O documento descreve o acidente nuclear de Fukushima em 2011 no Japão, causado por um terremoto e tsunami. Isso levou ao derretimento de três reatores, forçando a evacuação de 300 mil pessoas. Embora nenhuma morte tenha sido diretamente atribuída à radiação, cerca de 1.600 mortes estão relacionadas às condições de evacuação. A situação em 2014 mostra vazamentos contínuos de água radioativa dos tanques de armazenamento para o solo e o oceano Pacífico.
2. O ACIDENTE
O acidente nuclear de Fukushima foi um desastre na Central Nuclear de
Fukushima I em 11 de março de 2011, sendo o resultado de um
derretimento de três dos seis reatores nucleares da usina. A falha ocorreu
quando a usina foi atingida por um tsunami provocado por um terremoto
de magnitude 9,0. A usina começou a liberar quantidades significativas de
material radioativo em 12 de março, tornando-se o maior desastre
nuclear desde o acidente nuclear de Chernobil, em abril de 1986, e o
segundo (depois de Chernobil) a chegar ao nível 7 na Escala Internacional
de Acidentes Nucleares, inicialmente liberando cerca de 10-30% da
radiação do incidente anterior.
3. A Comissão de Investigação Independente do Acidente Nuclear de
Fukushima considerou que o desastre nuclear foi "artificial" e que suas
causas diretas eram todos previsíveis. O relatório também descobriu que a
usina era incapaz de aguentar o terremoto e o tsunami. Um estudo
separado feito por pesquisadores da Universidade de Stanford descobriu
que as usinas japonesas operadas pelas maiores empresas de serviços
públicos eram particularmente desprotegidas contra possíveis tsunamis.
4. MORTES
Embora nenhuma morte por exposição à radiação tenha sido relatada, cerca de
300 mil pessoas foram evacuadas da área, 15.884 pessoas morreram devido ao
terremoto e tsunami e aproximadamente 1.600 mortes foram relacionadas às
condições de evacuação, como viver em habitações temporárias. A causa exata
da maioria dessas mortes relacionadas a evacuação foram especificadas porque
isso seria um obstáculo à aplicação de uma compensação financeira aos
parentes dos falecidos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) indica que
desalojados foram expostos a radiação pouco a pouco, por isso estes efeitos
estão provavelmente abaixo dos níveis detectáveis , sendo o risco de
desenvolvimento de câncer por radiação extremamente pequeno para a maior
parte dos afetados e principalmente limitado para aqueles que viviam mais
próximos da usina nuclear.
5.
6. CAUSA
Devido à falta de resfriamento pela água, os reatores, mesmo
desativados, aqueceram levando a uma fusão parcial do núcleo nos
reatores 1, 2 e 3; explosões de hidrogênio destruíram o revestimento
superior dos edifícios de alojamento dos reatores 1, 3 e 4; uma explosão
danificou o confinamento dentro do reator 2; e múltiplos incêndios
eclodiram no reator 4. Além disso, as barras de combustível armazenado
em piscinas de combustível irradiado das unidades 1-4 começaram a
superaquecer os níveis de água nas piscinas abandonadas. Receios de
vazamentos de radiação levaram a uma evacuação de 2000 km de raio ao
redor da planta. Os trabalhadores da fábrica sofreram exposição
à radiação e foram temporariamente evacuados em vários momentos.
7. Como ocorreu a explosão do reator
O tsunami causou uma queda de energia e o reator ficou sem água, que é
usada para o resfriamento. Sem a água, o condensador não conseguiu
esfriar o vapor vindo do núcleo. Sem energia, os geradores reservas não
funcionaram e o reator permaneceu sem resfriamento. A temperatura no
reator aumentou e a pressão no reservatório saiu do controle. Os
controladores liberaram parte da pressão, deixando uma quantidade
mínima de vapor radiativo escapar do reator. Mas o hidrogênio presente
no vapor reagiu com o oxigênio do ar e causou a explosão que arrancou a
cobertura do reator 1 da usina. E, por fim, os controladores injetaram
água do mar para resfriar os reatores.
8. Situação em 2014
Vazamentos de material radioativo
Em 9 de abril de 2013, houve vazamento de água radioativa proveniente
dos tanques subterrâneos de armazenamento, contaminando o solo e
as água nas proximidades. A Tepco (Operadora da usina nuclear de
Fukushima) informou que o vazamento havia sido mínimo e que fora
controlado, sendo que a água radioativa já havia sido armazenada numa
área restrita. Na ocasião, a usina de Fukushima já tinha armazenado mais
de 270 mil toneladas de água altamente radioativa, consumindo mais de
80% da capacidade de armazenamento da usina. A Tepco adiantou que a
quantidade de água contaminada deve dobrar nos próximos três anos e
que planeja atender a demanda de armazenamento através da construção
de centenas de tanques de água adicionais, em meados de 2015.
9. Situação em 2014
Contaminação do Oceano Pacífico
A Tepco usa diariamente um grande volume de água para refrigerar os
reatores da usina que foram desativados após o acidente. Toda essa água
é armazenada em mais de mil tanques construídos no local. Em contato
com as varetas de combustível nuclear, a água se torna altamente
radioativa. 400 toneladas de água radioativa são produzidas a cada dia em
Fukushima.
Em agosto de 2013, quase 2 anos e meio após o acidente nuclear,
verificaram-se vários vazamentos de material radioativo e, ainda, a
possibilidade de um grande transbordamento de água contaminada com
material radioativo para o oceano Pacífico. O governo do Japão acredita
que os vazamentos de água estejam ocorrendo há dois anos.
10. Situação em 2014
A Tepco havia construído uma barreira subterrânea junto ao mar, mas a água
proveniente dos reatores danificados está passando por cima da estrutura de
contenção. Segundo um dirigente do Ministério da Economia, Comércio e
Indústria do Japão, o volume de água despejado diariamente no Pacífico é de
aproximadamente 300 toneladas.
Nos últimos dois meses, a Tepco tem trabalhado com o Governo numa solução
que consiste em congelar o solo em volta dos reatores, para impedir a saída de
água radioativa e seu contato com a água limpa que vem das montanhas.
Até pouco tempo atrás, a Tepco dizia que conseguira manter a água radioativa
na região da usina e que havia sido bem sucedida em evitar que essa água fosse
para o oceano. Tal afirmação foi contestada, e a Tepco afinal admitiu que
provavelmente parte da água contaminada estaria vazando para o mar.