O documento descreve a história do design brasileiro, mencionando designers e produtos importantes como Sergio Rodrigues e sua poltrona Mole, José Carlos Bornancini e suas facas e talheres inovadores, a empresa Gurgel Veículos e seus carros nacionais, e os irmãos Campana e suas criações.
1. UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAS FRANCIELE BOENG MENDES KELI VANESSA SALVADOR DAMIN DESIGN NO BRASIL CRICIÚMA, 17 ABRIL DE 2010.
2. Sergio Rodrigues Arquiteto e designer, nascido em 1927, formou-se em 1952 em Arquitetura e Urbanismo na UFRJ. F oi pioneiro em tornar o design nacional conhecido mundialmente com uma linguagem própria e bem brasileira. Fundou em 1955 a Oca , um estúdio de arquitetura de interiores, ambientação, cenografia e componentes de decoração, além de galeria de arte, que tinha a intenção de retomar o espírito da simplicidade da casa indígena, integrar passado e presente na cultura material brasileira.
3. Sua primeira grande criação foi a poltrona Mole, 1957, que ficou exposta em vitrine durante um ano sem nenhum comprador.
4. Em 1961, a pedido do governador do Rio, Sergio enviou a poltrona Mole (com alguns reajustes) para Concurso Internacional do Móvel em Cantù, Itália, e o ganhou em primeiro lugar. A poltrona Mole ficou conheciada internacionalmente como Sheriff ou Ipanema, pois diziam que seu desenho lembrava uma sela de cavalo. “ Um dos 30 assentos mais importantes dos últimos 100 anos“ - Clement Meadmore, Arquiteto e crítico americano de arquitetura e design, sobre a Poltrona Mole.
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7. Em 1968 montou seu próprio atelier, desenvolvendo linhas de móveis para produção industrial e projetos de arquitetura e ambientação para hotéis, residências e escritórios. Rodrigues fez ainda projetos de mobiliário para vários edifícios governamentais, como a Embaixada do Brasil em Roma, a Universidade de Brasília, o Palácio dos Arcos e o Teatro Nacional de Brasília.
8. José Carlos Mário Bornancini Nascido em Caxias do Sul em 1923, formou-se em engenharia civil pela UFRGS aos 23 anos. O trabalho de Bornancini está fortemente vinculado ao uso de novas tecnologias industriais. Com o parceiro Nelson Ivan Petzold, desenvolveu mais de 200 produtos, em diversos segmentos da indústria: computadores, maquinário agrícola, móveis, brinquedos, armas, interiores de elevadores e utensílios domésticos.
9. Entre seus produtos mais conhecidos estão: A linha de tesoura Ponto Vermelho (1984). A tesoura de cozinha Ponto Vermelho possuía vários aspectos de inovação como ser desmontável, fio serrilhado, dispositivo de corte de ossos, espaço serrilhado entre os cabos para afrouxar tampas rosqueadas ou quebrar nozes. O projeto levou em consideração aspectos ergonômicos, como a mão da mulher brasileira .
10. A tesoura Mundial Multiuse e a tesoura Softy (1989), que utiliza anéis macios de elastômero para um uso mais confortável, a dequada para destros e canhotos .
11. As facas Mundial Laser (1983): um conjunto de cinco facas de tamanhos diferentes, onde suas lâminas de aço inoxidável teem micro-serrilhas e os cabos eram de polipropileno preto.
12. Os talheres Camping (1973), feitos para a Hercules, é um conjunto composto por garfo e colher cujos cabos encaixam-se no cabo da faca, para maior compactação. Desde a década de 70 fazem parte da coleção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York (EUA). Sua produção foi interrompida somente em 2000.
13. Talheres Comer Brincando, da Hércules, entre os anos 70 e 80, no qual constituiu-se em talheres para crianças. Cerca de 2,5 milhões de unidades foram vendidas do Príncipe Garfo, Cão Faquinha e Princesa Colher.
14. Colheitadera de grãos da Massey Ferguson , que foi desenvolvida “para uma nova proposta construtiva para o depósito de grãos”, o que facilitou a fabricação da mesma.
15. A garrafa térmica Magic Pump (1999) da Termolar, que tem como objetivo não pingar após servir. Possui ampola dupla de vidro espelhado internamente, com alto vácuo entre as paredes.
16. Dentre as várias criações de Bornancini ainda estão: Modelo Winner da Forjas Taurus Escorredor de Louça da Coza Borrachas Pedagógicas Mercur Toy Coleção Art Collection, da Mercur
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18. É uma unidade de ensino da UFRJ, fundada em 1962 como entidade autônoma. Localizada na Lapa, oferece o curso de graduação em Desenho Industrial e o mestrado em Design, além de desenvolver atividades de pesquisa e extensão. É considerada a primeira instituição a oferecer um curso de design de nível superior no Brasil. O modelo seguido pela ESDI é fortemente influênciado pela Escola de Ulm, uma escola de design alemã que durou apenas quinze anos mas difundiu uma visão de extremo funcionalismo no design. Escola Superior de Desenho Industrial - ESDI
19. Gurgel Veículos Gurgel foi uma fabricante de automóveis brasileira, fundada pelo eng. João Augusto Amaral Gurgel, em 1969, em Rio Claro – SP, com a proposta de produzir veículos 100% nacionais. Seu primeiro modelo foi um bugue com linhas muito modernas e interessantes. Chamava-se Ipanema e utilizava chassi, motor e suspensão Volkswagen.
20. Em 1973 chegava o Xavante, que deu início ao sucesso da marca. De início com a sigla X10, era um jipe que suportava estradas ruins, sua distância do solo era grande, o pára-brisa rebatia para melhor sentir-se o vento e a capota era de lona. Tinha linhas curvas, seguindo uma tendência dos bugues da época.
21. Em 1974 a Gurgel apresentava um pioneiro projeto de carro elétrico. O Itaipu. Era um minicarro de uso exclusivamente urbano para duas pessoas, que usava baterias recarregáveis em qualquer tomada de luz. Em 1976 chegava o X12 TR, de teto rígido. Em 1979 toda a linha de produtos foi exposta no Salão do Automóvel de Genebra, na Suíça.
22. Em 1980, lançou-se o Itaipu E400, vendidos para empresas para testes. Tratava-se de um furgão com desenho moderno e agradável. O painel era equipado com uma luz-piloto que indicava quando a carga estava por acabar. As baterias eram muito grandes e pesadas, cada uma com 80 kg e 40 volts. O consumo, se comparado a um carro a gasolina, seria de 90 km/l, mas a autonomia era pequena, de apenas 80 quilômetros. Para recarregar eram necessárias em média 7 horas numa tomada de 220 volts.
23. Em 1980 a linha era composta de 10 modelos. Todos podiam ser fornecidos com motores a gasolina ou álcool.
24. Com o sonho de um minicarro econômico, barato e 100% brasileiro o BR-800 foi lançado em 1988. Graças a um incentivo fiscal do governo brasileiro, que concedeu ao veículo o desconto de 20% no IPI, o carro custava cerca de 30% mais barato que os compactos das montadoras estrangeiras. Com a troca de governo houve mudanças. A primeira delas foi isentar todos os carros com motor menor que 1000cm 3 do IPI - o que levou as grandes montadoras estrangeiras instaladas no país a lançar carros com preços similares ao BR-800, mas com mais recursos. Outra medida do governo Collor foi liberar as importações de veículos, onde mesmo pagando alíquota de 85%, o Lada Niva era mais barato que os jipes produzidos pela Gurgel.
25. Tentando se manter viva no mercado, a Gurgel lançou em 1992 o Supermini. Atolada em dívidas e enfraquecida no mercado pela concorrência das transnacionais, a Gurgel entrou em concordata em junho de 1993. Pediu ao governo um financiamento de US$ 20 milhões que foi negado. A fábrica encerrou suas atividades em 1994. A montadora produziu mais de 40 mil veículos genuinamente brasileiros durante seus 25 anos de existência
26. Irmãos Campana Humberto, nascido em 1953 em Rio Claro-SP, formou-se em Direito pela USP em 1977. Fernando, nascido em 1961 em Brotas-SP, formou-se em Arquitetura pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo em 1984. Hoje são, reconhecidos pela crítica especializada, como designers de maior criatividade deste início do século XXI.
27. Produtos Industrializados 1998 - Coleção de cadeiras de cordas de algodão fabricadas por Edra/Mazzei, Perignano, Italia.
28. 1997 - Cadeira Cone fabricada por Edra/Mazzei, Perignano, Italia. 1999 - Coleção de bancos Zig Zag fabricados por Edra/Mazzei, Perignano Italia.
29. 2000 - Luminária Bambu fabricada por Fontana Arte, Milão, Italia.
30. 2000 - Mesas Tatoo fabricadas por Fontana Arte, Milão Itália .
31. 2000 - Mesa Inflável fabricada pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MOMA), EUA.
36. REFERÊNCIAS SOUZA, Pedro Luís Pereira de - ESDI - Biografia de uma idéia . Rio de Janeiro: Editora UERJ, 1996. http://www.cadonato.com.br/pgobjsrodr.html http://www.sergiorodrigues.com.br/ http://www.acasa.org.br/autor.php?id=699 http://www.modavestuario.com/129resgatandoumaparceria.pdf http://designbrasil.org.br/portal/almanaque/enciclopedia_exibir.jhtml?idLayout=10&id=347 http://casa.abril.com.br/noticias/noticias_267995.shtml http://veja.abril.com.br/070198/p_080.html
O jipe era equipado com a tradicional, simples e robusta mecânica Volkswagen refrigerada a ar, com motor e tração traseiros. O acesso ao motor nunca foi dos mais favoráveis: era feito por uma tampa estreita e não muito comprida. O chassi era uma união de plástico e aço (projeto patenteado pela Gurgel desde o início de sua aplicação, denominado Plasteel), que aliava alta resistência a torção e difícil deformação. A carroceria era em plástico reforçado com fibra-de-vidro (FRP). Conta-se que, na fábrica, existia um taco de beisebol para que os visitantes batessem forte sobre a carroceria para testar a resistência. Não amassava, mas logicamente o teste pouco comum era feito antes de o carro receber pintura. Além do Plasteel, outro recurso interessante do Xavante era o Selectraction. Tratava-se de um sistema movido por alavancas, ao lado do freio de estacionamento, para frear uma das rodas traseiras. Era muito útil em atoleiros, pois freando uma das rodas que estivesse girando em falso - característica de todo diferencial - a força era transmitida à outra, facilitando a saída do barro. Com este sistema o carro ficava mais leve e econômico do que se tivesse tração nas quatro rodas e a eficiência era quase tão boa quan Em 1974 a Gurgel apresentava um pioneiro projeto de carro elétrico. O Itaipu, alusão à usina hidrelétrica, era bastante interessante: ótima área envidraçada, quatro faróis quadrados e um limpador sobre o enorme pára-brisa, que tinha a mesma inclinação do capô traseiro. Visto de lado, era um trapézio sobre rodas. Era um minicarro de uso exclusivamente urbano para duas pessoas, fácil de dirigir e manobrar, que usava baterias recarregáveis em qualquer tomada de luz, como um eletrodoméstico.
m projeto que não parte de conceitos teóricos, mas de um natural espírito de observação, muito pessoal, subjetivo. o primeiro impacto na obra de Fernando e Humberto nos atinge pela simplicidade, pela quase obviedade dos materiais escolhidos. Folhas de policarbonato e chapas de acrílico obedecem a dobraduras e moldagens, muitas vezes manuais.