O documento é um livro de Otávio Luiz Machado que contém documentos essenciais sobre a trajetória da Universidade Federal de Pernambuco entre 1954-1986, incluindo lutas sociais, burocracia e repressão durante a ditadura militar no Brasil. O livro apresenta agradecimentos e introdução contextualizando a importância dos documentos históricos coletados para compreender esse período.
1. O documento é um memorial de Gilberto Cardoso Alves Velho para o concurso de professor titular de Antropologia Social no Museu Nacional da UFRJ.
2. Ele resume sua formação acadêmica, incluindo graduação em Ciências Sociais na UFRJ e mestrado em Antropologia Social no Museu Nacional.
3. Também descreve suas atividades profissionais como pesquisador, professor e orientador de alunos de graduação e pós-graduação.
Artigo para revista cadernos de história a reconstituição histórica dos movim...Otavio Luiz Machado
Este documento discute a importância dos arquivos estudantis para a história e como eles devem ser preservados. Em três frases:
1) Argumenta que os arquivos estudantis constituem um patrimônio cultural importante para compreender o movimento estudantil e não devem ficar sob controle de entidades privadas.
2) Aponta que as iniciativas de preservação destes arquivos merecem atenção para evitar instrumentalização política ou controle monopolista sobre a cultura.
3) Defende que as universidades devem gerir estes arquivos como
O documento resume as seguintes informações:
1) É um boletim informativo do curso de História da FUNEDI/UEMG que inclui informes sobre eventos acadêmicos e chamadas de artigos.
2) Contém um artigo do coordenador do curso incentivando os alunos a adotarem uma perspectiva histórica ao analisar objetos do cotidiano.
3) Anuncia congressos e seminários acadêmicos a serem realizados em 2010 e 2011.
A enciclopédia barsa e o contexto dos anos 60 – algumas percepções do impressoEmerson Mathias
1) A Enciclopédia Barsa foi lançada no Brasil em 1964 como uma versão em português da Encyclopaedia Britannica, contendo artigos escritos por brasileiros.
2) A obra teve como objetivo ser informativa e abrangente sobre diversos assuntos, refletindo os pensamentos da época dos anos 1960 no Brasil.
3) A década de 1960 foi um período de grande desenvolvimento econômico e mudanças sociais no Brasil, com o crescimento da indústria e da classe média urbana.
Este documento discute a importância da preservação da memória científica brasileira através dos arquivos universitários e outras instituições. A pesquisa da história da ciência no Brasil ainda é incipiente devido à falta de documentação primária. É necessário que as universidades e outras organizações científicas preservem e organizem documentos para permitir o estudo da evolução da ciência no país.
Caderno de resumos III da Semana de História UNEB Campi II Alogoinhas - BahiaFrancemberg Teixeira Reis
O documento apresenta o programa da III Semana de História realizada pela UNEB em Alagoinhas, Bahia, em 2014. O evento contou com conferências, mesas redondas, simpósios e programação cultural com o objetivo de debater o tema "Histórias, Sujeitos e Trajetórias" e fortalecer os laços acadêmicos entre a universidade e a sociedade. Além disso, as discussões ocorreram no contexto dos 50 anos do golpe militar de 1964 no Brasil.
Este boletim informativo resume eventos acadêmicos e seminários sobre história que ocorrerão nos próximos meses, incluindo detalhes sobre o 2o Seminário de História e Memória do Centro-Oeste Mineiro.
Investigação de um modelo de Rede Sociais para Pequenas Empresas no BrasilHenrique Pimentel
Redes sociais podem ser definidas como um conjunto de dois elementos: atores e suas conexões. Apesar de seu estudo remontar dos anos 50, com foco na sociologia e na antropologia, apenas a partir da segunda metade do século XX começaram os estudos com foco entre as interações das partes. Emergiram-se daí, interesses no estudo das redes sociais, onde a informação tornou-se base para a análise entre as pessoas, grupos humanos e organizações. Recentemente, com o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação ampliou-se o uso das Redes Sociais para Internet (RSI) em diversos setores da sociedade. No Brasil, as micro e pequenas empresas utilizam-se destas ferramentas para se comunicar com seu cliente para obter informações exclusivas e para obter diferencial competitivo. Entretanto, apesar desta realidade, elas ainda são insuficientes para oferecer todos os recursos para capacitação empresarial do empreendedor. Esta pesquisa objetiva analisar as redes sociais empresariais e propor um modelo de rede social voltado para o empreendedor de micro e pequenas empresas no Brasil. Foi realizado um estudo descritivo de dez redes sociais de negócios existentes no mercado nacional e internacional através de um questionário estruturado em tópicos que abordaram diversas dimensões. Tendo em vista a escassez na literatura de metodologias classificatórias de redes sociais online, o questionário teve papel fundamental no levantamento dos requisitos e na construção do modelo de rede social proposto. A maioria das redes sociais analisadas provê ao usuário recursos básicos ao desenvolvimento do negócio, contudo outros requisitos essenciais para a manutenção da rede do empreendedor não foram disponibilizadas em 90% da amostra. Para o padrão de desenvolvimento optou-se pelo Wordpress por tal padrão foi devido às suas características de fácil manutenção, ótimo reuso de códigos, eficiência e segurança para o usuário final e, por ser um padrão de desenvolvimento orientado a objetos amplamente utilizado no mercado Percebeu-se que apesar da quantidade crescente das redes sociais para negócios no Brasil e no mundo, há uma carência de soluções mais adequadas e alinhadas às expectativas reais do empreendedor.
1. O documento é um memorial de Gilberto Cardoso Alves Velho para o concurso de professor titular de Antropologia Social no Museu Nacional da UFRJ.
2. Ele resume sua formação acadêmica, incluindo graduação em Ciências Sociais na UFRJ e mestrado em Antropologia Social no Museu Nacional.
3. Também descreve suas atividades profissionais como pesquisador, professor e orientador de alunos de graduação e pós-graduação.
Artigo para revista cadernos de história a reconstituição histórica dos movim...Otavio Luiz Machado
Este documento discute a importância dos arquivos estudantis para a história e como eles devem ser preservados. Em três frases:
1) Argumenta que os arquivos estudantis constituem um patrimônio cultural importante para compreender o movimento estudantil e não devem ficar sob controle de entidades privadas.
2) Aponta que as iniciativas de preservação destes arquivos merecem atenção para evitar instrumentalização política ou controle monopolista sobre a cultura.
3) Defende que as universidades devem gerir estes arquivos como
O documento resume as seguintes informações:
1) É um boletim informativo do curso de História da FUNEDI/UEMG que inclui informes sobre eventos acadêmicos e chamadas de artigos.
2) Contém um artigo do coordenador do curso incentivando os alunos a adotarem uma perspectiva histórica ao analisar objetos do cotidiano.
3) Anuncia congressos e seminários acadêmicos a serem realizados em 2010 e 2011.
A enciclopédia barsa e o contexto dos anos 60 – algumas percepções do impressoEmerson Mathias
1) A Enciclopédia Barsa foi lançada no Brasil em 1964 como uma versão em português da Encyclopaedia Britannica, contendo artigos escritos por brasileiros.
2) A obra teve como objetivo ser informativa e abrangente sobre diversos assuntos, refletindo os pensamentos da época dos anos 1960 no Brasil.
3) A década de 1960 foi um período de grande desenvolvimento econômico e mudanças sociais no Brasil, com o crescimento da indústria e da classe média urbana.
Este documento discute a importância da preservação da memória científica brasileira através dos arquivos universitários e outras instituições. A pesquisa da história da ciência no Brasil ainda é incipiente devido à falta de documentação primária. É necessário que as universidades e outras organizações científicas preservem e organizem documentos para permitir o estudo da evolução da ciência no país.
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O documento apresenta o programa da III Semana de História realizada pela UNEB em Alagoinhas, Bahia, em 2014. O evento contou com conferências, mesas redondas, simpósios e programação cultural com o objetivo de debater o tema "Histórias, Sujeitos e Trajetórias" e fortalecer os laços acadêmicos entre a universidade e a sociedade. Além disso, as discussões ocorreram no contexto dos 50 anos do golpe militar de 1964 no Brasil.
Este boletim informativo resume eventos acadêmicos e seminários sobre história que ocorrerão nos próximos meses, incluindo detalhes sobre o 2o Seminário de História e Memória do Centro-Oeste Mineiro.
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Redes sociais podem ser definidas como um conjunto de dois elementos: atores e suas conexões. Apesar de seu estudo remontar dos anos 50, com foco na sociologia e na antropologia, apenas a partir da segunda metade do século XX começaram os estudos com foco entre as interações das partes. Emergiram-se daí, interesses no estudo das redes sociais, onde a informação tornou-se base para a análise entre as pessoas, grupos humanos e organizações. Recentemente, com o desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação ampliou-se o uso das Redes Sociais para Internet (RSI) em diversos setores da sociedade. No Brasil, as micro e pequenas empresas utilizam-se destas ferramentas para se comunicar com seu cliente para obter informações exclusivas e para obter diferencial competitivo. Entretanto, apesar desta realidade, elas ainda são insuficientes para oferecer todos os recursos para capacitação empresarial do empreendedor. Esta pesquisa objetiva analisar as redes sociais empresariais e propor um modelo de rede social voltado para o empreendedor de micro e pequenas empresas no Brasil. Foi realizado um estudo descritivo de dez redes sociais de negócios existentes no mercado nacional e internacional através de um questionário estruturado em tópicos que abordaram diversas dimensões. Tendo em vista a escassez na literatura de metodologias classificatórias de redes sociais online, o questionário teve papel fundamental no levantamento dos requisitos e na construção do modelo de rede social proposto. A maioria das redes sociais analisadas provê ao usuário recursos básicos ao desenvolvimento do negócio, contudo outros requisitos essenciais para a manutenção da rede do empreendedor não foram disponibilizadas em 90% da amostra. Para o padrão de desenvolvimento optou-se pelo Wordpress por tal padrão foi devido às suas características de fácil manutenção, ótimo reuso de códigos, eficiência e segurança para o usuário final e, por ser um padrão de desenvolvimento orientado a objetos amplamente utilizado no mercado Percebeu-se que apesar da quantidade crescente das redes sociais para negócios no Brasil e no mundo, há uma carência de soluções mais adequadas e alinhadas às expectativas reais do empreendedor.
A Produção Discente: atual conjuntura do Curso de Biblioteconomia da Universi...Zayr Silva
O documento discute a importância da produção científica de alunos de graduação, tomando como exemplo o curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Alagoas. O objetivo é caracterizar a produção de alunos deste curso e identificar aspectos que podem melhorar a pesquisa e produção científica. Uma pesquisa com questionários e análise de currículos mostrou que há falta de interesse dos alunos em pesquisa, pouco incentivo dos professores e curto tempo de existência do curso.
O documento resume as atividades realizadas pelo Programa de Educação Tutorial do curso de História da Universidade Federal de Campina Grande no mês de junho de 2013, incluindo a recepção aos calouros, um curso sobre História e Marxismos, e uma entrevista sobre o curso.
Obrigado por compartilhar seu conhecimento sobre o significado de "clássico". Concordo que o termo não se refere apenas ao que é antigo, mas sim ao que permanece relevante ao longo do tempo por captar questões fundamentais de maneira profunda e duradoura. Os autores incluídos nesta coletânea certamente se enquadram nessa definição, ao abordarem temas centrais para a educação de maneira influente que ainda ecoa nos debates contemporâneos.
Este documento discute um estudo sobre o Programa Nacional de Incentivo à Leitura (PROLER) entre 1992 e 2012. O objetivo é fazer uma avaliação prévia do programa e entender as razões de sua longa duração. Os autores realizaram uma pesquisa bibliográfica sobre o Proler para mapear o que já foi estudado sobre o programa e captar sua trajetória política. Os resultados preliminares indicam uma tendência falaciosa no discurso do programa em relação à prática, mas são ainda parciais.
Livro aspectos da história dos jovens em Recife pós anos 1960, organizado por...Otavio Luiz Machado
O depoente descreve seu envolvimento no movimento estudantil em Recife no final dos anos 1960. Ele estudou no Colégio Militar e não participou ativamente do movimento nesse período. Ao retornar de intercâmbio nos EUA em 1968, começou a se envolver em reuniões clandestinas do movimento. Em 1969, ingressou na UFPE e passou a participar ativamente do movimento estudantil, engajando-se no PCBR. Relata um episódio de greve em resposta a um atentado sofrido pelo presidente da
Texto de otávio luiz machado sobre projeto repúblicas no iv sempeOtavio Luiz Machado
1) O documento descreve uma pesquisa sobre a história das repúblicas estudantis da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) no Brasil.
2) A pesquisa usou métodos participativos como pesquisa-ação e história oral para reconstruir a história das repúblicas com a participação de estudantes e ex-alunos.
3) A metodologia participativa permitiu que os estudantes fossem parte do processo de geração de conhecimento ao invés de meros receptores, enriquecendo os resultados da pesquisa.
Repositório institucional da ufba atividades desenvolvidas por estudantes d...Marília Lessa
1) O documento descreve as atividades de estudantes de Biblioteconomia e Documentação para povoar o Repositório Institucional da Universidade Federal da Bahia (RI/UFBA) com artigos científicos da comunidade acadêmica;
2) Os estudantes realizaram pesquisa em bases de dados para alimentar o RI/UFBA com a produção retrospectiva da UFBA, utilizando metadados para descrever e indexar os documentos;
3) O objetivo é disponibilizar toda a produção científica da UFBA online para preser
Repositório institucional da UFBA: atividades desenvolvidas por estudantes de...Marília Lessa
Os repositórios institucionais surgem como alternativa para preservar e disseminar a produção de uma
instituição. O Repositório Institucional da Universidade Federal da Bahia (RI\UFBA) tem como objetivo reunir
toda a produção científica e acadêmica da Universidade, com base no movimento mundial de acesso livre à
informação científica. Para tanto, conta com o apoio de bolsistas do curso de Biblioteconomia e Documentação
para o povoamento do RI concomitante com a política do auto-arquivamento junto aos servidores da
Universidade. Neste contexto, o presente trabalho pretende demonstrar à experiência destes estudantes com o
aporte teórico que representa o RI e a metodologia utilizada nesta atividade, envolvendo pesquisa em base de
dados, utilização de metadados para descrição e indexação dos documentos. Considera-se que a memória
institucional e produção de conhecimento acessível é a base desse projeto, visto que, pode-se entender na prática
a importância da disseminação, registro e preservação da produção científica para a valorização da Universidade.
Livro Repúblicas estudantis de Ouro Preto e a construção de um projeto de paíseditoraprospectiva
1. O documento reúne memórias e estudos sobre as repúblicas estudantis e a vida universitária em Ouro Preto no passado, mostrando sua importância na formação de líderes e na construção de um projeto nacional.
2. A primeira parte contém um estudo sobre o papel da Escola de Minas de Ouro Preto e seus ex-alunos na liderança técnica da construção de Brasília, destacando a figura de Israel Pinheiro.
3. A segunda parte compila depoimentos de ex-alunos de diferentes
O capítulo aborda os principais conceitos teóricos relacionados à aprendizagem, motivação e ensino da história. Discorre sobre como o ser humano adquire conhecimentos através da cultura e da educação, que moldam sua personalidade e comportamentos. Também destaca o papel fundamental da escola no processo de socialização e aprendizagem das crianças, e a importância de um ambiente harmônico e afetivo para o desenvolvimento cognitivo e o aprendizado.
Livro Aspectos da história das juventudes brasileiras (1930-1985): um resgate...editoraprospectiva
Este documento apresenta uma coletânea de documentos históricos sobre a história dos movimentos estudantis brasileiros entre 1930 e 1985. Os documentos incluem estatutos, atas de reuniões, jornais estudantis, discursos e outros artefatos que ilustram a organização, debates e atividades dos estudantes durante este período. O livro busca resgatar e preservar esta memória histórica para o conhecimento das gerações futuras.
O boletim informativo do PET História da UFCG apresenta as atividades realizadas no mês de maio, incluindo a participação no Encontro Nordestino de PETs, oficinas de leitura sobre fontes históricas e seminários. Também anuncia eventos futuros e a nova gestão do Centro Acadêmico de História.
O boletim informativo apresenta um seminário sobre o uso do cinema no ensino de História, com exibições de filmes e debates entre 5 e 9 de novembro. Também resume artigos sobre a atuação dos historiadores em diversas áreas e anuncia eventos acadêmicos sobre história, comunicação e meio ambiente.
1) O documento discute a produção de dossiês para preservar a história das instituições de ensino, visando a democratização do acesso à história.
2) É proposta a organização de conselhos democráticos em cada escola para selecionar fontes e registrar a história da instituição, ouvindo diferentes vozes da comunidade escolar.
3) Os dossiês devem reunir diversos documentos e funcionar como testemunhos históricos, ainda que sempre parciais e influenciados pelo contexto de produção.
O documento apresenta a programação completa da 17a Semana de História da FURB, com palestras, oficinas e comunicações sobre temas relacionados à História do Tempo Presente, memória, patrimônio cultural e representações sociais. Os eventos irão abordar questões conceituais sobre história e memória, a organização urbana de Blumenau no início do século XX e a construção social da infância.
Livro Aspectos da história das juventudes brasileiras (1930-1985): um resgate...editoraprospectiva
1. O documento descreve a história das juventudes brasileiras entre 1930 e 1985, resgatando aspectos históricos sem ignorar os problemas do passado.
2. Foi organizado por Otávio Luiz Machado e publicado em nove volumes pela editora Prospectiva em 2013.
3. Apresenta agradecimentos, sumários, introduções e diversos documentos históricos sobre movimentos estudantis no Brasil, como atas de congressos, jornais, cartas e teses apresentadas no período, para compreender melhor esse momento.
Este documento discute a expansão da metodologia de cultura material escolar para cultura material educativa mais ampla. Apoia-se em Michel Foucault para entender que pesquisas em documentos requerem novas abordagens metodológicas. Também apresenta exemplos de como esta nova perspectiva impactou pesquisas sobre educação no passado.
1) O documento é um resumo de uma pesquisa sobre como os modelos atômicos são apresentados em livros didáticos de química do ensino médio brasileiro.
2) Cinco livros didáticos foram analisados para ver como incorporam a história da ciência e qual concepção de história é transmitida aos alunos.
3) Os resultados mostraram que em geral os livros apresentam histórias anedóticas que induzem uma visão distorcida da ciência, em vez de contextualizar historicamente os modelos atô
Trabalho apresentado no XXXIII Encontro de Estudantes de Biblioteconomia, Documentação, Ciência da Informação e Gestão da Informação. João Pessoa - PB, em julho de 2010.
O documento descreve a cultura escolar como objeto histórico, definindo-a como um conjunto de normas e práticas. O texto é desenvolvido ao longo de três eixos: 1) as normas e finalidades que regem a escola; 2) o papel da profissionalização dos educadores; 3) a análise dos conteúdos ensinados e práticas escolares. O autor argumenta que a cultura escolar não pode ser estudada sem considerar suas relações com as demais culturas contemporâneas.
Livro Repúblicas e estudantes em Ouro Preto: contributos dos dossiês para a R...editoraprospectiva
Este documento fornece informações sobre um livro escrito por Otávio Luiz Machado sobre as repúblicas estudantis e estudantes em Ouro Preto no século XIX. O livro explora os arquivos da República Federal de Ouro Preto (REFOP) e fornece detalhes sobre o autor, editora, ISBN e contatos.
Livro Repúblicas e estudantes em Ouro Preto: contributos dos dossiês para a R...editoraprospectiva
Este documento fornece informações sobre um livro escrito por Otávio Luiz Machado sobre as repúblicas e estudantes em Ouro Preto no século XIX. O livro explora contribuições dos arquivos para a REFOP (Rede de Educação, Formação e Ocupação de Professores) e fornece detalhes sobre o autor, editora, ISBN e contatos.
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O depoente descreve seu envolvimento no movimento estudantil em Recife no final dos anos 1960. Ele estudou no Colégio Militar e não participou ativamente do movimento nesse período. Ao retornar de intercâmbio nos EUA em 1968, começou a se envolver em reuniões clandestinas do movimento. Em 1969, ingressou na UFPE e passou a participar ativamente do movimento estudantil, engajando-se no PCBR. Relata um episódio de greve em resposta a um atentado sofrido pelo presidente da
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1) O documento descreve uma pesquisa sobre a história das repúblicas estudantis da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) no Brasil.
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3) A metodologia participativa permitiu que os estudantes fossem parte do processo de geração de conhecimento ao invés de meros receptores, enriquecendo os resultados da pesquisa.
Repositório institucional da ufba atividades desenvolvidas por estudantes d...Marília Lessa
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3) O objetivo é disponibilizar toda a produção científica da UFBA online para preser
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para o povoamento do RI concomitante com a política do auto-arquivamento junto aos servidores da
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aporte teórico que representa o RI e a metodologia utilizada nesta atividade, envolvendo pesquisa em base de
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1. O documento reúne memórias e estudos sobre as repúblicas estudantis e a vida universitária em Ouro Preto no passado, mostrando sua importância na formação de líderes e na construção de um projeto nacional.
2. A primeira parte contém um estudo sobre o papel da Escola de Minas de Ouro Preto e seus ex-alunos na liderança técnica da construção de Brasília, destacando a figura de Israel Pinheiro.
3. A segunda parte compila depoimentos de ex-alunos de diferentes
O capítulo aborda os principais conceitos teóricos relacionados à aprendizagem, motivação e ensino da história. Discorre sobre como o ser humano adquire conhecimentos através da cultura e da educação, que moldam sua personalidade e comportamentos. Também destaca o papel fundamental da escola no processo de socialização e aprendizagem das crianças, e a importância de um ambiente harmônico e afetivo para o desenvolvimento cognitivo e o aprendizado.
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1) O documento discute a produção de dossiês para preservar a história das instituições de ensino, visando a democratização do acesso à história.
2) É proposta a organização de conselhos democráticos em cada escola para selecionar fontes e registrar a história da instituição, ouvindo diferentes vozes da comunidade escolar.
3) Os dossiês devem reunir diversos documentos e funcionar como testemunhos históricos, ainda que sempre parciais e influenciados pelo contexto de produção.
O documento apresenta a programação completa da 17a Semana de História da FURB, com palestras, oficinas e comunicações sobre temas relacionados à História do Tempo Presente, memória, patrimônio cultural e representações sociais. Os eventos irão abordar questões conceituais sobre história e memória, a organização urbana de Blumenau no início do século XX e a construção social da infância.
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Livro Contributos para o pensamento das juventudes brasileiras Ed Prospectivaeditoraprospectiva
Livro com dados únicos sobre as juventudes brasileiras.
Livro Contributos para o pensamento das juventudes brasileiras.
Autor: Otávio Luiz Machado
Editora Prospectiva
Livro Aspectos da história dos jovens em Recife pós anos 1960editoraprospectiva
O documento apresenta um livro sobre aspectos da história dos jovens no Recife após os anos 1960. O livro contém depoimentos de figuras importantes da cena juvenil pernambucana da época sobre suas lutas quando jovens. O autor espera que o trabalho contribua para a formação cidadã de juventudes e seja utilizado em trabalhos acadêmicos.
O livro "Escritos para as juventudes" contém ensaios dirigidos aos estudantes universitários sobre comportamento, memória histórica e educação extracurricular. O autor, Otávio Luiz Machado, publicou a obra pela Editora Prospectiva em 2013 para compartilhar suas reflexões sobre esses temas com as novas gerações.
O documento é um livro escrito por Otávio Luiz Machado que descreve cenas cotidianas da Universidade Federal de Pernambuco entre 2011-2012. O livro contém agradecimentos, introdução, descrições do ano de 2011 e do ano de 2012. Informações como ISBN, contatos com o autor e classificação decimal também são fornecidas.
1. Dois estudantes, Viriato Vargas e Carlos Prado, tiveram uma briga que resultou na morte de Carlos Prado. Isso causou grande tensão em Ouro Preto.
2. O irmão de Viriato, Protasio Vargas, foi preso apesar de ter tentado acalmar as tensões entre os estudantes. Ele sofreu maus-tratos na prisão.
3. Havia fortes paixões políticas envolvidas no caso que aumentaram a hostilidade contra os estudantes de Rio Grande do Sul.
Livro Escola de Minas de Ouro Preto: Memórias dos seus ex-alunoseditoraprospectiva
1. As repúblicas estudantis em Ouro Preto nos anos 1920 funcionavam como uma segunda família para os estudantes, muitos vindos de outras cidades, oferecendo conforto e fraternidade apesar das condições precárias.
2. Cada república tinha suas próprias características e regulamentos simples que promoviam a união entre os estudantes.
3. Apesar da falta de conforto material, o espírito de companheirismo era forte, com refeições e conversas diárias que criavam laços de amiz
Livro Escola de Minas de Ouro Preto: Memórias dos seus ex-alunos
Livro elementos constitutivos para uma história da ufpe vol 1 parte 1
1. 1
OTÁVIO LUIZ MACHADO
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS PARA
UMA HISTÓRIA DA UFPE: DOCUMENTOS
ESSENCIAIS DA SUA TRAJETÓRIA, DAS LUTAS
SOCIAIS, DA BUROCRACIA E DA REPRESSÃO
(1954-1986) [VOLUME 1]
2. 2
Otávio Luiz Machado
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS PARA
UMA HISTÓRIA DA UFPE: DOCUMENTOS
ESSENCIAIS DA SUA TRAJETÓRIA, DAS LUTAS
SOCIAIS, DA BUROCRACIA E DA REPRESSÃO
(1954-1986) [VOLUME 1]
Frutal-MG
Editora Prospectiva
2013
3. 3
PRODUÇÃO DO LIVRO
Revisão: Otávio Luiz Machado
Capa: Ed. Prospectiva/design
Crédito das imagens da capa: recortes de documentos completos
citados no miolo do livro
_______________________________________
Machado, Otávio Luiz. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS PARA
UMA HISTÓRIA DA UFPE: DOCUMENTOS ESSENCIAIS DA SUA
TRAJETÓRIA, DAS LUTAS SOCIAIS, DA BUROCRACIA E DA
REPRESSÃO (1954-1986) [VOLUME 1]/ Otávio Luiz Machado. –
Frutal-MG: Prospectiva, 2013.
ISBN: 978-85-67463-39-1
1. Educação – Jovens. 2. Democracia. 3. Formação Cidadã; 4. Trajetória;
5. Direitos Humanos.
CDU316.6:378.4
-----------------------------------------------------------------------
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CARTAS PARA: Caixa Postal 01, 38200-000, Frutal-MG
Tel: (34) 9668-9575
E-mail: editoraprospectiva@gmail.com
Facebook: https://www.facebook.com/editoraprospectiva?fref=ts
Para baixar livros: http://pt.slideshare.net/editoraprospectiva/documents
4. 4
AGRADECIMENTOS
Dedicamos nosso trabalho a todos
e todas que somaram, que sonharam
e torceram para que pudéssemos
chegar ao ponto de evolução positiva
de
toda
uma
verdadeira
obra
coletiva. Que novos trabalhos se
beneficiem dos Documentos e da
trilha iniciada com nossos projetos.
5. 5
SUMÁRIO
ANO DE 1954 ...........................................................................
ANO DE 1958 ...........................................................................
ANO DE 1959 ...........................................................................
ANO DE 1960 ...........................................................................
ANO DE 1961 ...........................................................................
ANO DE 1962 ...........................................................................
ANO DE 1963 ...........................................................................
ANO DE 1964 ...........................................................................
ANO DE 1965 ...........................................................................
ANO DE 1966 ...........................................................................
ANO DE 1967 ...........................................................................
ANO DE 1968 ...........................................................................
ANO DE 1969 ...........................................................................
ANO DE 1971 ...........................................................................
ANO DE 1972 ...........................................................................
ANO DE 1973 ...........................................................................
6. 6
ANO DE 1974 ...........................................................................
ANO DE 1976 ...........................................................................
ANO DE 1981 ...........................................................................
ANO DE 1986 ...........................................................................
7. 7
APRESENTAÇÃO
A
minha
satisfação
na
disponibilização
de
Documentos que retratam aspectos da história dos jovens
no Brasil não vem de hoje. Como desenvolvo um
trabalho que vem de algum tempo relacionado à
reconstituição
histórica
dos
jovens,
principalmente
quando o acesso às informações era uma barreira quase
intransponível, fui adiante e acabei tendo o privilégio de
conhecer muitas pessoas, de adentrar em arquivos
geralmente intocados e de formar uma rede de
pesquisadores, de personagens da história aqui retratada
e organizar trabalhos que a cada dia se tornam mais
conhecidos e citados em monografias de graduação,
dissertações de mestrado, teses de doutorado, livros,
artigos ou papers científicos, etc.
8. 8
O presente livro possui um paralelo com outra
publicação
anterior
intitulada
DOCUMENTOS
FUNDAMENTAIS PARA A HISTÓRIA DOS JOVENS
EM
PERNAMBUCO:
APONTAMENTOS
PARA
A
NECESSIDADE DE COMISSÕES DA VERDADE NAS
UNIVERSIDADES PERNAMBUCANAS [VOLUME 1],
que
aqui
é
novamente
contemplada
com
uma
documentação rara e de difícil acesso que trata
especificamente da nossa Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE). Ela pode ser acessada aqui:
http://www.slideshare.net/otavioluizmachado/livrocom-documentos-juventudes-pe-verso-18-dez-2012kkkkk
Outros livros que trabalhamos afincamente na sua
produção
também
registram
cenas
dos
jovens
universitários da UFPE e de outros grupos sociais que
também merecem ser citados por aqui:
1) Protestos Públicos e outras cenas de cidadania, Recife,
2012:
9. 9
http://www.slideshare.net/otavioluizmachado/protest
os-pblicos-e-outras-cenas-de-cidadania-recife-2012-deotvio-luiz-machado
2) Cenas cotidianas da UFPE, 2011-2012:
http://www.slideshare.net/otavioluizmachado/livrocenas-cotidianas-da-ufpe-2011-2012-de-otvio-luizmachado
3) Aspectos da história dos jovens em Recife pós anos
1960:
http://www.slideshare.net/otavioluizmachado/livroaspectos-da-histria-dos-jovens-em-recife-ps-anos-1960organizado-por-otvio-luiz-machado
Os próprios volumes de ASPECTOS DA HISTÓRIA
DAS JUVENTUDES BRASILEIRAS (1930-1985): UM
RESGATE HISTÓRICO SEM PÁGINA VIRADA
trazem documentação referente à UFPE, que podem ser
consultadas e baixadas aqui:
10. 10
http://www.slideshare.net/otavioluizmachado
A obra agora apresentada surge quando o assunto da
reconstituição histórica do período do golpe civil-militar
(1964-1985) está na ordem do dia com a Comissão
Nacional da Verdade que, no seu primeiro balanço acerca
dos principais locais de realização de tortura, identificou
como centros utilizados pela repressão dois locais nos
quais
se
localizam
universidades:
as
cidades
universitárias nas quais se encontram a UFPE e a UFRRJ.
É fato que os estudantes estão entre os grupos sociais
mais reprimidos pelos militares e seus serviçais da
sociedade civil, tendo sidos alvos “encaminhados” para
as prisões, as torturas, os inquéritos forjados que os
desqualificavam
moralmente
(atingindo
contra
a
dignidade humana) e a morte.
Por isso que o livro tem uma atenção especial para
com os estudantes, mas não se resumindo a eles; também
professores e técnicos não ficam de fora, seja relacionado
11. 11
ao tema da repressão, seja relacionado à rotina
universitária, à burocracia e à sociabilidade universitária.
A coleta dos Documentos ocorreu quando preparava
um pré-projeto para o mestrado em Sociologia na UFPE,
ao mesmo tempo em que desenvolvia o PROENGE
(PROJETO
A
ENGENHARIA
NACIONAL,
OS
ESTUDANTES E A EDUCAÇÃO SUPERIOR – 1930-85).
Os principais contributos oriundos da dissertação podem
ser
consultados
no
livro
MOVIMENTOS
ESTUDANTIS, FORMAÇÃO PROFISSIONAL E A
CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO DE PAÍS, que pode
ser acessado aqui:
http://www.slideshare.net/otavioluizmachado/livromovimentos-estudantis-formao-profissional-e-aconstruo-de-um-projeto-de-pas-de-otvio-luiz-machado
Como recorte temporal, o período de 1958 à 1975 é
muito mais contemplado, embora a documentação
chegou ao ano de 1986, conforme explico mais adiante na
apresentação.
12. 12
Os Documentos contemplam inicialmente a famosa
greve da Escola de Engenharia de Pernambuco da então
Universidade do Recife (UR), em 1958, indo aos
documentos que tratam da finalização do processo de
anistia do famoso educador Paulo Freire na UFPE, no
ano de 1986.
No meio desse intervalo 1958-1985 encontram-se
Documentos que tratam de pessoas também muito
conhecidas na educação brasileira, como Darcy Ribeiro e
Newton Sucupira, cada qual identificado no seu lugar
social e diante das circunstâncias impostas pelo contexto
da ditadura civil-militar em pleno curso.
Uma documentação anterior ao golpe de 1964
também é muito importante para se compreender a
atuação dos estudantes da Universidade, como é o caso
do ofício datado de 10 de janeiro de 162 em que o
Presidente do DCE (Marco Maciel) solicita ao Reitor da
UFPE
(dentre
outras
reivindicações)
“a
imediata
aquisição de uma séde própria para o Diretório Central
dos Estudantes da Universidade do Recife”. E justifica:
13. 13
“Ressalte-se que no mesmo local, comprovadamente
insuficiente, estão também situadas a União dos
Estudantes de Pernambuco e a Federação Acadêmica
Pernambucana de Esportes”. Trata aí dos exíguos
espaços utilizados pela representação dos estudantes nos
prédios próprios da Universidade.
Em ofício ao Reitor da então Universidade do Recife
de 17 de setembro de 1962, o Presidente do Diretório
Acadêmico de Farmácia, Tarcísio de Oliveira, solicita
passagens para que três estudantes pudessem participar
do III Congresso Nacional de Estudantes de Farmácia,
que aconteceria de 23 a 29 de setembro daquele ano, em
Ouro Preto-MG. No temário do Congresso que foi
anexado
vários
temas
muito
instigantes
estavam
presentes, como “A profissão e a revolução brasileira” e
“Engajamentos prioritários do profissional em vista a
realidade nacional em fase de transformação da ordem
atual”.
14. 14
Também se encontram Documentos que tratam da
relação da burocracia universitária entre si ou com
órgãos externos, como é o caso do influente IV Exército.
A documentação iniciada a partir do golpe civilmilitar de 1964 passa a apresentar um novo sentido à
relação direta da administração central no expurgo de
qualquer iniciativa de contestação pelos estudantes, sem
contar os atos comemorativos da burocracia universitária
em favor da chamada “revolução democrática de 31 de
março de 1964”.
Aqui também publicamos alguns ofícios enviados à
reitoria da então Universidade do Recife (a atual UFPE)
pelo Instituto de Ciências Políticas e Sociais, dirigido pelo
Professor Palhares Moreira Reis, inclusive solicitando
parcerias, como foi no caso da publicação do estudo de
autoria do Professor Lourival Vilanova intitulado “o ato
institucional e sua legitimidade”, tratando da análise do
primeiro ato publicado pelos golpistas de 1964 com uma
visão condescendente com ele.
15. 15
Não é diferente a atividade publicista do escritor
Gilberto Freyre em defesa do golpe de 1964, como ficou
tratado no seu artigo para os Diários Associados
intitulado “O caso da Universidade do Recife”.
No artigo Freyre pede a demissão do Reitor da
Universidade do Recife, até então ocupado pelo Professor
João Alfredo, afirmando que “foi como brasileiro
identificado com os desígnios cívicos daquele movimento
não consigo compreender a permanência do Professor
João Alfredo da Costa Lima como Reitor da Universidade
do Recife”, com a seguinte justificativa:
“Repudiou o Reitor infelizmente comprometido, não por
conivência, mas por complacência, com tal infiltração
comunista, ou para-comunista, na Universidade sob seu
comando, esses seus erros? Reconheceu-os clara e
humildemente após o 31 de março? Proclamou-se
culpado e arrependido dentro, quer das normas cristãs,
quer das da técnica russa de arrependimento, de
confissão, de autocrítica? Promoveu uma nítida
manifestação de solidariedade da Universidade d Recife
ao movimento de 31 de março e de regozijo com o seu
16. 16
triunfo? Que me conste – infelizmente, não. Apenas
destituiu de seus comandos os mais escandalosos
“ativistas” a serviço do comunismo ou do paracomunismo dentro da Universidade. Continua, assim,
Sua Magnificência quase de todo responsável por
complacências
que
vinham
que
vinham
descaracterizando e até degradando a Universidade do
Recife”.
Com esse gesto, somado a tantos outros que
tomaram conta da então da Universidade do Recife, o
Reitor
foi
deposto
pelo
chamado
Comando
Revolucionário, com uma pressão extraordinária para a
sua renúncia, passando a ocupar o comando da Reitoria o
Professor Newton Maia.
Também podemos perceber nos Documentos alguma
resistência interna contra os desmandos vindos de fora
da Universidade no sentido de perseguir estudantes,
como o do Professor Antônio Figueira em defesa dos
acadêmicos do curso de Medicina, sem contar a própria
Documentação dos estudantes em diversos momentos do
livro que ilustram sua reação ao autoritarismo.
17. 17
Os Documentos que chamam muito a atenção são de
1969, como é o caso de um datado de 04 de fevereiro de
1969, que é uma correspondência do diretor da FOUFPE
(Professor Henrique Freire de Barros) ao Chefe da Sessão
de Assistência aos estudantes da UFPE, na qual responde
a uma circular comunicando que parte da diretoria do
Diretório Acadêmico (D.A.) foi suspensa por “serem
agitadores”, ressaltando que “fato êste comunicado ao
magnífico reitor e às autoridades militares”.
Era rotina os diretores das unidades acadêmicas da
UFPE informar à Reitoria quem eram os membros das
entidades estudantis. Em ofício de 12 de setembro de
1969, por exemplo, o diretor do Instituto de Filosofia e
Ciências Humanas (o CFCH) encaminha ao Diretor da
Divisão de Expediente Escolar, os nomes dos novos
componentes do D.A., que tinha como presidente o
jovem estudante Gildo Marçal Brandão, posteriormente
professor e um brilhante intelectual da Universidade de
São Paulo (USP).
18. 18
Um Documento de 14 de março de 1969, que foi
assinado pelo oficial de Relações Públicas do IV Exército,
Major Marcello Alves Carneiro de Menezes, ao Reitor da
UFPE,
trata
comemorar
da
“determinação
condignamente
o
governamental
5º
aniversário
de
da
Revolução Democrática de 1964”, busca se informar qual
ou quais cerimônias nesse sentido para a semana de 24 a
31 de março de 1969, “consagrada àquele evento histórico
de tão grande significado para o povo brasileiro”.
Não foram poucas as respostas dos mais diversos
órgãos da UFPE dando conhecimento ao Reitor de que tal
“determinação
governamental”
seria
devidamente
cumprida, como o ofício de 21 de março de 1969, quando
o chefe da Secção de Rádio, Roberto Maia Martins,
comunica ao magnífico reitor a programação da Rádio
Universitária “como parte das comemorações do quinto
aniversário da Revolução de 31 de março”.
O coordenador executivo da Televisão Universitária,
Professor Manuel Caetano Queiroz de Andrade remete,
em 21 de março de 1969, ao Reitor da UFPE, “a
19. 19
programação especial do 5º aniversário da REVOLUÇÃO
DEMOCRÁTICA de 1964”.
Em ofício de 30 de janeiro de 1969, o Diretor da
Faculdade de Educação da UFPE, Professor Newton Lins
Buarque Sucupira encaminha ao Reitor da UFPE “o
material anexo, constante de pincéis, tintas, pixe e
panfletos da U.E.P., apreendido nesta Faculdade”.
Em ofício de 25 de março o Professor Sucupira
encaminha novamente um material anexado “constante
de panfletos, apreendidos nesta Faculdade”. Ambos
foram encaminhados pelo Reitor da UFPE para a 7ª
Região Militar, e, conforme despacho do próprio Reitor
no Documento, orienta o Diretor da Faculdade para a
“abertura
de
sindicância
para
apurar
as
responsabilidades”.
A Cruzada Democrática Feminina de Pernambuco
também foi muito contemplada na Documentação
recebida pelo Reitor da UFPE, como o ofício que ela
enviou datado de 25 de novembro de 1969 e assinada
pela sua presidente, Cristina Azevedo, com o envio do
20. 20
texto da coluna da Cruzada no Jornal do Commercio (JC)
divulgando o concurso sobre a “bandeira do Brasil”.
Um precioso Documento que veio do exterior em
favor de ex-ministro da Educação e Professor também
possui alto grau de relevância para se entender as
mobilizações produzidas de fora para dentro no combate
à ditadura vigente.
É o caso do ofício do Reitor da Universidad de La
Republica, Oscar J. Maggiolo, ao Reitor da UFPE, em 16
de
março
de
1969,
no
qual
visa
“expressarlela
preocupación de la Universidad de La Republica ante la
prision del Profesor brasileño Darcy Ribeiro, decretada
por
el
Gobierno
del
Brasil”.
O despacho nesse
Documento pela reitoria da UFPE foi simplesmente
“arquive-se”,
não
identificando
nenhum
encaminhamento ou publicidade do ofício no âmbito da
UFPE.
O objetivo de disponibilizar os Documentos na sua
forma quase bruta veio no sentido de que as pessoas
possam conhecer a história da UFPE por meio de fontes
21. 21
primárias, favorecendo sua compreensão para uma
questão que até hoje é fundamental, que é o acesso à
verdade e à memória.
A
EDITORA
PROSPECTIVA
fica
honrada
de
propiciar aos leitores textos e Documentos especialmente
editados para um público interessado em conhecer
melhor o Brasil. É o que nos move, o que nos anima. O
interesse público em primeiro lugar!
Como parte de uma
coleção, a
análise dos
Documentos são encontradas parcialmente nesse livro,
embora é importante reconhecer que nos outros livros as
informações
se
completam
e
o
foco
analítico
é
complementado com o registro documental que aqui é
direcionado.
22. 22
INTRODUÇÃO:
MOVIMENTO
ESTUDANTIL E A
DITADURA MILITAR
DE 1964
1
1
O texto de introdução do presente livro foi reproduzido de
um dos capítulos da minha dissertação de mestrado. Ver
em: MACHADO, Otávio Luiz Machado. Formação
profissional, ensino superior e a construção da profissão do
engenheiro pelos movimentos estudantis de engenharia: a
experiência a partir da Escola de Engenharia da
Universidade Federal de Pernambuco (1958-1975). Recife:
PPGS/UFPE, 2008.
23. 23
Movimento Estudantil e a ditadura
militar de 1964
O golpe civil-militar de 1964 provocou a interrupção
da efervescência vivida pelos estudantes universitários
até então. Além do fechamento de entidades estudantis, a
prisão dos principais líderes estudantis nos primeiros
dias do golpe, as universidades conviveram a partir daí
com inúmeros IPMs (Inquéritos Policiais Militares)
buscando averiguar possíveis crimes contra a “segurança
nacional”.
Por outro lado, o período compreendido entre 1964 e
1975 foi extremamente profícuo em termos de propostas
ou mesmo de medidas para a reformulação do ensino
superior, como o Plano Nacional de Educação (1965), o
Acordo Mec-Usaid, a CPI da Educação Superior, a
Comissão Meira Mattos, o Grupo de Trabalho da
Reforma Universitária, a Lei Suplicy e o Decreto-Lei 477.
É óbvio que a participação dos estudantes nas decisões
24. 24
sobre os assuntos políticos e universitários foi então
muito limitada, dadas as ameaças e as repressões, mesmo
assim o movimento estudantil procurou debater alguns
temas, como a democratização do acesso à universidade.
O aumento de vagas que vinha sendo reivindicado
fora estipulado no Plano Nacional de Educação de 1962.
Este plano foi revisto pelo
CFE (Conselho Federal de Educação), seu autor, em
1965. No tocante ao ensino superior, a revisão
mantinha os objetivos anteriores de se admitir nesse
grau, em 1970, pelo menos a metade dos concluintes
do grau médio em 1969, assim como de se manter pelo
menos 30% de professores e alunos em regime de
tempo integral (CUNHA, 1988, p. 73)2.
2
CUNHA, Luís Antônio. A Universidade Reformanda: O
golpe de 1964 e a modernização do ensino superior. Rio de
Janeiro: Francisco Alves, 1988.
25. 25
Vale lembrar que Goulart já havia decretado a
duplicação de vagas das escolas superiores das áreas de
saúde e tecnologia, sobretudo Medicina e Engenharia,
intento que foi seguido no Plano Nacional de Educação
produzido pelo MEC e pelo CFE, em 1965. O MEC
“passou
a
induzir
as
universidades
federais
e
aumentarem as vagas, principalmente nas grandes
cidades e nos cursos de medicina e engenharia” (idem, p.
88).
Assim, a expansão das vagas e a reforma do ensino
superior estiveram fortemente presentes nas políticas
públicas de 1964-1975. A educação, que adquiriu um
importante papel no processo de desenvolvimento desde
os anos 1950, foi associada fortemente após 1964 “às
necessidades presentes e futuras de mão de obra
qualificada” (CANUTO, 1987, p. 26)3.
Para Canuto (1987, p. 28), o período 1965-1975 foi
marcado pelo processo de unificação e centralização dos
CANUTO, Vera. “Projetos Institucionais e conjuntura
política”. Comunicações Pimes, n. 31, UFPE/PIMPES, 1987.
3
26. 26
aparelhos de Estado, cujo resultado no ambiente interno
das universidades como a UFPE, por exemplo, foi a
marca da manutenção do poder institucional em mãos de
um mesmo grupo, que possivelmente incluía a Escola de
Engenharia de Pernambuco, sobretudo sob a hegemonia
do discurso tecnocratizante e elitista dos órgãos
superiores.
Outras iniciativas, como a Lei Suplicy (nº. 4.464, de
9/11/1964), por outra parte, representaram grande
quebra da espinha dorsal do movimento estudantil,
como
diria
Fernandes
(1995,
p.19)4.
A
nova
regulamentação das entidades estudantis representava o
cerceamento da liberdade de atuação desde que seus
estatutos teriam que estar em consonância com as
determinações ministeriais, representando redefinição de
suas atribuições.
FERNANDES, Florestan . “Texto de palestra de Florestan
na UFU”. In: Homenagem a Florestan Fernandes,
Uberlândia, CDHIS/ADUFU/SINTET/UFU, 1995.
4
27. 27
Para
Florestan
Fernandes
(1978,
p.
38),
a
Universidade foi confrontada pelo golpe de 1964, cujo
“sistema de poder respondeu esmagando os defensores
da causa da reforma universitária e apropriando-se da
bandeira da reforma universitária para realizá-la às
avessas”. Além disso, para ele, o aumento da população
escolar ocorreu “porque os militares usaram a técnica de
inundar as universidades com estudantes jovens, novos
para quebrar a espinha dorsal do antigo movimento
estudantil e a rebelião estudantil” (FERNANDES, 1995, p.
19).
Os movimentos estudantis no pós-1964 ganharam
novas dimensões nas pautas de reivindicação e nas
formas de produção de debates. O ponto comum de
todas as entidades estudantis existentes era o combate à
ditadura, embora a divergência quanto às formas de luta
produzisse uma grande divisão no movimento estudantil
brasileiro. Mesmo com a repressão, as entidades
estudantis de base continuaram realizando um trabalho
visando atender ao conjunto dos estudantes, como parte
28. 28
de apoio acadêmico aos estudantes, produção de eventos
culturais, esportes, jornais, jornal-mural, trotes etc.
Embora
a
luta
pela
mudança
da
formação
profissional fosse dada por meio do combate ao Acordo
Mec-Usaid, mais verbas, mais vagas (sobretudo para
atender aos “excedentes”) e o alargamento da oferta de
cursos para atender às expectativas dos novos postos de
trabalho,
cremos
que
o
conteúdo
da
formação
profissional continuou a estar presente no debate da luta
contra o sistema educacional da ditadura, o que
significou duas formas de luta: a) lutas específicas e; b)
luta política.
Haveria uma resposta aos anseios imediatos dos
estudantes por meio de lutas específicas, bem como uma
luta política, a ser travada contra a própria ditadura que,
em alguns casos, tornou-se a luta principal, pois não
bastava exigir uma universidade adequada dentro de um
sistema repressor.
O não atendimento a questões que afligiam setores
médios da sociedade, como a expansão das vagas e a
29. 29
atualização do ensino superior, produziu uma tensão
entre a ditadura e tal segmento social a partir de 1967,
expressa na questão dos “excedentes”, e também
fortaleceu o próprio movimento estudantil. Foram
restabelecidos os vínculos que haviam sido perdidos
entre o movimento estudantil e os estudantes na luta pela
expansão das vagas, a partir da sua politização tendo
como foco a repressão da ditadura militar.
Um conjunto de fatores, portanto, afligiam os
estudantes e criaram bandeiras de lutas do movimento
estudantil no pós-1964:
O problema dos excedentes, a falta de verbas, a
modernização autoritária do ensino acenada com os
acordos
MEC-USAID
governamentais,
o
e
com
arcaísmo
outras
das
iniciativas
instituições
universitárias anterior a 1964, a crise econômica
geradora de arrocho salarial e de estreitamento das
oportunidades, de trabalho até mesmo para os formados,
a chamada "crise da cultura burguesa", a política
30. 30
repressiva da ditadura contra os estudantes e suas
entidades - tudo isso contribuía para criar uma
insatisfação estudantil sem precedentes e para a
retomada da antiga bandeira de luta pela Reforma
Universitária, ligada ao projeto de ascensão social pela
educação, de camadas urbanas nos anos anteriores a
1964. A luta contra os acordos MEC-USAID, por
exemplo, unia tanto aqueles setores da liderança
estudantil que privilegiavam a luta contra a ditadura,
caso da AP (os acordos eram vistos como expressão do
imperialismo, representado pela ditadura militar),
quanto os setores da vanguarda estudantil, que
buscavam a ponte entre as reivindicações específicas e as
políticas, bem como boa parte da massa dos estudantes,
menos ou mais politizados, que viam nas reformas
indicadas pelos acordos uma clara deturpação da
Reforma Universitária idealizada (RIDENTI, 1993, p.
128-129)5.
5
RIDENTI, Marcelo. O fantasma da revolução brasileira.
São Paulo: Editora Unesp, 1993.
31. 31
A busca da maior democratização do ensino superior
brasileiro
tem
raízes
sociais
e
está
associada
à
consolidação do sistema capitalista tardio quando a
formação profissional de nível superior se transforma em
fator
decisivo
de
participação
no
processo
de
modernização do país. Nesse contexto ser estudante
significava
maiores
chances
de
galgar
posições
privilegiadas no mercado de trabalho.
Para Florestan Fernandes (1978, p. 38)6, conforme
mencionado, a Universidade foi confrontada pelo golpe
de 1964, cujo “sistema de poder respondeu esmagando os
defensores
da
causa
da
reforma
universitária
e
apropriando-se da bandeira da reforma universitária
para realizá-la às avessas”.
Em 1965 houve algumas passeatas promovidas a
partir de algumas universidades contra a chamada Lei
Suplicy. Mas o movimento estudantil nacional apenas
conseguiu se reafirmar em julho de 1966, a partir de Belo
6
FERNANDES, Florestan. A Condição do Sociólogo. São
Paulo: Hucitec, 1978.
32. 32
Horizonte, com a realização do 28º Congresso Nacional
de Estudantes da UNE, que apesar de oficialmente
extinta pelo regime militar, funcionava com o apoio dos
órgãos estudantis e realizava suas reuniões e eleições
clandestinamente. Impedido de todas as formas pelo
aparato da repressão, o Congresso foi realizado com o
apoio dos padres franciscanos num convento.
Para Poerner (1979, p. 274)7, em 1966, o resultado do
Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em
Belo Horizonte, foi fundamental para o lançamento de
uma palavra de ordem contrária à política educacional
do
governo
e
contra
o
próprio
governo,
que
desencadearia em setembro de 1966 protestos nas ruas de
diversas cidades brasileiras contra a cobrança das
anuidades e o atentado às liberdades democráticas
expressos na repressão policial.
7
POERNER, Arthur José. O poder jovem. História da
participação política dos estudantes brasileiros. 2a ed. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.
33. 33
A UNE organizou no dia 22 de setembro de 1966 o
movimento que ficou conhecido como o Dia Nacional da
Luta contra a Ditadura. Durante este mês vários
protestos ocorreram em várias partes do país, tendo
ocasionado em Belo Horizonte o cerco aos estudantes no
prédio da Faculdade de Direito da Universidade Federal
de Minas (UFMG).
Em 1967, no 29º Congresso da UNE, o contexto foi
marcado por uma crítica ao “reformismo”. Para Martins
Filho,
Nessa reunião expressou-se pela primeira vez, no plano
da entidade nacional, o crescimento das correntes
opositoras à Ação Popular, obrigando-a a compartilhar
a diretoria eleita naquele conclave com militantes das
Dissidências comunistas e da POLOP. Ao mesmo
tempo, no final dos trabalhos, ficariam evidentes as
dificuldades em conciliar as propostas daquelas que
64viriam a ser, em 1968, as duas ‘posições’ estudantis.
Neste sentido, a Ação Popular divulgou como a “Carta
34. 34
Política” da UNE um documento que expressava as
suas propostas, enquanto as publicações estudantis
vinculadas às Dis-POLOP estamparam um texto com
proposições diferentes. O 29º Congresso terminou,
assim, com dois documentos ‘oficiais’ (MARTINS
FILHO, 1987, p. 177-178)8.
A luta política contra a ditadura militar voltou a
predominar no discurso do movimento estudantil e os
slogans “abaixo a ditadura” ou “abaixo o imperialismo
yankee” simbolizaram o novo movimento estudantil
oriundo da resistência aos desmandos do regime militar
nos espaços universitários.
À parte das disputas internas do movimento
estudantil, a luta contra a política educativa do regime
militar passou a unificar os diversos setores do
movimento estudantil, o que significava que por dentro
das universidades começava a surgir uma organização
8
MARTINS FILHO, João Roberto. Movimento estudantil e
ditadura militar: 1964-1968. Campinas: Papirus, 1987.
35. 35
com força suficiente para mobilizar forças contra o
regime político vigente.
Ao mesmo tempo em que lideranças de certos setores
do movimento estudantil recolocavam o debate sobre a
reforma universitária na ordem do dia, o regime militar
fechava os canais de participação aos estudantes na
construção da reforma universitária, até
porque as entidades estudantis estavam impedidas de
debater livremente e militantes estudantis continuavam a
ser perseguidos.
36. 36
O movimento estudantil e ensino
superior entre 1968 e 1975
O movimento estudantil estava sem condições de ver
atendidas suas reivindicações mínimas pelo Governo,
nem pelas diretorias das faculdades e reitorias. Por outro
lado, o crescimento vertiginoso do mercado de trabalho
não era acompanhado do debate de novas propostas de
formação profissional.
Sem condições de dar respostas aos problemas
universitários, impedidos de debater o país e tendo-se
iniciado um processo de desvalorização do diploma
universitário, haja vista que o número de profissionais
formados superava a demanda do mercado de trabalho,
o
movimento
estudantil
viu-se
diante
de
uma
contradição: foi autor de um projeto de reforma
universitária mas foi rejeitado quando o Governo
resolveu fazê-la, pois
37. 37
...a pressão pela Reforma Universitária acaba sendo
assumida pela própria Instituição (Universidade) e pelo
Governo,
alterando
o
conteúdo
proposto
pelos
estudantes no seu movimento. E esta Reforma, marcada
que foi pelo golpe de 1964, acaba voltando-se contra o
movimento estudantil que gerou (SOUZA MARTINS,
1976, p. 119)9.
A
abordagem
da
formação
profissional
pelos
estudantes estava voltada para o seu futuro. Ora, no
presente, o acesso à universidade não mais garantia
futuro promissor, o regime militar impossibilitava sua
intervenção nos temas referentes à formação profissional
e
não
permitia
o
debate
sobre
o
processo
de
transformação da sociedade brasileira, suas bandeiras de
lutas tradicionais, todos esses elementos conduziram o
movimento estudantil a sofrer um enorme refluxo.
SOUZA MARTINS, Heloísa T. “Movimento Estudantil e
Reforma Universitária”. Contexto, n. 1, nov. 1976, p. 119131.
9
38. 38
Diante desse quadro restou-lhe a luta pela derrubada
da ditadura militar como único caminho de sua
participação política. Apesar disso a UEE-MG realizou o
“Seminário MEC-USAID”, em junho de 1968, com o
intuito de retomar o debate sobre a ”infiltração
imperialista” no ensino brasileiro. Afirmava que o acordo
MEC-USAID - juntamente com a política educacional da
ditadura – seriam contrários aos interesses nacionais e
promoveriam
“a
adequação
da
universidade
aos
interesses do imperialismo” (Documento Seminário
MEC-USAID, UEE/MG, junho de 1968). O caminho
apontado era o de “levar a todos a necessidade de
organização da luta contra a dominação exercida sôbre os
estudantes e o povo pelo imperialismo e a ditadura de
seus
aliados
brasileiros”
(idem).
Tal
evento
foi
preparatório para o Congresso da UEE/MG, realizado
entre 30 de setembro e 1º de outubro do mesmo e o 30º
Congresso da UNE.
39. 39
Por outro lado, em 1968, período marcado por uma
onda
mundial
de
revoltas
(GROPPO,
2005)10,
o
movimento estudantil brasileiro se integrou às rebeldias
juvenis
do
planeta.
Passou
a
conhecer
outros
movimentos existentes no mundo, a eles se associar e
desenvolver movimentos locais com uma visão global e
com desejos libertários em comum.
O imperialismo norte-americano (que estava sendo
observado por imagens no mundo todo com a Guerra do
Vietnã), a solidariedade à Revolução Cubana e a posição
a favor independência política e econômica dos países da
América
Latina
foram
questões
que
mobilizaram
bastante, assim como o questionamento acerca dos
valores
da
sociedade
comportamento
político,
burguesa
o
estilo
e
de
industrial.
vida
e
O
as
preocupações dos atores sociais daquele período estavam
identificados com a quebra de valores, tabus e dissolução
10
GROPPO, Luis Antônio. Uma onda mundial de revoltas.
Movimentos estudantis de 1968. Piracicaba: Editora
Unimep, 2005a.
40. 40
do sistema capitalista vigente. Questionava-se desde a
ordem estabelecida que tentava justificar as guerras a
uma série de formas de opressão, como o machismo. A
desinstitucionalização da vida privada foi marcada pelo
questionamento do casamento, por exemplo. O forte
desejo de liberdade foi marcado com a revolução sexual.
Uma das pixações em um dos muros de Paris expressa
muito bem tal aspecto: “Quanto mais amor eu faço, mais
vontade tenho de fazer a revolução. Quanto mais
revolução faço, maior vontade eu tenho de fazer amor”
(GROPPO, 2005a).
A influência dos movimentos libertários em várias
partes do mundo – sobretudo os revolucionários de
Cuba, Vietnam, Argélia, e China, fazia da revolução uma
bandeira ou lema. O assassinato do jovem secundarista
Edson Luís, no Restaurante Calabouço do Rio de Janeiro
reacendeu o movimento estudantil e sensibilizou as
classes médias contra uma ditadura que estendia a lógica
da
violência
trabalhadores.
física
para
além
da
repressão
aos
41. 41
Uma das frases presentes nas faixas durante o
enterro do jovem era: “Mataram um estudante, podia ser
seu filho”. Para lideranças do movimento estudantil da
época
no
Rio
de
Janeiro,
a
morte
do
jovem
desencadeando reações estudantis como indica um dos
entrevistados da pesquisa:
No Brasil, 68 iniciou-se com a morte do Edson Luis. Foi
um momento em que a repressão ficou meio paralisada,
pois ela também se assustou com o que aconteceu. A
morte do estudante não foi algo programado. Foi mais
um acidente de trabalho, de certa forma previsível
dentro de uma cultura repressiva que tratava na
porrada e na violência qualquer reivindicação ou
protesto. Assim, num momento de tensão e de
descontrole, alguém na polícia passou do ponto. E o
assassinato do Edson Luís deu uma largada muito forte
para o movimento estudantil em 68, especialmente no
Rio de Janeiro, embora tenha havido manifestações de
42. 42
protesto em todo o país, imediatamente (Depoimento de
Franklin Martins a Otávio Luiz Machado).
Para Franklin Martins, os episódios de protesto
contra a morte de Edson Luís culminaram na mudança
do perfil de ação até então apresentado pelo movimento:
A manifestação transcorreu no meio de uma porradaria
muito grande no centro da cidade. Foi uma manifestação
muito dura e violenta. E olha que ainda eram
manifestações do tipo em que a gente ia e apanhava. Nós
sabíamos que íamos levar porrada e realmente
levávamos. Em seguida, teve a missa de 7º missa, onde
foram registradas aquelas fotos famosas da cavalaria
subindo a Candelária e batendo nos estudantes com
sabre. Esses episódios marcaram o fim de um período do
movimento estudantil, aquele em que a gente ia para as
manifestações apanhar sem revidar. Naquele instante, já
tínhamos uma boa organização, trabalhávamos com
grupos estruturados que respondiam a um comando,
43. 43
mas ainda não estavam dadas as condições para um
enfrentamento. Então, quando a polícia chegava, ou
corríamos ou apanhávamos. No máximo, quando caia
uma menina no meio deles, a gente ia lá e tirava. Mas
ainda era uma coisa assim: a polícia estava no direito
dela de bater e a gente no dever de apanhar. A partir daí,
começou a mudar (...) E aí que começa a porrada em
cima da polícia. Os estudantes jogam pedras em cima da
polícia e carros sendo virados e queimados. Eu me
lembro de uma cena que eu nunca vi uma foto. Foi
quando um estudante pegou uma pá numa obra, bateu
num cavalariano e, quando ele desmontou e caiu no
chão, todos partiram pra cima dele. E os outros policiais
não vieram atrás, porque eles começaram a ficar
desnorteados. Então começou a ter reação forte dos
estudantes. Foi uma virada importante.
Franklin Martins admite que a desmobilização do
movimento estudantil não ocorreu com o Congresso de
Ibiúna, mas com o momento em que a polícia começou a
44. 44
partir para cima dos estudantes e revidar sua nova
postura:
A partir da passeata dos 100 mil todas as manifestações
do Rio de Janeiro passam a ser dissolvidas à bala. Eu
pessoalmente fui alvo duas vezes de tiros à queima
roupa. Era para ter morrido. Uma vez eu estava
puxando uma passeata no Largo do São Francisco e um
policial veio me prender. Mas eu estava pendurado
num poste e a minha segurança não deixou. E começou
um tiroteio. E eu só vi balas num vidro de uma vitrine
atrás travadas de bala. Outra vez fui numa
manifestação em frente a UFRJ, na Urca, num
movimento junto com a Medicina, que também foi
dissolvida à bala. Eu tenho as fotos do pessoal atirando
nesse episódio. A repressão mudou de patamar. (...)
Ibiúna já está dentro de um ponto na curva na
mudança de patamar. Quando mudou de patamar e
passou a dissolver à bala, o que aconteceu? A massa de
estudantes recuou. Ela queria lutar, mas ela não queria
45. 45
arriscar a vida. Então o movimento estudantil já
começa a bater no muro em agosto, que foi um mês em
que o Vladimir foi preso no Rio de Janeiro. E aí eu
assumo a presidência da UME, porque era um dos vicepresidentes. E todas aquelas manifestações pela
libertação de Vladimir são reprimidas à bala.
Até então o movimento estudantil incluiu os
problemas da sociedade nas suas bandeiras de lutas,
politizando o debate sobre a questão educacional. As
diversas teses preparatórias para o Congresso de Ibiúna
deixam perceber que todas as bandeiras estavam
voltadas para a derrubada da ditadura e o imperialismo
norte-americano.
Numa das teses, “Programa para o Movimento
Estudantil”, o movimento estudantil era considerado
“um setor da classe média com reivindicações específicas
ao nível de uma melhor formação profissional e do
desenvolvimento de suas capacidades criativas, porém
46. 46
com contradições com o imperialismo e a ditadura ao
nível
do
empobrecimento
e
da
restrição
das
oportunidades de trabalho para a classe média” e que
“qualquer
mudança
realmente
qualitativa
da
universidade dependerá da transformação radical das
estruturas
sócio-econômicas
da
sociedade.
A
Universidade Popular será fruto da atuação do governo
popular revolucionário no âmbito do ensino superior”.
Nessa
perspectiva
é
possível
interpretar
a
constituição da Comissão Meira Mattos para resolver
dois problemas do regime militar: o impasse da reforma
universitária e a presença do movimento estudantil em
oposição aos militares. Desta forma, a Comissão
presidida pelo General Carlos de Meira Mattos, que
trabalhou no período de 11 de janeiro a 08 de abril de
1968, teve como objetivos: 1) fornecer parecer sobre as
reivindicações, teses e sugestões referentes às atividades
estudantis;
2)
planejar
e
propor
possibilitassem
melhor
aplicação
medidas
das
que
diretrizes
governamentais no setor estudantil; 3) supervisionar e
47. 47
coordenar
a
delegação
do Ministro de
revelavam
a
execução dessas
preocupação
diretrizes,
mediante
Estado. Tais
objetivos
com
a
politização
da
universidade, vista como impedindo o enfrentamento
adequado da questão da educação. “A Comissão Meira
Mattos, assumindo suas finalidades e em consonância
com a ideologia do poder vigente, teve como maior
preocupação
propor
medidas
que
servissem
de
instrumentos de aceleração do desenvolvimento e de
acesso social, vinculando a educação às exigências do
processo técnico e econômico-social do país (FÁVERO,
1991, p. 58)11.
Esse projeto de reforma universitária tem sido
interpretado como modernização do ensino superior
então vigente:
11
FÁVERO, Maria de Lourdes de Albuquerque. Da
Universidade “modernizada” à Universidade disciplinada:
Atcon e Meira Mattos. São Paulo: Cortez/Autores
Associados, 1991.
48. 48
...a modernização do ensino superior empreendida pela
reforma universitária de 1968 destinava-se a colocar a
universidade a serviço da produção prioritária de uma
nova força de trabalho requisitada pelo capital
monopolista organizado nas formas estatal e privada
“multinacional” (CUNHA, 1983, p. 12)12.
A efetivação da modernização do ensino superior,
nos moldes pretendidos pelo regime militar, implicava,
no entanto, no disciplinamento do segmento que mais
havia a havia reivindicado – o movimento estudantil.
Para um ex-aluno da Escola de Engenharia de
Pernambuco em 1968:
Vale dizer que os militares tinham um projeto de
nação e a universidade tinha seu papel de destaque
nesse projeto. Os militares sabiam da importância dos
12
CUNHA, Luiz Antônio. A Universidade crítica: o ensino
superior na República Populista. Rio de Janeiro: Francisco
Alves, 1983.
49. 49
investimentos na educação superior, principalmente
na área cientifica e tecnológica para aspirar uma
soberania no cenário internacional. Esse projeto não
foi posto adiante e até hoje não se fez outro. O que é
lamentável, pois não se faz um projeto de nação sem
antes ter um projeto de universidade (Depoimento de
Jader Nunes de Oliveira a Otávio Luiz Machado).
O novo modelo de ensino superior implantado em
1968 foi baseado no sistema de departamentos, na
profissionalização do corpo docente e teve repercussão
na formação dos engenheiros, pela criação de novas
especialidades.
A ênfase no caráter técnico do ensino superior foi
vista como empreitada negativa para a universidade na
perspectiva
de
Florestan
Fernandes:
“As
classes
burguesas, principalmente certo nível de empresários,
dos militares, da burocracia, da tecnocracia, estavam
identificados
com
esse
objetivo.
Criaram
uma
50. 50
universidade despolitizada, uma universidade acrítica,
uma universidade técnica” (idem, p. 181).
Outras medidas do governo ainda atingiriam a
universidade. O AI-5, promulgado em dezembro de 1968,
reafirmava as intenções do golpe de 1964 como a da “a
modernização conservadora da economia, concentradora
de riquezas e considerada pela classe dirigente como a
única saída viável para superar a crise vivida em meados
da década de 60” (RIDENTI, 1993, p. 30). O Decreto-Lei
477, de 26 de fevereiro de 1969, tornava as universidades
um espaço limitado para a discussão política e o combate
à ditadura brasileira. Para Freitag (1980, p. 132)13, as duas
medidas criadas pelo regime militar foram fundamentais
para
reforçar
a
clássica
mensagem
dos
regimes
autoritários de que “estudante deve apenas estudar”: “Se
fizer política e não conseguir satisfazer os requisitos de
uma média mínima, pode ser jubilado; se consegue
FREITAG, Barbara. Escola, Estado e Sociedade. 6ª ed. São
Paulo: Moraes, 1986.
13
51. 51
conciliar estudos e atividade política, pode ser desligado
da universidade pelo 477”.
Nesse contexto, o período de 1969 pode ser visto
como o de desmantelamento final do movimento
estudantil, pois o fechamento de diversos diretórios que
apontavam alguma resistência ao regime militar somouse às prisões dos líderes estudantis após o Congresso da
UNE em outubro de 1968.
O AI-5 representou uma medida adotada pela
ditadura para reaver seu domínio que estava sendo
perdido pela resistência dos opositores, pela falta de
apoio da classe média e pelas próprias divergências
internas dos comandantes da ditadura, que demonstrava
a
prevalência da força política da “linha dura” nos rumos
do golpe.
Analisando o movimento estudantil dos anos 1970, é
observado que aliado às reivindicações e denúncias de
aspectos administrativos há a emergência de novas
52. 52
práticas políticas tal como indicada por Mirza Pellicciotta
(2008, p. 179-180)14:
Lidar com a transformação, em si mesma, do movimento
estudantil brasileiro na década de 1970 significa, neste
caso, lidar com a emergência de uma dimensão
“alternativa” de perspectivas e experiências coletivas
muito cara à análise do contemporâneo – tanto em
relação à reforma (tecnocrática) da Universidade,
quanto no aspecto de uma cultura de massas, ou ainda
das mudanças (significativas) do mercado de trabalho e
inserção profissional – que por diversos meios têm lugar
entre as alterações de forma de organização deste
movimento.
Se não estava sendo possível participar do debate
sobre a reforma universitária – que tinha sido uma
“Mobilizações estudantis nos anos 1970”. In: Otávio Luiz
Machado e Luís Antônio Groppo (orgs). Juventude e
Movimento Estudantil Brasileiro: Ontem e Hoje. Recife:
Editora UFPE, 2008, p. 179-213.
14
53. 53
alavanca para acionar um movimento estudantil de
grande envergadura em décadas anteriores -, a estratégia
utilizada pelos estudantes no movimento estudantil entre
1969 e 1975 foi a de focar nos problemas internos da sua
profissão de forma desligada dos problemas políticos,
além de trazer temas culturais de forma sutil para o
interior dos centros e diretórios acadêmicos, como forma
de animar o debate.
Por esse motivo,
Na medida em que os estudantes perdem o lugar e o
papel representativo nas estruturas de poder da
Universidade e se vêem obrigados a defender um lugar
social através da luta pela qualificação profissional, o
movimento ganha uma fisionomia mais efêmera,
fragmentária e variada. No mesmo sentido, as
movimentações são forçadas a criar, em um misto de
temor e fragilidade, as suas novas condições de luta
política (idem, p. 187).
54. 54
É dentro dessas novas condições de luta que se pode
observar
o
debate
específico
sobre
a
formação
profissional ressurgir, que havia desaparecido após o
golpe de abril de 1964. O seminário de estudantes de
Engenharia, no início de novembro de 1970, em
Florianópolis, pode ser considerado a retomada de um
debate sobre a profissão do engenheiro e o reinício da
participação dos estudantes no movimento estudantil de
forma mais organizada.
No 1º SERS (Seminário da Região Sul), que debateu o
desenvolvimento da tecnologia nacional, a situação do
ensino de Engenharia, a função da Universidade, o
estágio e o mercado de trabalho para engenheiros e a
representação estudantil, os estudantes puderam iniciar a
reorganizar uma pauta de discussão do movimento de
Engenharia, com a intenção de trazer o movimento
estudantil como ator social importante na vida nacional.
No 2º SERS, em junho de 1972 na cidade de Porto
Alegre, participaram não apenas escolas da Região Sul,
mas de outras regiões, pois tornava-se
55. 55
... cada vez mais clara a importância destes encontros,
como forma de quebrar o isolamento entre os
estudantes
que
se
caracterizava
desde
1968,
propiciando oportunidades de serem examinadas e
comparadas diferentes realidades de nossas escolas e
ocasiões para que os problemas comuns fossem
amplamente debatidos, e as lutas, que conduzissem às
soluções procuradas, encaminhadas conjuntamente
(Suplemento os Seminários de Engenharia, janeiro de
1974).
Para Fernando Peregrino, então líder estudantil no
D.A. de Engenharia na UFF, foi no 2º SERGS, em 1972, o
movimento estudantil de Engenharia começou a trazer
questões mais específicas além da luta política de
combate à ditadura, prevalecendo as questões internas
dos cursos:
56. 56
Em Porto Alegre, a pauta do seminário eram
reivindicações típicas dos estudantes de engenharia,
como melhor ensino, melhores professores, mais
laboratórios, tecnologia nacional e, evidentemente,
algumas bandeiras pelo fim da ditadura, fim do decreto
288 e do decreto 477. Foi um seminário de caráter
nacional que somava mais de 600 estudantes,
considerado um número muito bom para os limites da
época. Estávamos reunidos sob um clima de terror
durante vários dias e sob ameaça de prisões.
Conseguimos manter o seminário e concluí-lo
aprovando muitas teses e bandeiras. Conseguimos
ultrapassar os limites de nossas organizações locais
nos estados e faculdades e criamos laços e mecanismos
de organização com companheiros dos demais estados.
Foi sem dúvida uma vitória marcante que mais tarde
repercutiria na reorganização da UNE (Depoimento
de Fernando Peregrino a Otávio Luiz Machado).
57. 57
Para Antônio Kandir (2004, p.311-312)15, que estudou
Engenharia na Escola Politécnica da USP, também
ganhou corpo no debate a questão econômica:
Desde que entrei para a universidade, comecei a
participar do movimento estudantil. O espaço de
discussão política era bastante restrito naquele tempo,
por isso discutíamos muito as questões econômicas. Aí
entrou o trabalho do Fishlow. Passamos a discutir o
crescimento da desigualdade que, obviamente, era um
tema polêmico e importante na luta política. Como
militante do movimento estudantil, eu também debatia
esses temas e comecei a me interessar e a gostar de
economia. Contribuiu para isso o meu orientador na
graduação, Afonso Celso Fleury, que sempre trabalhou
em temas ligados à produtividade, à ciência e à
tecnologia.
KANDIR, Antônio. “Depoimento”. In: IPEA 40 Anos
apontando caminhos: Depoimentos ao CPDOC, Rio de
Janeiro, Editora da FGV, 2004, p. 311-323. Disponível em
http://getinternet.ipea.gov.br/livro40anos/arquivo_complet
o.pdf. Consultado em 25/03/2008.
15
58. 58
Mas o que marcou o reencontro dos estudantes de
Engenharia com os seus problemas específicos de sua
profissão foi o 1º SNEE (Seminário Nacional de
Engenharia), que aconteceu na Escola Politécnica de São
Paulo, em 1973, que discutiu: 1) Ensino e Pesquisa; 2)
Mercado de Trabalho e Estágio; 3) Representação
Estudantil.
O Documento-Síntese do 1º SNEE chamou-nos a
atenção para o seguinte. Nos congressos nacionais de
estudantes de Engenharia (CNEE) dos anos 1950 os
estudantes buscavam criar um mercado profissional para
os engenheiros através de uma formação especializada
nos mais diversos campos da Engenharia, discutindo
currículos a partir de instâncias universitárias e entre
estudantes em congressos de professores e diretores. Nos
SNEE, dos anos 1970, a preocupação voltou-se para o
questionamento da formação profissional restrita aos
ditames do mercado que estava constituído no Brasil. O
conteúdo da formação profissional vigente, para os
59. 59
estudantes, não estava interligado às problemáticas
levantadas no interior das universidades, mas as escolas
estavam apenas “formando profissionais pedidos e
exigidos pelo atual Mercado de Trabalho” (Suplemento os
Seminários de Engenharia, janeiro de 1974).
Ao buscarmos analisar o contexto histórico da
entrada do debate sobre formação profissional pelo
movimento estudantil, o objetivo foi o de fazer a relação
entre as transformações no mundo social mais amplo e as
novas
competências
requeridas
da
profissão
de
Engenharia com o avanço do movimento estudantil no
debate sobre a realidade brasileira.
Vale lembrar que, enquanto hoje “a escolaridade já
não se afigura mais como elemento garantidor da entrada
no mundo do trabalho, especialmente se considerarmos o
ingresso no mercado formal de ocupações e as posições
dos
estratos
menos
privilegiados
da
sociedade,
exatamente aqueles que têm acesso tardiamente aos
degraus mais elevados do sistema de ensino” (SPOSITO,
60. 60
2005, p. 205)16, no período analisado, a juventude
universitária que tinha a universidade como a última
etapa preparatória para a entrada no mundo adulto,
também a tinha como canal de ascensão social.
O que se pode concluir é que, na luta pela
transformação
específicas
do
da
sociedade
brasileira,
movimento
as
estudantil
pautas
estiveram
fortemente focadas na reforma do ensino e na questão da
formação profissional no final dos anos 1950, e a partir
daí passaram a estar mais associadas com uma luta
política
a
medida
reivindicações
que
estudantis
o
compromisso
acabou
por
com
abranger
as
a
sociedade como um todo, porque adquiriu dimensão
social a vinculação do jovem universitário ao processo de
SPOSITO, Marilia Pontes. “Indagações sobre as relações
entre juventude e a escola no Brasil. Institucionalização
Tradicional e Novos Significados”. Jovenes – Revista de
Estudios sobre Juventud, Edição: ano 9, núm. 22, México,
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