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PITSIRO PAMÁALI
                               Boletim Informativo da Escola Indígena Baniwa Coripaco Pamáali. N° 4. Edição 2/2012




        EIBC– Pamáali lançou o primeiro livro da série Kaawhiperi
                            Yoodzawaaka




©Laíse Diniz/ISA
  A EIBC– Pamáali inaugurou a Série Kaawhiperi Yoodzawaaka com o Lançamento do livro O
que a GENTE precisa para VIVER e ESTAR BEM no mundo, em São Gabriel da Cachoeira e Cas-
telo Branco ainda no começo do ano. A coleção é composta por 13 monografias, resultado
de anos de pesquisas realizados pelos alunos do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Kaa-
 likattaadapa -CPDEK e coordenado por professores da Escolas Baniwa e Coripaco. A série 1
                            traz versão em Baniwa e Português.




                                              © RAIMUNDO BENJAMIM                                            © RAIMUNDO BENJAMIM

A escola Pamáali recebeu visitas durante o primeiro semestre deste      Escola Pamáali na primeira etapa letiva realizou seminários
 ano. Apesar de chegarem com um objetivo de trabalho como a            de apresentação de pesquisas desenvolvidas por grupos de
equipe da escola Heriene (Oficina), Laíse Diniz (consultoria), foram    alunos. Na foto, aluno Genivaldo Pereira apresentando so-
 chamadas de visitas. Na foto grupo Koikwa, na EIBC na primeira          bre as ―Fontes de Energias Limpas‖, durante um seminário
                       semana de maio.                                                          na escola.



                                    Equipe Austríaco visitou escola Pamáali em abril

            Intercambio de experiência do Grupo Koikwa (Povos Xikrin e Krahô) na Escola Pamáali

   Rede de Escolas Baniwa e Coripaco realiza oficina de organização e revisão de material para publi-
                              cação das Escolas Herieni e Kayakaapali.

                                  Escola Pamáali instalou mini-usina de hidro-cinética


         Publicações| Escola Pamáali | Movimento Indígena | Sustentabilidade| Aconteceu
EIBC- Pamáali 2012
  Editorial
  Chegamos a mais uma edição do Pitsiro Pamáali.                                                         Coordenador Geral
  Esse número cobre as principais atividades e acon-
                                                                                                       Raimundo M. Benjamim
  tecimentos do primeiro semestre deste ano, refer-
  ente à primeira etapa letiva.                                                                         Coordenador Adjunto

                                                                                                           Alfredo Brazão
  A primeira etapa letiva aconteceu entre março à
  primeira quinzena de junho. As próximas duas etap-                                                       Administrador
  as acontecerão no segundo semestre.                                                                      Tiago Pacheco
  A Escola Pamáali começou o ano (em Março) com                                                     Relacionamentos Institucionais
  o lançamento da Públicação 1 da Série Kaawhiperi
                                                                                                          Juvêncio Cardoso
  Yoodzawaaka em São Gabriel da Cachoeira no
  inicio de março. E semanas depois, em Castelo                                                       Orientadora Pedagógico
  Branco, no Encontro Baniwa e Coripaco, realizado                                                       Cleunice Apolinário
  pela Coordenadoria das Associações Baniwa e
                                                                                                      Conselheiro Educacional
  Coripaco– EIBC, a manchete desta edição.
                                                                                                       Abraão Mendes Viera
  E nesse ano, a escola recebeu mais duas turmas de
                                                                                      Núcleo de Gestão e Empreendedorismo Indígena
  alunos, uma de Ensino fundamental e de Ensino
  médio. Com a chegada dessas turmas, somam-se                                                               Elton José
  atualmente sete turmas, com 78 alunos no total.

  Visitas, oficinas de formação, atividades de sus-
  tentabiliade, experiências e curiosidade com-
  pletam essa edição do Pitsiro Pamáali.

  E para que o nosso boletim fique cada vez melhor
  e conhecido, contamos com você nosso leitor na
  divulgação, sugestões e críticas.




  Boa leitura!

                                                                                                          CONTATOS
                                  Raimundo M. Benjamim
                                                                                                    escolapamaali@gmail.com
            Editor e Coordenador Geral da Escola Pamáali
                                                                                                      pamaali.wordpress.com

                                                                                                    __________________________
                                                                                                      Raimundo M. Benjamim
                                                                                                     Responsável pelo Boletim
                                                                                                benjamimray.cabc@gmail.com
Pitsiro Pamáali é uma publicação do Setor de Comunicação da Escola Pamáali. Sem periodici-             __________________________
dade. Os autores de textos são alunos e professores da escola. Circula nas comunidades na
forma impressa e digital por e-mail e no blog da escola. Os textos podem ser reproduzidos para       Em São Gabriel da Cachoeira:
fins educacionais (palestras, aulas, pesquisas), desde que a fonte seja citada. As imagens são de
autoria reservada aos autores. Os artigos de opinião são de responsabilidade dos autores, não        Fones: (97) 8124-9785/3471-1156
refletem necessariamente a visão da Escola Pamáali sobre os assuntos.

        REALIZAÇÃO                                    PARCERIA                             APOIO
PUBLICAÇÕES

                      EIBC– Pamáali lançou o primeiro livro da série Kaawhiperi Yoodzawaaka
© LAÍSE DINIZ/ISA




                                                                                                                                                                                                © RAIMUNDO BENJAMIM
                    Da esq. pra direita: Livro Kaawhiperi Yoodzawaaka no balaio durante o lançamento e Juvêncio, um dos organizadores apresentando ao público presente o livro em São Gabriel




                    A    pesar de a Escola Pamáali já ter públicado al-
                         guns livros, como o ―Kophenai Nako‖, antes, foi
                    a primeira vez que lançou uma obra em diferentes
                                                                                                         O livro aborda assuntos variados relacionados ao Mane-
                                                                                                         jo de Recursos e Ambientes importantes para viver e es-
                                                                                                         tar bem no Mundo. Reúne 13 monografias de alunos de
                    lugares e públicos.                                                                  ensino médio, trabalho iniciado em 2005 que contou
                    No final de 2011, na última etapa, o livro 1 da série                                com a colaboração de várias pessoas ao longo do pro-
                    Kaawhiperi Yoodzawaaka foi apresentando pela                                         cesso de construção.
                    primeira vez aos alunos numa cerimônia de lan-                                       Kaawhiperi Yoodzawaaka, nome da série é como os
                    çamento na própria escola.                                                           Baniwa-Coripaco chamam à vitalidade e interde-
                    No dia 2 de março deste ano, foi organizado um lan-                                  pendência entre os diferentes seres, objetos, ambientes,
                    çamento em São Gabriel da Cachoeira, onde par-                                       bens, que são importantes para viver e estar bem na
                    ceiros com a FOIRN, ISA, FUNAI/SGC, SEDUC/SGC,                                       bacia do Içana e no mundo. O termo é talvez a ex-
                    SEMEC, IDAM e a imprensa local compareceram ao                                       pressão Baniwa-Coripaco que guarda uma relação
                    Espaço Público do ISA, onde o evento foi realizado.                                  mais estreita com o conceito de biodiversidade segun-
                    Na ocasião, as instituições participantes, receberam                                 do os jovens Baniwa que participaram na construção da
                    as duas versões do livro.                                                            obra. Os organizadores deixam claro que o termo
                                                                                                         (biodiversidade/Kaawiperi Yoodzawaaka) poderá ser
                    E três semanas depois, o livro foi apresentando no
                                                                                                         aprimorado na medida em que mais pessoas começem
                    ―Encontro Baniwa e Coripaco‖, realizado pela Coor-
                                                                                                         a participar da construção e passar a fazer parte do
                    denadoria das Associações Baniwa e Coripaco—
                                                                                                         vocabulário diário dos Baniwa e Coripaco.
                    CABC, na comunidade de Castelo Branco, Médio
                    Içana. Na cerimônia, todas as comunidades partici- A série promete mais edições para esse ano das esco-
                    pantes, que somaram mais de 30, receberam as       las: Escola Herieni da comunidade Ukuqui do Alto Ayarí
                    versões do livro em Baniwa e Português.            e um da Rede de Escolas Baniwa e Coripaco, que pre-
                    É a primeira vez que o público Baniwa e Coripaco   tende reunir monografias de várias escolas que fazem
                    folheia um trabalho da Escola Pamáali, por meio do parte da rede. Que é uma forma de contribuição dos
                    Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Kaali-        povos do Rio Negro na discussão das questões im-
                    kattaadapa—CPDEK, nas versões em Baniwa e Portu- portantes na atualidade. E um convite para pensar por
                    guês. O que não aconteceu com o Livro Kophenai     um momento: O que a gente precisa para viver e estar
                                                                       bem no mundo?
                    Nako, que saiu somente em Baniwa.




                       Koaka wakanakaitali WEEMAKARO nheette MATSIAKARO WHAA aaha HEEKOAPI riko?
ESCOLA PAMÁALI

Equipe Austríaco visitou a Escola Pamáali e algumas comunidades Baniwa
do Médio Içana.
©ELTON JOSÉ




Professores da escola Pamáali conversam com os visitantes Austríacos na Escola Pamáali, abril de 2012.


 Histórico

 O desejo de conhecer o Içana pelo Heinz Grüber e irmãos, aconte-
 ceu há sete anos atrás , numa viagem de comemoração de seus 60
 anos com seus melhores amigos no Rio Solimões (AM).

 E no meio destes aventureiros, estava o fotógrafo Pedrão (Pedro Mar-
 tinelli), conhecido pelos Baniwa, na época da demarcação, arte
 baniwa e outras viagens pelo Içana com lideranças da OIBI. Um dos
 ícones da fotografia com suaa especialidade, a Amazônia. E numa
 das ocasiões , disse ao Heinz que existe um lugar que valeria apenas
 conhecer antes de ―partir‖, o Rio Içana e seus povos. De lá, o Heinz                           ©RAIMUNDO BENJAMIM

 nunca desistiu de conhecer o Içana.

 Para concretizar ―sonho‖ de vinda para a região do Içana, foi forma-
 lizada em forma de convite, assinada pela coordenação da escola,
 lideranças Baniwa e apoiada pelo Instituto Socioambiental.

 A visita

 A equipe composta por seis pessoas (Heinz, dois irmãos, um amigo de
 São Paulo e sua esposa), acompanhadas pelo Adeilson Lopes/ISA e
 André Baniwa chegaram na escola Pamáali no dia 13 de abril, de-
 pois de dois dias de viagem.

 Na escola conheceram os setores de atividades como a Estação de                                  ©JUVÊNCIO CARDOSO
 Piscicultura, Trilha de Ciências, Viveiros de peixes, Telecentro, Casa
 de Ciências, Secretaria e Administração. Ainda tiveram um período
 do dia de aventura no igarapé Pamáali. Foram programadas apre-
 sentação de dramatizações e danças tradicionais nas ―noites cultu-
 rais‖. .

 Visita para comunidade também foi incluída na programação que
 foi realizado no domingo (15/04) para Maúa Cachoeira. E no en-
 cerramento a avaliação da visita foi positivo tanto por parte da
 coordenação da escola e como para os visitantes. Desceram na
 escola no dia 17/04.

                                                                                                         ©ELTON JOSÉ
ESCOLA PAMÁALI

                    Representantes dos Povos Xikrin e Krahô visitaram a Escola
©JUVÊNCIO CARDOSO




                                                                                                                                           © RAIMUNDO BENJAMIM
                    Na foto, da esq. para dir. Visitantes apresentando videos e Reunião de Apresentação do histórico da Escola Pamáali.



                    A    Escola Pamáali recebeu visitantes, representantes dos povos
                         Xikrin ( Pará) e Krahô (Tocantins) nos dias 03 a 05 de maio.             ZO     OM
                    A proposta de intercambio foi encaminhada pelo professor Fran-                > Em 2012, o número de alunos da
                    klin Paulo (ex-professor da EIBC), a coordenação da escola no                 Escola Pamáali subiu para 78. A
                    inicio do ano e formalizado apenas em março.
                                                                                                  escola só havia conseguido che-
                    Composto por professores e alunos, o grupo ―Koikwa‖, acompa-                  gar nesse número em 2005.
                    nhando pelo Franklin, Rosiclaúdio - Coordenador da CTL de Tunuí
                    Cachoeira, Tulio da FUNAI/SGC e Raylene Andrade, chegou na
                    Escola Pamáali no dia 03/05. Foram recebidos com cantos pelos
                                                                                                  > De 2000 a 2012, a Escola
                    alunos da escola, no centro comunitário.
                                                                                                  Pamáali atendeu alunos vindos de
                    No dia 04/05, caminharam para conhecer os setores de ativida-                 39 comunidades da bacia do Iça-
                    des da escola, como o viveiro de mudas, estação de piscicultura,
                                                                                                  na. Hoje, 2012, atende alunos de
                    trilha de ciências, viveiros de engorda de peixes e outros.
                                                                                                  19 comunidades.
                    No mesmo dia, conheceram o histórico da escola Pamáali, apre-
                    sentado pelo professor Juvêncio Cardoso, presidente da ACEP.
                    Onde além do que conheceram no campo, foi lhes apresentado
                                                                                                  > Desde 2004, ano de conclusão
                    o processo histórico de discussão, implantação e implementação
                                                                                                  da primeira turma da escola até
                    da escola.
                                                                                                  agora 2012, (em quarto turmas for-
                    E os visitantes por sua vez apresentaram aos alunos e professores
                                                                                                  madas), três ex-alunos já assumi-
                    documentários sobre rituais que realizam nas comunidades de
                    onde vieram. Comentaram cada vídeo passado.
                                                                                                  ram o cargo de Coordenador
                                                                                                  Geral (Juvêncio Cardoso/2008,
                    Antes de saírem de volta, foi realizado o momento de considera-
                                                                                                  Vigico Rivas/2010 e Raimundo Mi-
                    ções finais e agradecimentos. Segundo, os visitantes, por apenas
                    um dia       que ficaram, conheceram várias experiências que                  guel/2012).
                    servirão de inspiração para desenvolverem atividades nas suas
                    comunidades.
                                                                                                  > Desde a implantação da Es-
                    O intercambio foi fundamental para fortalecerem as iniciativas
                    que estão fazendo, diante de muitos problemas que estão en-
                                                                                                  tação de Piscicultura já foram
                    frentando, como a Construção da Barragem do Belo Monte, In-                   produzidas mais de 1 milhão de
                    vasão constante dos madeireiros em suas terras e outros proble-               alevinos.
                    mas que enfrentam.

                    Saíram da escola, debaixo de muita chuva, no dia 05/05, sába-
                    do, para continuar a programação de visita em outras escolas.



                    Todo aluno formado na Escola Pamáli apresentou monografia com temas relacionados
                      à cosmologia Baniwa e Coripaco, história, organização social e manejo. Neste ano
                     (2012), 26 alunos de Ensino fundamental irão concluir o curso de Ensino fundamental.
ESCOLA PAMÁALI

                                Escola Pamáali recebeu mais alunos neste ano




                                                                                                                                                   ©RAIMUNDO BENJAMIM
©RAIMUNDO BEJNAMIM




                     Alunos do Novatos do Ensino Fundamental, que chega-          Alunos do ensino médio (1ª e 2ª série), da Sala de Exten-
                     ram em na Escola Pamáali em março deste ano.                 são de Escola Nossa Senhora de Assunção do Içana.


            A escola Pamáali recebeu mais duas turmas de alunos neste ano , uma de ensino fundamental
     e ensino médio. Os alunos se increveram no final do ano passado, e chegaram na primeira etapa letiva,
     com os demais alunos ―veteranos, como são chamados quando chegam novas turmas de alunos. O
     número de alunos passou para 78 (com alunos de ensino fundamental e somados com alunos do ensino
     médio). Os alunos novatos são da faixa etária de 10 a 21 anos. É a primeira vez que a escola recebeu
     alunos das comunidades Coripaco: Matapí, Coracy e Pana-Panã do Alto Içana. Na primeira semana os
     ―calouros‖realizaram o reconhecimento da area da escola.


                     Professores da Escola Pamáali 2012

                     N     este ano, houve apenas duas mudanças no
                           Quadro de Professores em relação a do ano
                     passado, saíram do quadro o professor Arcindo
                     Brazão e Abílio Júlio (Secretário). O primeiro ficou
                     na Escola Pamáali por três anos (2009-2011), e o
                     segundo ficou apenas um ano. Houve, também
                     algumas mudanças na ocupação de cargos da
                     organização interna. O professor Raimundo Mi-
                                                                          Raimundo M. Benjamim     Abraão M. Viera     Cleunice A. Venceslau
                     guel Benajmim, passou para o Cargo de Coor-
                     denador Geral, Alfredo Brazão para Coordenador
                     Adjunto, Tiago Pacheco para cargo de admin-
                     istrador. E as novidades no quadro deste ano são:
                     Elton José que assumiu o Núcleo de Gestão e Em-
                     preendedorismo, o professor Francinaldo (para
                     Ensino Médio) e professora Cleunice Apolinário.

                     Os auxiliares de escola contratados são: Terezinha
                     Custódio Paiva da comunidade Juivitera               Alfredo M. Brazão       Roberto Miguel            Tiago Pacheco
                     (cozinheira) e Roberto Miguel (Serviços Gerais) da
                     comunidade de São José.

                     Apesar de reivindicado com a SEMEC/SGC, a es-
                     cola não conseguiu um Secretário para esse ano,
                     com a justificativa de que o número de alunos
                     nesse ano é pouco (51 do ensino fundamental).
                     Segundo, a Secretaria de Educação uma escola
                     só pode contratar um secretário se tiver um
                                                                  Juvêncio Cardoso—Dzoodzo        Francinaldo Farias     Terezinha C. Paiva
                     número acima de 100.

                                                                                                                              FOTOS: ACERVO EIBC
ESCOLA PAMÁALI

   Seminários na Escola Pamáali




©RAIMUNDO BENJAMIM

Na foto acima, aluno Genivaldo Pereira, do 9º ano de fundamental e do GT Inovação e Sustentabilidade da Escola Pamáali, apresenta sobre
Energia Elétrica– Fontes de Energia Limpa.


  U     m trabalho a mais. Alunos organizados em
        grupos temáticos relacionados à atividades




                                                                                                                                                                            ©RAMUNDO BENJAMIM
  que o grupo desenvolve no campo, além de fazer
  os ―deveres de casa‖, ainda passam mais um tem-
  po pesquisando em livros, organizado e realizando
  entrevistas com os professores, e depois, em grupos
  discutem e tiram suas conclusões sobre um tema
  de interesse.

  O resultado é organizado em slides usando o power
  point e, é apresentado no ―Seminário da Semana‖,
  aos alunos e professores da escola.

  A prática já é usada na escola há alguns anos.
  Mas, somente nesse ano, passou a ser considerada
  ―prioritária‖, como forma de ―complemento‖, à
  prática de ensino– aprendizagem que a escola                         Alunos organizando as apresentações usando programas de computador (power point).


  desenvolve com seus alunos.

  Os temas abordados nesses trabalhos são diversos.
                                                                                                                                                                               ©RAMUNDO BENJAMIM


  Desde as práticas de Saneamento Básico, passan-
  do pelas técnicas de reprodução de peixes até al-
  ternativas de energia limpa.

  Segundo o professor Juvêncio Cardoso, essa forma
  de trabalho acrescenta ainda mais o conhecimen-
  to dos alunos e professores. E acabam fazendo
  séries de coisa, como a organização de
  apresentação usando programas de computador.
  ―Muitos assuntos que não são aprendidos nas aulas,
  acabam sendo conhecidos nas palestras, e o
  melhor nisso, é que esses conhecimentos são explo-
  rados pelos próprios alunos e nós acabamos
  aprendendo com eles‖- disse animado com os re-
  sultados dos seminários realizados na escola, nessa
                                                                      Professor Juvêncio Cardoso, fazendo considerações finais depois de um seminário realizado na Escola
  primeira etapa letiva.                                              Pamáali. Segundo ele, alunos e professores acabam ganhando com essa forma de trabalho.
ESCOLA PAMÁALI
                       A Escola Pamáali recebeu alunos e professores da Escola Herieni, do Alto Ayarí.
                                                                                              Uma semana respirando arte, história, calculos ma-
© ADEILSON LOPES/ISA




                                                                                             temáticos e produção textual.

                                                                                             Uma semana de trabalho e aula. Para iniciar o tra-
                                                                                             balho, a coordenação da Oficina, apresentou os pas-
                                                                                             sos e a metodologia de trabalho para a semana.
                                                                                             Começando pelo formato da publicação da série
                                                                                             até orientações de como realizarem as estimativas de
                                                                                             consumo do recurso estudado por pessoa, por família,
                                                                                             por comunidade e na Bacia do Içana.

                                                                                             No quadro branco, pendurado na sala, em letras
                                                                                             maiuculas, para servir de orientação e alerta na hora
                       Participantes da Escola Herieni em atividades durante a Oficina. Em
                                                                                             dos calculos: ―Cuidado para não SUBESTIMAR ou SU-
                       destaque Orlando Fontes, Graciela e professor Pedro Fontes.
                                                                                             PERESTIMAR‖. Foram considerados as 93 comunidades
                       A Rede de Escolas Baniwa e Coripaco.                                  da bacia do Içana, com uma media de 20 famílias por
                                                                                             comunidade e 7 pessoas por famílias.

                       D     epois de criada, em 2008 ao som das flautas sa-
                             gradas na comunidade Ukuqui Cachoeira, a
                       Rede de Escolas Baniwa e Coripaco, vem propor-
                                                                                             Para que se tenha uma base de calculos das estima-
                                                                                             tivas, é necessário antes de começar, avaliar o con-
                                                                                             sumo do recurso. Tomemos como exemplo o con-
                       cionando várias formas de fortalecimento da cultura e
                                                                                             sumo de pimenta. ―Tem pessoas que consume pouco,
                       consolidação da Educação Escolar Baniwa e Cori-
                                                                                             muito e só um pouquinho‖-disse o aluno Elton José,
                       paco na região do Içana. Um desses primeiros resulta-
                                                                                             responsável pelo calculo do consumo de pimenta. ―E
                       dos é a compilação da série Kaawhiperi
                                                                                             ainda, é preciso pensar e usar as unidades de me-
                       Yoodzawaaka, que foi inaugurada pela Escola
                                                                                             didas conhecidas ou usadas pelas pessoas quando o
                       Pamáali, com o Lançamento do Livro ― O que a Gen-                     assuntos é pimenta, como o litro, por exemplo, usada
                       te precisa para viver e ESTAR bem no mundo‖, lan-                     sempre pelas mulheres produtoras de pimenta‖- com-
                       çado na Escola Pamáali no final de 2011, em São Ga-                   pleta. .
                       briel da Cachoeira e Comunidade de Castelo Branco
                                                                                             Foi uma semana em que histórias de origem foram
                       no mês de março deste ano.
                                                                                             ilustradas, calculos matemáticos, textos em Baniwa e
                       A Oficina                                                             Coripaco elaborados e compartilhados numa única
                                                                                             sala.
                       Nos dias 24 a 30 de abril, professores e alunos da esco-
                       la Heriene da comunidade de Ukuqui do Alto Ayarí, ex                  O encerramento da Oficina foi realizada no dia 30 de
                       -alunos da Escola Kayakaapali (atualmente alunos de                   abril com a participação de todos os professores e
                       ensino médio da EIBC) e mais alunos do último ano do                  alunos da escola Pamáali. Onde alguns trabalhos do
                       ensino médio da Pamáali se reuniram na Estação de                     encontro realizado foram apresentados.
                       Pisicultura EIBC, na Oficina de ―Revisao de Material
                       para Publicação‖, com objetivo de organizar materiais
                       produzidos nessas escolas nos últimos 3 anos para os
                       próximos números da série Kaawhiperi Yoodzawaaka.

                       Durante 7 dias de Oficina, com a assessoria do Adeil-
                       son Lopes do Instituto Socioambiental e coordenação
                       do Tiago Pacheco, professor da EIBC, os participantes
                       da Oficina produziram textos, desenhos com base nas
                       orientações do formato da série.

                       A Escola Heriene chegou para a Oficina com os ex-
                       professores da Pamáali, a Nazária Andrade Montene-
                       gro e Pedro Fontes, e mais alguns alunos. Segundo, a
                       Naza, na Oficina foram trabalhados 18 monografias
                       (cada monografia um tema), e para cada tema
                       foram produzidos sete desenhos. ―Os desenhos feitos
                       são relacionados ao recurso trabalhado, como a dis-
                                                                            Ilustração da origem da cobra jararaca. Desenho: Geovane
                       tribuição na região do Içana e micro-região /
                                                                            Paiva/aluno de Ensino Médio.
                       comunidade, origem e também ilustração ―-disse.
ESCOLA PAMÁALI

  Escola Pamáali recebeu consultora do INEP

N    o rio Negro, foram selecionadas
     apenas duas escolas indígenas: Es-
     cola Pamáali e Escola Tuyuka.

O Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas– INEP enviou uma consultoria
para as escolas selecionadas com o ob-
jetivo de conhecer melhor a Educação
Escolar Indígena e através disso saber
como poderiam ser formuladas e aplica-
das as provas usadas para a Avaliação
do Índece de desenvolvimento da edu-
cação no Brasil.
                                                                                         ZOOM
Para esse trabalho, foi convidada a Laíse Diniz, assessora do Instituto Socioambien-
tal—ISA, do Programa Rio Negro, que colabora com o Projeto de Educação no Rio            Visita de despedida da
Negro, desde 2001.                                                                       Laíse

A Escola Pamáali recebeu a consultora entre os dias 02 à 05/05. Realizando entrevis-     A Laíse Diniz, chegou pela
tas com professores e alunos da escola. As entrevistas foram orientadas por um ques-     primeira vez na escola
tionário elaborado pelo próprio INEP.                                                    Pamáali em 2001. Forma-
                                                                                         da em Pedagogia pela
Desde que foram implantadas as escolas indígenas do Rio Negro, especialmente as
                                                                                         Universidade Federal do
chamadas ―diferenciadas‖ainda não participaram das avaliações usadas pelo Min-
                                                                                         Pará , conheceu a escola
istério da Educação, como a Prova Brasil, Provinha Brasil para avaliar dar a nota da
                                                                                         apenas como visitante. E
Educação no Brasil.
                                                                                         depois, foi convidada pa-
Essas avaliações são formuladas e enviadas para todas as escolas, seja elas              ra trabalhar no Instituto
indígenas ou não. E com os resultados, é dada uma nota para a escola, e a média          Socioambiental, para as-
de todas as escolas de um municipio é que determina a nota do município e a mes-         sessorar o Projeto de Edu-
ma coisa acontece com os estados e consequentemente a nota da Educação do                cação do Rio Negro da
país, que é comparada com as notas de outros países.                                     parceria ISA/FOIRN/OIBI.

Todas as avaliações apresentadas acima, não consideram as ―diferenças existentes‖        Com uma atuação inicial-
das entre uma escola indígena e não-indígena. Por isso, a reivindicação das escolas      mente mais centralizada
e professores indígenas é que essas avaliações respeitassem e considerassem a diver-     na Escola Pamáali. Em 10
sidade, portanto, fossem diferenciados, para que elas (as escolas indígenas), partici-   anos, com a criação da
passem delas. Diante dessa reivindicação, o Ministério de Educação, quer saber co-       Rede de Escolas Baniwa e
mo fazer e aplicar essas avaliações para as escolas indígenas de todo país.              Coripaco, chegou a atu-
                                                                                         ar também em algumas
Segundo, a Laíse Diniz, não é certo que o MEC vai mesmo fazer e aplicar as               escolas da região, ainda
avaliações para as escolas indígenas, diante da complexidade. Pois, cada escola          que seja, indiretamente.
teria que ter sua própria avaliação, e em muitos casos, na própria lingua do povo. E,
isso, é muito complicado. Por isso considera que o caminho mais provável (indicada       Em 2010, realizou seu tra-
pelas pesquisas realizadas), que a avaliação teria que ser para os professores,          balho de campo do curso
lideranças e outros envolvidos nos projetos de educação escolar de um povo ou co-        de mestrado pela UFAM,
                                                                                         analisando as relações e
munidade.
                                                                                         trajetórias dos jovens Ba-
―A Proposta é boa, mas, é complicado, porque, as escolas indígenas são muito             niwa e Coripaco (ex-
diferentes de uma para a outra, ou de um povo para outro. Só pra se ter uma idéia,       alunos da EIBC).
na semana passada estive fazendo este mesmo trabalho, na Escola Tuyuka (alto
                                                                                         E depois de 11 anos de
Tiquié). E lá é completamente diferente do que aqui (escola Pamáli). As fichas de
                                                                                         atuação e colaboração
Avaliação dos alunos, são feitas na língua Tuyuka. Para eles, as provas teriam que
                                                                                         com a Escola Pamáali
ser na língua Tuyuka. E, a escola Tuyuka não é muito longe daqui, está na mesma
                                                                                         (Baniwa e Coripaco), se
região (do Rio Negro). Imagine uma escola de outras regiões mais distantes‖- disse.
                                                                                         afasta para fazer outras
                                                                                         atividades e ser mãe pela
                          Visite nosso blog na internet
                                                                                         primeira vez.
MOVIMENTO INDÍGENA

                    Encontro Baniwa e Coripaco realizado pela CABC aconteceu na comunidade de
                    Castelo Branco nos dias 27 a 30 março.
©DANIEL BENJAMIM




                   Grupo de Trabalho ―Política‖ (André Fernando e dois capitães) apresenta resultados de discussão para assembleia duran-
                   te o encontra Baniwa e Coripaco em Castelo Branco. Durante o evento foram formados 6 grupos temáticos.

                      ―Direitos e Desenvolvimento Sustentável das Comunidades‖

      A    comunidade Castelo Branco localizado no
           médio Içana, recebeu o Encontro Baniwa e
      Coripaco, com o lema ―Direitos e Desenvolvi-
                                                                                 Escola Pamáali no Encontro

                                                                                 Representado pelo Coordenador Geral, Raimundo
                                                                                 Benjamim e mais alunos, a Escola Pamáali participou
      mento Sustentável das Comunidades‖, nos dias 27
                                                                                 das discussões relacionados à educação e outros
      a 30 de março, pela Coordenadoria das Associ-
                                                                                 temas. E ainda lançou o Livro 1 da série Kaawhiperi
      ações Baniwa e Coripaco – CABC.
                                                                                 Yoodzaawa.
      O encontro reuniu representantes das comuni-
                                                                                 Alguns resultados e encaminhamentos
      dades de toda a região do Içana, desde a foz,
      Alto Içana e afluentes Cuyarí e Ayarí. Comparece-                          Ao final do encontro foram encaminhados as se-
      ram no evento professores, alunos, lideranças das                          guintes propostas:
      associações, representantes de instituições gov-
                                                                                  Carta de Manejo de Pesca para as comunidades.
      ernamentais como SEIND, FUNAI-SGC e parceiros
      como o Instituto Socioambiental - ISA.                                      Definição de localidade de Centrais de Abasteci-
                                                                                   mento.
      Durante os três dias de evento, os participantes
                                                                                  Carta de Consentimento Prévio para o Projeto
      poderam participar de grupos de trabalho que
                                                                                   MANAKAI.
      trataram assuntos como: Educação, Sustenta-
      bilidade/Saúde, Cultura e Identidade, Economia,                             Carta para SEIND sobre a necessidade de apoio
      Política e Gestão Territorial. E nas noites acon-                            aos estudantes Baniwa e Coripaco nas univer-
                                                                                   sidades.
      teceram palestras e exibição de documentários
      Baniwa, como o ―Documentário sobre a musica                                 Indicação de 5 capitães para participar de en-
      Baniwa‖ na direção do Moises Baniwa de Itacoati-                             contro com governador.
      ra Mirim/SGC.                                                               Definição de equipe para elaboração do Projeto
                                                                                   para Segurança Alimentar.
      Coordenados por duas pessoas, os grupos le-
      varam os resultados das discussões para o centro                            Definição de equipe para a elaboração do Pro-
                                                                                   jeto Identidade e Cultura.
      comunitário, onde foram apresentados, discutidos
      e encaminhados pelos presentes no evento.                                   Criação da Comissão para discutir a criação de
                                                                                   um Conselho de capitães da região do Içana.
      Nas noites foram organizadas palestras como pes-
      soas indicadas e outras atividades culturais.                               Mudança do nome ―capitão‖ para Eenawi de
                                                                                   líderes responsáveis eleitos pelas comunidades.
SUSTENTABILIDADE
Produção de alevinos na Estação EIBC Z O O M

                                                                                   Escola Pamáali sem inter-
                                                                                   net desde setembro de
                                                                                   2011.



                                                                                   Durante esses últimos me-
                                                                                   ses a internet ficou com
                                                                                   problemas. Motivo que difi-
                                                                                   cultou a comunicação e a
                                                              © ELTON JOSÉ/EIBC    atualização das páginas
                                                                                   na escola na internet, co-

N    esse ano, a Estação de Pisicultura EIBC produziu 72 mil alevino, as es-
     pécies reproduzidas foram: 46 mil alevinos de Aracú de três pintas
(Leporinus Agassizi) e 26 mil de Jandiá (Randian Iaukidi).
                                                                                   mo as redes sociais e blog.
                                                                                   Apesar das tentativas de
O método de reprodução Asiática, foi o procedimento usado pelos téc-
                                                                                   contato com a Central de
nicos da estação para conseguir esse número. Em poucas semanas, os ale-            Atendimento da Embratel,
vinos já estavam transferidas das incubadoras para os viveiros-berçarios da        desde ano passado não
estação.
                                                                                   foram suficientes para re-
Segundo o Juvêncio Cardoso, Coordenador Técnico e professor de Pisicultu-          solver problema.
ra da EIBC-Pamáali, as tentativas tiveram bom resultados. ―Apesar de não
conseguirmos as piracemas, conseguimos reproduzir as espécies que temos            No inicio desde ano, foram
na escola. Conseguimos resultados positivos. Os alunos e principalmente os         retomados as tentativas,
novos monitores técnicos da estação participaram da atividade de repro-
dução‖- disse.
                                                                                   passado meses, a escola
                                                                                   depois de muito esforço
Por falta de meios de transporte fez com que a equipe perdesse as pirace-
mas, o que não tinha acontecido nos anos passados ( A estação perdeu o             conseguiu apresentar a
motor e boteno ano passado).                                                       demanda de manutenção
Desde o inicio de funcionamento a Estação de Pisicultura vem servindo co-          e troca de equipamentos
mo ambiente de ensino-aprendizagem na Escola Pamáali. Os alunos partic-            do Ponto de Presença EIB-
ipam as atividades de todas as fases de reprodução, como no manejo dos             C/GESAC.
peixes nos viveiros de engorda da escola.
                                                                                   Até na data (inicio de ju-
                                                                                   nho), quando a edição
                                                                                   desse boletim foi fechada,
                                                                                   o técnico ainda não tinha
                                                                                   chegado na escola.



                       © Adeilson Lopes/ISA




                                                              © Elton José/EIBC
                                              Grupo de Atividade de Piscicultura da Escola Pamáali realizando trans-
                                              ferência de peixes para outra represa. Foram transferidos mais de 2 mil
                                              peixes das espécies de jandiá, domé, Aracú, araripirá e koana.

                          © Elton José/EIBC
SUSTENTABILIDADE

                      Escola Pamáali implantou mini-usina hidro-cinética para




                                                                                                                                            ©ADEILSON LOPES/ISA
©ADEILSON LOPES/ISA




                      D     esde que o Ensino Médio foi implantado na Escola Pamáali , ainda que anexa à Escola de Assunção do Içana,
                            foi também criado o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Kaalikattaadapa—CPDEK, com objetivo de se
                      tornar um espaço de formação e incentivo a inovação e pesquisa aos alunos do ensino médio. Desde então, várias
                      experiências e pesquisas vem sendo desenvolvidas. Como a extração de oleo de patauá (Oenocarpus bataua) e
                      Warhe. E nos últimos anos, por meio de um grupo de pesquisa (alunos), coordenado pelo professor Juvêncio Cardo-
                      so e incentivo/colaboração de várias pessoas (Adeilson Lopes/ISA, Gustavo Tosello Pinheiro, Jorge Nava) e com
                      apoio financeiro da CAFOD (Agência Americana para o Desenvolvimento), através do Programa Indígena/
                      Mudanças Climáticas foi instalado a turbina hidro-cinética na EIBC-Pamáali. Com capacidade para gerar 1000
                      watts. A turbina foi instalada a 2 km da escola em um igarapé. A turbina foi adquirido no Vietnã, outro lado do
                      mundo (no continente Asiático), pelo Instituto Socioambiental-ISA, que vem apoiando essa iniciativa. A proposta é
                      expandir essa experiência para a região do Rio Içana, e futuramente para o Rio Negro. Essa tecnologia deve ser
                      implantada na região, pois, ajudaria bastante na redução de emissão do dióxido de carbono (co 2), e consequen-
                      temente colaboraria na luta contra a crise planetária (Mudanças Climáticas), efeitos que estamos começando a
                      sentir hoje na região.


                      RECURSOS PESQUEIROS: Carta de Proposta de Manejo de Recursos Pesqueiros para a
                      subsistência dos Povos Baniwa e Coripaco na região do Içana e afluentes.


                      A     carta de “Proposta de Manejo” completará 4 anos em 18 de julho. O docu-
                           mento foi elaborado com base nos resultados do Projeto Kophe Koyanaale,
                      pesquisa realizada em algumas comunidades de abrangência da Organização
                      Indígena da Bacia do Içana- OIBI, no período de 2005 a 2008.

                      Os dados apontaram que apesar da maioria dos pescadores afirmarem que as pes-
                      carias ainda são ―ótimas‖, pescar tem se tornado uma atividade que começa a
                      exigir do pescador mais tempo para conseguir o alimento para o sustento da famí-
                      lia. Os mais velhos em seus depoimentos, afirmam que antigamente ainda existia
                      mais peixes do que hoje.

                      O recurso pesqueiro está ficando cada vez mais escasso no Içana. E os motivos para isso são vários, dede o uso ina-
                      dequado de instrumentos de pesca, até ao aumento da população Baniwa e Coripaco, com estimativa de 100/
                      ano. A OIBI na assembleia realizado em julho de 2008, através de um grupo de trabalho discutiu e elaborou propos-
                      tas de manejo para enviar para as comunidades e associações da região para participar da discussão e implemen-
                      tação da proposta. Na região dos lagos, dois lagos considerados importantes para a reprodução e distribuição de
                      peixes para a bacia foram ―escolhidos‖, para preservação. Mas, depois de 4 anos, as pescarias continuam sendo
                      praticadas intensamente, principalmente na época de seco.

                      E pior, somente neste ano, depois do Encontro Baniwa e Coripaco, realizado em Castelo Branco, que algumas asso-
                      ciações da região se comprometeram a levar a carta para apresentar e discutir nas comunidades onde atuam.
                      Muitos nesse evento, afirmaram não ter conhecimento do documento. Mas, a boa notícia é que a maioria dos parti-
                      cipantes consideraram importante a implementação dessa proposta na região, pois, o problema não é somente na
                      área de atuação da OIBI, mas, em toda a bacia do Içana.
SUSTENTABILIDADE
  Núcleo de Gestão e Empreendedorismo                                                   Pimenta Baniwa
©RAIMUNOD BENJAMIM




                                                                                         Apesar de ter iniciado
                                                                                        desde o ano passado, a
                                                                                        construção da casa de
                                                                                        pimenta da escola
                                                                                        Pamáali vem tendo
                                                                                        paralizações, especial-
                                                                                        mente nos meses em que
                                                                                        a escola entrou de reces-
                                                                                        so no final do ano pas-
                                                                                        sado.

                                                                                        Na primeira etapa letiva deste ano foi dado a con-
                                                                                        tinuidade da construção. Até ao final da etapa os
                                                                                        trabalhos estavam bem avançados. E terá uma
                                                                                        equipe para continuar os trabalhos durante a entre-
                 Elton José, novo Gerente do Núcleo de Gestão e Empreendedorismo.       etapa, que será nos meses de junho e julho.


                 E    lton Jose, 22, ex-aluno da Escola Pamáali (Turma 2007), assumiu
                      em março deste ano, na primeira etapa letiva, o Núcleo de
                 Gestão e Empreendedorismo Indígena, substituindo o Armindo Brazão
                                                                                        A expectativa é que a casa fique pronta ainda em
                                                                                        julho. E quando a escola voltar para a segunda eta-
                                                                                        pa letiva na primeira semana de agosto, a casa já
                 da Organização Indígena da Bacia do Içana—OIBI, que ocupou o
                                                                                        estará concluído.
                 cargo deste 2011.

                 O Núcleo de Gestão e Empreendedorismo Indígena, foi criado em          Para que isso aconteça a coordenação da escola e
                 2008, com a finalidade e objetivo de promover a formação dos alunos    ténica está priorizando como nunca a construção. E
                 do ensino médio do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Kaali-         as atividades de plantio de pimenteiras já
                 kataadapa em Gestão de Negócios, identificando oportunidades e         começaram (ver na página seguinte).
                 necessidades para atender a demanda da escola e das comuni-
                 dades.                                                                 A previsão de lançamento da Pimenta Baniwa no
                 Apesar de estar há alguns anos funcionando, o Núcleo vem aos           mercado está prevista para o segundo semestre des-
                 poucos se estruturando nesses ultimos anos. E com a entrada da nova    se ano. E será mais um produto da marca Arte Ba-
                 equipe para o Núcleo, a expectativa é que as propostas e objetivos     niwa.
                 comecem a ser alcançados.
                                                                                        Mas, ainda faltam superar alguns desafios para che-
                 Com esse objetivo, atualmente as atividades realizadas pelo núcleo
                                                                                        gar até lá. Diante disso a Escola Pamáali, por meio do
                 são: Construção da Casa de Pimenta e início de plantio de pimen-
                 teiras na escola Pamáali.                                              Núcleo de Gestão junto com a rede de parceria está
                                                                                        se esforçando para que o produto chegue na mesa
                 Além de Gerente de Núcleo, o Elton é estudante do ultimo curso de
                                                                                        do resto do Brasil ainda nesse ano.
                 ensino médio do CPDEK. E ainda acumúla cargos de Monitor Técnico
                 e líder da turma com qual estuda.




                     Gráficos EIBC 2012
                                                                                                                                             ©Elton José




                 ©Elton José




                                                                                                    Outros: Em 2012, a Escola Pamáali recebeu um aluno da
                                                                                                    etnia Tariano, vindo do Rio Tiquié.
SUSTENTABILIDADE
                        Wadiatsenakha wadeenhi Aatti ipana Pamaalinomanaa
                                                                                    L  hiada hamolikeehe wadiatsenakha wadeenhi lhia
                                                                                       Atti ipanawaa ayahaa Pamaalinomanaa. Ñamepi-
© ADEILSON LOPES/ISA




                                                                                    atsa matsiakanhe wadenhipiakanoadani pawalhialiko,
                                                                                    kadzaokaro wadiapiatsenakha ni.

                                                                                    Wadeepena wattaitaka ni pandza. Tsopetsatha watsa
                                                                                    kanakaika wapedza. Lhiada wakeñoetaka wanoka Pa-
                                                                                    malirhe, wadiatsenakha whereeta nhaa lipheedawa.
                                                                                    Waparatsakha malama itsikole lipananawa.

                                                                                    Neenika nhaa paana ikadzeekatakakapewa ideenhiri-
                                                                                    kani, nhaa paana nakitsindata katseeka nhaa. Lhia
                                                                                    Aphemi, ikadzeekatakaita Pamaaliriko nheette Elton Jo-
                                                                                    sé, ikatsa nhaa ikapakape naika nhaa idenhikape.

                                                                                    Matsiatsa phiome liakawa lhiehe idenhikhetti walhio.
                                                                                    Manopetsakha waanheka ianhekhetti walhiwawa. Ima
© JUVÊNCIO CARDOSO




                                                                                    horeka pakapaka ianhekhetti padeenhikadanako.

                                                                                    Wapietawatsa      wanotsenakha, ikatsa pandzawatsa
                                                                                    wattaitaka lhie pantti. Kadzodali ima wakeñoetena
                                                                                    tsakha wapanaka aati ayanha wadzakaleriko Pamáali.
                                                                                    Nheette phia ileekada lhiehe, kanakai tsakha piapiñee-
                                                                                    taka linako, ima pada idenhikhetti matsiadalika watsani
                                                                                    walhio ayaha wemakawaliko.

                                                                                    Neenideena phiome nhaa littadawa, nadeenhix-
                                                                                    oopape watsa nhaa idenhikawapewatsa lirikoda. Lhia
                                                                                    wamolittoehe likeñoena watsa lhia lidenhikanaa ayaha
                                                                                    Pamaalinomanaa.



                       160 pés de pimenta foram plantada na primeira etapa
                       Em 2011 a atividade não foi realizada e nesse ano, na primeira etapa
                       foram feitas 6 jardins de pimentas na Escola Pamáali.

                       O Elton José, responsável e um dos monitores técnicos disse que a meta
                       da etapa era chegar em 200 pés, e foram plantadas 160 pés. As pimen-
                       teiras vieram das comunidades de São José, Jandú Cachoeira e Maúa
                       Cachoeira, encomendadas com as mães dos alunos.

                       Segundo, o Elton, o próximo passo será a abertura de uma roça de pi-
                       menta na area da escola, onde os pés de pimenteiras serão dobrados.
                       ―Estamos planejando uma roça de pimenta na area da escola,
                                                                                            Aluna da escola plantando pimenta na Escola Pamáali.
                       onde poderemos aumentar o número de pimenteiras‖-disse.

                       A escola Pamáali está finalizando a construção (ver o texto acima),
                       e a previsão de funcionamento está prevista para o segundo semestre desse ano. A meta para esse ano é lan-
                       çar a Pimenta Baniwa com pimenta produzida na EIBC.

                       Você sabia?
                       Chefs de cozinha desfrutaram da poderosa Pimenta Baniwa em São Paulo. O evento ocorreu no dia 23
                       de agosto de 2011 e foi uma etapa de testes para o aprimoramento do plano de lançamento da
                       ―Pimenta Baniwa" no mercado, previsto para o segundo semestre de 2012. Tudo foi preparado com an-
                       tecedência pelo ISA e pela OIBI, com apoio da Eibc-Pamáali. O Chef Alex também convidou outras 13
                       pessoas para a degustação, entre eles oito chefs e outros apreciadores da boa gastronomia. A jiquitáia
                       foi provada em combinação com macaxeira frita, peixe e abacaxi.
ACONTECEU
 Merenda e material escolar chega nas Escolas do Rio Içana, somente em maio, além de atrasado, incompleta.




                                                                                                                                  © JUvÊNCIO CARDOSO
A última vez que os alunos das escolas da região do Içana receberam merenda escolar, foi exatamente
um ano atrás. A remessa para o segundo semestre de 2011 não chegou. Apesar de a Secretaria de Edu-
cação pedir para os professores passarem lá para pegar a merenda no final do ano ou inicio de desde
ano, mas, não é a mesma coisa e não justifica o atraso e a não chegada nas escolas.

E Nesse ano parece que não sera diferente. As aulas na maioria das escolas iniciaram na primeira ou se-
gunda semana de março. Mas, a merenda e material chegaram apenas na segunda quinzena de maio.
E para completar, incompleta. Segundo os responsáveis, alguns itens não vieram porque os fornecedores
ainda não tinham entregado ainda para a secretaria, e que iriam ainda entregar. Na foto acima, barco
de entrega da merenda no porto da Escola Pamáali, no dia 23 de maio .



Fique sabendo…
Depois de formar a IV turma de ensino fundamental em 2009, a
escola Pamáali está se preparando para V Formatura, que acon-
tecerá no final deste ano. E desde que o ensino médio começou
a funcionar como Sala de Extensão da Escola Estadual Nossa Sen-
hora de Assunção em 2008, neste ano também será ano de
formatura da II turma. Mas, será a primeira vez que acontecerá
formatura de turmas de ensino fundamental e médio na EIBC. A
primeira turma de ensino médio, desceu para a sede (Assunção)
em 2010. para fazer a formatura.

O evento está previsto para final do ano, depois da Assembléia
                                  Geral e Eletiva da Associação
                                  do Conselho da Escola
                                  Pamáali—ACEP, que qcontecerá na terceira etapa
                                  letiva, nos meses de outubro a dezembro de 2012. A
                                  data ainda será definida pela coordenação da escola
                                  junto com a diretoria da ACEP para depois ser divulga-
                                  da na próxima etapa letiva.




                                               AGENDA PAMÁALI               2012
Maio/2012                     Junho/2012            Julho/2012                   Agosto/2012              Setembro/2012

- Visita e Troca de experi-   - 08 – Encerramento   - Entre-etapa.               - Segunda semana, ini-   - Semana da patria em
encia na Escola Pamáali       da primeira etapa                                  cio da segunda etapa     Macedônia/Rio Ayarí.
                                                    - Curso de Formação de
com representantes das        letiva.                                            letiva.
                                                    professores (Licenciaturas                            - Semanas de Oficinas
etnias Xikrin e Krahô.
                                                    da UFAM).                                             de formação.
ACONTECEU




                                          © RAIMUNDO BENJAMIM                                                                                  © ELTON JOSÉ
Durante a primeira etapa letiva, foram realizadas várias atividades como: pesquisas, aulas, seminários e atividades de campo.
Todas elas com objetivos voltados para a formação dos jovens Baniwa e Coripaco que estudam na Escola Pamáali.


Dia 19 de Abril foi comemorado na                      Seminário de Avaliação do Curso                         Laíse Diniz deu uma palestra aos
Escola Pamáali. Alunos e professores                   de Licenciatura Intercultural da                        alunos do ensino médio da EIBC
organizaram uma programação es-                        UFAM.                                                   sobre “Relações e Trajetórias de
pecial para comemorar o 19 de abril,                                                                           jovens Baniwa da Escola
dia do Indio. Foram realizados jogos e                 Professor Alfredo Brazão participou                     Pamáali”. Tema de dissertação
brincadeiras. A noite, as turmas                       do Seminário de Avaliação do                            de Mestrado em Antropologia
apresentaram números sobre assuntos                    Curso Políticas Educacionais e                          Social pela Universidade Federal
variados, como cantos e drama-                         Desenvolvimento Sustentável, re-                        do Amazonas—UFAM, a pesquisa
tizações.                                                                                                      envolveu alguns ex-alunos da es-
                                                       alizado pela Universidade Federal
                                                                                                               cola Pamáali, que buscou
                                                       do Amazonas, nos dias 03 a 05 de
                                                                                                               conhecer as histórias de trajetórias
                                                       maio em Manaus
Dia das Mães foi comemorado na                                                                                 e relações desses jovens antes e
Escola Pamáali. O dia dedicado as                                                                              depois de vida escolar na EIBC.
                                                      Banda Pamáali foi formada na primeira
mães também foi um motivo que re-
                                                      etapa letiva. Coordenado pelo Elton                      A pesquisa procurou conhecer e
uniu os alunos e professores da escola
                                                      José, o grupo é formado por alunos da                    entender as fases da juventude
para comemorar. Organizado pelos                                                                               na cultura Baniwa. Passando por
                                                      escola. As primeiras musicas já foram
alunos, a programação foi recheado
                                                      apresentadas no encerramento da                          como a escola é entendido pelos
de apresentações de cantos e brin-                                                                             pais e para a sociedade Baniwa.
                                                      primeira etapa letiva.
cadeiras.



Equipe de Saúde do Pólo Base de Tucumã realizaram atendimento na EIBC. Durante a primeira etapa letiva a escola
recebeu duas vezes a equipe de saúde do Pólo Base Tucumã. Nas visitas de atendimento, a equipe deu palestra aos
alunos e professores sobre os cuidados necessarios à saúde.


 Escola Pamáali: Uma educação que se consolida na prática, aberta à construção do próprio modelo educativo, incen-
tivando os alunos a avaliar criticamente o que está sendo ensinado e a participar ativa e continuamente da escola, preparan-
   do e capacitando profissionalmente nossos jovens alunos para viver as questões importantes do presente, confirmando,

                                          entretanto, o valor do passado e a história do nosso povo.




 Expediente:
 Pitsiro Pamáali. |Edição e Design: Raimundo M. Benjamim | Textos: Raimundo M. Benjamim, Valdecir Miguel, Rosimere Lourenço, Josivaldo Paiva, Ismael
 Braga, Verônica Garcia, Auxiliadora Rivas, |Fotos: Adeilson Lopes/ISA, Elton José, Raimundo Benjamim, Juvêncio Cardoso, Francinaldo Farias, Laise Diniz/
 ISA|Revisão: Raimundo M. Benjamim, Juvêncio Cardoso, Cleunice Apolinário, Elton José da Silva e Francinaldo Farias.

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Pitsiro 2 2012 final

  • 1. PITSIRO PAMÁALI Boletim Informativo da Escola Indígena Baniwa Coripaco Pamáali. N° 4. Edição 2/2012 EIBC– Pamáali lançou o primeiro livro da série Kaawhiperi Yoodzawaaka ©Laíse Diniz/ISA A EIBC– Pamáali inaugurou a Série Kaawhiperi Yoodzawaaka com o Lançamento do livro O que a GENTE precisa para VIVER e ESTAR BEM no mundo, em São Gabriel da Cachoeira e Cas- telo Branco ainda no começo do ano. A coleção é composta por 13 monografias, resultado de anos de pesquisas realizados pelos alunos do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Kaa- likattaadapa -CPDEK e coordenado por professores da Escolas Baniwa e Coripaco. A série 1 traz versão em Baniwa e Português. © RAIMUNDO BENJAMIM © RAIMUNDO BENJAMIM A escola Pamáali recebeu visitas durante o primeiro semestre deste Escola Pamáali na primeira etapa letiva realizou seminários ano. Apesar de chegarem com um objetivo de trabalho como a de apresentação de pesquisas desenvolvidas por grupos de equipe da escola Heriene (Oficina), Laíse Diniz (consultoria), foram alunos. Na foto, aluno Genivaldo Pereira apresentando so- chamadas de visitas. Na foto grupo Koikwa, na EIBC na primeira bre as ―Fontes de Energias Limpas‖, durante um seminário semana de maio. na escola. Equipe Austríaco visitou escola Pamáali em abril Intercambio de experiência do Grupo Koikwa (Povos Xikrin e Krahô) na Escola Pamáali Rede de Escolas Baniwa e Coripaco realiza oficina de organização e revisão de material para publi- cação das Escolas Herieni e Kayakaapali. Escola Pamáali instalou mini-usina de hidro-cinética Publicações| Escola Pamáali | Movimento Indígena | Sustentabilidade| Aconteceu
  • 2. EIBC- Pamáali 2012 Editorial Chegamos a mais uma edição do Pitsiro Pamáali. Coordenador Geral Esse número cobre as principais atividades e acon- Raimundo M. Benjamim tecimentos do primeiro semestre deste ano, refer- ente à primeira etapa letiva. Coordenador Adjunto Alfredo Brazão A primeira etapa letiva aconteceu entre março à primeira quinzena de junho. As próximas duas etap- Administrador as acontecerão no segundo semestre. Tiago Pacheco A Escola Pamáali começou o ano (em Março) com Relacionamentos Institucionais o lançamento da Públicação 1 da Série Kaawhiperi Juvêncio Cardoso Yoodzawaaka em São Gabriel da Cachoeira no inicio de março. E semanas depois, em Castelo Orientadora Pedagógico Branco, no Encontro Baniwa e Coripaco, realizado Cleunice Apolinário pela Coordenadoria das Associações Baniwa e Conselheiro Educacional Coripaco– EIBC, a manchete desta edição. Abraão Mendes Viera E nesse ano, a escola recebeu mais duas turmas de Núcleo de Gestão e Empreendedorismo Indígena alunos, uma de Ensino fundamental e de Ensino médio. Com a chegada dessas turmas, somam-se Elton José atualmente sete turmas, com 78 alunos no total. Visitas, oficinas de formação, atividades de sus- tentabiliade, experiências e curiosidade com- pletam essa edição do Pitsiro Pamáali. E para que o nosso boletim fique cada vez melhor e conhecido, contamos com você nosso leitor na divulgação, sugestões e críticas. Boa leitura! CONTATOS Raimundo M. Benjamim escolapamaali@gmail.com Editor e Coordenador Geral da Escola Pamáali pamaali.wordpress.com __________________________ Raimundo M. Benjamim Responsável pelo Boletim benjamimray.cabc@gmail.com Pitsiro Pamáali é uma publicação do Setor de Comunicação da Escola Pamáali. Sem periodici- __________________________ dade. Os autores de textos são alunos e professores da escola. Circula nas comunidades na forma impressa e digital por e-mail e no blog da escola. Os textos podem ser reproduzidos para Em São Gabriel da Cachoeira: fins educacionais (palestras, aulas, pesquisas), desde que a fonte seja citada. As imagens são de autoria reservada aos autores. Os artigos de opinião são de responsabilidade dos autores, não Fones: (97) 8124-9785/3471-1156 refletem necessariamente a visão da Escola Pamáali sobre os assuntos. REALIZAÇÃO PARCERIA APOIO
  • 3. PUBLICAÇÕES EIBC– Pamáali lançou o primeiro livro da série Kaawhiperi Yoodzawaaka © LAÍSE DINIZ/ISA © RAIMUNDO BENJAMIM Da esq. pra direita: Livro Kaawhiperi Yoodzawaaka no balaio durante o lançamento e Juvêncio, um dos organizadores apresentando ao público presente o livro em São Gabriel A pesar de a Escola Pamáali já ter públicado al- guns livros, como o ―Kophenai Nako‖, antes, foi a primeira vez que lançou uma obra em diferentes O livro aborda assuntos variados relacionados ao Mane- jo de Recursos e Ambientes importantes para viver e es- tar bem no Mundo. Reúne 13 monografias de alunos de lugares e públicos. ensino médio, trabalho iniciado em 2005 que contou No final de 2011, na última etapa, o livro 1 da série com a colaboração de várias pessoas ao longo do pro- Kaawhiperi Yoodzawaaka foi apresentando pela cesso de construção. primeira vez aos alunos numa cerimônia de lan- Kaawhiperi Yoodzawaaka, nome da série é como os çamento na própria escola. Baniwa-Coripaco chamam à vitalidade e interde- No dia 2 de março deste ano, foi organizado um lan- pendência entre os diferentes seres, objetos, ambientes, çamento em São Gabriel da Cachoeira, onde par- bens, que são importantes para viver e estar bem na ceiros com a FOIRN, ISA, FUNAI/SGC, SEDUC/SGC, bacia do Içana e no mundo. O termo é talvez a ex- SEMEC, IDAM e a imprensa local compareceram ao pressão Baniwa-Coripaco que guarda uma relação Espaço Público do ISA, onde o evento foi realizado. mais estreita com o conceito de biodiversidade segun- Na ocasião, as instituições participantes, receberam do os jovens Baniwa que participaram na construção da as duas versões do livro. obra. Os organizadores deixam claro que o termo (biodiversidade/Kaawiperi Yoodzawaaka) poderá ser E três semanas depois, o livro foi apresentando no aprimorado na medida em que mais pessoas começem ―Encontro Baniwa e Coripaco‖, realizado pela Coor- a participar da construção e passar a fazer parte do denadoria das Associações Baniwa e Coripaco— vocabulário diário dos Baniwa e Coripaco. CABC, na comunidade de Castelo Branco, Médio Içana. Na cerimônia, todas as comunidades partici- A série promete mais edições para esse ano das esco- pantes, que somaram mais de 30, receberam as las: Escola Herieni da comunidade Ukuqui do Alto Ayarí versões do livro em Baniwa e Português. e um da Rede de Escolas Baniwa e Coripaco, que pre- É a primeira vez que o público Baniwa e Coripaco tende reunir monografias de várias escolas que fazem folheia um trabalho da Escola Pamáali, por meio do parte da rede. Que é uma forma de contribuição dos Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Kaali- povos do Rio Negro na discussão das questões im- kattaadapa—CPDEK, nas versões em Baniwa e Portu- portantes na atualidade. E um convite para pensar por guês. O que não aconteceu com o Livro Kophenai um momento: O que a gente precisa para viver e estar bem no mundo? Nako, que saiu somente em Baniwa. Koaka wakanakaitali WEEMAKARO nheette MATSIAKARO WHAA aaha HEEKOAPI riko?
  • 4. ESCOLA PAMÁALI Equipe Austríaco visitou a Escola Pamáali e algumas comunidades Baniwa do Médio Içana. ©ELTON JOSÉ Professores da escola Pamáali conversam com os visitantes Austríacos na Escola Pamáali, abril de 2012. Histórico O desejo de conhecer o Içana pelo Heinz Grüber e irmãos, aconte- ceu há sete anos atrás , numa viagem de comemoração de seus 60 anos com seus melhores amigos no Rio Solimões (AM). E no meio destes aventureiros, estava o fotógrafo Pedrão (Pedro Mar- tinelli), conhecido pelos Baniwa, na época da demarcação, arte baniwa e outras viagens pelo Içana com lideranças da OIBI. Um dos ícones da fotografia com suaa especialidade, a Amazônia. E numa das ocasiões , disse ao Heinz que existe um lugar que valeria apenas conhecer antes de ―partir‖, o Rio Içana e seus povos. De lá, o Heinz ©RAIMUNDO BENJAMIM nunca desistiu de conhecer o Içana. Para concretizar ―sonho‖ de vinda para a região do Içana, foi forma- lizada em forma de convite, assinada pela coordenação da escola, lideranças Baniwa e apoiada pelo Instituto Socioambiental. A visita A equipe composta por seis pessoas (Heinz, dois irmãos, um amigo de São Paulo e sua esposa), acompanhadas pelo Adeilson Lopes/ISA e André Baniwa chegaram na escola Pamáali no dia 13 de abril, de- pois de dois dias de viagem. Na escola conheceram os setores de atividades como a Estação de ©JUVÊNCIO CARDOSO Piscicultura, Trilha de Ciências, Viveiros de peixes, Telecentro, Casa de Ciências, Secretaria e Administração. Ainda tiveram um período do dia de aventura no igarapé Pamáali. Foram programadas apre- sentação de dramatizações e danças tradicionais nas ―noites cultu- rais‖. . Visita para comunidade também foi incluída na programação que foi realizado no domingo (15/04) para Maúa Cachoeira. E no en- cerramento a avaliação da visita foi positivo tanto por parte da coordenação da escola e como para os visitantes. Desceram na escola no dia 17/04. ©ELTON JOSÉ
  • 5. ESCOLA PAMÁALI Representantes dos Povos Xikrin e Krahô visitaram a Escola ©JUVÊNCIO CARDOSO © RAIMUNDO BENJAMIM Na foto, da esq. para dir. Visitantes apresentando videos e Reunião de Apresentação do histórico da Escola Pamáali. A Escola Pamáali recebeu visitantes, representantes dos povos Xikrin ( Pará) e Krahô (Tocantins) nos dias 03 a 05 de maio. ZO OM A proposta de intercambio foi encaminhada pelo professor Fran- > Em 2012, o número de alunos da klin Paulo (ex-professor da EIBC), a coordenação da escola no Escola Pamáali subiu para 78. A inicio do ano e formalizado apenas em março. escola só havia conseguido che- Composto por professores e alunos, o grupo ―Koikwa‖, acompa- gar nesse número em 2005. nhando pelo Franklin, Rosiclaúdio - Coordenador da CTL de Tunuí Cachoeira, Tulio da FUNAI/SGC e Raylene Andrade, chegou na Escola Pamáali no dia 03/05. Foram recebidos com cantos pelos > De 2000 a 2012, a Escola alunos da escola, no centro comunitário. Pamáali atendeu alunos vindos de No dia 04/05, caminharam para conhecer os setores de ativida- 39 comunidades da bacia do Iça- des da escola, como o viveiro de mudas, estação de piscicultura, na. Hoje, 2012, atende alunos de trilha de ciências, viveiros de engorda de peixes e outros. 19 comunidades. No mesmo dia, conheceram o histórico da escola Pamáali, apre- sentado pelo professor Juvêncio Cardoso, presidente da ACEP. Onde além do que conheceram no campo, foi lhes apresentado > Desde 2004, ano de conclusão o processo histórico de discussão, implantação e implementação da primeira turma da escola até da escola. agora 2012, (em quarto turmas for- E os visitantes por sua vez apresentaram aos alunos e professores madas), três ex-alunos já assumi- documentários sobre rituais que realizam nas comunidades de onde vieram. Comentaram cada vídeo passado. ram o cargo de Coordenador Geral (Juvêncio Cardoso/2008, Antes de saírem de volta, foi realizado o momento de considera- Vigico Rivas/2010 e Raimundo Mi- ções finais e agradecimentos. Segundo, os visitantes, por apenas um dia que ficaram, conheceram várias experiências que guel/2012). servirão de inspiração para desenvolverem atividades nas suas comunidades. > Desde a implantação da Es- O intercambio foi fundamental para fortalecerem as iniciativas que estão fazendo, diante de muitos problemas que estão en- tação de Piscicultura já foram frentando, como a Construção da Barragem do Belo Monte, In- produzidas mais de 1 milhão de vasão constante dos madeireiros em suas terras e outros proble- alevinos. mas que enfrentam. Saíram da escola, debaixo de muita chuva, no dia 05/05, sába- do, para continuar a programação de visita em outras escolas. Todo aluno formado na Escola Pamáli apresentou monografia com temas relacionados à cosmologia Baniwa e Coripaco, história, organização social e manejo. Neste ano (2012), 26 alunos de Ensino fundamental irão concluir o curso de Ensino fundamental.
  • 6. ESCOLA PAMÁALI Escola Pamáali recebeu mais alunos neste ano ©RAIMUNDO BENJAMIM ©RAIMUNDO BEJNAMIM Alunos do Novatos do Ensino Fundamental, que chega- Alunos do ensino médio (1ª e 2ª série), da Sala de Exten- ram em na Escola Pamáali em março deste ano. são de Escola Nossa Senhora de Assunção do Içana. A escola Pamáali recebeu mais duas turmas de alunos neste ano , uma de ensino fundamental e ensino médio. Os alunos se increveram no final do ano passado, e chegaram na primeira etapa letiva, com os demais alunos ―veteranos, como são chamados quando chegam novas turmas de alunos. O número de alunos passou para 78 (com alunos de ensino fundamental e somados com alunos do ensino médio). Os alunos novatos são da faixa etária de 10 a 21 anos. É a primeira vez que a escola recebeu alunos das comunidades Coripaco: Matapí, Coracy e Pana-Panã do Alto Içana. Na primeira semana os ―calouros‖realizaram o reconhecimento da area da escola. Professores da Escola Pamáali 2012 N este ano, houve apenas duas mudanças no Quadro de Professores em relação a do ano passado, saíram do quadro o professor Arcindo Brazão e Abílio Júlio (Secretário). O primeiro ficou na Escola Pamáali por três anos (2009-2011), e o segundo ficou apenas um ano. Houve, também algumas mudanças na ocupação de cargos da organização interna. O professor Raimundo Mi- Raimundo M. Benjamim Abraão M. Viera Cleunice A. Venceslau guel Benajmim, passou para o Cargo de Coor- denador Geral, Alfredo Brazão para Coordenador Adjunto, Tiago Pacheco para cargo de admin- istrador. E as novidades no quadro deste ano são: Elton José que assumiu o Núcleo de Gestão e Em- preendedorismo, o professor Francinaldo (para Ensino Médio) e professora Cleunice Apolinário. Os auxiliares de escola contratados são: Terezinha Custódio Paiva da comunidade Juivitera Alfredo M. Brazão Roberto Miguel Tiago Pacheco (cozinheira) e Roberto Miguel (Serviços Gerais) da comunidade de São José. Apesar de reivindicado com a SEMEC/SGC, a es- cola não conseguiu um Secretário para esse ano, com a justificativa de que o número de alunos nesse ano é pouco (51 do ensino fundamental). Segundo, a Secretaria de Educação uma escola só pode contratar um secretário se tiver um Juvêncio Cardoso—Dzoodzo Francinaldo Farias Terezinha C. Paiva número acima de 100. FOTOS: ACERVO EIBC
  • 7. ESCOLA PAMÁALI Seminários na Escola Pamáali ©RAIMUNDO BENJAMIM Na foto acima, aluno Genivaldo Pereira, do 9º ano de fundamental e do GT Inovação e Sustentabilidade da Escola Pamáali, apresenta sobre Energia Elétrica– Fontes de Energia Limpa. U m trabalho a mais. Alunos organizados em grupos temáticos relacionados à atividades ©RAMUNDO BENJAMIM que o grupo desenvolve no campo, além de fazer os ―deveres de casa‖, ainda passam mais um tem- po pesquisando em livros, organizado e realizando entrevistas com os professores, e depois, em grupos discutem e tiram suas conclusões sobre um tema de interesse. O resultado é organizado em slides usando o power point e, é apresentado no ―Seminário da Semana‖, aos alunos e professores da escola. A prática já é usada na escola há alguns anos. Mas, somente nesse ano, passou a ser considerada ―prioritária‖, como forma de ―complemento‖, à prática de ensino– aprendizagem que a escola Alunos organizando as apresentações usando programas de computador (power point). desenvolve com seus alunos. Os temas abordados nesses trabalhos são diversos. ©RAMUNDO BENJAMIM Desde as práticas de Saneamento Básico, passan- do pelas técnicas de reprodução de peixes até al- ternativas de energia limpa. Segundo o professor Juvêncio Cardoso, essa forma de trabalho acrescenta ainda mais o conhecimen- to dos alunos e professores. E acabam fazendo séries de coisa, como a organização de apresentação usando programas de computador. ―Muitos assuntos que não são aprendidos nas aulas, acabam sendo conhecidos nas palestras, e o melhor nisso, é que esses conhecimentos são explo- rados pelos próprios alunos e nós acabamos aprendendo com eles‖- disse animado com os re- sultados dos seminários realizados na escola, nessa Professor Juvêncio Cardoso, fazendo considerações finais depois de um seminário realizado na Escola primeira etapa letiva. Pamáali. Segundo ele, alunos e professores acabam ganhando com essa forma de trabalho.
  • 8. ESCOLA PAMÁALI A Escola Pamáali recebeu alunos e professores da Escola Herieni, do Alto Ayarí. Uma semana respirando arte, história, calculos ma- © ADEILSON LOPES/ISA temáticos e produção textual. Uma semana de trabalho e aula. Para iniciar o tra- balho, a coordenação da Oficina, apresentou os pas- sos e a metodologia de trabalho para a semana. Começando pelo formato da publicação da série até orientações de como realizarem as estimativas de consumo do recurso estudado por pessoa, por família, por comunidade e na Bacia do Içana. No quadro branco, pendurado na sala, em letras maiuculas, para servir de orientação e alerta na hora Participantes da Escola Herieni em atividades durante a Oficina. Em dos calculos: ―Cuidado para não SUBESTIMAR ou SU- destaque Orlando Fontes, Graciela e professor Pedro Fontes. PERESTIMAR‖. Foram considerados as 93 comunidades A Rede de Escolas Baniwa e Coripaco. da bacia do Içana, com uma media de 20 famílias por comunidade e 7 pessoas por famílias. D epois de criada, em 2008 ao som das flautas sa- gradas na comunidade Ukuqui Cachoeira, a Rede de Escolas Baniwa e Coripaco, vem propor- Para que se tenha uma base de calculos das estima- tivas, é necessário antes de começar, avaliar o con- sumo do recurso. Tomemos como exemplo o con- cionando várias formas de fortalecimento da cultura e sumo de pimenta. ―Tem pessoas que consume pouco, consolidação da Educação Escolar Baniwa e Cori- muito e só um pouquinho‖-disse o aluno Elton José, paco na região do Içana. Um desses primeiros resulta- responsável pelo calculo do consumo de pimenta. ―E dos é a compilação da série Kaawhiperi ainda, é preciso pensar e usar as unidades de me- Yoodzawaaka, que foi inaugurada pela Escola didas conhecidas ou usadas pelas pessoas quando o Pamáali, com o Lançamento do Livro ― O que a Gen- assuntos é pimenta, como o litro, por exemplo, usada te precisa para viver e ESTAR bem no mundo‖, lan- sempre pelas mulheres produtoras de pimenta‖- com- çado na Escola Pamáali no final de 2011, em São Ga- pleta. . briel da Cachoeira e Comunidade de Castelo Branco Foi uma semana em que histórias de origem foram no mês de março deste ano. ilustradas, calculos matemáticos, textos em Baniwa e A Oficina Coripaco elaborados e compartilhados numa única sala. Nos dias 24 a 30 de abril, professores e alunos da esco- la Heriene da comunidade de Ukuqui do Alto Ayarí, ex O encerramento da Oficina foi realizada no dia 30 de -alunos da Escola Kayakaapali (atualmente alunos de abril com a participação de todos os professores e ensino médio da EIBC) e mais alunos do último ano do alunos da escola Pamáali. Onde alguns trabalhos do ensino médio da Pamáali se reuniram na Estação de encontro realizado foram apresentados. Pisicultura EIBC, na Oficina de ―Revisao de Material para Publicação‖, com objetivo de organizar materiais produzidos nessas escolas nos últimos 3 anos para os próximos números da série Kaawhiperi Yoodzawaaka. Durante 7 dias de Oficina, com a assessoria do Adeil- son Lopes do Instituto Socioambiental e coordenação do Tiago Pacheco, professor da EIBC, os participantes da Oficina produziram textos, desenhos com base nas orientações do formato da série. A Escola Heriene chegou para a Oficina com os ex- professores da Pamáali, a Nazária Andrade Montene- gro e Pedro Fontes, e mais alguns alunos. Segundo, a Naza, na Oficina foram trabalhados 18 monografias (cada monografia um tema), e para cada tema foram produzidos sete desenhos. ―Os desenhos feitos são relacionados ao recurso trabalhado, como a dis- Ilustração da origem da cobra jararaca. Desenho: Geovane tribuição na região do Içana e micro-região / Paiva/aluno de Ensino Médio. comunidade, origem e também ilustração ―-disse.
  • 9. ESCOLA PAMÁALI Escola Pamáali recebeu consultora do INEP N o rio Negro, foram selecionadas apenas duas escolas indígenas: Es- cola Pamáali e Escola Tuyuka. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas– INEP enviou uma consultoria para as escolas selecionadas com o ob- jetivo de conhecer melhor a Educação Escolar Indígena e através disso saber como poderiam ser formuladas e aplica- das as provas usadas para a Avaliação do Índece de desenvolvimento da edu- cação no Brasil. ZOOM Para esse trabalho, foi convidada a Laíse Diniz, assessora do Instituto Socioambien- tal—ISA, do Programa Rio Negro, que colabora com o Projeto de Educação no Rio Visita de despedida da Negro, desde 2001. Laíse A Escola Pamáali recebeu a consultora entre os dias 02 à 05/05. Realizando entrevis- A Laíse Diniz, chegou pela tas com professores e alunos da escola. As entrevistas foram orientadas por um ques- primeira vez na escola tionário elaborado pelo próprio INEP. Pamáali em 2001. Forma- da em Pedagogia pela Desde que foram implantadas as escolas indígenas do Rio Negro, especialmente as Universidade Federal do chamadas ―diferenciadas‖ainda não participaram das avaliações usadas pelo Min- Pará , conheceu a escola istério da Educação, como a Prova Brasil, Provinha Brasil para avaliar dar a nota da apenas como visitante. E Educação no Brasil. depois, foi convidada pa- Essas avaliações são formuladas e enviadas para todas as escolas, seja elas ra trabalhar no Instituto indígenas ou não. E com os resultados, é dada uma nota para a escola, e a média Socioambiental, para as- de todas as escolas de um municipio é que determina a nota do município e a mes- sessorar o Projeto de Edu- ma coisa acontece com os estados e consequentemente a nota da Educação do cação do Rio Negro da país, que é comparada com as notas de outros países. parceria ISA/FOIRN/OIBI. Todas as avaliações apresentadas acima, não consideram as ―diferenças existentes‖ Com uma atuação inicial- das entre uma escola indígena e não-indígena. Por isso, a reivindicação das escolas mente mais centralizada e professores indígenas é que essas avaliações respeitassem e considerassem a diver- na Escola Pamáali. Em 10 sidade, portanto, fossem diferenciados, para que elas (as escolas indígenas), partici- anos, com a criação da passem delas. Diante dessa reivindicação, o Ministério de Educação, quer saber co- Rede de Escolas Baniwa e mo fazer e aplicar essas avaliações para as escolas indígenas de todo país. Coripaco, chegou a atu- ar também em algumas Segundo, a Laíse Diniz, não é certo que o MEC vai mesmo fazer e aplicar as escolas da região, ainda avaliações para as escolas indígenas, diante da complexidade. Pois, cada escola que seja, indiretamente. teria que ter sua própria avaliação, e em muitos casos, na própria lingua do povo. E, isso, é muito complicado. Por isso considera que o caminho mais provável (indicada Em 2010, realizou seu tra- pelas pesquisas realizadas), que a avaliação teria que ser para os professores, balho de campo do curso lideranças e outros envolvidos nos projetos de educação escolar de um povo ou co- de mestrado pela UFAM, analisando as relações e munidade. trajetórias dos jovens Ba- ―A Proposta é boa, mas, é complicado, porque, as escolas indígenas são muito niwa e Coripaco (ex- diferentes de uma para a outra, ou de um povo para outro. Só pra se ter uma idéia, alunos da EIBC). na semana passada estive fazendo este mesmo trabalho, na Escola Tuyuka (alto E depois de 11 anos de Tiquié). E lá é completamente diferente do que aqui (escola Pamáli). As fichas de atuação e colaboração Avaliação dos alunos, são feitas na língua Tuyuka. Para eles, as provas teriam que com a Escola Pamáali ser na língua Tuyuka. E, a escola Tuyuka não é muito longe daqui, está na mesma (Baniwa e Coripaco), se região (do Rio Negro). Imagine uma escola de outras regiões mais distantes‖- disse. afasta para fazer outras atividades e ser mãe pela Visite nosso blog na internet primeira vez.
  • 10. MOVIMENTO INDÍGENA Encontro Baniwa e Coripaco realizado pela CABC aconteceu na comunidade de Castelo Branco nos dias 27 a 30 março. ©DANIEL BENJAMIM Grupo de Trabalho ―Política‖ (André Fernando e dois capitães) apresenta resultados de discussão para assembleia duran- te o encontra Baniwa e Coripaco em Castelo Branco. Durante o evento foram formados 6 grupos temáticos. ―Direitos e Desenvolvimento Sustentável das Comunidades‖ A comunidade Castelo Branco localizado no médio Içana, recebeu o Encontro Baniwa e Coripaco, com o lema ―Direitos e Desenvolvi- Escola Pamáali no Encontro Representado pelo Coordenador Geral, Raimundo Benjamim e mais alunos, a Escola Pamáali participou mento Sustentável das Comunidades‖, nos dias 27 das discussões relacionados à educação e outros a 30 de março, pela Coordenadoria das Associ- temas. E ainda lançou o Livro 1 da série Kaawhiperi ações Baniwa e Coripaco – CABC. Yoodzaawa. O encontro reuniu representantes das comuni- Alguns resultados e encaminhamentos dades de toda a região do Içana, desde a foz, Alto Içana e afluentes Cuyarí e Ayarí. Comparece- Ao final do encontro foram encaminhados as se- ram no evento professores, alunos, lideranças das guintes propostas: associações, representantes de instituições gov-  Carta de Manejo de Pesca para as comunidades. ernamentais como SEIND, FUNAI-SGC e parceiros como o Instituto Socioambiental - ISA.  Definição de localidade de Centrais de Abasteci- mento. Durante os três dias de evento, os participantes  Carta de Consentimento Prévio para o Projeto poderam participar de grupos de trabalho que MANAKAI. trataram assuntos como: Educação, Sustenta- bilidade/Saúde, Cultura e Identidade, Economia,  Carta para SEIND sobre a necessidade de apoio Política e Gestão Territorial. E nas noites acon- aos estudantes Baniwa e Coripaco nas univer- sidades. teceram palestras e exibição de documentários Baniwa, como o ―Documentário sobre a musica  Indicação de 5 capitães para participar de en- Baniwa‖ na direção do Moises Baniwa de Itacoati- contro com governador. ra Mirim/SGC.  Definição de equipe para elaboração do Projeto para Segurança Alimentar. Coordenados por duas pessoas, os grupos le- varam os resultados das discussões para o centro  Definição de equipe para a elaboração do Pro- jeto Identidade e Cultura. comunitário, onde foram apresentados, discutidos e encaminhados pelos presentes no evento.  Criação da Comissão para discutir a criação de um Conselho de capitães da região do Içana. Nas noites foram organizadas palestras como pes- soas indicadas e outras atividades culturais.  Mudança do nome ―capitão‖ para Eenawi de líderes responsáveis eleitos pelas comunidades.
  • 11. SUSTENTABILIDADE Produção de alevinos na Estação EIBC Z O O M Escola Pamáali sem inter- net desde setembro de 2011. Durante esses últimos me- ses a internet ficou com problemas. Motivo que difi- cultou a comunicação e a © ELTON JOSÉ/EIBC atualização das páginas na escola na internet, co- N esse ano, a Estação de Pisicultura EIBC produziu 72 mil alevino, as es- pécies reproduzidas foram: 46 mil alevinos de Aracú de três pintas (Leporinus Agassizi) e 26 mil de Jandiá (Randian Iaukidi). mo as redes sociais e blog. Apesar das tentativas de O método de reprodução Asiática, foi o procedimento usado pelos téc- contato com a Central de nicos da estação para conseguir esse número. Em poucas semanas, os ale- Atendimento da Embratel, vinos já estavam transferidas das incubadoras para os viveiros-berçarios da desde ano passado não estação. foram suficientes para re- Segundo o Juvêncio Cardoso, Coordenador Técnico e professor de Pisicultu- solver problema. ra da EIBC-Pamáali, as tentativas tiveram bom resultados. ―Apesar de não conseguirmos as piracemas, conseguimos reproduzir as espécies que temos No inicio desde ano, foram na escola. Conseguimos resultados positivos. Os alunos e principalmente os retomados as tentativas, novos monitores técnicos da estação participaram da atividade de repro- dução‖- disse. passado meses, a escola depois de muito esforço Por falta de meios de transporte fez com que a equipe perdesse as pirace- mas, o que não tinha acontecido nos anos passados ( A estação perdeu o conseguiu apresentar a motor e boteno ano passado). demanda de manutenção Desde o inicio de funcionamento a Estação de Pisicultura vem servindo co- e troca de equipamentos mo ambiente de ensino-aprendizagem na Escola Pamáali. Os alunos partic- do Ponto de Presença EIB- ipam as atividades de todas as fases de reprodução, como no manejo dos C/GESAC. peixes nos viveiros de engorda da escola. Até na data (inicio de ju- nho), quando a edição desse boletim foi fechada, o técnico ainda não tinha chegado na escola. © Adeilson Lopes/ISA © Elton José/EIBC Grupo de Atividade de Piscicultura da Escola Pamáali realizando trans- ferência de peixes para outra represa. Foram transferidos mais de 2 mil peixes das espécies de jandiá, domé, Aracú, araripirá e koana. © Elton José/EIBC
  • 12. SUSTENTABILIDADE Escola Pamáali implantou mini-usina hidro-cinética para ©ADEILSON LOPES/ISA ©ADEILSON LOPES/ISA D esde que o Ensino Médio foi implantado na Escola Pamáali , ainda que anexa à Escola de Assunção do Içana, foi também criado o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Kaalikattaadapa—CPDEK, com objetivo de se tornar um espaço de formação e incentivo a inovação e pesquisa aos alunos do ensino médio. Desde então, várias experiências e pesquisas vem sendo desenvolvidas. Como a extração de oleo de patauá (Oenocarpus bataua) e Warhe. E nos últimos anos, por meio de um grupo de pesquisa (alunos), coordenado pelo professor Juvêncio Cardo- so e incentivo/colaboração de várias pessoas (Adeilson Lopes/ISA, Gustavo Tosello Pinheiro, Jorge Nava) e com apoio financeiro da CAFOD (Agência Americana para o Desenvolvimento), através do Programa Indígena/ Mudanças Climáticas foi instalado a turbina hidro-cinética na EIBC-Pamáali. Com capacidade para gerar 1000 watts. A turbina foi instalada a 2 km da escola em um igarapé. A turbina foi adquirido no Vietnã, outro lado do mundo (no continente Asiático), pelo Instituto Socioambiental-ISA, que vem apoiando essa iniciativa. A proposta é expandir essa experiência para a região do Rio Içana, e futuramente para o Rio Negro. Essa tecnologia deve ser implantada na região, pois, ajudaria bastante na redução de emissão do dióxido de carbono (co 2), e consequen- temente colaboraria na luta contra a crise planetária (Mudanças Climáticas), efeitos que estamos começando a sentir hoje na região. RECURSOS PESQUEIROS: Carta de Proposta de Manejo de Recursos Pesqueiros para a subsistência dos Povos Baniwa e Coripaco na região do Içana e afluentes. A carta de “Proposta de Manejo” completará 4 anos em 18 de julho. O docu- mento foi elaborado com base nos resultados do Projeto Kophe Koyanaale, pesquisa realizada em algumas comunidades de abrangência da Organização Indígena da Bacia do Içana- OIBI, no período de 2005 a 2008. Os dados apontaram que apesar da maioria dos pescadores afirmarem que as pes- carias ainda são ―ótimas‖, pescar tem se tornado uma atividade que começa a exigir do pescador mais tempo para conseguir o alimento para o sustento da famí- lia. Os mais velhos em seus depoimentos, afirmam que antigamente ainda existia mais peixes do que hoje. O recurso pesqueiro está ficando cada vez mais escasso no Içana. E os motivos para isso são vários, dede o uso ina- dequado de instrumentos de pesca, até ao aumento da população Baniwa e Coripaco, com estimativa de 100/ ano. A OIBI na assembleia realizado em julho de 2008, através de um grupo de trabalho discutiu e elaborou propos- tas de manejo para enviar para as comunidades e associações da região para participar da discussão e implemen- tação da proposta. Na região dos lagos, dois lagos considerados importantes para a reprodução e distribuição de peixes para a bacia foram ―escolhidos‖, para preservação. Mas, depois de 4 anos, as pescarias continuam sendo praticadas intensamente, principalmente na época de seco. E pior, somente neste ano, depois do Encontro Baniwa e Coripaco, realizado em Castelo Branco, que algumas asso- ciações da região se comprometeram a levar a carta para apresentar e discutir nas comunidades onde atuam. Muitos nesse evento, afirmaram não ter conhecimento do documento. Mas, a boa notícia é que a maioria dos parti- cipantes consideraram importante a implementação dessa proposta na região, pois, o problema não é somente na área de atuação da OIBI, mas, em toda a bacia do Içana.
  • 13. SUSTENTABILIDADE Núcleo de Gestão e Empreendedorismo Pimenta Baniwa ©RAIMUNOD BENJAMIM Apesar de ter iniciado desde o ano passado, a construção da casa de pimenta da escola Pamáali vem tendo paralizações, especial- mente nos meses em que a escola entrou de reces- so no final do ano pas- sado. Na primeira etapa letiva deste ano foi dado a con- tinuidade da construção. Até ao final da etapa os trabalhos estavam bem avançados. E terá uma equipe para continuar os trabalhos durante a entre- Elton José, novo Gerente do Núcleo de Gestão e Empreendedorismo. etapa, que será nos meses de junho e julho. E lton Jose, 22, ex-aluno da Escola Pamáali (Turma 2007), assumiu em março deste ano, na primeira etapa letiva, o Núcleo de Gestão e Empreendedorismo Indígena, substituindo o Armindo Brazão A expectativa é que a casa fique pronta ainda em julho. E quando a escola voltar para a segunda eta- pa letiva na primeira semana de agosto, a casa já da Organização Indígena da Bacia do Içana—OIBI, que ocupou o estará concluído. cargo deste 2011. O Núcleo de Gestão e Empreendedorismo Indígena, foi criado em Para que isso aconteça a coordenação da escola e 2008, com a finalidade e objetivo de promover a formação dos alunos ténica está priorizando como nunca a construção. E do ensino médio do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Kaali- as atividades de plantio de pimenteiras já kataadapa em Gestão de Negócios, identificando oportunidades e começaram (ver na página seguinte). necessidades para atender a demanda da escola e das comuni- dades. A previsão de lançamento da Pimenta Baniwa no Apesar de estar há alguns anos funcionando, o Núcleo vem aos mercado está prevista para o segundo semestre des- poucos se estruturando nesses ultimos anos. E com a entrada da nova se ano. E será mais um produto da marca Arte Ba- equipe para o Núcleo, a expectativa é que as propostas e objetivos niwa. comecem a ser alcançados. Mas, ainda faltam superar alguns desafios para che- Com esse objetivo, atualmente as atividades realizadas pelo núcleo gar até lá. Diante disso a Escola Pamáali, por meio do são: Construção da Casa de Pimenta e início de plantio de pimen- teiras na escola Pamáali. Núcleo de Gestão junto com a rede de parceria está se esforçando para que o produto chegue na mesa Além de Gerente de Núcleo, o Elton é estudante do ultimo curso de do resto do Brasil ainda nesse ano. ensino médio do CPDEK. E ainda acumúla cargos de Monitor Técnico e líder da turma com qual estuda. Gráficos EIBC 2012 ©Elton José ©Elton José Outros: Em 2012, a Escola Pamáali recebeu um aluno da etnia Tariano, vindo do Rio Tiquié.
  • 14. SUSTENTABILIDADE Wadiatsenakha wadeenhi Aatti ipana Pamaalinomanaa L hiada hamolikeehe wadiatsenakha wadeenhi lhia Atti ipanawaa ayahaa Pamaalinomanaa. Ñamepi- © ADEILSON LOPES/ISA atsa matsiakanhe wadenhipiakanoadani pawalhialiko, kadzaokaro wadiapiatsenakha ni. Wadeepena wattaitaka ni pandza. Tsopetsatha watsa kanakaika wapedza. Lhiada wakeñoetaka wanoka Pa- malirhe, wadiatsenakha whereeta nhaa lipheedawa. Waparatsakha malama itsikole lipananawa. Neenika nhaa paana ikadzeekatakakapewa ideenhiri- kani, nhaa paana nakitsindata katseeka nhaa. Lhia Aphemi, ikadzeekatakaita Pamaaliriko nheette Elton Jo- sé, ikatsa nhaa ikapakape naika nhaa idenhikape. Matsiatsa phiome liakawa lhiehe idenhikhetti walhio. Manopetsakha waanheka ianhekhetti walhiwawa. Ima © JUVÊNCIO CARDOSO horeka pakapaka ianhekhetti padeenhikadanako. Wapietawatsa wanotsenakha, ikatsa pandzawatsa wattaitaka lhie pantti. Kadzodali ima wakeñoetena tsakha wapanaka aati ayanha wadzakaleriko Pamáali. Nheette phia ileekada lhiehe, kanakai tsakha piapiñee- taka linako, ima pada idenhikhetti matsiadalika watsani walhio ayaha wemakawaliko. Neenideena phiome nhaa littadawa, nadeenhix- oopape watsa nhaa idenhikawapewatsa lirikoda. Lhia wamolittoehe likeñoena watsa lhia lidenhikanaa ayaha Pamaalinomanaa. 160 pés de pimenta foram plantada na primeira etapa Em 2011 a atividade não foi realizada e nesse ano, na primeira etapa foram feitas 6 jardins de pimentas na Escola Pamáali. O Elton José, responsável e um dos monitores técnicos disse que a meta da etapa era chegar em 200 pés, e foram plantadas 160 pés. As pimen- teiras vieram das comunidades de São José, Jandú Cachoeira e Maúa Cachoeira, encomendadas com as mães dos alunos. Segundo, o Elton, o próximo passo será a abertura de uma roça de pi- menta na area da escola, onde os pés de pimenteiras serão dobrados. ―Estamos planejando uma roça de pimenta na area da escola, Aluna da escola plantando pimenta na Escola Pamáali. onde poderemos aumentar o número de pimenteiras‖-disse. A escola Pamáali está finalizando a construção (ver o texto acima), e a previsão de funcionamento está prevista para o segundo semestre desse ano. A meta para esse ano é lan- çar a Pimenta Baniwa com pimenta produzida na EIBC. Você sabia? Chefs de cozinha desfrutaram da poderosa Pimenta Baniwa em São Paulo. O evento ocorreu no dia 23 de agosto de 2011 e foi uma etapa de testes para o aprimoramento do plano de lançamento da ―Pimenta Baniwa" no mercado, previsto para o segundo semestre de 2012. Tudo foi preparado com an- tecedência pelo ISA e pela OIBI, com apoio da Eibc-Pamáali. O Chef Alex também convidou outras 13 pessoas para a degustação, entre eles oito chefs e outros apreciadores da boa gastronomia. A jiquitáia foi provada em combinação com macaxeira frita, peixe e abacaxi.
  • 15. ACONTECEU Merenda e material escolar chega nas Escolas do Rio Içana, somente em maio, além de atrasado, incompleta. © JUvÊNCIO CARDOSO A última vez que os alunos das escolas da região do Içana receberam merenda escolar, foi exatamente um ano atrás. A remessa para o segundo semestre de 2011 não chegou. Apesar de a Secretaria de Edu- cação pedir para os professores passarem lá para pegar a merenda no final do ano ou inicio de desde ano, mas, não é a mesma coisa e não justifica o atraso e a não chegada nas escolas. E Nesse ano parece que não sera diferente. As aulas na maioria das escolas iniciaram na primeira ou se- gunda semana de março. Mas, a merenda e material chegaram apenas na segunda quinzena de maio. E para completar, incompleta. Segundo os responsáveis, alguns itens não vieram porque os fornecedores ainda não tinham entregado ainda para a secretaria, e que iriam ainda entregar. Na foto acima, barco de entrega da merenda no porto da Escola Pamáali, no dia 23 de maio . Fique sabendo… Depois de formar a IV turma de ensino fundamental em 2009, a escola Pamáali está se preparando para V Formatura, que acon- tecerá no final deste ano. E desde que o ensino médio começou a funcionar como Sala de Extensão da Escola Estadual Nossa Sen- hora de Assunção em 2008, neste ano também será ano de formatura da II turma. Mas, será a primeira vez que acontecerá formatura de turmas de ensino fundamental e médio na EIBC. A primeira turma de ensino médio, desceu para a sede (Assunção) em 2010. para fazer a formatura. O evento está previsto para final do ano, depois da Assembléia Geral e Eletiva da Associação do Conselho da Escola Pamáali—ACEP, que qcontecerá na terceira etapa letiva, nos meses de outubro a dezembro de 2012. A data ainda será definida pela coordenação da escola junto com a diretoria da ACEP para depois ser divulga- da na próxima etapa letiva. AGENDA PAMÁALI 2012 Maio/2012 Junho/2012 Julho/2012 Agosto/2012 Setembro/2012 - Visita e Troca de experi- - 08 – Encerramento - Entre-etapa. - Segunda semana, ini- - Semana da patria em encia na Escola Pamáali da primeira etapa cio da segunda etapa Macedônia/Rio Ayarí. - Curso de Formação de com representantes das letiva. letiva. professores (Licenciaturas - Semanas de Oficinas etnias Xikrin e Krahô. da UFAM). de formação.
  • 16. ACONTECEU © RAIMUNDO BENJAMIM © ELTON JOSÉ Durante a primeira etapa letiva, foram realizadas várias atividades como: pesquisas, aulas, seminários e atividades de campo. Todas elas com objetivos voltados para a formação dos jovens Baniwa e Coripaco que estudam na Escola Pamáali. Dia 19 de Abril foi comemorado na Seminário de Avaliação do Curso Laíse Diniz deu uma palestra aos Escola Pamáali. Alunos e professores de Licenciatura Intercultural da alunos do ensino médio da EIBC organizaram uma programação es- UFAM. sobre “Relações e Trajetórias de pecial para comemorar o 19 de abril, jovens Baniwa da Escola dia do Indio. Foram realizados jogos e Professor Alfredo Brazão participou Pamáali”. Tema de dissertação brincadeiras. A noite, as turmas do Seminário de Avaliação do de Mestrado em Antropologia apresentaram números sobre assuntos Curso Políticas Educacionais e Social pela Universidade Federal variados, como cantos e drama- Desenvolvimento Sustentável, re- do Amazonas—UFAM, a pesquisa tizações. envolveu alguns ex-alunos da es- alizado pela Universidade Federal cola Pamáali, que buscou do Amazonas, nos dias 03 a 05 de conhecer as histórias de trajetórias maio em Manaus Dia das Mães foi comemorado na e relações desses jovens antes e Escola Pamáali. O dia dedicado as depois de vida escolar na EIBC. Banda Pamáali foi formada na primeira mães também foi um motivo que re- etapa letiva. Coordenado pelo Elton A pesquisa procurou conhecer e uniu os alunos e professores da escola José, o grupo é formado por alunos da entender as fases da juventude para comemorar. Organizado pelos na cultura Baniwa. Passando por escola. As primeiras musicas já foram alunos, a programação foi recheado apresentadas no encerramento da como a escola é entendido pelos de apresentações de cantos e brin- pais e para a sociedade Baniwa. primeira etapa letiva. cadeiras. Equipe de Saúde do Pólo Base de Tucumã realizaram atendimento na EIBC. Durante a primeira etapa letiva a escola recebeu duas vezes a equipe de saúde do Pólo Base Tucumã. Nas visitas de atendimento, a equipe deu palestra aos alunos e professores sobre os cuidados necessarios à saúde. Escola Pamáali: Uma educação que se consolida na prática, aberta à construção do próprio modelo educativo, incen- tivando os alunos a avaliar criticamente o que está sendo ensinado e a participar ativa e continuamente da escola, preparan- do e capacitando profissionalmente nossos jovens alunos para viver as questões importantes do presente, confirmando, entretanto, o valor do passado e a história do nosso povo. Expediente: Pitsiro Pamáali. |Edição e Design: Raimundo M. Benjamim | Textos: Raimundo M. Benjamim, Valdecir Miguel, Rosimere Lourenço, Josivaldo Paiva, Ismael Braga, Verônica Garcia, Auxiliadora Rivas, |Fotos: Adeilson Lopes/ISA, Elton José, Raimundo Benjamim, Juvêncio Cardoso, Francinaldo Farias, Laise Diniz/ ISA|Revisão: Raimundo M. Benjamim, Juvêncio Cardoso, Cleunice Apolinário, Elton José da Silva e Francinaldo Farias.