1. O documento discute a classificação de solos, definindo os conceitos de classificação e descrevendo sistemas de classificação naturais e técnicos.
2. Apresenta as características gerais do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), incluindo sua abordagem morfogenética, hierárquica e multinível.
3. Explica os cinco níveis categóricos do SiBCS - ordem, subordem, grande grupo, subgrupo e família - definindo os critéri
AULA 2_Introdução a Classificação dos solos_ATUALIZADA.pdf
1. ARILENE FRANKLIN CHAVES
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
Levantamento e Classificação dos solos
Bacharelado em Agronomia
1
Limoeiro do Norte, CE
3. CONCEITUAÇÃO
3
CLASSIFICAÇÃO
✓ São esquemas organizados pelo homem para atender seus
objetivos;
✓ Não são verdades propriamente ditas que possam ser descobertas;
✓ Não são estatísticas (requerem mudanças a medida que o
conhecimento avança);
✓ Inclui taxonomia, mas também inclui grupamento de solos.
4. CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
4
ACLASSIFICAÇÃO PODE TER VÁRIAS FINALIDADES
✓ Classificação natural, taxonômica ou pedológica, que são
baseadas em propriedades observadas;
✓ Usa critérios morfológicos relacionados aos processos de
formação dos solos para definir as classes do sistema;
✓ Visa organizar todo o conhecimento;
5. CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
CLASSIFICAÇÕES NATURAIS OU TAXONÔMICAS
FAO/UNESCO
(Internacional)
5
Soil Survey Staff
(Americano)
SiBCS
(Brasileiro)
http://www.nrcs.usda.gov/wps/portal/n
rcs/detail/soils/survey/class/?cid=nrcs1
42p2_053580
Brasil (1970)
Camargo (1987)
EMBRAP
A(1999)
EMBRAP
A (2006)
EMBRAP
A(2013)
6.
7.
8. CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
8
CLASSIFICAÇÃO TÉCNICAOU INTERPRETATIVA
✓ Quando voltada para um problema específico, levando-se em
consideração apenas os atributos pertinentes aos problemas.
UTILIZAÇÃO
✓ Determinar o potencial de uso das terras baseadas em diferentes
informações ambientais, sociais e econômicos para um ou mais
tipos de utilização.
11. BREVE HISTÓRICO DA CLASSIFICAÇÃO
Aproximadamente 10.000
o homem deixa de ser nômade
e passa a cultivar a terra
Adota uma classificação
rudimentar
11
15. Antes das descobertas
de Dokuchaev, o solo
era considerado um
produto somente da
transformação físico-
química da rocha.
Mostrou com clareza absoluta
as leis que ligam a distribuição
de climas, vegetação, também
as paisagens em nosso planeta
com a existência dos Solos.
Propôs a 1ª
classificação :
conhecida como
climática dos solos.
Morfologia como base;
Horizontes como produtos de
fatores; Ênfase no clima e
vegetação. 15
16.
17. LEI DA SAZONALIDADE
INTRAZONAIS
✓ Fatores locais predominam em sua formação
salinidade, relevo,etc.).
(drenagem,
Vertissolos (Grumossolo):
natureza argilosa; boa
fertilidade.
Halomórfico ou Salino: Solos com quantidades
excessivas de sais, (baixa fertilidade). Típicos de
locais áridos ou semi-áridos ou de estuários.
Hidromórfico: Típicos de
locais alagados temporária
ou permanentemente. 33
18. LEI DA SAZONALIDADE
AZONAIS
✓ Aparecem nas formações modernas (areias ou aluviões) ou rochas
mais antigas (erosão arrastou o solo e expôs o material originário),
geralmente não possuem horizonte B.
Regossolo: Formam-se de rochas não consolidadas
(areias do litoral: Minho, Beira Litoral, Caparica ao
Cabo Espichel, península de Tróia).
Litólicos (Cambissolo):
pouco evoluídos, de rochas
não calcárias.
34
19. LEI DA SAZONALIDADE
AZONAIS
✓ Litossolo: Derivam de rochas consolidadas, espessura
<10 cm, sujeitos a forte erosão, típico de relevo
inclinado;
✓ Aluviossolo: Formam-se nas aluviões (vales dos rios);
✓ Coluviossolo: Solos de baixas, forma-se com material
arrastado das encostas.
19
20. ✓Em 1906, defendeu sua tese de
doutorado (Investigações em Erosão), na
qual ele informou as etapas de intempérie
e a conversão de minerais primários em
minerais secundários.
21.
22. 1975 “U. S. Soil Taxonomy”
12 ordens (2010– 11ª Ed.) .
1998: WRB (World Reference
Base for Soil Resources)
37
23.
24. s: propriedade do solo;
o: organismos vivos;
t : tempo.
cl: clima;
mp: material parental;
s = f (cl, o, r, mp, t, ...)
HANS JENNY (1899-1992): FA
TORES DE FORMAÇÃO DO
SOLO
✓ Estabeleceu a relação matemática geral que
relaciona propriedades do solo com fatores
independentes de formação do solo:
27
25. BREVE HISTÓRICO DA CLASSIFICAÇÃO
✓ Gerasimov (1975) sintetizou a ação dos processos pedogenéticos
na seguinte sequência hierárquica:
Dificuldade de observação.
Estímulo do uso de
propriedades diagnósticas.
25
26. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
26
NO BRASIL
✓ Início de 1947: Comissão de Solos (SNPA) o inventário nacional;
✓ RJ (1958) e SP (1960): baseada nas aproximações americanas;
✓ Baldwing Baldwing et al. (1938) et al. (1938) e Thorp & Smith
(1949);
✓ Regossolo, Solo Aluvial, Solonchak, Solonetz, Planossolo,
Gleissolo, Brunizém, Brunizém Avermelhado, Podzol, Solo Bruno
Não Cálcico.
28. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
28
✓ Em 1978: SNLCS Comissão de Classificação;
✓ “Desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Classificação de
Solos”;
✓ 03 aproximações (1980, 1981 e 1988): reservado;
✓ “Conceituação sumária de classes de solos e critérios para
subdividi para subdividi-las (Jacomine Jacomine, 1979);
classes de solos recém
✓ “Conceituação sumária de algumas
reconhecidas nos levantamentos e estudos de correlação do
SNLCS” (EMBRAPA, 1982);
29. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
✓ Em 1995:
participação
científica;
retomada com
da comunidade
✓ Em 1999:
divulgada
Edição);
4ª aproximação
e publicada (1ª
✓ Em 2006: 2ª Edição revisada e
alterada;
✓ Em 2013: 3ª Edição revista e
ampliada. 42
32. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
1. MORFOGENÉTICO
✓ Baseia-se na pedogênese (morfologia, física, química e
mineralogia).
32
33. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
2.ABERTO
✓ Permite a inclusão e retirada de informações.
Levantamentos de solos.
RCC (Reuniões de
Classificação e
Correlação de Solos).
Dissertações, teses, artigos.
Fontes de informações
para abastecer o sistema.
33
35. SiBCS – CARACTERÍSTICAS GERAIS
4.ABRANGÊNCIANACIONAL
✓ Distribuição dos solos no Brasil
baseado no Mapa de Solos do Brasil,
atualizado segundo o atual Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos.
35
37. (Imagem retirada do livro 19 lições de pedologia, publicado pela Oficina de Textos)
38. Como identificar um solo no primeiro nível categórico (ordem)?
• Para identificar a classe de um determinado solo, temos que conhecer sua descrição
morfológica e o resultado de suas análises de laboratório.
• Com isso, será possível identificar os horizontes diagnósticos superficiais e subsuperficiais,
bem como os principais atributos diagnósticos.
• Feito isso, deve-se consultar a chave de identificação da categoria mais elevada, onde os
solos foram primeiro organizados com base na presença ou ausência de atributos que
refletem sua gênese: as ordens.
• Identificando os horizontes e os atributos diagnósticos e seguindo a chave, poderemos
verificar, por exemplo, que um perfil de solo que não apresentar horizonte hístico com mais
de 40 cm de espessura e sem qualquer dos horizontes B diagnósticos deve ser enquadrado
na classe ou ordem dos Neossolos.
39. O segundo nível categórico: as subordens
• No nível de subordem, as classes apresentam atributos que refletem a atuação de processos
pedogenéticos que agiram conjuntamente ou afetaram os processos dominantes já considerados para
separar os solos no primeiro nível categórico.
• Esses atributos, além de ressaltar a presença ou ausência de outros horizontes diagnósticos não
considerados no nível de ordem, incluem características diferenciais que representam variações dentro
das classes do primeiro nível, como a cor do horizonte B.
Por exemplo, um solo primeiramente enquadrado na classe dos Neossolos poderá pertencer a uma das
quatro subordens:
1.Neossolo Litólico (se tiver horizonte A assentado diretamente sobre rocha);
2.Neossolo Flúvico (horizonte A sobre horizonte C, de origem fluvial);
3.Neossolo Regolítico (quando o horizonte A está sobre o C, oriundo diretamente de rocha decomposta);
4.Neossolo Quartzarênico (quando o horizonte A está assentado diretamente sobre um horizonte C onde
predomina areia constituída de quartzo).
40. O terceiro nível categórico: os grandes grupos
• No terceiro nível categórico estão os grandes grupos, que representam subdivisões das subordens
baseadas no tipo, no arranjo e no grau de expressão dos horizontes, com ênfase na atividade da
argila e na saturação do complexo de adsorção por bases ou por alumínio, ou por sódio e/ou por sais
solúveis.
• Algumas características que restringem e/ou afetam o desenvolvimento de raízes foram também
consideradas, bem como teores de óxidos de ferro em algumas subordens dos Latossolos.
• Por exemplo, o perfil de um solo identificado como Neossolo Flúvico deverá ser enquadrado em uma
das classes dos sete grandes grupos previstos para essa subordem; entre eles está o Neossolo
Flúvico Sódico, que apresenta alta saturação por sódio.
41. O quarto nível categórico: os subgrupos
• No quarto nível categórico, o de subgrupos, os solos são agrupados em classes que se
distinguem por características que representam o conceito central da classe e por outras
que indicam se tal conceito é intermediário para o primeiro, o segundo ou o terceiro nível
categórico.
• Consideram-se também algumas características extraordinárias, por exemplo, os solos
afetados por atividades antrópicas, que são adjetivados como antropogênicos.
• Dessa forma, um solo enquadrado como Neossolo Flúvico Sódico poderá enquadrar-se
em um dos três subgrupos previstos para essa classe, entre os quais estão o Neossolo
Flúvico Sódico típico e o Neossolo Flúvico Sódico vértico – o primeiro mais típico do
grande grupo e o segundo, com características intermediárias para a classe dos
Vertissolos.
42. O quinto nível categórico: famílias
• O quinto nível categórico (famílias), foi definido recentemente e ainda está em discussão.
• As famílias estão sendo provisoriamente definidas com base em propriedades físicas, químicas
e mineralógicas, e em propriedades que refletem condições ambientais não consideradas nas
categorias anteriores.
• Nesse nível, consideram-se características para fins de utilização agrícola e não agrícola dos
solos como atributos diferenciais.
• Foi estabelecida a seguinte sequência na designação da família:
a) grupamento textural;
b) distribuição de cascalho e concreções no perfil;
c) constituição esquelética do solo;
d) tipo de horizonte A (que não tenha sido utilizado em outros níveis categóricos);
e) saturação por bases (especificação do estado de saturação, como hiper, meso, epi etc.);
f) saturação por alumínio;
g) teor de óxidos de ferro;
h) caráter alofânico;
i) características especiais pedogenéticas ou decorrentes do uso;
j) profundidade;
k) reação do solo.
43. • O sexto nível categórico, ainda não estruturado, deverá ser a categoria que engloba as classes mais
homogêneas do sistema, correspondente ao nível de séries de solos.
• Uma série deverá compreender solos pedogeneticamente idênticos, situados em áreas onde dominam
pedons com horizontes similares, no que diz respeito às feições da paisagem e dos horizontes do perfil
do solum.
• Para identificar unidades de mapeamento correspondentes às séries, normalmente são levadas em conta
a forma do terreno, a morfologia dos horizontes, a natureza do material de origem e a drenagem interna.
• Elas são consideradas um dos principais meios pelos quais informações detalhadas acerca de um solo em
determinado lugar podem ser projetadas para solos similares em outros locais.
• Para a nomenclatura das séries serão utilizados nomes próprios, geralmente referenciados a lugares onde
a série foi primeiramente reconhecida, descrita e oficialmente registrada.
O sexto nível categórico: séries
44. (Imagem retirada do livro 19 lições de pedologia, publicado pela Oficina de Textos)
Quadro que apresenta os principais horizontes e atributos diagnósticos do solo e suas definições
simplificadas segundo o SiBCS
45. HORIZONTES E ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS
“TIJOLOS”ALICERCE DO SISTEMA
✓ 39Atributos diagnósticos;
✓ 9 Outros atributos;
✓ 7 Horizontes diagnósticos
de superfície;
✓ 17 Horizontes diagnósticos
de subsuperfície.
45
46. RESUMO
46
✓ O solo pode ser provisoriamente classificado no campo, logo
após um cuidadoso exame e descrição da morfologia de seus
horizontes;
✓ Para confirmar a classificação do campo, torna-se necessário
esperar pelos resultados das análises de laboratório;
✓ Para classificar devidamente qualquer conjunto de solos em um
determinado nível categórico, é necessário agrupar os solos
semelhantes e subdividir os diferentes;
47. RESUMO
47
✓ O atributos diagnósticos, além de estarem relacionados com a
pedogênese, devem ser passíveis de medição no campo ou no
laboratório;
✓ Ainda existe muito a ser estudado sobre classificação de solos
antes que surja uma classificação de caráter universal.
48. CONSIDERAÇÕES FINAIS
48
✓ A classificação de solos por si só não tem significado prático,
contudo, por organizar conhecimento, é ferramenta preditiva e
sujeita a aperfeiçoamento;
✓ Quando aplicado a mapas de solos a classificação reveste-se de
grande importância, fazendo ligação entre a legenda e a paisagem
expresso pelos delineamentos contidos nos mapas;
✓ A planificação do uso do solo, faz-se presente a concepção de uso
sustentável, de preservação do meio ambiente, razão pela qual o
solo deve ser encarado pelo seu volume e não apenas pela sua
camada arável.
49. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
-TEIXEIRA, Wilson. FAIRCHILD, Thomas Rich. TOLEDO, M. Cristina Motta
de. TAIOLI, Fabio. Decifrando a Terra – 2a edição. Companhia Editora Nacional.
São Paulo. 2009.
- LEPSCH, Igo F. Formação e Conservação Dos Solos. Ofina de Textos. São
Paulo. 2002.
- OLIVEIRA, J.B. Pedologia aplicada. 4. ed. Piracicaba: FEALQ, 2011. 592 p.
- EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Sistema
brasileiro de classificação de solos. 3. ed. Ver. Ampl. – Brasília, DF:: Embrapa,
2013. 353 p. 53
50. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- United States Department of Agriculture. Soil Conservation Service. Keys to
Soil Taxonomy. Twelfyh Edition, 2014. 353p.
- INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manual
Técnico de Pedologia. 2ª Ed. Rio de Janeiro: IBGE. 2007. 316p.
- LEMOS, Raimundo Costa de. Manual de descrição e coleta de solo no campo.
2. ed. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1982. 45 p
54