A incrível história de Hamilton Naki, o cirurgião negro que realizou o primeiro transplante de coração
1. DE UM MÉDICO SEM DIPLOMA A INACREDITÁVEL HISTÓRIA
2. Hamilton Naki, um sul-africano negro, de 78 anos, morreu no final de Maio de 2005. A notícia não rendeu manchetes, mas a história dele é uma das mais extraordinárias do século XX. O jornal "The Economist" contou-a no seu obituário.
3. Naki foi um grande cirurgião. Foi ele quem retirou do corpo da doadora o coração transplantado para o peito de Louis Washkanky, em Dezembro de 1967, na cidade do Cabo, na África do Sul, na primeira operação de transplante cardíaco humano bem-sucedida.
4. É um trabalho delicadíssimo. O coração doado tem de ser retirado e preservado com o máximo cuidado. Naki era talvez o segundo homem mais importante na equipa que fez o primeiro transplante cardíaco da história. Mas não podia aparecer porque era negro no país do “ apartheid” .
5. O cirurgião-chefe do grupo, o branco Christian Barnard, tornou-se uma celebridade instantânea. Mas Hamilton Naki nem sequer podia sair nas fotografias da equipa.
6. Quando apareceu numa, por descuido, o hospital informou que era um servente. Naki usava bata e máscara, mas jamais estudara medicina ou cirurgia.
7. Tinha deixado a escola aos 14 anos. Era jardineiro na Escola de Medicina da Cidade do Cabo. Mas aprendia depressa e era curioso. Tornou-se o faz-tudo na clínica cirúrgica da escola, onde os médi-cos brancos treinavam as técnicas de transplante em cães e porcos.
8. Começou limpando os chiqueiros. Aprendeu cirurgia assistindo a experiências com animais. Tornou-se um cirurgião excepcional, a tal ponto que o Professor Barnard requisitou-o para a sua equipa.
9. Era uma quebra das leis sul-africanas. Naki, negro, não podia operar pacientes nem tocar no sangue de brancos. Mas o hospital abrira uma excepção para ele.
10. Virou um cirurgião, mas clandestino. Era o melhor, dava aulas aos estudantes brancos, mas ganhava um salário de técnico de laboratório, o máximo que o hospital poderia pagar a um negro. Vivia numa barraca sem luz eléctrica e nem água corrente, num bairro da periferia.
11. Depois de ter acabado o “ apartheid ”, ganhou uma condecoração e um diploma de médico honorário . www.theage.com.au
13. Este assunto foi matéria de quase todos os grandes jornais norte-americanos. Não se tem notícia de sua divulgação nas imprensas brasileira ou portuguesa. A versão em português foi extraída da página da Aliança Cooperativista Nacional - Unimed. www.aliancaunimed.com.br A foto de rosto foi obtida na página da Internet do “The Washington Post”, dos Estados Unidos e a outra na do “The Age”, da Austrália. Trilha sonora: “ÁFRICA” - Canto Africano. Formatação de Ren@to Fonseca, em 26.06.2005.