O documento descreve como lobos e ovelhas fizeram uma trégua em sua guerra, trocando reféns. Os lobos deram seus filhotes para as ovelhas cuidarem e as ovelhas deram seus cordeiros para os lobos. Quando os cordeiros cresceram, os lobos os comeram, e quando os filhotes de lobo cresceram, eles atacaram o rebanho de ovelhas. As ovelhas aprenderam que não se pode confiar nos lobos.

2. As ovelhas e os lobos, que andavam em guerra,
resolveram fazer uma trégua na luta. Foram os lobos que a
propuseram. Reuniram-se as duas partes em negociações e,
ainda por sugestão dos lobos, decidiram trocar reféns.
Para que a trégua durasse até culminar numa paz
duradoura, os lobos entregavam à guarda das ovelhas os
seus lobinhos e exigiam, em troca, os filhos das ovelhas .
Explicavam eles: – Não lhes faremos mal nenhum, porque
se o fizéssemos e regressássemos à guerra, vocês iriam
vingar-se dos nos nossos lobinhos. Só assim se poderá
garantir, para sempre, a paz entre nós. As ovelhas
concordaram. Custava-lhes a separação dos seus
cordeirinhos, mas admitiam que não custaria menos
aos lobos o apartarem-se dos seus filhos. Igual por igual.

3. Foram os lobos pequenos viver no meio do rebanho
das ovelhas. Eram tratados com toda a atenção.
Identicamente, os cordeiros, no covil dos lobos, recebiam
alimento em abundância, com que encorpavam e cresciam.
Quando, gordos que estavam, os cordeiros se
transformaram em belos carneiros e formosas ovelhas, os
lobos saltaram sobre eles e comeram-nos.
Pela mesma altura, os lobinhos, que já estavam lobos
crescidos, fizeram igual, no rebanho das ovelhas.
Acordo terrível para as ovelhas, mas a partir daí nunca mais
nenhuma ovelha quis ter negócios com lobos.