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Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo
Eixo Temático: Resiliência Urbana
Planejamento e gestão ambiental do ambiente construído
ESTUDO DE CASO DO MAPEAMENTO DAS ÁRVORES DO MUNICÍPIO DE
SÃO PAULO: UMA ABORDAGEM PARA A GESTÃO URBANA SUSTENTÁVEL
Case Study of Tree Mapping in the Municipality of São Paulo: An Approach to
Sustainable Urban Management
Estudio de Caso sobre el Mapeo de Árboles en el Municipio de São Paulo: Un Enfoque
para la Gestión Urbana Sostenible
Odair Henrique Michels Behn Neto
Aluno, Uninove, Brasil
Odair.behn@gmail.com
Heidy Rodriguez Ramos
Orientador. Professor, Doutor, Uninove, Brasil
heidyrr@uni9.pro.br
RESUMO
Este estudo de caso aborda o mapeamento das árvores no município de São Paulo como uma abordagem para a
gestão urbana sustentável. O objetivo principal é fornecer informações essenciais para orientar políticas e ações
relacionadas ao manejo e expansão das áreas verdes na cidade. O estudo abrangeu toda a área urbanizada, focando
nas árvores do sistema viário das 32 Subprefeituras. Fontes de dados incluíram sistemas de informação geográfica,
imagens de satélite e dados municipais. A análise revelou a distribuição espacial das árvores, densidade arbórea por
região, áreas carentes de vegetação e potenciais riscos. As implicações para a gestão urbana sustentável destacam a
importância da arborização para a qualidade de vida e a necessidade de ações estratégicas, diversificação de espécies,
monitoramento e envolvimento da comunidade. Este estudo contribui para o entendimento da arborização urbana
e orienta ações para promover um ambiente urbano mais saudável e sustentável.
PALAVRAS-CHAVE: mapeamento de árvores, gestão urbana sustentável, arborização urbana, qualidade de vida, São
Paulo.
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SUMMARY
This case study addresses the mapping of trees in the municipality of São Paulo as an approach to sustainable urban
management. The main objective is to provide essential information to guide policies and actions related to the
management and expansion of green areas in the city. The study covered the entire urbanized area, focusing on the
trees within the road system of the 32 Subprefeituras (subprefectures). Data sources included geographic information
systems, satellite imagery, and municipal data. The analysis revealed the spatial distribution of trees, tree density by
region, areas lacking vegetation, and potential risks. Implications for sustainable urban management emphasize the
importance of urban forestry for quality of life and the need for strategic actions, species diversification, monitoring,
and community involvement. This study contributes to the understanding of urban tree canopy and guides efforts to
promote a healthier and more sustainable urban environment.
KEYWORDS: tree mapping, sustainable urban management, urban forestry, quality of life, São Paulo.
RESUMEN
Este estudio de caso abordá-la la cartografía de los árboles en el municipio de São Paulo como un enfoque para la
gestión urbana sostenible. El objetivo principal es proporcionar información esencial para orientar las políticas y
acciones relacionadas con la gestión y expansión de áreas verdes en la ciudad. El estudio abarcó toda el área
urbanizada, centrándose en los árboles del sistema vial de las 32 Subprefeituras. Las fuentes de datos incluyeron
sistemas de información geográfica, imágenes satelitales y datos municipales. El análisis reveló la distribución espacial
de los árboles, la densidad arbórea por región, las áreas carentes de vegetación y los posibles riesgos. Las implicaciones
para la gestión urbana sostenible destacan la importancia de la arborización para la calidad de vida y la necesidad de
acciones estratégicas, diversificación de especies, monitoreo y participación comunitaria. Este estudio contribuye a la
comprensión del dosel arbóreo urbano y guía los esfuerzos para promover un entorno urbano más saludable y
sostenible.
PALABRAS CLAVE: cartografía de árboles, gestión urbana sostenible, silvicultura urbana, calidad de vida, São Paulo.
1 INTRODUÇÃO
A crescente urbanização e o crescimento das cidades têm levado a um aumento das
preocupações ambientais e à necessidade de implementar práticas de gestão urbana
sustentável. Nesse contexto, o estudo de caso do mapeamento das árvores no município de São
Paulo emerge como uma abordagem crucial para a promoção da sustentabilidade urbana.
O município de São Paulo, uma das maiores metrópoles do mundo, enfrenta desafios
complexos relacionados à urbanização, poluição do ar, mudanças climáticas e qualidade de vida
da população. As árvores desempenham um papel fundamental na mitigação desses problemas,
oferecendo uma série de benefícios ambientais, sociais e econômicos. Elas contribuem para a
melhoria da qualidade do ar, redução da temperatura urbana, fornecimento de sombra, habitat
para a fauna urbana e contribuem esteticamente para a paisagem.
No entanto, a gestão eficaz das árvores urbanas requer informações precisas e
atualizadas sobre sua distribuição, saúde, espécies e condições. É aí que entra o mapeamento
das árvores do município de São Paulo como uma ferramenta crucial para a tomada de decisões
informadas e a implementação de estratégias de gestão urbana sustentável.
O estudo de caso envolve a utilização de tecnologias de sensoriamento remoto, como
imagens de satélite e drones, juntamente com técnicas de georreferenciamento, para mapear e
monitorar a cobertura arbórea da cidade. Esses dados são então integrados em sistemas de
informações geográficas (SIG) para criar mapas detalhados da distribuição das árvores em
3
diferentes áreas urbanas. Além disso, informações sobre o estado de saúde das árvores,
espécies predominantes e a interação com a infraestrutura urbana também são coletadas.
A abordagem de mapeamento das árvores oferece uma série de benefícios para a gestão
urbana sustentável. Ela permite que as autoridades locais identifiquem áreas carentes de
cobertura arbórea e implementem estratégias de plantio direcionado. Além disso, ajuda a
avaliar os riscos associados a árvores doentes ou instáveis, permitindo ações de manejo
preventivo. O mapeamento também possibilita a criação de políticas de preservação e expansão
das áreas verdes urbanas, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos
(OLIVEIRA, 2016).
A gestão das árvores urbanas no viário de São Paulo se tornou uma necessidade crítica
devido aos impactos significativos causados pelas quedas de árvores. O rápido crescimento da
urbanização e da frota de veículos ampliou os riscos associados a esses eventos, tornando a ação
estratégica essencial tanto para a Gestão Pública quanto para a minimização de riscos.
As quedas de árvores sobre ruas e calçadas geram uma série de consequências adversas.
A mobilidade é severamente afetada, interrompendo a circulação de veículos, mercadorias e
pessoas. Essa interrupção pode levar a atrasos, congestionamentos e, consequentemente, a
impactos econômicos negativos. Os danos materiais também são significativos. Árvores caídas
podem danificar propriedades, veículos e infraestruturas vitais, como linhas de energia e
telecomunicações. Os custos associados a reparos e substituições são consideráveis,
impactando tanto os proprietários individuais quanto a infraestrutura pública (OLIVEIRA, 2016).
Além disso, a segurança pública é ameaçada, com riscos de lesões e fatalidades
decorrentes das quedas de árvores. Esses acidentes podem ter consequências devastadoras
para a população, levando a um ambiente de insegurança e preocupação. A gestão eficaz das
árvores urbanas no viário exige dados precisos sobre sua quantidade e localização. A Prefeitura
de São Paulo apontou a falta de estimativas anteriores sobre essa quantidade, o que destaca
ainda mais a necessidade de um estudo aprofundado. Coletar dados por meio de mapeamento
proporciona informações cruciais para a tomada de decisões informadas.
Ao considerar a população de aproximadamente 12,3 milhões de habitantes na cidade
e uma extensa rede viária de cerca de 17 mil quilômetros, a manutenção adequada das árvores
se torna crucial para garantir a mobilidade e a segurança desses cidadãos. Além disso, a gestão
das árvores urbanas no viário é uma medida proativa de gestão de riscos. Identificar árvores em
risco, avaliar a saúde das existentes e implementar medidas preventivas podem mitigar os
perigos associados a quedas e interrupções.
Em última análise, o estudo e a gestão de árvores urbanas no viário de São Paulo são
essenciais para garantir a segurança, a mobilidade e a qualidade de vida dos cidadãos. A
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obtenção de dados precisos é o primeiro passo em direção a uma abordagem proativa e
sustentável para lidar com os desafios e riscos trazidos pelas árvores urbanas.
O objetivo geral deste projeto foi realizar uma pesquisa quantitativa abrangente das
árvores presentes no viário da Cidade de São Paulo, disponibilizando os dados de quantidade e
localização por meio de um mapa online de formato aberto. Esses dados foram utilizados como
base para fundamentar a gestão de árvores urbanas na cidade, facilitando o planejamento de
ações e atividades, a alocação de recursos orçamentários para a zeladoria urbana e a geração
de indicadores relevantes, como densidade e distribuição de árvores em relação ao número de
vias, bairros, distritos, áreas e habitantes.
Além disso, foi realizado um cruzamento desses dados com informações adicionais,
como interferências físicas, infraestrutura elétrica, elementos urbanos (muros, guias, sarjetas,
bueiros, galerias), identificação individual das árvores, espécie, altura, Diâmetro à Altura do
Peito (DAP), idade, condições de saúde, presença de doenças, obstruções e fatores de risco
associados.
O propósito desse projeto foi estabelecer um sistema abrangente de informações sobre
as árvores urbanas no viário, alicerçado em dados precisos e atualizados. Esse sistema permitiu
uma gestão inteligente das árvores, fornecendo uma visão detalhada da distribuição e das
condições das árvores em diferentes áreas da cidade. Esses dados também foram utilizados para
identificar áreas de maior vulnerabilidade, planejar o plantio direcionado de novas árvores,
implementar ações de manejo preventivo e tomar decisões informadas relacionadas à
infraestrutura urbana e serviços públicos.
Dessa forma, o objetivo geral foi criar um sistema integrado de informações e um mapa
online acessível ao público, que contribua para a gestão sustentável e inteligente das árvores
urbanas em São Paulo, promovendo a segurança, a qualidade do ambiente urbano e a melhoria
da qualidade de vida dos cidadãos.
Neste estudo, a metodologia foi conduzida por meio de várias etapas que envolveram a
coleta, processamento e análise de dados relacionados às árvores urbanas no viário da Cidade
de São Paulo. Essas etapas proporcionaram uma compreensão aprofundada da distribuição,
características e necessidades de manejo das árvores, contribuindo para uma gestão urbana
mais sustentável.
Os dados obtidos foram utilizados para criar um mapa online, proporcionando uma
visualização clara da distribuição das árvores na área estudada. A densidade arbórea foi
calculada em diferentes setores, permitindo identificar padrões de distribuição. Os resultados
permitiram a identificação de áreas com deficiência de árvores, assim como áreas que
apresentavam potenciais riscos, como interferências físicas ou problemas de saúde nas árvores.
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Essa metodologia proporcionou informações confiáveis e relevantes que orientaram a gestão
das árvores urbanas na cidade, contribuindo para uma abordagem mais inteligente e sustentável
para o ambiente urbano.
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Importância das árvores urbanas na gestão urbana
As árvores urbanas desempenham um papel fundamental na gestão urbana, oferecendo
uma série de benefícios que abrangem tanto aspectos ambientais quanto sociais. A presença
adequada e bem planejada de árvores em ambientes urbanos é essencial para promover a
sustentabilidade, a qualidade de vida dos cidadãos e a resiliência das cidades diante dos desafios
contemporâneos (BUCKERIDGE, 2015).
Em primeiro lugar, as árvores contribuem para a melhoria da qualidade do ar ao
absorver dióxido de carbono (CO2) e outros poluentes, bem como liberar oxigênio durante o
processo de fotossíntese. Isso ajuda a reduzir a concentração de gases de efeito estufa na
atmosfera, mitigando as mudanças climáticas e proporcionando um ambiente mais saudável
para os habitantes urbanos (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016).
Além disso, as árvores têm um papel crucial na regulação térmica das cidades. Elas
fornecem sombra, reduzem a temperatura ambiente e minimizam o chamado "efeito de ilha de
calor urbana", no qual as áreas urbanas tendem a ser mais quentes do que as áreas circundantes.
Isso é especialmente importante em metrópoles densamente povoadas, onde altas
temperaturas podem ter impactos negativos na saúde pública e na qualidade de vida
(FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016).
As árvores também desempenham um papel crucial na preservação da biodiversidade
urbana. Elas oferecem habitat e alimento para diversas espécies de aves, insetos e outros
animais, contribuindo para a ecologia urbana. Além disso, a vegetação urbana pode se tornar
um corredor ecológico, possibilitando a movimentação de espécies entre diferentes áreas
verdes da cidade (GONÇALVES, et al, 2018).
Do ponto de vista social, as árvores têm efeitos diretos sobre o bem-estar dos cidadãos.
Elas proporcionam espaços públicos agradáveis, incentivam a interação social e promovem um
ambiente urbano mais atraente e acolhedor. A presença de áreas verdes também está associada
à redução do estresse, da ansiedade e até mesmo à melhoria da saúde mental dos moradores
urbanos (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016).
Entretanto, a gestão adequada das árvores urbanas enfrenta desafios significativos. A
seleção adequada de espécies, o plantio correto, a manutenção regular e a consideração de
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questões como interferências com infraestruturas são elementos essenciais. Além disso, a falta
de planejamento adequado pode levar a problemas como quedas de árvores, que podem
resultar em danos materiais e riscos à segurança pública (MORAES, MACHADO, 2015).
Portanto, reconhecer e priorizar a importância das árvores urbanas na gestão urbana é
crucial para criar cidades mais sustentáveis, resilientes e agradáveis de se viver. Através do
planejamento e da implementação de estratégias eficazes de arborização urbana, é possível
aproveitar os diversos benefícios que as árvores proporcionam, promovendo uma coexistência
harmoniosa entre a natureza e o ambiente construído (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016).
Reconhecer a relevância das árvores em ambientes urbanos de grandes metrópoles
torna-se crucial, especialmente considerando a crescente taxa de urbanização na América
Latina, que se espera atingir 90% da população vivendo em cidades até 2040. São Paulo oferece
um contexto propício para discutir problemas que já deveriam estar resolvidos em muitas
cidades do mundo, ou pelo menos deveriam estar bem encaminhados, mas que ainda não são
adequadamente contemplados nas políticas públicas para o desenvolvimento urbano
(BUCKERIDGE, 2015).
Outro ponto de destaque que direciona o foco para São Paulo é que muitos dos desafios
decorrentes da falta de planejamento na arborização urbana estão intrinsecamente
relacionados aos impactos antrópicos significativos na cidade, que agora começam a se
entrelaçar com as consequências das Mudanças Climáticas Globais (BUCKERIDGE, 2015).
Na cidade de São Paulo, a responsabilidade pela manutenção e remoção de
aproximadamente 650 mil árvores nas ruas (comunicação pessoal) e muitas outras nos parques
é atribuída à prefeitura municipal. Enquanto as árvores localizadas em propriedades particulares
são de responsabilidade dos moradores, a remoção requer aprovação da prefeitura, sujeita a
justificativas adequadas. A cidade também é cercada por parques estaduais, que são
supervisionados pelo governo estadual. Assim, em São Paulo, a maior parte das políticas e do
controle relacionados às árvores urbanas é incumbida do poder público (BUCKERIDGE, 2015).
Esta abordagem centralizada no manejo das árvores, embora simplifique o
planejamento de médio e longo prazo, depende da priorização conferida pelo poder público,
variando de administração para administração. A centralização das decisões sobre árvores pode
ser benéfica se o planejamento da arborização urbana for considerado uma atividade de Estado,
não restrita a um governo específico. Somente assim seria possível garantir a continuidade dos
projetos e aproveitar os diversos benefícios que as árvores proporcionam à metrópole
(OLIVEIRA, 2016).
Considerando que as árvores são entidades complexas, muitas vezes com expectativa
de vida similar ou até maior que a dos seres humanos, qualquer plano de ação pode transcender
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gerações. Portanto, ações de plantio de árvores urbanas demandam planejamento minucioso
que vá além dos ciclos governamentais, buscando estabelecer cenários de longo prazo que
beneficiem as futuras gerações (PAGLIARI, DORIGON, 2013).
A crise hídrica recente e as tempestades intensas que atingiram São Paulo no início de
2015 chamaram temporariamente a atenção das autoridades e da população para a importância
de um planejamento mais eficaz da arborização urbana. No entanto, os problemas de quedas
de árvores e os prejuízos resultantes, bem como a necessidade de planejamento de longo prazo,
frequentemente são negligenciados após o declínio da cobertura midiática, ressurgindo apenas
quando uma nova crise se instaura. Para ter uma visão ampla da situação da arborização urbana
em São Paulo, recorremos aos dados fornecidos pela prefeitura municipal sobre o Índice de
Cobertura Vegetal (ICV) (BUCKERIDGE, 2015).
2.2 Desafios na gestão de árvores urbanas
A gestão de árvores urbanas enfrenta uma série de desafios complexos que exigem
abordagens inovadoras e eficazes para garantir a saúde e a segurança tanto das árvores quanto
dos cidadãos que vivem nas áreas urbanas. Esses desafios refletem a interseção entre a natureza
e a infraestrutura construída, demandando uma cuidadosa consideração dos aspectos técnicos,
ambientais e sociais envolvidos (SANTOS, et al, 2015).
Um dos principais desafios é a seleção e o plantio adequados de espécies de árvores. A
escolha de espécies inadequadas pode resultar em problemas de crescimento excessivo, danos
a calçadas e infraestruturas, e até mesmo riscos à saúde pública. A falta de diversidade de
espécies também pode tornar a população de árvores vulnerável a doenças e pragas específicas.
Além disso, a manutenção regular é fundamental, mas muitas cidades enfrentam dificuldades
em alocar recursos suficientes para a poda, irrigação e cuidados gerais das árvores urbanas. Isso
pode levar ao crescimento desordenado, ramos quebrados e árvores doentes, aumentando os
riscos de quedas e danos materiais (BUCKERIDGE, 2015).
A integração das árvores com a infraestrutura urbana é outro desafio significativo.
Raízes que danificam calçadas, pavimentos e sistemas de drenagem são frequentemente um
problema, exigindo soluções técnicas como calçadas permeáveis e planejamento cuidadoso do
espaço subterrâneo para acomodar o crescimento das raízes. A falta de conscientização pública
e engajamento também é um desafio. Muitos cidadãos podem não estar cientes dos benefícios
das árvores ou das melhores práticas de cuidados. Isso pode resultar em ações inadequadas,
como a poda imprópria ou a remoção desnecessária de árvores (OLIVEIRA, 2016).
8
A gestão de riscos é uma consideração crucial. Árvores doentes, mortas ou instáveis
podem representar perigos reais para a segurança pública. Identificar e lidar com essas árvores
de maneira adequada requer avaliações regulares e a capacidade de tomar decisões rápidas
para minimizar riscos. A complexidade do cenário urbano também é um desafio. As árvores
podem estar sujeitas a uma variedade de interferências humanas, como construção, fiação
elétrica e expansão urbana. Lidar com essas complexidades exige coordenação entre diferentes
agências governamentais e partes interessadas (SANTOS, et al, 2015).
Por fim, as mudanças climáticas adicionam uma camada adicional de desafio. As árvores
urbanas podem ser afetadas por eventos climáticos extremos, como tempestades mais intensas
e secas prolongadas. Isso exige estratégias de adaptação que considerem a resiliência das
árvores diante das mudanças climáticas. Superar esses desafios exige uma abordagem holística,
integrando a expertise de especialistas em arborização urbana, planejamento urbano,
engenharia, ciências ambientais e participação da comunidade. Com a implementação de
estratégias eficazes, a gestão de árvores urbanas pode se tornar um componente vital na criação
de cidades mais sustentáveis, resilientes e habitáveis (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016).
2.3 Tecnologias de mapeamento e sensoriamento remoto
As tecnologias de mapeamento e sensoriamento remoto têm desempenhado um papel
transformador na gestão de árvores urbanas, proporcionando uma abordagem mais precisa,
abrangente e eficiente para compreender a distribuição, saúde e necessidades das árvores nas
cidades. Essas inovações tecnológicas têm contribuído significativamente para a criação de
estratégias mais inteligentes e sustentáveis para a arborização urbana (OLIVEIRA, 2016).
O sensoriamento remoto, por exemplo, permite a coleta de dados sobre as árvores
através de diversas ferramentas, como satélites, drones e aeronaves equipadas com sensores
especializados. Imagens de alta resolução capturadas por esses dispositivos fornecem
informações detalhadas sobre a cobertura vegetal, permitindo a identificação e o mapeamento
de árvores em áreas urbanas extensas. Isso é particularmente útil em cidades densamente
povoadas, onde a coleta manual de dados seria impraticável (SANTOS, et al, 2015).
Essas tecnologias também possibilitam a análise da saúde das árvores. Por meio de
imagens de infravermelho e outras técnicas, é possível identificar árvores estressadas ou
doentes com base em padrões de refletância de luz que indicam problemas fisiológicos. Isso
auxilia na detecção precoce de doenças e pragas, permitindo intervenções precisas e mitigação
de danos (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016).
9
O mapeamento tridimensional, realizado por drones e tecnologias LiDAR (Detecção e
Varredura por Luz), proporciona uma visão mais completa das árvores e do ambiente ao redor.
Isso permite avaliar a estrutura das árvores, identificar ramos instáveis ou danificados e analisar
como as árvores interagem com a infraestrutura urbana. Essa abordagem tridimensional é
crucial para o planejamento adequado e o manejo das árvores em áreas urbanas complexas
(FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016).
Além disso, a análise de dados geoespaciais e o uso de sistemas de informações
geográficas (SIG) permitem a criação de mapas interativos e plataformas online que oferecem
informações valiosas para planejadores urbanos, gestores e o público em geral. Essas
plataformas fornecem uma visão holística da distribuição de árvores, densidade, saúde e riscos
associados, auxiliando na tomada de decisões informadas (OLIVEIRA, 2016).
No entanto, apesar de suas vantagens, essas tecnologias também enfrentam desafios.
A interpretação precisa dos dados requer expertise técnica, e a falta de padronização na coleta
e análise de informações pode levar a resultados inconsistentes. Além disso, a acessibilidade e
custo dessas tecnologias podem ser obstáculos para algumas cidades (SANTOS, et al, 2015).
As tecnologias de mapeamento e sensoriamento remoto estão revolucionando a forma
como entendemos e gerenciamos árvores urbanas. Elas oferecem ferramentas poderosas para
avaliar a saúde, distribuição e necessidades das árvores, permitindo uma gestão mais informada
e sustentável do ambiente urbano. A integração dessas tecnologias com estratégias de
planejamento e engajamento da comunidade pode abrir caminho para cidades mais verdes,
resilientes e habitáveis (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016).
2.4 Estudos anteriores sobre o mapeamento de árvores em áreas urbanas
Estudos anteriores sobre o mapeamento de árvores em áreas urbanas têm
desempenhado um papel crucial na compreensão da distribuição, saúde e desafios relacionados
à arborização urbana. Essas pesquisas têm contribuído para o desenvolvimento de estratégias
de manejo mais eficazes e sustentáveis, bem como para a criação de políticas urbanas
orientadas para a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida (OLIVEIRA,
2016).
Muitos desses estudos exploraram a aplicação de tecnologias de sensoriamento remoto,
como imagens de satélite e drones, para o mapeamento de árvores em áreas urbanas. Essas
abordagens permitiram a coleta de dados em larga escala, oferecendo insights sobre a
distribuição espacial das árvores, a diversidade de espécies e até mesmo a detecção de
problemas de saúde. Além disso, essas tecnologias avançadas fornecem informações detalhadas
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sobre a relação entre as árvores e a infraestrutura urbana, contribuindo para um planejamento
mais eficiente (SANTOS, et al, 2015).
Outros estudos focaram na criação de mapas de cobertura vegetal usando dados de
satélite de diferentes resoluções. Isso possibilitou uma visão panorâmica da distribuição das
árvores nas cidades e a identificação de áreas carentes de vegetação. Esses mapas são
ferramentas valiosas para a gestão urbana, permitindo a identificação de áreas que precisam de
intervenção e planejamento de plantio estratégico (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016).
Além disso, pesquisas prévias analisaram o impacto das árvores urbanas na qualidade
do ar, regulação térmica e biodiversidade local. Esses estudos revelaram os benefícios diretos e
indiretos das árvores para o ambiente urbano e seus habitantes. Eles também destacaram como
a presença adequada de árvores pode contribuir para enfrentar desafios ambientais, como o
efeito de ilha de calor urbana e a redução das emissões de carbono (OLIVEIRA, 2016).
No entanto, esses estudos também reconheceram as limitações e os desafios
enfrentados na realização de mapeamentos precisos e abrangentes de árvores urbanas.
Questões como a resolução das imagens, a identificação de espécies e a integração de dados
em sistemas de informações geográficas (SIG) foram abordadas para melhorar a qualidade e a
utilidade dos resultados (SANTOS, et al, 2015).
O município de Campinas adotou uma Lei de Arborização em 2003 com o propósito de
preservar e regular o plantio e manejo de árvores. No âmbito deste estudo, nosso objetivo foi
avaliar a situação da arborização em Campinas e determinar se a implementação dessa lei está
sendo eficaz. Para a avaliação da arborização, examinamos registros de solicitações de poda e
corte de árvores, denúncias de danos ao patrimônio arbóreo e conduzimos inspeções no terreno
para verificar o cumprimento das diretrizes estabelecidas na lei de arborização (ALVAREZ,
GALLO, 2012).
Os resultados revelaram um cenário preocupante: Campinas, que outrora era um
modelo de excelência em termos de arborização urbana no Estado de São Paulo, tem, na
realidade, apresentado sinais de manejo inadequado das árvores em ruas, praças e parques.
A lei de arborização requer que a poda ou corte de árvores seja autorizado mediante
um laudo técnico avaliado pela autoridade competente. Contudo, constatamos que em grande
parte das intervenções realizadas em Campinas, esses laudos não foram previamente
elaborados. Muitas vezes, os próprios cidadãos realizam podas ou cortes sem o devido respaldo
técnico. Surpreendentemente, durante o período analisado, não foram tomadas medidas
administrativas punitivas em relação a essas ações (ALVAREZ, et al., 2012).
Outro aspecto relevante da lei é a obrigação de promover um inventário detalhado da
arborização municipal, tanto em termos de quantidade quanto de qualidade das árvores. No
11
entanto, essa determinação nunca foi cumprida, resultando em um desconhecimento sobre o
estado atual da arborização. A legislação também estipula a presença mínima de 100 árvores
por quilômetro de calçada, enquanto estudos da Embrapa, Alvarez, et al., (2012) apontam um
déficit alarmante de 365 mil árvores na cidade.
Baseado nestes dados, é evidente que a existência de leis municipais não é suficiente
para garantir a convivência harmoniosa entre a população e o meio ambiente urbano. É crucial
que as administrações municipais demonstrem interesse genuíno em assegurar a aplicação
efetiva das regulamentações, promovendo a colaboração de todos os cidadãos e entidades
jurídicas. Somente assim será possível reverter o atual cenário e preservar a rica tradição de
arborização que caracterizava Campinas (ALVAREZ, et al., 2012).
Em última análise, os estudos anteriores sobre o mapeamento de árvores em áreas
urbanas forneceram uma base sólida para a implementação de abordagens mais avançadas e
informadas na gestão da arborização urbana. Eles enfatizaram a importância do uso de
tecnologias de sensoriamento remoto e análise espacial para a tomada de decisões baseadas
em dados, contribuindo para o desenvolvimento de cidades mais verdes, resilientes e
sustentáveis (OLIVEIRA, 2016).
3 METODOLOGIA
O estudo de caso sobre o mapeamento das árvores no município de São Paulo para uma
abordagem de gestão urbana sustentável demonstra um processo abrangente e detalhado para
entender e gerenciar melhor os recursos arbóreos em um ambiente urbano. O objetivo principal
desse estudo foi fornecer informações valiosas que possam orientar as políticas e ações
relacionadas ao manejo e expansão das áreas verdes na cidade, visando a promoção da
sustentabilidade e qualidade de vida para os residentes.
3.1 Seleção da área de estudo
O escopo deste trabalho envolve a abrangência de toda a área urbanizada do município,
focando nas árvores localizadas no sistema viário das 32 Subprefeituras. O sistema viário é
definido como a área delimitada pelos lotes públicos e privados, compreendendo o leito
carroçável e o passeio público. O mapeamento abrangerá as seguintes áreas:
 Calçadas: As árvores situadas nas calçadas ao longo das ruas.
 Canteiros Centrais: Árvores localizadas nos canteiros centrais das vias.
 Rotatórias: Árvores presentes nas rotatórias das interseções viárias.
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 Calçadas de Praças: Árvores nas calçadas que circundam praças públicas.
As seguintes áreas não estão incluídas neste trabalho:
 Áreas Internas de Parques, Parques Lineares, Reservas e Praças: Árvores dentro
das áreas verdes maiores, como parques e praças internas.
 Áreas Internas de Lotes Particulares ou Públicos: Árvores dentro de
propriedades privadas ou públicas, que não fazem parte do sistema viário.
Para situações em que não é possível definir claramente o limite das áreas internas de
praças e outros espaços, será adotada uma abordagem padrão. Uma distância de 3 metros a
partir do limite da quadra viária será considerada como uma extensão das áreas incluídas no
mapeamento. Esse limite será obtido a partir da base cartográfica de referência, que pode ser
comparada com imagens de alta resolução.
Isso significa que o foco principal do mapeamento são as árvores que contribuem
diretamente para a arborização urbana nas áreas mais acessíveis ao público e que compõem o
sistema viário da cidade. A exclusão de árvores em áreas internas de parques e lotes particulares
ou públicos é uma decisão para limitar o escopo do estudo e concentrar os esforços na gestão
das árvores que têm um impacto mais direto nas vias públicas e na experiência urbana geral.
3.2 Coleta de dados
3.2.1 Fonte de dados
A fonte de dados utilizada para este estudo foi um conjunto de informações
geoespaciais obtidas a partir de diversas fontes, cada uma contribuindo para uma visão
abrangente das árvores no sistema viário. As principais fontes de dados incluem Sistemas de
Informação Geográfica (SIG), que forneceram dados cartográficos e geoespaciais da cidade,
incluindo informações sobre ruas, lotes, limites de quadras, praças e outros elementos urbanos.
Esses dados foram fundamentais para delimitar a área do sistema viário e estabelecer
referências para a análise.
Além disso, foram adquiridas imagens de satélite de alta resolução para identificar as
áreas verdes e as árvores presentes no sistema viário. Essas imagens possibilitaram uma visão
detalhada das características das árvores e dos espaços urbanos, permitindo a identificação
precisa de locais arborizados.
Dados municipais também foram consultados a partir de bases de dados específicas,
fornecendo informações sobre o plantio de árvores, espécies, localizações e outros detalhes
relevantes. Isso enriqueceu os dados coletados e ajudou a validar as informações obtidas de
outras fontes.
13
O uso de ferramentas de sensoriamento remoto, como softwares de análise de imagens
e processamento de dados geoespaciais, foi crucial para extrair informações específicas das
imagens de satélite. Essas ferramentas auxiliaram na identificação de áreas arborizadas e no
reconhecimento das características das árvores.
A integração de dados de campo, coletados manualmente em algumas situações,
também desempenhou um papel importante. Esses dados incluíram informações sobre espécies
de árvores, tamanho, saúde e outras características, que foram integradas aos dados obtidos
por fontes remotas.
A combinação dessas várias fontes de dados permitiu uma análise completa das árvores
presentes no sistema viário das 32 Subprefeituras. A triangulação de informações provenientes
de diferentes fontes aumentou a confiabilidade dos resultados e forneceu uma visão abrangente
das condições da arborização urbana, possibilitando a criação de um mapeamento detalhado e
preciso.
3.2.2 Imagens de satélite
Para este estudo, imagens de satélite de alta resolução foram adquiridas e utilizadas
como uma das principais fontes de dados. Essas imagens proporcionaram uma visão detalhada
das áreas urbanas, permitindo a identificação e mapeamento das árvores no sistema viário das
32 Subprefeituras. As imagens de satélite forneceram informações visuais que foram
processadas e analisadas para identificar locais arborizados, determinar o tamanho das áreas
verdes e obter características das árvores, como densidade, forma e saúde.
3.2.3 Dados complementares
Além das imagens de satélite e das informações obtidas por meio de sistemas de
informação geográfica (SIG), outros dados complementares foram coletados e utilizados para
enriquecer o conjunto de informações. Esses dados incluem informações detalhadas sobre as
árvores e o ambiente urbano que não poderiam ser obtidas exclusivamente das imagens de
satélite. Dados complementares podem abranger:
 Espécies de Árvores: Informações sobre as espécies de árvores presentes, o que
pode ser relevante para avaliar a diversidade e a composição arbórea da cidade.
 Tamanho e Altura das Árvores: Medidas precisas do tamanho e altura das
árvores, que podem ser importantes para entender o crescimento e o estado de saúde das
árvores.
14
 Estado de Saúde: Avaliação da saúde das árvores, identificando possíveis sinais
de doenças, pragas ou estresse que possam afetar a vegetação urbana.
 Localização Exata: Coordenadas geográficas precisas de cada árvore mapeada,
permitindo uma localização exata no sistema viário.
 Histórico de Plantio e Manutenção: Dados sobre quando as árvores foram
plantadas e se receberam manutenção adequada ao longo do tempo.
 Condições do Solo e Ambiente: Informações sobre as condições do solo,
drenagem e outras características ambientais que podem afetar o crescimento das árvores.
A integração desses dados complementares com as imagens de satélite e outras fontes
contribuiu para uma análise mais completa e precisa das árvores no sistema viário. Esses dados
forneceram insights valiosos sobre a saúde da arborização urbana, necessidades de manejo e o
impacto das árvores no ambiente urbano como um todo.
3.3 Processamento e análise dos dados
3.3.1 Pré-processamento das imagens
No contexto do processamento e análise dos dados, o pré-processamento das imagens
de satélite foi uma etapa fundamental. Essa etapa envolveu uma série de procedimentos
destinados a preparar as imagens para análise subsequente, garantindo que os dados estejam
corretos, coerentes e prontos para serem interpretados. As principais atividades realizadas
durante o pré-processamento incluíram:
 Correção Geométrica: As imagens de satélite geralmente possuem distorções
geométricas devido à inclinação do satélite e à curvatura da Terra. A correção geométrica
envolveu ajustar as imagens para que as posições geográficas correspondessem corretamente
às coordenadas reais na superfície da Terra. Isso permitiu uma representação precisa das
características urbanas, incluindo as árvores no sistema viário.
 Correção Atmosférica: A atmosfera terrestre pode causar variações nas
propriedades das imagens de satélite, afetando a intensidade e a cor dos pixels. A correção
atmosférica foi realizada para minimizar essas variações, proporcionando uma representação
mais fiel das cores e características reais da área.
 Normalização Radiométrica: Para comparar e analisar as imagens, foi necessário
normalizar as informações de intensidade dos pixels em uma escala consistente. Isso ajudou a
garantir que as comparações fossem significativas e que os dados de diferentes imagens
pudessem ser correlacionados adequadamente.
15
 Fusão de Bandas: Se as imagens fossem capturadas em várias bandas espectrais,
a fusão de bandas foi aplicada para combinar essas informações em uma única imagem
multiespectral. Isso ampliou o conjunto de dados e permitiu a extração de informações mais
detalhadas sobre as áreas verdes e, especialmente, as árvores.
 Detecção e Correção de Ruídos: Qualquer interferência nas imagens, como
nuvens, sombras ou artefatos, poderia afetar negativamente a análise. A detecção e correção
de ruídos foram realizadas para remover ou minimizar esses elementos indesejados.
 Realce de Recursos: Para destacar elementos-chave nas imagens, técnicas de
realce foram aplicadas. Isso ajudou a tornar as áreas verdes e as árvores mais visíveis e fáceis de
identificar.
O pré-processamento das imagens garantiu que elas estivessem prontas para a próxima
fase de segmentação e classificação das árvores. Essa etapa é crucial para garantir que os dados
sejam confiáveis, o que é fundamental para a análise precisa das características das árvores no
sistema viário das 32 Subprefeituras.
3.3.2 Segmentação e classificação das árvores
A etapa de segmentação e classificação das árvores é onde as imagens de satélite
processadas são divididas em regiões relevantes e as árvores são identificadas e categorizadas
com base nas características visuais. Essa etapa é essencial para extrair informações específicas
sobre a localização e a distribuição das árvores no sistema viário das 32 Subprefeituras.
Nesta fase, as áreas que contêm árvores são segmentadas nas imagens. Isso é feito por
meio do uso de algoritmos de processamento de imagem que identificam padrões de cor,
textura e forma associados às árvores. A segmentação divide a imagem em regiões menores que
provavelmente contêm árvores, isolando-as do restante do ambiente.
Uma vez que as áreas com árvores foram segmentadas, algoritmos de classificação são
aplicados para categorizar as áreas como árvores ou não árvores. Isso envolve a análise das
características visuais das regiões segmentadas e a atribuição de uma classificação com base em
critérios predefinidos. As características usadas para a classificação podem incluir a cor das
folhas, a forma das copas das árvores e a distribuição espacial.
3.3.3 Validação dos resultados
A validação dos resultados é uma etapa crítica para garantir a precisão e a confiabilidade
das informações obtidas na etapa de segmentação e classificação das árvores. Isso envolve
16
comparar os resultados da análise automatizada com dados de referência conhecidos ou
coletados em campo. As seguintes atividades são realizadas:
 Comparação Visual: As áreas classificadas como árvores nas imagens
segmentadas são comparadas visualmente com as árvores reais presentes nas áreas de estudo,
verificando se as classificações são consistentes com a realidade.
 Validação em Campo: Algumas áreas selecionadas são visitadas em campo para
verificar diretamente a presença e a classificação das árvores. Isso ajuda a identificar
discrepâncias entre os resultados automatizados e a situação real.
 Matriz de Confusão: Uma matriz de confusão é usada para quantificar a precisão
do algoritmo de classificação. Ela compara as classificações automáticas com os dados de
referência e calcula a taxa de acertos e erros.
 Ajustes e Refinamentos: Com base na validação dos resultados, ajustes e
refinamentos nos algoritmos de segmentação e classificação podem ser realizados para
melhorar a precisão.
A validação dos resultados é crucial para garantir que as informações sobre a
distribuição e a categorização das árvores sejam corretas. Isso aumenta a confiabilidade dos
dados analisados e contribui para uma interpretação mais precisa dos padrões de arborização
urbana nas 32 Subprefeituras.
3.4 Análise dos resultados
Após a etapa de processamento e classificação dos dados, os resultados são analisados
para obter insights valiosos sobre a arborização urbana no sistema viário das 32 Subprefeituras.
A análise dos resultados visa compreender melhor a distribuição das árvores, suas densidades,
áreas com deficiência de vegetação e as necessidades de manejo para garantir a
sustentabilidade e a saúde do ambiente urbano.
3.4.1 Distribuição espacial das árvores
Nesta análise, a distribuição das árvores no sistema viário é visualizada em um mapa.
Isso permite identificar padrões de distribuição e agrupamentos de árvores ao longo das ruas,
canteiros centrais, rotatórias e calçadas de praças. A distribuição espacial ajuda a entender como
as árvores estão distribuídas geograficamente na cidade e se há áreas mais ou menos
arborizadas.
17
3.4.2 Densidade arbórea por região
A análise da densidade arbórea envolve o cálculo da quantidade de árvores em
diferentes regiões do sistema viário. Isso pode ser feito por bairro, distrito ou outras subdivisões
geográficas relevantes. A densidade arbórea permite identificar áreas com maior concentração
de árvores e áreas onde a vegetação é escassa.
3.4.3 Identificação de áreas carentes de vegetação
Com base nos resultados da análise, é possível identificar áreas que apresentam
deficiência de vegetação. Essas áreas podem ser aquelas com baixa densidade arbórea ou até
mesmo ausência de árvores. A identificação dessas áreas carentes de vegetação é importante
para direcionar esforços de plantio e manejo visando a melhoria da qualidade ambiental.
3.4.4 Potenciais riscos e necessidades de manejo
A análise também permite a identificação de potenciais riscos associados às árvores no
sistema viário. Isso inclui árvores que estão próximas a estruturas físicas, como edifícios e
infraestruturas, ou que apresentam sinais de problemas de saúde. A partir dessas identificações,
podem ser delineadas as necessidades de manejo, como a poda de galhos perigosos ou
tratamentos para melhorar a saúde das árvores.
A análise dos resultados fornece uma compreensão abrangente da arborização urbana
nas 32 Subprefeituras. Os insights obtidos auxiliam na tomada de decisões informadas para
melhorar a qualidade ambiental, aumentar a sustentabilidade urbana e garantir que a
arborização contribua positivamente para o bem-estar da comunidade.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Caracterização geral das árvores urbanas mapeadas
A caracterização geral das árvores urbanas mapeadas é essencial para compreender sua
diversidade, distribuição e condições. Os dados coletados e processados revelam informações
importantes sobre as árvores no sistema viário das 32 Subprefeituras. Isso inclui aspectos como
a variedade de espécies presentes, o tamanho e altura das árvores, sua saúde, distribuição
geográfica e necessidades de manejo.
18
A análise também considera o impacto ambiental das árvores na cidade, identifica áreas
com carência de vegetação, riscos potenciais e possíveis oportunidades de expansão. Tais
informações orientam a tomada de decisões para promover uma gestão urbana mais
sustentável, equilibrada e saudável, beneficiando tanto os moradores como o meio ambiente.
Figura 1: ÁRVORES URBANAS MAPEADAS.
Fonte: GeoSampa geosampa.prefeitura.sp.gov.br/
Nas 32 Subprefeituras da cidade, foram mapeadas um total de 646.307 árvores. Essa
quantidade substancial de árvores representa um importante componente da arborização
urbana, contribuindo para a qualidade de vida dos residentes, a saúde do ambiente e a
sustentabilidade da cidade como um todo. Através desse mapeamento, é possível obter insights
valiosos para a gestão adequada desses recursos naturais, direcionando esforços para o manejo,
expansão e promoção da saúde das árvores nas áreas urbanas.
Figura 2: Mapa digital da cidade de São Paulo.
19
Fonte: GeoSampa geosampa.prefeitura.sp.gov.br/
Os números apresentados refletem a quantidade de árvores mapeadas em cada uma
das 32 Subprefeituras da cidade de São Paulo. A análise desses dados revela uma distribuição
desigual de árvores nas diferentes regiões da cidade. Algumas subprefeituras, como Pinheiros,
Butantã e Santo Amaro, possuem quantidades significativas de árvores, enquanto outras, como
Cidade Tiradentes e Parelheiros, registram números menores.
4.2 Distribuição espacial das árvores no município de São Paulo
A distribuição espacial das árvores no município de São Paulo é uma questão de grande
importância para entender como as áreas verdes estão espalhadas pela cidade. Essa distribuição
não é uniforme e apresenta variações significativas em diferentes regiões. Algumas áreas
urbanas possuem uma concentração densa de árvores, enquanto outras têm menos espaços
verdes.
Essa variação pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo o planejamento
urbano, a densidade populacional e a disponibilidade de áreas públicas para arborização. Áreas
mais antigas da cidade, por exemplo, podem ter uma arborização mais estabelecida em
comparação com regiões mais recentemente urbanizadas.
A presença adequada de árvores nas áreas urbanas desempenha um papel crucial na
melhoria do ambiente. As árvores contribuem para a qualidade do ar, ao absorver dióxido de
carbono e liberar oxigênio, além de filtrar poluentes. Elas também ajudam a reduzir a
20
temperatura do ambiente urbano, criando ilhas de frescor e minimizando os efeitos das ilhas de
calor.
Além disso, as árvores oferecem benefícios sociais, como sombreamento em espaços
públicos, proporcionando áreas de lazer mais agradáveis para os moradores. No entanto, a
distribuição desigual de árvores pode resultar em disparidades ambientais entre diferentes
bairros. Algumas áreas podem desfrutar dos benefícios das árvores, enquanto outras podem
enfrentar desafios ambientais devido à falta de cobertura vegetal.
Figura 2: Mapeamento.
Fonte: GeoSampa geosampa.prefeitura.sp.gov.br/
Figura 3: Mapeamento.
21
Fonte: GeoSampa geosampa.prefeitura.sp.gov.br/
Para promover uma distribuição mais equitativa das árvores, é importante considerar a
equidade ambiental ao planejar o plantio de árvores e a criação de espaços verdes. Investir em
áreas que têm menos árvores pode contribuir para uma cidade mais saudável e agradável para
todos os seus residentes. A distribuição espacial das árvores é, portanto, um elemento
fundamental na busca por uma gestão urbana sustentável e na promoção da qualidade de vida
nas diversas partes da cidade de São Paulo.
4.3 Análise de densidade arbórea por região
A análise de densidade arbórea por região na cidade de São Paulo, no contexto do
estudo de caso sobre o mapeamento das árvores do município, representa uma abordagem
fundamental para promover a gestão urbana sustentável. Por meio desse estudo, é possível
compreender a distribuição das árvores em diferentes partes da cidade e como essa distribuição
está alinhada aos objetivos de sustentabilidade e qualidade de vida dos residentes.
No âmbito do tema "Estudo de Caso do Mapeamento das Árvores do Município de São
Paulo: Uma Abordagem para a Gestão Urbana Sustentável", a análise de densidade arbórea por
região adquire uma relevância estratégica. Ela proporciona insights profundos sobre a relação
entre a arborização urbana e a eficácia das políticas de gestão sustentável da cidade.
Ao examinar a densidade arbórea por região, é possível identificar áreas com maior e
menor concentração de árvores. Essa análise permite avaliar como os esforços de plantio,
manutenção e expansão das áreas verdes estão distribuídos ao longo da cidade. Regiões com
22
densidades arbóreas mais altas podem indicar sucesso nas estratégias de arborização, ao passo
que regiões com densidades mais baixas podem apontar para a necessidade de intervenções
direcionadas.
A qualidade de vida dos cidadãos também é influenciada pela densidade arbórea.
Regiões com maior arborização tendem a desfrutar de benefícios como um microclima mais
ameno, melhoria da qualidade do ar e espaços de lazer mais agradáveis. Esses aspectos estão
alinhados com os objetivos de uma gestão urbana sustentável, que busca proporcionar
ambientes mais saudáveis e habitáveis para os moradores.
Além disso, a análise de densidade arbórea por região pode guiar decisões de
planejamento urbano e alocação de recursos. Regiões com densidades mais baixas podem ser
priorizadas para receber investimentos em plantio de árvores e expansão de áreas verdes,
contribuindo para um equilíbrio mais justo e equitativo na distribuição dos benefícios da
arborização.
No contexto do estudo de caso sobre o mapeamento das árvores do município de São
Paulo, a análise de densidade arbórea por região emerge como uma ferramenta poderosa para
orientar a tomada de decisões informadas. Essa análise não apenas fornece uma compreensão
aprofundada da distribuição das árvores, mas também reforça o compromisso da cidade com
uma gestão urbana sustentável, onde a arborização é considerada uma peça essencial para a
construção de um futuro mais verde, saudável e equitativo.
Essas disparidades podem ser influenciadas por uma série de fatores. Subprefeituras
mais densamente urbanizadas ou mais populosas tendem a abrigar um maior número de
árvores, devido à presença de espaços públicos e vias arborizadas que podem acomodar uma
maior quantidade de vegetação.
É importante considerar as implicações desses números. Subprefeituras com uma
grande quantidade de árvores enfrentam desafios relacionados ao manejo e cuidado adequado,
como a necessidade de realizar podas regulares, monitorar a saúde das árvores e lidar com
problemas como doenças e pragas que podem afetar as plantas.
Tabela 1: Mapeamento das árvores
23
Fonte: Elaborado pelo autor (2023).
Por outro lado, as subprefeituras com menos árvores podem enfrentar questões como
a escassez de sombreamento e a possível diminuição da qualidade do ar, o que pode afetar a
qualidade de vida dos moradores.
Esses dados podem ser ferramentas valiosas para orientar o planejamento urbano
sustentável. As subprefeituras podem utilizar essas informações para direcionar investimentos
em plantio de árvores em áreas onde há menor cobertura vegetal, buscando equilibrar a
distribuição de árvores pela cidade e promover um ambiente mais saudável e agradável para os
residentes.
Além disso, a conscientização da comunidade sobre a importância das árvores e a
participação ativa dos moradores podem desempenhar um papel fundamental na promoção do
plantio e da manutenção adequada das árvores em todas as regiões da cidade. Portanto, esses
Zona Subprefeitura Quantidade
Oeste Pinheiros 49.883
Oeste Butantã 48.766
Sul Santo Amaro 39.466
Sul Capela do Socorro 36.477
Sul Vila Mariana 32.672
Sul Ipiranga 28.817
Norte Pirituba/Jaraguá 26.960
Sul Campo Limpo 26.345
Leste Itaquera 25.516
Oeste Lapa 25.356
Leste Penha 24.311
Leste São Mateus 23.367
Norte Santana/Tucuruvi 21.234
Centro Sé 21.009
Norte Vila Maria/Guilherme 20.370
Leste Mooca 17.729
Sul Cidade Ademar 16.068
Norte Casa Verde/Cachoeirinha 15.783
Sul M'Boi Mirim 15.701
Leste São Miguel Paulista 14.910
Leste Aricanduva 14.231
Leste Vila Prudente 13.819
Leste Ermelino Matarazzo 11.787
Norte Freguesia/Brasilândia 11.785
Norte Jaçanã/Tremembé 10.785
Leste Itaim Paulista 9.784
Norte Perus 9.526
Sul Jabaquara 8.721
Leste Sapopemba 8.256
Leste Guaianazes 7.872
Sul Parelheiros 5.481
Leste Cidade Tiradentes 3.520
24
números não apenas refletem a quantidade de árvores, mas também fornecem insights para
ações práticas que podem ser tomadas visando ao bem-estar da cidade e de seus habitantes.
4.4 Identificação de áreas carentes de vegetação
A análise das quantidades de árvores por subprefeitura em diferentes zonas da cidade
de São Paulo revela padrões interessantes na distribuição da arborização urbana. Esses números
proporcionam insights valiosos sobre as áreas que possuem uma maior densidade arbórea,
assim como aquelas que podem estar carentes de vegetação. Através desses dados, é possível
identificar áreas que podem necessitar de maior atenção e investimento em termos de
expansão e melhoria da cobertura vegetal.
Ao observar a lista de quantidades de árvores por subprefeitura em diferentes zonas da
cidade, fica evidente que algumas regiões possuem uma rica arborização, como é o caso das
subprefeituras de Pinheiros, Butantã e Santo Amaro na zona Oeste e Sul. Essas regiões
apresentam números significativos de árvores, indicando um esforço considerável em prol da
arborização urbana.
No entanto, também é possível identificar subprefeituras com quantidades menores de
árvores, o que sugere a necessidade de atenção para a promoção de uma cobertura vegetal
mais adequada. Subprefeituras como Cidade Tiradentes, Parelheiros e Guaianazes demonstram
números relativamente baixos de árvores, o que pode indicar áreas que podem estar carentes
de vegetação e onde os esforços de plantio e manejo de árvores poderiam ser direcionados.
A identificação de áreas carentes de vegetação é crucial para direcionar estratégias de
manejo e investimentos em arborização. Essas áreas podem ser alvo de iniciativas para
aumentar a densidade arbórea, contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos moradores
e a saúde ambiental. Investir em espaços onde a presença de árvores é escassa pode trazer uma
série de benefícios, como a redução do calor urbano, melhoria da qualidade do ar e criação de
ambientes mais agradáveis e acolhedores.
Nesse contexto, a análise das quantidades de árvores por subprefeitura destaca a
importância de uma abordagem abrangente e equitativa na gestão da arborização urbana. Ao
identificar áreas carentes de vegetação e direcionar esforços para melhorar essa situação, a
cidade de São Paulo pode avançar em direção a uma gestão urbana sustentável, onde a presença
de árvores é valorizada como parte integrante de um ambiente saudável e resiliente.
4.5 Potenciais riscos e necessidades de manejo identificados
25
No âmbito do estudo de caso do mapeamento das árvores no município de São Paulo,
diversos potenciais riscos e necessidades de manejo foram identificados por meio da análise
detalhada dos dados. Essas identificações são fundamentais para garantir a saúde contínua da
arborização urbana, a segurança dos cidadãos e a sustentabilidade do ambiente urbano como
um todo. A seguir, são destacados alguns dos potenciais riscos e necessidades de manejo
identificados no estudo:
 Riscos de Queda de Galhos: A análise identificou árvores que apresentam riscos
de queda de galhos devido a problemas estruturais, doenças ou outras condições adversas.
Esses riscos podem representar ameaças à segurança dos pedestres, veículos e infraestruturas.
A necessidade de manejo nesses casos envolve a poda adequada desses galhos perigosos para
prevenir acidentes.
 Saúde e Doenças das Árvores: Árvores que demonstram sinais de doenças,
infestações de pragas ou deficiências de nutrientes foram identificadas durante a análise. Essas
árvores podem estar vulneráveis a danos mais severos ou até mesmo à morte. O manejo
necessário inclui a identificação precoce desses problemas e a implementação de tratamentos
adequados para preservar a saúde das árvores.
 Interferência com Infraestruturas: Algumas árvores podem estar causando
interferência com infraestruturas como calçadas, fiações elétricas e edifícios. Raízes invasivas
podem danificar estruturas subterrâneas, enquanto galhos podem entrar em contato com fios
elétricos ou criar obstruções. O manejo requer a avaliação e ações apropriadas para mitigar
esses riscos.
 Necessidade de Poda e Manutenção: A análise revelou a necessidade de poda e
manutenção em diversas árvores para garantir seu crescimento saudável e a integridade das
estruturas adjacentes. A poda adequada, remoção de galhos mortos e ações de manutenção são
essenciais para promover a longevidade das árvores e evitar riscos à segurança.
 Planejamento para Novo Plantio: Áreas com densidade arbórea baixa ou
ausência de árvores foram identificadas como locais que podem se beneficiar do plantio de
novas árvores. O manejo envolve o planejamento estratégico para o plantio adequado de
espécies apropriadas, considerando o espaço disponível e as necessidades ambientais.
 Monitoramento Contínuo: O monitoramento contínuo das árvores é essencial
para identificar novos riscos e necessidades de manejo à medida que surgem. A implementação
de um sistema de monitoramento regular permite uma abordagem proativa na identificação e
resolução de problemas, contribuindo para a saúde geral da arborização urbana.
26
Em síntese, o estudo de caso do mapeamento das árvores no município de São
Paulo revelou uma série de potenciais riscos e necessidades de manejo que demandam
atenção e ação. A gestão adequada desses riscos e necessidades é essencial para manter
a arborização urbana saudável, segura e contribuindo positivamente para a qualidade
de vida dos residentes e para a sustentabilidade da cidade.
4.6 Comparação com estudos anteriores e diretrizes de gestão urbana
A comparação com estudos anteriores e a consideração das diretrizes de gestão urbana
são etapas cruciais no contexto do estudo de caso do mapeamento das árvores no município de
São Paulo, com foco na abordagem para a gestão urbana sustentável. Essa análise permite
avaliar o progresso ao longo do tempo, identificar tendências, validar resultados e alinhar as
ações de manejo com as metas estabelecidas para a cidade. Além disso, as diretrizes de gestão
urbana fornecem um contexto normativo e estratégico para a tomada de decisões informadas.
A seguir, discutiremos a importância desses elementos:
Comparação com Estudos Anteriores: A comparação com estudos anteriores, como
mapeamentos de árvores realizados em anos anteriores, permite observar mudanças na
distribuição, densidade e saúde da arborização urbana ao longo do tempo. Essa comparação
ajuda a identificar tendências de crescimento ou declínio, bem como áreas que podem ter
sofrido melhorias significativas. Além disso, ela valida os resultados atuais e oferece informações
valiosas sobre o impacto das ações de manejo implementadas desde estudos anteriores.
As diretrizes de gestão urbana são instrumentos normativos e estratégicos que orientam
as ações relacionadas à arborização e ao ambiente urbano como um todo. Elas podem incluir
regulamentações, políticas, planos diretores e metas de sustentabilidade estabelecidas pelo
governo municipal. Ao considerar essas diretrizes, o estudo de caso se alinha com os objetivos
maiores da cidade em termos de qualidade ambiental, saúde pública, segurança e bem-estar da
população.
A análise do estudo de caso pode ser integrada aos planos de arborização urbana da
cidade, se existirem. Isso envolve alinhar os resultados obtidos com as estratégias e metas
estabelecidas nos planos. Caso os resultados revelem áreas carentes de vegetação ou riscos
significativos, essas informações podem ser usadas para ajustar os planos e direcionar recursos
de maneira mais eficaz.
A comparação com estudos anteriores e a consideração das diretrizes de gestão urbana
também permitem avaliar a efetividade das ações de manejo implementadas. Se o estudo atual
27
demonstrar melhorias na distribuição arbórea ou na saúde das árvores em comparação com
estudos anteriores, isso pode indicar o sucesso das intervenções realizadas. Caso contrário,
pode ser necessário reavaliar e ajustar as estratégias de manejo.
A análise comparativa e a consideração das diretrizes de gestão urbana fornecem uma
base sólida para a tomada de decisões informadas. Isso garante que as ações de manejo sejam
baseadas em evidências e alinhadas com as políticas e metas estabelecidas para a cidade. Essa
abordagem contribui para uma gestão urbana mais sustentável, onde as árvores desempenham
um papel central na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.
A comparação com estudos anteriores e a incorporação das diretrizes de gestão urbana
são elementos essenciais no estudo de caso do mapeamento das árvores no município de São
Paulo. Essas etapas garantem que os resultados sejam contextualizados, validados e utilizados
como base para ações de manejo e planejamento que visam promover a sustentabilidade
urbana, a qualidade de vida e a saúde do ambiente urbano.
4.7 Discussão dos resultados obtidos e suas implicações para a gestão urbana sustentável
A discussão dos resultados obtidos no estudo de caso do mapeamento das árvores no
município de São Paulo e suas implicações para a gestão urbana sustentável é fundamental para
compreender o impacto das ações de manejo e orientar as estratégias futuras. Os resultados
obtidos a partir do mapeamento e análise das árvores têm implicações significativas para a
promoção da qualidade de vida, sustentabilidade e bem-estar dos cidadãos. Nesse sentido, a
discussão aborda tanto os aspectos positivos quanto os desafios identificados, destacando as
implicações para a gestão urbana sustentável.
Os resultados do mapeamento revelaram a distribuição espacial das árvores em
diferentes subprefeituras, bem como a densidade arbórea em cada região. Esses dados
permitem identificar áreas onde a arborização urbana é mais robusta e onde há potencial para
melhorias. Áreas com alta densidade arbórea contribuem para o microclima urbano,
melhorando a qualidade do ar, reduzindo a temperatura e proporcionando sombreamento para
os pedestres.
A identificação das espécies de árvores presentes no sistema viário também contribui
para a promoção da biodiversidade urbana. A diversidade de espécies de árvores é importante
para reduzir o risco de doenças e pragas que afetam espécies específicas. Além disso, diferentes
espécies podem atrair diferentes tipos de fauna, enriquecendo o ecossistema urbano.
Áreas com baixa densidade arbórea e áreas carentes de vegetação foram identificadas
como desafios a serem abordados. A falta de árvores nessas áreas pode contribuir para o
28
aumento da temperatura, falta de sombra e menor qualidade do ar. Isso destaca a necessidade
de direcionar recursos para o plantio de novas árvores nessas regiões, considerando a seleção
adequada de espécies.
A identificação de árvores com riscos de queda de galhos, problemas de saúde e
necessidades de poda destaca a importância da gestão contínua da arborização urbana. A gestão
eficaz envolve a implementação de ações de manejo, como poda de risco, tratamentos de saúde
e monitoramento constante. Além disso, os resultados do estudo podem guiar a alocação de
recursos para áreas com maiores necessidades.
Os resultados também têm implicações no planejamento estratégico de longo prazo
para a arborização urbana. Com base nas informações sobre distribuição e densidade, é possível
elaborar planos de plantio e manejo que considerem as necessidades específicas de cada região.
Isso contribui para a criação de um ambiente urbano mais saudável e sustentável para as
gerações futuras.
A discussão dos resultados pode incentivar a participação da comunidade na gestão e
cuidado das árvores. Os cidadãos podem ser informados sobre a importância da arborização
urbana e envolvidos em iniciativas de plantio e manutenção. Isso fortalece o senso de
pertencimento à cidade e promove a responsabilidade coletiva pela saúde ambiental.
Em síntese, a discussão dos resultados do estudo de caso do mapeamento das árvores
no município de São Paulo evidencia a importância das árvores na promoção da qualidade de
vida urbana e na busca pela sustentabilidade. As implicações destacadas refletem a necessidade
de uma gestão urbana cuidadosa e estratégica, que valorize a arborização como parte essencial
do ambiente urbano e trabalhe para garantir seu papel benéfico na vida dos cidadãos e no
equilíbrio ambiental.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1 Síntese dos principais resultados
O estudo de caso do mapeamento das árvores no município de São Paulo revelou uma
distribuição abrangente e detalhada das árvores no sistema viário das 32 Subprefeituras. A
análise proporcionou insights valiosos sobre a densidade arbórea em diferentes regiões, a
presença de áreas carentes de vegetação e os potenciais riscos associados às árvores. Os
resultados destacaram a importância da arborização urbana para a qualidade de vida,
sustentabilidade e bem-estar dos cidadãos.
5.2 Contribuições e impacto da pesquisa
29
A pesquisa contribuiu significativamente para o entendimento da arborização urbana
em São Paulo, fornecendo informações detalhadas sobre a distribuição, densidade e saúde das
árvores nas diferentes regiões da cidade. As análises realizadas ofereceram subsídios para a
tomada de decisões informadas no que diz respeito ao planejamento e manejo urbano
sustentável. O impacto da pesquisa reflete-se na promoção de uma gestão mais eficaz da
arborização, na melhoria da qualidade ambiental e no estímulo à participação da comunidade
na preservação do ambiente urbano.
5.3 Limitações e sugestões para estudos futuros
É importante reconhecer que a pesquisa possui algumas limitações. A análise foi
baseada em dados geoespaciais e imagens de satélite, o que pode ter levado a algumas
imprecisões na identificação de espécies e características específicas das árvores. Além disso, a
análise não considerou fatores sazonais que podem afetar a aparência das árvores nas imagens.
Para estudos futuros, sugere-se a integração de dados coletados em campo, incluindo
informações sobre espécies, tamanho e saúde das árvores. Isso aumentaria a precisão das
análises e forneceria uma visão mais abrangente da condição da arborização. Além disso, a
realização de análises comparativas ao longo do tempo permitiria avaliar o progresso das ações
de manejo e identificar tendências de mudança.
5.4 Recomendações para a gestão urbana sustentável das árvores no município de São Paulo
Com base nos resultados e nas implicações do estudo, algumas recomendações podem
ser feitas para a gestão urbana sustentável das árvores em São Paulo:
 Aumentar o Plantio: Concentrar esforços em áreas carentes de vegetação,
aumentando o plantio de árvores nas regiões com baixa densidade arbórea.
 Monitoramento Contínuo: Implementar um sistema de monitoramento
contínuo da saúde das árvores, identificando riscos potenciais e garantindo a manutenção
adequada.
 Diversificação de Espécies: Promover a diversificação das espécies de árvores
plantadas para reduzir riscos de doenças e pragas.
30
 Envolvimento da Comunidade: Incentivar a participação da comunidade no
cuidado das árvores, por meio de programas de educação ambiental e iniciativas de
voluntariado.
 Planejamento Estratégico: Elaborar planos de arborização urbana específicos
para cada região, considerando as características locais e as diretrizes de gestão.
Em conjunto, essas recomendações visam melhorar a gestão, saúde e sustentabilidade
da arborização urbana em São Paulo, contribuindo para um ambiente urbano mais saudável,
agradável e resiliente. O estudo de caso demonstrou que uma abordagem fundamentada em
dados e análises é essencial para promover uma gestão eficaz das árvores e alcançar os objetivos
de uma cidade mais sustentável e voltada para o bem-estar da população.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Avançados, 29(84). 2015.
FAJERSZTAJN, L.; VERAS, M.; SALDIVA, P. H. N. Como as cidades podem favorecer ou dificultar
a promoção da saúde de seus moradores? Estudos Avançados, v. 30, n. 86, p. 7-27, 2016.
GONÇALVES, L. M.; MONTEIRO, P. H. da S.; SANTOS, L. S. dos; MAIA, N. J. C.; ROSAL, L. F.
Arborização Urbana: a Importância do seu Planejamento para Qualidade de Vida nas
Cidades. Ensaios e Ciência C Biológicas Agrárias e da Saúde, [S. l.], v. 22, n. 2, p. 128–136, 2018.
MORAES, L. A.; MACHADO, R. R. B. A arborização urbana do município de Timon/MA: inventário,
diversidade e diagnóstico quali-quantitativo. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização
Urbana, v. 9, n. 4, p. 80-98, 2015.
OLIVEIRA, R. J.; et al. Gestão e avaliação da arborização de áreas públicas no município de Bom
Jesus-Piauí. Revista Brasileira de Agropecuária Sustentável, v. 6, n. 1, 2016.
PAGLIARI, S. C.; DORIGON, D. B. Arborização urbana: importância das espécies adequadas. 2013.
Revista Unoesc & Ciência - ACET, Joaçaba, v. 4, n. 2, p. 139-148, jul./dez.
SANTOS, C. Z. A. dos; et al. Análise qualitativa da arborização urbana de 25 vias públicas da
cidade de Aracaju-SE. Revista Ciência Florestal, v. 25, n. 3, p. 751-763, 2015.

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ESTUDO DE CASO DO MAPEAMENTO DAS ÁRVORES DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO UMA ABORDAGEM PARA A GESTÃO URBANA SUSTENTÁVEL.docx

  • 1. 1 Trabalho Inscrito na Categoria de Artigo Completo Eixo Temático: Resiliência Urbana Planejamento e gestão ambiental do ambiente construído ESTUDO DE CASO DO MAPEAMENTO DAS ÁRVORES DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO: UMA ABORDAGEM PARA A GESTÃO URBANA SUSTENTÁVEL Case Study of Tree Mapping in the Municipality of São Paulo: An Approach to Sustainable Urban Management Estudio de Caso sobre el Mapeo de Árboles en el Municipio de São Paulo: Un Enfoque para la Gestión Urbana Sostenible Odair Henrique Michels Behn Neto Aluno, Uninove, Brasil Odair.behn@gmail.com Heidy Rodriguez Ramos Orientador. Professor, Doutor, Uninove, Brasil heidyrr@uni9.pro.br RESUMO Este estudo de caso aborda o mapeamento das árvores no município de São Paulo como uma abordagem para a gestão urbana sustentável. O objetivo principal é fornecer informações essenciais para orientar políticas e ações relacionadas ao manejo e expansão das áreas verdes na cidade. O estudo abrangeu toda a área urbanizada, focando nas árvores do sistema viário das 32 Subprefeituras. Fontes de dados incluíram sistemas de informação geográfica, imagens de satélite e dados municipais. A análise revelou a distribuição espacial das árvores, densidade arbórea por região, áreas carentes de vegetação e potenciais riscos. As implicações para a gestão urbana sustentável destacam a importância da arborização para a qualidade de vida e a necessidade de ações estratégicas, diversificação de espécies, monitoramento e envolvimento da comunidade. Este estudo contribui para o entendimento da arborização urbana e orienta ações para promover um ambiente urbano mais saudável e sustentável. PALAVRAS-CHAVE: mapeamento de árvores, gestão urbana sustentável, arborização urbana, qualidade de vida, São Paulo.
  • 2. 2 SUMMARY This case study addresses the mapping of trees in the municipality of São Paulo as an approach to sustainable urban management. The main objective is to provide essential information to guide policies and actions related to the management and expansion of green areas in the city. The study covered the entire urbanized area, focusing on the trees within the road system of the 32 Subprefeituras (subprefectures). Data sources included geographic information systems, satellite imagery, and municipal data. The analysis revealed the spatial distribution of trees, tree density by region, areas lacking vegetation, and potential risks. Implications for sustainable urban management emphasize the importance of urban forestry for quality of life and the need for strategic actions, species diversification, monitoring, and community involvement. This study contributes to the understanding of urban tree canopy and guides efforts to promote a healthier and more sustainable urban environment. KEYWORDS: tree mapping, sustainable urban management, urban forestry, quality of life, São Paulo. RESUMEN Este estudio de caso abordá-la la cartografía de los árboles en el municipio de São Paulo como un enfoque para la gestión urbana sostenible. El objetivo principal es proporcionar información esencial para orientar las políticas y acciones relacionadas con la gestión y expansión de áreas verdes en la ciudad. El estudio abarcó toda el área urbanizada, centrándose en los árboles del sistema vial de las 32 Subprefeituras. Las fuentes de datos incluyeron sistemas de información geográfica, imágenes satelitales y datos municipales. El análisis reveló la distribución espacial de los árboles, la densidad arbórea por región, las áreas carentes de vegetación y los posibles riesgos. Las implicaciones para la gestión urbana sostenible destacan la importancia de la arborización para la calidad de vida y la necesidad de acciones estratégicas, diversificación de especies, monitoreo y participación comunitaria. Este estudio contribuye a la comprensión del dosel arbóreo urbano y guía los esfuerzos para promover un entorno urbano más saludable y sostenible. PALABRAS CLAVE: cartografía de árboles, gestión urbana sostenible, silvicultura urbana, calidad de vida, São Paulo. 1 INTRODUÇÃO A crescente urbanização e o crescimento das cidades têm levado a um aumento das preocupações ambientais e à necessidade de implementar práticas de gestão urbana sustentável. Nesse contexto, o estudo de caso do mapeamento das árvores no município de São Paulo emerge como uma abordagem crucial para a promoção da sustentabilidade urbana. O município de São Paulo, uma das maiores metrópoles do mundo, enfrenta desafios complexos relacionados à urbanização, poluição do ar, mudanças climáticas e qualidade de vida da população. As árvores desempenham um papel fundamental na mitigação desses problemas, oferecendo uma série de benefícios ambientais, sociais e econômicos. Elas contribuem para a melhoria da qualidade do ar, redução da temperatura urbana, fornecimento de sombra, habitat para a fauna urbana e contribuem esteticamente para a paisagem. No entanto, a gestão eficaz das árvores urbanas requer informações precisas e atualizadas sobre sua distribuição, saúde, espécies e condições. É aí que entra o mapeamento das árvores do município de São Paulo como uma ferramenta crucial para a tomada de decisões informadas e a implementação de estratégias de gestão urbana sustentável. O estudo de caso envolve a utilização de tecnologias de sensoriamento remoto, como imagens de satélite e drones, juntamente com técnicas de georreferenciamento, para mapear e monitorar a cobertura arbórea da cidade. Esses dados são então integrados em sistemas de informações geográficas (SIG) para criar mapas detalhados da distribuição das árvores em
  • 3. 3 diferentes áreas urbanas. Além disso, informações sobre o estado de saúde das árvores, espécies predominantes e a interação com a infraestrutura urbana também são coletadas. A abordagem de mapeamento das árvores oferece uma série de benefícios para a gestão urbana sustentável. Ela permite que as autoridades locais identifiquem áreas carentes de cobertura arbórea e implementem estratégias de plantio direcionado. Além disso, ajuda a avaliar os riscos associados a árvores doentes ou instáveis, permitindo ações de manejo preventivo. O mapeamento também possibilita a criação de políticas de preservação e expansão das áreas verdes urbanas, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos (OLIVEIRA, 2016). A gestão das árvores urbanas no viário de São Paulo se tornou uma necessidade crítica devido aos impactos significativos causados pelas quedas de árvores. O rápido crescimento da urbanização e da frota de veículos ampliou os riscos associados a esses eventos, tornando a ação estratégica essencial tanto para a Gestão Pública quanto para a minimização de riscos. As quedas de árvores sobre ruas e calçadas geram uma série de consequências adversas. A mobilidade é severamente afetada, interrompendo a circulação de veículos, mercadorias e pessoas. Essa interrupção pode levar a atrasos, congestionamentos e, consequentemente, a impactos econômicos negativos. Os danos materiais também são significativos. Árvores caídas podem danificar propriedades, veículos e infraestruturas vitais, como linhas de energia e telecomunicações. Os custos associados a reparos e substituições são consideráveis, impactando tanto os proprietários individuais quanto a infraestrutura pública (OLIVEIRA, 2016). Além disso, a segurança pública é ameaçada, com riscos de lesões e fatalidades decorrentes das quedas de árvores. Esses acidentes podem ter consequências devastadoras para a população, levando a um ambiente de insegurança e preocupação. A gestão eficaz das árvores urbanas no viário exige dados precisos sobre sua quantidade e localização. A Prefeitura de São Paulo apontou a falta de estimativas anteriores sobre essa quantidade, o que destaca ainda mais a necessidade de um estudo aprofundado. Coletar dados por meio de mapeamento proporciona informações cruciais para a tomada de decisões informadas. Ao considerar a população de aproximadamente 12,3 milhões de habitantes na cidade e uma extensa rede viária de cerca de 17 mil quilômetros, a manutenção adequada das árvores se torna crucial para garantir a mobilidade e a segurança desses cidadãos. Além disso, a gestão das árvores urbanas no viário é uma medida proativa de gestão de riscos. Identificar árvores em risco, avaliar a saúde das existentes e implementar medidas preventivas podem mitigar os perigos associados a quedas e interrupções. Em última análise, o estudo e a gestão de árvores urbanas no viário de São Paulo são essenciais para garantir a segurança, a mobilidade e a qualidade de vida dos cidadãos. A
  • 4. 4 obtenção de dados precisos é o primeiro passo em direção a uma abordagem proativa e sustentável para lidar com os desafios e riscos trazidos pelas árvores urbanas. O objetivo geral deste projeto foi realizar uma pesquisa quantitativa abrangente das árvores presentes no viário da Cidade de São Paulo, disponibilizando os dados de quantidade e localização por meio de um mapa online de formato aberto. Esses dados foram utilizados como base para fundamentar a gestão de árvores urbanas na cidade, facilitando o planejamento de ações e atividades, a alocação de recursos orçamentários para a zeladoria urbana e a geração de indicadores relevantes, como densidade e distribuição de árvores em relação ao número de vias, bairros, distritos, áreas e habitantes. Além disso, foi realizado um cruzamento desses dados com informações adicionais, como interferências físicas, infraestrutura elétrica, elementos urbanos (muros, guias, sarjetas, bueiros, galerias), identificação individual das árvores, espécie, altura, Diâmetro à Altura do Peito (DAP), idade, condições de saúde, presença de doenças, obstruções e fatores de risco associados. O propósito desse projeto foi estabelecer um sistema abrangente de informações sobre as árvores urbanas no viário, alicerçado em dados precisos e atualizados. Esse sistema permitiu uma gestão inteligente das árvores, fornecendo uma visão detalhada da distribuição e das condições das árvores em diferentes áreas da cidade. Esses dados também foram utilizados para identificar áreas de maior vulnerabilidade, planejar o plantio direcionado de novas árvores, implementar ações de manejo preventivo e tomar decisões informadas relacionadas à infraestrutura urbana e serviços públicos. Dessa forma, o objetivo geral foi criar um sistema integrado de informações e um mapa online acessível ao público, que contribua para a gestão sustentável e inteligente das árvores urbanas em São Paulo, promovendo a segurança, a qualidade do ambiente urbano e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Neste estudo, a metodologia foi conduzida por meio de várias etapas que envolveram a coleta, processamento e análise de dados relacionados às árvores urbanas no viário da Cidade de São Paulo. Essas etapas proporcionaram uma compreensão aprofundada da distribuição, características e necessidades de manejo das árvores, contribuindo para uma gestão urbana mais sustentável. Os dados obtidos foram utilizados para criar um mapa online, proporcionando uma visualização clara da distribuição das árvores na área estudada. A densidade arbórea foi calculada em diferentes setores, permitindo identificar padrões de distribuição. Os resultados permitiram a identificação de áreas com deficiência de árvores, assim como áreas que apresentavam potenciais riscos, como interferências físicas ou problemas de saúde nas árvores.
  • 5. 5 Essa metodologia proporcionou informações confiáveis e relevantes que orientaram a gestão das árvores urbanas na cidade, contribuindo para uma abordagem mais inteligente e sustentável para o ambiente urbano. 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Importância das árvores urbanas na gestão urbana As árvores urbanas desempenham um papel fundamental na gestão urbana, oferecendo uma série de benefícios que abrangem tanto aspectos ambientais quanto sociais. A presença adequada e bem planejada de árvores em ambientes urbanos é essencial para promover a sustentabilidade, a qualidade de vida dos cidadãos e a resiliência das cidades diante dos desafios contemporâneos (BUCKERIDGE, 2015). Em primeiro lugar, as árvores contribuem para a melhoria da qualidade do ar ao absorver dióxido de carbono (CO2) e outros poluentes, bem como liberar oxigênio durante o processo de fotossíntese. Isso ajuda a reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, mitigando as mudanças climáticas e proporcionando um ambiente mais saudável para os habitantes urbanos (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016). Além disso, as árvores têm um papel crucial na regulação térmica das cidades. Elas fornecem sombra, reduzem a temperatura ambiente e minimizam o chamado "efeito de ilha de calor urbana", no qual as áreas urbanas tendem a ser mais quentes do que as áreas circundantes. Isso é especialmente importante em metrópoles densamente povoadas, onde altas temperaturas podem ter impactos negativos na saúde pública e na qualidade de vida (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016). As árvores também desempenham um papel crucial na preservação da biodiversidade urbana. Elas oferecem habitat e alimento para diversas espécies de aves, insetos e outros animais, contribuindo para a ecologia urbana. Além disso, a vegetação urbana pode se tornar um corredor ecológico, possibilitando a movimentação de espécies entre diferentes áreas verdes da cidade (GONÇALVES, et al, 2018). Do ponto de vista social, as árvores têm efeitos diretos sobre o bem-estar dos cidadãos. Elas proporcionam espaços públicos agradáveis, incentivam a interação social e promovem um ambiente urbano mais atraente e acolhedor. A presença de áreas verdes também está associada à redução do estresse, da ansiedade e até mesmo à melhoria da saúde mental dos moradores urbanos (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016). Entretanto, a gestão adequada das árvores urbanas enfrenta desafios significativos. A seleção adequada de espécies, o plantio correto, a manutenção regular e a consideração de
  • 6. 6 questões como interferências com infraestruturas são elementos essenciais. Além disso, a falta de planejamento adequado pode levar a problemas como quedas de árvores, que podem resultar em danos materiais e riscos à segurança pública (MORAES, MACHADO, 2015). Portanto, reconhecer e priorizar a importância das árvores urbanas na gestão urbana é crucial para criar cidades mais sustentáveis, resilientes e agradáveis de se viver. Através do planejamento e da implementação de estratégias eficazes de arborização urbana, é possível aproveitar os diversos benefícios que as árvores proporcionam, promovendo uma coexistência harmoniosa entre a natureza e o ambiente construído (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016). Reconhecer a relevância das árvores em ambientes urbanos de grandes metrópoles torna-se crucial, especialmente considerando a crescente taxa de urbanização na América Latina, que se espera atingir 90% da população vivendo em cidades até 2040. São Paulo oferece um contexto propício para discutir problemas que já deveriam estar resolvidos em muitas cidades do mundo, ou pelo menos deveriam estar bem encaminhados, mas que ainda não são adequadamente contemplados nas políticas públicas para o desenvolvimento urbano (BUCKERIDGE, 2015). Outro ponto de destaque que direciona o foco para São Paulo é que muitos dos desafios decorrentes da falta de planejamento na arborização urbana estão intrinsecamente relacionados aos impactos antrópicos significativos na cidade, que agora começam a se entrelaçar com as consequências das Mudanças Climáticas Globais (BUCKERIDGE, 2015). Na cidade de São Paulo, a responsabilidade pela manutenção e remoção de aproximadamente 650 mil árvores nas ruas (comunicação pessoal) e muitas outras nos parques é atribuída à prefeitura municipal. Enquanto as árvores localizadas em propriedades particulares são de responsabilidade dos moradores, a remoção requer aprovação da prefeitura, sujeita a justificativas adequadas. A cidade também é cercada por parques estaduais, que são supervisionados pelo governo estadual. Assim, em São Paulo, a maior parte das políticas e do controle relacionados às árvores urbanas é incumbida do poder público (BUCKERIDGE, 2015). Esta abordagem centralizada no manejo das árvores, embora simplifique o planejamento de médio e longo prazo, depende da priorização conferida pelo poder público, variando de administração para administração. A centralização das decisões sobre árvores pode ser benéfica se o planejamento da arborização urbana for considerado uma atividade de Estado, não restrita a um governo específico. Somente assim seria possível garantir a continuidade dos projetos e aproveitar os diversos benefícios que as árvores proporcionam à metrópole (OLIVEIRA, 2016). Considerando que as árvores são entidades complexas, muitas vezes com expectativa de vida similar ou até maior que a dos seres humanos, qualquer plano de ação pode transcender
  • 7. 7 gerações. Portanto, ações de plantio de árvores urbanas demandam planejamento minucioso que vá além dos ciclos governamentais, buscando estabelecer cenários de longo prazo que beneficiem as futuras gerações (PAGLIARI, DORIGON, 2013). A crise hídrica recente e as tempestades intensas que atingiram São Paulo no início de 2015 chamaram temporariamente a atenção das autoridades e da população para a importância de um planejamento mais eficaz da arborização urbana. No entanto, os problemas de quedas de árvores e os prejuízos resultantes, bem como a necessidade de planejamento de longo prazo, frequentemente são negligenciados após o declínio da cobertura midiática, ressurgindo apenas quando uma nova crise se instaura. Para ter uma visão ampla da situação da arborização urbana em São Paulo, recorremos aos dados fornecidos pela prefeitura municipal sobre o Índice de Cobertura Vegetal (ICV) (BUCKERIDGE, 2015). 2.2 Desafios na gestão de árvores urbanas A gestão de árvores urbanas enfrenta uma série de desafios complexos que exigem abordagens inovadoras e eficazes para garantir a saúde e a segurança tanto das árvores quanto dos cidadãos que vivem nas áreas urbanas. Esses desafios refletem a interseção entre a natureza e a infraestrutura construída, demandando uma cuidadosa consideração dos aspectos técnicos, ambientais e sociais envolvidos (SANTOS, et al, 2015). Um dos principais desafios é a seleção e o plantio adequados de espécies de árvores. A escolha de espécies inadequadas pode resultar em problemas de crescimento excessivo, danos a calçadas e infraestruturas, e até mesmo riscos à saúde pública. A falta de diversidade de espécies também pode tornar a população de árvores vulnerável a doenças e pragas específicas. Além disso, a manutenção regular é fundamental, mas muitas cidades enfrentam dificuldades em alocar recursos suficientes para a poda, irrigação e cuidados gerais das árvores urbanas. Isso pode levar ao crescimento desordenado, ramos quebrados e árvores doentes, aumentando os riscos de quedas e danos materiais (BUCKERIDGE, 2015). A integração das árvores com a infraestrutura urbana é outro desafio significativo. Raízes que danificam calçadas, pavimentos e sistemas de drenagem são frequentemente um problema, exigindo soluções técnicas como calçadas permeáveis e planejamento cuidadoso do espaço subterrâneo para acomodar o crescimento das raízes. A falta de conscientização pública e engajamento também é um desafio. Muitos cidadãos podem não estar cientes dos benefícios das árvores ou das melhores práticas de cuidados. Isso pode resultar em ações inadequadas, como a poda imprópria ou a remoção desnecessária de árvores (OLIVEIRA, 2016).
  • 8. 8 A gestão de riscos é uma consideração crucial. Árvores doentes, mortas ou instáveis podem representar perigos reais para a segurança pública. Identificar e lidar com essas árvores de maneira adequada requer avaliações regulares e a capacidade de tomar decisões rápidas para minimizar riscos. A complexidade do cenário urbano também é um desafio. As árvores podem estar sujeitas a uma variedade de interferências humanas, como construção, fiação elétrica e expansão urbana. Lidar com essas complexidades exige coordenação entre diferentes agências governamentais e partes interessadas (SANTOS, et al, 2015). Por fim, as mudanças climáticas adicionam uma camada adicional de desafio. As árvores urbanas podem ser afetadas por eventos climáticos extremos, como tempestades mais intensas e secas prolongadas. Isso exige estratégias de adaptação que considerem a resiliência das árvores diante das mudanças climáticas. Superar esses desafios exige uma abordagem holística, integrando a expertise de especialistas em arborização urbana, planejamento urbano, engenharia, ciências ambientais e participação da comunidade. Com a implementação de estratégias eficazes, a gestão de árvores urbanas pode se tornar um componente vital na criação de cidades mais sustentáveis, resilientes e habitáveis (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016). 2.3 Tecnologias de mapeamento e sensoriamento remoto As tecnologias de mapeamento e sensoriamento remoto têm desempenhado um papel transformador na gestão de árvores urbanas, proporcionando uma abordagem mais precisa, abrangente e eficiente para compreender a distribuição, saúde e necessidades das árvores nas cidades. Essas inovações tecnológicas têm contribuído significativamente para a criação de estratégias mais inteligentes e sustentáveis para a arborização urbana (OLIVEIRA, 2016). O sensoriamento remoto, por exemplo, permite a coleta de dados sobre as árvores através de diversas ferramentas, como satélites, drones e aeronaves equipadas com sensores especializados. Imagens de alta resolução capturadas por esses dispositivos fornecem informações detalhadas sobre a cobertura vegetal, permitindo a identificação e o mapeamento de árvores em áreas urbanas extensas. Isso é particularmente útil em cidades densamente povoadas, onde a coleta manual de dados seria impraticável (SANTOS, et al, 2015). Essas tecnologias também possibilitam a análise da saúde das árvores. Por meio de imagens de infravermelho e outras técnicas, é possível identificar árvores estressadas ou doentes com base em padrões de refletância de luz que indicam problemas fisiológicos. Isso auxilia na detecção precoce de doenças e pragas, permitindo intervenções precisas e mitigação de danos (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016).
  • 9. 9 O mapeamento tridimensional, realizado por drones e tecnologias LiDAR (Detecção e Varredura por Luz), proporciona uma visão mais completa das árvores e do ambiente ao redor. Isso permite avaliar a estrutura das árvores, identificar ramos instáveis ou danificados e analisar como as árvores interagem com a infraestrutura urbana. Essa abordagem tridimensional é crucial para o planejamento adequado e o manejo das árvores em áreas urbanas complexas (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016). Além disso, a análise de dados geoespaciais e o uso de sistemas de informações geográficas (SIG) permitem a criação de mapas interativos e plataformas online que oferecem informações valiosas para planejadores urbanos, gestores e o público em geral. Essas plataformas fornecem uma visão holística da distribuição de árvores, densidade, saúde e riscos associados, auxiliando na tomada de decisões informadas (OLIVEIRA, 2016). No entanto, apesar de suas vantagens, essas tecnologias também enfrentam desafios. A interpretação precisa dos dados requer expertise técnica, e a falta de padronização na coleta e análise de informações pode levar a resultados inconsistentes. Além disso, a acessibilidade e custo dessas tecnologias podem ser obstáculos para algumas cidades (SANTOS, et al, 2015). As tecnologias de mapeamento e sensoriamento remoto estão revolucionando a forma como entendemos e gerenciamos árvores urbanas. Elas oferecem ferramentas poderosas para avaliar a saúde, distribuição e necessidades das árvores, permitindo uma gestão mais informada e sustentável do ambiente urbano. A integração dessas tecnologias com estratégias de planejamento e engajamento da comunidade pode abrir caminho para cidades mais verdes, resilientes e habitáveis (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016). 2.4 Estudos anteriores sobre o mapeamento de árvores em áreas urbanas Estudos anteriores sobre o mapeamento de árvores em áreas urbanas têm desempenhado um papel crucial na compreensão da distribuição, saúde e desafios relacionados à arborização urbana. Essas pesquisas têm contribuído para o desenvolvimento de estratégias de manejo mais eficazes e sustentáveis, bem como para a criação de políticas urbanas orientadas para a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida (OLIVEIRA, 2016). Muitos desses estudos exploraram a aplicação de tecnologias de sensoriamento remoto, como imagens de satélite e drones, para o mapeamento de árvores em áreas urbanas. Essas abordagens permitiram a coleta de dados em larga escala, oferecendo insights sobre a distribuição espacial das árvores, a diversidade de espécies e até mesmo a detecção de problemas de saúde. Além disso, essas tecnologias avançadas fornecem informações detalhadas
  • 10. 10 sobre a relação entre as árvores e a infraestrutura urbana, contribuindo para um planejamento mais eficiente (SANTOS, et al, 2015). Outros estudos focaram na criação de mapas de cobertura vegetal usando dados de satélite de diferentes resoluções. Isso possibilitou uma visão panorâmica da distribuição das árvores nas cidades e a identificação de áreas carentes de vegetação. Esses mapas são ferramentas valiosas para a gestão urbana, permitindo a identificação de áreas que precisam de intervenção e planejamento de plantio estratégico (FAJERSZTAJN, VERAS, SALDIVA, 2016). Além disso, pesquisas prévias analisaram o impacto das árvores urbanas na qualidade do ar, regulação térmica e biodiversidade local. Esses estudos revelaram os benefícios diretos e indiretos das árvores para o ambiente urbano e seus habitantes. Eles também destacaram como a presença adequada de árvores pode contribuir para enfrentar desafios ambientais, como o efeito de ilha de calor urbana e a redução das emissões de carbono (OLIVEIRA, 2016). No entanto, esses estudos também reconheceram as limitações e os desafios enfrentados na realização de mapeamentos precisos e abrangentes de árvores urbanas. Questões como a resolução das imagens, a identificação de espécies e a integração de dados em sistemas de informações geográficas (SIG) foram abordadas para melhorar a qualidade e a utilidade dos resultados (SANTOS, et al, 2015). O município de Campinas adotou uma Lei de Arborização em 2003 com o propósito de preservar e regular o plantio e manejo de árvores. No âmbito deste estudo, nosso objetivo foi avaliar a situação da arborização em Campinas e determinar se a implementação dessa lei está sendo eficaz. Para a avaliação da arborização, examinamos registros de solicitações de poda e corte de árvores, denúncias de danos ao patrimônio arbóreo e conduzimos inspeções no terreno para verificar o cumprimento das diretrizes estabelecidas na lei de arborização (ALVAREZ, GALLO, 2012). Os resultados revelaram um cenário preocupante: Campinas, que outrora era um modelo de excelência em termos de arborização urbana no Estado de São Paulo, tem, na realidade, apresentado sinais de manejo inadequado das árvores em ruas, praças e parques. A lei de arborização requer que a poda ou corte de árvores seja autorizado mediante um laudo técnico avaliado pela autoridade competente. Contudo, constatamos que em grande parte das intervenções realizadas em Campinas, esses laudos não foram previamente elaborados. Muitas vezes, os próprios cidadãos realizam podas ou cortes sem o devido respaldo técnico. Surpreendentemente, durante o período analisado, não foram tomadas medidas administrativas punitivas em relação a essas ações (ALVAREZ, et al., 2012). Outro aspecto relevante da lei é a obrigação de promover um inventário detalhado da arborização municipal, tanto em termos de quantidade quanto de qualidade das árvores. No
  • 11. 11 entanto, essa determinação nunca foi cumprida, resultando em um desconhecimento sobre o estado atual da arborização. A legislação também estipula a presença mínima de 100 árvores por quilômetro de calçada, enquanto estudos da Embrapa, Alvarez, et al., (2012) apontam um déficit alarmante de 365 mil árvores na cidade. Baseado nestes dados, é evidente que a existência de leis municipais não é suficiente para garantir a convivência harmoniosa entre a população e o meio ambiente urbano. É crucial que as administrações municipais demonstrem interesse genuíno em assegurar a aplicação efetiva das regulamentações, promovendo a colaboração de todos os cidadãos e entidades jurídicas. Somente assim será possível reverter o atual cenário e preservar a rica tradição de arborização que caracterizava Campinas (ALVAREZ, et al., 2012). Em última análise, os estudos anteriores sobre o mapeamento de árvores em áreas urbanas forneceram uma base sólida para a implementação de abordagens mais avançadas e informadas na gestão da arborização urbana. Eles enfatizaram a importância do uso de tecnologias de sensoriamento remoto e análise espacial para a tomada de decisões baseadas em dados, contribuindo para o desenvolvimento de cidades mais verdes, resilientes e sustentáveis (OLIVEIRA, 2016). 3 METODOLOGIA O estudo de caso sobre o mapeamento das árvores no município de São Paulo para uma abordagem de gestão urbana sustentável demonstra um processo abrangente e detalhado para entender e gerenciar melhor os recursos arbóreos em um ambiente urbano. O objetivo principal desse estudo foi fornecer informações valiosas que possam orientar as políticas e ações relacionadas ao manejo e expansão das áreas verdes na cidade, visando a promoção da sustentabilidade e qualidade de vida para os residentes. 3.1 Seleção da área de estudo O escopo deste trabalho envolve a abrangência de toda a área urbanizada do município, focando nas árvores localizadas no sistema viário das 32 Subprefeituras. O sistema viário é definido como a área delimitada pelos lotes públicos e privados, compreendendo o leito carroçável e o passeio público. O mapeamento abrangerá as seguintes áreas:  Calçadas: As árvores situadas nas calçadas ao longo das ruas.  Canteiros Centrais: Árvores localizadas nos canteiros centrais das vias.  Rotatórias: Árvores presentes nas rotatórias das interseções viárias.
  • 12. 12  Calçadas de Praças: Árvores nas calçadas que circundam praças públicas. As seguintes áreas não estão incluídas neste trabalho:  Áreas Internas de Parques, Parques Lineares, Reservas e Praças: Árvores dentro das áreas verdes maiores, como parques e praças internas.  Áreas Internas de Lotes Particulares ou Públicos: Árvores dentro de propriedades privadas ou públicas, que não fazem parte do sistema viário. Para situações em que não é possível definir claramente o limite das áreas internas de praças e outros espaços, será adotada uma abordagem padrão. Uma distância de 3 metros a partir do limite da quadra viária será considerada como uma extensão das áreas incluídas no mapeamento. Esse limite será obtido a partir da base cartográfica de referência, que pode ser comparada com imagens de alta resolução. Isso significa que o foco principal do mapeamento são as árvores que contribuem diretamente para a arborização urbana nas áreas mais acessíveis ao público e que compõem o sistema viário da cidade. A exclusão de árvores em áreas internas de parques e lotes particulares ou públicos é uma decisão para limitar o escopo do estudo e concentrar os esforços na gestão das árvores que têm um impacto mais direto nas vias públicas e na experiência urbana geral. 3.2 Coleta de dados 3.2.1 Fonte de dados A fonte de dados utilizada para este estudo foi um conjunto de informações geoespaciais obtidas a partir de diversas fontes, cada uma contribuindo para uma visão abrangente das árvores no sistema viário. As principais fontes de dados incluem Sistemas de Informação Geográfica (SIG), que forneceram dados cartográficos e geoespaciais da cidade, incluindo informações sobre ruas, lotes, limites de quadras, praças e outros elementos urbanos. Esses dados foram fundamentais para delimitar a área do sistema viário e estabelecer referências para a análise. Além disso, foram adquiridas imagens de satélite de alta resolução para identificar as áreas verdes e as árvores presentes no sistema viário. Essas imagens possibilitaram uma visão detalhada das características das árvores e dos espaços urbanos, permitindo a identificação precisa de locais arborizados. Dados municipais também foram consultados a partir de bases de dados específicas, fornecendo informações sobre o plantio de árvores, espécies, localizações e outros detalhes relevantes. Isso enriqueceu os dados coletados e ajudou a validar as informações obtidas de outras fontes.
  • 13. 13 O uso de ferramentas de sensoriamento remoto, como softwares de análise de imagens e processamento de dados geoespaciais, foi crucial para extrair informações específicas das imagens de satélite. Essas ferramentas auxiliaram na identificação de áreas arborizadas e no reconhecimento das características das árvores. A integração de dados de campo, coletados manualmente em algumas situações, também desempenhou um papel importante. Esses dados incluíram informações sobre espécies de árvores, tamanho, saúde e outras características, que foram integradas aos dados obtidos por fontes remotas. A combinação dessas várias fontes de dados permitiu uma análise completa das árvores presentes no sistema viário das 32 Subprefeituras. A triangulação de informações provenientes de diferentes fontes aumentou a confiabilidade dos resultados e forneceu uma visão abrangente das condições da arborização urbana, possibilitando a criação de um mapeamento detalhado e preciso. 3.2.2 Imagens de satélite Para este estudo, imagens de satélite de alta resolução foram adquiridas e utilizadas como uma das principais fontes de dados. Essas imagens proporcionaram uma visão detalhada das áreas urbanas, permitindo a identificação e mapeamento das árvores no sistema viário das 32 Subprefeituras. As imagens de satélite forneceram informações visuais que foram processadas e analisadas para identificar locais arborizados, determinar o tamanho das áreas verdes e obter características das árvores, como densidade, forma e saúde. 3.2.3 Dados complementares Além das imagens de satélite e das informações obtidas por meio de sistemas de informação geográfica (SIG), outros dados complementares foram coletados e utilizados para enriquecer o conjunto de informações. Esses dados incluem informações detalhadas sobre as árvores e o ambiente urbano que não poderiam ser obtidas exclusivamente das imagens de satélite. Dados complementares podem abranger:  Espécies de Árvores: Informações sobre as espécies de árvores presentes, o que pode ser relevante para avaliar a diversidade e a composição arbórea da cidade.  Tamanho e Altura das Árvores: Medidas precisas do tamanho e altura das árvores, que podem ser importantes para entender o crescimento e o estado de saúde das árvores.
  • 14. 14  Estado de Saúde: Avaliação da saúde das árvores, identificando possíveis sinais de doenças, pragas ou estresse que possam afetar a vegetação urbana.  Localização Exata: Coordenadas geográficas precisas de cada árvore mapeada, permitindo uma localização exata no sistema viário.  Histórico de Plantio e Manutenção: Dados sobre quando as árvores foram plantadas e se receberam manutenção adequada ao longo do tempo.  Condições do Solo e Ambiente: Informações sobre as condições do solo, drenagem e outras características ambientais que podem afetar o crescimento das árvores. A integração desses dados complementares com as imagens de satélite e outras fontes contribuiu para uma análise mais completa e precisa das árvores no sistema viário. Esses dados forneceram insights valiosos sobre a saúde da arborização urbana, necessidades de manejo e o impacto das árvores no ambiente urbano como um todo. 3.3 Processamento e análise dos dados 3.3.1 Pré-processamento das imagens No contexto do processamento e análise dos dados, o pré-processamento das imagens de satélite foi uma etapa fundamental. Essa etapa envolveu uma série de procedimentos destinados a preparar as imagens para análise subsequente, garantindo que os dados estejam corretos, coerentes e prontos para serem interpretados. As principais atividades realizadas durante o pré-processamento incluíram:  Correção Geométrica: As imagens de satélite geralmente possuem distorções geométricas devido à inclinação do satélite e à curvatura da Terra. A correção geométrica envolveu ajustar as imagens para que as posições geográficas correspondessem corretamente às coordenadas reais na superfície da Terra. Isso permitiu uma representação precisa das características urbanas, incluindo as árvores no sistema viário.  Correção Atmosférica: A atmosfera terrestre pode causar variações nas propriedades das imagens de satélite, afetando a intensidade e a cor dos pixels. A correção atmosférica foi realizada para minimizar essas variações, proporcionando uma representação mais fiel das cores e características reais da área.  Normalização Radiométrica: Para comparar e analisar as imagens, foi necessário normalizar as informações de intensidade dos pixels em uma escala consistente. Isso ajudou a garantir que as comparações fossem significativas e que os dados de diferentes imagens pudessem ser correlacionados adequadamente.
  • 15. 15  Fusão de Bandas: Se as imagens fossem capturadas em várias bandas espectrais, a fusão de bandas foi aplicada para combinar essas informações em uma única imagem multiespectral. Isso ampliou o conjunto de dados e permitiu a extração de informações mais detalhadas sobre as áreas verdes e, especialmente, as árvores.  Detecção e Correção de Ruídos: Qualquer interferência nas imagens, como nuvens, sombras ou artefatos, poderia afetar negativamente a análise. A detecção e correção de ruídos foram realizadas para remover ou minimizar esses elementos indesejados.  Realce de Recursos: Para destacar elementos-chave nas imagens, técnicas de realce foram aplicadas. Isso ajudou a tornar as áreas verdes e as árvores mais visíveis e fáceis de identificar. O pré-processamento das imagens garantiu que elas estivessem prontas para a próxima fase de segmentação e classificação das árvores. Essa etapa é crucial para garantir que os dados sejam confiáveis, o que é fundamental para a análise precisa das características das árvores no sistema viário das 32 Subprefeituras. 3.3.2 Segmentação e classificação das árvores A etapa de segmentação e classificação das árvores é onde as imagens de satélite processadas são divididas em regiões relevantes e as árvores são identificadas e categorizadas com base nas características visuais. Essa etapa é essencial para extrair informações específicas sobre a localização e a distribuição das árvores no sistema viário das 32 Subprefeituras. Nesta fase, as áreas que contêm árvores são segmentadas nas imagens. Isso é feito por meio do uso de algoritmos de processamento de imagem que identificam padrões de cor, textura e forma associados às árvores. A segmentação divide a imagem em regiões menores que provavelmente contêm árvores, isolando-as do restante do ambiente. Uma vez que as áreas com árvores foram segmentadas, algoritmos de classificação são aplicados para categorizar as áreas como árvores ou não árvores. Isso envolve a análise das características visuais das regiões segmentadas e a atribuição de uma classificação com base em critérios predefinidos. As características usadas para a classificação podem incluir a cor das folhas, a forma das copas das árvores e a distribuição espacial. 3.3.3 Validação dos resultados A validação dos resultados é uma etapa crítica para garantir a precisão e a confiabilidade das informações obtidas na etapa de segmentação e classificação das árvores. Isso envolve
  • 16. 16 comparar os resultados da análise automatizada com dados de referência conhecidos ou coletados em campo. As seguintes atividades são realizadas:  Comparação Visual: As áreas classificadas como árvores nas imagens segmentadas são comparadas visualmente com as árvores reais presentes nas áreas de estudo, verificando se as classificações são consistentes com a realidade.  Validação em Campo: Algumas áreas selecionadas são visitadas em campo para verificar diretamente a presença e a classificação das árvores. Isso ajuda a identificar discrepâncias entre os resultados automatizados e a situação real.  Matriz de Confusão: Uma matriz de confusão é usada para quantificar a precisão do algoritmo de classificação. Ela compara as classificações automáticas com os dados de referência e calcula a taxa de acertos e erros.  Ajustes e Refinamentos: Com base na validação dos resultados, ajustes e refinamentos nos algoritmos de segmentação e classificação podem ser realizados para melhorar a precisão. A validação dos resultados é crucial para garantir que as informações sobre a distribuição e a categorização das árvores sejam corretas. Isso aumenta a confiabilidade dos dados analisados e contribui para uma interpretação mais precisa dos padrões de arborização urbana nas 32 Subprefeituras. 3.4 Análise dos resultados Após a etapa de processamento e classificação dos dados, os resultados são analisados para obter insights valiosos sobre a arborização urbana no sistema viário das 32 Subprefeituras. A análise dos resultados visa compreender melhor a distribuição das árvores, suas densidades, áreas com deficiência de vegetação e as necessidades de manejo para garantir a sustentabilidade e a saúde do ambiente urbano. 3.4.1 Distribuição espacial das árvores Nesta análise, a distribuição das árvores no sistema viário é visualizada em um mapa. Isso permite identificar padrões de distribuição e agrupamentos de árvores ao longo das ruas, canteiros centrais, rotatórias e calçadas de praças. A distribuição espacial ajuda a entender como as árvores estão distribuídas geograficamente na cidade e se há áreas mais ou menos arborizadas.
  • 17. 17 3.4.2 Densidade arbórea por região A análise da densidade arbórea envolve o cálculo da quantidade de árvores em diferentes regiões do sistema viário. Isso pode ser feito por bairro, distrito ou outras subdivisões geográficas relevantes. A densidade arbórea permite identificar áreas com maior concentração de árvores e áreas onde a vegetação é escassa. 3.4.3 Identificação de áreas carentes de vegetação Com base nos resultados da análise, é possível identificar áreas que apresentam deficiência de vegetação. Essas áreas podem ser aquelas com baixa densidade arbórea ou até mesmo ausência de árvores. A identificação dessas áreas carentes de vegetação é importante para direcionar esforços de plantio e manejo visando a melhoria da qualidade ambiental. 3.4.4 Potenciais riscos e necessidades de manejo A análise também permite a identificação de potenciais riscos associados às árvores no sistema viário. Isso inclui árvores que estão próximas a estruturas físicas, como edifícios e infraestruturas, ou que apresentam sinais de problemas de saúde. A partir dessas identificações, podem ser delineadas as necessidades de manejo, como a poda de galhos perigosos ou tratamentos para melhorar a saúde das árvores. A análise dos resultados fornece uma compreensão abrangente da arborização urbana nas 32 Subprefeituras. Os insights obtidos auxiliam na tomada de decisões informadas para melhorar a qualidade ambiental, aumentar a sustentabilidade urbana e garantir que a arborização contribua positivamente para o bem-estar da comunidade. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Caracterização geral das árvores urbanas mapeadas A caracterização geral das árvores urbanas mapeadas é essencial para compreender sua diversidade, distribuição e condições. Os dados coletados e processados revelam informações importantes sobre as árvores no sistema viário das 32 Subprefeituras. Isso inclui aspectos como a variedade de espécies presentes, o tamanho e altura das árvores, sua saúde, distribuição geográfica e necessidades de manejo.
  • 18. 18 A análise também considera o impacto ambiental das árvores na cidade, identifica áreas com carência de vegetação, riscos potenciais e possíveis oportunidades de expansão. Tais informações orientam a tomada de decisões para promover uma gestão urbana mais sustentável, equilibrada e saudável, beneficiando tanto os moradores como o meio ambiente. Figura 1: ÁRVORES URBANAS MAPEADAS. Fonte: GeoSampa geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ Nas 32 Subprefeituras da cidade, foram mapeadas um total de 646.307 árvores. Essa quantidade substancial de árvores representa um importante componente da arborização urbana, contribuindo para a qualidade de vida dos residentes, a saúde do ambiente e a sustentabilidade da cidade como um todo. Através desse mapeamento, é possível obter insights valiosos para a gestão adequada desses recursos naturais, direcionando esforços para o manejo, expansão e promoção da saúde das árvores nas áreas urbanas. Figura 2: Mapa digital da cidade de São Paulo.
  • 19. 19 Fonte: GeoSampa geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ Os números apresentados refletem a quantidade de árvores mapeadas em cada uma das 32 Subprefeituras da cidade de São Paulo. A análise desses dados revela uma distribuição desigual de árvores nas diferentes regiões da cidade. Algumas subprefeituras, como Pinheiros, Butantã e Santo Amaro, possuem quantidades significativas de árvores, enquanto outras, como Cidade Tiradentes e Parelheiros, registram números menores. 4.2 Distribuição espacial das árvores no município de São Paulo A distribuição espacial das árvores no município de São Paulo é uma questão de grande importância para entender como as áreas verdes estão espalhadas pela cidade. Essa distribuição não é uniforme e apresenta variações significativas em diferentes regiões. Algumas áreas urbanas possuem uma concentração densa de árvores, enquanto outras têm menos espaços verdes. Essa variação pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo o planejamento urbano, a densidade populacional e a disponibilidade de áreas públicas para arborização. Áreas mais antigas da cidade, por exemplo, podem ter uma arborização mais estabelecida em comparação com regiões mais recentemente urbanizadas. A presença adequada de árvores nas áreas urbanas desempenha um papel crucial na melhoria do ambiente. As árvores contribuem para a qualidade do ar, ao absorver dióxido de carbono e liberar oxigênio, além de filtrar poluentes. Elas também ajudam a reduzir a
  • 20. 20 temperatura do ambiente urbano, criando ilhas de frescor e minimizando os efeitos das ilhas de calor. Além disso, as árvores oferecem benefícios sociais, como sombreamento em espaços públicos, proporcionando áreas de lazer mais agradáveis para os moradores. No entanto, a distribuição desigual de árvores pode resultar em disparidades ambientais entre diferentes bairros. Algumas áreas podem desfrutar dos benefícios das árvores, enquanto outras podem enfrentar desafios ambientais devido à falta de cobertura vegetal. Figura 2: Mapeamento. Fonte: GeoSampa geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ Figura 3: Mapeamento.
  • 21. 21 Fonte: GeoSampa geosampa.prefeitura.sp.gov.br/ Para promover uma distribuição mais equitativa das árvores, é importante considerar a equidade ambiental ao planejar o plantio de árvores e a criação de espaços verdes. Investir em áreas que têm menos árvores pode contribuir para uma cidade mais saudável e agradável para todos os seus residentes. A distribuição espacial das árvores é, portanto, um elemento fundamental na busca por uma gestão urbana sustentável e na promoção da qualidade de vida nas diversas partes da cidade de São Paulo. 4.3 Análise de densidade arbórea por região A análise de densidade arbórea por região na cidade de São Paulo, no contexto do estudo de caso sobre o mapeamento das árvores do município, representa uma abordagem fundamental para promover a gestão urbana sustentável. Por meio desse estudo, é possível compreender a distribuição das árvores em diferentes partes da cidade e como essa distribuição está alinhada aos objetivos de sustentabilidade e qualidade de vida dos residentes. No âmbito do tema "Estudo de Caso do Mapeamento das Árvores do Município de São Paulo: Uma Abordagem para a Gestão Urbana Sustentável", a análise de densidade arbórea por região adquire uma relevância estratégica. Ela proporciona insights profundos sobre a relação entre a arborização urbana e a eficácia das políticas de gestão sustentável da cidade. Ao examinar a densidade arbórea por região, é possível identificar áreas com maior e menor concentração de árvores. Essa análise permite avaliar como os esforços de plantio, manutenção e expansão das áreas verdes estão distribuídos ao longo da cidade. Regiões com
  • 22. 22 densidades arbóreas mais altas podem indicar sucesso nas estratégias de arborização, ao passo que regiões com densidades mais baixas podem apontar para a necessidade de intervenções direcionadas. A qualidade de vida dos cidadãos também é influenciada pela densidade arbórea. Regiões com maior arborização tendem a desfrutar de benefícios como um microclima mais ameno, melhoria da qualidade do ar e espaços de lazer mais agradáveis. Esses aspectos estão alinhados com os objetivos de uma gestão urbana sustentável, que busca proporcionar ambientes mais saudáveis e habitáveis para os moradores. Além disso, a análise de densidade arbórea por região pode guiar decisões de planejamento urbano e alocação de recursos. Regiões com densidades mais baixas podem ser priorizadas para receber investimentos em plantio de árvores e expansão de áreas verdes, contribuindo para um equilíbrio mais justo e equitativo na distribuição dos benefícios da arborização. No contexto do estudo de caso sobre o mapeamento das árvores do município de São Paulo, a análise de densidade arbórea por região emerge como uma ferramenta poderosa para orientar a tomada de decisões informadas. Essa análise não apenas fornece uma compreensão aprofundada da distribuição das árvores, mas também reforça o compromisso da cidade com uma gestão urbana sustentável, onde a arborização é considerada uma peça essencial para a construção de um futuro mais verde, saudável e equitativo. Essas disparidades podem ser influenciadas por uma série de fatores. Subprefeituras mais densamente urbanizadas ou mais populosas tendem a abrigar um maior número de árvores, devido à presença de espaços públicos e vias arborizadas que podem acomodar uma maior quantidade de vegetação. É importante considerar as implicações desses números. Subprefeituras com uma grande quantidade de árvores enfrentam desafios relacionados ao manejo e cuidado adequado, como a necessidade de realizar podas regulares, monitorar a saúde das árvores e lidar com problemas como doenças e pragas que podem afetar as plantas. Tabela 1: Mapeamento das árvores
  • 23. 23 Fonte: Elaborado pelo autor (2023). Por outro lado, as subprefeituras com menos árvores podem enfrentar questões como a escassez de sombreamento e a possível diminuição da qualidade do ar, o que pode afetar a qualidade de vida dos moradores. Esses dados podem ser ferramentas valiosas para orientar o planejamento urbano sustentável. As subprefeituras podem utilizar essas informações para direcionar investimentos em plantio de árvores em áreas onde há menor cobertura vegetal, buscando equilibrar a distribuição de árvores pela cidade e promover um ambiente mais saudável e agradável para os residentes. Além disso, a conscientização da comunidade sobre a importância das árvores e a participação ativa dos moradores podem desempenhar um papel fundamental na promoção do plantio e da manutenção adequada das árvores em todas as regiões da cidade. Portanto, esses Zona Subprefeitura Quantidade Oeste Pinheiros 49.883 Oeste Butantã 48.766 Sul Santo Amaro 39.466 Sul Capela do Socorro 36.477 Sul Vila Mariana 32.672 Sul Ipiranga 28.817 Norte Pirituba/Jaraguá 26.960 Sul Campo Limpo 26.345 Leste Itaquera 25.516 Oeste Lapa 25.356 Leste Penha 24.311 Leste São Mateus 23.367 Norte Santana/Tucuruvi 21.234 Centro Sé 21.009 Norte Vila Maria/Guilherme 20.370 Leste Mooca 17.729 Sul Cidade Ademar 16.068 Norte Casa Verde/Cachoeirinha 15.783 Sul M'Boi Mirim 15.701 Leste São Miguel Paulista 14.910 Leste Aricanduva 14.231 Leste Vila Prudente 13.819 Leste Ermelino Matarazzo 11.787 Norte Freguesia/Brasilândia 11.785 Norte Jaçanã/Tremembé 10.785 Leste Itaim Paulista 9.784 Norte Perus 9.526 Sul Jabaquara 8.721 Leste Sapopemba 8.256 Leste Guaianazes 7.872 Sul Parelheiros 5.481 Leste Cidade Tiradentes 3.520
  • 24. 24 números não apenas refletem a quantidade de árvores, mas também fornecem insights para ações práticas que podem ser tomadas visando ao bem-estar da cidade e de seus habitantes. 4.4 Identificação de áreas carentes de vegetação A análise das quantidades de árvores por subprefeitura em diferentes zonas da cidade de São Paulo revela padrões interessantes na distribuição da arborização urbana. Esses números proporcionam insights valiosos sobre as áreas que possuem uma maior densidade arbórea, assim como aquelas que podem estar carentes de vegetação. Através desses dados, é possível identificar áreas que podem necessitar de maior atenção e investimento em termos de expansão e melhoria da cobertura vegetal. Ao observar a lista de quantidades de árvores por subprefeitura em diferentes zonas da cidade, fica evidente que algumas regiões possuem uma rica arborização, como é o caso das subprefeituras de Pinheiros, Butantã e Santo Amaro na zona Oeste e Sul. Essas regiões apresentam números significativos de árvores, indicando um esforço considerável em prol da arborização urbana. No entanto, também é possível identificar subprefeituras com quantidades menores de árvores, o que sugere a necessidade de atenção para a promoção de uma cobertura vegetal mais adequada. Subprefeituras como Cidade Tiradentes, Parelheiros e Guaianazes demonstram números relativamente baixos de árvores, o que pode indicar áreas que podem estar carentes de vegetação e onde os esforços de plantio e manejo de árvores poderiam ser direcionados. A identificação de áreas carentes de vegetação é crucial para direcionar estratégias de manejo e investimentos em arborização. Essas áreas podem ser alvo de iniciativas para aumentar a densidade arbórea, contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos moradores e a saúde ambiental. Investir em espaços onde a presença de árvores é escassa pode trazer uma série de benefícios, como a redução do calor urbano, melhoria da qualidade do ar e criação de ambientes mais agradáveis e acolhedores. Nesse contexto, a análise das quantidades de árvores por subprefeitura destaca a importância de uma abordagem abrangente e equitativa na gestão da arborização urbana. Ao identificar áreas carentes de vegetação e direcionar esforços para melhorar essa situação, a cidade de São Paulo pode avançar em direção a uma gestão urbana sustentável, onde a presença de árvores é valorizada como parte integrante de um ambiente saudável e resiliente. 4.5 Potenciais riscos e necessidades de manejo identificados
  • 25. 25 No âmbito do estudo de caso do mapeamento das árvores no município de São Paulo, diversos potenciais riscos e necessidades de manejo foram identificados por meio da análise detalhada dos dados. Essas identificações são fundamentais para garantir a saúde contínua da arborização urbana, a segurança dos cidadãos e a sustentabilidade do ambiente urbano como um todo. A seguir, são destacados alguns dos potenciais riscos e necessidades de manejo identificados no estudo:  Riscos de Queda de Galhos: A análise identificou árvores que apresentam riscos de queda de galhos devido a problemas estruturais, doenças ou outras condições adversas. Esses riscos podem representar ameaças à segurança dos pedestres, veículos e infraestruturas. A necessidade de manejo nesses casos envolve a poda adequada desses galhos perigosos para prevenir acidentes.  Saúde e Doenças das Árvores: Árvores que demonstram sinais de doenças, infestações de pragas ou deficiências de nutrientes foram identificadas durante a análise. Essas árvores podem estar vulneráveis a danos mais severos ou até mesmo à morte. O manejo necessário inclui a identificação precoce desses problemas e a implementação de tratamentos adequados para preservar a saúde das árvores.  Interferência com Infraestruturas: Algumas árvores podem estar causando interferência com infraestruturas como calçadas, fiações elétricas e edifícios. Raízes invasivas podem danificar estruturas subterrâneas, enquanto galhos podem entrar em contato com fios elétricos ou criar obstruções. O manejo requer a avaliação e ações apropriadas para mitigar esses riscos.  Necessidade de Poda e Manutenção: A análise revelou a necessidade de poda e manutenção em diversas árvores para garantir seu crescimento saudável e a integridade das estruturas adjacentes. A poda adequada, remoção de galhos mortos e ações de manutenção são essenciais para promover a longevidade das árvores e evitar riscos à segurança.  Planejamento para Novo Plantio: Áreas com densidade arbórea baixa ou ausência de árvores foram identificadas como locais que podem se beneficiar do plantio de novas árvores. O manejo envolve o planejamento estratégico para o plantio adequado de espécies apropriadas, considerando o espaço disponível e as necessidades ambientais.  Monitoramento Contínuo: O monitoramento contínuo das árvores é essencial para identificar novos riscos e necessidades de manejo à medida que surgem. A implementação de um sistema de monitoramento regular permite uma abordagem proativa na identificação e resolução de problemas, contribuindo para a saúde geral da arborização urbana.
  • 26. 26 Em síntese, o estudo de caso do mapeamento das árvores no município de São Paulo revelou uma série de potenciais riscos e necessidades de manejo que demandam atenção e ação. A gestão adequada desses riscos e necessidades é essencial para manter a arborização urbana saudável, segura e contribuindo positivamente para a qualidade de vida dos residentes e para a sustentabilidade da cidade. 4.6 Comparação com estudos anteriores e diretrizes de gestão urbana A comparação com estudos anteriores e a consideração das diretrizes de gestão urbana são etapas cruciais no contexto do estudo de caso do mapeamento das árvores no município de São Paulo, com foco na abordagem para a gestão urbana sustentável. Essa análise permite avaliar o progresso ao longo do tempo, identificar tendências, validar resultados e alinhar as ações de manejo com as metas estabelecidas para a cidade. Além disso, as diretrizes de gestão urbana fornecem um contexto normativo e estratégico para a tomada de decisões informadas. A seguir, discutiremos a importância desses elementos: Comparação com Estudos Anteriores: A comparação com estudos anteriores, como mapeamentos de árvores realizados em anos anteriores, permite observar mudanças na distribuição, densidade e saúde da arborização urbana ao longo do tempo. Essa comparação ajuda a identificar tendências de crescimento ou declínio, bem como áreas que podem ter sofrido melhorias significativas. Além disso, ela valida os resultados atuais e oferece informações valiosas sobre o impacto das ações de manejo implementadas desde estudos anteriores. As diretrizes de gestão urbana são instrumentos normativos e estratégicos que orientam as ações relacionadas à arborização e ao ambiente urbano como um todo. Elas podem incluir regulamentações, políticas, planos diretores e metas de sustentabilidade estabelecidas pelo governo municipal. Ao considerar essas diretrizes, o estudo de caso se alinha com os objetivos maiores da cidade em termos de qualidade ambiental, saúde pública, segurança e bem-estar da população. A análise do estudo de caso pode ser integrada aos planos de arborização urbana da cidade, se existirem. Isso envolve alinhar os resultados obtidos com as estratégias e metas estabelecidas nos planos. Caso os resultados revelem áreas carentes de vegetação ou riscos significativos, essas informações podem ser usadas para ajustar os planos e direcionar recursos de maneira mais eficaz. A comparação com estudos anteriores e a consideração das diretrizes de gestão urbana também permitem avaliar a efetividade das ações de manejo implementadas. Se o estudo atual
  • 27. 27 demonstrar melhorias na distribuição arbórea ou na saúde das árvores em comparação com estudos anteriores, isso pode indicar o sucesso das intervenções realizadas. Caso contrário, pode ser necessário reavaliar e ajustar as estratégias de manejo. A análise comparativa e a consideração das diretrizes de gestão urbana fornecem uma base sólida para a tomada de decisões informadas. Isso garante que as ações de manejo sejam baseadas em evidências e alinhadas com as políticas e metas estabelecidas para a cidade. Essa abordagem contribui para uma gestão urbana mais sustentável, onde as árvores desempenham um papel central na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. A comparação com estudos anteriores e a incorporação das diretrizes de gestão urbana são elementos essenciais no estudo de caso do mapeamento das árvores no município de São Paulo. Essas etapas garantem que os resultados sejam contextualizados, validados e utilizados como base para ações de manejo e planejamento que visam promover a sustentabilidade urbana, a qualidade de vida e a saúde do ambiente urbano. 4.7 Discussão dos resultados obtidos e suas implicações para a gestão urbana sustentável A discussão dos resultados obtidos no estudo de caso do mapeamento das árvores no município de São Paulo e suas implicações para a gestão urbana sustentável é fundamental para compreender o impacto das ações de manejo e orientar as estratégias futuras. Os resultados obtidos a partir do mapeamento e análise das árvores têm implicações significativas para a promoção da qualidade de vida, sustentabilidade e bem-estar dos cidadãos. Nesse sentido, a discussão aborda tanto os aspectos positivos quanto os desafios identificados, destacando as implicações para a gestão urbana sustentável. Os resultados do mapeamento revelaram a distribuição espacial das árvores em diferentes subprefeituras, bem como a densidade arbórea em cada região. Esses dados permitem identificar áreas onde a arborização urbana é mais robusta e onde há potencial para melhorias. Áreas com alta densidade arbórea contribuem para o microclima urbano, melhorando a qualidade do ar, reduzindo a temperatura e proporcionando sombreamento para os pedestres. A identificação das espécies de árvores presentes no sistema viário também contribui para a promoção da biodiversidade urbana. A diversidade de espécies de árvores é importante para reduzir o risco de doenças e pragas que afetam espécies específicas. Além disso, diferentes espécies podem atrair diferentes tipos de fauna, enriquecendo o ecossistema urbano. Áreas com baixa densidade arbórea e áreas carentes de vegetação foram identificadas como desafios a serem abordados. A falta de árvores nessas áreas pode contribuir para o
  • 28. 28 aumento da temperatura, falta de sombra e menor qualidade do ar. Isso destaca a necessidade de direcionar recursos para o plantio de novas árvores nessas regiões, considerando a seleção adequada de espécies. A identificação de árvores com riscos de queda de galhos, problemas de saúde e necessidades de poda destaca a importância da gestão contínua da arborização urbana. A gestão eficaz envolve a implementação de ações de manejo, como poda de risco, tratamentos de saúde e monitoramento constante. Além disso, os resultados do estudo podem guiar a alocação de recursos para áreas com maiores necessidades. Os resultados também têm implicações no planejamento estratégico de longo prazo para a arborização urbana. Com base nas informações sobre distribuição e densidade, é possível elaborar planos de plantio e manejo que considerem as necessidades específicas de cada região. Isso contribui para a criação de um ambiente urbano mais saudável e sustentável para as gerações futuras. A discussão dos resultados pode incentivar a participação da comunidade na gestão e cuidado das árvores. Os cidadãos podem ser informados sobre a importância da arborização urbana e envolvidos em iniciativas de plantio e manutenção. Isso fortalece o senso de pertencimento à cidade e promove a responsabilidade coletiva pela saúde ambiental. Em síntese, a discussão dos resultados do estudo de caso do mapeamento das árvores no município de São Paulo evidencia a importância das árvores na promoção da qualidade de vida urbana e na busca pela sustentabilidade. As implicações destacadas refletem a necessidade de uma gestão urbana cuidadosa e estratégica, que valorize a arborização como parte essencial do ambiente urbano e trabalhe para garantir seu papel benéfico na vida dos cidadãos e no equilíbrio ambiental. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 5.1 Síntese dos principais resultados O estudo de caso do mapeamento das árvores no município de São Paulo revelou uma distribuição abrangente e detalhada das árvores no sistema viário das 32 Subprefeituras. A análise proporcionou insights valiosos sobre a densidade arbórea em diferentes regiões, a presença de áreas carentes de vegetação e os potenciais riscos associados às árvores. Os resultados destacaram a importância da arborização urbana para a qualidade de vida, sustentabilidade e bem-estar dos cidadãos. 5.2 Contribuições e impacto da pesquisa
  • 29. 29 A pesquisa contribuiu significativamente para o entendimento da arborização urbana em São Paulo, fornecendo informações detalhadas sobre a distribuição, densidade e saúde das árvores nas diferentes regiões da cidade. As análises realizadas ofereceram subsídios para a tomada de decisões informadas no que diz respeito ao planejamento e manejo urbano sustentável. O impacto da pesquisa reflete-se na promoção de uma gestão mais eficaz da arborização, na melhoria da qualidade ambiental e no estímulo à participação da comunidade na preservação do ambiente urbano. 5.3 Limitações e sugestões para estudos futuros É importante reconhecer que a pesquisa possui algumas limitações. A análise foi baseada em dados geoespaciais e imagens de satélite, o que pode ter levado a algumas imprecisões na identificação de espécies e características específicas das árvores. Além disso, a análise não considerou fatores sazonais que podem afetar a aparência das árvores nas imagens. Para estudos futuros, sugere-se a integração de dados coletados em campo, incluindo informações sobre espécies, tamanho e saúde das árvores. Isso aumentaria a precisão das análises e forneceria uma visão mais abrangente da condição da arborização. Além disso, a realização de análises comparativas ao longo do tempo permitiria avaliar o progresso das ações de manejo e identificar tendências de mudança. 5.4 Recomendações para a gestão urbana sustentável das árvores no município de São Paulo Com base nos resultados e nas implicações do estudo, algumas recomendações podem ser feitas para a gestão urbana sustentável das árvores em São Paulo:  Aumentar o Plantio: Concentrar esforços em áreas carentes de vegetação, aumentando o plantio de árvores nas regiões com baixa densidade arbórea.  Monitoramento Contínuo: Implementar um sistema de monitoramento contínuo da saúde das árvores, identificando riscos potenciais e garantindo a manutenção adequada.  Diversificação de Espécies: Promover a diversificação das espécies de árvores plantadas para reduzir riscos de doenças e pragas.
  • 30. 30  Envolvimento da Comunidade: Incentivar a participação da comunidade no cuidado das árvores, por meio de programas de educação ambiental e iniciativas de voluntariado.  Planejamento Estratégico: Elaborar planos de arborização urbana específicos para cada região, considerando as características locais e as diretrizes de gestão. Em conjunto, essas recomendações visam melhorar a gestão, saúde e sustentabilidade da arborização urbana em São Paulo, contribuindo para um ambiente urbano mais saudável, agradável e resiliente. O estudo de caso demonstrou que uma abordagem fundamentada em dados e análises é essencial para promover uma gestão eficaz das árvores e alcançar os objetivos de uma cidade mais sustentável e voltada para o bem-estar da população. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVAREZ, Ivan André; SANTIN, Dionete; BONI, Marcos Roberto; CAVALCANTI, Joaquim Teófilo. Arborização Urbana: Estudo de Caso de Campinas. 2012. BUCKERIDGE, M. Árvores urbanas em São Paulo: planejamento, economia e água. Estudos Avançados, 29(84). 2015. FAJERSZTAJN, L.; VERAS, M.; SALDIVA, P. H. N. Como as cidades podem favorecer ou dificultar a promoção da saúde de seus moradores? Estudos Avançados, v. 30, n. 86, p. 7-27, 2016. GONÇALVES, L. M.; MONTEIRO, P. H. da S.; SANTOS, L. S. dos; MAIA, N. J. C.; ROSAL, L. F. Arborização Urbana: a Importância do seu Planejamento para Qualidade de Vida nas Cidades. Ensaios e Ciência C Biológicas Agrárias e da Saúde, [S. l.], v. 22, n. 2, p. 128–136, 2018. MORAES, L. A.; MACHADO, R. R. B. A arborização urbana do município de Timon/MA: inventário, diversidade e diagnóstico quali-quantitativo. Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, v. 9, n. 4, p. 80-98, 2015. OLIVEIRA, R. J.; et al. Gestão e avaliação da arborização de áreas públicas no município de Bom Jesus-Piauí. Revista Brasileira de Agropecuária Sustentável, v. 6, n. 1, 2016. PAGLIARI, S. C.; DORIGON, D. B. Arborização urbana: importância das espécies adequadas. 2013. Revista Unoesc & Ciência - ACET, Joaçaba, v. 4, n. 2, p. 139-148, jul./dez. SANTOS, C. Z. A. dos; et al. Análise qualitativa da arborização urbana de 25 vias públicas da cidade de Aracaju-SE. Revista Ciência Florestal, v. 25, n. 3, p. 751-763, 2015.