1. “Além as Estrelas são a Nossa Casa”
Estou sentada no cadeirão de pele que a avó Lucinda oferecera à minha mãe como
prenda do seu casamento. Observo o céu negro como a escuridão e aprecio os milhares de
pontos que ali sobressaem. Disseram-me que esses pequenos e brilhantes pontos se chamam
estrelas, mas eu acredito que naquele vazio se encontra Marte, o nosso vizinho que tantas
dores de cabeça têm caudado aos astrónomos. Sempre tive uma paixão secreta e platónica
por Marte, uma planeta tão bonito e maravilhoso. Como será viver em Marte?
Se eu vivesse no planeta vermelho… de certeza que tudo seria excêntrico. Já me estou
a imaginar a pular e a saltar naqueles montes de areia, a correr com os meus novos amigos
extraterrestres, mas claro, sempre protegida com aqueles fatos espaciais que fornecem
oxigénio e que estão reforçados por camadas de protecção.
A minha casa seria grande, mas seria numa nave, e o meu quarto teria imensas
fotografias do Universo e principalmente da Terra, que de vez em quando vinha visitar, porque
todos os dias chorava oceanos e mares por não me ter perto de si.
Senti uma mão doce e reconfortante tocar-me nas minhas delicadas costas:
- Mãe, queria tanto viajar até Marte!- afirmai.
- Mas tu vais, querida! “Além as Estrelas são a Nossa Casa”. E tu podes ir onde
quiseres, se acreditares nos teus sonhos!