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MAIN CITY / Palm Beaches
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PRAIAS, ARTE, GASTRONOMIA, PARQUES E UMA INFINIDADE
DE POSSIBILIDADES DOURAM AO SOL DE PALM BEACHES,
REGIÃO QUE PARECE NÃO TER COMEÇO NEM FIM.
Por Eloá Orazem.
MIL E
ALGUMAS
NOITES
D
eixe que digam, que pensem, que falem: o boca a
boca é e sempre foi a melhor (e única) propaganda
de Palm Beaches, que aprendeu há tempos que
outdoor nenhum poderia ser tão fiel à doce realidade de
uma das regiões mais ricas da Flórida.
Extrapolando os padrões internacionais, o aeroporto local faz
a linha boutique, uma vez que tem medidas singelas, mas não
economiza na comodidade, disponibilizando Wi-Fi gratuito e
sofás bastante confortáveis. Os mimos próximos aos gates de
embarquesãoumgrandechamariz,masamaioriadosturistas
ali acaba mesmo é chegando por terra, dirigindo a partir de
Miami ou Orlando, em uma a viagem que, no primeiro caso,
dura cerca de 40 minutos, e duas horas e meia no segundo.
Composta por diferentes comunas, a região de Palm
Beaches leva o nome de uma área homônima, apontada
como a mais importante da região. O topo do pódio, porém,
não é conquista recente – aliás, bem ao contrário: foi a
pequena Palm Beach quem abriu caminho (o turístico, pelo
menos) até as vizinhas menores, mas igualmente charmosas.
Para entender a razão dessa liderança aparentemente natural,
é preciso conhecer a história da região, que usou o amor
como combustível para seu desenvolvimento, literalmente.
Fundador da companhia petrolífera Standard Oil, Henry
Flagler foi alertado pelo médico da família sobre a
fragilidade da saúde de sua mulher e que seu quadro clínico
não previa cura, mas poderia ser positivamente impactado
caso a família aceitasse se mudar para uma região onde o
sol e o verão trabalhassem sempre em constante parceria.
De malas prontas, o casal trocou em 1879 a gélida Nova
York pelo clima tropical da Flórida. Instalaram-se em
Jacksonville quase sem querer e da mesma forma se
apaixonaram pelo estado mais ensolarado dos Estados
Unidos, cujo cenário paradisíaco não dialogava com o
pouco interesse dos conterrâneos.
Como tino empresarial não tira férias, o de Flagler não
demorou a entrar em ação e soou quando o bilionário
vislumbrou a chance de desenvolver na Flórida uma
pequena Riviera, em uma sacada que poderia ser benéfica
do ponto de vista pessoal e profissional, uma vez que ele
poderia ganhar dinheiro no lugar que escolheu para si.
Mesmo sem a companhia de sua primeira esposa, falecida
cerca de dois anos após a mudança, o magnata optou
por seguir com seus planos na costa leste, de mãos dadas
com novo amor. Arriscou grandes empreendimentos em
St. Augustine – que ainda hoje estão de pé para contar
a trajetória da cidadecidade –, mas foi somente com a
ampliação e sofisticação da recém-adquirida Florida East
Coast Railway que o turismo passou realmente a responder
aos investimentos de Flagler.
MAIN CITY / Palm Beaches
	24	|	 	|	25
THE BREAKERS CONTINUA
SENDO UM DESTINO FINAL PARA
GENTE DAS MAIS DIFERENTES
NACIONALIDADES.
Renascendo das próprias cinzas depois de enfrentar dois
incêndios em diferentes momentos da sua trajetória, o The
Breakers continua sendo um destino final para gente das
mais diferentes nacionalidades. As instalações históricas,
com direito a lobby com teto todo pintado por Alexander
Bonanno, opõem-se à modernidade necessária para o
conforto atual: equipamentos hi-tech dentro e for das suítes,
restaurantes com culinária contemporânea e até novidades
de etiqueta, como áreas “kids free” – reservadas apenas
para adultos.
O veto a crianças não tira do hotel o título de familiar, uma
vez que outros grandes espaços são destinados apenas
para a diversão dos pequenos, que contam com playground
monitorado, piscinas exclusivas e mais.
Apesar da insistência das ondas em quebrarem forte
às margens do hotel, em um espetáculo memorável, a
majestade do império erguido há mais de um século por
Henry Flagler segue intacta, como o seu prestígio.
Sentimento parecido é compartilhado pelo casarão branco
que hoje faz as vezes de museu e atende pelo nome Flagler
Museum. Construída em março de 1902, a mansão Whitehall,
de mais de 9 mil m2
, foi um presente do bilionário para sua
esposa Mary Lily Kenan Flagler e se tornou a residência de
inverno da família até a morte do patriarca, em 1913, quando
foi fechada pela viúva.
Foi somente em 1917 que o palácio americano ganhou vida
nova, sob os cuidados da herdeira do casal, Louise Clisby
MAIN CITY / Palm Beaches
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Os trilhos que uniam as estações de Palm Beach e West Palm
Beach levaram, em 1984, vida nova à região, transportando
de um lado para o outro algumas das pessoas mais ricas
e influentes do país, que buscavam abrigo do inverno no
calor dos hotéis luxuosos erguidos e orquestrados pelo
bilionário do setor petroleiro.
O hotel The Palm Beach Inn tinha a predileção não declarada
(e não negada também) de Flagler, uma vez que suas
dimensões faraônicas eram acariciadas pelas ondas do mar,
que se quebravam ao alcance dos olhos, dos ouvidos e das
mãos dos hóspedes. De tanto ouvir pedidos por quartos
“by the breakers” (algo como “perto da rebentação”, em
tradução livre), o magnata mudou o nome do hotel para
The Breakers Hotel, em 1901.
MAIN CITY / Palm Beaches
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Wise Lewis, sobrinha de May Lily. Junto com um grupo de
investidores experientes, a jovem anexou à propriedade
uma torre de dez andares e 300 suítes, transformando
a antiga mansão em um hotel cinco estrelas. Políticos,
celebridades e grandes empresários escolhiam o Whitehall
como pousada quando na Flórida.
A rotina bem-sucedida como hotel durou por décadas,
de 1925 até 1959, quando a propriedade passou a correr
o risco de ser demolida. Para preservar a construção
idealizada que conta a história da cidade e de sua família,
Jean Flagler Matthews, neta de Henry Flagler, fundou uma
cooperativa sem fins lucrativos para comprar a propriedade
e transformá-la em um museu.
Aberto diariamente, o Flagler Museum é talvez o melhor
ponto de partida para quem deseja conhecer a fundo a
região. Com ambientes e objetos muito bem preservados,
conta com detalhes a trajetória do magnata e o
desenvolvimento de Palm Beach.
Com um “quê” de Midas, Palm Beach parece transformar em
ouro tudo o que toca, até ruas comerciais, que acabam se
tornando um badalado ponto turístico e um dos principais
pontos de compras do mundo. A Worth Avenue pegou
carona na ascensão da fama dos vizinhos, como o Everglades
Club e o Biltmore Hotel, mas fez seu prestígio falar por si e
há tempos “se garante”, dispensando a ajuda dos demais.
Marcas consagradas internacionalmente alinham-se pelos
quarteirões da avenida milionária, que tem regras de
convivência bastante rígidas: reformas, intervenções
FLAGLER MUSEUM É TALVEZ O
MELHOR PONTO DE PARTIDA
PARA QUEM DESEJA CONHECER
A FUNDO A REGIÃO
artísticas e até detalhes estéticos têm de ser aprovados
por um conselho, que leva a sério a missão de preservar
a “alma” da avenida. Embora grandes etiquetas mundiais
estejam espalhadas pelos quarteirões do logradouro, 60%
das marcas ali são independentes – uma ode à criatividade
e, principalmente, exclusividade. Para conseguir um lugar
ao sol da Worth Avenue, é necessário submeter o trabalho
a aprovação: só ganha espaço ali quem tiver qualidade.
Com diversas vielas e arquitetura tipicamente europeia, a
rua é pra ser ganhada a pé e sem pressa, deixando os olhos
passear pelas vitrines e degustando as inúmeras opções de
restaurantes estrelados. Durante o inverno americano – a alta
temporada na região –, as lojas abrem das 10h às 18h, mas
os restaurantes, em geral, continuam a trabalhar até as 23h.
Também nessa época, que vai de novembro a abril, toda
quarta-feira, às 11h, os interessados em uma visita guiada
encontram-se em frente ao número 256. O passeio dura
aproximadamente uma hora e meia e tem o custo simbólico
de10dólaresporpessoa–valorrevertidoparacausassociais.
Sob a tutela de um expert na região, pode-se descobrir as
lojas mais exclusivas e saber detalhes da Worth Avenue, que
conta com mais de 250 estabelecimentos comerciais, sendo
o mais antigo deles a loja Kassatly’s, inaugurada em 1923.
O CityPlace pode não ter as mesmas promoções arrasadoras
dos outlets, mas compensa pela boa variedade de lojas e por
estar estrategicamente no coração de West Palm Beach.
Além das compras, os visitantes podem jogar boliche,
conferir uma estreia no cinema e matar a fome (e a sede,
principalmente!) em uma das dezenas de restaurantes ali. À
noite o local parece ganhar fôlego extra, reunindo turistas e
locais em um ambiente familiar e bastante agitado. A partir
das 15h, o Copper Blues abre as portas para os famosos
happy hours. O clima urbano do bar e restaurante diz a
que veio logo na ambientação: centenas de tubos pelo teto
mostram um avançado e moderno sistema para manter as
cervejas geladas. São mais de 60 rótulos tirados diretamente
da torneira. Quem preferir harmonizar a música alta e a
culinária espetacular do chef Patrick Marinazzo com outros
drinks encontra ali um balcão dedicado a infusão. Sempre
dispostos a testar novos sabores (de bebidas e petiscos), a
equipe do Copper Blues é composta majoritariamente por
jovens – um reflexo da própria clientela.
Quem prefere a praticidade dos grandes centros comerciais,
com seus estacionamentos cobertos e ar-condicionado
ligado na potência máxima, encontra em West Palm Beach
uma farta carta de opções, com direito a outlet e outros
shoppings tradicionais. No primeiro caso, os visitantes
encontram boa seleção de marcas por preços bastante
convidativos, em um mall bastante amplo e térreo. GAP,
Tommy e outras queridinhas dos brasileiros têm vez no
Palm Beach Outlets, que oferece descanso em quiosques
de sorvetes ou cafés e pequenos restaurantes.
MAIN CITY / Palm Beaches
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COM DIVERSAS VIELAS E ARQUITETURA
TIPICAMENTE EUROPEIA, A WORTH AVENUE
É PRA SER GANHADA A PÉ E SEM PRESSA,
DEIXANDO OS OLHOS PASSEAR PELAS
VITRINES E DEGUSTANDO AS INÚMERAS
OPÇÕES DE RESTAURANTES ESTRELADOS.
Para dar folga ao cartão de crédito e curtir mais a natureza
local, a dica é escapar do burburinho da cidade no John
D. MacArthur Park, em North Palm Beach, aberto todos os
dias, das 8h da manhã até o pôr do sol. A reserva natural
não cobra entrada de pedestres, mas pede que cada veículo
colabore com 5 dólares para a manutenção do parque. Os
caminhoscurtosebemdesenhados,protegidospelasombra
de árvores, nos levam até uma pequena enseada, onde se
pode praticar stand up paddle ou snorkel. Em ambos os
casos, os equipamentos estão disponível para aluguel, para
conveniência do visitante. Piqueniques nas áreas da reserva
estão liberados, desde que as bebidas alcoólicas fiquem de
fora. Pernoitar em acampamentos não é permitido, mas
a pesca é mais do que bem-vinda. Antes de programar a
sua visita, tenha em mente que, uma vez por mês, o John
D. MacArthur Park promove um show em seu anfiteatro,
cujos ingressos custam meros 5 dólares. Quando não sedia
espetáculo, o palco é ocupado por empresas e escolas que
exploram as facilidades do parque para quebrar a rotina
– mas o movimento dos grupos não interfere na paz dos
turistas que escolhem o parque como refúgio.
A visita à reserva pode ser finalizada no Nature Center,
um pequeno “museu” que explica detalhadamente a vida
marinha local, além de pequenos tanques onde peixes e
tartarugas recebem cuidados especiais. Para deixar o
aprendizadomaisinterativo,trêsfilmesdeaproximadamente
15 minutos cada são exibidos no cinema do Nature Center
de acordo com a escolha do cliente.
Palm Beaches tira as aspas de “museus” no Norton Museum
of Art, cujas dimensões e arquitetura o colocam em pé de
igualdade com grandes nomes da cultura e da arte mundial.
Com seções dedicadas à arte americana, contemporânea,
europeia e chinesa, além de um espaço só para fotografia, o
museu faz do seu acervo fixo seu atrativo mais importante.
Não bastassem as obras históricas expostas ali, o Norton
promove às quintas-feiras o Art After Dark, a partir das
17h30. Seja um pocket show, um bate-papo sobre uma
exposição, sejam outras intervenções culturais, o expediente
prolongado nesse dia da semana é altamente indicado para
quem precisa de mais motivos para se apaixonar pela região.
Conhecer a fundo Palm Beaches pode ser perigoso para
quem sofre de vontade crônica de se mudar. Em casos
agudos, pode ser uma viagem sem volta. Pior ainda se a
estadia for no Marriot Singer Island, onde as suítes são, na
verdade, pequenos apartamentos, com cozinha completa e
até máquina de lavar roupa. Combinando a familiaridade de
um lar com as mordomias de um hotel estrelado, o Marriot
é bastante discreto, e tudo ali parece ser na medida exata:
MAIN CITY / Palm Beaches
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OS CAMINHOS CURTOS E BEM
DESENHADOS, PROTEGIDOS PELA
SOMBRA DE ÁRVORES NO JOHN D.
MACARTHUR PARK, NOS LEVAM
ATÉ UMA PEQUENA ENSEADA,
ONDE SE PODE PRATICAR
STAND UP PADDLE OU SNORKEL.
a piscina, o restaurante, a proximidade com o mar e mais.
Os hóspedes que viajam acompanhados dos filhos têm
ainda a opção do kids club, que se encarrega de entreter
os pequenos o dia todo.
E se entretenimento é a palavra-chave de quem viaja a
Palm Beaches, é bom separar alguns dias para desvendar
as esquinas de Boca Raton, que parece nunca dormir. Entre
shoppings, praças e parques, a comuna de pouco mais de
70 km2
agiganta-se é na diversidade de ritmos, cores e
sabores. Nascida para brilhar aos holofotes, a pequena Boca
Raton é palco do Wick Theater and Costume Museum, um
mix de casa de show com museu. De um lado da cortina,
artistas desfilam seus múltiplos talentos em musicais dignos
da Broadway – e alguns atores, de fato, têm passagens por
lá. Com apresentações vespertinas na maioria dos casos, o
teatro conhece bem a capacidade máxima, uma vez que está
quase sempre lotado. A alta procura pede programação e
reserva com uma considerável antecedência – mas a espera
vale a pena, uma vez que a curadoria ali é rigorosa. Antes ou
depois do espetáculo, os visitantes têm a chance de ver por
detrás da outra cortina e descobrir a história dos figurinos
de grandes produções. São milhares de roupas agrupadas
por espetáculos, remontando a décadas de arte.
O frenesi de Boca Raton pede também algum descanso,
e nesse caso o destino mais certeiro é provavelmente o
Watersone Resort & Marina, capitaneado pelo grupo Hilton.
Submetido recentemente a uma profunda renovação, o
hotel abriu as portas com um ambiente bastante moderno e
clean. Sua estrutura moderna com ares escandinavos agrada
bastante quem busca conforto com estilo. A piscina à beira-
mar, o bar ao ar livre e o píer só tornam o hotel ainda mais
atraente. Nos quartos, minimalismo e tecnologia tornam
a estadia privativa e acessível, sem pecar (por excesso ou
escassez) em nenhum dos casos. O restaurante que ocupava
a cobertura do hotel deu lugar a um belo salão para eventos
– e em pouco tempo já ganhou a predileção dos noivos
locais. Empresas e amigos também são frequentemente
vistos flertando com a possibilidade de alugar o espaço
para ocasiões especiais. Porque qualquer festa fica ainda
melhor quando se pode ter uma vista privilegiada, como
acontece no topo do prédio do Waterstone.
Antes que se possa sentir a falta do restaurante que
ocupava a cobertura do hotel, é bom lembrar que a Plaza
Real, no coração de Boca, reúne algumas das melhores
opções gastronômicas da região. A quem interessar, uma
dica: o Max’s Grille é o lugar certeiro para degustar um bom
Mahi Mahi e um belo crème brûlée.
e grupos de amigos saem à caça do melhor restaurante
e das melhores baladas da vizinhança. Nesse percurso, os
visitantes costumam entregar-se às delícias do City Oyster,
restaurante especializado em frutos do mar.
São tantos nomes, tantas placas e tantas comunas que às
vezes a gente tem medo de se perder em Palm Beaches –
mas aí somos lembrados constantemente de que cada um
desses cantinhos tem sua própria beleza e personalidade, e
passamos a encarar a incerteza do caminho com a graça de
um eterno explorador. Perder-se, em Palm Beaches, é achar
mais um motivo para querer voltar. •
MAIN CITY / Palm Beaches
	34	|	 	|	35
Mas como a noite de Boca Raton não acaba na sobremesa,
o lugar certo para esticar o jantar é o Jazziz, que reúne
gastronomia e música ao vivo da mais alta qualidade.
Idealizado por três médicos apaixonados por jazz, o
estabelecimento tem acústica impecável, e sua proposta
é tão série que grandes nomes da música contemporânea,
como Brian Adams, se apresentam por ali. O brasileiro
Sérgio Mendes é outro que já esparramou seu talento pelo
salão da casa de show e comprovou que uma boa comida
harmoniza bem com o vinho, mas harmoniza melhor ainda
com boa música.
Embalados pelo ritmo de Boca Raton, seguimos para a
pequena Delray Beach, que faz a noite virar dia em um
simples piscar de olhos. Durante o dia, a praia e suas infinitas
possibilidades dividem a atenção com as lojas e galerias
locais, marcadas por uma originalidade apenas vista em
grandes centros urbanos. No vaivém de pranchas, guarda-
sóis, óculos escuros e muitos sorrisos, a gente descobre
que o caos saudável de Delray é um santo remédio para
o estresse – e o medicamente é ainda mais eficaz depois
do pôr do sol, quando casais apaixonados, famílias inteiras

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22-35 PalmBeaches

  • 1. MAIN CITY / Palm Beaches 22 | | 23 PRAIAS, ARTE, GASTRONOMIA, PARQUES E UMA INFINIDADE DE POSSIBILIDADES DOURAM AO SOL DE PALM BEACHES, REGIÃO QUE PARECE NÃO TER COMEÇO NEM FIM. Por Eloá Orazem. MIL E ALGUMAS NOITES
  • 2. D eixe que digam, que pensem, que falem: o boca a boca é e sempre foi a melhor (e única) propaganda de Palm Beaches, que aprendeu há tempos que outdoor nenhum poderia ser tão fiel à doce realidade de uma das regiões mais ricas da Flórida. Extrapolando os padrões internacionais, o aeroporto local faz a linha boutique, uma vez que tem medidas singelas, mas não economiza na comodidade, disponibilizando Wi-Fi gratuito e sofás bastante confortáveis. Os mimos próximos aos gates de embarquesãoumgrandechamariz,masamaioriadosturistas ali acaba mesmo é chegando por terra, dirigindo a partir de Miami ou Orlando, em uma a viagem que, no primeiro caso, dura cerca de 40 minutos, e duas horas e meia no segundo. Composta por diferentes comunas, a região de Palm Beaches leva o nome de uma área homônima, apontada como a mais importante da região. O topo do pódio, porém, não é conquista recente – aliás, bem ao contrário: foi a pequena Palm Beach quem abriu caminho (o turístico, pelo menos) até as vizinhas menores, mas igualmente charmosas. Para entender a razão dessa liderança aparentemente natural, é preciso conhecer a história da região, que usou o amor como combustível para seu desenvolvimento, literalmente. Fundador da companhia petrolífera Standard Oil, Henry Flagler foi alertado pelo médico da família sobre a fragilidade da saúde de sua mulher e que seu quadro clínico não previa cura, mas poderia ser positivamente impactado caso a família aceitasse se mudar para uma região onde o sol e o verão trabalhassem sempre em constante parceria. De malas prontas, o casal trocou em 1879 a gélida Nova York pelo clima tropical da Flórida. Instalaram-se em Jacksonville quase sem querer e da mesma forma se apaixonaram pelo estado mais ensolarado dos Estados Unidos, cujo cenário paradisíaco não dialogava com o pouco interesse dos conterrâneos. Como tino empresarial não tira férias, o de Flagler não demorou a entrar em ação e soou quando o bilionário vislumbrou a chance de desenvolver na Flórida uma pequena Riviera, em uma sacada que poderia ser benéfica do ponto de vista pessoal e profissional, uma vez que ele poderia ganhar dinheiro no lugar que escolheu para si. Mesmo sem a companhia de sua primeira esposa, falecida cerca de dois anos após a mudança, o magnata optou por seguir com seus planos na costa leste, de mãos dadas com novo amor. Arriscou grandes empreendimentos em St. Augustine – que ainda hoje estão de pé para contar a trajetória da cidadecidade –, mas foi somente com a ampliação e sofisticação da recém-adquirida Florida East Coast Railway que o turismo passou realmente a responder aos investimentos de Flagler. MAIN CITY / Palm Beaches 24 | | 25 THE BREAKERS CONTINUA SENDO UM DESTINO FINAL PARA GENTE DAS MAIS DIFERENTES NACIONALIDADES.
  • 3. Renascendo das próprias cinzas depois de enfrentar dois incêndios em diferentes momentos da sua trajetória, o The Breakers continua sendo um destino final para gente das mais diferentes nacionalidades. As instalações históricas, com direito a lobby com teto todo pintado por Alexander Bonanno, opõem-se à modernidade necessária para o conforto atual: equipamentos hi-tech dentro e for das suítes, restaurantes com culinária contemporânea e até novidades de etiqueta, como áreas “kids free” – reservadas apenas para adultos. O veto a crianças não tira do hotel o título de familiar, uma vez que outros grandes espaços são destinados apenas para a diversão dos pequenos, que contam com playground monitorado, piscinas exclusivas e mais. Apesar da insistência das ondas em quebrarem forte às margens do hotel, em um espetáculo memorável, a majestade do império erguido há mais de um século por Henry Flagler segue intacta, como o seu prestígio. Sentimento parecido é compartilhado pelo casarão branco que hoje faz as vezes de museu e atende pelo nome Flagler Museum. Construída em março de 1902, a mansão Whitehall, de mais de 9 mil m2 , foi um presente do bilionário para sua esposa Mary Lily Kenan Flagler e se tornou a residência de inverno da família até a morte do patriarca, em 1913, quando foi fechada pela viúva. Foi somente em 1917 que o palácio americano ganhou vida nova, sob os cuidados da herdeira do casal, Louise Clisby MAIN CITY / Palm Beaches 26 | | 27 Os trilhos que uniam as estações de Palm Beach e West Palm Beach levaram, em 1984, vida nova à região, transportando de um lado para o outro algumas das pessoas mais ricas e influentes do país, que buscavam abrigo do inverno no calor dos hotéis luxuosos erguidos e orquestrados pelo bilionário do setor petroleiro. O hotel The Palm Beach Inn tinha a predileção não declarada (e não negada também) de Flagler, uma vez que suas dimensões faraônicas eram acariciadas pelas ondas do mar, que se quebravam ao alcance dos olhos, dos ouvidos e das mãos dos hóspedes. De tanto ouvir pedidos por quartos “by the breakers” (algo como “perto da rebentação”, em tradução livre), o magnata mudou o nome do hotel para The Breakers Hotel, em 1901.
  • 4. MAIN CITY / Palm Beaches 28 | | 29 Wise Lewis, sobrinha de May Lily. Junto com um grupo de investidores experientes, a jovem anexou à propriedade uma torre de dez andares e 300 suítes, transformando a antiga mansão em um hotel cinco estrelas. Políticos, celebridades e grandes empresários escolhiam o Whitehall como pousada quando na Flórida. A rotina bem-sucedida como hotel durou por décadas, de 1925 até 1959, quando a propriedade passou a correr o risco de ser demolida. Para preservar a construção idealizada que conta a história da cidade e de sua família, Jean Flagler Matthews, neta de Henry Flagler, fundou uma cooperativa sem fins lucrativos para comprar a propriedade e transformá-la em um museu. Aberto diariamente, o Flagler Museum é talvez o melhor ponto de partida para quem deseja conhecer a fundo a região. Com ambientes e objetos muito bem preservados, conta com detalhes a trajetória do magnata e o desenvolvimento de Palm Beach. Com um “quê” de Midas, Palm Beach parece transformar em ouro tudo o que toca, até ruas comerciais, que acabam se tornando um badalado ponto turístico e um dos principais pontos de compras do mundo. A Worth Avenue pegou carona na ascensão da fama dos vizinhos, como o Everglades Club e o Biltmore Hotel, mas fez seu prestígio falar por si e há tempos “se garante”, dispensando a ajuda dos demais. Marcas consagradas internacionalmente alinham-se pelos quarteirões da avenida milionária, que tem regras de convivência bastante rígidas: reformas, intervenções FLAGLER MUSEUM É TALVEZ O MELHOR PONTO DE PARTIDA PARA QUEM DESEJA CONHECER A FUNDO A REGIÃO
  • 5. artísticas e até detalhes estéticos têm de ser aprovados por um conselho, que leva a sério a missão de preservar a “alma” da avenida. Embora grandes etiquetas mundiais estejam espalhadas pelos quarteirões do logradouro, 60% das marcas ali são independentes – uma ode à criatividade e, principalmente, exclusividade. Para conseguir um lugar ao sol da Worth Avenue, é necessário submeter o trabalho a aprovação: só ganha espaço ali quem tiver qualidade. Com diversas vielas e arquitetura tipicamente europeia, a rua é pra ser ganhada a pé e sem pressa, deixando os olhos passear pelas vitrines e degustando as inúmeras opções de restaurantes estrelados. Durante o inverno americano – a alta temporada na região –, as lojas abrem das 10h às 18h, mas os restaurantes, em geral, continuam a trabalhar até as 23h. Também nessa época, que vai de novembro a abril, toda quarta-feira, às 11h, os interessados em uma visita guiada encontram-se em frente ao número 256. O passeio dura aproximadamente uma hora e meia e tem o custo simbólico de10dólaresporpessoa–valorrevertidoparacausassociais. Sob a tutela de um expert na região, pode-se descobrir as lojas mais exclusivas e saber detalhes da Worth Avenue, que conta com mais de 250 estabelecimentos comerciais, sendo o mais antigo deles a loja Kassatly’s, inaugurada em 1923. O CityPlace pode não ter as mesmas promoções arrasadoras dos outlets, mas compensa pela boa variedade de lojas e por estar estrategicamente no coração de West Palm Beach. Além das compras, os visitantes podem jogar boliche, conferir uma estreia no cinema e matar a fome (e a sede, principalmente!) em uma das dezenas de restaurantes ali. À noite o local parece ganhar fôlego extra, reunindo turistas e locais em um ambiente familiar e bastante agitado. A partir das 15h, o Copper Blues abre as portas para os famosos happy hours. O clima urbano do bar e restaurante diz a que veio logo na ambientação: centenas de tubos pelo teto mostram um avançado e moderno sistema para manter as cervejas geladas. São mais de 60 rótulos tirados diretamente da torneira. Quem preferir harmonizar a música alta e a culinária espetacular do chef Patrick Marinazzo com outros drinks encontra ali um balcão dedicado a infusão. Sempre dispostos a testar novos sabores (de bebidas e petiscos), a equipe do Copper Blues é composta majoritariamente por jovens – um reflexo da própria clientela. Quem prefere a praticidade dos grandes centros comerciais, com seus estacionamentos cobertos e ar-condicionado ligado na potência máxima, encontra em West Palm Beach uma farta carta de opções, com direito a outlet e outros shoppings tradicionais. No primeiro caso, os visitantes encontram boa seleção de marcas por preços bastante convidativos, em um mall bastante amplo e térreo. GAP, Tommy e outras queridinhas dos brasileiros têm vez no Palm Beach Outlets, que oferece descanso em quiosques de sorvetes ou cafés e pequenos restaurantes. MAIN CITY / Palm Beaches 30 | | 31 COM DIVERSAS VIELAS E ARQUITETURA TIPICAMENTE EUROPEIA, A WORTH AVENUE É PRA SER GANHADA A PÉ E SEM PRESSA, DEIXANDO OS OLHOS PASSEAR PELAS VITRINES E DEGUSTANDO AS INÚMERAS OPÇÕES DE RESTAURANTES ESTRELADOS.
  • 6. Para dar folga ao cartão de crédito e curtir mais a natureza local, a dica é escapar do burburinho da cidade no John D. MacArthur Park, em North Palm Beach, aberto todos os dias, das 8h da manhã até o pôr do sol. A reserva natural não cobra entrada de pedestres, mas pede que cada veículo colabore com 5 dólares para a manutenção do parque. Os caminhoscurtosebemdesenhados,protegidospelasombra de árvores, nos levam até uma pequena enseada, onde se pode praticar stand up paddle ou snorkel. Em ambos os casos, os equipamentos estão disponível para aluguel, para conveniência do visitante. Piqueniques nas áreas da reserva estão liberados, desde que as bebidas alcoólicas fiquem de fora. Pernoitar em acampamentos não é permitido, mas a pesca é mais do que bem-vinda. Antes de programar a sua visita, tenha em mente que, uma vez por mês, o John D. MacArthur Park promove um show em seu anfiteatro, cujos ingressos custam meros 5 dólares. Quando não sedia espetáculo, o palco é ocupado por empresas e escolas que exploram as facilidades do parque para quebrar a rotina – mas o movimento dos grupos não interfere na paz dos turistas que escolhem o parque como refúgio. A visita à reserva pode ser finalizada no Nature Center, um pequeno “museu” que explica detalhadamente a vida marinha local, além de pequenos tanques onde peixes e tartarugas recebem cuidados especiais. Para deixar o aprendizadomaisinterativo,trêsfilmesdeaproximadamente 15 minutos cada são exibidos no cinema do Nature Center de acordo com a escolha do cliente. Palm Beaches tira as aspas de “museus” no Norton Museum of Art, cujas dimensões e arquitetura o colocam em pé de igualdade com grandes nomes da cultura e da arte mundial. Com seções dedicadas à arte americana, contemporânea, europeia e chinesa, além de um espaço só para fotografia, o museu faz do seu acervo fixo seu atrativo mais importante. Não bastassem as obras históricas expostas ali, o Norton promove às quintas-feiras o Art After Dark, a partir das 17h30. Seja um pocket show, um bate-papo sobre uma exposição, sejam outras intervenções culturais, o expediente prolongado nesse dia da semana é altamente indicado para quem precisa de mais motivos para se apaixonar pela região. Conhecer a fundo Palm Beaches pode ser perigoso para quem sofre de vontade crônica de se mudar. Em casos agudos, pode ser uma viagem sem volta. Pior ainda se a estadia for no Marriot Singer Island, onde as suítes são, na verdade, pequenos apartamentos, com cozinha completa e até máquina de lavar roupa. Combinando a familiaridade de um lar com as mordomias de um hotel estrelado, o Marriot é bastante discreto, e tudo ali parece ser na medida exata: MAIN CITY / Palm Beaches 32 | | 33 OS CAMINHOS CURTOS E BEM DESENHADOS, PROTEGIDOS PELA SOMBRA DE ÁRVORES NO JOHN D. MACARTHUR PARK, NOS LEVAM ATÉ UMA PEQUENA ENSEADA, ONDE SE PODE PRATICAR STAND UP PADDLE OU SNORKEL.
  • 7. a piscina, o restaurante, a proximidade com o mar e mais. Os hóspedes que viajam acompanhados dos filhos têm ainda a opção do kids club, que se encarrega de entreter os pequenos o dia todo. E se entretenimento é a palavra-chave de quem viaja a Palm Beaches, é bom separar alguns dias para desvendar as esquinas de Boca Raton, que parece nunca dormir. Entre shoppings, praças e parques, a comuna de pouco mais de 70 km2 agiganta-se é na diversidade de ritmos, cores e sabores. Nascida para brilhar aos holofotes, a pequena Boca Raton é palco do Wick Theater and Costume Museum, um mix de casa de show com museu. De um lado da cortina, artistas desfilam seus múltiplos talentos em musicais dignos da Broadway – e alguns atores, de fato, têm passagens por lá. Com apresentações vespertinas na maioria dos casos, o teatro conhece bem a capacidade máxima, uma vez que está quase sempre lotado. A alta procura pede programação e reserva com uma considerável antecedência – mas a espera vale a pena, uma vez que a curadoria ali é rigorosa. Antes ou depois do espetáculo, os visitantes têm a chance de ver por detrás da outra cortina e descobrir a história dos figurinos de grandes produções. São milhares de roupas agrupadas por espetáculos, remontando a décadas de arte. O frenesi de Boca Raton pede também algum descanso, e nesse caso o destino mais certeiro é provavelmente o Watersone Resort & Marina, capitaneado pelo grupo Hilton. Submetido recentemente a uma profunda renovação, o hotel abriu as portas com um ambiente bastante moderno e clean. Sua estrutura moderna com ares escandinavos agrada bastante quem busca conforto com estilo. A piscina à beira- mar, o bar ao ar livre e o píer só tornam o hotel ainda mais atraente. Nos quartos, minimalismo e tecnologia tornam a estadia privativa e acessível, sem pecar (por excesso ou escassez) em nenhum dos casos. O restaurante que ocupava a cobertura do hotel deu lugar a um belo salão para eventos – e em pouco tempo já ganhou a predileção dos noivos locais. Empresas e amigos também são frequentemente vistos flertando com a possibilidade de alugar o espaço para ocasiões especiais. Porque qualquer festa fica ainda melhor quando se pode ter uma vista privilegiada, como acontece no topo do prédio do Waterstone. Antes que se possa sentir a falta do restaurante que ocupava a cobertura do hotel, é bom lembrar que a Plaza Real, no coração de Boca, reúne algumas das melhores opções gastronômicas da região. A quem interessar, uma dica: o Max’s Grille é o lugar certeiro para degustar um bom Mahi Mahi e um belo crème brûlée. e grupos de amigos saem à caça do melhor restaurante e das melhores baladas da vizinhança. Nesse percurso, os visitantes costumam entregar-se às delícias do City Oyster, restaurante especializado em frutos do mar. São tantos nomes, tantas placas e tantas comunas que às vezes a gente tem medo de se perder em Palm Beaches – mas aí somos lembrados constantemente de que cada um desses cantinhos tem sua própria beleza e personalidade, e passamos a encarar a incerteza do caminho com a graça de um eterno explorador. Perder-se, em Palm Beaches, é achar mais um motivo para querer voltar. • MAIN CITY / Palm Beaches 34 | | 35 Mas como a noite de Boca Raton não acaba na sobremesa, o lugar certo para esticar o jantar é o Jazziz, que reúne gastronomia e música ao vivo da mais alta qualidade. Idealizado por três médicos apaixonados por jazz, o estabelecimento tem acústica impecável, e sua proposta é tão série que grandes nomes da música contemporânea, como Brian Adams, se apresentam por ali. O brasileiro Sérgio Mendes é outro que já esparramou seu talento pelo salão da casa de show e comprovou que uma boa comida harmoniza bem com o vinho, mas harmoniza melhor ainda com boa música. Embalados pelo ritmo de Boca Raton, seguimos para a pequena Delray Beach, que faz a noite virar dia em um simples piscar de olhos. Durante o dia, a praia e suas infinitas possibilidades dividem a atenção com as lojas e galerias locais, marcadas por uma originalidade apenas vista em grandes centros urbanos. No vaivém de pranchas, guarda- sóis, óculos escuros e muitos sorrisos, a gente descobre que o caos saudável de Delray é um santo remédio para o estresse – e o medicamente é ainda mais eficaz depois do pôr do sol, quando casais apaixonados, famílias inteiras