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CURSO DE GEOLOGIA E MINAS
Tema: Estudo de Hidrologia Superficial
Autores:
Zil hajj Assane Momade e Lino Ernesto Pita
Beira, Outubro, 2023
2
CURSO DE GEOLOGIA E MINAS
Trabalho de pesquisa de Hidrogeologia
Tema: Estudo de Hidrologia Superficial
Supervisora: Maibeque Francisco João
Autores: Zil hajj Assane Momade e Lino Ernesto Pita
Beira, Outubro, 2023
3
Índice
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 4
1.1 OBJECTIVOS:.......................................................................................................................... 4
2. HIDROLOGIA............................................................................................................................ 5
2.1 ESCOAMENTO SUPERFICIAL................................................................................................... 5
2.2 FATORES QUE INFLUENCIAM NO ESCOAMENTO SUPERFICIAL.............................................. 6
2.3 PROCESSO DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL............................................................................ 7
2.4 COMPONENTES DO ESCOAMENTO.......................................................................................... 8
3. GRANDEZAS QUE CARACTERIZAM O ESCOAMENTO SUPERFICIAL......................... 9
4. CICLO HIDROLÓGICO .......................................................................................................... 10
4.1 PRINCIPAIS PROCESSOS ENVOLVIDOS NO CICLO HIDROLÓGICO (IST, 2018)....................... 12
4.2 COMPONENTES DO CICLO HIDROLÓGICO............................................................................ 12
5. BACIAS HIDROGRÁFICAS................................................................................................... 16
6. CONCLUSÃO........................................................................................................................... 19
7. BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................... 21
4
1. Introdução
Das fases básicas do ciclo hidrológico, talvez a mais importante para o engenheiro seja a
do escoamento superficial, que é a fase que trata da ocorrência e transporte da água na
superfície terrestre, pois a maioria dos estudos hidrológicos está ligada ao aproveitamento
da água superficial e à proteção contra os fenômenos provocados pelo seu deslocamento.
O escoamento superficial abrange desde o excesso de precipitação que ocorre logo após
uma chuva intensa e se desloca livremente pela superfície do terreno, até o escoamento de
um rio, que pode ser alimentado tanto pelo excesso de precipitação como pelas águas
subterrâneas.
1.1 Objectivos:
Objectivo Geral:
 Compreender o funcionamento do Ciclo Hidrologico;
 Dar o Conhecer sobre o Comportamento da Agua superficialmente;
 Analisar a Relação do meio ambiente com a hidrologia superficial;
Objectivo Especifico: Esudo da Hidrologia Superficial.
5
2. Hidrologia
Hidrologia, Ciência que estuda a distribuição, circulação e comportamento da água no
sistema terrestre. Também estuda suas propriedades física-químicas e sua interação com
o meio ambiente (biótico e abiótico).
2.1 Escoamento superficial
A água da chuva ao atingir a superfície terrestre, pode escoar na superfície, em
subsuperfície ou subterraneamente. O predomínio e a importância relativa desses tipos de
escoamento dependem da combinação de diversos fatores, em especial as condições
climáticas, as características morfométricas, as condições bióticas e edafológicas e as
atividades antrópicas (Bigarella, 2003).
O escoamento superficial “é aquele que ocorre livremente na superfície terrestre sobre
uma película de água aderida ao solo, enquanto o sub- superficial acontece dentro da
parte vazia do solo, entre os grãos, partículas e materiais semi-decompostos relativamente
soltos” (conforme Popolizio 1975 apud Bigarella, 2003, pg. 890)
Conforme Bigarella (2003), a água que não se infiltra na superfície do terreno continua a
fluir vertente abaixo, até encontrar um solo mais permeável ou atingir um canal definido
de drenagem, ou, eventualmente,
O escoamento superficial é a fase do ciclo hidrológico que trata do conjunto das águas
que, por efeito da gravidade, se desloca na superfície da terra. Possui grande importância
para a Engenharia, pois a maioria dos estudos hidrológicos está ligada ao aproveitamento
da água superficial e à proteção contra os fenômenos provocados pelo seu deslocamento.
6
Figura 1, fonte: Marcel Jacques e Viviane Capoane. Escoamento Superficial
2.2 Fatores que Influenciam no Escoamento Superficial
Os fatores podem ser de natureza climática, relacionados à precipitação ou de natureza
fisiográfica ligados às características físicas da bacia.
Dentre os fatores climáticos destacam-se a intensidade e a duração da precipitação, pois
quanto maior a intensidade, mais rápido o solo atinge a sua capacidade de infiltração
provocando um excesso de precipitação que escoará superficialmente. A duração também
é diretamente proporcional ao escoamento, pois para chuvas de intensidade constante,
haverá maior oportunidade de escoamento quanto maior for a duração. Outro fator
climático importante é o da precipitação antecedente, pois uma precipitação que ocorre
quando o solo está úmido devido a uma chuva anterior, terá maior facilidade de
escoamento.
Dentre os fatores fisiográficos os mais importantes são a área, a forma, a permeabilidade
e a capacidade de infiltração, e a topografia da bacia.
A influência da área é clara, pois sua extensão está relacionada à maior ou menor
7
quantidade de água que ela pode captar. A permeabilidade do solo influi diretamente na
capacidade de infiltração, ou seja, quanto mais permeável for o solo, maior será a
quantidade de água que ele pode absorver, diminuindo assim a ocorrência de excesso de
precipitação. Outros fatores importantes são as obras hidráulicas construídas nas bacias,
tal como uma barragem que, acumulando a água em um reservatório, reduz as vazões
máximas do escoamento superficial e retarda a sua propagação. Em sentido contrário,
pode-se retificar um rio aumentando a velocidade do escoamento superficial.
2.3 Processo de escoamento Superficial
Quando se inicia uma precipitação, parte da água pode ser retida pela cobertura vegetal e
por outros obstáculos que a impeçam de atingir o solo, voltando à atmosfera sob a forma
de vapor. Chama-se a este fenómeno interceção (ISEL, 2015).
Se a precipitação se prolonga no tempo, a água atinge o solo e fica inicialmente retida nas
depressões do terreno, iniciando-se a infiltração (ISEL, 2015).
A precipitação sobre uma determinada área, divide-se em várias parcelas, cuja proporção
varia durante a duração do evento. No início, a água pode ser intercetada, pela vegetação
ou por obstáculos que a impeçam de atingir o solo. Se a precipitação prossegue, a água
atinge a superfície terrestre de onde se evapora, se infiltra ou permanece retida em
depressões. Durante este período inicial, o acréscimo de caudal no curso de água é
produzido unicamente pela pequena fração da água precipitada diretamente na rede
hidrográfica (Quintela, 1992).
A partir do momento que a precipitação caída excede as capacidades relativas aos
processos anteriormente descritos, o volume de água excedente, em obediência às leis da
gravidade, escoa-se à superfície do terreno até à linha de água mais próxima, dando
origem ao escoamento superficial. As linhas de água de menor secção (sulcos, ravinas,
regatos, ribeiros e ribeiras) associam-se noutras de secção sucessivamente maior (rios),
que virão por fim, salvo raras exceções (bacias endorreicas), a comunicar com o mar
(Lencastre, 1992).
8
A retenção superficial refere-se a parcela de água que não se infiltra nem dá origem a
escoamento superficial, isto é, à água intercetada, a água armazenada nas depressões do
solo e a que passa ao estado de vapor durante a ocorrência da precipitação (Rodrigues et
al., 2011).
A detenção superficial refere-se à água do escoamento superficial em trânsito sobre o
terreno e representa um armazenamento de água rapidamente variável no tempo
(Rodrigues et al., 2011).
2.4 Componentes do escoamento
Segundo Rodrigues et al. (2011), atendendo ao processo de escoamento descrito atrás, o
escoamento que atravessa uma secção de um curso de água, compõe-se quanto à sua
origem, em:
Escoamento superficial, que atinge a rede hidrográfica caminhando sobre a superfície
do terreno, sem se infiltrar. Também se designa por escoamento direto, e resulta da
precipitação útil, isto é, resulta da fração da precipitação que, depois de satisfeitos os
processos de evaporação, infiltração e retenção superficial na bacia, chega à rede
hidrográfica. Constitui a componente mais significativa do escoamento durante os
períodos de precipitação intensa, mas assim que esta cessa a importância desta
componente começa a diminuir até terminar;
Escoamento subsuperficial ou hipodérmico, que provem da água infiltrada que volta a
aparecer à superfície, sem ter atingido a zona de saturação. Também é designado por
escoamento intermédio resultante da fração da precipitação que se infiltra, mas que se
escoa a pouca profundidade no terreno, devido à existência de substratos impermeáveis
mais profundos, chega aos cursos de água apenas com um ligeiro atraso em relação ao
escoamento superficial ou direto e termina pouco depois da cessação do escoamento
superficial;
Escoamento subterrâneo, que provem da água infiltrada que atingiu a zona de
saturação. Também se designa por escoamento de base, resultante da parcela da
9
precipitação que foi sujeita a processos de infiltração profunda, e representa a
contribuição para o escoamento superficial das reservas hídricas subterrâneas acumuladas
nas formações geológicas por onde passa o curso de água. Esta componente tem pouca
importância durante os períodos de precipitação intensa, mas representa a totalidade do
escoamento assim que as outras componentes se esgotam; 
3. Grandezas que Caracterizam o Escoamento Superficial
Vazão (Q)
A vazão, ou volume escoado por unidade de tempo, é a principal grandeza que
caracteriza um escoamento. Normalmente é expressa em metros cúbicos por segundo
(m
3
.s
-1
) ou em litros por segundo (L.s
-1
)
. a) vazão média diária
É a média aritmética das vazões ocorridas durante o dia (quando se dispõe de aparelho
registrador – linígrafo, o mais comum é a média das vazões das 7 e 17 horas (horas de
leitura do nível da água – linímetro.
. b) vazão específica
Vazão por unidade de área da bacia hidrográfica; m
3
.s
-1
.km
-2
, L.s
-1
.km
-2
, L.s
-1
.ha
-1
. É
uma forma bem potente de expressar a capacidade de uma bacia em produzir escoamento
superficial e serve como elemento comparativo entre bacias.
3.1 Coeficiente de Escoamento Superficial (C)
Coeficiente de escoamento superficial, ou coeficiente runoff, ou coeficiente de deflúvio é
definido como a razão entre o volume de água escoado superficialmente e o volume de
água precipitado. Este coeficiente pode ser relativo a uma chuva isolada ou relativo a um
intervalo de tempo onde várias chuvas ocorreram.
10
C = volume total escoado /volume total preciptado
Conhecendo-se o coeficiente de deflúvio para uma determinada chuva intensa de uma
certa duração, pode-se determinar o escoamento superficial de outras precipitações de
intensidades diferentes, desde que a duração seja a mesma.
Nível de Água (h)
Uma das medidas mais fáceis de serem realizadas em um curso d’água é expressa em
metros e se refere à altura atingida pelo nível d’água em relação a um nível de referência.
Normalmente as palavras cheia e inundação estão relacionadas ao nível d’água atingido.
Denominar-se-á cheia a uma elevação normal do curso d’água dentro do seu leito, e
inundação à elevação não usual do nível, provocando transbordamento e possivelmente
prejuízos.
4. Ciclo hidrológico
É o fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a
atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia solar associada à gravidade e à
rotação terrestre.
O conceito de ciclo hidrológico está ligado ao movimento e à troca de água nos seus
diferentes estados físicos, que ocorre na Hidrosfera, entre os oceanos, as calotes de gelo,
as águas superficiais, as águas subterrâneas e a atmosfera.
Este movimento permanente deve-se ao Sol, que fornece a energia para elevar a água da
superfície terrestre para a atmosfera (evaporação), e à gravidade, que faz com que a água
condensada se caia (precipitação) e que, uma vez na superfície, circule através de linhas
de água que se reúnem em rios até atingir os oceanos (escoamento superficial) ou se
infiltre nos solos e nas rochas, através dos seus poros, fissuras e fraturas (escoamento
subterrâneo). Nem toda a água precipitada alcança a superfície terrestre, já que uma parte,
na sua queda, pode ser interceptada pela vegetação e volta a evaporar-se.
11
A água que se infiltra no solo é sujeita a evaporação direta para a atmosfera e é absorvida
pela vegetação, que através da transpiração, a devolve à atmosfera. Este processo
chamado evapotranspiração ocorre no topo da zona não saturada, ou seja, na zona onde
os espaços entre as partículas de solo contêm tanto ar como água.
A água que continua a infiltrar-se e atinge a zona saturada, entra na circulação
subterrânea e contribui para um aumento da água armazenada (recarga dos aquíferos). Na
Figura 5 observa-se que, na zona saturada (aquífero), os poros ou fraturas das formações
rochosas estão completamente preenchidos por água (saturados). O topo da zona saturada
corresponde ao nível freático. No entanto, a água subterrânea pode ressurgir à superfície
(nascentes) e alimentar as linhas de água ou ser descarregada diretamente no oceano.
A quantidade de água e a velocidade com que ela circula nas diferentes fases do ciclo
hidrológico são influenciadas por diversos fatores como, por exemplo, a cobertura
vegetal, altitude, topografia, temperatura, tipo de solo e geologia.
Figura 2, Fonte: USGS - United States Geologica l Survey (Ciclo Hidrico)
12
4.1 Principais processos envolvidos no ciclo hidrológico (IST, 2018)
 Transferência de água da superfície da Terra para a atmosfera, por evaporação dos
oceanos, lagos, rios, solo, por sublimação do gelo e por transpiração dos
animais e plantas;
 Condensação parcial do vapor de água da atmosfera em nuvens e nevoeiros;
 Transporte de vapor de água pela circulação atmosférica;
 Transferência de água da atmosfera para a superfície da Terra (líquida ou
sólida);
 Infiltração e alimentação dos aquíferos;
 Retenção em lagos, glaciares e na vegetação;
 Escoamento à superfície dos continentes em direção aos oceanos. 
4.2 Componentes do Ciclo Hidrológico
Atmosfera
Atmosfera é o sistema complexo de gases (azoto, oxigénio, árgon, dióxido de carbono,
ozono, vapor de água, etc.) e de partículas sólidas e líquidas, de várias naturezas, em
suspensão (aerossóis), que envolve o planeta e é mantido sobre ele pela ação da gravidade
(Naghettini, 2012).
Do ponto de vista meteorológico os fenómenos mais importantes são os que se passam na
camada inferior da atmosfera, com cerca de 15 km de espessura. Devido à espessura
reduzida, o relevo terrestre influencia muito a repartição das precipitações, das
temperaturas etc. (Naghettini, 2012).
A precipitação
precipitação é entendida em hidrologia como o conjunto de águas originadas do vapor de
agua atmosférico que atinge a superfície terrestre. O conceito engloba a chuva, a neblina,
13
a saraiva, o orvalho, a geada e a neve. A chuva ou precipitação pluvial é o tipo mais
importante para a Hidrologia por sua capacidade para produzir escoamento superficial
(contribuindo para a vazão dos rios).
Figura 3, precipitação. Fonte: Plano Nacional de Recursos Hidricos (PNRH).
Infiltração
A infiltração é o nome dado ao processo pelo qual a água penetra no solo, através de sua
superfície. A infiltração determina o balanço de água na zona das raízes e, por isso, o
conhecimento do processo e suas relações com as propriedades do solo é de fundamental
importância para o eficiente manejo do solo e da água.
Figura 4, Infiltração. Fonte: Plano Nacional de Recursos Hidricos (PNRH).
14
Evaporação
Evaporação o processo de passagem da água do estado líquido ao estado gasoso a
qualquer temperatura inferior ao ponto de ebulição. A passagem do estado sólido ao
estado gasoso designa-se por sublimação, no entanto, no balanço hidrológico a
sublimação é computada globalmente com a evaporação.
A mudança do estado sólido ou líquido para o estado gasoso dá-se quando a energia
cinética das moléculas que constituem a substância aumenta, exigindo por isso, para se
fazer com temperatura constante, consumo de uma certa quantidade de energia. Esta
quantidade de energia por unidade de massa da substância é o chamado calor de
vaporização (Rodrigues et al., 2011).
Figura 5, Evaporação, Fonte: Plano Nacional de Recursos Hidricos (PNRH).
Evapotranspiração
A evaporação é a passagem da água do estado líquido para o gasoso, necessitando de
2450 kJ/kg à 20 oC. Na hidrologia inclui dois processos distintos: a evaporação do solo,
barragens, canais, entre outros e a transpiração por meio dos estômatos dos vegetais. A
chave do processo de evaporação é o movimento do vapor de água adjacente à superfície
do líquido para a atmosfera.
15
Escoamente Superficial
figura 6, esoamento superficial. Fonte: Plano Nacional de Recursos Hidricos (PNRH).
O escoamento de base (base flow), constituído basicamente do escoamento subterrâneo,
é o responsável pela alimentação do curso da água.
figura 7, esoamente de base, Fonte: Plano Nacional de Recursos Hidricos (PNRH).
16
figura 8, Compontes do Ciclo hidrologico, Fonte: Plano Nacional de Recursos Hidricos (PNRH).
5. Bacias hidrográficas
Uma bacia hidrográfica, também conhecida como bacia de drenagem, é uma área de terra
delimitada pelas divisores de água, que são elevações topográficas, como montanhas ou
colinas, que determinam os limites onde a água flui em direção a um único curso d'água,
como um rio, córrego ou riacho, e seus afluentes. Em outras palavras, é uma região onde
toda a água que cai na forma de chuva ou neve é coletada e escoa para um ponto de saída
específico, geralmente em direção ao oceano, lago ou outro corpo da água. Ex.: bacia
hidrográfica de Buzi, bacia hidrográfica do Zambéze, bacia hidrográfica de
Rovuma ou bacia do Punguee.
Segundo Rodrigues et al. (2011), bacia hidrográfica de um curso de água, entende-se a
área de captação natural da água precipitada, cujo escoamento converge para uma secção
única de saída - secção de referência.
17
5.1 Características de uma Bacia Hidrográfica
Divisor de Água: É uma linha imaginária que separa uma bacia hidrográfica de outras. A
água que cai de um lado do divisor flui para um curso d'água específico, enquanto a água
do outro lado flui para um curso diferente.
Curso d'Água Principal: O principal rio ou rio principal que atravessa a bacia hidrográfica
e recebe água de seus afluentes menores.
Afluentes: São córregos, riachos ou rios menores que alimentam o curso d'água
principal. Eles contribuem com água para o curso d'água principal à medida que fluem
para ele.
Coleta de Água: A principal função de uma bacia hidrográfica é coletar a água
proveniente da precipitação (chuva, neve etc.) que cai sobre sua área. A água é coletada
nas superfícies do solo e flui em direção aos pontos mais baixos da bacia.
Relevo: A topografia da bacia hidrográfica influencia a direção do fluxo de água. Áreas
montanhosas geralmente têm cursos d'água mais íngremes, enquanto áreas planas podem
ter fluxos mais lentos.
Infiltração e Escoamento: A infiltração ocorre quando a água penetra no solo, enquanto
o escoamento é a água que flui sobre a superfície do solo em direção aos cursos d'água. A
taxa de infiltração é influenciada pela permeabilidade do solo e das rochas.
Nascentes: São pontos onde a água emerge naturalmente da terra, geralmente marcando
o início de um curso da água.
Foz: É o ponto onde o curso d'água principal deságua em um oceano, lago ou outro corpo
d'água. Área de Drenagem: É a extensão total da superfície terrestre que contribui com
água para um determinado curso d'água, incluindo todos os afluentes.
Ciclo Hidrológico: A bacia hidrográfica desempenha um papel crucial no ciclo da água,
coletando, armazenando e liberando água através da evaporação, precipitação, infiltração
e escoamento.
18
Interconexão Ambiental: A bacia hidrográfica é um sistema interconectado, onde
mudanças em uma parte podem afetar outras áreas, incluindo a qualidade da água, a flora,
a fauna e até as atividades humanas. Compreender esses conceitos é fundamental para
avaliar a dinâmica da água em uma determinada região e para a gestão sustentável dos
recursos hídricos e do meio ambiente.
Formação de Cursos da Água: A água coletada nas partes mais elevadas da bacia forma
pequenos cursos d'água que eventualmente se unem para formar riachos, córregos e rios
maiores à medida que fluem para o curso d'água principal da bacia. Transporte de
Sedimentos: À medida que a água flui pela bacia, ela também transporta sedimentos,
minerais e nutrientes. Isso desempenha um papel importante na formação e no
modelamento da paisagem ao longo do tempo.
Recarga de Aquíferos: A água que infiltra no solo em áreas mais elevadas pode
recarregar aquíferos subterrâneos, contribuindo para a disponibilidade de água
subterrânea.
5.2 Pincipais Bacias Hidrograficas de Moçambique
Das cerca de 25 bacias hidrográficas principais que drenam o país são de destacar de
norte para sul as seguintes: Rovuma, Messalo, Montepuez, Lúrio, Monapo, Ligonha,
Licungo, Zambeze, Pùngué, Búzi, Save, Govuro, Inharrime, Limpopo, Incomati,
Umbeluzi, Tembe e Maputo.
De abastecimento predominantemente pluvial, os grandes cursos de água moçambicanos
são de regime periódico, ainda que grande parte dos seus afluentes sejam de regime
ocasional. Devido a configuração do relevo a maior parte dos rios corre de Oeste para
Este, atravessando sucessivamente montanhas, planaltos e planícies, antes de desaguarem
no oceano Indico. Pelo carácter morfológico da África Oriental e a situação geográfica
de Moçambique nas regiões costeiras, os principais rios tem as suas nascentes nos países
vizinhos, exceptuando o Norte do país onde grande parte tem a sua bacia hidrográfica
totalmente em Moçambique. O seu caudal é determinando essencialmente pelas
complexas relações entre geofactores meteorológicos e não meteorológicos,
19
nomeadamente a pluviosidade, a temperatura, a evaporaçāo, o declive, a natureza dos
solos, bem como a intervenção humana. Fonte: DOS MUCHANGOS,1999.
DIVISÃO, BACIA HIDROGRAFICA DO ROVUMA
Fonte: Aranorte governo Moz (2019), Bacia hidrografica do Rovuma.
20
6. Conclusão
A hidrografia é a área da geografia que estuda o conjunto de águas presente no planeta
terra. Sendo fundamental no estudo e caracterização de fontes de água, onde foi
destacado o funcionamento hidrográfico superficial que é a circulação dos fluidos na
parte superficial da crosta, assim desempenhando um papel crucial no ciclo hidrológico
formado pelos processos de evaporação, condensação, precipitação, e infiltração e
transpiração, pois esta garante a conservação das vidas e a manutenção dos ciclos
hidrológicos.
21
7. Bibliografia
(Bigarella, 2003). Escoamento Superficial
http://www.cpatc.embrapa.br/publicacoes_2011/anais_4enrehse/Minicursos/Aula_CursoS
WAT_1.pdf
http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/jorge/downloads/APOSTILA/LICA%20Parte%201.
pdf
(ISEL, 2015). Processo do escoamento superficail
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5521050/mod_resource/content/1/Hidrologia%2
0Basica.pdf
https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/676/2019/08/3_Hidr%C3%B3grafa.pdf
Rodrigues et al. (2011),bacia hidrográfica de um curso de água,
http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/jorge/downloads/APOSTILA/LICA%20Parte%201.
pdf
REDE HIDROGRÁFICA (Quintela, 1992).
DOS MUCHANGOS (1999), BACIAS Hidrograficas de Mozambique
(Naghettini, 2012). Atmosfera

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  • 1. 1 CURSO DE GEOLOGIA E MINAS Tema: Estudo de Hidrologia Superficial Autores: Zil hajj Assane Momade e Lino Ernesto Pita Beira, Outubro, 2023
  • 2. 2 CURSO DE GEOLOGIA E MINAS Trabalho de pesquisa de Hidrogeologia Tema: Estudo de Hidrologia Superficial Supervisora: Maibeque Francisco João Autores: Zil hajj Assane Momade e Lino Ernesto Pita Beira, Outubro, 2023
  • 3. 3 Índice 1. INTRODUÇÃO........................................................................................................................... 4 1.1 OBJECTIVOS:.......................................................................................................................... 4 2. HIDROLOGIA............................................................................................................................ 5 2.1 ESCOAMENTO SUPERFICIAL................................................................................................... 5 2.2 FATORES QUE INFLUENCIAM NO ESCOAMENTO SUPERFICIAL.............................................. 6 2.3 PROCESSO DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL............................................................................ 7 2.4 COMPONENTES DO ESCOAMENTO.......................................................................................... 8 3. GRANDEZAS QUE CARACTERIZAM O ESCOAMENTO SUPERFICIAL......................... 9 4. CICLO HIDROLÓGICO .......................................................................................................... 10 4.1 PRINCIPAIS PROCESSOS ENVOLVIDOS NO CICLO HIDROLÓGICO (IST, 2018)....................... 12 4.2 COMPONENTES DO CICLO HIDROLÓGICO............................................................................ 12 5. BACIAS HIDROGRÁFICAS................................................................................................... 16 6. CONCLUSÃO........................................................................................................................... 19 7. BIBLIOGRAFIA....................................................................................................................... 21
  • 4. 4 1. Introdução Das fases básicas do ciclo hidrológico, talvez a mais importante para o engenheiro seja a do escoamento superficial, que é a fase que trata da ocorrência e transporte da água na superfície terrestre, pois a maioria dos estudos hidrológicos está ligada ao aproveitamento da água superficial e à proteção contra os fenômenos provocados pelo seu deslocamento. O escoamento superficial abrange desde o excesso de precipitação que ocorre logo após uma chuva intensa e se desloca livremente pela superfície do terreno, até o escoamento de um rio, que pode ser alimentado tanto pelo excesso de precipitação como pelas águas subterrâneas. 1.1 Objectivos: Objectivo Geral:  Compreender o funcionamento do Ciclo Hidrologico;  Dar o Conhecer sobre o Comportamento da Agua superficialmente;  Analisar a Relação do meio ambiente com a hidrologia superficial; Objectivo Especifico: Esudo da Hidrologia Superficial.
  • 5. 5 2. Hidrologia Hidrologia, Ciência que estuda a distribuição, circulação e comportamento da água no sistema terrestre. Também estuda suas propriedades física-químicas e sua interação com o meio ambiente (biótico e abiótico). 2.1 Escoamento superficial A água da chuva ao atingir a superfície terrestre, pode escoar na superfície, em subsuperfície ou subterraneamente. O predomínio e a importância relativa desses tipos de escoamento dependem da combinação de diversos fatores, em especial as condições climáticas, as características morfométricas, as condições bióticas e edafológicas e as atividades antrópicas (Bigarella, 2003). O escoamento superficial “é aquele que ocorre livremente na superfície terrestre sobre uma película de água aderida ao solo, enquanto o sub- superficial acontece dentro da parte vazia do solo, entre os grãos, partículas e materiais semi-decompostos relativamente soltos” (conforme Popolizio 1975 apud Bigarella, 2003, pg. 890) Conforme Bigarella (2003), a água que não se infiltra na superfície do terreno continua a fluir vertente abaixo, até encontrar um solo mais permeável ou atingir um canal definido de drenagem, ou, eventualmente, O escoamento superficial é a fase do ciclo hidrológico que trata do conjunto das águas que, por efeito da gravidade, se desloca na superfície da terra. Possui grande importância para a Engenharia, pois a maioria dos estudos hidrológicos está ligada ao aproveitamento da água superficial e à proteção contra os fenômenos provocados pelo seu deslocamento.
  • 6. 6 Figura 1, fonte: Marcel Jacques e Viviane Capoane. Escoamento Superficial 2.2 Fatores que Influenciam no Escoamento Superficial Os fatores podem ser de natureza climática, relacionados à precipitação ou de natureza fisiográfica ligados às características físicas da bacia. Dentre os fatores climáticos destacam-se a intensidade e a duração da precipitação, pois quanto maior a intensidade, mais rápido o solo atinge a sua capacidade de infiltração provocando um excesso de precipitação que escoará superficialmente. A duração também é diretamente proporcional ao escoamento, pois para chuvas de intensidade constante, haverá maior oportunidade de escoamento quanto maior for a duração. Outro fator climático importante é o da precipitação antecedente, pois uma precipitação que ocorre quando o solo está úmido devido a uma chuva anterior, terá maior facilidade de escoamento. Dentre os fatores fisiográficos os mais importantes são a área, a forma, a permeabilidade e a capacidade de infiltração, e a topografia da bacia. A influência da área é clara, pois sua extensão está relacionada à maior ou menor
  • 7. 7 quantidade de água que ela pode captar. A permeabilidade do solo influi diretamente na capacidade de infiltração, ou seja, quanto mais permeável for o solo, maior será a quantidade de água que ele pode absorver, diminuindo assim a ocorrência de excesso de precipitação. Outros fatores importantes são as obras hidráulicas construídas nas bacias, tal como uma barragem que, acumulando a água em um reservatório, reduz as vazões máximas do escoamento superficial e retarda a sua propagação. Em sentido contrário, pode-se retificar um rio aumentando a velocidade do escoamento superficial. 2.3 Processo de escoamento Superficial Quando se inicia uma precipitação, parte da água pode ser retida pela cobertura vegetal e por outros obstáculos que a impeçam de atingir o solo, voltando à atmosfera sob a forma de vapor. Chama-se a este fenómeno interceção (ISEL, 2015). Se a precipitação se prolonga no tempo, a água atinge o solo e fica inicialmente retida nas depressões do terreno, iniciando-se a infiltração (ISEL, 2015). A precipitação sobre uma determinada área, divide-se em várias parcelas, cuja proporção varia durante a duração do evento. No início, a água pode ser intercetada, pela vegetação ou por obstáculos que a impeçam de atingir o solo. Se a precipitação prossegue, a água atinge a superfície terrestre de onde se evapora, se infiltra ou permanece retida em depressões. Durante este período inicial, o acréscimo de caudal no curso de água é produzido unicamente pela pequena fração da água precipitada diretamente na rede hidrográfica (Quintela, 1992). A partir do momento que a precipitação caída excede as capacidades relativas aos processos anteriormente descritos, o volume de água excedente, em obediência às leis da gravidade, escoa-se à superfície do terreno até à linha de água mais próxima, dando origem ao escoamento superficial. As linhas de água de menor secção (sulcos, ravinas, regatos, ribeiros e ribeiras) associam-se noutras de secção sucessivamente maior (rios), que virão por fim, salvo raras exceções (bacias endorreicas), a comunicar com o mar (Lencastre, 1992).
  • 8. 8 A retenção superficial refere-se a parcela de água que não se infiltra nem dá origem a escoamento superficial, isto é, à água intercetada, a água armazenada nas depressões do solo e a que passa ao estado de vapor durante a ocorrência da precipitação (Rodrigues et al., 2011). A detenção superficial refere-se à água do escoamento superficial em trânsito sobre o terreno e representa um armazenamento de água rapidamente variável no tempo (Rodrigues et al., 2011). 2.4 Componentes do escoamento Segundo Rodrigues et al. (2011), atendendo ao processo de escoamento descrito atrás, o escoamento que atravessa uma secção de um curso de água, compõe-se quanto à sua origem, em: Escoamento superficial, que atinge a rede hidrográfica caminhando sobre a superfície do terreno, sem se infiltrar. Também se designa por escoamento direto, e resulta da precipitação útil, isto é, resulta da fração da precipitação que, depois de satisfeitos os processos de evaporação, infiltração e retenção superficial na bacia, chega à rede hidrográfica. Constitui a componente mais significativa do escoamento durante os períodos de precipitação intensa, mas assim que esta cessa a importância desta componente começa a diminuir até terminar; Escoamento subsuperficial ou hipodérmico, que provem da água infiltrada que volta a aparecer à superfície, sem ter atingido a zona de saturação. Também é designado por escoamento intermédio resultante da fração da precipitação que se infiltra, mas que se escoa a pouca profundidade no terreno, devido à existência de substratos impermeáveis mais profundos, chega aos cursos de água apenas com um ligeiro atraso em relação ao escoamento superficial ou direto e termina pouco depois da cessação do escoamento superficial; Escoamento subterrâneo, que provem da água infiltrada que atingiu a zona de saturação. Também se designa por escoamento de base, resultante da parcela da
  • 9. 9 precipitação que foi sujeita a processos de infiltração profunda, e representa a contribuição para o escoamento superficial das reservas hídricas subterrâneas acumuladas nas formações geológicas por onde passa o curso de água. Esta componente tem pouca importância durante os períodos de precipitação intensa, mas representa a totalidade do escoamento assim que as outras componentes se esgotam;  3. Grandezas que Caracterizam o Escoamento Superficial Vazão (Q) A vazão, ou volume escoado por unidade de tempo, é a principal grandeza que caracteriza um escoamento. Normalmente é expressa em metros cúbicos por segundo (m 3 .s -1 ) ou em litros por segundo (L.s -1 ) . a) vazão média diária É a média aritmética das vazões ocorridas durante o dia (quando se dispõe de aparelho registrador – linígrafo, o mais comum é a média das vazões das 7 e 17 horas (horas de leitura do nível da água – linímetro. . b) vazão específica Vazão por unidade de área da bacia hidrográfica; m 3 .s -1 .km -2 , L.s -1 .km -2 , L.s -1 .ha -1 . É uma forma bem potente de expressar a capacidade de uma bacia em produzir escoamento superficial e serve como elemento comparativo entre bacias. 3.1 Coeficiente de Escoamento Superficial (C) Coeficiente de escoamento superficial, ou coeficiente runoff, ou coeficiente de deflúvio é definido como a razão entre o volume de água escoado superficialmente e o volume de água precipitado. Este coeficiente pode ser relativo a uma chuva isolada ou relativo a um intervalo de tempo onde várias chuvas ocorreram.
  • 10. 10 C = volume total escoado /volume total preciptado Conhecendo-se o coeficiente de deflúvio para uma determinada chuva intensa de uma certa duração, pode-se determinar o escoamento superficial de outras precipitações de intensidades diferentes, desde que a duração seja a mesma. Nível de Água (h) Uma das medidas mais fáceis de serem realizadas em um curso d’água é expressa em metros e se refere à altura atingida pelo nível d’água em relação a um nível de referência. Normalmente as palavras cheia e inundação estão relacionadas ao nível d’água atingido. Denominar-se-á cheia a uma elevação normal do curso d’água dentro do seu leito, e inundação à elevação não usual do nível, provocando transbordamento e possivelmente prejuízos. 4. Ciclo hidrológico É o fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia solar associada à gravidade e à rotação terrestre. O conceito de ciclo hidrológico está ligado ao movimento e à troca de água nos seus diferentes estados físicos, que ocorre na Hidrosfera, entre os oceanos, as calotes de gelo, as águas superficiais, as águas subterrâneas e a atmosfera. Este movimento permanente deve-se ao Sol, que fornece a energia para elevar a água da superfície terrestre para a atmosfera (evaporação), e à gravidade, que faz com que a água condensada se caia (precipitação) e que, uma vez na superfície, circule através de linhas de água que se reúnem em rios até atingir os oceanos (escoamento superficial) ou se infiltre nos solos e nas rochas, através dos seus poros, fissuras e fraturas (escoamento subterrâneo). Nem toda a água precipitada alcança a superfície terrestre, já que uma parte, na sua queda, pode ser interceptada pela vegetação e volta a evaporar-se.
  • 11. 11 A água que se infiltra no solo é sujeita a evaporação direta para a atmosfera e é absorvida pela vegetação, que através da transpiração, a devolve à atmosfera. Este processo chamado evapotranspiração ocorre no topo da zona não saturada, ou seja, na zona onde os espaços entre as partículas de solo contêm tanto ar como água. A água que continua a infiltrar-se e atinge a zona saturada, entra na circulação subterrânea e contribui para um aumento da água armazenada (recarga dos aquíferos). Na Figura 5 observa-se que, na zona saturada (aquífero), os poros ou fraturas das formações rochosas estão completamente preenchidos por água (saturados). O topo da zona saturada corresponde ao nível freático. No entanto, a água subterrânea pode ressurgir à superfície (nascentes) e alimentar as linhas de água ou ser descarregada diretamente no oceano. A quantidade de água e a velocidade com que ela circula nas diferentes fases do ciclo hidrológico são influenciadas por diversos fatores como, por exemplo, a cobertura vegetal, altitude, topografia, temperatura, tipo de solo e geologia. Figura 2, Fonte: USGS - United States Geologica l Survey (Ciclo Hidrico)
  • 12. 12 4.1 Principais processos envolvidos no ciclo hidrológico (IST, 2018)  Transferência de água da superfície da Terra para a atmosfera, por evaporação dos oceanos, lagos, rios, solo, por sublimação do gelo e por transpiração dos animais e plantas;  Condensação parcial do vapor de água da atmosfera em nuvens e nevoeiros;  Transporte de vapor de água pela circulação atmosférica;  Transferência de água da atmosfera para a superfície da Terra (líquida ou sólida);  Infiltração e alimentação dos aquíferos;  Retenção em lagos, glaciares e na vegetação;  Escoamento à superfície dos continentes em direção aos oceanos.  4.2 Componentes do Ciclo Hidrológico Atmosfera Atmosfera é o sistema complexo de gases (azoto, oxigénio, árgon, dióxido de carbono, ozono, vapor de água, etc.) e de partículas sólidas e líquidas, de várias naturezas, em suspensão (aerossóis), que envolve o planeta e é mantido sobre ele pela ação da gravidade (Naghettini, 2012). Do ponto de vista meteorológico os fenómenos mais importantes são os que se passam na camada inferior da atmosfera, com cerca de 15 km de espessura. Devido à espessura reduzida, o relevo terrestre influencia muito a repartição das precipitações, das temperaturas etc. (Naghettini, 2012). A precipitação precipitação é entendida em hidrologia como o conjunto de águas originadas do vapor de agua atmosférico que atinge a superfície terrestre. O conceito engloba a chuva, a neblina,
  • 13. 13 a saraiva, o orvalho, a geada e a neve. A chuva ou precipitação pluvial é o tipo mais importante para a Hidrologia por sua capacidade para produzir escoamento superficial (contribuindo para a vazão dos rios). Figura 3, precipitação. Fonte: Plano Nacional de Recursos Hidricos (PNRH). Infiltração A infiltração é o nome dado ao processo pelo qual a água penetra no solo, através de sua superfície. A infiltração determina o balanço de água na zona das raízes e, por isso, o conhecimento do processo e suas relações com as propriedades do solo é de fundamental importância para o eficiente manejo do solo e da água. Figura 4, Infiltração. Fonte: Plano Nacional de Recursos Hidricos (PNRH).
  • 14. 14 Evaporação Evaporação o processo de passagem da água do estado líquido ao estado gasoso a qualquer temperatura inferior ao ponto de ebulição. A passagem do estado sólido ao estado gasoso designa-se por sublimação, no entanto, no balanço hidrológico a sublimação é computada globalmente com a evaporação. A mudança do estado sólido ou líquido para o estado gasoso dá-se quando a energia cinética das moléculas que constituem a substância aumenta, exigindo por isso, para se fazer com temperatura constante, consumo de uma certa quantidade de energia. Esta quantidade de energia por unidade de massa da substância é o chamado calor de vaporização (Rodrigues et al., 2011). Figura 5, Evaporação, Fonte: Plano Nacional de Recursos Hidricos (PNRH). Evapotranspiração A evaporação é a passagem da água do estado líquido para o gasoso, necessitando de 2450 kJ/kg à 20 oC. Na hidrologia inclui dois processos distintos: a evaporação do solo, barragens, canais, entre outros e a transpiração por meio dos estômatos dos vegetais. A chave do processo de evaporação é o movimento do vapor de água adjacente à superfície do líquido para a atmosfera.
  • 15. 15 Escoamente Superficial figura 6, esoamento superficial. Fonte: Plano Nacional de Recursos Hidricos (PNRH). O escoamento de base (base flow), constituído basicamente do escoamento subterrâneo, é o responsável pela alimentação do curso da água. figura 7, esoamente de base, Fonte: Plano Nacional de Recursos Hidricos (PNRH).
  • 16. 16 figura 8, Compontes do Ciclo hidrologico, Fonte: Plano Nacional de Recursos Hidricos (PNRH). 5. Bacias hidrográficas Uma bacia hidrográfica, também conhecida como bacia de drenagem, é uma área de terra delimitada pelas divisores de água, que são elevações topográficas, como montanhas ou colinas, que determinam os limites onde a água flui em direção a um único curso d'água, como um rio, córrego ou riacho, e seus afluentes. Em outras palavras, é uma região onde toda a água que cai na forma de chuva ou neve é coletada e escoa para um ponto de saída específico, geralmente em direção ao oceano, lago ou outro corpo da água. Ex.: bacia hidrográfica de Buzi, bacia hidrográfica do Zambéze, bacia hidrográfica de Rovuma ou bacia do Punguee. Segundo Rodrigues et al. (2011), bacia hidrográfica de um curso de água, entende-se a área de captação natural da água precipitada, cujo escoamento converge para uma secção única de saída - secção de referência.
  • 17. 17 5.1 Características de uma Bacia Hidrográfica Divisor de Água: É uma linha imaginária que separa uma bacia hidrográfica de outras. A água que cai de um lado do divisor flui para um curso d'água específico, enquanto a água do outro lado flui para um curso diferente. Curso d'Água Principal: O principal rio ou rio principal que atravessa a bacia hidrográfica e recebe água de seus afluentes menores. Afluentes: São córregos, riachos ou rios menores que alimentam o curso d'água principal. Eles contribuem com água para o curso d'água principal à medida que fluem para ele. Coleta de Água: A principal função de uma bacia hidrográfica é coletar a água proveniente da precipitação (chuva, neve etc.) que cai sobre sua área. A água é coletada nas superfícies do solo e flui em direção aos pontos mais baixos da bacia. Relevo: A topografia da bacia hidrográfica influencia a direção do fluxo de água. Áreas montanhosas geralmente têm cursos d'água mais íngremes, enquanto áreas planas podem ter fluxos mais lentos. Infiltração e Escoamento: A infiltração ocorre quando a água penetra no solo, enquanto o escoamento é a água que flui sobre a superfície do solo em direção aos cursos d'água. A taxa de infiltração é influenciada pela permeabilidade do solo e das rochas. Nascentes: São pontos onde a água emerge naturalmente da terra, geralmente marcando o início de um curso da água. Foz: É o ponto onde o curso d'água principal deságua em um oceano, lago ou outro corpo d'água. Área de Drenagem: É a extensão total da superfície terrestre que contribui com água para um determinado curso d'água, incluindo todos os afluentes. Ciclo Hidrológico: A bacia hidrográfica desempenha um papel crucial no ciclo da água, coletando, armazenando e liberando água através da evaporação, precipitação, infiltração e escoamento.
  • 18. 18 Interconexão Ambiental: A bacia hidrográfica é um sistema interconectado, onde mudanças em uma parte podem afetar outras áreas, incluindo a qualidade da água, a flora, a fauna e até as atividades humanas. Compreender esses conceitos é fundamental para avaliar a dinâmica da água em uma determinada região e para a gestão sustentável dos recursos hídricos e do meio ambiente. Formação de Cursos da Água: A água coletada nas partes mais elevadas da bacia forma pequenos cursos d'água que eventualmente se unem para formar riachos, córregos e rios maiores à medida que fluem para o curso d'água principal da bacia. Transporte de Sedimentos: À medida que a água flui pela bacia, ela também transporta sedimentos, minerais e nutrientes. Isso desempenha um papel importante na formação e no modelamento da paisagem ao longo do tempo. Recarga de Aquíferos: A água que infiltra no solo em áreas mais elevadas pode recarregar aquíferos subterrâneos, contribuindo para a disponibilidade de água subterrânea. 5.2 Pincipais Bacias Hidrograficas de Moçambique Das cerca de 25 bacias hidrográficas principais que drenam o país são de destacar de norte para sul as seguintes: Rovuma, Messalo, Montepuez, Lúrio, Monapo, Ligonha, Licungo, Zambeze, Pùngué, Búzi, Save, Govuro, Inharrime, Limpopo, Incomati, Umbeluzi, Tembe e Maputo. De abastecimento predominantemente pluvial, os grandes cursos de água moçambicanos são de regime periódico, ainda que grande parte dos seus afluentes sejam de regime ocasional. Devido a configuração do relevo a maior parte dos rios corre de Oeste para Este, atravessando sucessivamente montanhas, planaltos e planícies, antes de desaguarem no oceano Indico. Pelo carácter morfológico da África Oriental e a situação geográfica de Moçambique nas regiões costeiras, os principais rios tem as suas nascentes nos países vizinhos, exceptuando o Norte do país onde grande parte tem a sua bacia hidrográfica totalmente em Moçambique. O seu caudal é determinando essencialmente pelas complexas relações entre geofactores meteorológicos e não meteorológicos,
  • 19. 19 nomeadamente a pluviosidade, a temperatura, a evaporaçāo, o declive, a natureza dos solos, bem como a intervenção humana. Fonte: DOS MUCHANGOS,1999. DIVISÃO, BACIA HIDROGRAFICA DO ROVUMA Fonte: Aranorte governo Moz (2019), Bacia hidrografica do Rovuma.
  • 20. 20 6. Conclusão A hidrografia é a área da geografia que estuda o conjunto de águas presente no planeta terra. Sendo fundamental no estudo e caracterização de fontes de água, onde foi destacado o funcionamento hidrográfico superficial que é a circulação dos fluidos na parte superficial da crosta, assim desempenhando um papel crucial no ciclo hidrológico formado pelos processos de evaporação, condensação, precipitação, e infiltração e transpiração, pois esta garante a conservação das vidas e a manutenção dos ciclos hidrológicos.
  • 21. 21 7. Bibliografia (Bigarella, 2003). Escoamento Superficial http://www.cpatc.embrapa.br/publicacoes_2011/anais_4enrehse/Minicursos/Aula_CursoS WAT_1.pdf http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/jorge/downloads/APOSTILA/LICA%20Parte%201. pdf (ISEL, 2015). Processo do escoamento superficail https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5521050/mod_resource/content/1/Hidrologia%2 0Basica.pdf https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/676/2019/08/3_Hidr%C3%B3grafa.pdf Rodrigues et al. (2011),bacia hidrográfica de um curso de água, http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/jorge/downloads/APOSTILA/LICA%20Parte%201. pdf REDE HIDROGRÁFICA (Quintela, 1992). DOS MUCHANGOS (1999), BACIAS Hidrograficas de Mozambique (Naghettini, 2012). Atmosfera