O documento descreve as três gerações do jornalismo na internet, começando com a transposição de conteúdos de mídias tradicionais para a web, depois experimentando novas linguagens e formatos, e atualmente oferecendo produtos exclusivos para a internet que exploram características como interatividade, personalização e hipertextualidade. A terceira geração busca um jornalismo na internet desenvolvido especificamente para o meio digital.
6. Diz respeito à utilização de uma parte específica da
internet, que é a web.
WEBJORNALISMO
7. Recorte de delimitações. “As definições se aplicam tanto ao âmbito da
produção quanto ao da disseminação das informações jornalísticas. Um
aspecto importante é que elas não são excludentes, o que ocorre é que as
práticas e os produtos elaborados perpassam e se enquadram de forma
concomitante em distintas esferas” (MIELNICZUK, 2003).
9. O advento das novas tecnologias da informação e
comunicação introduziu novas rotinas e novas linguagens
no meio jornalístico.
10. Com a chegada do ciberespaço no Brasil, a partir dos anos
90 se verificou uma rápida migração das mídias anteriores
para a internet.
11. Passamos pela fase de adequação e familiaridade em
relação às diferentes formas de se publicar e acessar
conteúdos pelo meio digital.
12. Estamos hoje num estágio consolidado para boa parte
dos usuários, que contribui para se experimentar novos
formatos de produtos e de narrativas, além de novos
enfoques para os conteúdos, bem como para a sua
apresentação e disponibilização (BARBOSA, 2004).
13. Somente o jornal impresso passou a distribuir seu
conteúdo na internet. Mais tarde o rádio e a TV
aderiram ao novo meio. No entanto, neste primeiro
momento essas mídias se limitaram a transpor para a
web os conteúdos já disponibilizados em seu suporte
convencional.
1ª FASE
14. Mesmo acoplado à metáfora do impresso, experiências novas
são iniciadas na tentativa de explorar as potencialidades do
meio digital e de construir uma linguagem e modelos próprios.
Neste momento começam a surgir, por exemplo, espaços
para abrigar notícias sobre fatos que acontecem no período
entre as edições, chamadas de “Últimas Notícias” ou
“Plantão”.
2ª FASE
15. Atual momento, aparecem sites e produtos exclusivos,
pensados de forma mais apropriada para a internet. Uma
corrente de autores emprega o conceito de banco de dados
como potencialmente capaz de conferir o diferencial e a
especificidade ao jornalismo online em seu terceiro estágio
de desenvolvimento, também chamado de webjornalismo de
terceira geração. Garantindo, assim, sites jornalísticos mais
descolados da metáfora do jornal impresso, que ainda hoje é
usada como padrão (BARBOSA, 2004).
3ª FASE
16. Devem apresentar, simultaneamente, as seis características
(MIELNICZUK, 2003):
Interatividade;
Personalização;
Hipertextualidade;
Multimidialidade;
Memória;
Instantaneidade.
CARACTERÍSTICAS DA
3ª GERAÇÃO
17. Autores pesquisam caminhos para o surgimento de um
jornalismo na internet de quarta geração, que representaria a
efetiva industrialização dos processos de produção no âmbito
da apuração, edição e veiculação de informações através da
utilização de tecnologias de banco de dados (SCHWINGEL,
2005).
4ª FASE?!
18. VOLTANDO À 3ª GERAÇÃO
A terceira e atual fase do jornalismo no ciberespaço pode
ser analisada a partir da aplicabilidade das características
do meio em produtos desenvolvidos exclusivamente para a
internet.
19. E também a partir da incorporação pelas empresas e sites
jornalísticos de rotinas diferenciadas, que vão além de
uma ideia de uma versão online de um jornal impresso.
20. Nem todas as possibilidades abertas pelas novas
tecnologias da informação e comunicação são exploradas
pelos sites jornalísticos (LIMA, 2008).
CARACTERÍSTICAS DO
JORNALISMO NA INTERNET
21. O meio digital é essencialmente interativo. Diferentemente
das mídias anteriores, onde a informação é colocada para o
leitor, o webjornalismo permite que o usuário interaja,
escolhendo seus próprios caminhos a seguir.
INTERAÇÃO
22. O leitor/usuário sente-se parte do processo jornalístico. Um
instrumento de comunicação que explora bem esta
característica é o blog, que proporciona a qualquer internauta
a possibilidade de publicação instantânea de textos, sem a
necessidade de conhecimentos sobre linguagens específicas
do meio.
23. Ex.: comentários; grupos de discussão (fóruns); e-mail para
contato/críticas; questionários (quiz).
O usuário passa por processos interativos.
Diante do computador conectado à internet, o usuário
estabelece relações com a máquina; com a própria
publicação; e com outras pessoas - seja autor ou outros
leitores.
24. O leitor tem a possibilidade de percorrer seus próprios
caminhos na web, construindo uma linearidade
narrativa particular (PALÁCIOS, et al, 2002).
PERSONALIZAÇÃO
25. Produtos jornalísticos oferecidos para o internauta através
da configuração de páginas de acordo com seu interesse.
Ex: personalização da página por assuntos de interesse
ao fazer o login; receber via e-mail notícias sobre assuntos
previamente escolhidos ou anteriormente indicados como
sendo de seu interesse (newsletter).
26. É a capacidade que o jornalismo na web tem de
concentrar em um mesmo ambiente diversos formatos de
apresentação de informações, como texto, áudio, vídeo,
fotografias e animações.
MULTIMÍDIALIDADE
27. A cobertura diária não explora muito este recurso.
Encontramos a utilização de recursos de multimídia em
seções, reportagens ou coberturas especiais.
28. Proporciona novas práticas de leitura e escrita na
internet, na medida em que permite ao usuário ter
acesso a informações de arquivos e complementares
disponíveis na página do próprio veículo em que se
está lendo uma notícia ou em outro site.
O hipertexto cria a possibilidade da leitura não-linear.
HIPERTEXTUALIDADE
29. É uma das características mais importantes do
webjornalismo. A possibilidade de acrescentar informações
a qualquer momento torna a cobertura jornalística na
internet mais ágil do que os demais meios de comunicação.
INSTANTANEIDADE OU
ATUALIZAÇÃO CONTÍNUA
30. Possibilidade de acumulação de informações com os
arquivos das notícias que diariamente são inseridas na
rede.
Palácios (2002) chama a esta possibilidade de acesso
imediato à informação de “memória múltipla, instantânea e
cumulativa”, enfatizando ainda com esta expressão o
caráter “arquivista” resultante da acumulação de
informação na web.
MEMÓRIA
31. Autores propõem que há um uso potencial dos bancos de
dados ainda a ser desvendado.
BD é uma coleção de informações relacionadas entre si,
que representam aspectos de um conjunto de objetos
(como textos, imagens e gráficos) com significado próprio
e que podem ser armazenados para uso futuro
(GUIMARÃES, 2003).
O BANCO DE DADOS
32. Machado (2004) defende que os BD, como uma forma
cultural típica da sociedade das redes, desempenha
hoje três funções no webjornalismo:
- de formato;
- de suporte para modelos de narrativas multimídia ou
estruturação da informação;
- de memória dos conteúdos publicados.
33. No meio digital, os elementos constitutivos da narrativa
jornalística são formatados como banco de dados.
34. Os exemplos e conceitos delineados mostram as
potencialidades do meio digital no fazer jornalístico.
CONCLUSÃO
35. Os webjornais de terceira geração já oferecem aos
usuários produtos exclusivos, pensados de forma
mais apropriada para a internet.
36. O webjornalismo ainda se encontra em um processo de
adaptação e novas descobertas com a evolução das
tecnologias de informação e comunicação,
37. Jornais grátis na web
Notícia é um bem público
Múltiplas plataformas de distribuição de conteúdo
Excesso de conteúdo (banalização)
Valorização da ética
TENDÊNCIA DO
FAZER JORNALÍSTICO...
38. REFERÊNCIAS
BARBOSA, Suzana. Banco de Dados: Agentes para um webjornalismo inteligente?. Paper apresentado no V Congresso
IberoAmericano de Periodismo em Internet, FACOM/UFBA 2004. Disponível em:
<http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/2004_barbosa_agentes_inteligentes.pdf >. Acesso em: 11/05/2006.
FIDALGO, António. Sintaxe e semântica das notícias on-line. Para um jornalismo assente em base de dados. In:
FIDALGO, António; SERRA, Paulo (Orgs.). Informação e Comunicação Online. Jornalismo OnlineTendência do fazer
jornalístico...
. Volume 1. Covilhã: Universidade da Beira Interior/ Portugal, 2003.
GUIMARAES, Célio Cardoso. Fundamentos de banco de dados. Modelagem, projeto e linguagem SQL. Campinas (SP):
Unicamp, 2003.
LIMA, Érika Hollerbach. O webjornalismo de terceira geração: um estudo de caso. Revista Especialização em
Comunicação Social, UFMG, 2008. Disponível em:http://www.fafich.ufmg.br/~espcom/revista/numero2/erika.html.
Acesso em: 30/07/2008.
MACHADO, Elias. Banco de dados como formato no jornalismo digital. In: Ciências da Comunicação em Congresso na
Covilhã. III Sopcom, VI Lusocom, II Ibérico, UBI (CD-ROM), 2004.
MIELNICZUK, Luciana. Jornalismo na web: uma contribuição para o estudo do formato da notícia na escrita
hipertextual. 2003. 246f. Tese (Douturado) – Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Comunicação, Salvador.
Disponível em: <http://www.facom.ufba.br/jol/producao_teses.htm> Acesso em: 14/04/2006.
PALÁCIOS, Marcos. Jornalismo Online, Informação e Memória: Apontamentos para debate. Trabalho apresentado nas
Jornadas de Jornalismo Online, Universidade da Beira Interior (Portugal), 2002. Disponível em:
<http://www.fafich.ufmg.br/~espcom/revista/www.facom.ufba.br/jol/pdf/2002_palacios_informacaomemoria.pdf>.
Acesso em: 14/04/2006.
PALÁCIOS, Marcos (et al). Um mapeamento de características e tendências no jornalismo on-line brasileiro e
português. Comunicarte, Portugal, vol. 1, nº 2, p. 159 – 170, set. 2002. Disponível em: <
http://www.fafich.ufmg.br/~espcom/revista/www.ca.ua.pt/comunicarte/artigos/r02a16.pdf >. Acesso em:
30/04/2006.
SCHWINGEL, Carla. Jornalismo digital de quarta geração: a emergência de sistemas automatizados para o processo de
produção industrial no Jornalismo Digital. Disponível em:
<http://www.ufrgs.br/gtjornalismocompos/doc2005/carlaschwingel2005.doc>. Acesso em: 11/05/2006.