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ARILENE FRANKLIN CHAVES
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
Levantamento e Classificação dos solos
Bacharelado em Agronomia
1
Limoeiro do Norte, CE
INTRODUÇÃO
2
CLASSIFICAR
✓ Distribuir em classes e/ou grupos segundo sistema ou método de
classificação.
CONCEITUAÇÃO
3
CLASSIFICAÇÃO
✓ São esquemas organizados pelo homem para atender seus
objetivos;
✓ Não são verdades propriamente ditas que possam ser descobertas;
✓ Não são estatísticas (requerem mudanças a medida que o
conhecimento avança);
✓ Inclui taxonomia, mas também inclui grupamento de solos.
CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
4
ACLASSIFICAÇÃO PODE TER VÁRIAS FINALIDADES
✓ Classificação natural, taxonômica ou pedológica, que são
baseadas em propriedades observadas;
✓ Usa critérios morfológicos relacionados aos processos de
formação dos solos para definir as classes do sistema;
✓ Visa organizar todo o conhecimento;
CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
CLASSIFICAÇÕES NATURAIS OU TAXONÔMICAS
FAO/UNESCO
(Internacional)
5
Soil Survey Staff
(Americano)
SiBCS
(Brasileiro)
http://www.nrcs.usda.gov/wps/portal/n
rcs/detail/soils/survey/class/?cid=nrcs1
42p2_053580
Brasil (1970)
Camargo (1987)
EMBRAP
A(1999)
EMBRAP
A (2006)
EMBRAP
A(2013)
CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
8
CLASSIFICAÇÃO TÉCNICAOU INTERPRETATIVA
✓ Quando voltada para um problema específico, levando-se em
consideração apenas os atributos pertinentes aos problemas.
UTILIZAÇÃO
✓ Determinar o potencial de uso das terras baseadas em diferentes
informações ambientais, sociais e econômicos para um ou mais
tipos de utilização.
CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
CLASSIFICAÇÕES TÉCNICAS OU INTERPRETATIVAS
9
BREVE HISTÓRICO DA CLASSIFICAÇÃO
Aproximadamente 10.000
o homem deixa de ser nômade
e passa a cultivar a terra
Adota uma classificação
rudimentar
11
BREVE HISTÓRICO DA CLASSIFICAÇÃO
12
13
SURGIMENTO DA CLASSIFICAÇÃO RUDIMENTAR
ESTUDOS SOBRE ARELAÇÃO DO CLIMA COM AGÊNESE E EVOLUÇÃO DO SOLO
Antes das descobertas
de Dokuchaev, o solo
era considerado um
produto somente da
transformação físico-
química da rocha.
Mostrou com clareza absoluta
as leis que ligam a distribuição
de climas, vegetação, também
as paisagens em nosso planeta
com a existência dos Solos.
Propôs a 1ª
classificação :
conhecida como
climática dos solos.
Morfologia como base;
Horizontes como produtos de
fatores; Ênfase no clima e
vegetação. 15
LEI DA SAZONALIDADE
INTRAZONAIS
✓ Fatores locais predominam em sua formação
salinidade, relevo,etc.).
(drenagem,
Vertissolos (Grumossolo):
natureza argilosa; boa
fertilidade.
Halomórfico ou Salino: Solos com quantidades
excessivas de sais, (baixa fertilidade). Típicos de
locais áridos ou semi-áridos ou de estuários.
Hidromórfico: Típicos de
locais alagados temporária
ou permanentemente. 33
LEI DA SAZONALIDADE
AZONAIS
✓ Aparecem nas formações modernas (areias ou aluviões) ou rochas
mais antigas (erosão arrastou o solo e expôs o material originário),
geralmente não possuem horizonte B.
Regossolo: Formam-se de rochas não consolidadas
(areias do litoral: Minho, Beira Litoral, Caparica ao
Cabo Espichel, península de Tróia).
Litólicos (Cambissolo):
pouco evoluídos, de rochas
não calcárias.
34
LEI DA SAZONALIDADE
AZONAIS
✓ Litossolo: Derivam de rochas consolidadas, espessura
<10 cm, sujeitos a forte erosão, típico de relevo
inclinado;
✓ Aluviossolo: Formam-se nas aluviões (vales dos rios);
✓ Coluviossolo: Solos de baixas, forma-se com material
arrastado das encostas.
19
✓Em 1906, defendeu sua tese de
doutorado (Investigações em Erosão), na
qual ele informou as etapas de intempérie
e a conversão de minerais primários em
minerais secundários.
1975 “U. S. Soil Taxonomy”
12 ordens (2010– 11ª Ed.) .
1998: WRB (World Reference
Base for Soil Resources)
37
s: propriedade do solo;
o: organismos vivos;
t : tempo.
cl: clima;
mp: material parental;
s = f (cl, o, r, mp, t, ...)
HANS JENNY (1899-1992): FA
TORES DE FORMAÇÃO DO
SOLO
✓ Estabeleceu a relação matemática geral que
relaciona propriedades do solo com fatores
independentes de formação do solo:
27
BREVE HISTÓRICO DA CLASSIFICAÇÃO
✓ Gerasimov (1975) sintetizou a ação dos processos pedogenéticos
na seguinte sequência hierárquica:
Dificuldade de observação.
Estímulo do uso de
propriedades diagnósticas.
25
SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
26
NO BRASIL
✓ Início de 1947: Comissão de Solos (SNPA) o inventário nacional;
✓ RJ (1958) e SP (1960): baseada nas aproximações americanas;
✓ Baldwing Baldwing et al. (1938) et al. (1938) e Thorp & Smith
(1949);
✓ Regossolo, Solo Aluvial, Solonchak, Solonetz, Planossolo,
Gleissolo, Brunizém, Brunizém Avermelhado, Podzol, Solo Bruno
Não Cálcico.
SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
AVANÇO DE CONHECIMENTOS
INADEQUAÇÕES
DEMANDA
27
SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
28
✓ Em 1978: SNLCS Comissão de Classificação;
✓ “Desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Classificação de
Solos”;
✓ 03 aproximações (1980, 1981 e 1988): reservado;
✓ “Conceituação sumária de classes de solos e critérios para
subdividi para subdividi-las (Jacomine Jacomine, 1979);
classes de solos recém
✓ “Conceituação sumária de algumas
reconhecidas nos levantamentos e estudos de correlação do
SNLCS” (EMBRAPA, 1982);
SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
✓ Em 1995:
participação
científica;
retomada com
da comunidade
✓ Em 1999:
divulgada
Edição);
4ª aproximação
e publicada (1ª
✓ Em 2006: 2ª Edição revisada e
alterada;
✓ Em 2013: 3ª Edição revista e
ampliada. 42
CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
30
SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
31
1. MORFOGENÉTICO
2. ABERTO
3. HIERÁRQUICO
4. ABRANGÊNCIANACIONAL
5. MULTICATEGÓRICO
SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
1. MORFOGENÉTICO
✓ Baseia-se na pedogênese (morfologia, física, química e
mineralogia).
32
SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
2.ABERTO
✓ Permite a inclusão e retirada de informações.
Levantamentos de solos.
RCC (Reuniões de
Classificação e
Correlação de Solos).
Dissertações, teses, artigos.
Fontes de informações
para abastecer o sistema.
33
SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
3. HIERÁRQUICO
✓ Classes organizadas em diferentes níveis.
1º Nível: Latossolos
2° Nível: Latossolos
Amarelos
3° Nível: Latossolos
Amarelos Distróficos
4º Nível: Latossolos
Amarelos Distróficos
petroplinticos 34
SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
4.ABRANGÊNCIANACIONAL
✓ Distribuição dos solos no Brasil
baseado no Mapa de Solos do Brasil,
atualizado segundo o atual Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos.
35
SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
5. MULTICATEGÓRICO
36
(Imagem retirada do livro 19 lições de pedologia, publicado pela Oficina de Textos)
Como identificar um solo no primeiro nível categórico (ordem)?
• Para identificar a classe de um determinado solo, temos que conhecer sua descrição
morfológica e o resultado de suas análises de laboratório.
• Com isso, será possível identificar os horizontes diagnósticos superficiais e subsuperficiais,
bem como os principais atributos diagnósticos.
• Feito isso, deve-se consultar a chave de identificação da categoria mais elevada, onde os
solos foram primeiro organizados com base na presença ou ausência de atributos que
refletem sua gênese: as ordens.
• Identificando os horizontes e os atributos diagnósticos e seguindo a chave, poderemos
verificar, por exemplo, que um perfil de solo que não apresentar horizonte hístico com mais
de 40 cm de espessura e sem qualquer dos horizontes B diagnósticos deve ser enquadrado
na classe ou ordem dos Neossolos.
O segundo nível categórico: as subordens
• No nível de subordem, as classes apresentam atributos que refletem a atuação de processos
pedogenéticos que agiram conjuntamente ou afetaram os processos dominantes já considerados para
separar os solos no primeiro nível categórico.
• Esses atributos, além de ressaltar a presença ou ausência de outros horizontes diagnósticos não
considerados no nível de ordem, incluem características diferenciais que representam variações dentro
das classes do primeiro nível, como a cor do horizonte B.
Por exemplo, um solo primeiramente enquadrado na classe dos Neossolos poderá pertencer a uma das
quatro subordens:
1.Neossolo Litólico (se tiver horizonte A assentado diretamente sobre rocha);
2.Neossolo Flúvico (horizonte A sobre horizonte C, de origem fluvial);
3.Neossolo Regolítico (quando o horizonte A está sobre o C, oriundo diretamente de rocha decomposta);
4.Neossolo Quartzarênico (quando o horizonte A está assentado diretamente sobre um horizonte C onde
predomina areia constituída de quartzo).
O terceiro nível categórico: os grandes grupos
• No terceiro nível categórico estão os grandes grupos, que representam subdivisões das subordens
baseadas no tipo, no arranjo e no grau de expressão dos horizontes, com ênfase na atividade da
argila e na saturação do complexo de adsorção por bases ou por alumínio, ou por sódio e/ou por sais
solúveis.
• Algumas características que restringem e/ou afetam o desenvolvimento de raízes foram também
consideradas, bem como teores de óxidos de ferro em algumas subordens dos Latossolos.
• Por exemplo, o perfil de um solo identificado como Neossolo Flúvico deverá ser enquadrado em uma
das classes dos sete grandes grupos previstos para essa subordem; entre eles está o Neossolo
Flúvico Sódico, que apresenta alta saturação por sódio.
O quarto nível categórico: os subgrupos
• No quarto nível categórico, o de subgrupos, os solos são agrupados em classes que se
distinguem por características que representam o conceito central da classe e por outras
que indicam se tal conceito é intermediário para o primeiro, o segundo ou o terceiro nível
categórico.
• Consideram-se também algumas características extraordinárias, por exemplo, os solos
afetados por atividades antrópicas, que são adjetivados como antropogênicos.
• Dessa forma, um solo enquadrado como Neossolo Flúvico Sódico poderá enquadrar-se
em um dos três subgrupos previstos para essa classe, entre os quais estão o Neossolo
Flúvico Sódico típico e o Neossolo Flúvico Sódico vértico – o primeiro mais típico do
grande grupo e o segundo, com características intermediárias para a classe dos
Vertissolos.
O quinto nível categórico: famílias
• O quinto nível categórico (famílias), foi definido recentemente e ainda está em discussão.
• As famílias estão sendo provisoriamente definidas com base em propriedades físicas, químicas
e mineralógicas, e em propriedades que refletem condições ambientais não consideradas nas
categorias anteriores.
• Nesse nível, consideram-se características para fins de utilização agrícola e não agrícola dos
solos como atributos diferenciais.
• Foi estabelecida a seguinte sequência na designação da família:
a) grupamento textural;
b) distribuição de cascalho e concreções no perfil;
c) constituição esquelética do solo;
d) tipo de horizonte A (que não tenha sido utilizado em outros níveis categóricos);
e) saturação por bases (especificação do estado de saturação, como hiper, meso, epi etc.);
f) saturação por alumínio;
g) teor de óxidos de ferro;
h) caráter alofânico;
i) características especiais pedogenéticas ou decorrentes do uso;
j) profundidade;
k) reação do solo.
• O sexto nível categórico, ainda não estruturado, deverá ser a categoria que engloba as classes mais
homogêneas do sistema, correspondente ao nível de séries de solos.
• Uma série deverá compreender solos pedogeneticamente idênticos, situados em áreas onde dominam
pedons com horizontes similares, no que diz respeito às feições da paisagem e dos horizontes do perfil
do solum.
• Para identificar unidades de mapeamento correspondentes às séries, normalmente são levadas em conta
a forma do terreno, a morfologia dos horizontes, a natureza do material de origem e a drenagem interna.
• Elas são consideradas um dos principais meios pelos quais informações detalhadas acerca de um solo em
determinado lugar podem ser projetadas para solos similares em outros locais.
• Para a nomenclatura das séries serão utilizados nomes próprios, geralmente referenciados a lugares onde
a série foi primeiramente reconhecida, descrita e oficialmente registrada.
O sexto nível categórico: séries
(Imagem retirada do livro 19 lições de pedologia, publicado pela Oficina de Textos)
Quadro que apresenta os principais horizontes e atributos diagnósticos do solo e suas definições
simplificadas segundo o SiBCS
HORIZONTES E ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS
“TIJOLOS”ALICERCE DO SISTEMA
✓ 39Atributos diagnósticos;
✓ 9 Outros atributos;
✓ 7 Horizontes diagnósticos
de superfície;
✓ 17 Horizontes diagnósticos
de subsuperfície.
45
RESUMO
46
✓ O solo pode ser provisoriamente classificado no campo, logo
após um cuidadoso exame e descrição da morfologia de seus
horizontes;
✓ Para confirmar a classificação do campo, torna-se necessário
esperar pelos resultados das análises de laboratório;
✓ Para classificar devidamente qualquer conjunto de solos em um
determinado nível categórico, é necessário agrupar os solos
semelhantes e subdividir os diferentes;
RESUMO
47
✓ O atributos diagnósticos, além de estarem relacionados com a
pedogênese, devem ser passíveis de medição no campo ou no
laboratório;
✓ Ainda existe muito a ser estudado sobre classificação de solos
antes que surja uma classificação de caráter universal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
48
✓ A classificação de solos por si só não tem significado prático,
contudo, por organizar conhecimento, é ferramenta preditiva e
sujeita a aperfeiçoamento;
✓ Quando aplicado a mapas de solos a classificação reveste-se de
grande importância, fazendo ligação entre a legenda e a paisagem
expresso pelos delineamentos contidos nos mapas;
✓ A planificação do uso do solo, faz-se presente a concepção de uso
sustentável, de preservação do meio ambiente, razão pela qual o
solo deve ser encarado pelo seu volume e não apenas pela sua
camada arável.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
-TEIXEIRA, Wilson. FAIRCHILD, Thomas Rich. TOLEDO, M. Cristina Motta
de. TAIOLI, Fabio. Decifrando a Terra – 2a edição. Companhia Editora Nacional.
São Paulo. 2009.
- LEPSCH, Igo F. Formação e Conservação Dos Solos. Ofina de Textos. São
Paulo. 2002.
- OLIVEIRA, J.B. Pedologia aplicada. 4. ed. Piracicaba: FEALQ, 2011. 592 p.
- EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Sistema
brasileiro de classificação de solos. 3. ed. Ver. Ampl. – Brasília, DF:: Embrapa,
2013. 353 p. 53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- United States Department of Agriculture. Soil Conservation Service. Keys to
Soil Taxonomy. Twelfyh Edition, 2014. 353p.
- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manual
Técnico de Pedologia. 2ª Ed. Rio de Janeiro: IBGE. 2007. 316p.
- LEMOS, Raimundo Costa de. Manual de descrição e coleta de solo no campo.
2. ed. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1982. 45 p
54

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  • 1. ARILENE FRANKLIN CHAVES Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Levantamento e Classificação dos solos Bacharelado em Agronomia 1 Limoeiro do Norte, CE
  • 2. INTRODUÇÃO 2 CLASSIFICAR ✓ Distribuir em classes e/ou grupos segundo sistema ou método de classificação.
  • 3. CONCEITUAÇÃO 3 CLASSIFICAÇÃO ✓ São esquemas organizados pelo homem para atender seus objetivos; ✓ Não são verdades propriamente ditas que possam ser descobertas; ✓ Não são estatísticas (requerem mudanças a medida que o conhecimento avança); ✓ Inclui taxonomia, mas também inclui grupamento de solos.
  • 4. CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS 4 ACLASSIFICAÇÃO PODE TER VÁRIAS FINALIDADES ✓ Classificação natural, taxonômica ou pedológica, que são baseadas em propriedades observadas; ✓ Usa critérios morfológicos relacionados aos processos de formação dos solos para definir as classes do sistema; ✓ Visa organizar todo o conhecimento;
  • 5. CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS CLASSIFICAÇÕES NATURAIS OU TAXONÔMICAS FAO/UNESCO (Internacional) 5 Soil Survey Staff (Americano) SiBCS (Brasileiro) http://www.nrcs.usda.gov/wps/portal/n rcs/detail/soils/survey/class/?cid=nrcs1 42p2_053580 Brasil (1970) Camargo (1987) EMBRAP A(1999) EMBRAP A (2006) EMBRAP A(2013)
  • 6.
  • 7.
  • 8. CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS 8 CLASSIFICAÇÃO TÉCNICAOU INTERPRETATIVA ✓ Quando voltada para um problema específico, levando-se em consideração apenas os atributos pertinentes aos problemas. UTILIZAÇÃO ✓ Determinar o potencial de uso das terras baseadas em diferentes informações ambientais, sociais e econômicos para um ou mais tipos de utilização.
  • 9. CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS CLASSIFICAÇÕES TÉCNICAS OU INTERPRETATIVAS 9
  • 10.
  • 11. BREVE HISTÓRICO DA CLASSIFICAÇÃO Aproximadamente 10.000 o homem deixa de ser nômade e passa a cultivar a terra Adota uma classificação rudimentar 11
  • 12. BREVE HISTÓRICO DA CLASSIFICAÇÃO 12
  • 14. ESTUDOS SOBRE ARELAÇÃO DO CLIMA COM AGÊNESE E EVOLUÇÃO DO SOLO
  • 15. Antes das descobertas de Dokuchaev, o solo era considerado um produto somente da transformação físico- química da rocha. Mostrou com clareza absoluta as leis que ligam a distribuição de climas, vegetação, também as paisagens em nosso planeta com a existência dos Solos. Propôs a 1ª classificação : conhecida como climática dos solos. Morfologia como base; Horizontes como produtos de fatores; Ênfase no clima e vegetação. 15
  • 16.
  • 17. LEI DA SAZONALIDADE INTRAZONAIS ✓ Fatores locais predominam em sua formação salinidade, relevo,etc.). (drenagem, Vertissolos (Grumossolo): natureza argilosa; boa fertilidade. Halomórfico ou Salino: Solos com quantidades excessivas de sais, (baixa fertilidade). Típicos de locais áridos ou semi-áridos ou de estuários. Hidromórfico: Típicos de locais alagados temporária ou permanentemente. 33
  • 18. LEI DA SAZONALIDADE AZONAIS ✓ Aparecem nas formações modernas (areias ou aluviões) ou rochas mais antigas (erosão arrastou o solo e expôs o material originário), geralmente não possuem horizonte B. Regossolo: Formam-se de rochas não consolidadas (areias do litoral: Minho, Beira Litoral, Caparica ao Cabo Espichel, península de Tróia). Litólicos (Cambissolo): pouco evoluídos, de rochas não calcárias. 34
  • 19. LEI DA SAZONALIDADE AZONAIS ✓ Litossolo: Derivam de rochas consolidadas, espessura <10 cm, sujeitos a forte erosão, típico de relevo inclinado; ✓ Aluviossolo: Formam-se nas aluviões (vales dos rios); ✓ Coluviossolo: Solos de baixas, forma-se com material arrastado das encostas. 19
  • 20. ✓Em 1906, defendeu sua tese de doutorado (Investigações em Erosão), na qual ele informou as etapas de intempérie e a conversão de minerais primários em minerais secundários.
  • 21.
  • 22. 1975 “U. S. Soil Taxonomy” 12 ordens (2010– 11ª Ed.) . 1998: WRB (World Reference Base for Soil Resources) 37
  • 23.
  • 24. s: propriedade do solo; o: organismos vivos; t : tempo. cl: clima; mp: material parental; s = f (cl, o, r, mp, t, ...) HANS JENNY (1899-1992): FA TORES DE FORMAÇÃO DO SOLO ✓ Estabeleceu a relação matemática geral que relaciona propriedades do solo com fatores independentes de formação do solo: 27
  • 25. BREVE HISTÓRICO DA CLASSIFICAÇÃO ✓ Gerasimov (1975) sintetizou a ação dos processos pedogenéticos na seguinte sequência hierárquica: Dificuldade de observação. Estímulo do uso de propriedades diagnósticas. 25
  • 26. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS 26 NO BRASIL ✓ Início de 1947: Comissão de Solos (SNPA) o inventário nacional; ✓ RJ (1958) e SP (1960): baseada nas aproximações americanas; ✓ Baldwing Baldwing et al. (1938) et al. (1938) e Thorp & Smith (1949); ✓ Regossolo, Solo Aluvial, Solonchak, Solonetz, Planossolo, Gleissolo, Brunizém, Brunizém Avermelhado, Podzol, Solo Bruno Não Cálcico.
  • 27. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS AVANÇO DE CONHECIMENTOS INADEQUAÇÕES DEMANDA 27
  • 28. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS 28 ✓ Em 1978: SNLCS Comissão de Classificação; ✓ “Desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos”; ✓ 03 aproximações (1980, 1981 e 1988): reservado; ✓ “Conceituação sumária de classes de solos e critérios para subdividi para subdividi-las (Jacomine Jacomine, 1979); classes de solos recém ✓ “Conceituação sumária de algumas reconhecidas nos levantamentos e estudos de correlação do SNLCS” (EMBRAPA, 1982);
  • 29. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS ✓ Em 1995: participação científica; retomada com da comunidade ✓ Em 1999: divulgada Edição); 4ª aproximação e publicada (1ª ✓ Em 2006: 2ª Edição revisada e alterada; ✓ Em 2013: 3ª Edição revista e ampliada. 42
  • 31. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS 31 1. MORFOGENÉTICO 2. ABERTO 3. HIERÁRQUICO 4. ABRANGÊNCIANACIONAL 5. MULTICATEGÓRICO
  • 32. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS 1. MORFOGENÉTICO ✓ Baseia-se na pedogênese (morfologia, física, química e mineralogia). 32
  • 33. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS 2.ABERTO ✓ Permite a inclusão e retirada de informações. Levantamentos de solos. RCC (Reuniões de Classificação e Correlação de Solos). Dissertações, teses, artigos. Fontes de informações para abastecer o sistema. 33
  • 34. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS 3. HIERÁRQUICO ✓ Classes organizadas em diferentes níveis. 1º Nível: Latossolos 2° Nível: Latossolos Amarelos 3° Nível: Latossolos Amarelos Distróficos 4º Nível: Latossolos Amarelos Distróficos petroplinticos 34
  • 35. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS 4.ABRANGÊNCIANACIONAL ✓ Distribuição dos solos no Brasil baseado no Mapa de Solos do Brasil, atualizado segundo o atual Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. 35
  • 36. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS 5. MULTICATEGÓRICO 36
  • 37. (Imagem retirada do livro 19 lições de pedologia, publicado pela Oficina de Textos)
  • 38. Como identificar um solo no primeiro nível categórico (ordem)? • Para identificar a classe de um determinado solo, temos que conhecer sua descrição morfológica e o resultado de suas análises de laboratório. • Com isso, será possível identificar os horizontes diagnósticos superficiais e subsuperficiais, bem como os principais atributos diagnósticos. • Feito isso, deve-se consultar a chave de identificação da categoria mais elevada, onde os solos foram primeiro organizados com base na presença ou ausência de atributos que refletem sua gênese: as ordens. • Identificando os horizontes e os atributos diagnósticos e seguindo a chave, poderemos verificar, por exemplo, que um perfil de solo que não apresentar horizonte hístico com mais de 40 cm de espessura e sem qualquer dos horizontes B diagnósticos deve ser enquadrado na classe ou ordem dos Neossolos.
  • 39. O segundo nível categórico: as subordens • No nível de subordem, as classes apresentam atributos que refletem a atuação de processos pedogenéticos que agiram conjuntamente ou afetaram os processos dominantes já considerados para separar os solos no primeiro nível categórico. • Esses atributos, além de ressaltar a presença ou ausência de outros horizontes diagnósticos não considerados no nível de ordem, incluem características diferenciais que representam variações dentro das classes do primeiro nível, como a cor do horizonte B. Por exemplo, um solo primeiramente enquadrado na classe dos Neossolos poderá pertencer a uma das quatro subordens: 1.Neossolo Litólico (se tiver horizonte A assentado diretamente sobre rocha); 2.Neossolo Flúvico (horizonte A sobre horizonte C, de origem fluvial); 3.Neossolo Regolítico (quando o horizonte A está sobre o C, oriundo diretamente de rocha decomposta); 4.Neossolo Quartzarênico (quando o horizonte A está assentado diretamente sobre um horizonte C onde predomina areia constituída de quartzo).
  • 40. O terceiro nível categórico: os grandes grupos • No terceiro nível categórico estão os grandes grupos, que representam subdivisões das subordens baseadas no tipo, no arranjo e no grau de expressão dos horizontes, com ênfase na atividade da argila e na saturação do complexo de adsorção por bases ou por alumínio, ou por sódio e/ou por sais solúveis. • Algumas características que restringem e/ou afetam o desenvolvimento de raízes foram também consideradas, bem como teores de óxidos de ferro em algumas subordens dos Latossolos. • Por exemplo, o perfil de um solo identificado como Neossolo Flúvico deverá ser enquadrado em uma das classes dos sete grandes grupos previstos para essa subordem; entre eles está o Neossolo Flúvico Sódico, que apresenta alta saturação por sódio.
  • 41. O quarto nível categórico: os subgrupos • No quarto nível categórico, o de subgrupos, os solos são agrupados em classes que se distinguem por características que representam o conceito central da classe e por outras que indicam se tal conceito é intermediário para o primeiro, o segundo ou o terceiro nível categórico. • Consideram-se também algumas características extraordinárias, por exemplo, os solos afetados por atividades antrópicas, que são adjetivados como antropogênicos. • Dessa forma, um solo enquadrado como Neossolo Flúvico Sódico poderá enquadrar-se em um dos três subgrupos previstos para essa classe, entre os quais estão o Neossolo Flúvico Sódico típico e o Neossolo Flúvico Sódico vértico – o primeiro mais típico do grande grupo e o segundo, com características intermediárias para a classe dos Vertissolos.
  • 42. O quinto nível categórico: famílias • O quinto nível categórico (famílias), foi definido recentemente e ainda está em discussão. • As famílias estão sendo provisoriamente definidas com base em propriedades físicas, químicas e mineralógicas, e em propriedades que refletem condições ambientais não consideradas nas categorias anteriores. • Nesse nível, consideram-se características para fins de utilização agrícola e não agrícola dos solos como atributos diferenciais. • Foi estabelecida a seguinte sequência na designação da família: a) grupamento textural; b) distribuição de cascalho e concreções no perfil; c) constituição esquelética do solo; d) tipo de horizonte A (que não tenha sido utilizado em outros níveis categóricos); e) saturação por bases (especificação do estado de saturação, como hiper, meso, epi etc.); f) saturação por alumínio; g) teor de óxidos de ferro; h) caráter alofânico; i) características especiais pedogenéticas ou decorrentes do uso; j) profundidade; k) reação do solo.
  • 43. • O sexto nível categórico, ainda não estruturado, deverá ser a categoria que engloba as classes mais homogêneas do sistema, correspondente ao nível de séries de solos. • Uma série deverá compreender solos pedogeneticamente idênticos, situados em áreas onde dominam pedons com horizontes similares, no que diz respeito às feições da paisagem e dos horizontes do perfil do solum. • Para identificar unidades de mapeamento correspondentes às séries, normalmente são levadas em conta a forma do terreno, a morfologia dos horizontes, a natureza do material de origem e a drenagem interna. • Elas são consideradas um dos principais meios pelos quais informações detalhadas acerca de um solo em determinado lugar podem ser projetadas para solos similares em outros locais. • Para a nomenclatura das séries serão utilizados nomes próprios, geralmente referenciados a lugares onde a série foi primeiramente reconhecida, descrita e oficialmente registrada. O sexto nível categórico: séries
  • 44. (Imagem retirada do livro 19 lições de pedologia, publicado pela Oficina de Textos) Quadro que apresenta os principais horizontes e atributos diagnósticos do solo e suas definições simplificadas segundo o SiBCS
  • 45. HORIZONTES E ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS “TIJOLOS”ALICERCE DO SISTEMA ✓ 39Atributos diagnósticos; ✓ 9 Outros atributos; ✓ 7 Horizontes diagnósticos de superfície; ✓ 17 Horizontes diagnósticos de subsuperfície. 45
  • 46. RESUMO 46 ✓ O solo pode ser provisoriamente classificado no campo, logo após um cuidadoso exame e descrição da morfologia de seus horizontes; ✓ Para confirmar a classificação do campo, torna-se necessário esperar pelos resultados das análises de laboratório; ✓ Para classificar devidamente qualquer conjunto de solos em um determinado nível categórico, é necessário agrupar os solos semelhantes e subdividir os diferentes;
  • 47. RESUMO 47 ✓ O atributos diagnósticos, além de estarem relacionados com a pedogênese, devem ser passíveis de medição no campo ou no laboratório; ✓ Ainda existe muito a ser estudado sobre classificação de solos antes que surja uma classificação de caráter universal.
  • 48. CONSIDERAÇÕES FINAIS 48 ✓ A classificação de solos por si só não tem significado prático, contudo, por organizar conhecimento, é ferramenta preditiva e sujeita a aperfeiçoamento; ✓ Quando aplicado a mapas de solos a classificação reveste-se de grande importância, fazendo ligação entre a legenda e a paisagem expresso pelos delineamentos contidos nos mapas; ✓ A planificação do uso do solo, faz-se presente a concepção de uso sustentável, de preservação do meio ambiente, razão pela qual o solo deve ser encarado pelo seu volume e não apenas pela sua camada arável.
  • 49. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -TEIXEIRA, Wilson. FAIRCHILD, Thomas Rich. TOLEDO, M. Cristina Motta de. TAIOLI, Fabio. Decifrando a Terra – 2a edição. Companhia Editora Nacional. São Paulo. 2009. - LEPSCH, Igo F. Formação e Conservação Dos Solos. Ofina de Textos. São Paulo. 2002. - OLIVEIRA, J.B. Pedologia aplicada. 4. ed. Piracicaba: FEALQ, 2011. 592 p. - EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3. ed. Ver. Ampl. – Brasília, DF:: Embrapa, 2013. 353 p. 53
  • 50. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - United States Department of Agriculture. Soil Conservation Service. Keys to Soil Taxonomy. Twelfyh Edition, 2014. 353p. - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manual Técnico de Pedologia. 2ª Ed. Rio de Janeiro: IBGE. 2007. 316p. - LEMOS, Raimundo Costa de. Manual de descrição e coleta de solo no campo. 2. ed. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1982. 45 p 54