O documento discute a possibilidade de Aécio Neves e Eduardo Campos se unirem já no primeiro turno das eleições presidenciais de 2014 para disputar o segundo turno contra Dilma Rousseff e Marina Silva, que aparecem bem posicionadas nas pesquisas. A união entre os dois políticos daria mais força à candidatura de Aécio com o apoio do PSDB no Sudeste e de Campos no Nordeste. No momento, as conversas estão em um estágio inicial.
1. AÉCIO NEVES PODE SE UNIR A EDUARDO
CAMPOS JÁ NO 1º TURNO?
• Ano com cheiro de feminismo, 2014 pode
reservar uma surpresa, que, segundo as
pesquisas, nem mesmo é surpresa: duas
mulheres, a presidente Dilma Rousseff, do PT, e
a ex-senadora Marina Silva, poderão disputar o
segundo turno. Esta deve disputar pela Rede
Sustentabilidade ou, se não conseguir registro
eleitoral, por outro partido, como PV, PPS ou
Soli-da-riedade. Mas, apesar do que disse
Tancredo Neves, “em política não há cedo —
só tarde”, o quadro, a um ano das eleições
presidenciais, não está definido.
2. • A se observar o momento, só está em
disputa a “segunda vaga” — no mo-mento
“preenchida” por Marina Silva, aquela que,
teoricamente, tem mais a ver com o
sentimento das ruas. O espírito ético,
aparentemente radicalizado, é sinônimo da
política do Acre. Pelo menos esta é a
percepção da sociedade. Se está
preparada para gerir o sétimo país mais rico
do mundo, se conseguirá articular uma
frente política para garantir a
governabilidade e se compreende a
diversidade da sociedade patropi, é outra
coisa.
3. • O caminho típico é cada um “cavar” seu
próprio espaço sozinho. Aecio Neves,
comandante de um partido consolidado em
todo o país, com governadores em alguns
Estados, como Goiás — onde o governador
Marconi Perillo começa a melhorar sua
imagem —, pode avaliar que, por isso,
disputará, de qualquer maneira, o segundo
turno, possivelmente com Dilma Rousseff. Aí,
na segunda etapa, “contará” com o apoio
de E-duardo Campos.
• Político jovem, governador de Pernambuco no segundo
mandato, Eduardo Campos é o novo, mas, num país
continental, com longas distâncias, ainda é pouco conhecido.
É menos conhecido do que Marina Silva, que, além de ter sido
ministra do governo do ex-presidente Lula da Silva, disputou a
Presidência da República em 2010, recebendo uma boa
4. • A realidade ensina que a variante ortodoxa,
com o PSB de E-duardo Campos apoiando o
PSDB de Aécio Neves, é a mais factível. O
pernambucano poderia ser vice do mineiro
e aí, sim, estaria consolidada uma chapa
forte para a disputa presidencial.
• A união entre Aécio Neves e Eduardo Campos,
com um na vice do outro, pode garanti-los no
segundo turno contra Dilma Rousseff e Michel
Temer? Apesar da força de Marina Silva, estribada
na revolta das ruas, é bem possível que, com a
ampla estrutura do tucanato no Sudeste e com a
força de Eduardo Campos no Nordeste — região
onde Dilma Rousseff teve forte votação em 2010,
graças ao apoio de Lula da Silva, então
presidente —, Aécio Neves a supere e vá para o
5. • A se avaliar pelo quadro do momento, pela
circunstância, o único caminho para Aécio Neves
crescer, retirando Marina Silva do páreo, é unindo-se
a Eduardo Campos já no primeiro turno. Sabe-se,
porém, que o momento é de conversação, não de
fazer alianças definitivas. Mas, se o quadro
permanecer inalterável por mais tempo, com Marina
Silva em segundo e Dilma Rousseff descolando cada
vez mais, provavelmente não restará a Eduardo
Campos e Aécio Neves unirem-se no primeiro turno.
• O que Aécio Neves e Eduardo Campos vão fazer?
Não se sabe. Possivelmente, vão “politicar”
isoladamente, mas se encontrando com certa
frequência — sobretudo agora que a presidente
Dilma Rousseff decidiu tomar os cargos do PSB (que
estava casado mas com hábitos de solteiro) —,