O estádio Mané Garrincha em Brasília tem o maior índice de ocupação dos estádios construídos para a Copa das Confederações, com uma média de 86,1% dos assentos comprados. Apesar de preços mais altos, o público do Distrito Federal comparece aos grandes eventos esportivos no estádio. O Mané Garrincha também é o estádio mais rentável para o Campeonato Brasileiro em 2013, arrecadando R$ 13,7 milhões em três jogos.
Mané Garrincha é o estádio mais rentável entre os da Copa das Confederações
1. 2/3 • Super Esportes • Brasília,terça-feira,23dejulhode2013 • CORREIO BRAZILIENSE
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FUTEBOL BRASILEIRO
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» BRAITNER MOREIRA
E
s t á cercado por 288 colunas, no
centro de Brasília, o estádio brasi-
leiro mais bem-sucedido entre
aqueles construídos para a Copa
das Confederações. Dos seis, o Mané Gar-
rincha tem o maior índice de ocupação
em 2013. A arena candanga sediou, até
agora, quatro partidas pelos campeonatos
Brasiliense e Brasileiro. Nesses jogos, em
média 86,1% dos assentos disponíveis fo-
ram comprados pelo torcedor.
O levantamento do Correio leva em con-
sideração os jogos desde a inauguração dos
estádios de Belo Horizonte, Brasília, Forta-
leza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador. Os
números afastam uma hipótese alastrada
pelos detratores do Mané Garrincha: de que
o estádio se tornaria um elefante branco
tão logo fosse inaugurado.
Mais do que isso, mostram que
o torcedor do Distrito Federal
gosta de comparecer a gran-
des eventos esportivos.
O Mané Garrincha apresen-
ta um índice de ocupação su-
perior mesmo vendendo in-
gressos mais caros do que nas
praças acostumadas a ter jo-
gos da elite do futebol brasilei-
ro. Em Santos x Flamengo, 549
pessoas pagaram R$ 400 pelo
bilhete mais salgado, na área
VIP do estádio. Para Flamengo
x Coritiba, esse setor caiu a R$
200, mas o preço voltou a subir
em Vasco x Flamengo, atingin-
do os R$ 260. Só mesmo na
inauguração do estádio é que
as entradas eram realmente acessíveis: os
cerca de 3 mil ingressos colocados à venda
para Brasiliense x Brasília custaram R$ 10,
cada — os outros 17 mil foram distribuídos.
Nos outros estádios usados na Copa
das Confederações, praticamente todos
os jogos têm preços acessíveis ao grande
público. Na Arena Pernambuco, os tíque-
tes de Náutico x Ponte Preta, pelo Brasi-
leirão, iam de R$ 18 a R$ 50. Em Fortaleza,
o Ferroviário — primeiro time a assinar
contrato com o Castelão — vende seus in-
gressos mais baratos a R$ 15, mas assim
mesmo teve os quatro piores públicos do
ano. Contra o Guarany de Sobral, pelo
Campeonato Cearense, apenas 200 pes-
soas estiveram no estádio. Dessas, 81 re-
ceberam bilhetes de cortesia da equipe.
Primeiro estádio do ciclo das copas das
Confederações e do Mundo inaugurado, o
Castelão recebeu 22 partidas até agora.
Em apenas quatro oportunidades o está-
dio preencheu mais de metade dos 64.846
lugares. Os jogos do Ferroviário ajudaram
a derrubar os índices de ocupação do es-
tádio: a equipe coral teve cinco partidas
como mandante. Na mais “popular” de-
las, levou 2.948 torcedores às arquibanca-
das, contra o Ceará.
Dos seis palcos da Copa das Confedera-
ções, apenas dois ignoraram a recomenda-
ção da Fifa de não vender todos os assentos
no primeiro evento teste: o Maracanã e o
Mineirão. Nestes dois, o maior público foi
registrado logo na inauguração. No Rio,
57.820 torcedores pagaram ingresso para
assistir ao amistoso Brasil x Inglaterra. Só
mais um jogo foi disputado desde então.
Em Belo Horizonte, o clássico Cruzeiro x
Atlético-MG abriu o Campeonato Mineiro
com 52.989 pagantes, marca
ainda não superada pelas 10
partidas seguintes.
O sucesso de público do
Mané Garrincha contrasta
com os demais estádios de
Brasília. Nos quatro jogos da
Série C que mandou no Sere-
jão, em Taguatinga, o Brasi-
liense levou em média 915
pagantes. Disputado no pri-
meiro turno, o Candangão
terminou com 1.176 torcedo-
res por partida.
Lucro certo
O Estádio Nacional de Bra-
sília Mané Garrincha tornou-
se uma espécie de galinha dos
ovos de ouro no Campeonato Brasileiro. A
arena recebeu três jogos da competição e
arrecadou R$ 13.724.530. Flamengo x San-
tos, pela primeira rodada, levantou R$ 6,9
milhões e se tornou a partida entre clubes
de maior renda da história do futebol brasi-
leiro. Para efeito comparativo, o Pacaembu
foi o palco mais rentável do Nacional em
2012. Em 19 jogos, o Corinthians faturou R$
14.108.082, apenas 2,8% a mais.
A perspectiva de tanto lucro no DF faz
com que os grandes times cariocas mante-
nham negociações abertas para jogar no
Mané Garrincha nos próximos meses. Ape-
nas o Fluminense encerrou as conversas. O
Flamengo, enquanto isso, assinou com o
Maracanã um contrato sem exclusividade.
O acordo, assim, permite à equipe rubro-
negra engordar o caixa com mais partidas
na capital do país, até o fim do ano.
Origemasiática
Atualmente utilizado para se
referir a obras públicas mais
caras do que úteis, o termo
“elefante branco” surgiu no
Sudeste Asiático, por volta do
século 16. O animal era
considerado sagrado em países
como Tailândia e Laos. Apesar
de representar uma bênção
ganhá-lo, também se convertia
em uma certa maldição: custava
caro cuidar do animal, que não
tinha qualquer uso prático.