O documento descreve a vida e obra do poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade, focando no seu famoso poema "O Lutador". Apresenta as diferentes fases do Modernismo brasileiro e analisa a estrutura metalinguística e o uso da linguagem popular no poema.
4. Fases do Modernismo Primeira Fase ou Fase Heroica (1922-1930) -Radical e oposta a tudo que existia anteriormente. Segunda Fase ou Fase de Consolidação (1930-1945) - Amena, caracterizada pelo predomínio da prosa de ficção. Terceira Fase (1945-1960) - Tendências contemporânea
6. O LUTADOR – ANALISE DA ESTRUTURA Linguagem metalinguística: É uma poesia que fala da luta do poeta ao fazer uma poesia, que trata da arte de fazer poesia. Verso livre: abandono da métrica, do esquema de rimas. Mistura de gêneros: Ao longo de todo o poema há traços dos gêneros literários anteriores. Linguajar Popular Brasileiro: Se deixa de utilizar a linguagem “estrangeira” e formal utilizada nos gêneros anteriores para se utilizar uma linguagem voltada ao povo brasileiro.
7. Primeira e Segunda Estrofe Lutar com palavras é a luta mais vã.Entanto lutamosmal rompe a manhã.São muitas, eu pouco.Algumas, tão fortescomo o javali.Não me julgo louco.Se o fosse, teriapoder de encantá-las.Mas lúcido e frio,apareço e tentoapanhar algumaspara meu sustento num dia de vida.Deixam-se enlaçar,tontas à caríciae súbito fogeme não há ameaçae nem 3 há sevíciaque as traga de novoao centro da praça. Insisto, solerte.Busco persuadi-las.Ser-lhes-ei escravode rara humildade.Guardarei sigilode nosso comércio.Na voz, nenhum travode zanga ou desgosto.Sem me ouvir deslizam,perpassam levíssimase viram-me o rosto.Lutar com palavrasparece sem fruto.Não têm carne e sangue…Entretanto, luto.
8. Terceira e Quarta Estrofe Palavra, palavra(digo exasperado),se me desafias,aceito o combate.Quisera possuir-teneste descampado, sem roteiro de unha ou marca de dentenessa pele clara. Preferes o amorde uma posse impurae que venha o gozoda maior tortura. Luto corpo a corpo,luto todo o tempo, sem maior proveitoque o da caça ao vento.Não encontro vestes,não seguro formas,é fluido inimigoque me dobra os músculose ri-se das normasda boa peleja.
9. Quinta e Sexta Estrofe Iludo-me às vezes,pressinto que a entregase consumará.Já vejo palavrasem coro submisso,esta me ofertandoseu velho calor,aquela sua glóriafeita de mistério,outra seu desdém,outra seu ciúme,e um sapiente amorme ensina a fruirde cada palavraa essência captada,o sutil queixume.Mas ai! é o instantede entreabrir os olhos:entre beijo e boca, tudo se evapora. O ciclo do diaora se conclui 8e o inútil duelojamais se resolve. O teu rosto belo,ó palavra, esplendena curva da noiteque toda me envolve. Tamanha paixãoe nenhum pecúlio.Cerradas as portas,a luta prosseguenas ruas do sono.
10. Estatuas em Homenagem a Drummond Estátua do poeta Drummond, em Copacabana – em frente à rua em que o poeta morou – É monitorada noite e dia para evitar um novo roubo de seus óculos, registrando pessoas que param para tirar uma foto ou conversar com a estátua. Inscrição: “No mar estava escrita uma cidade” Estátuas Dois poetas, na cidade de Porto Alegre. Em pé, Carlos Drummond de Andrade. Sentado, Mário Quintana. O livro original foi roubado então as pessoas colocam um livro nas mãos do poeta. Na foto, o livro é "Diário de um Ladrão", do Jean Genet.
11. Capa do CD de DrummondContém os poemas de Drummond declamados pelo próprio poeta