Diagnóstico Ambiental do Sítio Arqueológico GO-JA-02.pptx
1. FORMAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO REGISTRO ARQUEOLÓGICO:
PROCESSOS NATURAIS-CULTURAIS NO SÍTIO GO-JA-02,
SERRANÓPOLIS, GOIÁS
ORIENTADOR: PROF. Dr. JULIO CEZAR RUBIN DE RUBIN
PEDRO MATEUS OLIVEIRA ABRANTES PROCEDINO
pedroprocedino@hotmail.com
06/06/2019
2. INTRODUÇÃO
• As pesquisas iniciaram-se
em 1975 pelo Programa
Arqueológico de Goiás e
Projeto Paranaíba.
• O sítio arqueológico GO-
JA-02 está distante cerca
de 500 m do GO-JA-01.
• Numa quadrícula de 4 m2
obteve-se as datações de
9195 anos A.P. (camada
7) e 10.120 anos A.P.
(camada 9).
Figura 1. Localização do sítio arqueológico GO-JA-02 em imagem de satélite e no
mapa do estado de Goiás, Brasil. Autor: Araujo (2019).
3. PROBLEMÁTICAS
I. Qual a relação entre a dinâmica superficial atual e a arqueostratigrafia
da unidade de escavação?
II. Que novas hipóteses podem ser formuladas para o processo de
formação do registro estratigráfico do sítio GO-JA-02 e seus impactos,
com base nos agentes modeladores incidentes na área?
• Caracterização dos agentes modeladores da paisagem (transporte,
deposição e morfoestruturas).
• Elaboração de hipóteses correlacionando processos naturais-culturais com
a arqueoestratigrafia do sítio, corroborando ou não com as já
estabelecidas.
OBJETIVOS
4. Capítulo 1: Fundamentação Teórica
• Arqueologia da Paisagem.
• Ecologia Histórica (espaço-tempo de longa duração – microanálises).
• Geoarqueologia;
• Processos de Formação dos Sítios Arqueológicos (Schiffer, Binford e Tafonomia);
• Sedimento Arqueológico (Sedimento ≠ Solos);
• Arqueoestratigrafia (Unidades litológica, etnoestratigráfica, cronoestratigráfica,
bioestratigráfica, pedoestratigráfica, polaridades magnéticas, etc.).
5. Figura 2. Fluxograma dos processos de formação dos depósitos sedimentares, destacando-se o
arqueológico. Fonte: Adaptado pelo autor a partir de RAPP e HILL (1998) e SUGUIO (2003).
6. Capítulo 2: Povoamento do Planalto Central
• Adaptação do modelo de Bueno e Isnardis (2018) para cinco grandes fases:
1) Povoamento inicial (13.000-11.000 A.P.): Exploração, artefatos caracterizados por unifaces
ou lesmas, portáteis.
2) Ampla rede regional (11.000-9.000 A.P.): Consolidação de territórios articulados, utilização
dos abrigos rochosos como espaços funerários (Peruaçu, Serra da Capivara, Serranópolis,
Lajeado), introdução dos machados de mão.
3) Fragmentação do arranjo regional (9000-7000 A.P.): a arte rupestre tornou-se parte das
paisagens, coleções líticas são essencialmente generalizadas.
4) Formação de novos arranjos caracterizados por uma diversificação local (7000-3000 A.P.):
Hiato do Arcaico.
5) Populações ceramistas, domesticadoras de plantas (a partir de 3000 A.P.)
7. • Histórico das pesquisas Serranópolis.
• Classificação das Ocupações em Serranópolis.
1. Fase Paranaíba (Tradição Itaparica 11000-8500 A.P.): Ampla Rede Homogênea
2. Fase Serranópolis (Tradição Serranópolis - 8500 A.P.): Diversificação Local
3. Fase Jataí (Tradição Una 1500-200 A.P.): Domesticação da Flora
4. Fase Iporá (Tradição Tupiguaraini)
• Representações Rupestres
Ocupação de Goiás
8. Capítulo 3: Inserção Ambiental do Sítio
Geologia Geomorfologia Pedologia Hidrologia Vegetação Fauna
Figura 3. Escarpa arenítica (tracejada em amarelo), campo sujo (setas rosas), mata seca
semidecídua (assinalado em verde) e mata de galeria (setas azuis). Autora: R. Silva, 2018
9. Figura 4. Imagem de satélite indicando a localização do sítio e da sede da fazenda, também representados no perfil
topográfico de 4,57 km, do rio Verde até a sede da fazenda. Fonte: Imagem adaptada de Google Earth, 2019.
10. Figura 5. Imagem de satélite indicando a localização do sítio, os córregos mais próximos e o rio Verde. Fonte: Adaptado de
Google Earth, 2019.
11. Capítulo 4: Materiais e Métodos
• O trabalho pautou-se numa
abordagem hipotético-dedutiva,
expressando-se por uma
pesquisa de campo e
exploratória que se estruturou
em três estágios: gabinete,
campo e laboratório.
15. Erosão Pluvial
• Carreamento pelas fraturas e linha de goteira.
• Formação de pequenas bacias naturais.
• Transporte mecânico ou hidráulico.
• Intemperismo Químico (hidratação, dissolução, hidrólise e
oxidação).
• Em conjunto com a vegetação gera ácidos orgânicos.
16. Erosão Eólica
Setor A Setor B
Micro-dunas paralelas
à direção N70E.
Estruturas
desestruturadas pela
zooturbação.
0,5 m/s = 0,04 mm Micro-dunas
assimétricas
0,66 m/s = entre 0,04
e 0,08 mm
Transporte Eólico
Velocidade do Vento
(m/s)
Diâmetro dos Grãos
Suspensos (mm)
0,5 0,04
1,0 0,08
5,0 0,41
10 0,81
Fonte: HUNT, 1974 apud DINCAUZE, 2000:265.
17.
18. Figura 9. Imagem de satélite com a disposição das massas eólicas que incidem no sítio GO-JA-02.
Fonte: Adaptado de Google Earth, 2019.
21. Camadas Características Cor Consistência Datação Fase
1 Pacote de areias com
cinzas e carvão.
Cinza mais ou
menos escuro.
Frouxa - Jataí
2 Sedimentos arenosos,
com carvão e raízes.
Avermelhada. Frouxa - Serranópolis
3 Sedimentos arenosos,
com carvão e raízes.
Cinza. Frouxa - Serranópolis
4 Sedimentos arenosos,
com raizinhas.
Avermelhada. Frouxa - Serranópolis
5 Sedimentos arenosos,
com carvão e
raizinhas.
Cinza. Frouxa - Serranópolis
6 Sedimentos arenosos,
com raizinhas.
Avermelhada. Frouxa - Serranópolis
7 Sedimentos arenos,
com cinza, carvão e
raízes.
Cinza Escuro. Frouxa 9195 ± 75 A.P. (Sl-
3107) no nível de
170-180 cm de
profundidade
Serranópolis
8 Pacote de areia com
mais ou menos cinza e
poucas ráizes.
Mais vermelha ou
mais cinza,
alternando.
Frouxa - Paranaíba
9 Sedimentos arenosos,
com carvão.
Cinza. Frouxa 10120 ± 80 A.P.
(Sl-3108) no nível
de 250-260 cm
de profundidade
Paranaíba
22. Análises do Horizonte Superficial
• Em geral a granulometria predominante é areia fina com presença de areia
média, além de grânulos de quartzo leitoso (maior esfericidade e
arredondamento), quartzo hialino (baixa esfericidade e anguloso), raízes,
ossos, por vezes fragmentos de carvão e algumas concreções ferruginosas.
Setor A Setor B Setor B (Galeria)
23. Considerações Finais
Ressalta-se a importância de levar em consideração critérios como coloração,
granulometria, espessura, mineralogia, morfometria (arredondamento, esfericidade),
estruturas antrópicas, bioturbação, forma e distribuição lateral. Recomenda-se,
também, a coleta no perfil estratigráfico de amostras sedimentares para análises
radiográficas.
“Hiato do Arcaico”: todas as variáveis identificadas na pesquisa podem ocorrer
sincronicamente.
Não existem dois mundos (o da natureza e da sociedade), mas apenas um saturado
com poderes pessoais e, abraçando tanto os seres humanos, os animais, as plantas das
quais dependem, e as características da paisagem em que vivem e se movem
(INGOLD, 2008).
24. Referências
BUENO, L.; ISNARDIS, A. Peopling Central Brazilian Plateau at the onset
of the Holocene: Building territorial histories. Quaternary International
XXX, p. 1-17, 2018.
DINCAUZE, D. F. Environmental Archaeology: principles and practice.
Cambridge University Press, Cambridge, p. 587. 2000.
RAPP, G.; HILL, C. L. Geoarchaeology, the Earth-Science approach to
archaeological interpretation. Yale University Press, New Haven and
London. 1998.
SUGUIO, K. Geologia Sedimentar. Edgar Blucher, São Paulo, 2003.