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FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO
ANÁLISE DA COMERCIALIZAÇÃO DE GRÃOS DE SOJA EM
RIO VERDE-GO
VALÉRIA HELENA DA SILVA BATISTA E SOUZA
Orientador: Prof. Ms. JOSÉ MARCELO DE ABREU
Monografia apresentada à Faculdade
de Administração da Fesurv -
Universidade de Rio Verde, como
parte das exigências para obtenção do
título de Bacharel
RIO VERDE - GOIÁS
2007
“Aquele que de algum modo condena o seu semelhante à felicidade, é feliz.”
Condessa Diane
2
FOLHA DE APROVAÇÃO
3
DEDICATORIA
Dedico este trabalho à minha mãe Vanilda do Carmo Silva, que sempre me protegeu e
somente me deu bons exemplos e é a responsável por quem sou hoje, minha mãe que passou
noites em claro quando estava doente, que chorou quando chorei, que sofreu quando sofri,
que sorriu quando sorri, mãe que sempre esteve ao meu lado e a quem devo tudo que sou
hoje.
Dedico também ao meu pai Valério Batista de Souza, que hoje mesmo estando longe
é o melhor pai do mundo, e é o grande responsável pela conclusão do meu curso. Dedico aos
meus irmãos Valter, Jaqueline e Valerinho, os quais amo muito e sempre foram um estímulo
para que eu continuasse lutando pelos meus objetivos.
Dedico à minha avó Maria que cuidou de mim praticamente por toda a minha infância
e especialmente à minha avó Geralda que sempre me deu especial apoio na conclusão de meu
curso.
Dedico a toda minha família e agradeço pelo carinho e pelos votos de confiança que
sempre me deram.
Dedico a todas as minhas amigas e amigos que sempre estiveram do meu lado, em
especial, Daniela da Paz e Paola Viana Fonseca, que têm lugar especial no meu coração, que
estiveram do meu lado, e que foram grandes contribuintes para a conclusão do meu curso,
sempre com gestos sinceros de amizade e estímulo.
Dedico a todos os meus colegas de trabalho, em especial aos meus gerentes e amigos
Thadeu Luis Vieira Lopes e Nilvon Glatt, que sempre confiaram em mim me dando a
oportunidade de mostrar meu trabalho, com gestos de amizade, profissionalismo e respeito.
Dedico a todos os meus colegas do Curso de Administração de Empresas e aos meus
professores, em especial ao meu orientador, professor José Marcelo de Abreu que me deu
especial apoio para a conclusão deste trabalho.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais que sempre estiveram do meu lado durante todo este período,
me dando apoio, força e coragem para continuar. Agradeço a Deus por estar sempre comigo,
sem ele eu não teria conseguido. Agradeço a oportunidade de ter amigos e amigas tão
especiais que estiveram do meu lado durante toda esta trajetória me dando conselhos e me
apoiando, e que foram fundamentais para a conclusão deste trabalho.
Agradeço a todos os meus familiares: irmãos, avós, tias, tios, primos e primas, que
amo tanto, e que sempre me apoiaram de todas as formas para que eu fosse quem sou hoje.
Agradeço a todos os meus colegas de trabalho e do curso de Administração de
Empresas, a todos os membros da FESURV – Universidade de Rio Verde, em especial meu
orientador, professor José Marcelo de Abreu, que demonstrou sempre franqueza e
compromisso com este trabalho.
Agradeço aos quinze clientes da empresa Cargill Agrícola S/A de Rio Verde, onde
trabalho, pela disposição e pelo carinho, ao responder os questionários, que através deles
originou este trabalho.
5
RESUMO
SOUZA, Valéria H. S. B. Análise da Comercialização de Grãos de Soja em Rio Verde-
GO. 2007. 23 p. Monografia (Graduação em Administração de Empresas) – Fesurv –
Universidade de Rio Verde, 2007.1
Este trabalho tem como objetivo amostrar o grau de satisfação e conhecimento do produtor
rural de soja em Rio Verde- GO, quanto às formas de comercialização existentes no mercado.
Busca-se assim dentro de uma perspectiva realista demonstrar as modalidades de contratos e
as formas de financiamentos aos produtores, relatando os últimos fenômenos de contratos de
comercialização da safra 2005/2006, e as expectativas que foram criadas para a safra
2006/2007, e suas implicações à dinâmica dos agricultores. Desta forma analisa-se a situação
financeira dos produtores de soja em Rio Verde, no período de 2005 a 2007 e verifica-se a
importância sócio-econômica desta cultura para a região, tornando-se uma forma de
contribuir para a solução de problemas comerciais da soja na atualidade. Portanto detecta-se a
necessidade de abordar suas dificuldades encontradas, ao financiar o seu plantio e formalizar
os contratos de compra e venda para os grãos cultivados e disponíveis.
Palavras-Chave: Comercialização, contratos, soja, conhecimento, satisfação.
ABSTRACT
1
Orientador: Prof. Ms. José Marcelo de Abreu – FESURV – Universidade de Rio Verde.
6
SOUZA, Valéria H. S. B. Analisty of the commercialization of grains of soy in Rio
Verde-GO. 2007. 23 p. Monograph (Graduation in Adminstration of companies) – Fesurv –
University of Rio Verde, Rio Verde, 2007.2
This work has as objective to show to the degree of satisfaction and knowledge of the
agricultural producer of soy in Rio Verde - GO, how much to the existing forms of
commercialization in the market. One thus searchs inside of a realistic perspective to
demonstrate to the modalities of contracts and the forms of financings to the producers,
telling the last contract phenomena of commercialization of harvest 2005/2006, and the
expectations that had been created for harvest 2006/2007, and its implications to the
dynamics of the agriculturists. In such a way it is analyzed financial situation of the producers
of soy in Rio Verde, the period of 2005 the 2007 and is verified it partner-economic
importance of this culture for the region, having become a form to contribute for the solution
of commercial problems of the soy in the present time. Therefore it is detected necessity to
approach its difficulties found, when financing its plantation and legalizing contracts of
purchase and business for the cultivated and available grains.
Words-Key: Commercialization, contracts, soy, knowledge, satisfaction.
LISTA DE GRÁFICOS
2
Adviso: Teacher Ms. José Marcelo de Abreu – FESURV – University of Rio Verde.
7
GRÁFICO 1 Grau de escolaridade dos sojicultores em Rio Verde – GO .................... 16
GRÁFICO 2 Tamanho da propriedade dos sojicultores, Rio Verde - GO.................... 17
GRÁFICO 3 Tipo tecnologia de cultivo utilizada por sojicultores, Rio Verde-GO ...... 18
GRÁFICO 4 Modelo de gestão em % dos sojicultores, Rio Verde – GO ..................... 18
GRÁFICO 5 Plantio de soja individual e grupo, Rio Verde-GO .................................. 19
GRÁFICO 6 Plantio em sucessão à soja – Rio Verde – GO ......................................... 19
GRÁFICO 7 Produtores de soja com armazenagem própria (%) - Rio Verde / GO...... 20
GRÁFICO 8 Satisfação comercial dos sojicultores, Rio Verde-GO.............................. 21
GRÁFICO 9 Indice de produtores com negociações futuras......................................... 21
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10
2 COMERCIALIZAÇÃO ................................................................................................. 11
2.1 A formalização de contratos ....................................................................................... 11
2.2 As dificuldades encontradas pelos produtores ............................................................ 12
2.3 O setor agrícola e o crédito rural ................................................................................ 13
2.4 A importância da atuação do Governo Federal .......................................................... 14
8
3 RESULTADO E DISCUSSÃO ..................................................................................... 15
3.1 Escolaridade do produtor ............................................................................................ 16
3.2 Áreas plantadas ........................................................................................................... 16
3.3 Tecnologia de cultivo utilizada ................................................................................... 17
3.4 Fontes de informações, recursos financeiros e modelo de gestão .............................. 18
3.5 Indice de plantio .......................................................................................................... 19
3.6 Capacidade de Armazenagem ..................................................................................... 19
3.7 Satisfação do produtor na comercialização agrícola ................................................... 20
3.8 O uso de contratos futuros........................................................................................... 21
4 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 22
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 23
1 INTRODUÇÃO
A comercialização de grãos e derivados de soja é uma prática agrícola e comercial
intensa na economia da cidade de Rio Verde-GO.
Constata-se que os produtores não obtiveram o resultado financeiro, esperado para
safra 2005/2006, recuperando parte dos seus prejuízos na safra 2006/2007, e como há
expectativas comerciais para as próximas safras, são exigidos novos conhecimentos e
dinamismo por parte dos produtores no que diz respeito às formas de comercialização.
Com as exigências das relações produtivas e comerciais em economia aberta,
diferentes autores têm sinalizado novas modalidades contratuais, haja vista que vários
instrumentos existem à disposição dos compradores e vendedores no mercado. Mas, os
produtores muitas vezes não estão aptos a estas ferramentas, se tornando difícil, devido ao
9
profissionalismo que requer a agricultura moderna e altamente competitiva no mundo
globalizado.
Verifica-se a necessidade de se levantar dados suficientes e adequados quanto ao
comportamento dos produtores e do mercado, que possam ser transformados em informações
importantes, e devolvidos aos mesmos, como célula de uma educação agrícola, que deveria
existir por parte do Governo, assumindo a função de um Estado que cria condições de ensino,
ao invés de um Estado que cria subsídios, ou qualquer tipo de doações.
Existem vários instrumentos e recursos de comercialização e financiamento agrícola à
disposição do produtor. Os produtores de soja, de Rio Verde, não são diferentes dos demais
do país, passam por diversos problemas, com relação ao financiamento e às formas de
comercialização para os grãos cultivados.
Desde a década de 90, a oferta de crédito rural tem diminuído significativamente, o
que comprometeu a viabilização do produtor ao plantio com relação à safra 2005/06 e
observaram-se as dificuldades encontradas pelos produtores em renegociar seus débitos e
adquirir crédito para a safra 2006/07.
Os problemas na safra 2005/06 quanto à comercialização foram vários como a
atuação da política governamental insatisfatória em relação à agricultura, a valorização
cambial e a gripe aviária. Argumenta-se que um grande problema é o desconhecimento do
produtor com relação ao mercado, que limita suas negociações.
2 COMERCIALIZAÇÃO
Os produtores devem inovar suas formas de comercialização, adotando ferramentas
de gestão de risco, não se acomodando ao se relacionar com os mesmos agentes comerciais
todo ano, portanto, diferenciando e conhecendo os novos mecanismos contratuais, que estão à
disposição no mercado.
Na comercialização da soja pelos produtores agrícolas, eles têm a opção de formalizar
com a empresa compradora, um contrato de compra e venda dos grãos, que contribui na
formação de preço.
10
O uso do crédito rural pelo produtor para a comercialização agrícola se torna um fator
de competitividade e de entusiasmo produtivo, quando disponível para o processo de
comercialização.
2.1 A formalização de contratos
Objetivam-se correlacionar a comercialização de soja e seus derivados, com a prática
de contratos formalizados com empresas comerciais, nas safras 2005/2006 e 2006/2007, de
Rio Verde. E captar o grau de satisfação do agricultor com a forma de comercialização
contratual e a sua evolução de área plantada e produtividade, bem como, salientar a existência
de diversos tipos de contratos de comercialização de soja e suas perspectivas.
Destaca-se o modelo inovador de financiamento privado que se desenvolveu no
Brasil, baseado na compra antecipada de soja por parte das indústrias de esmagamento e
empresas exportadoras (JANK, 2004).
A grande inovação do modelo da soja, que inspira a formulação de políticas voltadas
à comercialização de diversos produtos agrícolas reside no fato de, o financiamento da
produção e a comercialização do grão, serem executados em operações de mercado sem a
participação direta do Governo.
Para o autor, ao vender antecipadamente a sua soja para a indústria ou o exportador, o
produtor cria condições de levantar junto ao comprador, no sistema bancário, ou com
fornecedores de insumos, a custos competitivos, parte dos recursos de que necessita para
realizar o plantio e o cultivo da oleaginosa. Pelo exposto é premente consolidar os mercados
futuros e de opções para favorecer a comercialização de grãos brasileiros, e ampliar o uso de
instrumentos que reduzam risco de preços.
Segundo Jank (2004), devido ao modelo de financiamento privado, a produção de soja
aumentou sem precisar de subsídios. Percebe-se que os agentes do setor privado, vêm
aumentando significativamente seus negócios diretos com o produtor, com diversas formas
de contratação futuras, que podem ser feitos com preços em reais ou em dólar, na forma de
seguro rural ou também com financiamento. Assim o produtor tem condições de estabelecer
seus custos e lucros de forma antecipada.
2.2 As dificuldades encontradas pelos produtores
11
Para Fernandes (2006), mesmo com a oferta de opções de comercialização
disponíveis no mercado, a maioria dos empresários rurais continuou a agir da mesma
maneira. Porém, estes empresários esperam por resultados diferentes. Os produtores devem
comercializar melhor sua produção e não se renderem à comodidade de se relacionar com os
mesmos agentes de mercado e procurar opções que lhes proporcionem melhor retorno.
Por ser o mercado de commodities, muito dinâmico, e não podendo se manter somente
com o vínculo do crédito rural e financiamentos agrícolas diversos, o produtor deve procurar
estabelecer contratações futuras para sua safra, com preços pré-estabelecidos e com
segurança.
Lacki (2006), afirma que os produtores têm dificuldades de comercializar sua colheita
não necessariamente porque lhes faltem políticas agrícolas, créditos, subsídios, tecnologias
sofisticadas ou garantias oficiais de comercialização, mas, porque a agricultura moderna
requer conhecimentos altamente competitivos no mundo globalizado.
Este conhecimento do produtor interfere significativamente em sua atuação na
comercialização, pois este fato pode limitar suas negociações, como também ser importante
se bem aplicado.
“Os empresários rurais, estão atentos ao mercado em busca de obter o maior resultado
financeiro, aproveitando os momentos de preços maiores. Todo o serviço, tecnologia e
insumo custam dinheiro e este serviço de orientação é o insumo mais valioso dentro do
processo” (ZAIDEN, 2007). O produtor precisa de pessoas capacitadas para auxiliá-lo em sua
comercialização, e não somente plantar e colher. Os produtores podem comercializar sua
safra antes mesmo de produzir, fazer seguro de preço e se resguardar para uma eventual
frustração da produção dos grãos e desta forma o produtor poderá no mínimo cobrir todos os
custos, com uma margem de lucro pré-estabelecida. Assim sendo, a venda antecipada
minimiza os riscos de variações do mercado.
“No caso específico dos preços, as perdas que os produtores costumam ter com as
oscilações de mercado têm feito com que a busca, por ferramentas que eliminem, ou pelo
menos minimizem esse risco, tenha crescido nos últimos anos” (INACIO, 2006).
Observa-se que, a utilização de contratos futuros de preços se torna imprescindível em
se tratando de segurança, garantindo seus custos e em parte os seus lucros. Podendo o
produtor, deixar uma parte excedente de grãos para comercializá-los na época da colheita.
Para Cintra Neto (2006), a crise do setor de grãos, verificada em 2006, poderia ter
sido minimizada, se as ferramentas do mercado futuro tivessem sido utilizadas. Se tornando
12
importante uma análise estratégica por parte do produtor quanto à sua forma de
comercialização, não dependendo dos subsídios do Governo Federal.
2.3 O setor agrícola e o crédito rural
Mendes (1998), afirma que o setor agrícola brasileiro é importante tanto pelo aspecto
econômico como pelo social, pois em 1996 o IBGE apontava mais de 4,5 milhões de
agricultores com suas famílias, constituindo um quinto da população e gerando mais de um
quinto da força de trabalho. Salientando a mão-de-obra que o setor agrícola libera para o setor
industrial e para o agribusiness. Este contingente humano que depende da agricultura, entre
muitos outros problemas, enfrenta alguns de maior importância no próprio mercado agrícola,
entre eles a instabilidade dos preços dos produtos e o da descapitalização do setor.
Para sustentar este contingente de produtores têm-se verificado através do
financiamento agrícola, as diversas modalidades do crédito rural, como o custeio, os
investimentos e a comercialização, que pode garantir antecipadamente os negócios do
produtor. E detecta-se a importância do Crédito Rural, como recurso financeiro possível de
melhorar a qualidade de vida do homem do campo, através da inovação tecnológica,
aumentando sua produtividade e consequentemente sua renda.
Verificam-se nas safras agrícolas recentes, as dificuldades do agricultor em acessar ao
crédito, tanto ao Banco do Brasil, quanto no setor privado, este fato comprometeu o plantio
da safra 2006/07, na redução de tecnologias de cultivo utilizadas pelo produtor, como a
menor aplicação de defensivos nas lavouras de soja em Rio Verde.
Para Faveret Filho (2002) a oferta de crédito rural reduziu-se significativamente e a
taxa de juros elevou-se restringindo o crescimento da produção pela insuficiência de recursos
e contribuindo para a crise do endividamento agrícola. Nos anos 90, a elevada inadimplência
agrícola fez os bancos operarem com restrições em relação à agricultura.
As conseqüências da falta de crédito acessível para o setor são graves, este fato gerou
discussões e fez com que a Comissão de Grãos do Sindicato Rural de Rio Verde prever uma
retenção de 20% na área plantada em Goiás.
Verifica-se que aquela previsão não se confirmou, e a colheita 2006/07 para grãos de
soja obteve melhores resultados, mas a ferrugem comprometeu a produtividade das lavouras.
Em parte é um reflexo da descapitalização do produtor, que reduziu o uso de tecnologia,
aplicando menos defensivos agrícolas e menor uso de sementes tratadas adequadamente. E
outra parte da frustração está associada ao clima.
13
2.4 A importância da atuação do Governo Federal
Segundo Carvalho (2006), o atraso na implementação das medidas governamentais de
apoio à safra 2006/07, a falta de esclarecimentos e limitações para o seguro rural e a falta de
solidez nos mecanismos de apoio à comercialização agravaram a crise financeira do setor,
com reflexos negativos na economia do país e consequentemente para toda a população.
Dada a importância do setor agrícola, o Governo Federal deve apoiar a produção e
comercialização agrícola brasileira, liberando novos recursos para o financiamento das safras
futuras, promovendo agilidade na prorrogação das dívidas do produtor com os
financiamentos promovidos pelo Banco do Brasil.
Como prioridade, o Governo deve adotar medidas, para fornecer o setor, com
reformulação da política de garantia de preços, reformulação do seguro rural, criação de
instrumentos de incentivo à capitalização dos produtores rurais, isenção de imposto de renda
para títulos do agronegócio e outras importantes estratégias que garantam uma maior
estabilidade ao setor. Este rol de opções leva a um avanço no processo de negociação,
embora tenha havido entre os produtores rurais, por meio de suas lideranças.
As necessidades do setor agrícola, são: medidas que reduzam os custos de produção, a
comercialização de defensivos importados, a liberação do uso de sementes geneticamente
modificadas, estes são alguns itens solicitados para amenizar o agravamento da crise.
Para o autor, o Governo Federal disponibiliza para o produtor rural, através das
empresas revendedoras de insumos, os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT,
para a regularização da Cédula de Produto Rural - CPR. Mas a Comissão de Grãos de Rio
Verde continua preocupada com o endividamento do produtor rural e quer saber o motivo do
desinteresse das revendas de insumos, pelo recurso disponibilizado pelo Governo, que
também é interessante para as mesmas.
“As expectativas de melhora na comercialização dos produtos agrícolas animam os
produtores, mas é preciso cautela ao fazer novos investimentos, embora as dívidas
incomodam a maioria dos produtores” (FORÇA RURALISTA, 2007).
A atitude do produtor deve ser de um modelo de gestão, não importando o tamanho de
sua propriedade, o ideal é que sejam traçados metas e objetivos, os quais devem ser seguidos,
para a redução dos custos, a aplicação de tecnologia adequada e por conseqüência o aumento
dos lucros.
14
Dada as limitações expostas neste trabalho, é importante para o produtor de soja, não
perder o foco da comercialização e do seguro rural, devido às vulnerabilidades do mercado. A
este respeito, Fernandes (2007) aponta a alta volatilidade do mercado de soja, que tem
aspectos positivos, diante das oportunidades de comercialização antecipada e para a troca de
matéria-prima por insumos. A excelência na comercialização é um desafio, pois, a
possibilidade de uma venda prematura poderá causar perdas de oportunidades de negócios na
colheita, como também existirão produtores, que na expectativa de preço melhor, perderão os
melhores momentos de comercialização.
Quanto ao seguro agrícola, o produtor rural só ficará tranqüilo caso haja cobertura em
todas as etapas que vão do plantio à colheita. “Depois de dois anos seguidos com perdas na
agricultura, Governo e empresários perceberam, a importância do seguro de produção”
(BALDI, 2006).
3 RESULTADO E DISCUSSÃO
A pesquisa de campo com base na amostragem revela o grau de satisfação e
conhecimento do produtor, quanto às formas de financiamento e comercialização de grãos de
soja em Rio Verde-GO. A pesquisa foi baseada e desenvolvida na metodologia utilizada por
Farias (1992) e pela Embrapa (1992), utilizando amostragem estratificada. Para esta pesquisa
foram amostrados quinze produtores ao acaso que comercializam produtos agrícolas, na
forma de contratos comerciais com a Empresa Cargill Agrícola S/A de Rio Verde, no período
de janeiro a fevereiro de 2007. Evidenciando que os produtores devem conhecer todas as
formas de comercialização e financiamento, gerenciando riscos, acompanhando o mercado,
procurando propostas que lhe proporcionem o melhor custo-benefício.
3.1 Escolaridade do produtor
No Gráfico 1 se verifica no aspecto da escolaridade que 53% por cento dos
entrevistados, possuem ensino fundamental incompleto, e 33% possuem ensino superior
completo, 7% dos entrevistados possuem ensino fundamental completo, e também 7% possui
ensino médio completo. Observa-se que existe uma relação da escolaridade do produtor de
soja com o conhecimento de mercado nas negociações das commodities, pois, a maior parte
não concluiu o primeiro grau. Este pode se tornar um fator limitante, pois o aumento da
15
complexidade do mercado da soja exige mais conhecimentos sobre a dinâmica da economia
mundial, onde cada produtor se torna um gestor de seu próprio negócio.
FUNDAMENTAL INCOMPLETO – 53% FUNDAMENTAL COMPLETO – 7%
MÉDIO COMPLETO – 7% SUPERIOR COMPLETO – 33%
GRÁFICO 1 – Grau de escolaridade dos sojicultores em Rio Verde – GO.
Fonte: Dados da pesquisa.
3.2 Áreas plantadas
Detecta-se, que 93 % dos produtores, possui áreas próprias de plantio, e utilizam as
áreas arrendadas como complemento de sua produção.
Observa-se que, 40 % dos entrevistados possuem área de plantio acima de 2000 ha,
enquanto que 20% possuem área entre 1001 e 2000 ha, e outros 20% possuem área de 101 a
500 ha, 7 % de 501 a 1000 ha, e 13 % até 100 ha. Percebe-se que a maioria dos produtores de
soja tem um potencial de produção, plantando acima de 2000 ha, com economia de escala.
Gráfico 2.
GRÁFICO 2 - Tamanho da propriedade dos sojicultores, Rio Verde - GO.
Fonte: Dados da Pesquisa.
16
3.3 Tecnologia de cultivo utilizada
Verificou-se junto aos produtores entrevistados, que ao período agrícola de 2006/2007
se encontram descapitalizados, forçando-os à redução do uso da tecnologia de cultivo, pois
sem os recursos necessários, a aplicação dos defensivos foi em menor proporção.
O objetivo maior desta variável em análise é demonstrar que o gerenciamento
eficiente através da indicação de tecnologias é reduzir riscos e custos e aumentar
produtividade, estes elementos são preponderantes na participação do sojicultor em mercados
globalizados.
As tecnologias de cultivo e de safra utilizadas pelos produtores de soja, são
importantes, para minimizar ataques de pragas, da ferrugem e outros fungos, bem como evitar
perdas. Nesta amostragem, (Gráfico 3), 60% dos entrevistados disseram utilizar alta
tecnologia de cultivo, alegando utilizar sementes tratadas, correção do solo, aplicação de
defensivos dentro do prazo necessário e consequentemente usufruem de alta produção da
terra. 40% disseram utilizar tecnologia média, devido a não ter geo-referenciamento,
responsabilidade ambiental, como reflorestamento, entre outros.
GRÁFICO 3 – Tipo de tecnologia de cultivo utilizada pelos sojicultores, Rio Verde – GO.
Fonte: Dados da Pesquisa.
3.4 Fontes de informações, recursos financeiros e modelo de gestão
As fontes de informações básicas para comercialização de grãos de soja pelos
produtores são as empresas comercializadoras, bolsa de Chicago e empresas de consultoria.
17
Na pesquisa, evidencia-se que 33% dos produtores entrevistados utilizam de 75% a
100% de seus recursos financiados. Esse fato é importante porque demonstra a
descapitalização do produtor de soja em Rio Verde. Outra variável coletada na amostragem é
que 67% dos entrevistados disseram ter um modelo de gestão em uso, sendo que 33% não
têm um padrão de tecnologia de gestão. Mas esse modelo de gestão envolve mais do que
simplesmente vender a sua soja antecipadamente e comprar insumos, envolve ter uma
estrutura de negócio ampliada, de preferência com escritório próprio para planejar e controlar
a produção e negociação (Gráfico 4).
GRÁFICO 4 – Modelo de gestão em % dos sojicultores, Rio Verde – GO.
Fonte: Dados da pesquisa
3.5 Indice de plantio
Devido aos arranjos necessários à competitividade, vários produtores, nos plantios de
2005/06 e 2006/07, estão plantando em grupo, pois o resultado demonstra que 53% dos
entrevistados indicam o plantio individualmente e 47% plantam soja em grupo. Verificou-se
que 93% do grupo de entrevistados plantam outra cultura em sucessão à soja, onde todos
plantam o milho safrinha além da soja (Gráficos 5 e 6).
GRÁFICO 5 – Plantio de soja individual e grupo, Rio Verde-GO
Fonte: Dados da Pesquisa
18
GRÁFICO 6 – Plantio em sucessão à soja – Rio Verde - GO
Fonte: Dados da Pesquisa
3.6 Capacidade de Armazenagem
A armazenagem própria está associada à infra-estrutura da propriedade moderna,
como fato de segurança e redução de custos. Observa-se no Gráfico 7 que somente 20% dos
entrevistados possuem capacidade armazenagem, para tanto, é um indicador baixo para os
padrões modernos, esta infra-estrutura interna assegura a venda do produto e proporciona
mais de lucro ao produtor principalmente na entressafra. Com o produto disponível, o
produtor de soja tem condições de negociar, exigindo melhores preços. Todos os
produtores manifestaram interesse em ter armazenagem própria, mas o investimento mínimo
necessário seria muito alto.
GRÁFICO 7 – Produtores de soja com armazenagem própria (%) - Rio Verde / GO.
19
Fonte: Dados da Pesquisa.
3.7 Satisfação do produtor na comercialização agrícola
A fase de comercialização agrícola na ocasião da safra, via se regra, é difícil para o
produtor. No entanto o produtor de commodities não determina o preço de seu bem, portanto
são sujeitos às forças de mercado. Mas em busca de opções, para melhoria de suas receitas, o
grupo de entrevistados tem concentrado seus negócios de venda através de contrato pré-
elaborado (Gráfico 8).
O que se observou foi o grau de satisfação do produtor de soja quanto às formas de
comercialização em uso no mercado. 60 % se disseram satisfeitos com as formas de contrato
e afirmaram que voltam a fazer o acordo com a mesma empresa. Enquanto que 40% dos
entrevistados se disseram não satisfeitos, mas voltam a fazer contrato com a mesma empresa,
por entenderem que a empresa não é a culpada, e apontam o Governo com sua política de
valorização cambial, como causador das distorções sobre os preços agrícolas. Haja vista que
os produtores alegam as condições de mercado.
GRÁFICO 8 – Satisfação comercial dos sojicultores, Rio Verde-GO.
Fonte: Dados da Pesquisa.
3.8 O uso de contratos futuros
Este instrumento de mercado é o mais moderno nas negociações de commodities
agrícolas, embora o que se negocia na bolsa de futuros, são contratos que representam
promessa de compra e venda de mercadoria para data de vencimento previamente
estabelecida.
20
O que se observou no trabalho de campo (Gráfico 9), é o alto índice de produtores de
soja que negociam seu produto em contratos futuros. 93 % dos entrevistados comercializam
contratos futuros há mais de cinco anos, 60% há mais de 10 anos.
GRÁFICO 9 – Índice de produtores com negociações futuras.
Fonte: Dados da Pesquisa.
3 CONCLUSÃO
As relações comerciais entre produtores e compradores de soja se tornam
imprescindíveis à economia de Rio Verde, esta prática tem importância para a sustentação da
cadeia de agronegócio local. Ocorrendo um contrato formalizado entre produtor e empresa,
pode-se garantir um travamento de custos e um possível lucro.
Os produtores de soja, devem inovar suas formas de comercialização, diferenciando-
as e conhecendo-as, gerenciando riscos, acompanhando o mercado, procurando propostas que
lhe proporcionem o melhor custo-benefício.
Através da pesquisa de campo, observa-se que o fator escolaridade pode se tornar um
fator limitante, pois o aumento das relações de complexidade do mercado da soja exige mais
conhecimentos sobre a dinâmica da economia mundial, que cada produtor se torna um gestor
de seu próprio negócio.
A descapitalização do setor agrícola de soja no período de 2006/07 forçou-os à
redução do uso da tecnologia de cultivo, aumentando o ataque de pragas, o principal foi a
ferrugem, aumentando perdas. Pois uma tecnologia para ser considerada alta deve conter
21
vários requisitos, dentre eles, utilizar sementes tratadas, corrigir o solo, aplicando defensivos
no prazo necessário, e outros, que exigem dispêndios de recursos financeiros.
Como reflexo da descapitalização do segmento de soja, os dados primários,
evidenciam que 33% dos produtores entrevistados utilizam de 75% a 100% de seus recursos
financiados. Todas estas informações vem reforçar a necessidade de um modelo de gestão por
parte dos sojicultores, envolvendo uma estrutura de negócio ampliada, de preferência com
escritório próprio para planejar e controlar a produção e negociação.
A armazenagem própria associada à infra-estrutura da propriedade moderna.
proporciona um pouco mais de lucro ao produtor principalmente na entre safra. Com o
produto disponível, o produtor de soja tem condições de negociar, exigindo melhores preços.
Mas, somente 20% dos entrevistados possuem armazenagem própria, o que limita suas
negociações ao período de safra.
Por ser a soja uma commodities, o produtor não determina o preço de seu bem,
portanto são sujeitos às forças de mercado. E conforme a pesquisa, conclui-se que o
sojicultores negociam os contratos futuros, por assegurar antecipadamente um melhor preço e
eliminando os riscos de mercado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALDI, N. Segurança depois da crise.Revista Agrinova, Agosto de 2006. p.34.
CARVALHO, L. M. Limites bancários x demanda por crédito. Força Ruralista, Rio Verde,
setembro de 2006. p.5.
CINTRA NETO, M. F. Negócios sem Risco. Revista Agrinova, Agosto de 2006. p.11.
FERNANDES, E. O Titanic continua a bater no iceberg. Força Ruralista, Rio Verde,
setembro de 2006. p. 6.
FERNANDES, E. Comercialização da Safra: erraremos menos? Força Ruralista, Rio Verde,
janeiro de 2007. p. 7.
FARIA, M. E. de; TEIXEIRA, S.M.; DEL PELOSO M.J. & SILVA I.M. da. Feijão
irrigado: fortalecimento da agricultura empresarial. Goiânia GO. EMGOPA -
DID, 1992. 56p. (EMGOPA, Documentos, 21).
FAVERET FILHO, P. Evolução do crédito rural na década de 90: implicações para os
produtores. In: Braga, Marcelo José. Agronegócio Cooperativo, reestruturação e estratégias.
Viçosa MG. UFV. 2002 p.221 a 248
22
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Rural de Rio Verde-Goiás, 2006. 16 p.
______.Crise no campo reduz emprego em Goiás. Informativo do Sindicato Rural de Rio
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______.Ferrugem ameaça produtividade. Informativo do Sindicato Rural de Rio Verde-
Goiás, 2007. 3 p
______.Novos Desafios. Informativo do Sindicato Rural de Rio Verde-Goiás, 2007. 2 p.
______.Produtor contesta projeção para a soja. Informativo do Sindicato Rural de Rio
Verde-Goiás, 2006. 16 p.
______.Safra 2006/2007 – atraso no crédito preocupa. Informativo do Sindicato Rural de
Rio Verde-Goiás, 2006. 16 p.
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São Paulo, 7, 8 e 9 de maio de 2004. Opinião, p. 10.
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MENDES, J. T. G. Economia Agrícola. 2. ed. Curitiba: ZNT, 1998. 458 p.
ZAIDEN, G. F. Cuidados na administração do negócio. Força Ruralista, Rio Verde,
fevereiro de 2007. p. 4.
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  • 1. FESURV - UNIVERSIDADE DE RIO VERDE FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO ANÁLISE DA COMERCIALIZAÇÃO DE GRÃOS DE SOJA EM RIO VERDE-GO VALÉRIA HELENA DA SILVA BATISTA E SOUZA Orientador: Prof. Ms. JOSÉ MARCELO DE ABREU Monografia apresentada à Faculdade de Administração da Fesurv - Universidade de Rio Verde, como parte das exigências para obtenção do título de Bacharel RIO VERDE - GOIÁS 2007
  • 2. “Aquele que de algum modo condena o seu semelhante à felicidade, é feliz.” Condessa Diane 2
  • 4. DEDICATORIA Dedico este trabalho à minha mãe Vanilda do Carmo Silva, que sempre me protegeu e somente me deu bons exemplos e é a responsável por quem sou hoje, minha mãe que passou noites em claro quando estava doente, que chorou quando chorei, que sofreu quando sofri, que sorriu quando sorri, mãe que sempre esteve ao meu lado e a quem devo tudo que sou hoje. Dedico também ao meu pai Valério Batista de Souza, que hoje mesmo estando longe é o melhor pai do mundo, e é o grande responsável pela conclusão do meu curso. Dedico aos meus irmãos Valter, Jaqueline e Valerinho, os quais amo muito e sempre foram um estímulo para que eu continuasse lutando pelos meus objetivos. Dedico à minha avó Maria que cuidou de mim praticamente por toda a minha infância e especialmente à minha avó Geralda que sempre me deu especial apoio na conclusão de meu curso. Dedico a toda minha família e agradeço pelo carinho e pelos votos de confiança que sempre me deram. Dedico a todas as minhas amigas e amigos que sempre estiveram do meu lado, em especial, Daniela da Paz e Paola Viana Fonseca, que têm lugar especial no meu coração, que estiveram do meu lado, e que foram grandes contribuintes para a conclusão do meu curso, sempre com gestos sinceros de amizade e estímulo. Dedico a todos os meus colegas de trabalho, em especial aos meus gerentes e amigos Thadeu Luis Vieira Lopes e Nilvon Glatt, que sempre confiaram em mim me dando a oportunidade de mostrar meu trabalho, com gestos de amizade, profissionalismo e respeito. Dedico a todos os meus colegas do Curso de Administração de Empresas e aos meus professores, em especial ao meu orientador, professor José Marcelo de Abreu que me deu especial apoio para a conclusão deste trabalho. 4
  • 5. AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais que sempre estiveram do meu lado durante todo este período, me dando apoio, força e coragem para continuar. Agradeço a Deus por estar sempre comigo, sem ele eu não teria conseguido. Agradeço a oportunidade de ter amigos e amigas tão especiais que estiveram do meu lado durante toda esta trajetória me dando conselhos e me apoiando, e que foram fundamentais para a conclusão deste trabalho. Agradeço a todos os meus familiares: irmãos, avós, tias, tios, primos e primas, que amo tanto, e que sempre me apoiaram de todas as formas para que eu fosse quem sou hoje. Agradeço a todos os meus colegas de trabalho e do curso de Administração de Empresas, a todos os membros da FESURV – Universidade de Rio Verde, em especial meu orientador, professor José Marcelo de Abreu, que demonstrou sempre franqueza e compromisso com este trabalho. Agradeço aos quinze clientes da empresa Cargill Agrícola S/A de Rio Verde, onde trabalho, pela disposição e pelo carinho, ao responder os questionários, que através deles originou este trabalho. 5
  • 6. RESUMO SOUZA, Valéria H. S. B. Análise da Comercialização de Grãos de Soja em Rio Verde- GO. 2007. 23 p. Monografia (Graduação em Administração de Empresas) – Fesurv – Universidade de Rio Verde, 2007.1 Este trabalho tem como objetivo amostrar o grau de satisfação e conhecimento do produtor rural de soja em Rio Verde- GO, quanto às formas de comercialização existentes no mercado. Busca-se assim dentro de uma perspectiva realista demonstrar as modalidades de contratos e as formas de financiamentos aos produtores, relatando os últimos fenômenos de contratos de comercialização da safra 2005/2006, e as expectativas que foram criadas para a safra 2006/2007, e suas implicações à dinâmica dos agricultores. Desta forma analisa-se a situação financeira dos produtores de soja em Rio Verde, no período de 2005 a 2007 e verifica-se a importância sócio-econômica desta cultura para a região, tornando-se uma forma de contribuir para a solução de problemas comerciais da soja na atualidade. Portanto detecta-se a necessidade de abordar suas dificuldades encontradas, ao financiar o seu plantio e formalizar os contratos de compra e venda para os grãos cultivados e disponíveis. Palavras-Chave: Comercialização, contratos, soja, conhecimento, satisfação. ABSTRACT 1 Orientador: Prof. Ms. José Marcelo de Abreu – FESURV – Universidade de Rio Verde. 6
  • 7. SOUZA, Valéria H. S. B. Analisty of the commercialization of grains of soy in Rio Verde-GO. 2007. 23 p. Monograph (Graduation in Adminstration of companies) – Fesurv – University of Rio Verde, Rio Verde, 2007.2 This work has as objective to show to the degree of satisfaction and knowledge of the agricultural producer of soy in Rio Verde - GO, how much to the existing forms of commercialization in the market. One thus searchs inside of a realistic perspective to demonstrate to the modalities of contracts and the forms of financings to the producers, telling the last contract phenomena of commercialization of harvest 2005/2006, and the expectations that had been created for harvest 2006/2007, and its implications to the dynamics of the agriculturists. In such a way it is analyzed financial situation of the producers of soy in Rio Verde, the period of 2005 the 2007 and is verified it partner-economic importance of this culture for the region, having become a form to contribute for the solution of commercial problems of the soy in the present time. Therefore it is detected necessity to approach its difficulties found, when financing its plantation and legalizing contracts of purchase and business for the cultivated and available grains. Words-Key: Commercialization, contracts, soy, knowledge, satisfaction. LISTA DE GRÁFICOS 2 Adviso: Teacher Ms. José Marcelo de Abreu – FESURV – University of Rio Verde. 7
  • 8. GRÁFICO 1 Grau de escolaridade dos sojicultores em Rio Verde – GO .................... 16 GRÁFICO 2 Tamanho da propriedade dos sojicultores, Rio Verde - GO.................... 17 GRÁFICO 3 Tipo tecnologia de cultivo utilizada por sojicultores, Rio Verde-GO ...... 18 GRÁFICO 4 Modelo de gestão em % dos sojicultores, Rio Verde – GO ..................... 18 GRÁFICO 5 Plantio de soja individual e grupo, Rio Verde-GO .................................. 19 GRÁFICO 6 Plantio em sucessão à soja – Rio Verde – GO ......................................... 19 GRÁFICO 7 Produtores de soja com armazenagem própria (%) - Rio Verde / GO...... 20 GRÁFICO 8 Satisfação comercial dos sojicultores, Rio Verde-GO.............................. 21 GRÁFICO 9 Indice de produtores com negociações futuras......................................... 21 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 10 2 COMERCIALIZAÇÃO ................................................................................................. 11 2.1 A formalização de contratos ....................................................................................... 11 2.2 As dificuldades encontradas pelos produtores ............................................................ 12 2.3 O setor agrícola e o crédito rural ................................................................................ 13 2.4 A importância da atuação do Governo Federal .......................................................... 14 8
  • 9. 3 RESULTADO E DISCUSSÃO ..................................................................................... 15 3.1 Escolaridade do produtor ............................................................................................ 16 3.2 Áreas plantadas ........................................................................................................... 16 3.3 Tecnologia de cultivo utilizada ................................................................................... 17 3.4 Fontes de informações, recursos financeiros e modelo de gestão .............................. 18 3.5 Indice de plantio .......................................................................................................... 19 3.6 Capacidade de Armazenagem ..................................................................................... 19 3.7 Satisfação do produtor na comercialização agrícola ................................................... 20 3.8 O uso de contratos futuros........................................................................................... 21 4 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 23 1 INTRODUÇÃO A comercialização de grãos e derivados de soja é uma prática agrícola e comercial intensa na economia da cidade de Rio Verde-GO. Constata-se que os produtores não obtiveram o resultado financeiro, esperado para safra 2005/2006, recuperando parte dos seus prejuízos na safra 2006/2007, e como há expectativas comerciais para as próximas safras, são exigidos novos conhecimentos e dinamismo por parte dos produtores no que diz respeito às formas de comercialização. Com as exigências das relações produtivas e comerciais em economia aberta, diferentes autores têm sinalizado novas modalidades contratuais, haja vista que vários instrumentos existem à disposição dos compradores e vendedores no mercado. Mas, os produtores muitas vezes não estão aptos a estas ferramentas, se tornando difícil, devido ao 9
  • 10. profissionalismo que requer a agricultura moderna e altamente competitiva no mundo globalizado. Verifica-se a necessidade de se levantar dados suficientes e adequados quanto ao comportamento dos produtores e do mercado, que possam ser transformados em informações importantes, e devolvidos aos mesmos, como célula de uma educação agrícola, que deveria existir por parte do Governo, assumindo a função de um Estado que cria condições de ensino, ao invés de um Estado que cria subsídios, ou qualquer tipo de doações. Existem vários instrumentos e recursos de comercialização e financiamento agrícola à disposição do produtor. Os produtores de soja, de Rio Verde, não são diferentes dos demais do país, passam por diversos problemas, com relação ao financiamento e às formas de comercialização para os grãos cultivados. Desde a década de 90, a oferta de crédito rural tem diminuído significativamente, o que comprometeu a viabilização do produtor ao plantio com relação à safra 2005/06 e observaram-se as dificuldades encontradas pelos produtores em renegociar seus débitos e adquirir crédito para a safra 2006/07. Os problemas na safra 2005/06 quanto à comercialização foram vários como a atuação da política governamental insatisfatória em relação à agricultura, a valorização cambial e a gripe aviária. Argumenta-se que um grande problema é o desconhecimento do produtor com relação ao mercado, que limita suas negociações. 2 COMERCIALIZAÇÃO Os produtores devem inovar suas formas de comercialização, adotando ferramentas de gestão de risco, não se acomodando ao se relacionar com os mesmos agentes comerciais todo ano, portanto, diferenciando e conhecendo os novos mecanismos contratuais, que estão à disposição no mercado. Na comercialização da soja pelos produtores agrícolas, eles têm a opção de formalizar com a empresa compradora, um contrato de compra e venda dos grãos, que contribui na formação de preço. 10
  • 11. O uso do crédito rural pelo produtor para a comercialização agrícola se torna um fator de competitividade e de entusiasmo produtivo, quando disponível para o processo de comercialização. 2.1 A formalização de contratos Objetivam-se correlacionar a comercialização de soja e seus derivados, com a prática de contratos formalizados com empresas comerciais, nas safras 2005/2006 e 2006/2007, de Rio Verde. E captar o grau de satisfação do agricultor com a forma de comercialização contratual e a sua evolução de área plantada e produtividade, bem como, salientar a existência de diversos tipos de contratos de comercialização de soja e suas perspectivas. Destaca-se o modelo inovador de financiamento privado que se desenvolveu no Brasil, baseado na compra antecipada de soja por parte das indústrias de esmagamento e empresas exportadoras (JANK, 2004). A grande inovação do modelo da soja, que inspira a formulação de políticas voltadas à comercialização de diversos produtos agrícolas reside no fato de, o financiamento da produção e a comercialização do grão, serem executados em operações de mercado sem a participação direta do Governo. Para o autor, ao vender antecipadamente a sua soja para a indústria ou o exportador, o produtor cria condições de levantar junto ao comprador, no sistema bancário, ou com fornecedores de insumos, a custos competitivos, parte dos recursos de que necessita para realizar o plantio e o cultivo da oleaginosa. Pelo exposto é premente consolidar os mercados futuros e de opções para favorecer a comercialização de grãos brasileiros, e ampliar o uso de instrumentos que reduzam risco de preços. Segundo Jank (2004), devido ao modelo de financiamento privado, a produção de soja aumentou sem precisar de subsídios. Percebe-se que os agentes do setor privado, vêm aumentando significativamente seus negócios diretos com o produtor, com diversas formas de contratação futuras, que podem ser feitos com preços em reais ou em dólar, na forma de seguro rural ou também com financiamento. Assim o produtor tem condições de estabelecer seus custos e lucros de forma antecipada. 2.2 As dificuldades encontradas pelos produtores 11
  • 12. Para Fernandes (2006), mesmo com a oferta de opções de comercialização disponíveis no mercado, a maioria dos empresários rurais continuou a agir da mesma maneira. Porém, estes empresários esperam por resultados diferentes. Os produtores devem comercializar melhor sua produção e não se renderem à comodidade de se relacionar com os mesmos agentes de mercado e procurar opções que lhes proporcionem melhor retorno. Por ser o mercado de commodities, muito dinâmico, e não podendo se manter somente com o vínculo do crédito rural e financiamentos agrícolas diversos, o produtor deve procurar estabelecer contratações futuras para sua safra, com preços pré-estabelecidos e com segurança. Lacki (2006), afirma que os produtores têm dificuldades de comercializar sua colheita não necessariamente porque lhes faltem políticas agrícolas, créditos, subsídios, tecnologias sofisticadas ou garantias oficiais de comercialização, mas, porque a agricultura moderna requer conhecimentos altamente competitivos no mundo globalizado. Este conhecimento do produtor interfere significativamente em sua atuação na comercialização, pois este fato pode limitar suas negociações, como também ser importante se bem aplicado. “Os empresários rurais, estão atentos ao mercado em busca de obter o maior resultado financeiro, aproveitando os momentos de preços maiores. Todo o serviço, tecnologia e insumo custam dinheiro e este serviço de orientação é o insumo mais valioso dentro do processo” (ZAIDEN, 2007). O produtor precisa de pessoas capacitadas para auxiliá-lo em sua comercialização, e não somente plantar e colher. Os produtores podem comercializar sua safra antes mesmo de produzir, fazer seguro de preço e se resguardar para uma eventual frustração da produção dos grãos e desta forma o produtor poderá no mínimo cobrir todos os custos, com uma margem de lucro pré-estabelecida. Assim sendo, a venda antecipada minimiza os riscos de variações do mercado. “No caso específico dos preços, as perdas que os produtores costumam ter com as oscilações de mercado têm feito com que a busca, por ferramentas que eliminem, ou pelo menos minimizem esse risco, tenha crescido nos últimos anos” (INACIO, 2006). Observa-se que, a utilização de contratos futuros de preços se torna imprescindível em se tratando de segurança, garantindo seus custos e em parte os seus lucros. Podendo o produtor, deixar uma parte excedente de grãos para comercializá-los na época da colheita. Para Cintra Neto (2006), a crise do setor de grãos, verificada em 2006, poderia ter sido minimizada, se as ferramentas do mercado futuro tivessem sido utilizadas. Se tornando 12
  • 13. importante uma análise estratégica por parte do produtor quanto à sua forma de comercialização, não dependendo dos subsídios do Governo Federal. 2.3 O setor agrícola e o crédito rural Mendes (1998), afirma que o setor agrícola brasileiro é importante tanto pelo aspecto econômico como pelo social, pois em 1996 o IBGE apontava mais de 4,5 milhões de agricultores com suas famílias, constituindo um quinto da população e gerando mais de um quinto da força de trabalho. Salientando a mão-de-obra que o setor agrícola libera para o setor industrial e para o agribusiness. Este contingente humano que depende da agricultura, entre muitos outros problemas, enfrenta alguns de maior importância no próprio mercado agrícola, entre eles a instabilidade dos preços dos produtos e o da descapitalização do setor. Para sustentar este contingente de produtores têm-se verificado através do financiamento agrícola, as diversas modalidades do crédito rural, como o custeio, os investimentos e a comercialização, que pode garantir antecipadamente os negócios do produtor. E detecta-se a importância do Crédito Rural, como recurso financeiro possível de melhorar a qualidade de vida do homem do campo, através da inovação tecnológica, aumentando sua produtividade e consequentemente sua renda. Verificam-se nas safras agrícolas recentes, as dificuldades do agricultor em acessar ao crédito, tanto ao Banco do Brasil, quanto no setor privado, este fato comprometeu o plantio da safra 2006/07, na redução de tecnologias de cultivo utilizadas pelo produtor, como a menor aplicação de defensivos nas lavouras de soja em Rio Verde. Para Faveret Filho (2002) a oferta de crédito rural reduziu-se significativamente e a taxa de juros elevou-se restringindo o crescimento da produção pela insuficiência de recursos e contribuindo para a crise do endividamento agrícola. Nos anos 90, a elevada inadimplência agrícola fez os bancos operarem com restrições em relação à agricultura. As conseqüências da falta de crédito acessível para o setor são graves, este fato gerou discussões e fez com que a Comissão de Grãos do Sindicato Rural de Rio Verde prever uma retenção de 20% na área plantada em Goiás. Verifica-se que aquela previsão não se confirmou, e a colheita 2006/07 para grãos de soja obteve melhores resultados, mas a ferrugem comprometeu a produtividade das lavouras. Em parte é um reflexo da descapitalização do produtor, que reduziu o uso de tecnologia, aplicando menos defensivos agrícolas e menor uso de sementes tratadas adequadamente. E outra parte da frustração está associada ao clima. 13
  • 14. 2.4 A importância da atuação do Governo Federal Segundo Carvalho (2006), o atraso na implementação das medidas governamentais de apoio à safra 2006/07, a falta de esclarecimentos e limitações para o seguro rural e a falta de solidez nos mecanismos de apoio à comercialização agravaram a crise financeira do setor, com reflexos negativos na economia do país e consequentemente para toda a população. Dada a importância do setor agrícola, o Governo Federal deve apoiar a produção e comercialização agrícola brasileira, liberando novos recursos para o financiamento das safras futuras, promovendo agilidade na prorrogação das dívidas do produtor com os financiamentos promovidos pelo Banco do Brasil. Como prioridade, o Governo deve adotar medidas, para fornecer o setor, com reformulação da política de garantia de preços, reformulação do seguro rural, criação de instrumentos de incentivo à capitalização dos produtores rurais, isenção de imposto de renda para títulos do agronegócio e outras importantes estratégias que garantam uma maior estabilidade ao setor. Este rol de opções leva a um avanço no processo de negociação, embora tenha havido entre os produtores rurais, por meio de suas lideranças. As necessidades do setor agrícola, são: medidas que reduzam os custos de produção, a comercialização de defensivos importados, a liberação do uso de sementes geneticamente modificadas, estes são alguns itens solicitados para amenizar o agravamento da crise. Para o autor, o Governo Federal disponibiliza para o produtor rural, através das empresas revendedoras de insumos, os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, para a regularização da Cédula de Produto Rural - CPR. Mas a Comissão de Grãos de Rio Verde continua preocupada com o endividamento do produtor rural e quer saber o motivo do desinteresse das revendas de insumos, pelo recurso disponibilizado pelo Governo, que também é interessante para as mesmas. “As expectativas de melhora na comercialização dos produtos agrícolas animam os produtores, mas é preciso cautela ao fazer novos investimentos, embora as dívidas incomodam a maioria dos produtores” (FORÇA RURALISTA, 2007). A atitude do produtor deve ser de um modelo de gestão, não importando o tamanho de sua propriedade, o ideal é que sejam traçados metas e objetivos, os quais devem ser seguidos, para a redução dos custos, a aplicação de tecnologia adequada e por conseqüência o aumento dos lucros. 14
  • 15. Dada as limitações expostas neste trabalho, é importante para o produtor de soja, não perder o foco da comercialização e do seguro rural, devido às vulnerabilidades do mercado. A este respeito, Fernandes (2007) aponta a alta volatilidade do mercado de soja, que tem aspectos positivos, diante das oportunidades de comercialização antecipada e para a troca de matéria-prima por insumos. A excelência na comercialização é um desafio, pois, a possibilidade de uma venda prematura poderá causar perdas de oportunidades de negócios na colheita, como também existirão produtores, que na expectativa de preço melhor, perderão os melhores momentos de comercialização. Quanto ao seguro agrícola, o produtor rural só ficará tranqüilo caso haja cobertura em todas as etapas que vão do plantio à colheita. “Depois de dois anos seguidos com perdas na agricultura, Governo e empresários perceberam, a importância do seguro de produção” (BALDI, 2006). 3 RESULTADO E DISCUSSÃO A pesquisa de campo com base na amostragem revela o grau de satisfação e conhecimento do produtor, quanto às formas de financiamento e comercialização de grãos de soja em Rio Verde-GO. A pesquisa foi baseada e desenvolvida na metodologia utilizada por Farias (1992) e pela Embrapa (1992), utilizando amostragem estratificada. Para esta pesquisa foram amostrados quinze produtores ao acaso que comercializam produtos agrícolas, na forma de contratos comerciais com a Empresa Cargill Agrícola S/A de Rio Verde, no período de janeiro a fevereiro de 2007. Evidenciando que os produtores devem conhecer todas as formas de comercialização e financiamento, gerenciando riscos, acompanhando o mercado, procurando propostas que lhe proporcionem o melhor custo-benefício. 3.1 Escolaridade do produtor No Gráfico 1 se verifica no aspecto da escolaridade que 53% por cento dos entrevistados, possuem ensino fundamental incompleto, e 33% possuem ensino superior completo, 7% dos entrevistados possuem ensino fundamental completo, e também 7% possui ensino médio completo. Observa-se que existe uma relação da escolaridade do produtor de soja com o conhecimento de mercado nas negociações das commodities, pois, a maior parte não concluiu o primeiro grau. Este pode se tornar um fator limitante, pois o aumento da 15
  • 16. complexidade do mercado da soja exige mais conhecimentos sobre a dinâmica da economia mundial, onde cada produtor se torna um gestor de seu próprio negócio. FUNDAMENTAL INCOMPLETO – 53% FUNDAMENTAL COMPLETO – 7% MÉDIO COMPLETO – 7% SUPERIOR COMPLETO – 33% GRÁFICO 1 – Grau de escolaridade dos sojicultores em Rio Verde – GO. Fonte: Dados da pesquisa. 3.2 Áreas plantadas Detecta-se, que 93 % dos produtores, possui áreas próprias de plantio, e utilizam as áreas arrendadas como complemento de sua produção. Observa-se que, 40 % dos entrevistados possuem área de plantio acima de 2000 ha, enquanto que 20% possuem área entre 1001 e 2000 ha, e outros 20% possuem área de 101 a 500 ha, 7 % de 501 a 1000 ha, e 13 % até 100 ha. Percebe-se que a maioria dos produtores de soja tem um potencial de produção, plantando acima de 2000 ha, com economia de escala. Gráfico 2. GRÁFICO 2 - Tamanho da propriedade dos sojicultores, Rio Verde - GO. Fonte: Dados da Pesquisa. 16
  • 17. 3.3 Tecnologia de cultivo utilizada Verificou-se junto aos produtores entrevistados, que ao período agrícola de 2006/2007 se encontram descapitalizados, forçando-os à redução do uso da tecnologia de cultivo, pois sem os recursos necessários, a aplicação dos defensivos foi em menor proporção. O objetivo maior desta variável em análise é demonstrar que o gerenciamento eficiente através da indicação de tecnologias é reduzir riscos e custos e aumentar produtividade, estes elementos são preponderantes na participação do sojicultor em mercados globalizados. As tecnologias de cultivo e de safra utilizadas pelos produtores de soja, são importantes, para minimizar ataques de pragas, da ferrugem e outros fungos, bem como evitar perdas. Nesta amostragem, (Gráfico 3), 60% dos entrevistados disseram utilizar alta tecnologia de cultivo, alegando utilizar sementes tratadas, correção do solo, aplicação de defensivos dentro do prazo necessário e consequentemente usufruem de alta produção da terra. 40% disseram utilizar tecnologia média, devido a não ter geo-referenciamento, responsabilidade ambiental, como reflorestamento, entre outros. GRÁFICO 3 – Tipo de tecnologia de cultivo utilizada pelos sojicultores, Rio Verde – GO. Fonte: Dados da Pesquisa. 3.4 Fontes de informações, recursos financeiros e modelo de gestão As fontes de informações básicas para comercialização de grãos de soja pelos produtores são as empresas comercializadoras, bolsa de Chicago e empresas de consultoria. 17
  • 18. Na pesquisa, evidencia-se que 33% dos produtores entrevistados utilizam de 75% a 100% de seus recursos financiados. Esse fato é importante porque demonstra a descapitalização do produtor de soja em Rio Verde. Outra variável coletada na amostragem é que 67% dos entrevistados disseram ter um modelo de gestão em uso, sendo que 33% não têm um padrão de tecnologia de gestão. Mas esse modelo de gestão envolve mais do que simplesmente vender a sua soja antecipadamente e comprar insumos, envolve ter uma estrutura de negócio ampliada, de preferência com escritório próprio para planejar e controlar a produção e negociação (Gráfico 4). GRÁFICO 4 – Modelo de gestão em % dos sojicultores, Rio Verde – GO. Fonte: Dados da pesquisa 3.5 Indice de plantio Devido aos arranjos necessários à competitividade, vários produtores, nos plantios de 2005/06 e 2006/07, estão plantando em grupo, pois o resultado demonstra que 53% dos entrevistados indicam o plantio individualmente e 47% plantam soja em grupo. Verificou-se que 93% do grupo de entrevistados plantam outra cultura em sucessão à soja, onde todos plantam o milho safrinha além da soja (Gráficos 5 e 6). GRÁFICO 5 – Plantio de soja individual e grupo, Rio Verde-GO Fonte: Dados da Pesquisa 18
  • 19. GRÁFICO 6 – Plantio em sucessão à soja – Rio Verde - GO Fonte: Dados da Pesquisa 3.6 Capacidade de Armazenagem A armazenagem própria está associada à infra-estrutura da propriedade moderna, como fato de segurança e redução de custos. Observa-se no Gráfico 7 que somente 20% dos entrevistados possuem capacidade armazenagem, para tanto, é um indicador baixo para os padrões modernos, esta infra-estrutura interna assegura a venda do produto e proporciona mais de lucro ao produtor principalmente na entressafra. Com o produto disponível, o produtor de soja tem condições de negociar, exigindo melhores preços. Todos os produtores manifestaram interesse em ter armazenagem própria, mas o investimento mínimo necessário seria muito alto. GRÁFICO 7 – Produtores de soja com armazenagem própria (%) - Rio Verde / GO. 19
  • 20. Fonte: Dados da Pesquisa. 3.7 Satisfação do produtor na comercialização agrícola A fase de comercialização agrícola na ocasião da safra, via se regra, é difícil para o produtor. No entanto o produtor de commodities não determina o preço de seu bem, portanto são sujeitos às forças de mercado. Mas em busca de opções, para melhoria de suas receitas, o grupo de entrevistados tem concentrado seus negócios de venda através de contrato pré- elaborado (Gráfico 8). O que se observou foi o grau de satisfação do produtor de soja quanto às formas de comercialização em uso no mercado. 60 % se disseram satisfeitos com as formas de contrato e afirmaram que voltam a fazer o acordo com a mesma empresa. Enquanto que 40% dos entrevistados se disseram não satisfeitos, mas voltam a fazer contrato com a mesma empresa, por entenderem que a empresa não é a culpada, e apontam o Governo com sua política de valorização cambial, como causador das distorções sobre os preços agrícolas. Haja vista que os produtores alegam as condições de mercado. GRÁFICO 8 – Satisfação comercial dos sojicultores, Rio Verde-GO. Fonte: Dados da Pesquisa. 3.8 O uso de contratos futuros Este instrumento de mercado é o mais moderno nas negociações de commodities agrícolas, embora o que se negocia na bolsa de futuros, são contratos que representam promessa de compra e venda de mercadoria para data de vencimento previamente estabelecida. 20
  • 21. O que se observou no trabalho de campo (Gráfico 9), é o alto índice de produtores de soja que negociam seu produto em contratos futuros. 93 % dos entrevistados comercializam contratos futuros há mais de cinco anos, 60% há mais de 10 anos. GRÁFICO 9 – Índice de produtores com negociações futuras. Fonte: Dados da Pesquisa. 3 CONCLUSÃO As relações comerciais entre produtores e compradores de soja se tornam imprescindíveis à economia de Rio Verde, esta prática tem importância para a sustentação da cadeia de agronegócio local. Ocorrendo um contrato formalizado entre produtor e empresa, pode-se garantir um travamento de custos e um possível lucro. Os produtores de soja, devem inovar suas formas de comercialização, diferenciando- as e conhecendo-as, gerenciando riscos, acompanhando o mercado, procurando propostas que lhe proporcionem o melhor custo-benefício. Através da pesquisa de campo, observa-se que o fator escolaridade pode se tornar um fator limitante, pois o aumento das relações de complexidade do mercado da soja exige mais conhecimentos sobre a dinâmica da economia mundial, que cada produtor se torna um gestor de seu próprio negócio. A descapitalização do setor agrícola de soja no período de 2006/07 forçou-os à redução do uso da tecnologia de cultivo, aumentando o ataque de pragas, o principal foi a ferrugem, aumentando perdas. Pois uma tecnologia para ser considerada alta deve conter 21
  • 22. vários requisitos, dentre eles, utilizar sementes tratadas, corrigir o solo, aplicando defensivos no prazo necessário, e outros, que exigem dispêndios de recursos financeiros. Como reflexo da descapitalização do segmento de soja, os dados primários, evidenciam que 33% dos produtores entrevistados utilizam de 75% a 100% de seus recursos financiados. Todas estas informações vem reforçar a necessidade de um modelo de gestão por parte dos sojicultores, envolvendo uma estrutura de negócio ampliada, de preferência com escritório próprio para planejar e controlar a produção e negociação. A armazenagem própria associada à infra-estrutura da propriedade moderna. proporciona um pouco mais de lucro ao produtor principalmente na entre safra. Com o produto disponível, o produtor de soja tem condições de negociar, exigindo melhores preços. Mas, somente 20% dos entrevistados possuem armazenagem própria, o que limita suas negociações ao período de safra. Por ser a soja uma commodities, o produtor não determina o preço de seu bem, portanto são sujeitos às forças de mercado. E conforme a pesquisa, conclui-se que o sojicultores negociam os contratos futuros, por assegurar antecipadamente um melhor preço e eliminando os riscos de mercado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALDI, N. Segurança depois da crise.Revista Agrinova, Agosto de 2006. p.34. CARVALHO, L. M. Limites bancários x demanda por crédito. Força Ruralista, Rio Verde, setembro de 2006. p.5. CINTRA NETO, M. F. Negócios sem Risco. Revista Agrinova, Agosto de 2006. p.11. FERNANDES, E. O Titanic continua a bater no iceberg. Força Ruralista, Rio Verde, setembro de 2006. p. 6. FERNANDES, E. Comercialização da Safra: erraremos menos? Força Ruralista, Rio Verde, janeiro de 2007. p. 7. FARIA, M. E. de; TEIXEIRA, S.M.; DEL PELOSO M.J. & SILVA I.M. da. Feijão irrigado: fortalecimento da agricultura empresarial. Goiânia GO. EMGOPA - DID, 1992. 56p. (EMGOPA, Documentos, 21). FAVERET FILHO, P. Evolução do crédito rural na década de 90: implicações para os produtores. In: Braga, Marcelo José. Agronegócio Cooperativo, reestruturação e estratégias. Viçosa MG. UFV. 2002 p.221 a 248 22
  • 23. FORÇA RURALISTA. Safra ameaçada por falta de crédito. Informativo do Sindicato Rural de Rio Verde-Goiás, 2006. 16 p. ______.Crise no campo reduz emprego em Goiás. Informativo do Sindicato Rural de Rio Verde-Goiás, 2006. 16 p. ______.Ferrugem ameaça produtividade. Informativo do Sindicato Rural de Rio Verde- Goiás, 2007. 3 p ______.Novos Desafios. Informativo do Sindicato Rural de Rio Verde-Goiás, 2007. 2 p. ______.Produtor contesta projeção para a soja. Informativo do Sindicato Rural de Rio Verde-Goiás, 2006. 16 p. ______.Safra 2006/2007 – atraso no crédito preocupa. Informativo do Sindicato Rural de Rio Verde-Goiás, 2006. 16 p. INÁCIO, A.Negócios sem Risco.Revista Agrinova, Agosto de 2006. p.11. JANK, M. S. Sistema de comercialização antecipada de soja sob ameaça. Valor Econômico, São Paulo, 7, 8 e 9 de maio de 2004. Opinião, p. 10. LACKI, P. Saída pode estar na educação. Força Ruralista, Rio Verde, setembro de 2006. MENDES, J. T. G. Economia Agrícola. 2. ed. Curitiba: ZNT, 1998. 458 p. ZAIDEN, G. F. Cuidados na administração do negócio. Força Ruralista, Rio Verde, fevereiro de 2007. p. 4. 23