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JORNAL ESTADO /5bAnápolis, 18 a 24 de maio de 2013
Crônica
Dia da vitória
JOÃO ASMAR
Jornalista
N
o dia 8 deste mês
demaio,nomun-
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comemorada a data como
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o grito de alarme, quando
explodiuaprimeirabomba
jogada pelos alemães sobre
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À distância, embora,
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tos, como testemunha
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ções diárias que nos che-
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namento do Brasil com os
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aliados. Aliás, isso já vinha
de longe. Na invasão da Itá-
lia contra a Abissínia, Mus-
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agradecimentos à América
Latina, principalmente ao
Brasil, pela ajuida que lhe
foi dada, sobretudo com
matéria prima e alimentos”
Pouco depois, come-
çaram os torpedeamentos
dos nossos navios mercan-
tes, em nosso território,
com alarde na imprensa
mundial, acusando como
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rinos. Esses nunca apare-
ceram e nem foram noti-
ciadas suas destruições.
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xando-me duvidoso, foi o
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foram os ingleses, como
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ção contra o governo, que
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gime, ditatorial, copiado
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multidões. Promovem re-
voluções, alimentam guer-
ras, matam e eliminam
valores, idealistas, - John
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tin Luther King, Mahatma
Gandhi – e tantos márti-
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com O DIA DAVITÓRIA.
Criação colocada à prova
Uma rede social de ex-
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designers do mundo todo
se concretiza em uma pro-
posta de apresentação de
portfólios e debate em Aná-
polis, através do Behance
Portfólio Reviews. Iniciado
no dia 13, o evento prosse-
gue até dia 20, espontane-
amente, em diversas partes
do mundo. Um grupo ana-
polino cadastrado na rede
se envolveu nessa propos-
ta, na última segunda-feira
(13),noBlocoFdaUnievan-
gélica. Além dos interessa-
dos no tema, participaram
alunosdocursotecnológico
de Design Gráfico e aqueles
matriculados na Publicida-
de e Propaganda.
O Behance é uma pla-
taforma online que foi de-
senvolvida com o intuito
de aproximar portfólios
de trabalhos artísticos nas
categorias de redação, pu-
blicidade, artes plásticas,
fotografia, desenvolvimen-
to tecnológico, programa-
ção, ilustração e design em
suas distintas especifica-
ções. A rede além de abrir
o acesso para portfólios
em todas essas áreas tor-
nou-se também um grande
espaço virtual para gerar
oportunidades de convite
para trabalhos e projetos
criativos com empresas e
outros grupos. O Behance é
um dos maiores acervos de
projetos criativos no mun-
do: são mais de 4 milhões
de documentos do tipo
postados até essa semana.
As etapas do evento con-
sistem no envio dos proje-
tos com um prazo (neste
caso, enviados até o dia 4
deste mês), a banca orga-
nizadora do evento exami-
na os trabalhos, seleciona
quatro e logo depois é feita
a apresentação em públi-
co, com as críticas da cura-
doria. A organização do
Behance Portfólio Reviews
em Anápolis acredita que é
possui realizar três edições
a cada ano.
O auditório do Bloco F
ficou lotado, ao menos 250
pessoas estavam no local
acompanhando a apresen-
tação dos trabalhos selecio-
nados de Rafael Sarmento,
Willian Villas Boas, Maycol
Douglas e a dupla Bruno
Sousa e Bruna Lopes. Na
curadoria estiveram Breno
Martins (Agência Mono-
dois), Priscila Rodrigues
(professora em Design
Gráfico e sócia do Estúdio
OPS!) e Rodrigo Francisco (
Agência BR/BAUEN).
O curso de Design Grá-
fico da Unievangélica
abrigou o evento e o coor-
denador Allyson Barbosa
apontou a importância da
iniciativa para os alunos,
tendo em vista que parte
do grupo organizador são
de egressos do curso. “Este
evento tem a importância
de realizar o intercâmbio
entre a academia e merca-
do profissional, principal-
mente na visibilidade dos
portfólios,porqueesteéum
dos pontos mais importan-
tes para o aluno de design
gráfico, principalmente no
sentido de apresentar pu-
blicamente o seu projeto.”,
afirmou Allyson Barbosa.
Outro curso presente
foi o de Publicidade e Pro-
paganda, da Faculdade
Anhanguera. “A iniciativa
do evento foi ao encontro
da carência de profissionais
e trabalhos aqui na cidade
e isso desperta no aluno a
busca pelo passo a passo do
processocriativovisualizan-
do o público, o cliente e os
seus ícones na formação da
marca”, explicou a professo-
ra coordenadora Andressa
Carmona. Ela apontou ain-
da que apesar de serem áre-
as de atuação específicas,
para o publicitário também
é importante despertar essa
metodologia no processo
criativo, principalmente no
trabalho com a marca.
O grupo que materiali-
zou o encontro da rede em
Anápolis é o FBKAN, com-
posto por Luís Feitoza, Ja-
ckeline Kückelhaus, Frank
Michael, Victor Riccardi e
Osilmar Mendonça – todos
sãoalunosegressosdoscur-
sos de Design Gráfico, En-
genharia de Computação e
Publicidade e Propaganda.
“Como sentimos falta de
reunir o público dessa área
e como também fazemos
parte da plataforma, quise-
mos trazer o Portfólio Re-
views para Anápolis. Temos
a esperança que este even-
to comece a suprir a carên-
cia de designers na cidade”,
afirmou o coordenador do
evento Luís Feitoza.
Feitoza disse que a ci-
dade é carente nessa área
de projetos. “Tanto é que
entre os quatro seleciona-
dos para essa edição, um é
anapolino e ainda por cima
o trabalho desenvolvido
por ele foi para a cidade
de Palmas (TO), a partir de
uma agência daqui”. Se-
gundo Luís Feitoza, muitos
egressos do curso que se
dedicam a profissão saem
da cidade devido a essa fal-
ta de amadurecimento do
mercado, tanto no ponto
de vista do mercado quan-
to na mentalidade da classe
profissional.
CURADORIA, organização e participantes posam para a foto final do Behance Portfólio Reviews: criatividade reunida
O violonista Sidney Barros, o Mestre
Gamela (foto), morreu em Anápolis na
tarde de quinta-feira (16), aos 70 anos
de idade, devido a uma infecção gene-
ralizada provocada por uma colecistite
(inflamação da vesícula biliar). Sidney
BarrosnasceuemBarretos,emSãoPau-
lo, e há 30 anos fez opção por Anápolis
para viver. Gamela começou sua traje-
tória aos 17 anos, em composições e ar-
ranjos para músicos como Nelson Gon-
çalveseMaysa.Eleteveseuaprendizado
de maneira autodidata se inspirando
em João Gilberto e Luis Bonfá, e esteve
presente em orquestras de São José do
Rio Preto (SP). Como professor, iniciou
músicos como Dado Villa Lobos, Zélia
Duncan, Cássia Eller e Nelson Farias
com seu método “A Arte doViolão Solo”,
que preparou durante 10 anos.A morte
de Mestre Gamela teve grande repercus-
são nas redes sociais, com homenagens
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  • 1. JORNAL ESTADO /5bAnápolis, 18 a 24 de maio de 2013 Crônica Dia da vitória JOÃO ASMAR Jornalista N o dia 8 deste mês demaio,nomun- do inteiro, inclu- sive no Brasil, foi comemorada a data como o “Dia da Vitória”. Isso por- que há 68 anos terminava a maior guerra, que asso- lou o mundo, em todos os temos. Acompanhei pelo rádio, com as vibrantes palavras do saudoso e elo- quente locutor, Carlos Fria o grito de alarme, quando explodiuaprimeirabomba jogada pelos alemães sobre o Corredor Polonês. À distância, embora, já chegado à maior idade, como estudante, estive atento aos acontecimen- tos, como testemunha ocular da história, racio- cinando e formando juízo pelas notícias e informa- ções diárias que nos che- gavam pelo rádio, jornais, revistas e cinema.. O conflito, de gigantes- cas proporções, foi conse- quência do primeiro, do século,queduroude1914a 1918. Quando a Alemanha foi derrotada pelos aliados, França e Inglaterra, no bos- que de Copiégne, ao che- garem os generais alemães, vencidos, para a assinatura do armistício receberam a sentença, que dir-se-ia fosse o estopim da segun- da, medonha e catastrófica guerra que nos arrastou ao sacrifício. Receberam do General Foch, comandante vencedor, a dura sentença: “Ossenhoresnãovierapara discutir nada, mas, para re- ceber ordens”. Poucodepois,ofamosoe malsinado “Tratado de Ver- salhes”, documento da ca- pitulação alemã, impunha a esse país uma dívida de guerra monstruosa. O valor correspondia a tantas mo- edas de ouro, de dois centí- metroscadauma,colocadas lado a lado, em linha, da- riam uma volta inteira, pelo Equador, subiriam por um meridiano, passando pelo polo norte, desceriam pelo lado oposto, chegariam ao polo sul. Subindo ao poder, em 1933, Hitler denunciou oTratadoenadapagou. SobreaentradadoBrasil naguerra,comadeclaração formal, em 22 de agosto de 1942, contra a Alemanha e a Itália, países com os quais o Brasil sempre manteve boas relações de amizade e comércio, abrigando, aqui, milharesdeimigrantes,que- seintegraramànossasocie- dade, à evidência dos fatos e do desenrolar do conflito, fiquei surpreso e jamais me convencicomasrazõesque motivaram o rompimento. Fui tomado pela dúvida, que permanece. Fortes e convincentes razões ainda me perturbam e, diante do que ficou registrado na his- tória, a minha consciência me advertede que a vida foi sempre assim: “O vencedor dita a história... a “verdade” que lhe convém”. Ora, o que tomei conhe- cimento, naquele fatídico mês de agostofoi que o PresidenteVargas, no velho navio “Minas Gerais”, dias antes dos afundamentos dos nossos navios mercan- tes, nas costas do nordeste, “Baipendi”,“Bedengó”“Bu- arquedeMacedo”,“Marcílio Dias” e outros, pronunciou um discurso, com o qual ressaltava o bom relacio- namento do Brasil com os doispais,emguerracomos aliados. Aliás, isso já vinha de longe. Na invasão da Itá- lia contra a Abissínia, Mus- solinefezpublicar“elogiose agradecimentos à América Latina, principalmente ao Brasil, pela ajuida que lhe foi dada, sobretudo com matéria prima e alimentos” Pouco depois, come- çaram os torpedeamentos dos nossos navios mercan- tes, em nosso território, com alarde na imprensa mundial, acusando como autores da agressão, os alemães, com seus subma- rinos. Esses nunca apare- ceram e nem foram noti- ciadas suas destruições. Outro particular que mais me perturbou, dei- xando-me duvidoso, foi o fato concreto que, depois da declaração de guerra do Brasil contra os países do “Eixo” não mais ocorreram outros afundamentos e nem qualquer ato agressivo em nossos mares. Por outro lado, na épo- ca, sobretudo nos estados do sul, onde mais se con- centravam os imigrantes europeu, italianos, ale- mães, poloneses, circulou a notícia, em jornais, logo abafados, de que quem, na verdade, agrediu as embarcações brasileiras foram os ingleses, como estratagema paraprovo- car a revolta da popula- ção contra o governo, que adotava aqui o mesmo re- gime, ditatorial, copiado dos de lá. Tanto é que, ter- minada a guerra, poucos meses após, em 29 de ou- tubro, Getúlio era deposto do poder. Durante esse longo tempo,sessentaeoitoanos passados,quandoforamle- vados para o sacrifício mi- lhares de brasileiros, ao se comemorarodiadavitória, ainda me pergunto? Que vitória! O que ganhamos?... 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Além dos interessa- dos no tema, participaram alunosdocursotecnológico de Design Gráfico e aqueles matriculados na Publicida- de e Propaganda. O Behance é uma pla- taforma online que foi de- senvolvida com o intuito de aproximar portfólios de trabalhos artísticos nas categorias de redação, pu- blicidade, artes plásticas, fotografia, desenvolvimen- to tecnológico, programa- ção, ilustração e design em suas distintas especifica- ções. A rede além de abrir o acesso para portfólios em todas essas áreas tor- nou-se também um grande espaço virtual para gerar oportunidades de convite para trabalhos e projetos criativos com empresas e outros grupos. O Behance é um dos maiores acervos de projetos criativos no mun- do: são mais de 4 milhões de documentos do tipo postados até essa semana. As etapas do evento con- sistem no envio dos proje- tos com um prazo (neste caso, enviados até o dia 4 deste mês), a banca orga- nizadora do evento exami- na os trabalhos, seleciona quatro e logo depois é feita a apresentação em públi- co, com as críticas da cura- doria. A organização do Behance Portfólio Reviews em Anápolis acredita que é possui realizar três edições a cada ano. O auditório do Bloco F ficou lotado, ao menos 250 pessoas estavam no local acompanhando a apresen- tação dos trabalhos selecio- nados de Rafael Sarmento, Willian Villas Boas, Maycol Douglas e a dupla Bruno Sousa e Bruna Lopes. Na curadoria estiveram Breno Martins (Agência Mono- dois), Priscila Rodrigues (professora em Design Gráfico e sócia do Estúdio OPS!) e Rodrigo Francisco ( Agência BR/BAUEN). O curso de Design Grá- fico da Unievangélica abrigou o evento e o coor- denador Allyson Barbosa apontou a importância da iniciativa para os alunos, tendo em vista que parte do grupo organizador são de egressos do curso. “Este evento tem a importância de realizar o intercâmbio entre a academia e merca- do profissional, principal- mente na visibilidade dos portfólios,porqueesteéum dos pontos mais importan- tes para o aluno de design gráfico, principalmente no sentido de apresentar pu- blicamente o seu projeto.”, afirmou Allyson Barbosa. Outro curso presente foi o de Publicidade e Pro- paganda, da Faculdade Anhanguera. “A iniciativa do evento foi ao encontro da carência de profissionais e trabalhos aqui na cidade e isso desperta no aluno a busca pelo passo a passo do processocriativovisualizan- do o público, o cliente e os seus ícones na formação da marca”, explicou a professo- ra coordenadora Andressa Carmona. Ela apontou ain- da que apesar de serem áre- as de atuação específicas, para o publicitário também é importante despertar essa metodologia no processo criativo, principalmente no trabalho com a marca. O grupo que materiali- zou o encontro da rede em Anápolis é o FBKAN, com- posto por Luís Feitoza, Ja- ckeline Kückelhaus, Frank Michael, Victor Riccardi e Osilmar Mendonça – todos sãoalunosegressosdoscur- sos de Design Gráfico, En- genharia de Computação e Publicidade e Propaganda. “Como sentimos falta de reunir o público dessa área e como também fazemos parte da plataforma, quise- mos trazer o Portfólio Re- views para Anápolis. Temos a esperança que este even- to comece a suprir a carên- cia de designers na cidade”, afirmou o coordenador do evento Luís Feitoza. Feitoza disse que a ci- dade é carente nessa área de projetos. “Tanto é que entre os quatro seleciona- dos para essa edição, um é anapolino e ainda por cima o trabalho desenvolvido por ele foi para a cidade de Palmas (TO), a partir de uma agência daqui”. Se- gundo Luís Feitoza, muitos egressos do curso que se dedicam a profissão saem da cidade devido a essa fal- ta de amadurecimento do mercado, tanto no ponto de vista do mercado quan- to na mentalidade da classe profissional. CURADORIA, organização e participantes posam para a foto final do Behance Portfólio Reviews: criatividade reunida O violonista Sidney Barros, o Mestre Gamela (foto), morreu em Anápolis na tarde de quinta-feira (16), aos 70 anos de idade, devido a uma infecção gene- ralizada provocada por uma colecistite (inflamação da vesícula biliar). Sidney BarrosnasceuemBarretos,emSãoPau- lo, e há 30 anos fez opção por Anápolis para viver. Gamela começou sua traje- tória aos 17 anos, em composições e ar- ranjos para músicos como Nelson Gon- çalveseMaysa.Eleteveseuaprendizado de maneira autodidata se inspirando em João Gilberto e Luis Bonfá, e esteve presente em orquestras de São José do Rio Preto (SP). Como professor, iniciou músicos como Dado Villa Lobos, Zélia Duncan, Cássia Eller e Nelson Farias com seu método “A Arte doViolão Solo”, que preparou durante 10 anos.A morte de Mestre Gamela teve grande repercus- são nas redes sociais, com homenagens defamososeanônimos.Oenterrofoina sexta-feira(17),noCemitérioParque. Morre Mestre Gamela