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Áreas alagadas, águas
temporárias e lagos salinos
Áreas Alagadas
• Compreendem cerca de 6% da superfície
terrestre.
• Encontradas em todos os continentes,
em diferentes condições climáticas e
geográficas.
• Ecossistemas intermediários entre
ambientes terrestres e aquáticos.
• Presença de água e solos especiais.
• Geralmente rasas e sujeitas a variações
no nível da água.
• Vegetação adaptada a condições
alagadas ou com flutuações de nível.
Áreas
Alagadas
• Dificuldade na
definição
precisa devido à
diversidade das
áreas alagadas.
• Diversos termos
regionais para
caracterizar
tipos e subtipos
de áreas
alagadas.
Áreas Alagadas
• Definições:
• “Áreas alagadas são regiões com solo saturado de água, ou submersas,
naturais ou artificiais, permanentes ou temporárias, onde a água pode ser
estática ou com fluxo, salina, salobra, água doce. Áreas dominadas por
águas incluem pântanos, brejos, paludes, pântanos costeiros, estuários,
baías, tanques, lagoas costeiras, lagos, rios, represas. Onde águas marinhas
e costeiras estão incluídas a profundidade de até 15 metros define as áreas
alagadas”. International Union for the Conservation of Nature (IUCN).
• “Área dominada por macrófitas, herbáceas, cuja produtividade ocorrem no
ambiente aéreo acima do nível da água, enquanto que as plantas
sobrevivem ao excesso de água que seria prejudicial para muitas plantas
superiores com raízes aéreas”. Programa Biológico Internacional.
Importância das
Áreas Alagadas
• Habitat para uma
variedade de espécies
vegetais e animais.
• Funções ecológicas,
como purificação de
água e controle de
enchentes.
• Impacto humano,
incluindo atividades de
cultivo, pesca e
exploração de recursos
naturais.
Classificação
de Áreas
Alagadas
• Sistema de classificação proposto por
Cowadin et al. (1979). Sistemas com
características biológicas, hidrológicas,
geomorfoló gicas e químicas similares:
• Outros sistemas aquáticos:
• Áreas Temporárias: corpos de água que
aparecem em certas épocas do ano.
• Lagos Salinos: lagos de água doce com alta
concentração de sais dissolvidos.
• Marinho;
• Estuário;
• Riverinos;
• Lacustre;
• Palustre.
Ciclos Hidrológicos
em Áreas Alagadas
• O ciclo hidrológico é um
determinante crucial para as
áreas alagadas.
• Condições hidrológicas
influenciam as propriedades
físicas e químicas da água.
• O balanço de nutrientes, fluxos
de matéria e ciclo de energia
são afetados pelo ciclo
hidrológico.
Hidroperíodo e
Nível da Água
• Hidroperíodo ou
hidropulso é o padrão
sazonal do nível de água.
• Variações no ciclo
hidrológico são
específicas de cada área
alagada.
• O hidroperíodo é
influenciado pelas
características
fisiográficas da região.
Classificação
dos
Hidroperíodos
• Áreas alagadas com maré:
• Permanentemente inundadas com água de maré;
• Irregularmente expostas com variações de maré;
• Regularmente inundadas e expostas;
• Irregularmente inundadas.
• Áreas alagadas sem maré:
• Permanentemente inundadas;
• Expostas intermitentemente com inundações
raras;
• Inundadas sazonalmente;
• Inundação semipermanente durante certos
períodos do ano;
• Substrato saturado sem água na superfície;
• Temporariamente inundadas por curtos períodos;
• Intermitentemente inundadas por períodos
variáveis e irregulares.
Fatores que
Influenciam o
Hidroperíodo
• Balanço entre
entradas e saídas de
água.
• Fisiografia da região,
geologia, águas
subterrâneas e solo.
• Variação considerável
do hidroperíodo em
diferentes áreas
alagadas.
Balanço
Hidrológico
•Fórmula do balanço hidrológico:
DV = Pn + Se + Ge - ET - So - Go ± T
• DV: Mudanças no volume de água em
reserva
• Pn: Precipitação líquida
• Se: Entradas de superfície
• Ge: Entrada por água subterrânea
• ET: Evapotranspiração
• So: Saídas de superfície
• Go: Saídas por águas subterrâneas
• T: Entradas (+) ou saídas (–) por maré
Importância
do Ciclo
Hidrológico
• Influência nos componentes bióticos
das áreas alagadas.
• Afeta o funcionamento dos
ecossistemas e os processos biológicos.
• Determina os balanços de nutrientes e
a exportação e importação de material.
Ciclos
Biogeoquímicos
•Definição de ciclos
biogeoquímicos.
“Estes ciclos incluem
processos de
transformação e processos
de transporte entre as
áreas alagadas e os
ecossistemas
circundantes.”
Fatores que
Influenciam os Ciclos
Biogeoquímicos
•Acúmulo de biomassa e
tipo de vegetação.
•Predominância de
vegetação de fácil
decomposição e acúmulo
de macrófitas aquáticas.
•Florestas inundadas de
cipreste em áreas
temperadas: baixa
contribuição de material
biológico, troca de gases.
•Florestas inundadas na
Amazônia: alta contribuição
de matéria orgânica, solos
minerais e orgânicos.
Redução da
Oxigenação do Solo
•Situações anaeróbicas
devido à inundação.
•Alterações nos ciclos
biogeoquímicos e
adaptações das
plantas.
Transporte de
Nutrientes
• Entradas por água de superfície,
atmosfera, precipitação e
marés.
• Saídas pela atmosfera, água de
superfície e subsuperfícies.
• Perdas pela fixação em
sedimentos do fundo.
• Determinados pela biomassa
presente.
Reciclagem de
Nutrientes
• Retenção de sedimentos,
material em suspensão e matéria
orgânica dissolvida.
• Mecanismos de retenção de
nitrogênio: sedimentação,
fixação pela vegetação,
desnitrificação.
• Importância da desnitrificação na
redução da concentração de
nitrogênio.
Importância
da
Conservação
das Áreas
Alagadas
•Retenção de nutrientes,
substâncias e metais pesados.
•Controle de nutrientes e
reciclagem de poluentes.
•Funções de regulação do ciclo
hidrológico e controle de
enchentes.
Importância
Global das
Áreas
Alagadas
•Papel importante nos ciclos
globais de carbono.
•Limitações na retenção de
potássio e sódio.
•Retém menos fósforo do que as
florestas ripárias.
Adaptações
Biológicas de
Organismos em
Áreas Alagadas
• Características estressantes
de ecossistemas alagados.
• Adaptações biológicas para
lidar com as condições
desafiadoras.
• Períodos de dessecação e perda
de água.
• Alta anoxia associada a altas
temperaturas.
• Mecanismos de adaptação para
sobreviver em condições de
baixo oxigênio.
Adaptações às
Flutuações de Nível e
Anoxia
•Plantas
• Mecanismos estruturais de
raiz com aerenquina, que
permitem aeração da raiz a
partir das porções aéreas da
planta.
• Respiração anaeróbica e
produção de etanol.
• Atividade enzimática elevada
de enzimas catalisadoras para
reprodução de etanol.
• Produção de raízes
adventícias (em Avicênia).
•Animais
• Regiões modificadas ou
alteradas para a função
específica de trocas gasosas.
Brânquias em peixes e
crustáceos.
• Intensa vascularização e sistema
circulatório eficiente.
• Modificações dos pigmentos
respiratórios e diminuição de
atividade locomotora.
• Adaptações fisiológicas,
incluindo alterações em
metabolismo.
Adaptações às
Variações de Salinidade
• Flutuações intensas de salinidade em
áreas alagadas costeiras e interiores.
• Estratégias adaptativas para lidar
com mudanças na salinidade.
• Alta concentração osmótica
intracelular, produzida por
acúmulo de sais (NaCl) ou por
compostos orgânicos.
• Acúmulo de potássio e extrusão
de sódio.
Adaptações
Reprodutivas
e Alimentares
•Reprodução relacionada a épocas
de inundação e dessecação.
•Larvas abundantes em
organismos bentônicos para
facilitar a distribuição.
•Hábitos alimentares
especializados e apêndices
adaptados para alimentação.
Papel das Plantas
de Áreas Alagadas
• Plantas flutuantes e
submersas fornecem
abrigo e proteção contra
predadores.
• Estruturas vegetais retêm
matéria orgânica dissolvida
e particulada.
• Plantas C4 apresentam
alterações metabólicas
para lidar com as
condições alagadas.
Produção
Primária e
Diversidade
de Espécies
•Alta produção primária em áreas
alagadas florestadas e com
pequenos lagos.
•Diversidade de espécies devido à
variedade de habitats e
condições favoráveis à
reprodução.
•Redes alimentares complexas e
diversificadas, com diferentes
contribuições dos produtores
primários.
Importância do
Perifíton e do Detrito
• Papel significativo do
perifíton na produção total
em bancos de macrófitas.
• Detritos desempenham
um papel importante na
cadeia alimentar das áreas
alagadas.
• Herbivoria direta é
geralmente insignificante,
mas pode ocorrer em
certos casos.
Papel dos
Pássaros e
Outros Animais
• Pássaros consomem
diretamente macrófitas
aquáticas.
• Moluscos e invertebrados
se alimentam de
macrófitas.
• Insetos aquáticos têm
uma variedade de
fontes alimentares.
Desafios na
Compreensão
da Dinâmica
das Áreas
Alagadas
•Fluxo total de energia ainda
pouco estudado.
•Complexidade e diversidade
das redes alimentares.
•Papel dos detritos e interações
tróficas.
Áreas
Alagadas
em Regiões
Urbanas
• Papel fundamental dessas
áreas na reciclagem de
nutrientes e na redução
de cargas difusas.
Importância das Áreas
Alagadas Urbanas
• Reciclagem de nutrientes,
principalmente nitrogênio e
fósforo.
• Redução de cargas pontuais
provenientes de rios urbanos
e represas.
• Manutenção dos ciclos e
conservação da qualidade
das águas.
Exemplo da Várzea
de Parelheiros
• Demonstração do papel
significativo dessa área alagada
na Região Metropolitana de São
Paulo.
• Processo de desnitrificação e
fixação de fósforo nas raízes da
vegetação herbácea.
• Redução de cargas pontuais
provenientes da Represa
Billings.
Preservação e
Conservação das Áreas
Alagadas Urbanas
• Necessidade de preservar essas
áreas nas regiões urbanas.
• Importância dos serviços
ecossistêmicos proporcionados
pelas áreas alagadas.
• Estimativas do valor econômico
dessas áreas para a tomada de
decisões de proteção e
conservação.
Contribuição para a
Qualidade de Vida Urbana
• Benefícios das áreas alagadas
para a qualidade do
ambiente urbano.
• Melhoria da qualidade das
águas e redução da poluição.
• Potencial para a expansão e
criação de novas áreas
alagadas em regiões
urbanas.
Águas
Temporárias
• Grande importância em
regiões semiáridas.
• Uso dessas águas para
fins domésticos,
agricultura estacional e
dessedentação de
animais.
Lagos Temporários
no Nordeste do Brasil
• Formação de lagos
temporários com salinidade
variável após a inundação do
rio São Francisco.
• Utilização dessas lagoas como
fontes de água e sais para o
gado.
• Dimensões variáveis e
flutuações de nível de
água.
• Influência do sistema
terrestre circundante
na composição
química, salinidade
e turbidez.
Características
das Áreas de
Águas Temporárias
Composição
Química e
Precipitação
de Sais
•Variações nos íons presentes
devido à evaporação e
precipitações sequenciais.
•Desvios na relação cátions
divalentes/cátions
monovalentes.
•Variações na turbidez
relacionadas ao vento, material
em suspensão e partículas de
argila.
• Adaptações relacionadas ao
ciclo de vida e resistência ao
dessecamento.
• Presença de diaptomídeos,
enfilópodes, cladóceros e
copepoditos.
• Tolerância a flutuações de
nível, salinidade e oxigê-
nio dissolvido.
Fauna e Flora
Adaptadas às
Águas Temporárias
Importância
Evolutiva,
Ecológica e de
Aproveitamento
da Fauna e
Flora
•Adaptações fisiológicas e
reprodutivas às condições
flutuantes.
•Mecanismos de dispersão,
colonização e propagação
diversificados.
•Potencial de cultivo de
organismos aquáticos para
alimentação.
Redes
Alimentares e
Biodiversidade
nas Águas
Temporárias
•Simplicidade ou complexidade
das redes alimentares de
acordo com as condições.
•Limitações do crescimento do
fitoplâncton devido à turbidez.
•Presença de diversos
organismos, como Anostraca,
quidorídeos e larvas de insetos.
Capacidade
de
Adaptação
às Águas
Temporárias
•Abandono do meio, produção
de formas de resistência e ovos
que resistem ao
dessecamento.
•Odonatos e coleópteros
abandonam o meio, enquanto
algumas espécies permanecem
no sedimento.
•Ovos de resistência em
cladóceros e Anostraca.
Colonização Rápida
e Desenvolvimento
da Biota
• Rápido desenvolvimento da
biota após a hidratação das
áreas.
• Presença de cladóceros,
copépodes e ciclopóides.
• Alimentação de pássaros
durante o período de
dessecamento.
Lagos
Salinos
• Lagos salinos, ou águas
atalássicas, ocorrem em
zonas desérticas secas, em
bacias endorréicas.
• Alimentação por
drenagem e água de chuva
devido à evaporação
superior à precipitação.
• Salinidades iguais ou
superiores a 3 g.ℓ-1.
• Fauna e flora são
predominantemente
originadas nos
continentes.
Distribuição
e Origem
• Lagos salinos encontram-se
em áreas endorréicas em
todos os continentes.
• Bacias de drenagem variam
em área, com lago Eyre na
Austrália sendo o maior.
• Origens podem estar
relacionadas ao
tectonismo, vulcanismo,
glaciação, rochas de
solução ou mecanismos
fluviais.
Classificação
• Distinção entre lagos salinos de "águas
salobras" em estuários e lagoas
costeiras.
• Termo "atalássico" usado para lagos
salinos de origem não-marinha. Bayly
(1964).
• Vários sistemas de classificação foram
propostos com base na salinidade.
• Sistema de Veneza (1959);
• Ramson e Moore (1944);
• Beadle (1959) - tolerância à salinidade
das espécies.
Circulação e
Composição
Química
• Lagos salinos geralmente são
polimíticos, influenciados pelos efeitos
do vento.
• Variações diurnas de temperatura e
termoclinas secundárias podem
ocorrer.
• Composição química depende da
geoquímica da bacia de drenagem,
precipitação, evaporação e
contribuição de águas subterrâneas.
• Lagos salinos dividem-se em lagos com
predominância de carbonatos, cloretos
ou sulfatos.
Fauna e Flora
• Bactérias fotossintetizantes são
importantes como produtores primários
em lagos salinos com alta concentração
de H2S.
• Halobacterium halobium é uma espécie
comum em lagos com alta salinidade e
matéria orgânica dissolvida.
• Fitoplâncton de lagos salinos inclui
espécies como Spirulina platensis,
Fragilaria, Botryococcus sp, Anabaena
spp, Microcystis e Dunaliella sp.
Obrigado pela
atenção
•Bibliografia
Tundisi, J. Galizia. Limnologia
- São Paulo : Oficina de
Textos, 2008.

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  • 2. Áreas Alagadas • Compreendem cerca de 6% da superfície terrestre. • Encontradas em todos os continentes, em diferentes condições climáticas e geográficas. • Ecossistemas intermediários entre ambientes terrestres e aquáticos. • Presença de água e solos especiais. • Geralmente rasas e sujeitas a variações no nível da água. • Vegetação adaptada a condições alagadas ou com flutuações de nível.
  • 3. Áreas Alagadas • Dificuldade na definição precisa devido à diversidade das áreas alagadas. • Diversos termos regionais para caracterizar tipos e subtipos de áreas alagadas.
  • 4. Áreas Alagadas • Definições: • “Áreas alagadas são regiões com solo saturado de água, ou submersas, naturais ou artificiais, permanentes ou temporárias, onde a água pode ser estática ou com fluxo, salina, salobra, água doce. Áreas dominadas por águas incluem pântanos, brejos, paludes, pântanos costeiros, estuários, baías, tanques, lagoas costeiras, lagos, rios, represas. Onde águas marinhas e costeiras estão incluídas a profundidade de até 15 metros define as áreas alagadas”. International Union for the Conservation of Nature (IUCN). • “Área dominada por macrófitas, herbáceas, cuja produtividade ocorrem no ambiente aéreo acima do nível da água, enquanto que as plantas sobrevivem ao excesso de água que seria prejudicial para muitas plantas superiores com raízes aéreas”. Programa Biológico Internacional.
  • 5. Importância das Áreas Alagadas • Habitat para uma variedade de espécies vegetais e animais. • Funções ecológicas, como purificação de água e controle de enchentes. • Impacto humano, incluindo atividades de cultivo, pesca e exploração de recursos naturais.
  • 6. Classificação de Áreas Alagadas • Sistema de classificação proposto por Cowadin et al. (1979). Sistemas com características biológicas, hidrológicas, geomorfoló gicas e químicas similares: • Outros sistemas aquáticos: • Áreas Temporárias: corpos de água que aparecem em certas épocas do ano. • Lagos Salinos: lagos de água doce com alta concentração de sais dissolvidos. • Marinho; • Estuário; • Riverinos; • Lacustre; • Palustre.
  • 7. Ciclos Hidrológicos em Áreas Alagadas • O ciclo hidrológico é um determinante crucial para as áreas alagadas. • Condições hidrológicas influenciam as propriedades físicas e químicas da água. • O balanço de nutrientes, fluxos de matéria e ciclo de energia são afetados pelo ciclo hidrológico.
  • 8. Hidroperíodo e Nível da Água • Hidroperíodo ou hidropulso é o padrão sazonal do nível de água. • Variações no ciclo hidrológico são específicas de cada área alagada. • O hidroperíodo é influenciado pelas características fisiográficas da região.
  • 9. Classificação dos Hidroperíodos • Áreas alagadas com maré: • Permanentemente inundadas com água de maré; • Irregularmente expostas com variações de maré; • Regularmente inundadas e expostas; • Irregularmente inundadas. • Áreas alagadas sem maré: • Permanentemente inundadas; • Expostas intermitentemente com inundações raras; • Inundadas sazonalmente; • Inundação semipermanente durante certos períodos do ano; • Substrato saturado sem água na superfície; • Temporariamente inundadas por curtos períodos; • Intermitentemente inundadas por períodos variáveis e irregulares.
  • 10. Fatores que Influenciam o Hidroperíodo • Balanço entre entradas e saídas de água. • Fisiografia da região, geologia, águas subterrâneas e solo. • Variação considerável do hidroperíodo em diferentes áreas alagadas.
  • 11. Balanço Hidrológico •Fórmula do balanço hidrológico: DV = Pn + Se + Ge - ET - So - Go ± T • DV: Mudanças no volume de água em reserva • Pn: Precipitação líquida • Se: Entradas de superfície • Ge: Entrada por água subterrânea • ET: Evapotranspiração • So: Saídas de superfície • Go: Saídas por águas subterrâneas • T: Entradas (+) ou saídas (–) por maré
  • 12. Importância do Ciclo Hidrológico • Influência nos componentes bióticos das áreas alagadas. • Afeta o funcionamento dos ecossistemas e os processos biológicos. • Determina os balanços de nutrientes e a exportação e importação de material.
  • 13. Ciclos Biogeoquímicos •Definição de ciclos biogeoquímicos. “Estes ciclos incluem processos de transformação e processos de transporte entre as áreas alagadas e os ecossistemas circundantes.”
  • 14. Fatores que Influenciam os Ciclos Biogeoquímicos •Acúmulo de biomassa e tipo de vegetação. •Predominância de vegetação de fácil decomposição e acúmulo de macrófitas aquáticas.
  • 15. •Florestas inundadas de cipreste em áreas temperadas: baixa contribuição de material biológico, troca de gases. •Florestas inundadas na Amazônia: alta contribuição de matéria orgânica, solos minerais e orgânicos.
  • 16. Redução da Oxigenação do Solo •Situações anaeróbicas devido à inundação. •Alterações nos ciclos biogeoquímicos e adaptações das plantas.
  • 17. Transporte de Nutrientes • Entradas por água de superfície, atmosfera, precipitação e marés. • Saídas pela atmosfera, água de superfície e subsuperfícies. • Perdas pela fixação em sedimentos do fundo. • Determinados pela biomassa presente.
  • 18. Reciclagem de Nutrientes • Retenção de sedimentos, material em suspensão e matéria orgânica dissolvida. • Mecanismos de retenção de nitrogênio: sedimentação, fixação pela vegetação, desnitrificação. • Importância da desnitrificação na redução da concentração de nitrogênio.
  • 19. Importância da Conservação das Áreas Alagadas •Retenção de nutrientes, substâncias e metais pesados. •Controle de nutrientes e reciclagem de poluentes. •Funções de regulação do ciclo hidrológico e controle de enchentes.
  • 20. Importância Global das Áreas Alagadas •Papel importante nos ciclos globais de carbono. •Limitações na retenção de potássio e sódio. •Retém menos fósforo do que as florestas ripárias.
  • 21. Adaptações Biológicas de Organismos em Áreas Alagadas • Características estressantes de ecossistemas alagados. • Adaptações biológicas para lidar com as condições desafiadoras.
  • 22. • Períodos de dessecação e perda de água. • Alta anoxia associada a altas temperaturas. • Mecanismos de adaptação para sobreviver em condições de baixo oxigênio. Adaptações às Flutuações de Nível e Anoxia
  • 23. •Plantas • Mecanismos estruturais de raiz com aerenquina, que permitem aeração da raiz a partir das porções aéreas da planta. • Respiração anaeróbica e produção de etanol. • Atividade enzimática elevada de enzimas catalisadoras para reprodução de etanol. • Produção de raízes adventícias (em Avicênia).
  • 24. •Animais • Regiões modificadas ou alteradas para a função específica de trocas gasosas. Brânquias em peixes e crustáceos. • Intensa vascularização e sistema circulatório eficiente. • Modificações dos pigmentos respiratórios e diminuição de atividade locomotora. • Adaptações fisiológicas, incluindo alterações em metabolismo.
  • 25. Adaptações às Variações de Salinidade • Flutuações intensas de salinidade em áreas alagadas costeiras e interiores. • Estratégias adaptativas para lidar com mudanças na salinidade. • Alta concentração osmótica intracelular, produzida por acúmulo de sais (NaCl) ou por compostos orgânicos. • Acúmulo de potássio e extrusão de sódio.
  • 26. Adaptações Reprodutivas e Alimentares •Reprodução relacionada a épocas de inundação e dessecação. •Larvas abundantes em organismos bentônicos para facilitar a distribuição. •Hábitos alimentares especializados e apêndices adaptados para alimentação.
  • 27. Papel das Plantas de Áreas Alagadas • Plantas flutuantes e submersas fornecem abrigo e proteção contra predadores. • Estruturas vegetais retêm matéria orgânica dissolvida e particulada. • Plantas C4 apresentam alterações metabólicas para lidar com as condições alagadas.
  • 28. Produção Primária e Diversidade de Espécies •Alta produção primária em áreas alagadas florestadas e com pequenos lagos. •Diversidade de espécies devido à variedade de habitats e condições favoráveis à reprodução. •Redes alimentares complexas e diversificadas, com diferentes contribuições dos produtores primários.
  • 29. Importância do Perifíton e do Detrito • Papel significativo do perifíton na produção total em bancos de macrófitas. • Detritos desempenham um papel importante na cadeia alimentar das áreas alagadas. • Herbivoria direta é geralmente insignificante, mas pode ocorrer em certos casos.
  • 30. Papel dos Pássaros e Outros Animais • Pássaros consomem diretamente macrófitas aquáticas. • Moluscos e invertebrados se alimentam de macrófitas. • Insetos aquáticos têm uma variedade de fontes alimentares.
  • 31. Desafios na Compreensão da Dinâmica das Áreas Alagadas •Fluxo total de energia ainda pouco estudado. •Complexidade e diversidade das redes alimentares. •Papel dos detritos e interações tróficas.
  • 32. Áreas Alagadas em Regiões Urbanas • Papel fundamental dessas áreas na reciclagem de nutrientes e na redução de cargas difusas.
  • 33. Importância das Áreas Alagadas Urbanas • Reciclagem de nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo. • Redução de cargas pontuais provenientes de rios urbanos e represas. • Manutenção dos ciclos e conservação da qualidade das águas.
  • 34. Exemplo da Várzea de Parelheiros • Demonstração do papel significativo dessa área alagada na Região Metropolitana de São Paulo. • Processo de desnitrificação e fixação de fósforo nas raízes da vegetação herbácea. • Redução de cargas pontuais provenientes da Represa Billings.
  • 35. Preservação e Conservação das Áreas Alagadas Urbanas • Necessidade de preservar essas áreas nas regiões urbanas. • Importância dos serviços ecossistêmicos proporcionados pelas áreas alagadas. • Estimativas do valor econômico dessas áreas para a tomada de decisões de proteção e conservação.
  • 36. Contribuição para a Qualidade de Vida Urbana • Benefícios das áreas alagadas para a qualidade do ambiente urbano. • Melhoria da qualidade das águas e redução da poluição. • Potencial para a expansão e criação de novas áreas alagadas em regiões urbanas.
  • 37. Águas Temporárias • Grande importância em regiões semiáridas. • Uso dessas águas para fins domésticos, agricultura estacional e dessedentação de animais.
  • 38. Lagos Temporários no Nordeste do Brasil • Formação de lagos temporários com salinidade variável após a inundação do rio São Francisco. • Utilização dessas lagoas como fontes de água e sais para o gado.
  • 39. • Dimensões variáveis e flutuações de nível de água. • Influência do sistema terrestre circundante na composição química, salinidade e turbidez. Características das Áreas de Águas Temporárias
  • 40. Composição Química e Precipitação de Sais •Variações nos íons presentes devido à evaporação e precipitações sequenciais. •Desvios na relação cátions divalentes/cátions monovalentes. •Variações na turbidez relacionadas ao vento, material em suspensão e partículas de argila.
  • 41. • Adaptações relacionadas ao ciclo de vida e resistência ao dessecamento. • Presença de diaptomídeos, enfilópodes, cladóceros e copepoditos. • Tolerância a flutuações de nível, salinidade e oxigê- nio dissolvido. Fauna e Flora Adaptadas às Águas Temporárias
  • 42. Importância Evolutiva, Ecológica e de Aproveitamento da Fauna e Flora •Adaptações fisiológicas e reprodutivas às condições flutuantes. •Mecanismos de dispersão, colonização e propagação diversificados. •Potencial de cultivo de organismos aquáticos para alimentação.
  • 43. Redes Alimentares e Biodiversidade nas Águas Temporárias •Simplicidade ou complexidade das redes alimentares de acordo com as condições. •Limitações do crescimento do fitoplâncton devido à turbidez. •Presença de diversos organismos, como Anostraca, quidorídeos e larvas de insetos.
  • 44. Capacidade de Adaptação às Águas Temporárias •Abandono do meio, produção de formas de resistência e ovos que resistem ao dessecamento. •Odonatos e coleópteros abandonam o meio, enquanto algumas espécies permanecem no sedimento. •Ovos de resistência em cladóceros e Anostraca.
  • 45. Colonização Rápida e Desenvolvimento da Biota • Rápido desenvolvimento da biota após a hidratação das áreas. • Presença de cladóceros, copépodes e ciclopóides. • Alimentação de pássaros durante o período de dessecamento.
  • 46. Lagos Salinos • Lagos salinos, ou águas atalássicas, ocorrem em zonas desérticas secas, em bacias endorréicas. • Alimentação por drenagem e água de chuva devido à evaporação superior à precipitação. • Salinidades iguais ou superiores a 3 g.ℓ-1. • Fauna e flora são predominantemente originadas nos continentes.
  • 47. Distribuição e Origem • Lagos salinos encontram-se em áreas endorréicas em todos os continentes. • Bacias de drenagem variam em área, com lago Eyre na Austrália sendo o maior. • Origens podem estar relacionadas ao tectonismo, vulcanismo, glaciação, rochas de solução ou mecanismos fluviais.
  • 48. Classificação • Distinção entre lagos salinos de "águas salobras" em estuários e lagoas costeiras. • Termo "atalássico" usado para lagos salinos de origem não-marinha. Bayly (1964). • Vários sistemas de classificação foram propostos com base na salinidade. • Sistema de Veneza (1959); • Ramson e Moore (1944); • Beadle (1959) - tolerância à salinidade das espécies.
  • 49. Circulação e Composição Química • Lagos salinos geralmente são polimíticos, influenciados pelos efeitos do vento. • Variações diurnas de temperatura e termoclinas secundárias podem ocorrer. • Composição química depende da geoquímica da bacia de drenagem, precipitação, evaporação e contribuição de águas subterrâneas. • Lagos salinos dividem-se em lagos com predominância de carbonatos, cloretos ou sulfatos.
  • 50. Fauna e Flora • Bactérias fotossintetizantes são importantes como produtores primários em lagos salinos com alta concentração de H2S. • Halobacterium halobium é uma espécie comum em lagos com alta salinidade e matéria orgânica dissolvida. • Fitoplâncton de lagos salinos inclui espécies como Spirulina platensis, Fragilaria, Botryococcus sp, Anabaena spp, Microcystis e Dunaliella sp.
  • 51. Obrigado pela atenção •Bibliografia Tundisi, J. Galizia. Limnologia - São Paulo : Oficina de Textos, 2008.