2. Áreas Alagadas
• Compreendem cerca de 6% da superfície
terrestre.
• Encontradas em todos os continentes,
em diferentes condições climáticas e
geográficas.
• Ecossistemas intermediários entre
ambientes terrestres e aquáticos.
• Presença de água e solos especiais.
• Geralmente rasas e sujeitas a variações
no nível da água.
• Vegetação adaptada a condições
alagadas ou com flutuações de nível.
4. Áreas Alagadas
• Definições:
• “Áreas alagadas são regiões com solo saturado de água, ou submersas,
naturais ou artificiais, permanentes ou temporárias, onde a água pode ser
estática ou com fluxo, salina, salobra, água doce. Áreas dominadas por
águas incluem pântanos, brejos, paludes, pântanos costeiros, estuários,
baías, tanques, lagoas costeiras, lagos, rios, represas. Onde águas marinhas
e costeiras estão incluídas a profundidade de até 15 metros define as áreas
alagadas”. International Union for the Conservation of Nature (IUCN).
• “Área dominada por macrófitas, herbáceas, cuja produtividade ocorrem no
ambiente aéreo acima do nível da água, enquanto que as plantas
sobrevivem ao excesso de água que seria prejudicial para muitas plantas
superiores com raízes aéreas”. Programa Biológico Internacional.
5. Importância das
Áreas Alagadas
• Habitat para uma
variedade de espécies
vegetais e animais.
• Funções ecológicas,
como purificação de
água e controle de
enchentes.
• Impacto humano,
incluindo atividades de
cultivo, pesca e
exploração de recursos
naturais.
6. Classificação
de Áreas
Alagadas
• Sistema de classificação proposto por
Cowadin et al. (1979). Sistemas com
características biológicas, hidrológicas,
geomorfoló gicas e químicas similares:
• Outros sistemas aquáticos:
• Áreas Temporárias: corpos de água que
aparecem em certas épocas do ano.
• Lagos Salinos: lagos de água doce com alta
concentração de sais dissolvidos.
• Marinho;
• Estuário;
• Riverinos;
• Lacustre;
• Palustre.
7. Ciclos Hidrológicos
em Áreas Alagadas
• O ciclo hidrológico é um
determinante crucial para as
áreas alagadas.
• Condições hidrológicas
influenciam as propriedades
físicas e químicas da água.
• O balanço de nutrientes, fluxos
de matéria e ciclo de energia
são afetados pelo ciclo
hidrológico.
8. Hidroperíodo e
Nível da Água
• Hidroperíodo ou
hidropulso é o padrão
sazonal do nível de água.
• Variações no ciclo
hidrológico são
específicas de cada área
alagada.
• O hidroperíodo é
influenciado pelas
características
fisiográficas da região.
9. Classificação
dos
Hidroperíodos
• Áreas alagadas com maré:
• Permanentemente inundadas com água de maré;
• Irregularmente expostas com variações de maré;
• Regularmente inundadas e expostas;
• Irregularmente inundadas.
• Áreas alagadas sem maré:
• Permanentemente inundadas;
• Expostas intermitentemente com inundações
raras;
• Inundadas sazonalmente;
• Inundação semipermanente durante certos
períodos do ano;
• Substrato saturado sem água na superfície;
• Temporariamente inundadas por curtos períodos;
• Intermitentemente inundadas por períodos
variáveis e irregulares.
10. Fatores que
Influenciam o
Hidroperíodo
• Balanço entre
entradas e saídas de
água.
• Fisiografia da região,
geologia, águas
subterrâneas e solo.
• Variação considerável
do hidroperíodo em
diferentes áreas
alagadas.
11. Balanço
Hidrológico
•Fórmula do balanço hidrológico:
DV = Pn + Se + Ge - ET - So - Go ± T
• DV: Mudanças no volume de água em
reserva
• Pn: Precipitação líquida
• Se: Entradas de superfície
• Ge: Entrada por água subterrânea
• ET: Evapotranspiração
• So: Saídas de superfície
• Go: Saídas por águas subterrâneas
• T: Entradas (+) ou saídas (–) por maré
12. Importância
do Ciclo
Hidrológico
• Influência nos componentes bióticos
das áreas alagadas.
• Afeta o funcionamento dos
ecossistemas e os processos biológicos.
• Determina os balanços de nutrientes e
a exportação e importação de material.
14. Fatores que
Influenciam os Ciclos
Biogeoquímicos
•Acúmulo de biomassa e
tipo de vegetação.
•Predominância de
vegetação de fácil
decomposição e acúmulo
de macrófitas aquáticas.
15. •Florestas inundadas de
cipreste em áreas
temperadas: baixa
contribuição de material
biológico, troca de gases.
•Florestas inundadas na
Amazônia: alta contribuição
de matéria orgânica, solos
minerais e orgânicos.
16. Redução da
Oxigenação do Solo
•Situações anaeróbicas
devido à inundação.
•Alterações nos ciclos
biogeoquímicos e
adaptações das
plantas.
17. Transporte de
Nutrientes
• Entradas por água de superfície,
atmosfera, precipitação e
marés.
• Saídas pela atmosfera, água de
superfície e subsuperfícies.
• Perdas pela fixação em
sedimentos do fundo.
• Determinados pela biomassa
presente.
18. Reciclagem de
Nutrientes
• Retenção de sedimentos,
material em suspensão e matéria
orgânica dissolvida.
• Mecanismos de retenção de
nitrogênio: sedimentação,
fixação pela vegetação,
desnitrificação.
• Importância da desnitrificação na
redução da concentração de
nitrogênio.
21. Adaptações
Biológicas de
Organismos em
Áreas Alagadas
• Características estressantes
de ecossistemas alagados.
• Adaptações biológicas para
lidar com as condições
desafiadoras.
22. • Períodos de dessecação e perda
de água.
• Alta anoxia associada a altas
temperaturas.
• Mecanismos de adaptação para
sobreviver em condições de
baixo oxigênio.
Adaptações às
Flutuações de Nível e
Anoxia
23. •Plantas
• Mecanismos estruturais de
raiz com aerenquina, que
permitem aeração da raiz a
partir das porções aéreas da
planta.
• Respiração anaeróbica e
produção de etanol.
• Atividade enzimática elevada
de enzimas catalisadoras para
reprodução de etanol.
• Produção de raízes
adventícias (em Avicênia).
24. •Animais
• Regiões modificadas ou
alteradas para a função
específica de trocas gasosas.
Brânquias em peixes e
crustáceos.
• Intensa vascularização e sistema
circulatório eficiente.
• Modificações dos pigmentos
respiratórios e diminuição de
atividade locomotora.
• Adaptações fisiológicas,
incluindo alterações em
metabolismo.
25. Adaptações às
Variações de Salinidade
• Flutuações intensas de salinidade em
áreas alagadas costeiras e interiores.
• Estratégias adaptativas para lidar
com mudanças na salinidade.
• Alta concentração osmótica
intracelular, produzida por
acúmulo de sais (NaCl) ou por
compostos orgânicos.
• Acúmulo de potássio e extrusão
de sódio.
26. Adaptações
Reprodutivas
e Alimentares
•Reprodução relacionada a épocas
de inundação e dessecação.
•Larvas abundantes em
organismos bentônicos para
facilitar a distribuição.
•Hábitos alimentares
especializados e apêndices
adaptados para alimentação.
27. Papel das Plantas
de Áreas Alagadas
• Plantas flutuantes e
submersas fornecem
abrigo e proteção contra
predadores.
• Estruturas vegetais retêm
matéria orgânica dissolvida
e particulada.
• Plantas C4 apresentam
alterações metabólicas
para lidar com as
condições alagadas.
28. Produção
Primária e
Diversidade
de Espécies
•Alta produção primária em áreas
alagadas florestadas e com
pequenos lagos.
•Diversidade de espécies devido à
variedade de habitats e
condições favoráveis à
reprodução.
•Redes alimentares complexas e
diversificadas, com diferentes
contribuições dos produtores
primários.
29. Importância do
Perifíton e do Detrito
• Papel significativo do
perifíton na produção total
em bancos de macrófitas.
• Detritos desempenham
um papel importante na
cadeia alimentar das áreas
alagadas.
• Herbivoria direta é
geralmente insignificante,
mas pode ocorrer em
certos casos.
30. Papel dos
Pássaros e
Outros Animais
• Pássaros consomem
diretamente macrófitas
aquáticas.
• Moluscos e invertebrados
se alimentam de
macrófitas.
• Insetos aquáticos têm
uma variedade de
fontes alimentares.
31. Desafios na
Compreensão
da Dinâmica
das Áreas
Alagadas
•Fluxo total de energia ainda
pouco estudado.
•Complexidade e diversidade
das redes alimentares.
•Papel dos detritos e interações
tróficas.
33. Importância das Áreas
Alagadas Urbanas
• Reciclagem de nutrientes,
principalmente nitrogênio e
fósforo.
• Redução de cargas pontuais
provenientes de rios urbanos
e represas.
• Manutenção dos ciclos e
conservação da qualidade
das águas.
34. Exemplo da Várzea
de Parelheiros
• Demonstração do papel
significativo dessa área alagada
na Região Metropolitana de São
Paulo.
• Processo de desnitrificação e
fixação de fósforo nas raízes da
vegetação herbácea.
• Redução de cargas pontuais
provenientes da Represa
Billings.
35. Preservação e
Conservação das Áreas
Alagadas Urbanas
• Necessidade de preservar essas
áreas nas regiões urbanas.
• Importância dos serviços
ecossistêmicos proporcionados
pelas áreas alagadas.
• Estimativas do valor econômico
dessas áreas para a tomada de
decisões de proteção e
conservação.
36. Contribuição para a
Qualidade de Vida Urbana
• Benefícios das áreas alagadas
para a qualidade do
ambiente urbano.
• Melhoria da qualidade das
águas e redução da poluição.
• Potencial para a expansão e
criação de novas áreas
alagadas em regiões
urbanas.
37. Águas
Temporárias
• Grande importância em
regiões semiáridas.
• Uso dessas águas para
fins domésticos,
agricultura estacional e
dessedentação de
animais.
38. Lagos Temporários
no Nordeste do Brasil
• Formação de lagos
temporários com salinidade
variável após a inundação do
rio São Francisco.
• Utilização dessas lagoas como
fontes de água e sais para o
gado.
39. • Dimensões variáveis e
flutuações de nível de
água.
• Influência do sistema
terrestre circundante
na composição
química, salinidade
e turbidez.
Características
das Áreas de
Águas Temporárias
40. Composição
Química e
Precipitação
de Sais
•Variações nos íons presentes
devido à evaporação e
precipitações sequenciais.
•Desvios na relação cátions
divalentes/cátions
monovalentes.
•Variações na turbidez
relacionadas ao vento, material
em suspensão e partículas de
argila.
41. • Adaptações relacionadas ao
ciclo de vida e resistência ao
dessecamento.
• Presença de diaptomídeos,
enfilópodes, cladóceros e
copepoditos.
• Tolerância a flutuações de
nível, salinidade e oxigê-
nio dissolvido.
Fauna e Flora
Adaptadas às
Águas Temporárias
42. Importância
Evolutiva,
Ecológica e de
Aproveitamento
da Fauna e
Flora
•Adaptações fisiológicas e
reprodutivas às condições
flutuantes.
•Mecanismos de dispersão,
colonização e propagação
diversificados.
•Potencial de cultivo de
organismos aquáticos para
alimentação.
43. Redes
Alimentares e
Biodiversidade
nas Águas
Temporárias
•Simplicidade ou complexidade
das redes alimentares de
acordo com as condições.
•Limitações do crescimento do
fitoplâncton devido à turbidez.
•Presença de diversos
organismos, como Anostraca,
quidorídeos e larvas de insetos.
44. Capacidade
de
Adaptação
às Águas
Temporárias
•Abandono do meio, produção
de formas de resistência e ovos
que resistem ao
dessecamento.
•Odonatos e coleópteros
abandonam o meio, enquanto
algumas espécies permanecem
no sedimento.
•Ovos de resistência em
cladóceros e Anostraca.
45. Colonização Rápida
e Desenvolvimento
da Biota
• Rápido desenvolvimento da
biota após a hidratação das
áreas.
• Presença de cladóceros,
copépodes e ciclopóides.
• Alimentação de pássaros
durante o período de
dessecamento.
46. Lagos
Salinos
• Lagos salinos, ou águas
atalássicas, ocorrem em
zonas desérticas secas, em
bacias endorréicas.
• Alimentação por
drenagem e água de chuva
devido à evaporação
superior à precipitação.
• Salinidades iguais ou
superiores a 3 g.ℓ-1.
• Fauna e flora são
predominantemente
originadas nos
continentes.
47. Distribuição
e Origem
• Lagos salinos encontram-se
em áreas endorréicas em
todos os continentes.
• Bacias de drenagem variam
em área, com lago Eyre na
Austrália sendo o maior.
• Origens podem estar
relacionadas ao
tectonismo, vulcanismo,
glaciação, rochas de
solução ou mecanismos
fluviais.
48. Classificação
• Distinção entre lagos salinos de "águas
salobras" em estuários e lagoas
costeiras.
• Termo "atalássico" usado para lagos
salinos de origem não-marinha. Bayly
(1964).
• Vários sistemas de classificação foram
propostos com base na salinidade.
• Sistema de Veneza (1959);
• Ramson e Moore (1944);
• Beadle (1959) - tolerância à salinidade
das espécies.
49. Circulação e
Composição
Química
• Lagos salinos geralmente são
polimíticos, influenciados pelos efeitos
do vento.
• Variações diurnas de temperatura e
termoclinas secundárias podem
ocorrer.
• Composição química depende da
geoquímica da bacia de drenagem,
precipitação, evaporação e
contribuição de águas subterrâneas.
• Lagos salinos dividem-se em lagos com
predominância de carbonatos, cloretos
ou sulfatos.
50. Fauna e Flora
• Bactérias fotossintetizantes são
importantes como produtores primários
em lagos salinos com alta concentração
de H2S.
• Halobacterium halobium é uma espécie
comum em lagos com alta salinidade e
matéria orgânica dissolvida.
• Fitoplâncton de lagos salinos inclui
espécies como Spirulina platensis,
Fragilaria, Botryococcus sp, Anabaena
spp, Microcystis e Dunaliella sp.