O documento apresenta os conceitos básicos de modelagem de dados para desenvolvimento de um sistema de informação, incluindo definição de entidades, atributos, relacionamentos e implementação em um banco de dados. Discute exemplos práticos de entidades como cliente, produto e nota fiscal e seus relacionamentos. Explica conceitos como tabelas, registros, campos, chaves primárias e estrangeiras.

1. Modelagem de Dados
Prof. Maurício Lima
Administração de Sistemas de Informação
Faculdade Novos Horizontes

2. Introdução
● Objetivo desse material: apresentar os
conceitos básicos para modelagem de dados
para posterior implantação em um SGBD
(Sistema Gerenciador de Banco de Dados).
● Justificativa: no processo de desenvolvimento
de um SI (Sistema de Informação), uma
importante etapa que deve ser feita logo no
início é o levantamento dos dados necessários.
● Metodologia: apresentação de conceitos e
exemplos práticos.

3. Conceitos básicos
● Dados são representações de entidades.
● Entidades: são pessoas (físicas ou jurídicas),
objetos ou elementos que apresentam
características (ou atributos) que demandam
registro.
● Relacionamentos: de alguma maneira as
entidades estão ligadas umas às outras. Essas
ligações entre as tabelas são chamadas de
relacionamentos.

4. Exemplos de Entidades
● Cliente: um cliente é caracterizado por um
nome, um CPF, um endereço, um estado civil,
uma data de nascimento, um email, etc.
● O conjunto dessas características (ou atributos)
identifica um cliente e nos permite registrá-lo.
● Produto: um produto é caracterizado por um
nome, um código, um preço de custo, um preço
de venda, etc.
● Fornecedor: um fornecedor é caracterizado por
um nome, um CNPJ, um endereço, um email,
etc.

5. Exemplos de Relacionamentos
● Um cliente “compra” um produto: temos
associado a esse fato características (ou
atributos) como cliente, data da compra,
produtos, valor total dos impostos, valor total da
compra, forma de pagamento, etc.
● O conjunto dessas características (ou atributos)
identifica uma “compra” e nos permite registrá-la
como uma “nota fiscal” associada.
● A nota fiscal é uma ENTIDADE. As ligações
entre nota fiscal/cliente e nota fiscal/produtos
são RELACIONAMENTOS.

6. Situação Prática
● Situação: o gestor precisa de um novo SI para
emissão de notas fiscais.
● É obrigação do gestor:
● Rever a rotina de trabalho da organização.
● Estabelecer Métodos e Processos de trabalho que
permitam uma maior produtividade.
● Por último, determinar o que precisa do SI.
● Na reunião com a equipe de Tecnologia da
Informação (TI), deve-se fazer a Modelagem de
Dados, determinando as Entidades e os
Relacionamentos do SI.

7. Após horas e mais horas de reunião
● Constatamos a necessidade das entidades:
cliente, produto, nota fiscal.
● Constatamos também a necessidade dos
relacionamentos “nota fiscal tem um cliente” e
“nota fiscal tem vários produtos”.
● Dica prática: ao analisar o problema a ser
resolvido, “Entidades” são facilmente
identificadas por substantivos.
● Dica prática: ao analisar o problema a ser
resolvido, “Relacionamentos” são facilmente
identificadas por verbos.

8. Conceitos de Banco de Dados
● Dados são estruturados em “banco de dados”
através de uma hierarquia bastante formal:
● Campos
● Registros
● Tabelas
● Relacionamentos entre tabelas.
● Campos são os atributos (características) das
entidades.
● Exemplos de campos: nome do cliente, código
do produto, data da compra na nota fiscal.

9. Conceitos de Banco de Dados
● Registro é um agrupamento de campos.
● Tal agrupamento caracteriza de forma única a
entidade representada.
● Exemplo de registro:(P00148; Prego; 0,03; 0,07)
● Essa sequência de valores representa
respectivamente os seguintes campos:
● Código do produto
● Nome do produto
● Preço de custo
● Preço de venda

10. Conceitos de Banco de Dados
● Tabela é um agrupamento de registros.
● Tal agrupamento permite armazenar todas as
entidades para posterior listagem, pesquisa ou
classificação (ordenação).
● Exemplo da tabela Produto:
Código do Produto Nome do Produto Preço de Custo Preço de Venda
P00148 Prego 0,03 0,07
P02594 Parafuso 0,02 0,05
P00043 Porca 0,01 0,02

11. Conceitos de Banco de Dados
● Exemplo da tabela cliente:
Código do Cliente Nome do Cliente CPF Endereço
C00111 Pedro 123.456.789-12 Rua A, n 123
C03849 Antônio 987.654.321-98 Rua B, n 456
C00981 Maria 135.794.680-39 Rua C, n 789
● Exemplo da tabela nota fiscal:
Número da Nota Código do Cliente Código do Produto Demais campos
N00456 C00111 P00148 ...
N00456 C00111 P02594 ...
N00456 C00111 P00043 ...

12. Conceitos de Banco de Dados
● No exemplo, analisando a tabela nota fiscal,
podemos afirmar que:
● o cliente “Pedro” (C00111) comprou 3 produtos.
● os produtos foram “Prego” (P00148), “Parafuso”
(P02594), “Porca” (P00043).
● Para descobrirmos isso, foi necessário:
● estabelecermos uma relação entre as tabelas nota
fiscal e cliente através do campo “código do cliente”
● estabelecermos uma relação entre as tabelas nota
fiscal e produto através do campo “código do
produto”.

13. Conceitos de Banco de Dados
● Relacionamento entre tabelas caracteriza as
ligações estabelecidas entre as tabelas.
● Tipos de relacionamento:
● 1 para 1: um registro de uma tabela ligado a um
registro de outra tabela.
● 1 para N: um registro de uma tabela ligado a muitos
registros de outra tabela.
● N para N: muitos registros de uma tabela ligados a
muitos registros de outra tabela.

14. Exemplos de Relacionamentos
● Relacionamento 1 para 1: um funcionário
recebe pagamento em uma conta bancária
(conta salário). Em uma conta bancária, é
depositado o salário de um funcionário.
Funcionário 1
1
Conta Bancária

15. Exemplos de Relacionamentos
● Relacionamento 1 para 1: um “pedido de
compra” gera uma “compra”. Uma compra está
associada a um “pedido de compra”.
Pedido 1
1
Compra

16. Exemplos de Relacionamentos
● Relacionamento 1 para N: um cliente pode
fazer diversas compras representada por
diversas notas fiscais. Em uma nota fiscal,
consta apenas um cliente.
Cliente 1
N
Nota Fiscal

17. Exemplos de Relacionamentos
● Relacionamento 1 para N: um setor tem
diversos funcionários. Um funcionário pertence
apenas a um setor.
Setor
1
N
Funcionário

18. Exemplos de Relacionamentos
● Relacionamento N para N: em uma nota fiscal
consta diversos produtos adquiridos pelo
cliente. Um produto pode constar em diversas
notas fiscais.
Produto
N
N
Nota Fiscal

19. Exemplos de Relacionamentos
● Relacionamento N para N: considere as
entidades professor, turma e aluno (todos são
substantivos).
● Temos os relacionamentos:
(R1) Um professor dá aula para diversas turmas
(R2) Em uma turma, diversos professores dão aula
(R3) Um aluno faz parte de diversas turmas
(R4) Em uma turma, temos diversos alunos
● Veja os relacionamentos R1 até R4 no diagrama a
seguir.

20. Exemplos de Relacionamentos
● Diagrama de Entidades e Relacionamentos:
Professor
Turma
Aluno
(R2) N
(R1) N
(R3) N
(R4) N

21. Conceitos de Banco de Dados
● Os relacionamentos entre as tabelas são
estabelecidos por alguns campos especiais
denominados CHAVES.
● Na tabela nota fiscal, os campos Código do
Cliente e Código do Produto são responsáveis
pelas ligações com as tabelas Cliente e
Produto respectivamente.
● Na tabela Cliente, o campo “Código do Cliente”
é chamado de chave primária.
● A chave primária tem a característica de
identificar de maneira única o registro.

22. Conceitos de Banco de Dados
● Na tabela Produto, o campo “Código do Produto” é
chamado de chave primária
● Na tabela Nota fiscal, o campo “Número da Nota” é
chamado de chave primária
● Na tabela Nota fiscal, os campos “Código do Cliente”
e “Código do Produto” são chamadas de chave
estrangeira.
● A chave estrangeira faz a ligação entre as tabelas
relacionadas.
● Os valores das chaves estrangeiras são,
necessariamente, valores de chaves primárias das
outras tabelas.

23. Exemplos de Chaves Primárias
● Considere as tabelas Professor, Turma e Aluno.
● A tabela Professor tem a chave primária
“Código do Professor”.
● A tabela Aluno tem a chave primária “Código do
Aluno (matrícula)”.
● A tabela Turma tem a chave primária “Código
da Turma”.

24. Como especificar as chaves
estrangeiras?
● Em Relacionamento 1 para 1, a chave primária
de uma das tabelas será a chave estrangeira
na outra tabela.
● Exemplo: Funcionário e Conta Bancária, 1 para
1.
● Ou o Código do Funcionário será incluído como
chave estrangeira na tabela Conta Bancária.
● Ou o código da Conta será incluído como
chave estrangeira na tabela Funcionário.

25. Onde devem ficar as chaves
estrangeiras?
● Em Relacionamento 1 para N, a chave primária
da tabela com cardinalidade 1 será a chave
estrangeira na tabela com cardinalidade N.
● Exemplo: Cliente e Nota Fiscal, 1 para N.
● A tabela Cliente tem chave primária Código do
Cliente. A tabela Nota Fiscal tem chave
primária Código da Nota Fiscal.
● Como o relacionamento é 1 para N, o Código
do Cliente será incluído como chave
estrangeira na tabela Nota Fiscal.

26. Onde devem ficar as chaves
estrangeiras?
● Um Relacionamento N para N é composto por
dois relacionamentos 1 para N com uma tabela
intermediária.
● Exemplo: Professor e Turma, N para N.
● Uma tabela intermediária deve ser criada, por
exemplo Prof-Turma.
● Surgem dois relacionamentos:
● Professor e Prof-Turma, 1 para N
● Turma e Prof-Turma, 1 para N
● Prof-Turma terá duas chaves estrangeiras
Código do Professor e Código da Turma.

27. Onde devem ficar as chaves
estrangeiras?
● Relacionamentos N para N devem ser
substituídos por relacionamentos 1 para N:
Professor
Turma
Aluno
1
1
1
1
Prof-Turma
Aluno-Turma
N
N
N
N

28. Próximos passos
● Uma vez estabelecidas as entidades com suas
respectivas tabelas.
● Uma vez estabelecidos os campos (ou
atributos) dessas tabelas.
● Uma vez estabelecidos os relacionamentos
entre as tabelas com suas respectivas
cardinalidades (1 / 1, 1 / N, N / N).
● Então o pessoal de TI pode implementar essa
estrutura de dados usando um SGBD.
● Fica agora pendente determinar as
informações desse SI.

29. Próximos passos
● Informações são obtidas a partir do
processamento dos dados.
● Informação é tudo aquilo que ajuda o gestor a
tomar decisões.
● Informações devem ser apresentadas aos
gestores através das telas dos aplicativos do SI
ou de relatórios.
● Determinar quais são as informações que um
SI deve produzir é responsabilidade única e
exclusiva dos gestores. Não é responsabilidade
dos técnicos.

30. Próximos passos
● No caso do SI para emissão de uma nota fiscal,
as informações que os gestores poderiam
querer:
● No nível operacional: valor total dos impostos da
nota, valor total da nota, valor total do faturamento
no dia, valor do faturamento por vendedor.
● No nível tático: valor total do faturamento na
semana ou quinzena, qualificação dos vendedores
entre aqueles que atingiram uma meta de vendas
ou não.
● No nível estratégico: evolução do faturamento no
mês, no semestre, no ano.

31. Próximos passos
● Uma vez estabelecidos os dados do SI.
● Uma vez estabelecidas as informações do SI.
● O pessoal da TI pode trabalhar no desenvolvimento
do programa responsável pelo processamento de
dados.
● Como chegar nas informações a partir dos dados é de
responsabilidade compartilhada entre técnicos e
gestores.
● A “determinação” do como fazer é do gestor.
● A “implementação” do como fazer é dos técnicos.

32. Conclusão
● O processo de construção de um SI não é
simples.
● Envolvem equipamentos, programas, redes de
comunicação, dados e pessoas.
● A modelagem dos dados é um ponto de partida
para o envolvimento dos gestores na
implementação do SI.
● Entretanto, os gestores devem rever métodos e
processos da organização antes mesmo de
começar a pensar em um novo SI.