O documento discute três tipos de tempo presentes no romance Os Maias de Eça de Queirós: 1) tempo histórico, que abrange os eventos da história de 1820 a 1887; 2) tempo da narrativa, que organiza esses eventos na ordem como são contados; 3) tempo psicológico, como as personagens percebem e vivem o tempo subjetivamente.

1. O tempo n’Os Maias

2. Tempo da história
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Sucessão cronológica de eventos datados
(marcos temporais que o narrador
inclui no texto)

3. Tempo do discurso
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Organização dos marcos temporais na narrativa
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Modo como o narrador relata os acontecimentos
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O narrador pode, por exemplo, narrar acontecimentos
anteriores ao presente da ação — analepse

4. N’Os Maias, o tempo concreto da intriga
compreende quase setenta anos:
de 1820 a 1887

5. • Outono de 1875  Afonso e Carlos da Maia instalam-se no Ramalhete.
• Analepse  Recuo até 1820.
• Fim da analepse  Do outono de 1875 ao fim de 1876  Vida social
de Carlos (crónica de costumes, em vários «episódios»); amor
incestuoso entre Carlos e Maria Eduarda.
• 1877  Viagem de Carlos e Ega «nos primeiros dias do ano novo».
• 1878  Regresso de Ega a Portugal («ano e meio» depois de 1877).
• 1887  Regresso de Carlos a Lisboa e passeio final.
Marcos temporais n’Os Maias

6. Analepse
(Capítulos I- IV)
• Relação
entre Carlos
e Maria
Eduarda
• Crónica de
costumes
«A casa que os Maias
vieram habitar em
Lisboa, no Outono de
1875 […].»
Presente
1875
Carlos e Ega
partem em
viagem
1877
Regresso
a Lisboa
«Ainda falavam de
Portugal e dos seus
males, quando a
tipoia parou.»
1887
Juventude
de Afonso
«Caetano
da Maia era um
português antigo
e fiel […]»
1820

7. Tempo psicológico
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A forma como o tempo é
percecionado e vivido pelas personagens
«É curioso! Só vivi dois anos nesta
casa, e é nela que me parece estar
metida a minha vida inteira.»
(Carlos da Maia no regresso
ao Ramalhete, Capítulo XVIII)