADE, VAPOR)............................................................. 10
ITENS DE SEGURANÇA................................................................................................. 13
PREPARO E CARGA DE MATERIAIS.......................................................................... 14
MANUTENÇÃO PREVENTIVA......................................................................................... 17
PRINCIPAIS PROBLEMAS E COMO IDENTIFICÁ-LOS....................................................... 18
CONCLUSÃO........................................................................................................ 19
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................... 20
INTRODUÇÃO
Assim como outros milhares de equipamentos, sejam médicos, residenciais, etc., na
maioria das vezes utilizamos mas não compreendemos o seu funcionamento. Então, porque
entender como funciona uma autoclave?
A importância de se entender o princípio de funcionamento de uma autoclave está na
necessidade de compreendermos os sinais que um aparelho de esterilização dá durante o seu
funcionamento o que pode ajudar a prever ou entender as causas e conseqüências de
possíveis falhas que na maioria das vezes passam despercebidas aos nossos olhos mas que
podem gerar conseqüências desastrosas ao paciente.
Ninguém consegue distinguir a olho nu um material que fora submetido a esterilização
de outro que ainda não passou por uma autoclave, daí a importância dos testes de
esterilização mas principalmente dos instrumentos de leitura presentes em um painel de
autoclave. Fazendo a leitura adequada dos instrumentos de medição podemos saber se o
equipamento está com a temperatura adequada, se está com pressão excessiva ou com baixa
pressão e então prever possíveis falhas no processo.
Nosso objetivo é fazer com que você perca o receio, desmistifique e entenda como
funciona uma autoclave para tirar o máximo proveito possível do equipamento com segurança
e sem colocar a saúde de outras pessoas em risco.
Sabemos que a CME não se resume somente ao esterilizador, sendo a CME o
"conjunto de elementos destinados à recepção, preparo e esterilização, guarda e distribuição
do material para as unidades do estabelecimento de saúde" (BRASIL, 1987). O principal
“elemento” de uma C.M.E são os operadores que devem ser detentores do conhecimento
global das diretrizes e tecnologias envolvidas no processo, daí a importância de ir além do
apertar botões e conhecer os princípios de funcionamento de qualquer esterilizador.
ESTERILIZAÇÃO POR VAPOR
Dentre os principais processos de esterilização destaca-se o método de esterilização
por vapor, por ser o meio mais barato, eficiente e difundido de esterilização existente no
mercado existindo desde meados do século XIX desenvolvido pelo físico e biólogo Charles
Chamberland (1851 – 1902). O método ideal de esterilização por calor utilizando vapor é a
utilização de vapor saturado e seco (no máximo 5% de umidade em seu volume). Quando o
vapor da água é injetado na câmara interna da autoclave e entra em contato com a parede fria
do material a ser esterilizado este se condensa e transfere o calor latente. Ao condensar e
umedecer a parede do material a ser esterilizado o vapor sofre uma contração imediata de
volume deixando lugar para a entrada de mais vapor que continua condensando-se e
transferindo mais calor latente. Esse processo continua até que o material atinja a
temperatura do vapor, cessando a condensação da água destruindo os microorganismos
através da desnaturação e coagulação das proteínas.
Para entender melhor o que significa calor latente imagine uma barra de ferro que
receba ou perca certa quantidade de calor. Esse calor que a barra ganhou ou perdeu é
denominado de calor sensível, pois ele provoca apenas variação na temperatura do corpo,
sem que aconteça mudança no seu estado físico, ou seja, se o corpo é sólido continua sólido e
o mesmo acontece com os estados líquidos e gasosos. Diferente do calor sensível, quando
fornecemos energia térmica a uma substância, sua temperatura não varia, mas seu estado
físico se modifica, esse é o chamado calor latente. Esta é a grandeza física que informa a
quantidade de energia térmica (calor) que uma unidade de massa de uma substância deve
perder ou receber para que ela mude de estado físico, ou seja, passe do sólido para o líquido,
do líquido para o gasoso e assim por diante.
DIAGRAMA BÁSICO DE UMA AUTOCLAVE
PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO
A figura 1 mostra o diagrama básico de um esterilizador a vapor de dupla porta e seus
principais componentes.
O funcionamento básico de um esterilizador vai depender do perfil de ciclo
programado.
O perfil mais comum nas autoclaves a vácuo é aquele utilizado para a esterilização de
materiais sólidos, tais como metais, vidrarias, vestimentas, etc.
O ciclo de materiais sólidos não é indicado , contudo, para produtos envasados em
frascos herméticos ou não, líquidos em geral, meios de cultura e em ciclos de descarte de
materiais altamente contaminados. Para estes produtos existem perfis de ciclo específicos que
demandam alterações sutis no diagrama da figura 1.
O perfil de temperatura e pressão no tempo para a esterilização de materiais sólidos é
basicamente o demonstrado na figura 2.
Passemos agora para uma descrição do funcionamento para o perfil da figura 2:
Ao ligarmos o esterilizador no perfil de ciclo para sólidos e estando o suprimento de
vapor presente na entrada (N), a válvula (E) abrirá, deixando entrar vapor na câmara externa –
C.E. A pressão de vapor da C.E será indicada pelo manômetro (K). A principal função da C.E é
promover o aquecimento das paredes internas da câmara interna – C.I, evitando a formação
de condensado durante a injeção de vapor. A C.E aquecida também auxilia na fase de
secagem, irradiando calor no material a ser processado.
Uma vez fechadas as portas (J), pode-se iniciar o processo de esterilização. O primeiro
passo é o chamado pré-vácuo, que consiste na remoção do ar no interior da câmara através de
pulsos alternados de vácuo e injeção de vapor. No primeiro instante desta fase a bomba de
vácuo (G) (que na verdade deveríamos aqui chamar de conjunto de vácuo já que a prática é
formado por um conjunto de componentes, cujo principal elemento é a bomba de vácuo) é
ligada até que a C.I (H) atinja um determinado nível de vácuo demonstrado pelo
manovacuômetro (L). Após atingir o nível pré-determinado, o conjunto da bomba de vácuo
pára e a válvula de injeção de vapor na C.I (C) é aberta até que o vácuo atinja um valor
próximo ou acima do zero relativo, concluindo assim um pulso de vácuo. Esta fase é repetida
tantas vezes quanto necessário para que se garanta a plena remoção do ar no interior dos
materiais a serem esterilizados.
Uma particularidade a ser ressaltada nos sistemas de vácuo é que na maioria dos
equipamentos presentes no mercado a queda de pressão é obtida através de um tipo de
bomba conhecida como ‘’bomba de anel líquido’’. Neste tipo de bomba uma linha de água
entra e sai da bomba passando por uma câmara (ou carcaça) na qual gira um rotor
(excentricamente à carcaça) dotado de palhetas que, através da força centrífuga fazem com
que o líquido compressor (no caso a água) seja impulsionado contra a parede cilíndrica interna
do corpo, adquirindo o formato de um anel ( de onde vem a denominação ‘’Bomba de Vácuo
de Anel Líquido’’), gerando vácuo em um de seus pórticos. Tal processo, apesar de simplificar
os sistemas de vácuo para esterilizadores a vapor, tem por inconveniente a necessidade de
disponibilidade de água em abundância em temperaturas recomendamente menores que
15°C.
A fase de pulsos de vácuo, além de remover o ar presente no sistema, também tem
por finalidade fornecer energia térmica aos materiais a serem submetidos ao vapor
esterilizante antes da injeção definitiva deste, diminuindo a condensação na transferência de
energia e, conseqüentemente, facilitando a secagem final.
A fase seguinte ao pré-vácuo é chamada de rampa de aquecimento, onde o vapor é
injetado pela válvula (C) até que seja alcançada a temperatura de esterilização pré-
programada. Nesta fase e na seguinte, um sensor de temperatura ligado ao ponto (F) regula a
abertura da válvula (C) para que a temperatura de esterilização permaneça dentro da banda
de controle definida. Na fase seguinte, chamada de fase de exposição, espera-se por um
tempo pré-determinado para que o vapor penetre em todo o material a ser processado e
atinja a letalidade mínima esperada, garantindo a esterilidade dos artigos. Durante a fase de
exposição as válvulas de vapor nas C.I e C.E devem modular compassadamente para manter os
parâmetros de temperatura do sistema e o manovacuômetro (L) irá oscilar sutilmente
apontando uma mínima variação de pressão na câmara interna. Ao término desta fase, não
havendo nenhuma falha no sistema, os artigos processados já poderão ser considerados
estéreis.
A penúltima fase do ciclo de esterilização é a chamada ‘’fase de secagem’’. Nesta fase
a bomba de vácuo (G) volta a ligar enquanto que a válvula (C) é fechada, criando-se
novamente vácuo na C.I. A presença da atmosfera em vácuo aliada à radiação de calor pelas
paredes de câmara graças à presença e vapor na C.E (I) faz com que o vapor e parte do
condensado restante sejam retirados do material processado, secando-o. A fase de secagem
geralmente é caracterizada por uma grande atividade da bomba de vácuo que permanece
ligada por um tempo determinado.
Após a fase de vácuo de secagem, temos a última fase que consiste no
restabelecimento da pressão atmosférica no interior dos pacotes esterilizados . Nesta fase, a
bomba de vácuo (G) desliga e a válvula de aeração (D) é aberta, quebrando o vácuo no interior
da câmara pelo ar que passa pelo filtro (A). A qualidade e a correta manutenção do filtro de
aeração é vital para o sucesso da esterilização, sendo que a injeção de ar contaminado ao
término do ciclo poderá comprometer por completo o sucesso do processo de esterilização.
Uma vez restabelecida a pressão atmosférica no interior dos pacotes, o ciclo termina e
a porta de descarga pode ser aberta.
Como pudemos observar o funcionamento básico do esterilizador é simples. Todavia,
temos que ressaltar que os quesitos de instrumentação e de segurança do vaso de pressão
tornam o esterilizador um equipamento de média complexidade, já que o processo tem que
ser desenvolvido dentro de parâmetros bem restritos, com repetibilidade e segurança.
INSTRUMENTAÇÃO
Um bom esterilizador é aquele que alia eficiência (em termos de letalidade),
velocidade e exatidão de parâmetros. Para alcançar estas premissas é imprescindível que o
conjunto conte com instrumentos adequados.
No caso da esterilização por calor úmido, podemos dizer que as principais variáveis de
processo são Temperatura, Tempo e Pressão. Desta forma, sensores de temperatura,
temporizadores e controladores de pressão são os dispositivos críticos.
Se considerarmos que pequenas variações de temperatura demandam grandes
variações de tempo para mantermos uma letalidade mínima, quanto mais exato o sistema de
controle, mais eficiente será o processo de esterilização.
A NBR-ISO11134:2001 determina em seu anexo A que o controle de temperatura
tenha exatidão de ±1% ou melhor, na faixa de 50°C a 150°C, sendo ajustados na faixa de +0,5%
na temperatura de esterilização, enquanto o controle de pressão tenha exatidão de +1,6% ou
melhor, na faixa de o a 5 bar.
Nos equipamentos atuais,a medição é feita por sensores ligados a placas de conversão
analógico-digital (que convertem o sinal do sensor em sinais binários, compatíveis com o
sistema digital), sendo que o conjunto sensor-placa deve permitir uma resolução tal que possa
obter a leitura da faixa de temperatura ou pressão melhor que o preconizado pela norma. O
ideal é que o conversor tenha resolução de pelo menos 10 bits e que os sensores utilizados
alcancem esta resolução.
Quanto à calibração dos instrumentos, é sempre conveniente que o sistema permita a
verificação de todo o conjunto (a chamada calibração em malha fechada), pois assim podem-
se minimizar os erros do sistema, melhorando sua exatidão.
As NBRs também preconizam que um sistema de registro da temperatura deva estar
incorporado ao esterilizador. Este sistema de registro pode ser uma impressora, um
registrador gráfico ou qualquer outro dispositivo que permita a gravação permanente dos
parâmetros de processo. O registro de todo o processo, com a finalidade de permitir a
rastreabilidade também é condição das Boas Práticas de Fabricação.
MANÔMETRO (CÂMARA EXTERNA) MANOVACUOMETRO (CÂMARA INTERNA)
O VASO DE PRESSÃO
Para que um esterilizador a vapor apresente segurança de operação, seu vaso de
pressão (câmara e tubulações sob pressão) deve ser dimensionado de forma adequada. A NBR
11816:2003 – ‘’Esterilização – Esterilizadores a vapor com vácuo, para produtos de saúde’’
estabelece como referência normativa para projetos de vaso de pressão a ASME, Seção VIII,
Divisão I, II e III E SEÇÃO I, II, III, V E XI:1998 – ASME Boiler and pressure vassel code, assim
como a portaria do Ministério do Trabalho n° 3214/78 – NR13:1997 – Caldeiras e Vasos de
Pressão no que se refere à inspeção e segurança de operação.
Um aspecto a ser salientado nos modernos esterilizadores é a utilização de ligas de aço
inoxidável altamente resistente a corrosão. Entre estas ligas, as mais utilizadas são o aço
inoxidável AISI-304, AISI-316 e o AISI-316-Ti.
O tipo de acabamento da superfície da câmara também é algo a ser observado: esta
deve ser lisa (preferencialmente polida ou eletropolida), sem ângulos retos que possam
acumular material e sem rebarbas ou sinas de solda aparentes.
A porta do vaso é um ponto crítico de segurança. Existem no mercado as portas
concêntricas de travas radiais (também conhecidas como tipo “aranha”) e as portas de
movimentação longitudinal à câmara (conhecidas como porta tipo guilhotina). Atualmente as
portas tipo guilhotina são as mais utilizadas, frente a sua segurança e facilidade de uso, com
um forte apelo ergonômico.
Por fim, temos que estar atentos a um dispositivo muito importante e previsto na NR-
13, que é a válvula de segurança do vaso (item B da figura 1). Um esterilizador pode ter,
tipicamente, de uma a três válvulas de segurança para proteção das câmaras interna, externa
e gerador de vapor (quando existir).
Esta(s) válvula(s) deve(m) ser puramente mecânica(s) (sem acionamento elétrico), com
certificado de calibração e com os pontos de regulagem lacrados, para garantir a total
segurança no caso de sobre-pressão.
INSUMOS
ÁGUA
A qualidade da água para geração de vapor, grosseiramente falando, é como o
combustível de seu carro; Se for de qualidade duvidosa ou “batizado” vai implicar em mau
funcionamento do motor além do desgaste prematuro dos componentes internos. Da mesma
forma se comporta a água que irá se transformar em vapor, viajar por toda a tubulação da
autoclave e impregnar o instrumental cirúrgico e tecidos. Se não estiver adequadamente
tratada poderá entupir a tubulação, acelerar o desgaste e queima das resistências, manchar e
corroer a câmara interna e externa além de danificar todo o instrumental cirúrgico.
Segundo a norma NBR ISO 11.134:2001 a qualidade da água para geração de vapor
deve ter os seguintes parâmetros mínimos:
CONTAMINANTE VALOR LIMITE
Resíduos de evaporação ≤ 15mg/l
Silício ≤02mg/l
Ferro ≤0,2mg/l
Chumbo ≤0,05mg/l
Cádmio ≤0,005mg/l
Resíduos de metais pesados ≤0,1mg/l
Cloretos ≤03mg/l
Fosfato ≤0,5mg/l
Condutividade ≤50µs/cm
PH 6,5 a 8
Aparência Incolor, límpida, sem sedimentos
Dureza ≤0,1mmol/l
A maioria das autoclaves que dispõem de sistema de geração de vapor incorporado
possuem um sistema de osmose reversa instalado para tratar a água, mas que necessita de
cuidados especiais. Antes de se instalar um sistema de osmose reversa é preciso conhecer a
qualidade da água através de uma análise físico-química para garantir o bom funcionamento
do sistema. Essa análise pode ser feita pelo sistema de abastecimento de água local.
A partir do funcionamento do sistema faz-se necessário a supervisão constante para
que se defina o momento de substituição dos cartuchos do sistema primário (filtros de
polipropileno e carvão ativado). Via de regra a substituição deve ser feita a cada 03 meses,
porém de acordo com a qualidade da água essa substituição se faz necessária a cada 02 meses
ou até mesmo mensalmente. O operador pode facilmente verificar a coloração do cartucho
transparente que é o primeiro filtro e notando que esse se encontre saturado (com coloração
escura e presença de lodo) poderá acionar a manutenção ou até mesmo realizar a substituição
dos filtros.
SISTEMA DE OSMOSE REVERSA
AR COMPRIMIDO
Todas as válvulas para suprimento de vapor ou ar nas câmaras interna e externa do
equipamento, suprimento de água para bomba de vácuo e exaustão da câmara interna, são de
acionamento pneumático e controladas por solenóides. Esta forma de acionamento faz com
que as operações de carga e descarga sejam mais rápidas e seguras e que também apresentem
menor desgaste dos componentes.
O ar comprimido fornecido para a operação destes dispositivos pode ser proveniente
de uma central de ar comprimido ou de um compressor de ar instalado junto à autoclave. A
linha de alimentação de ar comprimido deve possuir um cavalete de ar comprimido dotado de
filtro separador de umidade, redutor de pressão, manômetro e dependendo do tipo de válvula
pneumática, lubrificador de linha. A pressão deve ser regulada entre 4 e 6kgf/cm². Pressões
superiores a 6kfg/cm² podem travar as válvulas e abaixo de 4kgf/cm² não são suficientes para
o acionamento.
CAVALETE DE AR COMPRIMIDO
ENERGIA ELÉTRICA
Um bom suprimento de energia elétrica é fundamental para o correto funcionamento
de uma autoclave. Além de estar devidamente dimensionado é importante que o quadro
elétrico fique perto do equipamento e ao alcance do operador para que este possa intervir em
caso de necessidade.
Segundo as normas técnicas vigentes o fornecimento de energia elétrica segue os
seguintes parâmetros:
220 VCA + 5% para alimentar o CLP.
380 VCA + 10% -5% -3~ para alimentar o Gerador de Vapor e Bomba de vácuo.
Tensões tanto abaixo quanto acima do recomendado prejudicam o funcionamento do
aparelho, alem de expor o operador a riscos desnecessários.
É recomendável a instalação de um Estabilizador de Tensão de potência não inferior a
500VA para proteger o comando e solenóides contra oscilações de tensão.
De extrema importância também é a qualidade do aterramento que deve ser exclusivo
para a autoclave, não estando atrelado a nenhum outro dispositivo. O equipamento jamais
deve funcionar sem o aterramento podendo descarregar corrente elétrica na carcaça.
SUPRIMENTO DE VAPOR
Nos casos onde a única alternativa for à utilização de vapor gerado em caldeiras
tradicionais, e distribuído em tubulação de aço carbono, cuidados especiais devem ser
previstos próximo aos pontos de utilização para melhoria da qualidade deste suprimento.
O vapor deve ser fornecido para as autoclave em estado saturado, com título mínimo
de 0,95 (95% de vapor e 5% de condensado) livre de impurezas e com pressão entre 2,6 e 2,8
kgf/cm².
O vapor com excesso de umidade (acima de 5% de condensado), causa uma troca
térmica menos eficiente e dificuldade de secagem do material esterilizado. Além disso são nas
gotículas de condensado que se concentram o material particulado e outros contaminantes,
que podem causar manchas no material a ser esterilizado e iniciar um processo de
sedimentação e corrosão da câmara e do instrumental.
Quando o vapor for gerado em caldeiras construídas em aço carbono e com
distribuição em linhas de suprimento do mesmo material, deve ser previsto um conjunto com
filtro sanitário após a estação redutora. A solução mais econômica consiste em instalar um
conjunto para filtragem na rede de alimentação de vapor das autoclaves.
ESTAÇÃO REDUTORA DE VAPOR E FILTRO SANITÁRIO
SEGURANÇA
As autoclaves são fabricadas de modo a garantir tanto a segurança do operador
através de dispositivos que evitam o superaquecimento e a geração excessiva de pressão
quanto a do paciente através de um CLP – Comando Lógico programável que monitora o ciclo,
faz os ajustes necessários e impede que o equipamento prossiga ou finalize um ciclo sem que
os principais fatores do processo de esterilização estejam alcançados.
Para garantir segurança ao operador a autoclave deve contar com válvulas de
segurança lacradas e calibradas pelo fabricante instaladas no Gerador de vapor e na câmara
interna. Essas válvulas têm a função de liberar a pressão em caso de mau funcionamento
evitando que ela ultrapasse os níveis de segurança do esterilizador. Possui também termostato
de segurança para impedir o superaquecimento das resistências e CLP com os seguintes
dispositivos:
 Garantia de que a porta só será liberada com a pressão interna da câmara igual a
pressão atmosférica.
 Dispositivo que impeça a abertura simultânea das portas (em caso de autoclave com
barreira).
 Impossibilidade de se alterar o ciclo depois que esse já foi iniciado.
VÁLVULA DE SEGURANÇA TERMOSTATO
PREPARO E CARGA DE MATERIAIS
Boas Práticas na Montagem e Conservação de Cargas:
As Boas Práticas de Esterilização dão uma série de orientações para favorecer o
processo de esterilização e garantir por um bom período a sua não contaminação.
Nisso incluem-se as medidas que facilitam a secagem da carga o que é um importante
quesito para garantir uma estocagem correta e reduzir os riscos de contaminação do material
esterilizado.
O processo de esterilização a vapor apóia-se no tripé: tempo, temperatura, e umidade.
Essas três condições são essenciais para que ocorra a esterilização no processo de vapor. Se
qualquer destes falhar a esterilização está comprometida.
É facilmente aceitável que o tempo e a temperatura são importantes para a
esterilização mas nem sempre se compreende o papel da umidade. Com toda certeza
podemos afirmar que: SEM A UMIDADE NÃO OCORRE A ESTERILIZAÇÃO NA AUTOCLAVE A
VAPOR.
A umidade com calor proporciona a ruptura das membranas protéicas que protegem
os esporos destruindo-os ou inviabilizando sua reprodução. A umidade é inerente ao processo
de condensação do vapor sobre os materiais. Seu volume é decorrente da massa do material
aquecido, ou seja, quanto mais material e quanto mais pesado for, mais umidade
(condensado) vai se formar.
A embalagem influi grandemente no processo de esterilização e secagem. Embalagem
significa: caixas, cestos, contêineres, tecido de algodão, tecido sintético, não tecido sintético
(SMS, TNT), papel, grau cirúrgico, papel crepado, tyvek, etc. Pela enorme diversidade de tipos
de embalagem podemos desde já afirmar que seu desempenho também é muito variado.
A finalidade da embalagem é:
1. permitir a organização e manipulação adequada do material
2. conservar a integridade física e funcional dos materiais
3. permitir a entrada e a saída do vapor e conseqüentemente a esterilização e a secagem
4. preservar a esterilização durante e após o processamento
5. permitir o transporte estéril e racional do material até a área de uso
Assim a escolha de um padrão de embalagem numa CME deve levar em conta vários
fatores para que haja um balanceamento adequado entre custo, eficácia e produtividade. Em
outras palavras, ao se decidir por um tipo de embalagem a enfermagem deve considerar a
garantia de esterilização e secagem acima de qualquer outro fator (custo, praticidade). Isso
permitirá economia de processamentos e garantia de disponibilidade do material quando
necessário.
Para economia de tempo no processo de esterilização, de consumo de energia e
garantia de secagem seguem algumas sugestões práticas:
Tenha em mente ao preparar uma carga a necessidade de remoção do ar da câmara
da autoclave, da penetração do vapor e a saída do vapor e re-evaporação da umidade do
material.
Sempre que possível faça cargas homogêneas. Não é obrigatório mas você obterá
melhores resultados com cargas de características físicas mais homogêneas. Por exemplo
colocando só os metais numa carga, em outra só os tecidos. Caixas e pacotes de tamanhos
semelhantes também favorece o processo.
Nunca carregue excessivamente a câmara. Um método empírico para avaliar o peso
máximo de uma carga em uma autoclave é: divida por dez o volume, em litros, da câmara e
transforme o resultado em kilogramas. Ex. para uma câmara de 500 litros o peso máximo da
carga é: 500/10 = 50 kg., para uma câmara de 350 litros é; 350/10 = 35kg. Essa é a carga
máxima. Quando desejar um processamento mais rápido trabalhe com a metade da carga
máxima.
Sempre faça caixas com peso individual inferior a 5 kg. Além de ser prejudicial a
saúde do trabalhador (manipulação de caixas pesadas), as caixas muito pesadas são difíceis de
secar. Quando o peso da caixa for muito grande ou ela for muito volumosa divida em caixas
menores. As caixas devem ser sempre bem perfuradas, em todos os lados inclusive na tampa e
no fundo. Se tiver prateleiras internas essas também devem ser bem perfuradas.
Para cargas volumosas e de pequeno peso (tecido, plásticos) deixe sempre um espaço
vazio em torno dos pacotes de cerca de 20% do volume da câmara. Esse espaço serve para a
circulação do vapor e favorece a distribuição térmica homogênea.
Use campos e mantas de tamanho adequado ao tamanho das caixas.O excesso de
embalagem dobrado sobre as caixas prejudica a saída do vapor dificultando a secagem.
Nunca coloque embalagem no material dentro da caixa. Além de desnecessário isso
cria uma segunda barreira à penetração do vapor a também dificulta grandemente a secagem.
Basta colocar um campo absorvente ou compressa aberta no fundo da caixa protegendo o
instrumental.
Não monte caixas de instrumental com grande número de peças (mais de cinqüenta
peças). Como regra geral caixas menores esterilizam mais rapidamente e secam melhor. Caixas
grandes e com muito material demandam mais tempo de secagem e devem ser de preferência
colocadas para esterilização inclinadas sobre seu lado maior. Caixas de material ortopédico são
críticas e devem seguir ao máximo essas recomendações.
Uma prática usual e de bons resultados é deixar a porta da câmara aberta (ou
entreaberta) por cerca de vinte minutos e depois retirar a carga deixando esfriar por mais
vinte minutos antes de guardar. Esta prática contribui para promover uma boa conservação do
material. Ao se proceder dessa forma fazendo um resfriamento lento e gradativo do material
impede qualquer choque térmico. Isso também evita a recondensação de umidade sobre o
material. A manipulação do material frio é mais segura e não tende a estragar a embalagem.
O “tempo de prateleira” não é definido apenas pelo tipo de embalagem ou tipo de
esterilização mas sim por uma validação de processo que leva em conta todas as variáveis do
processo de esterilização e de armazenagem.
As mais recentes exigências de validação do processo de esterilização levou ao
desenvolvimento de autoclaves mais precisas e automatizadas com controles de tempo e
temperatura de processo padronizados conforme Normas Internacionais.
Por vezes autoclaves antigas ou autoclaves não validáveis, nas quais a temperatura de
processo é excessiva, não têm dificuldade em secar mas ao custo da deterioração dos
materiais e ausência do controle do processo de esterilização.
Abaixo exemplo de carga inadequada e carga adequada para esterilização.
CARGA INADEQUADA
CARGA IDEAL
MANUTENÇÃO PREVENTIVA
A Autoclave é um equipamento eletromecânico, ou seja, composto de itens
eletrônicos (CLP, impressora, Transdutores, etc) e mecânicos (válvulas, motores, rolamentos,
portas) e assim como o seu automóvel precisa realizar revisões periódicas para troca de óleo,
alinhamento, balanceamento, etc., para garantir a segurança e vida útil, o esterilizador
também necessita de revisões periódicas e programadas visando manter o bom
funcionamento, substituir itens de desgaste natural (guarnições, filtros, etc) para evitar
paradas inesperadas no equipamento.
Sempre exija do profissional que realizou a manutenção relatório das atividades e não
tenha receio de questionar em caso de dúvida o que realmente foi executado. Importante:
Segundo as normas de esterilização deve ser feito sempre um ciclo com Bowie & Dick e
indicador biológico ao final de qualquer intervenção técnica junto com o profissional que
realizou o serviço. Essa é a única forma de se certificar que o equipamento realmente está em
condições de uso.
Abaixo os principais itens de manutenção preventiva que podem ser realizados pelo
operador e os que somente podem ser realizados pela assistência técnica especializada:
O QUE? QUEM? QUANDO? PORQUE?
Limpeza das partes externas do esterilizador com
produto especifico
Operador Diariamente Higienização e conservação do
equipamento
Limpeza de superfície da câmara interna Operador Diariamente Higienização e conservação do
equipamento
Limpeza do dreno da Câmara interna Operador Diariamente Evitar entupimento e dificuldade de
exaustão
Lubrificação da guarnição da porta Operador Semanalmente Manter o bom funcionamento da porta e
aumentar a vida útil da guarnição
Reaperto dos contatos elétricos Equipe de A.T Mensalmente Evitar mau contatos, curtos-circuitos e
mau funcionamento.
Observar a tubulação de água e vapor e retirar se
necessário os vazamentos
Equipe de A.T Mensalmente Evitar vazamentos ou rompimentos da
tubulação evitando acidentes.
Limpar o Gerador de Vapor Equipe de A.T Trimestralmente Higienização e conservação do
equipamento
Substituir o filtro hidrofóbico de entrada de ar. Equipe de A.T
ou operador
Trimestralmente Peça de desgaste natural
Efetuar a limpeza da impressora e substituir a fita. Equipe de A.T Trimestralmente Manter o bom funcionamento e aumentar
a vida útil da impressora.
Substituir os elementos filtrantes do primeiro
estágio do sistema de osmose reversa.
Equipe de A.T
ou operador
Trimestralmente Peça de desgaste natural
Substituir a guarnição da porta Equipe de A.T Trimestralmente Peça de desgaste natural
Substituir as guarnições do gerador de vapor Equipe de A.T Anualmente Manter o bom funcionamento e evitar
vazamentos
Substituir as válvulas de segurança Equipe de A.T A cada 02 anos Atender a norma NR 13
Substituir as membranas da osmose reversa Equipe de A.T A cada 02 anos Tempo máximo de vida útil de uma
membrana.
Observar e relatar no livro de ocorrências da C.M.E faltas de suprimentos (ar, água,
energia elétrica) para posterior consulta. Não tente funcionar o equipamento se não tiver
certeza de que quaisquer destes suprimentos estejam atendendo plenamente para evitar
danos ao seu equipamento.
PRINCIPAIS PROBLEMAS E COMO IDENTIFICÁ-LOS
Mais da metade das ocorrências de atendimento técnico podem ser evitadas com
medidas simples. Tendo em mente o principio de funcionamento da autoclave fica fácil
identificar e na maioria dos casos resolver uma pane sem a intervenção da assistência técnica.
PROBLEMA CAUSAS PROVÁVEIS POSSÍVEIS MEDIDAS
Display do comando não acende ou apaga.
Disjuntor desligado Ligar disjuntor do CLP
Estabilizador desligado Ligar Estabilizador
Falta de energia Contatar equipe de manutenção predial.
Movimento de abertura e fechamento das
portas realizado com dificuldade
Falta lubrificação da porta Lubrificar guarnição
Guarnição com problemas Substituir guarnição
Pacotes saem molhados
Falha na bomba de vácuo Verifique se não há falhas de tensão
Entrada de ar na câmara interna Guarnição da porta pode estar danificada
Vapor úmido Se estiver trabalhando com vapor de
rede, entre em contato com a equipe de
manutenção predial
Preparação de carga inadequada Redimensione a carga ou aumente o
tempo de secagem
Pacotes, instrumentais manchados Qualidade do vapor/água Checar a qualidade da água
Verificar a qualidade do vapor de linha
Impressora não imprime Impressora pode estar desabilitada Habilitar impressora
Papel enroscado Desenroscar o papel
Porta não abre Falha na bomba de vácuo Verificar energia elétrica ou disjuntores
Guarnição enroscando Lubrificar guarnição de silicone
Positivando teste biológico Vapor úmido Verificar suprimento de vapor.
Tempo de exposição incorreto Reprogramar adequadamente o ciclo
Remoção de ar insuficiente Verificar bomba de vácuo
Falha na penetração de vapor Verificar a dimensão da carga
Câmara interna não atinge temperatura Falta de vapor Verificar suprimento de vapor.
Vazamento de vapor da câmara
interna
Verificar guarnição de silicone da porta.
Vazamento de ar para a câmara
interna
Verificar guarnição de silicone da porta.
Acumulo de água no fundo ou porta da
autoclave
Desnivelamento da autoclave Nivelar a autoclave de forma que o
condensado corra para o dreno.
Dreno entupido Limpar dreno da câmara interna
Demorando para liberar porta no final do
ciclo
Filtro de ar saturado Substituir filtro de ar.
Subida de pressão na câmara interna
antes de se iniciar o ciclo.
Vazamento de ar comprimido para
a câmara interna.
Substituir guarnição de silicone da porta.
Oscilação na temperatura Acumulo de água no dreno Realizar limpeza do dreno.
Oscilação na leitura de pressão Falha de aterramento Verificar aterramento da máquina.
Existem vários outros problemas que podem aparecer a qualquer momento, porém
necessitam da visita da equipe de assistência técnica para identificar e solucionar as falhas.
Procuramos mostrar possíveis causas prováveis que o próprio operador pode verificar e tomar
as medidas cabíveis, seja solucionando o problema, contatando a equipe de manutenção do
hospital ou acionando a equipe de assistência técnica especializada.
Identificar as causas de problemas apresentados agiliza o atendimento e diminui
consideravelmente o tempo em que o equipamento ficará parado.
CONCLUSÃO
É fundamental para qualquer colaborador de uma C.M.E saber os princípios de
funcionamento de uma autoclave para guiar o equipamento e não ser guiado por ele.
Entender os princípios de funcionamento de uma autoclave significa otimizar o tempo
de trabalho, melhorar o desempenho e rendimento do turno, trabalhar com segurança e
principalmente, garantir a segurança do paciente.
Esperamos com esse resumo dar um passo em direção ao entendimento e a
desmistificação de um equipamento tão essencial quanto antigo em qualquer unidade de
saúde.
BIBLIOGRAFIA
Manual de Manutenção do Esterilizador Baumer HI-VAC Plus
Manual de instalação do Esterilizador Baumer HI-VAC Plus
Manual do usuário do Esterilizador Baumer HI-VAC Plus
Gerenciamento da Central de Material e Esterilização para Enfermeiros, Maria Lúcia Pimentel
de Assis Moura.
Esterilização por Vapor de Baixa Temperatura e Formaldeído / João Francisco Possari.- 1.
edição.- São Paulo: látria, 2003
Conceitos Básicos de Esterilização, Esterilização e Qualificação – Baumer S/A
Principio da Esterilização por Calor Úmido – Como funciona uma autoclave: Gerson R. Luqueta
Esterilizador a Vapor com vácuo – aspectos mecânicos e de instrumentação necessários para
obtenção de um artigo estéril: Gerson R. Luqueta
Esterilização por calor e a cinética de morte microbiana: Gerson R. Luqueta
NBR 11816:2003 – “Esterilização – Esterilizadores a vapor com vácuo, para produtos de saúde”
NBR 11134:2001 – “Esterilização de produtos hospitalares – Requisitos para validação e
controle de rotina – Esterilizador por calor úmido”.

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  • 1. DESMISTIFICANDO O FUNCIONAMENTO DE UM ESTERILIZADOR COMO FUNCIONA UMA AUTOCLAVE Por: Robson Victor da Rocha
  • 2. INDICE INTRODUÇÃO................................................................................................................ 03 ESTERILIZAÇÃO POR VAPOR......................................................................................... 04 DIAGRAMA BÁSICO DE UMA AUTOCLAVE ................................................................... 05 PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO................................................................................. 06 INSTRUMENTAÇÃO...................................................................................................... 08 O VASO DE PRESSÃO................................................................................................... 09 INSUMOS (ÁGUA, AR, ELETRICIDADE, VAPOR)............................................................. 10 ITENS DE SEGURANÇA................................................................................................. 13 PREPARO E CARGA DE MATERIAIS.......................................................................... 14 MANUTENÇÃO PREVENTIVA......................................................................................... 17 PRINCIPAIS PROBLEMAS E COMO IDENTIFICÁ-LOS....................................................... 18 CONCLUSÃO........................................................................................................ 19 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................... 20
  • 3. INTRODUÇÃO Assim como outros milhares de equipamentos, sejam médicos, residenciais, etc., na maioria das vezes utilizamos mas não compreendemos o seu funcionamento. Então, porque entender como funciona uma autoclave? A importância de se entender o princípio de funcionamento de uma autoclave está na necessidade de compreendermos os sinais que um aparelho de esterilização dá durante o seu funcionamento o que pode ajudar a prever ou entender as causas e conseqüências de possíveis falhas que na maioria das vezes passam despercebidas aos nossos olhos mas que podem gerar conseqüências desastrosas ao paciente. Ninguém consegue distinguir a olho nu um material que fora submetido a esterilização de outro que ainda não passou por uma autoclave, daí a importância dos testes de esterilização mas principalmente dos instrumentos de leitura presentes em um painel de autoclave. Fazendo a leitura adequada dos instrumentos de medição podemos saber se o equipamento está com a temperatura adequada, se está com pressão excessiva ou com baixa pressão e então prever possíveis falhas no processo. Nosso objetivo é fazer com que você perca o receio, desmistifique e entenda como funciona uma autoclave para tirar o máximo proveito possível do equipamento com segurança e sem colocar a saúde de outras pessoas em risco. Sabemos que a CME não se resume somente ao esterilizador, sendo a CME o "conjunto de elementos destinados à recepção, preparo e esterilização, guarda e distribuição do material para as unidades do estabelecimento de saúde" (BRASIL, 1987). O principal “elemento” de uma C.M.E são os operadores que devem ser detentores do conhecimento global das diretrizes e tecnologias envolvidas no processo, daí a importância de ir além do apertar botões e conhecer os princípios de funcionamento de qualquer esterilizador.
  • 4. ESTERILIZAÇÃO POR VAPOR Dentre os principais processos de esterilização destaca-se o método de esterilização por vapor, por ser o meio mais barato, eficiente e difundido de esterilização existente no mercado existindo desde meados do século XIX desenvolvido pelo físico e biólogo Charles Chamberland (1851 – 1902). O método ideal de esterilização por calor utilizando vapor é a utilização de vapor saturado e seco (no máximo 5% de umidade em seu volume). Quando o vapor da água é injetado na câmara interna da autoclave e entra em contato com a parede fria do material a ser esterilizado este se condensa e transfere o calor latente. Ao condensar e umedecer a parede do material a ser esterilizado o vapor sofre uma contração imediata de volume deixando lugar para a entrada de mais vapor que continua condensando-se e transferindo mais calor latente. Esse processo continua até que o material atinja a temperatura do vapor, cessando a condensação da água destruindo os microorganismos através da desnaturação e coagulação das proteínas. Para entender melhor o que significa calor latente imagine uma barra de ferro que receba ou perca certa quantidade de calor. Esse calor que a barra ganhou ou perdeu é denominado de calor sensível, pois ele provoca apenas variação na temperatura do corpo, sem que aconteça mudança no seu estado físico, ou seja, se o corpo é sólido continua sólido e o mesmo acontece com os estados líquidos e gasosos. Diferente do calor sensível, quando fornecemos energia térmica a uma substância, sua temperatura não varia, mas seu estado físico se modifica, esse é o chamado calor latente. Esta é a grandeza física que informa a quantidade de energia térmica (calor) que uma unidade de massa de uma substância deve perder ou receber para que ela mude de estado físico, ou seja, passe do sólido para o líquido, do líquido para o gasoso e assim por diante.
  • 5. DIAGRAMA BÁSICO DE UMA AUTOCLAVE
  • 6. PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO A figura 1 mostra o diagrama básico de um esterilizador a vapor de dupla porta e seus principais componentes. O funcionamento básico de um esterilizador vai depender do perfil de ciclo programado. O perfil mais comum nas autoclaves a vácuo é aquele utilizado para a esterilização de materiais sólidos, tais como metais, vidrarias, vestimentas, etc. O ciclo de materiais sólidos não é indicado , contudo, para produtos envasados em frascos herméticos ou não, líquidos em geral, meios de cultura e em ciclos de descarte de materiais altamente contaminados. Para estes produtos existem perfis de ciclo específicos que demandam alterações sutis no diagrama da figura 1. O perfil de temperatura e pressão no tempo para a esterilização de materiais sólidos é basicamente o demonstrado na figura 2. Passemos agora para uma descrição do funcionamento para o perfil da figura 2: Ao ligarmos o esterilizador no perfil de ciclo para sólidos e estando o suprimento de vapor presente na entrada (N), a válvula (E) abrirá, deixando entrar vapor na câmara externa – C.E. A pressão de vapor da C.E será indicada pelo manômetro (K). A principal função da C.E é promover o aquecimento das paredes internas da câmara interna – C.I, evitando a formação de condensado durante a injeção de vapor. A C.E aquecida também auxilia na fase de secagem, irradiando calor no material a ser processado. Uma vez fechadas as portas (J), pode-se iniciar o processo de esterilização. O primeiro passo é o chamado pré-vácuo, que consiste na remoção do ar no interior da câmara através de pulsos alternados de vácuo e injeção de vapor. No primeiro instante desta fase a bomba de vácuo (G) (que na verdade deveríamos aqui chamar de conjunto de vácuo já que a prática é formado por um conjunto de componentes, cujo principal elemento é a bomba de vácuo) é ligada até que a C.I (H) atinja um determinado nível de vácuo demonstrado pelo manovacuômetro (L). Após atingir o nível pré-determinado, o conjunto da bomba de vácuo pára e a válvula de injeção de vapor na C.I (C) é aberta até que o vácuo atinja um valor próximo ou acima do zero relativo, concluindo assim um pulso de vácuo. Esta fase é repetida tantas vezes quanto necessário para que se garanta a plena remoção do ar no interior dos materiais a serem esterilizados. Uma particularidade a ser ressaltada nos sistemas de vácuo é que na maioria dos equipamentos presentes no mercado a queda de pressão é obtida através de um tipo de bomba conhecida como ‘’bomba de anel líquido’’. Neste tipo de bomba uma linha de água entra e sai da bomba passando por uma câmara (ou carcaça) na qual gira um rotor (excentricamente à carcaça) dotado de palhetas que, através da força centrífuga fazem com que o líquido compressor (no caso a água) seja impulsionado contra a parede cilíndrica interna do corpo, adquirindo o formato de um anel ( de onde vem a denominação ‘’Bomba de Vácuo de Anel Líquido’’), gerando vácuo em um de seus pórticos. Tal processo, apesar de simplificar os sistemas de vácuo para esterilizadores a vapor, tem por inconveniente a necessidade de disponibilidade de água em abundância em temperaturas recomendamente menores que 15°C. A fase de pulsos de vácuo, além de remover o ar presente no sistema, também tem por finalidade fornecer energia térmica aos materiais a serem submetidos ao vapor esterilizante antes da injeção definitiva deste, diminuindo a condensação na transferência de energia e, conseqüentemente, facilitando a secagem final. A fase seguinte ao pré-vácuo é chamada de rampa de aquecimento, onde o vapor é injetado pela válvula (C) até que seja alcançada a temperatura de esterilização pré- programada. Nesta fase e na seguinte, um sensor de temperatura ligado ao ponto (F) regula a abertura da válvula (C) para que a temperatura de esterilização permaneça dentro da banda de controle definida. Na fase seguinte, chamada de fase de exposição, espera-se por um
  • 7. tempo pré-determinado para que o vapor penetre em todo o material a ser processado e atinja a letalidade mínima esperada, garantindo a esterilidade dos artigos. Durante a fase de exposição as válvulas de vapor nas C.I e C.E devem modular compassadamente para manter os parâmetros de temperatura do sistema e o manovacuômetro (L) irá oscilar sutilmente apontando uma mínima variação de pressão na câmara interna. Ao término desta fase, não havendo nenhuma falha no sistema, os artigos processados já poderão ser considerados estéreis. A penúltima fase do ciclo de esterilização é a chamada ‘’fase de secagem’’. Nesta fase a bomba de vácuo (G) volta a ligar enquanto que a válvula (C) é fechada, criando-se novamente vácuo na C.I. A presença da atmosfera em vácuo aliada à radiação de calor pelas paredes de câmara graças à presença e vapor na C.E (I) faz com que o vapor e parte do condensado restante sejam retirados do material processado, secando-o. A fase de secagem geralmente é caracterizada por uma grande atividade da bomba de vácuo que permanece ligada por um tempo determinado. Após a fase de vácuo de secagem, temos a última fase que consiste no restabelecimento da pressão atmosférica no interior dos pacotes esterilizados . Nesta fase, a bomba de vácuo (G) desliga e a válvula de aeração (D) é aberta, quebrando o vácuo no interior da câmara pelo ar que passa pelo filtro (A). A qualidade e a correta manutenção do filtro de aeração é vital para o sucesso da esterilização, sendo que a injeção de ar contaminado ao término do ciclo poderá comprometer por completo o sucesso do processo de esterilização. Uma vez restabelecida a pressão atmosférica no interior dos pacotes, o ciclo termina e a porta de descarga pode ser aberta. Como pudemos observar o funcionamento básico do esterilizador é simples. Todavia, temos que ressaltar que os quesitos de instrumentação e de segurança do vaso de pressão tornam o esterilizador um equipamento de média complexidade, já que o processo tem que ser desenvolvido dentro de parâmetros bem restritos, com repetibilidade e segurança.
  • 8. INSTRUMENTAÇÃO Um bom esterilizador é aquele que alia eficiência (em termos de letalidade), velocidade e exatidão de parâmetros. Para alcançar estas premissas é imprescindível que o conjunto conte com instrumentos adequados. No caso da esterilização por calor úmido, podemos dizer que as principais variáveis de processo são Temperatura, Tempo e Pressão. Desta forma, sensores de temperatura, temporizadores e controladores de pressão são os dispositivos críticos. Se considerarmos que pequenas variações de temperatura demandam grandes variações de tempo para mantermos uma letalidade mínima, quanto mais exato o sistema de controle, mais eficiente será o processo de esterilização. A NBR-ISO11134:2001 determina em seu anexo A que o controle de temperatura tenha exatidão de ±1% ou melhor, na faixa de 50°C a 150°C, sendo ajustados na faixa de +0,5% na temperatura de esterilização, enquanto o controle de pressão tenha exatidão de +1,6% ou melhor, na faixa de o a 5 bar. Nos equipamentos atuais,a medição é feita por sensores ligados a placas de conversão analógico-digital (que convertem o sinal do sensor em sinais binários, compatíveis com o sistema digital), sendo que o conjunto sensor-placa deve permitir uma resolução tal que possa obter a leitura da faixa de temperatura ou pressão melhor que o preconizado pela norma. O ideal é que o conversor tenha resolução de pelo menos 10 bits e que os sensores utilizados alcancem esta resolução. Quanto à calibração dos instrumentos, é sempre conveniente que o sistema permita a verificação de todo o conjunto (a chamada calibração em malha fechada), pois assim podem- se minimizar os erros do sistema, melhorando sua exatidão. As NBRs também preconizam que um sistema de registro da temperatura deva estar incorporado ao esterilizador. Este sistema de registro pode ser uma impressora, um registrador gráfico ou qualquer outro dispositivo que permita a gravação permanente dos parâmetros de processo. O registro de todo o processo, com a finalidade de permitir a rastreabilidade também é condição das Boas Práticas de Fabricação. MANÔMETRO (CÂMARA EXTERNA) MANOVACUOMETRO (CÂMARA INTERNA)
  • 9. O VASO DE PRESSÃO Para que um esterilizador a vapor apresente segurança de operação, seu vaso de pressão (câmara e tubulações sob pressão) deve ser dimensionado de forma adequada. A NBR 11816:2003 – ‘’Esterilização – Esterilizadores a vapor com vácuo, para produtos de saúde’’ estabelece como referência normativa para projetos de vaso de pressão a ASME, Seção VIII, Divisão I, II e III E SEÇÃO I, II, III, V E XI:1998 – ASME Boiler and pressure vassel code, assim como a portaria do Ministério do Trabalho n° 3214/78 – NR13:1997 – Caldeiras e Vasos de Pressão no que se refere à inspeção e segurança de operação. Um aspecto a ser salientado nos modernos esterilizadores é a utilização de ligas de aço inoxidável altamente resistente a corrosão. Entre estas ligas, as mais utilizadas são o aço inoxidável AISI-304, AISI-316 e o AISI-316-Ti. O tipo de acabamento da superfície da câmara também é algo a ser observado: esta deve ser lisa (preferencialmente polida ou eletropolida), sem ângulos retos que possam acumular material e sem rebarbas ou sinas de solda aparentes. A porta do vaso é um ponto crítico de segurança. Existem no mercado as portas concêntricas de travas radiais (também conhecidas como tipo “aranha”) e as portas de movimentação longitudinal à câmara (conhecidas como porta tipo guilhotina). Atualmente as portas tipo guilhotina são as mais utilizadas, frente a sua segurança e facilidade de uso, com um forte apelo ergonômico. Por fim, temos que estar atentos a um dispositivo muito importante e previsto na NR- 13, que é a válvula de segurança do vaso (item B da figura 1). Um esterilizador pode ter, tipicamente, de uma a três válvulas de segurança para proteção das câmaras interna, externa e gerador de vapor (quando existir). Esta(s) válvula(s) deve(m) ser puramente mecânica(s) (sem acionamento elétrico), com certificado de calibração e com os pontos de regulagem lacrados, para garantir a total segurança no caso de sobre-pressão.
  • 10. INSUMOS ÁGUA A qualidade da água para geração de vapor, grosseiramente falando, é como o combustível de seu carro; Se for de qualidade duvidosa ou “batizado” vai implicar em mau funcionamento do motor além do desgaste prematuro dos componentes internos. Da mesma forma se comporta a água que irá se transformar em vapor, viajar por toda a tubulação da autoclave e impregnar o instrumental cirúrgico e tecidos. Se não estiver adequadamente tratada poderá entupir a tubulação, acelerar o desgaste e queima das resistências, manchar e corroer a câmara interna e externa além de danificar todo o instrumental cirúrgico. Segundo a norma NBR ISO 11.134:2001 a qualidade da água para geração de vapor deve ter os seguintes parâmetros mínimos: CONTAMINANTE VALOR LIMITE Resíduos de evaporação ≤ 15mg/l Silício ≤02mg/l Ferro ≤0,2mg/l Chumbo ≤0,05mg/l Cádmio ≤0,005mg/l Resíduos de metais pesados ≤0,1mg/l Cloretos ≤03mg/l Fosfato ≤0,5mg/l Condutividade ≤50µs/cm PH 6,5 a 8 Aparência Incolor, límpida, sem sedimentos Dureza ≤0,1mmol/l A maioria das autoclaves que dispõem de sistema de geração de vapor incorporado possuem um sistema de osmose reversa instalado para tratar a água, mas que necessita de cuidados especiais. Antes de se instalar um sistema de osmose reversa é preciso conhecer a qualidade da água através de uma análise físico-química para garantir o bom funcionamento do sistema. Essa análise pode ser feita pelo sistema de abastecimento de água local. A partir do funcionamento do sistema faz-se necessário a supervisão constante para que se defina o momento de substituição dos cartuchos do sistema primário (filtros de polipropileno e carvão ativado). Via de regra a substituição deve ser feita a cada 03 meses, porém de acordo com a qualidade da água essa substituição se faz necessária a cada 02 meses ou até mesmo mensalmente. O operador pode facilmente verificar a coloração do cartucho transparente que é o primeiro filtro e notando que esse se encontre saturado (com coloração escura e presença de lodo) poderá acionar a manutenção ou até mesmo realizar a substituição dos filtros. SISTEMA DE OSMOSE REVERSA
  • 11. AR COMPRIMIDO Todas as válvulas para suprimento de vapor ou ar nas câmaras interna e externa do equipamento, suprimento de água para bomba de vácuo e exaustão da câmara interna, são de acionamento pneumático e controladas por solenóides. Esta forma de acionamento faz com que as operações de carga e descarga sejam mais rápidas e seguras e que também apresentem menor desgaste dos componentes. O ar comprimido fornecido para a operação destes dispositivos pode ser proveniente de uma central de ar comprimido ou de um compressor de ar instalado junto à autoclave. A linha de alimentação de ar comprimido deve possuir um cavalete de ar comprimido dotado de filtro separador de umidade, redutor de pressão, manômetro e dependendo do tipo de válvula pneumática, lubrificador de linha. A pressão deve ser regulada entre 4 e 6kgf/cm². Pressões superiores a 6kfg/cm² podem travar as válvulas e abaixo de 4kgf/cm² não são suficientes para o acionamento. CAVALETE DE AR COMPRIMIDO ENERGIA ELÉTRICA Um bom suprimento de energia elétrica é fundamental para o correto funcionamento de uma autoclave. Além de estar devidamente dimensionado é importante que o quadro elétrico fique perto do equipamento e ao alcance do operador para que este possa intervir em caso de necessidade. Segundo as normas técnicas vigentes o fornecimento de energia elétrica segue os seguintes parâmetros: 220 VCA + 5% para alimentar o CLP. 380 VCA + 10% -5% -3~ para alimentar o Gerador de Vapor e Bomba de vácuo. Tensões tanto abaixo quanto acima do recomendado prejudicam o funcionamento do aparelho, alem de expor o operador a riscos desnecessários. É recomendável a instalação de um Estabilizador de Tensão de potência não inferior a 500VA para proteger o comando e solenóides contra oscilações de tensão. De extrema importância também é a qualidade do aterramento que deve ser exclusivo para a autoclave, não estando atrelado a nenhum outro dispositivo. O equipamento jamais deve funcionar sem o aterramento podendo descarregar corrente elétrica na carcaça.
  • 12. SUPRIMENTO DE VAPOR Nos casos onde a única alternativa for à utilização de vapor gerado em caldeiras tradicionais, e distribuído em tubulação de aço carbono, cuidados especiais devem ser previstos próximo aos pontos de utilização para melhoria da qualidade deste suprimento. O vapor deve ser fornecido para as autoclave em estado saturado, com título mínimo de 0,95 (95% de vapor e 5% de condensado) livre de impurezas e com pressão entre 2,6 e 2,8 kgf/cm². O vapor com excesso de umidade (acima de 5% de condensado), causa uma troca térmica menos eficiente e dificuldade de secagem do material esterilizado. Além disso são nas gotículas de condensado que se concentram o material particulado e outros contaminantes, que podem causar manchas no material a ser esterilizado e iniciar um processo de sedimentação e corrosão da câmara e do instrumental. Quando o vapor for gerado em caldeiras construídas em aço carbono e com distribuição em linhas de suprimento do mesmo material, deve ser previsto um conjunto com filtro sanitário após a estação redutora. A solução mais econômica consiste em instalar um conjunto para filtragem na rede de alimentação de vapor das autoclaves. ESTAÇÃO REDUTORA DE VAPOR E FILTRO SANITÁRIO
  • 13. SEGURANÇA As autoclaves são fabricadas de modo a garantir tanto a segurança do operador através de dispositivos que evitam o superaquecimento e a geração excessiva de pressão quanto a do paciente através de um CLP – Comando Lógico programável que monitora o ciclo, faz os ajustes necessários e impede que o equipamento prossiga ou finalize um ciclo sem que os principais fatores do processo de esterilização estejam alcançados. Para garantir segurança ao operador a autoclave deve contar com válvulas de segurança lacradas e calibradas pelo fabricante instaladas no Gerador de vapor e na câmara interna. Essas válvulas têm a função de liberar a pressão em caso de mau funcionamento evitando que ela ultrapasse os níveis de segurança do esterilizador. Possui também termostato de segurança para impedir o superaquecimento das resistências e CLP com os seguintes dispositivos:  Garantia de que a porta só será liberada com a pressão interna da câmara igual a pressão atmosférica.  Dispositivo que impeça a abertura simultânea das portas (em caso de autoclave com barreira).  Impossibilidade de se alterar o ciclo depois que esse já foi iniciado. VÁLVULA DE SEGURANÇA TERMOSTATO
  • 14. PREPARO E CARGA DE MATERIAIS Boas Práticas na Montagem e Conservação de Cargas: As Boas Práticas de Esterilização dão uma série de orientações para favorecer o processo de esterilização e garantir por um bom período a sua não contaminação. Nisso incluem-se as medidas que facilitam a secagem da carga o que é um importante quesito para garantir uma estocagem correta e reduzir os riscos de contaminação do material esterilizado. O processo de esterilização a vapor apóia-se no tripé: tempo, temperatura, e umidade. Essas três condições são essenciais para que ocorra a esterilização no processo de vapor. Se qualquer destes falhar a esterilização está comprometida. É facilmente aceitável que o tempo e a temperatura são importantes para a esterilização mas nem sempre se compreende o papel da umidade. Com toda certeza podemos afirmar que: SEM A UMIDADE NÃO OCORRE A ESTERILIZAÇÃO NA AUTOCLAVE A VAPOR. A umidade com calor proporciona a ruptura das membranas protéicas que protegem os esporos destruindo-os ou inviabilizando sua reprodução. A umidade é inerente ao processo de condensação do vapor sobre os materiais. Seu volume é decorrente da massa do material aquecido, ou seja, quanto mais material e quanto mais pesado for, mais umidade (condensado) vai se formar. A embalagem influi grandemente no processo de esterilização e secagem. Embalagem significa: caixas, cestos, contêineres, tecido de algodão, tecido sintético, não tecido sintético (SMS, TNT), papel, grau cirúrgico, papel crepado, tyvek, etc. Pela enorme diversidade de tipos de embalagem podemos desde já afirmar que seu desempenho também é muito variado. A finalidade da embalagem é: 1. permitir a organização e manipulação adequada do material 2. conservar a integridade física e funcional dos materiais 3. permitir a entrada e a saída do vapor e conseqüentemente a esterilização e a secagem 4. preservar a esterilização durante e após o processamento 5. permitir o transporte estéril e racional do material até a área de uso Assim a escolha de um padrão de embalagem numa CME deve levar em conta vários fatores para que haja um balanceamento adequado entre custo, eficácia e produtividade. Em outras palavras, ao se decidir por um tipo de embalagem a enfermagem deve considerar a garantia de esterilização e secagem acima de qualquer outro fator (custo, praticidade). Isso permitirá economia de processamentos e garantia de disponibilidade do material quando necessário. Para economia de tempo no processo de esterilização, de consumo de energia e garantia de secagem seguem algumas sugestões práticas: Tenha em mente ao preparar uma carga a necessidade de remoção do ar da câmara da autoclave, da penetração do vapor e a saída do vapor e re-evaporação da umidade do material. Sempre que possível faça cargas homogêneas. Não é obrigatório mas você obterá melhores resultados com cargas de características físicas mais homogêneas. Por exemplo colocando só os metais numa carga, em outra só os tecidos. Caixas e pacotes de tamanhos semelhantes também favorece o processo. Nunca carregue excessivamente a câmara. Um método empírico para avaliar o peso máximo de uma carga em uma autoclave é: divida por dez o volume, em litros, da câmara e
  • 15. transforme o resultado em kilogramas. Ex. para uma câmara de 500 litros o peso máximo da carga é: 500/10 = 50 kg., para uma câmara de 350 litros é; 350/10 = 35kg. Essa é a carga máxima. Quando desejar um processamento mais rápido trabalhe com a metade da carga máxima. Sempre faça caixas com peso individual inferior a 5 kg. Além de ser prejudicial a saúde do trabalhador (manipulação de caixas pesadas), as caixas muito pesadas são difíceis de secar. Quando o peso da caixa for muito grande ou ela for muito volumosa divida em caixas menores. As caixas devem ser sempre bem perfuradas, em todos os lados inclusive na tampa e no fundo. Se tiver prateleiras internas essas também devem ser bem perfuradas. Para cargas volumosas e de pequeno peso (tecido, plásticos) deixe sempre um espaço vazio em torno dos pacotes de cerca de 20% do volume da câmara. Esse espaço serve para a circulação do vapor e favorece a distribuição térmica homogênea. Use campos e mantas de tamanho adequado ao tamanho das caixas.O excesso de embalagem dobrado sobre as caixas prejudica a saída do vapor dificultando a secagem. Nunca coloque embalagem no material dentro da caixa. Além de desnecessário isso cria uma segunda barreira à penetração do vapor a também dificulta grandemente a secagem. Basta colocar um campo absorvente ou compressa aberta no fundo da caixa protegendo o instrumental. Não monte caixas de instrumental com grande número de peças (mais de cinqüenta peças). Como regra geral caixas menores esterilizam mais rapidamente e secam melhor. Caixas grandes e com muito material demandam mais tempo de secagem e devem ser de preferência colocadas para esterilização inclinadas sobre seu lado maior. Caixas de material ortopédico são críticas e devem seguir ao máximo essas recomendações. Uma prática usual e de bons resultados é deixar a porta da câmara aberta (ou entreaberta) por cerca de vinte minutos e depois retirar a carga deixando esfriar por mais vinte minutos antes de guardar. Esta prática contribui para promover uma boa conservação do material. Ao se proceder dessa forma fazendo um resfriamento lento e gradativo do material impede qualquer choque térmico. Isso também evita a recondensação de umidade sobre o material. A manipulação do material frio é mais segura e não tende a estragar a embalagem. O “tempo de prateleira” não é definido apenas pelo tipo de embalagem ou tipo de esterilização mas sim por uma validação de processo que leva em conta todas as variáveis do processo de esterilização e de armazenagem. As mais recentes exigências de validação do processo de esterilização levou ao desenvolvimento de autoclaves mais precisas e automatizadas com controles de tempo e temperatura de processo padronizados conforme Normas Internacionais. Por vezes autoclaves antigas ou autoclaves não validáveis, nas quais a temperatura de processo é excessiva, não têm dificuldade em secar mas ao custo da deterioração dos materiais e ausência do controle do processo de esterilização.
  • 16. Abaixo exemplo de carga inadequada e carga adequada para esterilização. CARGA INADEQUADA CARGA IDEAL
  • 17. MANUTENÇÃO PREVENTIVA A Autoclave é um equipamento eletromecânico, ou seja, composto de itens eletrônicos (CLP, impressora, Transdutores, etc) e mecânicos (válvulas, motores, rolamentos, portas) e assim como o seu automóvel precisa realizar revisões periódicas para troca de óleo, alinhamento, balanceamento, etc., para garantir a segurança e vida útil, o esterilizador também necessita de revisões periódicas e programadas visando manter o bom funcionamento, substituir itens de desgaste natural (guarnições, filtros, etc) para evitar paradas inesperadas no equipamento. Sempre exija do profissional que realizou a manutenção relatório das atividades e não tenha receio de questionar em caso de dúvida o que realmente foi executado. Importante: Segundo as normas de esterilização deve ser feito sempre um ciclo com Bowie & Dick e indicador biológico ao final de qualquer intervenção técnica junto com o profissional que realizou o serviço. Essa é a única forma de se certificar que o equipamento realmente está em condições de uso. Abaixo os principais itens de manutenção preventiva que podem ser realizados pelo operador e os que somente podem ser realizados pela assistência técnica especializada: O QUE? QUEM? QUANDO? PORQUE? Limpeza das partes externas do esterilizador com produto especifico Operador Diariamente Higienização e conservação do equipamento Limpeza de superfície da câmara interna Operador Diariamente Higienização e conservação do equipamento Limpeza do dreno da Câmara interna Operador Diariamente Evitar entupimento e dificuldade de exaustão Lubrificação da guarnição da porta Operador Semanalmente Manter o bom funcionamento da porta e aumentar a vida útil da guarnição Reaperto dos contatos elétricos Equipe de A.T Mensalmente Evitar mau contatos, curtos-circuitos e mau funcionamento. Observar a tubulação de água e vapor e retirar se necessário os vazamentos Equipe de A.T Mensalmente Evitar vazamentos ou rompimentos da tubulação evitando acidentes. Limpar o Gerador de Vapor Equipe de A.T Trimestralmente Higienização e conservação do equipamento Substituir o filtro hidrofóbico de entrada de ar. Equipe de A.T ou operador Trimestralmente Peça de desgaste natural Efetuar a limpeza da impressora e substituir a fita. Equipe de A.T Trimestralmente Manter o bom funcionamento e aumentar a vida útil da impressora. Substituir os elementos filtrantes do primeiro estágio do sistema de osmose reversa. Equipe de A.T ou operador Trimestralmente Peça de desgaste natural Substituir a guarnição da porta Equipe de A.T Trimestralmente Peça de desgaste natural Substituir as guarnições do gerador de vapor Equipe de A.T Anualmente Manter o bom funcionamento e evitar vazamentos Substituir as válvulas de segurança Equipe de A.T A cada 02 anos Atender a norma NR 13 Substituir as membranas da osmose reversa Equipe de A.T A cada 02 anos Tempo máximo de vida útil de uma membrana. Observar e relatar no livro de ocorrências da C.M.E faltas de suprimentos (ar, água, energia elétrica) para posterior consulta. Não tente funcionar o equipamento se não tiver certeza de que quaisquer destes suprimentos estejam atendendo plenamente para evitar danos ao seu equipamento.
  • 18. PRINCIPAIS PROBLEMAS E COMO IDENTIFICÁ-LOS Mais da metade das ocorrências de atendimento técnico podem ser evitadas com medidas simples. Tendo em mente o principio de funcionamento da autoclave fica fácil identificar e na maioria dos casos resolver uma pane sem a intervenção da assistência técnica. PROBLEMA CAUSAS PROVÁVEIS POSSÍVEIS MEDIDAS Display do comando não acende ou apaga. Disjuntor desligado Ligar disjuntor do CLP Estabilizador desligado Ligar Estabilizador Falta de energia Contatar equipe de manutenção predial. Movimento de abertura e fechamento das portas realizado com dificuldade Falta lubrificação da porta Lubrificar guarnição Guarnição com problemas Substituir guarnição Pacotes saem molhados Falha na bomba de vácuo Verifique se não há falhas de tensão Entrada de ar na câmara interna Guarnição da porta pode estar danificada Vapor úmido Se estiver trabalhando com vapor de rede, entre em contato com a equipe de manutenção predial Preparação de carga inadequada Redimensione a carga ou aumente o tempo de secagem Pacotes, instrumentais manchados Qualidade do vapor/água Checar a qualidade da água Verificar a qualidade do vapor de linha Impressora não imprime Impressora pode estar desabilitada Habilitar impressora Papel enroscado Desenroscar o papel Porta não abre Falha na bomba de vácuo Verificar energia elétrica ou disjuntores Guarnição enroscando Lubrificar guarnição de silicone Positivando teste biológico Vapor úmido Verificar suprimento de vapor. Tempo de exposição incorreto Reprogramar adequadamente o ciclo Remoção de ar insuficiente Verificar bomba de vácuo Falha na penetração de vapor Verificar a dimensão da carga Câmara interna não atinge temperatura Falta de vapor Verificar suprimento de vapor. Vazamento de vapor da câmara interna Verificar guarnição de silicone da porta. Vazamento de ar para a câmara interna Verificar guarnição de silicone da porta. Acumulo de água no fundo ou porta da autoclave Desnivelamento da autoclave Nivelar a autoclave de forma que o condensado corra para o dreno. Dreno entupido Limpar dreno da câmara interna Demorando para liberar porta no final do ciclo Filtro de ar saturado Substituir filtro de ar. Subida de pressão na câmara interna antes de se iniciar o ciclo. Vazamento de ar comprimido para a câmara interna. Substituir guarnição de silicone da porta. Oscilação na temperatura Acumulo de água no dreno Realizar limpeza do dreno. Oscilação na leitura de pressão Falha de aterramento Verificar aterramento da máquina. Existem vários outros problemas que podem aparecer a qualquer momento, porém necessitam da visita da equipe de assistência técnica para identificar e solucionar as falhas. Procuramos mostrar possíveis causas prováveis que o próprio operador pode verificar e tomar as medidas cabíveis, seja solucionando o problema, contatando a equipe de manutenção do hospital ou acionando a equipe de assistência técnica especializada. Identificar as causas de problemas apresentados agiliza o atendimento e diminui consideravelmente o tempo em que o equipamento ficará parado.
  • 19. CONCLUSÃO É fundamental para qualquer colaborador de uma C.M.E saber os princípios de funcionamento de uma autoclave para guiar o equipamento e não ser guiado por ele. Entender os princípios de funcionamento de uma autoclave significa otimizar o tempo de trabalho, melhorar o desempenho e rendimento do turno, trabalhar com segurança e principalmente, garantir a segurança do paciente. Esperamos com esse resumo dar um passo em direção ao entendimento e a desmistificação de um equipamento tão essencial quanto antigo em qualquer unidade de saúde.
  • 20. BIBLIOGRAFIA Manual de Manutenção do Esterilizador Baumer HI-VAC Plus Manual de instalação do Esterilizador Baumer HI-VAC Plus Manual do usuário do Esterilizador Baumer HI-VAC Plus Gerenciamento da Central de Material e Esterilização para Enfermeiros, Maria Lúcia Pimentel de Assis Moura. Esterilização por Vapor de Baixa Temperatura e Formaldeído / João Francisco Possari.- 1. edição.- São Paulo: látria, 2003 Conceitos Básicos de Esterilização, Esterilização e Qualificação – Baumer S/A Principio da Esterilização por Calor Úmido – Como funciona uma autoclave: Gerson R. Luqueta Esterilizador a Vapor com vácuo – aspectos mecânicos e de instrumentação necessários para obtenção de um artigo estéril: Gerson R. Luqueta Esterilização por calor e a cinética de morte microbiana: Gerson R. Luqueta NBR 11816:2003 – “Esterilização – Esterilizadores a vapor com vácuo, para produtos de saúde” NBR 11134:2001 – “Esterilização de produtos hospitalares – Requisitos para validação e controle de rotina – Esterilizador por calor úmido”.