Este documento é uma coleção de poemas sobre amor perdido escritos por Sylvia Senny e Edson Maciel. Os poemas exploram temas como saudade, solidão, medo, lembranças e o desejo de voltar no tempo para consertar erros do passado ou reavivar o amor perdido. A coleção é dividida em sete partes, cada uma contendo vários poemas curtos que expressam os sentimentos dos autores sobre o término de seu relacionamento por meio de imagens e reflexões sobre o amor.
O documento apresenta a lista de músicas e letras do álbum ao vivo "Multishow - Paula Fernandes". O álbum contém canções de gêneros sertanejo e pop, com temas como amor, saudade e empoderamento feminino.
O documento apresenta vários poemas sobre o amor e as relações humanas. Em três frases, o resumo é:
O documento reúne poemas de diferentes autores tratando sobre temas como o amor, a saudade, a amizade e o dia de São Valentim, expressando sentimentos como paixão, carinho e alegria na conexão entre as pessoas. Muitos poemas descrevem de forma sensível os sentimentos gerados pelo amor e pela perda do objeto amado.
Este documento fornece informações sobre uma coletânea de músicas da cantora brasileira Elis Regina. Contém letras de canções populares brasileiras dos anos 1960 e 1962, além de créditos para os compositores, arranjadores e equipe de produção.
Elis regina todas as letras araujo,mesquita e paleziMedusa Fabula
Este documento fornece informações sobre uma coletânea de músicas da cantora brasileira Elis Regina. Contém a lista de músicas presentes no álbum "Todas as Letras", lançado em 1961, com títulos, compositores e intérpretes originais. Também apresenta uma breve biografia da artista e créditos da equipe responsável pela organização e projeto gráfico da publicação.
O documento descreve a solidão e o desejo de encontrar conforto emocional em meio a sentimentos de desengano e tristeza entre as pessoas. O autor deseja chorar até cansar e ser levado para longe, a um lugar onde Deus possa ouvi-lo e sua dor possa ser compreendida.
04 - Músicas para trabalhar figuras de linguagemNAPNE
O poema fala sobre o poder transformador do amor, como ele é capaz de fazer alguém falar diferentes línguas e ainda assim nada ser sem ele. O amor é descrito como um sentimento que não faz mal, não sente inveja e é capaz de enxergar a verdade.
O documento fornece informações biográficas sobre Iran Maia, um poeta brasileiro nascido em 1991. Ele cresceu em um ambiente onde a leitura e escrita eram valorizadas e começou a escrever poemas desde cedo. Atualmente vive no Rio de Janeiro e continua escrevendo poesia.
Este documento é uma coleção de poemas sobre amor perdido escritos por Sylvia Senny e Edson Maciel. Os poemas exploram temas como saudade, solidão, medo, lembranças e o desejo de voltar no tempo para consertar erros do passado ou reavivar o amor perdido. A coleção é dividida em sete partes, cada uma contendo vários poemas curtos que expressam os sentimentos dos autores sobre o término de seu relacionamento por meio de imagens e reflexões sobre o amor.
O documento apresenta a lista de músicas e letras do álbum ao vivo "Multishow - Paula Fernandes". O álbum contém canções de gêneros sertanejo e pop, com temas como amor, saudade e empoderamento feminino.
O documento apresenta vários poemas sobre o amor e as relações humanas. Em três frases, o resumo é:
O documento reúne poemas de diferentes autores tratando sobre temas como o amor, a saudade, a amizade e o dia de São Valentim, expressando sentimentos como paixão, carinho e alegria na conexão entre as pessoas. Muitos poemas descrevem de forma sensível os sentimentos gerados pelo amor e pela perda do objeto amado.
Este documento fornece informações sobre uma coletânea de músicas da cantora brasileira Elis Regina. Contém letras de canções populares brasileiras dos anos 1960 e 1962, além de créditos para os compositores, arranjadores e equipe de produção.
Elis regina todas as letras araujo,mesquita e paleziMedusa Fabula
Este documento fornece informações sobre uma coletânea de músicas da cantora brasileira Elis Regina. Contém a lista de músicas presentes no álbum "Todas as Letras", lançado em 1961, com títulos, compositores e intérpretes originais. Também apresenta uma breve biografia da artista e créditos da equipe responsável pela organização e projeto gráfico da publicação.
O documento descreve a solidão e o desejo de encontrar conforto emocional em meio a sentimentos de desengano e tristeza entre as pessoas. O autor deseja chorar até cansar e ser levado para longe, a um lugar onde Deus possa ouvi-lo e sua dor possa ser compreendida.
04 - Músicas para trabalhar figuras de linguagemNAPNE
O poema fala sobre o poder transformador do amor, como ele é capaz de fazer alguém falar diferentes línguas e ainda assim nada ser sem ele. O amor é descrito como um sentimento que não faz mal, não sente inveja e é capaz de enxergar a verdade.
O documento fornece informações biográficas sobre Iran Maia, um poeta brasileiro nascido em 1991. Ele cresceu em um ambiente onde a leitura e escrita eram valorizadas e começou a escrever poemas desde cedo. Atualmente vive no Rio de Janeiro e continua escrevendo poesia.
O poema descreve um amor passado que foi importante mas agora se foi, deixando o autor com saudades e sentimentos de solidão e tristeza. Ele fala sobre como esse amor o completava mas agora está em pedaços sem ele.
A banda Restart foi formada em 2008 por quatro amigos do colegial em São Paulo. Eles misturam rock com música eletrônica e ganharam popularidade rapidamente através da internet. A banda já possui fãs por todo o Brasil e tem vários shows agendados para março de 2010, demonstrando seu crescimento contínuo.
A banda Restart foi formada em 2008 por quatro amigos do colegial em São Paulo. Eles misturam rock com música eletrônica e rapidamente conquistaram fãs por todo o Brasil graças à internet. A banda é composta por Pedro Lucas, Pedro Lanza, Lucas Kobayashi e Thomas D'Avilla, cada um com talento musical e personalidade própria.
A banda Restart foi formada em 2008 por quatro amigos do colegial em São Paulo. Eles ganharam popularidade pela música, visual e conexão com os fãs. A banda mescla rock e música eletrônica de forma original. Em menos de um ano, eles já possuem fãs por todo o Brasil e se apresentarão em shows em março de 2010.
O documento apresenta vários poemas curtos escritos por estudantes sobre temas como amor, amizade, paixão e sentimentos. As obras usam figuras de linguagem como metáfora, paradoxo, antítese e comparação para expressar essas ideias de forma criativa.
Este documento contém vários poemas escritos por alunos da Escola Profissional Infante D. Henrique para celebrar o Dia Mundial da Poesia. Os poemas abordam temas como a amizade, o amor, a família e a natureza.
Esta é uma carta em forma de poemas. São 99 poemas escritos para uma mulher desconhecida. O último poema, o de número 100, só seria escrito se esta mulher tivesse sido encontrada.
A cada dia um poema foi escrito falando das minhas tristezas, alegrias, realidade e sonhos.
Talvez esta mulher não exista, talvez exista só na imaginação. Mas, esta busca ficará registrada. E, um dia, talvez ela leia o que foi escrito para ela, e ela então verá que grande e bonito foi esse amor e que doce foi essa busca.
O poema descreve como as palavras podem transmitir sentimentos de forma poderosa, comparando-as a beijos e à esperança. As "palavras de amor" e de "esperança louca" dão força para seguir em frente, enquanto outras palavras podem ajudar a superar momentos difíceis ou trazer cor para a vida. O poema celebra o poder das palavras de exprimir emoções profundas.
A coleção apresenta poemas e pinturas de diversos autores e estilos ao longo dos séculos. Embora de épocas e estilos diferentes, todas as obras compartilham a beleza e a capacidade de transcender o tempo.
Este documento é uma coletânea de poemas escritos por Luciano Cordier Hirs intitulada "Folhas em Versos". A introdução fornece detalhes sobre o autor e editora. Os poemas tratam de temas como amor, saudade, solidão e esperança, muitos com linguagem poética e sentimentos profundos.
Folhetim Literário Desiderata n 3 - DespedidaJosé Feldman
O documento apresenta vários poemas sobre o tema da despedida. Os poemas expressam a tristeza e a dor da separação, descrevendo sentimentos como saudade, solidão e o desejo de que o reencontro venha em breve. Muitos poemas usam a palavra "adeus" e refletem sobre o significado desse ato de se despedir.
O documento apresenta vários poemas de diferentes autores sobre temas como amor, saudade, natureza e reflexões sobre a vida. Os poemas celebram a página "Lunas Café Poético" como um espaço de encontro entre poetas para compartilhar sua arte livre de maldades.
O documento apresenta informações sobre músicas nordestinas brasileiras, incluindo letras e artistas. Há referências a canções de Jackson do Pandeiro, Alceu Valença, Elba Ramalho e outros expoentes da música popular nordestina.
1. O documento contém várias poesias escritas por alunos e ex-alunos da Escola Omar Resende Peres sobre temas como amor, amizade, natureza e cultura brasileira.
2. As poesias abordam assuntos como gangorra, capoeira, feijoada, samba e mostram a alegria e tradições culturais do povo brasileiro.
3. Muitas poesias celebram a educação de jovens e adultos e o aprendizado ao longo da vida através do projeto E
O documento discute poesia, poemas, canções e apresenta exemplos de poemas e canções de diferentes autores como Vinícius de Moraes, Cecília Meireles e Geraldo Vandré. Inclui definições de poema e canção, e pede para os leitores criarem uma poesia a partir de um trecho apresentado do poema "Marcha" de Cecília Meireles ou da música "Canteiros" de Fagner.
Este documento é um livro de poesias dividido em três seções: "Lírio", "Sangue" e "Jogos de Luxúria". Cada seção contém várias poesias explorando temas como amor, perda, dor e engano. Há também um agradecimento inicial aos leitores do blog Lady Black Raven que inspiraram a criação deste livro.
O documento contém várias poesias e textos sobre amizade, amor e tempo. As poesias falam sobre a importância dos amigos, da fidelidade no amor e sobre aproveitar cada momento da vida.
Este documento é uma antologia poética composta por 14 poemas curtos que refletem sobre temas como devoção, a vida, sentido, fé, amor e paz. Os poemas usam linguagem simples e imagens para expressar sentimentos de gratidão, esperança e fé em meio aos desafios da existência humana.
Este documento é uma coleção de poemas de amor e saudade. Os poemas expressam sentimentos como paixão, tristeza pela separação do amado, lembranças dos momentos felizes juntos, e a esperança de que o amor possa superar a distância temporária. Muitos poemas usam imagens da natureza como metáforas para descrever os sentimentos profundos do autor.
Mais conteúdo relacionado
Semelhante a 108442372-Songbook-Elisreginabrasill.pdf
O poema descreve um amor passado que foi importante mas agora se foi, deixando o autor com saudades e sentimentos de solidão e tristeza. Ele fala sobre como esse amor o completava mas agora está em pedaços sem ele.
A banda Restart foi formada em 2008 por quatro amigos do colegial em São Paulo. Eles misturam rock com música eletrônica e ganharam popularidade rapidamente através da internet. A banda já possui fãs por todo o Brasil e tem vários shows agendados para março de 2010, demonstrando seu crescimento contínuo.
A banda Restart foi formada em 2008 por quatro amigos do colegial em São Paulo. Eles misturam rock com música eletrônica e rapidamente conquistaram fãs por todo o Brasil graças à internet. A banda é composta por Pedro Lucas, Pedro Lanza, Lucas Kobayashi e Thomas D'Avilla, cada um com talento musical e personalidade própria.
A banda Restart foi formada em 2008 por quatro amigos do colegial em São Paulo. Eles ganharam popularidade pela música, visual e conexão com os fãs. A banda mescla rock e música eletrônica de forma original. Em menos de um ano, eles já possuem fãs por todo o Brasil e se apresentarão em shows em março de 2010.
O documento apresenta vários poemas curtos escritos por estudantes sobre temas como amor, amizade, paixão e sentimentos. As obras usam figuras de linguagem como metáfora, paradoxo, antítese e comparação para expressar essas ideias de forma criativa.
Este documento contém vários poemas escritos por alunos da Escola Profissional Infante D. Henrique para celebrar o Dia Mundial da Poesia. Os poemas abordam temas como a amizade, o amor, a família e a natureza.
Esta é uma carta em forma de poemas. São 99 poemas escritos para uma mulher desconhecida. O último poema, o de número 100, só seria escrito se esta mulher tivesse sido encontrada.
A cada dia um poema foi escrito falando das minhas tristezas, alegrias, realidade e sonhos.
Talvez esta mulher não exista, talvez exista só na imaginação. Mas, esta busca ficará registrada. E, um dia, talvez ela leia o que foi escrito para ela, e ela então verá que grande e bonito foi esse amor e que doce foi essa busca.
O poema descreve como as palavras podem transmitir sentimentos de forma poderosa, comparando-as a beijos e à esperança. As "palavras de amor" e de "esperança louca" dão força para seguir em frente, enquanto outras palavras podem ajudar a superar momentos difíceis ou trazer cor para a vida. O poema celebra o poder das palavras de exprimir emoções profundas.
A coleção apresenta poemas e pinturas de diversos autores e estilos ao longo dos séculos. Embora de épocas e estilos diferentes, todas as obras compartilham a beleza e a capacidade de transcender o tempo.
Este documento é uma coletânea de poemas escritos por Luciano Cordier Hirs intitulada "Folhas em Versos". A introdução fornece detalhes sobre o autor e editora. Os poemas tratam de temas como amor, saudade, solidão e esperança, muitos com linguagem poética e sentimentos profundos.
Folhetim Literário Desiderata n 3 - DespedidaJosé Feldman
O documento apresenta vários poemas sobre o tema da despedida. Os poemas expressam a tristeza e a dor da separação, descrevendo sentimentos como saudade, solidão e o desejo de que o reencontro venha em breve. Muitos poemas usam a palavra "adeus" e refletem sobre o significado desse ato de se despedir.
O documento apresenta vários poemas de diferentes autores sobre temas como amor, saudade, natureza e reflexões sobre a vida. Os poemas celebram a página "Lunas Café Poético" como um espaço de encontro entre poetas para compartilhar sua arte livre de maldades.
O documento apresenta informações sobre músicas nordestinas brasileiras, incluindo letras e artistas. Há referências a canções de Jackson do Pandeiro, Alceu Valença, Elba Ramalho e outros expoentes da música popular nordestina.
1. O documento contém várias poesias escritas por alunos e ex-alunos da Escola Omar Resende Peres sobre temas como amor, amizade, natureza e cultura brasileira.
2. As poesias abordam assuntos como gangorra, capoeira, feijoada, samba e mostram a alegria e tradições culturais do povo brasileiro.
3. Muitas poesias celebram a educação de jovens e adultos e o aprendizado ao longo da vida através do projeto E
O documento discute poesia, poemas, canções e apresenta exemplos de poemas e canções de diferentes autores como Vinícius de Moraes, Cecília Meireles e Geraldo Vandré. Inclui definições de poema e canção, e pede para os leitores criarem uma poesia a partir de um trecho apresentado do poema "Marcha" de Cecília Meireles ou da música "Canteiros" de Fagner.
Este documento é um livro de poesias dividido em três seções: "Lírio", "Sangue" e "Jogos de Luxúria". Cada seção contém várias poesias explorando temas como amor, perda, dor e engano. Há também um agradecimento inicial aos leitores do blog Lady Black Raven que inspiraram a criação deste livro.
O documento contém várias poesias e textos sobre amizade, amor e tempo. As poesias falam sobre a importância dos amigos, da fidelidade no amor e sobre aproveitar cada momento da vida.
Este documento é uma antologia poética composta por 14 poemas curtos que refletem sobre temas como devoção, a vida, sentido, fé, amor e paz. Os poemas usam linguagem simples e imagens para expressar sentimentos de gratidão, esperança e fé em meio aos desafios da existência humana.
Este documento é uma coleção de poemas de amor e saudade. Os poemas expressam sentimentos como paixão, tristeza pela separação do amado, lembranças dos momentos felizes juntos, e a esperança de que o amor possa superar a distância temporária. Muitos poemas usam imagens da natureza como metáforas para descrever os sentimentos profundos do autor.
Semelhante a 108442372-Songbook-Elisreginabrasill.pdf (20)
4. Dá sorte
Eleu Salvador
Viva a Brotolândia – 1961
Dá sorte fazer o que eu digo
Dá sorte querer seu amor
Dá sorte cantar comigo
Cante então a canção que eu fiz para ser feliz
Cante então a canção que eu fiz para ser feliz
Creio no supremo poder
Gosto de quem gosta de mim
Serei tudo que quero ser
Sou feliz, tenho alguem que me quer e que eu quero bem
Sonhando (Dream)
B. de Vorzon/T. Ellis/Vs. Juvenal Fernandes
Viva a Brotolândia – 1961
Sonho
Eu sempre sonho
Que o amor irei buscar
Sigo
Uma alameda
E alquém é o meu par
Alguém que eu venero
Que tanto quero
Não sei quem é
Sonho
E no meu sonho
Sigo com um certo alguém
Murmúrio
Djalma Ferreira/Luiz Antônio
Viva a Brotolândia – 1961
Vai nesta canção
Meu último adeus
Coração sonha em vão
Com os beijos seus
Foi esta canção
Que eu murmurei
Tu também longe amei
Murmuraste eu sei.
Há neste murmúrio huma saudade
A vontade louca de voltar
Ser como era antes mesmo por instantes
E depois morrer para não chorar
Tu serás
Ângela Martignoni/Othon Russo
Viva a Brotolândia – 1961
Tu serás a vida e o meu destino
Tu serás angústia e tormento
Tu serás a chama que ilumina
O eterno fogo de minha alma
E na noite escura, minha estrela
Tu serás… tu serás
Estrela que mostra o meu caminho
Tu serás… somente tu.
Vivo para amar-te e adorar-te
Pois és a razão dos meus desejos
E se em ti não penso a todo instante
Não posso acalmar o meu tormento
Samba feito para mim
Paulo Tito
Viva a Brotolândia – 1961
Pedi pra fazerem um samba para mim.
Pra desabafar meu coração.
Tenho tanta coisa pra dizer de mim.
Como eu gostaria de falar numa canção.
Sei que o mundo é mau, jamais vai entender,
Que este samba vive de hum sofrer
O tema é meu. Nasceu assim.
Era preciso fazerem um samba pra mim.
Amei alguém. Fui só de alguém.
O mundo não procurou compreender.
Então pedi para fazerem um samba assim.
E este samba foi feito todinho pra mim.
Fala-me de amor (Take me in your arms)
Markus/Rotter/Vs. Max Gold
Viva a Brotolândia – 1961
Fala-me de amor,
Mesmo que seja pra mentir
Fala-me de amor,
Se vais partir.
Um beijo louco
Para lembrar o que passou
Dura tão pouco
Mesmo que seja o fim
Aperta-me assim
E nos braços teus
Toda magia viverei
Beija-me assim
Depois adeus!
Eu queria sentir teu beijo
Com carinho e emocão
E guardar este amor tão puro
No fundo do coração
2
5. Baby face
Davis/Asket/Vs. Fred Jorge
Viva a Brotolândia – 1961
Baby face
Esse rostinho lindo
Baby face
Parece ingênuo
Não é isso não
Baby face
Que encontrei sorrindo e me deixou sonhando
Baby face
Esse seu modo estranho de olhar pra mim
Me faz acreditar
Que você sabe amar
Mentindo
Baby Face.
Dor de Covelo
João Roberto Kelly
Viva a Brotolândia – 1961
Beber pra esquecer é teimosia
Hoje muito whisky, muita alegria,
Amanhã ressaca, saco de gelo
O bar não é doutor que cure a dor de cotovelo
A dor pra curar não tem receita
É corcunda que se deita
Sem achar a posição
E sentir saudade não faz mal
Não é no fundo do copo
Que você vai encontrar sua moral
Beber pra esquecer...
Garoto último tipo (Puppy Love)
Paul Anka/Vs. Fred Jorge
Viva a Brotolândia – 1961
Hoje eu vi um tal brotinho
Que o meu coração
Foi logo conquistando
E eu nem disse não
Garoto último tipo
Broto sensação
Não sei porque
Dei meu coração
Saiu pra rua
Trânsito parou
E pra mim o olhar mandou
Que garotinho
Mas que tipão
E roubou meu coração
As coisas que eu gosto (My favorite things)
Hammerstein/Rodgers/Vs. Fernando César
Viva a Brotolândia – 1961
As coisas que eu gosto eu vou lhe dizer
São coisas bonitas que vêm de você
É o céu de um sorriso embriagador
E esses seus olhos lembrando o amor
Nem sei como pode você ser assim
E ter tudo, tudo que é bom para mim
Nem de encomenda eu ia achar
Outro igual a você para amar
Os seus olhos
Seu sorriso
Que bonitos são
Você não existe
Na certa sonhei
Quando inventei você
Mesmo de mentira
Carlos Imperial
Viva a Brotolândia – 1961
Diz mesmo de mentira
Que eu sou tudo pra você
Diz mesmo de mentira
Que ao seu lado eu vou viver
Diz.
Prefiro a mentira
Pois a verdade é ruim
Diz mesmo de mentira
Diz que você gosta de mim
Quero viver na ilusão
Pois afinal não machuca o coração
Se a verdade me faz mal
Eu não vou fazer da minha vida um carnaval
Mente
É melhor assim
Diz que você gosta de mim
Amor, amor (Love, love)
Bill Caesar/Vs. Carlos Imperial
Viva a Brotolândia – 1961
Amor, amor
Quero um amor que não tenha fim
Amor, amor
Quero um amor pra mim
Amor, amor
Quero um amor que me queira bem
Amor, amor
Eu reciso amar alguém
Vivo a sonhar
Que estou a beijar
O meu grande amor
Sempre a esperar
Quem me queira amar
O meu peito agora diz
Eu preciso de um amor
Só assim serei feliz
3
6. 4
Poema
Fernando Dias
Poema de Amor – 1962
Poema
É a noite cheia de amargura
Poema
É a luz que brilha lá no céu
Poema
É ter saudade de alguém
Que a gente quer e que não vem
Poema
É o cantar de um passarinho
Que vive ao leú, perdeu seu ninho
É a esperança de o encontrar
Poema
É a solidão da madrugada
Um ébrio triste na calçada
Querendo a lua namorar
7. Pororó-Popó
João Roberto Kelly
Poema de Amor – 1962
Bate bate bate constante
Pororó-popó
Dançando na festa, beijinho na testa e só
Seu telefone eu anotei
Cupido me laçou
E apertou o nó
Poró-poroporó
Todo dia eu discava
Poró-poroporó
Discava escondida da mamãe e da vovó
Tudo começou de brincadeira
E eu fiquei brincando a vida inteira
Dá-me um beijo
(Kiss me, Kiss me)
Trovajoli/Daniell/Vs. Romeu Nunes
Poema de Amor – 1962
Dá-me um beijo
Um só
Um só
Mata meu desejo
De mim
Tem dó
Pois num beijo só você poderá sentir
O que sinto é desejo sim de mim
Dá-me dá-me um beijo
Mais um
Só um
E vamos depois
Os dois
Os dois
Pela vida nos deixando com ardor
Para sempre
Sempre
Amor
Nos teus lábios
Haroldo Eiras/Ataliba Santos
Poema de Amor – 1962
Nos teus olhos
Vejo a luz com que sempre sonhei
Nos teus lábios
Sinto os beijos que as vezes roubei
Vem de novo
A saudade em meu peito apertar
E por isso eu canto
Nos teus olhos
As estrelas refletem o brilhar
Dos teus lábios
Beijos mil me fazem lembrar
Desde então
Não sonho e nem vivo
Porque, amor, só posso encontrar
Nos teus lábios e os teus olhos quero olhar.
Sim os teus olhos quero olhar
Vou comprar
um coração
Paulo Tito/Romeu Nunes
Poema de Amor – 1962
Vou comprar um coração
Para trocar por este meu
Porque sem ilusão não sei viver
E este meu coração cansou de amar
Com um novo coração
Vou repetir os erros meus
Fazer oque já fiz
Amar em vão
Ser infeliz mais uma vez.
Meu pequeno mundo de ilusão
(My little corner of the world)
Hilliard/Pockriss/Vs. José Mauro Pires
Poema de Amor – 1962
Ó vem meu doce bem
Ao meu pequeno mundo de ilusão
São teus os sonhos meus
No meu pequeno mundo de ilusão
Só tu então
Serás a inspiração
E neste mundo
Terás meu coração
E se, meu doce bem,
Vieres aplacar esta paixão
Serão somente teus
O meu pequeno mundo e a ilusão
Eu sempre quis
Contigo, coração,
Viver feliz
Em meu mundo de ilusão
5
Saudade é recordar
Renan França/Verinha Falcão
Poema de Amor – 1962
De que vale o que tenho
Só tristezas pra contar
E tristeza é ter saudade
Saudade é recordar
Tu cruzaste o meu caminho
Quando eu era a própria dor
Hoje deixo o teu carinho
Por amor ao teu amor
8. Las
secretárias
Pepe Luis/Vs. Martha Almeida
Poema de Amor – 1962
Cha Cha Cha
Para o secretário
Cha Cha Cha
Para estenodatilografar
Cha Cha Cha
Para o secretário
Cha Cha Cha
Cha Cha Cha
Como é bom bailar
Necessito secretário competente
Com experiência e boa apresentação
Solicito homem jovem e bonito
E com carta de recomendação
Que domine o idioma Italiano
O Francês e o Inglês com perfeição
Nao me importa seja loiro ou moreno
Mas que tenha bem alegre o coração
Quando formos de manhã para o trabalho
E a tarde na hora de regressar
Que beleza eu e o meu secretário
Caminhando e cantando o cha cha cha
Pizzicati
Pizzicato
Stern/Marnay/Vs. Fred Jorge
Poema de Amor – 1962
Quando eu ouvi tocar um doce pizzicati
Quase desandou
e quase parou
O pobre coração que só palpita por ti
E sempre te adorou
Em doce pizzicato o coração pulsou
E alegre saltou
E alegre cantou
E como um violino doido a suspirar
Sonhou… sonhou… sonhou…
Plum plum plum
Que delicioso
Plum plum plum
Maravilhoso
Minha cancão de amor nasceu no meu coração
Só para ti
Minha paixão
Em doce pizzicato eu vou levar-te a emoção
O meu amor sem fim
A canção que eu canto
É por ti meu bem
É um doce pizzicato
Sempre a saltitar
Plum plum plum
Canção
de enganar
despedida
Walter/Joluz
Poema de Amor – 1962
Teu olhar
Meu olhar
Nosso olhar
Tuas mãos
Minhas mãos
A emoção
A noite a se perder nos faz,
Meu amor,
Outra vez
Amar
Sonhar
É manhã
Na manhã do adeus
Repousa
Teus lábios nos meus
Um beijo irá fazer
Teu olhar
Meu olhar
Outra vez
Amar
Chorar
Confissão
Umberto Silva/Paulo Aguiar/Luiz Maranhão
Poema de Amor – 1962
Vai nesta cancão
A confissão
De alguém que hoje é feliz, feliz
Vai dizer também
Que só alguém
Que ninguém mais faz infeliz
O que passou, passou
Sei que não volta mais
Eis o consolo eneletivo dos meus ais
Pra que lembrança sem esperança?
Se um é pouco, dois é bom, três é demais
Podes voltar
Othon Russo/Nazareno de Brito
Poema de Amor – 1962
Deixa passar a incerteza que te afasta de mim
Quero pensar que ainda me queres como ontem, e assim
Quero guardar esta ilusão
Adormecer e contigo sonhar
Se tu soubesses que torturas em minha alma sem ti
Noites inteiras a pensar que havia outra qualquer
Mas mesmo assim haja o que houver
Podes voltar outra vez para mim
6
9. A Virgem de
Macareña
(La Virgen de la Macareña)
B. B. Munterde/Calero/A. Bourget
Elis Regina – 1963
À noite quando me deito
Eu rezo à Virgem de Macareña
Assim sozinho em meu quarto
Falo à Virgem Santa todo o meu tormento
É de coração que eu peço
Que alguém um dia me queira
Que me abraçe com ternura
E me beije com doçura
Ó Virgem Santa
Ó Virgem Santa porque sofro tanto
Ouvi o que pede
Ouvi o que pede a angústia do meu pranto
Porque, ó Santa querida,
Não encontro na vida alguém para meu amor?
Porque, ó Santa querida,
Não encontro na vida alguém para meu amor?
Alguém que seja ternura
E viva comigo os sonhos que sonhei
É de coração que eu peço
Que alguém um dia me queira
Que me abraçe com ternura
E me beije com doçura
Ouvi o que pede
Ouvi o que pede minha alma aflita
Minha Virgem Santa
Minha Virgem Santa de Macareña
Tango italiano
Malgoni/Baretta/Palessi/Romeo Nunes
Elis Regina – 1963
Um tango italiano
O nosso tango
Quero um dia dançar
E sonhar novamente
Um tango italiano
Um terno tango
Como aquele que viu começar
Nosso amor tão distante
E nos teus braços
Rodando ao compasso do tango a recordar
Nosso passado
E o amor esquecido veremos retornar
Um tango italano
E os teus braços
O meu corpo de novo estreitar
E teus olhos de novo encontrar
E no céu de teus olhos buscar
A aventura perdida
Dengosa
Castro Perret
Elis Regina – 1963
Eu sou dengosa
Gosto de carinho
Amor pra mim
Tem que ter denguinho
Eu sou assim
Dengosa para amar
Procuro aguém dengoso
Para ser meu par
Amar com dengo
Dá gosto da gente amar
Beijar com dengo
Dá gosto de se beijar
Amor com dengo
Torna mais gostoso o carinho
Mas para amar com dengo
É preciso ter jeitinho
Formiguinha triste
Joãozinho
Elis Regina – 1963
Era uma vez uma triste formiguinha
Que vivia tão sozinha tocando seu violão
Tão simplezinha era sua morada
Mas existia lugar pra mais alguém
Mas certo dia, como diz a lenda,
Tudo lá no quintal se iluminou
Formiguinha encontrou outra
Inverno sozinha não passou
Tristeza de carnaval
Bidú/Mutinho
Elis Regina – 1963
O carnaval
Sempre faz feliz alguém
As vezes traz tristeza
E a alegria foge
Tudo é quarta-feira
Tudo é sempre cinza
Pra quem amou foi muito bom
Pra quem perdeu chorou demais
Depois voltou o carnaval
Na fantasia de sol
E a esperança de encontrar
Um novo amor
No carnaval
No carnaval
No carnaval
Outra vez (Again)
Cochran/Newman
Elis Regina – 1963
Jamais
O meu amor tu terás
Não te darei novamente
A boca ardente, oh, não!
Verás
Que o sonho que se desfaz
Nem deixa rastro na alma
E acalma a ilusão de um coração
Eu não quero
De novo sofrer
Tal como eu já sofri
Eu não quero de novo viver
No amargor em que já vivi
O sonho que se desfez
Não deixou rastro em minha alma
Não sonharei outra vez
7
10. Silêncio
Túlio Paiva
Elis Regina – 1963
Silêncio!
Atenção!
O samba já tem outra marcação
O pandeiro já não faz o que fazia
Violão só é na base da harmonia
Silêncio!
Atenção!
Porque o samba já tem outra marcação
A roda do mundo sempre vai girando
Vai girando sem parar
Tudo nessa vida se renova
A bossa velha deu lugar à bossa nova
O samba já tem outra marcação
E essa é nova marcação
1, 2, 3,
balançou
Nazareno de Brito/Alcyr Pires Vermelho
Elis Regina – 1963
1, 2, 3, balançou
1, 2, 3, o meu samba quero assim
Requebra e vai por mim
1, 2, 3, vai não vai
1, 2, 3, ouve o prato a marcar
O nosso balançar
Faz um passo todo figurado
E segue o rebolado
A onda do balanço me enrolou
Eu não posso parar
Vejo o tempo correr sem me cansar
Você pode notar
Batam palmas para quem gostou
Do meu samba que a ninguem negou
De todo coração
Sensação enquanto balançou
À noite
Berstein/Roberto Côrte Real
Elis Regina – 1963
À noite, amor
Vou ver o meu amor
A lua há de brilhar
Pra nós dois
À noite, amor
Vou ver o meu amor
E pra nós as estrelas virão
E o sol que sabe que eu espero
Que só a noite eu quero
Compreende e já se vai
Ó Deus, fazei
Fazei que a noite seja
Sem fim pra mim
Ressurreicão
Marino Pinto/Pernambuco
Elis Regina – 1963
Ressurreição, meu amor do passado
Tu és a razão do meu porvir
Eu sonho em vão por que sonho acordada
Quisera saber o que há de vir
A chama que se apaga
Sempre mata a esperença
Minha chama de esperar-te
Não se cansa
Ressurreição, me levou ao passado
E curou de uma vez a minha dor
Milagre do amor
Flertei
Castro Perret
Elis Regina – 1963
Agora sim estou certinha com um só
Tanto brinquei que Cupido me acertou
Eu tive tantos mas a nenhum eu amei
E, no entanto, sem querer, gamei
Veja você, eu que nunca pensei em amar
Eu que flertava apenas para brincar
Mas fui brincar de amor quem soube entender meu coracão
E o flerte transformou-se em gamação
Adeus amor
Almeida Rêgo/Newton Ramalho
Elis Regina – 1963
Adeus amor
Eu tenho de partir
Eu sei que vou sentir
Uma saudade imensa de você
Que vai ficar
Sozinho como eu
A remoer lembranças do passado
Meu Deus como é que eu vou ficar
Sem ter você pra me abraçar?
Sem ter aqueles beijos que são meus?
Só meus
Adeus amor
Eu voltarei, querido,
pra recomeçar a nossa vida
8
11. Alô saudade
Paulo Aguiar/Umberto Silva
O Bem do Amor – 1963
Telefonei para a saudade
Dizendo a ela o que sentia
Como ela trouxe a solução
Meu coração logo esqueceu toda a paixão
Acreditei no que me foi prescrito
E em tudo o que eu não acreditava
Depois do tempo em que levei sofrendo assim
Felicidade voltou pra mim
Sem teu amor
Luiz Mauro
O Bem do Amor – 1963
Meu coração não pode mais viver assim
Sem teu amor
Meu coracão vive chorando triste assim
Sem teu amor
Tudo acabou
Fiquei sozinha
Sem teu querer
Tudo mudou
E, sem carinho,
Não sei viver
Meu coracão hoje só vive de ansiedade
Por você
Espero em vão o fim de toda essa saudade
De você
Vou esperar
Ó, meu querido,
Volte pr favor
Meu coracão
Não vai viver toda esta vida
Sem teu amor
Saudade e
carinho
Renan Franca/Verinha Maranhão
O Bem do Amor – 1963
Saudade e carinho
Ai que vontade de amar!
Todo amor tem o seu ninho
O meu amor, onde andará?
Tantos amores eu já tive
Quantos amores mais terei?
Nenhum, porém, comigo vive
Sozinha sempre viverei
Mania de gostar
Luis Mauro
O Bem do Amor – 1963
Mania boba é essa da gente de gostar de alguém. Alguém que nos faz um pouquinho feliz quando vem.
Alguém que quando vai não diz pra onde nem porque. Parte deixando saudade. Fazendo a gente sofrer.
Não vai outra vez meu amor, não vá pra longe de mim. Esse negócio de saudade não foi feito pra mim.
Com você aqui bem perto. Juntinho do meu coração. Não viverei mais nesta solidão.
Manhã de
AMOR
Sergio Malta/Joluz
O Bem do Amor – 1963
É manhã
Vem o sol
Vem trazer o calor
Que aquece a emoção
De um olhar
De um aperto de mão
Vem a chuva também
Vem chorar a alegria
Do retorno de alguém
De um amor
Numa terna ilusão
E se faz lá no céu
O enlace da chuva e do sol
A natureza sorri
É tão lindo o matiz do arrebol
Já se fez a manhã do amor
Já se pôs o arco-iris além
Vem a chuva
Vem o sol
Com eles, meu bem.
Se você quiser
Baden Powell/Mario Telles
O Bem do Amor – 1963
Você quer que eu te conte o que é o amor,
Feito para dois amar,
Feito de sorriso e flor?
Você quer.
Mas será que você quer?
Caminhar neste luar para eu te mostrar.
Vem.
Você quer ver na luz do meu olhar,
Como eu te quero bem,
Como eu te quero amar?
Eu não sei.
Eu não sei se você quer.
Eu posso te dar amor,
Se vocie quiser.
9
12. Há uma história triste
Othon Russo/Niquinho
O Bem do Amor – 1963
Há uma história triste pelo ar
História que não tem “era uma vez…”
Há uma história triste pra contar
História que começa com “talvez”
Foi, talvez, amor que acabou
Foi, talvez, um sonho que apagou
Restos de lembrança e amargura
Rugas de saudade e de ternura
Domingo em Copacabana
Roberto Faissal/Paulo Tito
O Bem do Amor – 1963
Copacabana cheia
Bom é domingo mesmo
Dias de sol vem alegrar o nosso amor
Mar azul
Onda azul
Vem beijar meus amores
Copacabana bela
Lua de luz acesa
Ando calçada cheia sem pensar
Ai, rio até sozinha
Da beleza do meu Rio
Da TV Rio até o Forte
Gente que passa sem ter norte
Copacabana eu vou sonhar junto de ti
Meus olhos
Sergio Napp
O Bem do Amor – 1963
Meus olhos
Saudades que eu trago
Do amor de você
Meus olhos
Silêncios na espera
De alguém que não vem
Ah, se você entendesse
A beleza de amar
Que eles trazem em si
Ah, se você compreendesse
O que escondem meus olhos
Voltaria pra mim
Retorno
Aécio Kauffmann
O Bem do Amor – 1963
Meu bem eu agora voltarei
Bem sei que estarás a me esperar
Deixei meu coração cheio de amor juntinho ao teu
E só me acompanhou a saudade em seu lugar
Agora voltarei novamente aos braços teus
E tu sempre estarás eternamente nos braços meus
Na estrada desta vida
Nunca mais
Nunca mais sozinha
Longe amor
Dos teus carinhos
10
13. É pra frente que se anda
Caminhando sem olhar pra trás
É pra frente que se anda
Caminhando sem olhar pra trás
É como a roda da história
Que nunca pode parar
Há um turbilhão de anseios
Despertando a nossa voz
Há um mundo de esperança
Esperando,
Esperado por nós
E a gente vai seguindo
Olhando só pra frente
Sem se voltar pra trás
Procurando nosso mundo
Mundo de paz
Túlio Paiva
O Bem do Amor – 1963
Mundo de paz
O bem do amor
Rildo Hora/Clóvis Mello
O Bem do Amor – 1963
Se você pensava
Bem no amor achar
O bem no amor encontrará
E quando você quiser
Vá buscar ternura
No amor que existe
Num lugar feito pra dois
Sim, vá buscar
Tem perfume a flor que nasce
No jardim ao sol
De ver tanto encanto na flor
Fui pedir a rosa viva e multicor
Perfume e cor
Fiz nosso amor
E o mundo prá nós dois
11
14. O MORRO NÃO TEM VEZ
(Tom Jobim/Vinícius de Morais)
O morro não tem vez
E o que ele fez já foi demais
Mas olhem bem voces, quando derem vez ao morro
Toda a cidade vai cantar
ESSE MUNDO É MEU
(Sérgio Ricardo/Ruy Guerra)
Escravo no mundo em que sou
Escravo no reino em que estou
Mas acorrentado ninguém pode amar
Mas acorrentado ninguém pode amar
FEIO NAO É BONITO
(Carlos Lyra/Gianfrancesco Guarnieri)
Feio, nao é bonito
O morro existe mas pede pra se acabar
Canta, mas canta triste
Porque tristeza é só o que tem pra cantar
Chora, mas chora rindo
Porque é valente e nunca se deixa quebrar
Ama, o morro ama
Amor bonito, amor aflito
Que pede outra história
SAMBA DO CARIOCA
(Carlos Lyra/Vinícius de Morais)
Vamos, carioca,
sai do teu sono devagar
O dia já vem vindo aí
E o sol já vai raiar
Sao Jorge, teu padrinho,
te dê cana pra tomar
Xango, teu pai, te dê
muitas mulheres para amar
ESSE MUNDO É MEU
(Sérgio Ricardo/Ruy Guerra)
Saravá, Ogum, mandinga da gente continua
Cade o despacho pra acabá
Santo guerrero na floresta
Se você nao vem eu mesma vou brigá
Se voce nao vem eu mesma vou brigá
A FELICIDADE
(Tom Jobim/Vinícius de Morais)
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Brilha tão leve, mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar
SAMBA DE NEGRO
(Roberto Correa/Sylvio Son)
Subi lá no morro só pra ver
O que o nêgo tem
Pra cantar assim gostoso
E fazer samba como ninguém
VOU ANDAR POR AÍ
(Newton Chaves)
Vou andar por aí, perguntar por aí
Pra ver se eu encontro
A paz que perdi
O SOL NASCERÁ (A sorrir)
(Cartola/Elton Medeiros)
A sorrir eu pretendo levar a vida
Pois chorando eu vi a mocidade perdida
DIZ QUE FUI POR AÍ
(Zé Keti/H. Rocha)
Se alguém perguntar por mim
Diz que fui por aí
Levando o violão debaixo do braco
Em qualquer esquina eu paro
Em qualquer botequim eu entro
E se houver motivo, é mais um samba que eu faço
Se quiserem saber se eu volto, diga que sim
Mas só depois que a saudade se afastar de mim
Mas só depois que a saudade se afastar de mim
ACENDER AS VELAS
(Zé Keti)
Acender as velas, já é profissão
Quando nao tem samba, tem desilusão
Acender as velas, já é profissão
Quando nao sou eu, é Nara Leão
A VOZ DO MORRO
(Zé Keti)
Eu sou o samba
A voz do morro sou eu mesmo, sim senhor
Quero mostrar ao mundo que tenho valor
Eu sou o rei do terreiro
Eu sou o samba
Sou natural daqui do Rio de Janeiro
Sou eu quem leva alegria
Para milhões de corações brasileiros
O MORRO NAO TEM VEZ
(Tom Jobim/Vinícius de Morais)
O morro não tem vez
E o que ele fez já foi demais
Mas olhem bem voces
Quando derem vez ao morro
Toda a cidade vai cantar
Vai cantar, vai cantar
Vai cantar, vai cantar
Pout Pourri
Dois na Bossa 1 – 1963 (Com Jair Rodrigues)
12
15. Preciso aprender a ser só
Marcos Valle/Paulo Sergio Valle
Dois na Bossa 1 – 1965
Samba eu canto assim – 1965
Ah! se eu te pudesse fazer entender
Sem teu amor eu não posso viver
Que sem nós dois o que resta sou eu
E u a s s i m t ã o s ó
E eu preciso aprender a ser só
Poder dormir sem sentir teu amor
A ver que foi só um sonho e passou
A h ! o a m o r
Quando é demais ao findar leva a paz
M e e n t r e g u e i s e m p e n s a r
Que a saudade existe e se vem é tão triste
Vê, meus olhos choram a falta dos teus
Esses teus olhos que foram tão meus
Por Deus, entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor
Por Deus, entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor
A h ! o a m o r
Quando é demais ao findar leva a paz
M e e n t r e g u e i s e m p e n s a r
Que a saudade existe e se vem é tão triste
Vê, meus olhos choram a falta dos teus
Esses teus olhos que foram tão meus
Por Deus, entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor
Por Deus, entenda que assim eu não vivo
Eu morro pensando no nosso amor
Arrastão
Edu Lobo/Vinícius de Morais
Dois na Bossa 1 – 1965
Eh... tem jangada no mar
Eh, eh, eh... hoje tem arrastão
Eh... todo mundo pescar
Chega de sombra João
Jovi, olha o arrastão entrando no mar sem fim
Ê meu irmão me traz Yemanjá pra mim
Minha Santa Bárbara
Me abençoai
Quero me casar com Janaína
Eh... puxa bem devagar
Eh, eh, eh... já vem vindo o arrastão
Eh... é a Rainha do Mar
Vem, vem na rede João
Pra mim!
Valha-me Deus Nosso Senhor do Bonfim
Nunca, jamais se viu tanto peixe assim
Terra de
ninguém
Marcos Valle/Paulo Sergio Valle
Dois na Bossa 1 – 1965
Saudade do Brasil – 1980
(Com Marcos Valle)
Segue nessa marcha triste
Seu caminho aflito
Leva só saudade
E a injustiça
Que só lhe foi feita
Desde que nasceu
Pelo mundo inteiro
Que nada lhe deu
Anda.Teu caminho é longo
Cheio de incerteza
Tudo é só pobreza
Tudo é só tristeza
Tudo é terra morta
Onde a terra é boa
O senhor é dono
Não deixa passar
Pára no final da tarde
Tomba já cansado
Cai um nordestino
Reza uma oração
Prá voltar um dia
E criar coragem
Prá poder lutar
Pelo que é seu
Mas...
O dia vai chegar
Que o mundo vai saber
Não se vive sem se dar
Quem trabalha é que tem
Direito de viver
Pois a terra é de
n i n g u é m
13
16. Sem Deus com a família
César Roldão Vieira
Dois na Bossa 1 – 1965
Sapato de pobre é tamanco
A vida não tem solução
Morada da rico é palácio
E casa de pobre é barracão
Quem é pobre sempre sofre,
Vive sempre a trabalhar
Mas eu sofro só de dia,
De noite eu vivo pra sambar
A mulher de branco é esposa
E a esposa do preto é mulher
Mas minha mulher é só minha,
Do branco eu nem sei se só dele é
Branco fica atormentado
E nem tem tempo pra pensar
Mas o preto é mais que branco
pra mãe d’água Iemanjá
A terra do dono é só dele
E ali ninguém pode mandar
Mas se eu não pegar na enxada
Não tem ninguém pra plantar
Eu semeio tanto milho e a colheita é do senhor
Mas o dia da igualdade tá chegando seu doutor.
Reza
Edu Lobo/Ruy Guerra
Dois na Bossa 1 – 1965
Samba eu canto assim – 1965
Por amor andei já
Tanto chão e mar
Senhor já nem sei
Se o amor não é mais
Bastante pra vencer
Eu já sei o que vou fazer
Meu Senhor
Uma oração
Vou cantar para ver se vai valer
Laia ladaia sabadana ave-maria
Laia ladaia sabadana ave-maria
Ah! meu santo defensor
Traga o meu amor
Laia ladaia sabadana ave-maria
Laia ladaia sabadana ave-maria
Se é praga ou oração
Mil vezes cantarei
Laia ladaia sabadana ave-maria
Laia ladaia sabadana ave-maria
Menino das
laranjas
Théo de Barros
Dois na Bossa 1 – 1965 (Com Jair Rodrigues)
Samba eu canto assim – 1965
Menino que vai pra feira
Vender sua laranja até acabar
Filho de mãe solteira
Cuja ignorância tem que sustentar
É madrugada, vai sentindo frio
Porque se o cesto não voltar vazio
A mãe arranja um outro prá laranja
E esse filho vai ter que apanhar
Compra laranja
Menino que vai pra feira
É madrugada vai sentindo frio
Porque se o cesto não voltar vazio
A mãe arranja um outro prá laranja
E esse filho vai ter que apanhar
Compra laranja doutor
Ainda dou uma de quebra pro senhor
Lá no morro a gente acorda cedo
Que é só trabalhar
Comida é pouca e muita roupa
Que a cidade manda pra lavar
De madrugada ele menino
Acorda cedo tentando encontrar
Um pouco pra comer, viver até crescer
E a vida melhorar
Compra laranja doutor
Ainda dou uma de quebra pro senhor
14
17. Influência do Jazz
Carlos Lyra
Elis no Fino da Bossa 1965-1967
Pobre samba meu
Foi se misturando se modernizando, e se perdeu
E o rebolado cadê?, não tem mais
Cadê o tal gingado que mexe com a gente
Coitado do meu samba mudou de repente
Influência do jazz
Quase que morreu
E acaba morrendo, está quase morrendo, não percebeu
Que o samba balança de um lado pro outro
O jazz é diferente, pra frente pra trás
E o samba meio morto ficou meio torto
Influência do jazz
No afro-cubano, vai complicando
Vai pelo cano, vai
Vai entortando, vai sem descanso
Vai, sai, cai... no balanço!
Pobre samba meu
Volta lá pro morro e pede socorro onde nasceu
Pra não ser um samba com notas demais
Não ser um samba torto pra frente pra trás
Vai ter que se virar pra poder se livrar
Da influência do jazz
Formosa
Baden Powell/Vinícius de Morais
Elis no Fino da Bossa 1965-1967 (Com Baden Powell e Ciro Monteiro)
Formosa, não faz assim
Carinho não é ruim
Mulher que nega
Não sabe não
Tem uma coisa de menos
No seu coração
A gente nasce, a gente cresce
A gente quer amar
Mulher que nega
Nega o que não é para negar
A gente pega, a gente entrega
A gente quer morrer
Ninguém tem nada de bom
Sem sofrer
Formosa mulher!
Discussão
Tom Jobim/Newton Mendonça
Elis no Fino da Bossa 1965-1967 (Com pery Ribeiro)
Se você pretende sustentar opinião
E discutir por discutir
Só prá ganhar a discussão
Eu lhe asseguro pode crer
Que quando fala o coração
As vezes é melhor perder
Do que ganhar, você vai ver
Já percebi a confusão
Você quer ver prevalecer
A opinião sobre a razão
Não pode ser, não pode ser
Prá quê trocar o sim por não
Se o resultado é a solidão
Em vez de amor
Uma saudade vai dizer quem tem razão
Samba do avião
Tom Jobim
Elis no Fino da Bossa 1965-1967 (Com lennie Dale)
Eparrê,
Aroeira beira de mar
Salve Deus e Tiago e Humaitá
Eta, costão de pedra dos home brabo do mar
Eh, Xangô, vê se me ajuda a chegar
Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudade
Rio, teu mar, praias sem fim
Rio, você foi feito pra mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão
Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Aterrar
Vem Balançar
Walter Santos/Tereza Souza
Elis no Fino da Bossa 1965-1967
Quem vem lá?
Quem vem lá?
Se é de samba pode se chegar
No meu samba tem sempre lugar
Prá quem vem balançando
Querendo sambar
Quem vem lá?
Quem vem lá?
Se é de samba pode se chegar
No meu samba tem sempre lugar
Prá quem vem balançando
Querendo sambar
Pra quem
Traga o samba redondinho,
bem certinho assim
todinho solto
Mas não venha contando mentira rapaz
Não ponha no meu samba tão fácil demais
Devagar com a louça
Luiz Reis/Haroldo Barbosa
Elis no Fino da Bossa 1965-1967 (Com Elza Soares)
Devagar com a louça que eu conheço a moça,
vai devagar moçinha, devagar ei.
Eu conheço a moça, devagar com a louça,
vai devagar, prá não errar.
Devagar com a louça que eu conheço a moça,
vai devagar.
E eu conheço a moça, devagar com a louça.
Vai, prá não errar.
Ela é mais enrolada do que linha em carretel,
ja viu, mais você nessa jogada, hehe, vira bola de papel.
Dê o fora dessa louça, peça logo o seu boné.
Você vai ficar de touca, quem avisa amigo é, pois é..'
15
18. Mulata
Assanhada
Ataulfo Alves
Elis no Fino da Bossa 1965-1967 (Com Ataulfo Alves)
Ô, mulata assanhada
Que passa com graça
Fazendo pirraça
Fingindo inocente
Tirando o sossego da gente!
Ah! Mulata se eu pudesse
E se meu dinheiro desse
Eu te dava sem pensar
Esta terra, este céu, este mar
E ela finge que não sabe
Que tem feitiço no olhar!
Ai, meu Deus, que bom seria
Se voltasse a escravidão
Eu pegava a escurinha
E prendia no meu coração!...
E depois a pretoria
Resolvia aquestão!
Amor em paz
Tom Jobim/Vinícius de Moraes
Elis no Fino da Bossa 1965-1967
Eu amei
E amei, ai de mim, muito mais do que devia amar
E chorei
Ao sentir que iria sofrer e me desesperar
Foi então
Que da minha infinita tristeza aconteceu você
Encontrei
Em você a razão de viver e de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste quando se desfaz
O amor é a coisa mais triste quando se desfaz
Bocochê
Baden Powell/Vinícius de Moraes
Elis no Fino da Bossa 1965-1967 (Com Baden Powell)
Menina bonita, pra onde é "qu'ocê" vai
Menina bonita, pra onde é "qu'ocê" vai
Vou procurar o meu lindo amor
No fundo do mar
Vou procurar o meu lindo amor
No fundo do mar
Nhem, nhem, nhem
É onda que vai
Nhem, nhem, nhem
É onda que vem
Nhem, nhem, nhem
Tristeza que vai
Nhem, nhem, nhem
Tristeza que vem
Foi e nunca mais voltou
Nunca mais! Nunca mais
Triste, triste me deixou
Nhem, nhem, nhem
É onda que vai
Nhem, nhem, nhem
É a vida que vem
Nhem, nhem, nhem
É a vida que vai
Nhem, nhem, nhem
Não volta ninguém
Menina bonita, não vá para o mar
Menina bonita, não vá para o mar
Vou me casar com o meu lindo amor
No fundo do mar
Vou me casar com o meu lindo amor
No fundo do mar
Nhem, nhem, nhem
É onda que vai
Nhem, nhem, nhem
É onda que vem
Nhem, nhem, nhem
É a vida que vai
Nhem, nhem, nhem
Não volta ninguém
Menina bonita que foi para o mar
Menina bonita que foi para o mar
Dorme, meu bem
Que você também é Iemanjá
Dorme, meu bem
Que você também é Iemanjá
Agora Ninguém Chora Mais
Jorge Ben
Elis no Fino da Bossa 1965-1967 (Com Jorge Bem Jor e Zinho)
Chorava todo mundo
Mas agora ninguém chora mais
Chora mais, chora mais
Chorava todo mundo
Mas agora ninguém chora mais
Chora mais
ô, ô, ô, ô
Chorava mãe, chorava pai
Na hora da partida
Mas era uma beleza
Em vez de tristeza
Mas era uma beleza
Em vez de tristeza
ô, ô, ô, ô
Chorava mãe, chorava pai
Chorava todo mundo
Mas agora ninguém chora mais
Mas pois o menino voltou
Voltou homem, voltou doutor
Menino que é bom não cai
Pois já nasceu com a estrela
E sempre a mente sã
Menino que é bom não cai
Pois é protegido de Iansã
Chorava todo mundo
Mas agora ninguém chora mais
Chora mais, chora mais
Mas Que Nada
Jorge Ben
Elis no Fino da Bossa 1965-1967
Mas, que nada
Sai da minha frente
Que eu quero passar
Pois o samba está animado
E o que eu quero é sambar
Este samba
Que é misto de maracatu
É samba de preto velho
Samba de preto tu
Mas, que nada
Um samba como esse tão legal
Você não vai querer
Que eu chegue no final
16
19. Falsa Baiana
Geraldo Pereira
Elis no Fino da Bossa 1965-1967 (Com Wilson Simonal)
Baiana que entra no samba e só fica parada
Não samba, não dança, não bole nem nada
Não sabe deixar a mocidade louca
Baiana é aquela que entra no samba de qualquer
maneira
Que mexe, remexe, dá nó nas cadeiras
Deixando a moçada com água na boca
A falsa baiana quando entra no samba
Ninguém se incomoda, ninguém bate palma
Ninguém abre a roda, ninguém grita ôba
Salve a Bahia, senhor
Mas a gente gosta quando uma baiana
Samba direitinho, de cima embaixo
Revira os olhinhos dizendo
Eu sou fiilha de São Salvador
Telefone
Roberto Menescal/Ronaldo Bôscoli
Elis no Fino da Bossa 1965-1967 (Com Os Cariocas)
Plém plém plém plém plém plém plém plém plém
Plém plém
Ocupado pela décima vez
Plém plém
Telefono e não consigo falar
Plém plém
Estou ouvindo há muito mais de um mês
Plém plém
Já começa quando eu penso discar
Eu já estou desconfiado
Que ela deu meu telefone prá mim
Plém plém
E dizer que a vida inteira esperei
Plém plém
Que dei duro e me matei prá encontrar
Plém plém
Toda a lista quase que eu decorei
Plém plém
Dia e noite não parei de discar
E só vendo com que jeito
Pedia prá eu ligar
Plém plém plém plém
Não entendo mais nada
Prá que é que eu fui topar?
Trimm trimm
Não me diga que agora atendeu
Será que eu… eu consegui? Agora encontrar?
O moço atendeu… alô!
Somewhere
Stephen Sondheim/Leonard Bernstein
Elis no Fino da Bossa 1965-1967
There's a place for us
Somewhere a place for us
Peace and quiet and open air
Wait for us
Somewhere
There's a time for us
Some day a time for us
Time together and time to spare
Time to look, time to care
Someday
Somewhere
We'll find a new way of living
We'll find there's a way of forgiving
Somewhere
There's a place for us
A time and place for us
Hold my hand and we're halfway there
Hold my hand and I'll take you there
Somehow
Someday
Somewhere
There's a place for us
Hold my hand and we're halfway there
Hold my hand and I'll take you there
Somehow
Someday
Somewhere
Eu só queria saber
Miriam Ribeiro/Vera Brasil
Elis no Fino da Bossa 1965-1967 (Com Claudete soares)
Eu só queria ser
Um só dos teus anseios
Eu só queria ser
Um só dos teus momentos
Eu só queria ser
Dentro de ti
A brisa que passou
Uma canção me trouxe
A brisa que passou
Passou e não me trouxe
O sol de um meigo olhar
Na escuridão
Só nesta solidão
Sofre o meu coração
Cativo da canção que passou
Eu só queria ser
Um só dos teus anseios
Eu só queria ser
Um só dos teus momentos
Eu só queria ser
Dentro de ti
Se acaso você chegasse
Felisberto Martins/Lupicínio Rodrigues
Elis no Fino da Bossa 1965-1967 (Com Elza Soares e Jair Rodrigues)
Se acaso você chegasse
No meu chatô e encontrasse
Aquela mulher
Que você gostou
Será que tinha coragem
De trocar nossa amizade
Por ela que já
Lhe abandonou?
Eu falo porque essa dona
Já mora no meu barraco
À beira de um regato
E um bosque em flor
De dia me lava a roupa
De noite me beija a boca
E assim nós vamos
Vivendo de amor
17
20. É Zambi no açoite, ei, ei é Zambi... É Zambi, tui, tui, tui, tui, é Zambi...
É Zambi na noite, ei, ei, é Zambi... É Zambi, tui, tui, tui, tui, é Zambi...
Chega de sofrer... Eh! Zambi gritou. Sangue a correr é a mesma cor É o mesmo adeus e a mesma dor.
É Zambi se armando, ei, ei é Zambi... É Zambi, tui, tui, tui, tui, é Zambi...
É Zambi lutando, ei, ei, é Zambi... É Zambi, tui, tui, tui, tui, é Zambi...
Chega de viver na escravidão. É o mesmo céu. O mesmo chão. O mesmo amor. Mesma paixão.
Ganga-Zumba ei, ei, ei, vai fugir... Vai lutar tui, tui, tui, tui, com Zambi...
E Zambi gritou ei, ei, meu irmão... Mesmo céu, tui, tui, tui, tui, mesmo chão.
Vem filho meu, meu capitão. Ganga-Zumba... Liberdade! Liberdade! Ganga-Zumba vem meu irmão.
É Zambi lutando, é lutador. Faca cortando, talho sem dor. É o mesmo sangue e a mesma dor.
É Zambi morrendo, ei, ei é Zambi... É Zambi, tui, tui, tui, tui, é Zambi...
Ganga-Zumba, ei, ei, vem aí... Ganga-Zumba, tui, tui, tui, tui, é Zambi...
Zambi
Edu Lobo/Vinícius de Morais
O fino do fino – 1965
18
21. Canção do amanhecer
Edu Lobo/Vinícius de Morais
O fino do fino – 1965
Ouve
Fecha os olhos, meu amor
É noite ainda
Que silêncio!
E nós dois
Na tristeza de depois
A contemplar
O grande céu do adeus
Ah!
Não existe paz
Quando o adeus existe
E é tão triste o nosso amor
Ah! Vem comigo
Em silêncio
Vem olhar
Esta noite amanhecer
Iluminar
Os nossos passos tão sozinhos
Todos os caminhos
Todos os carinhos
Vem raiando a madrugada
Música no céu!
Esse mundo é meu
Sergio Ricardo/Ruy Guerra
O fino do Fino – 1965
Elis no Fino da Bossa 1965-1967
Esse mundo é meu
Esse mundo é meu
Fui escravo no reino e sou
Escravo no mundo em que estou
Mas acorrentado ninguém pode amar
Saravá, Ogum, mandinga prá gente continua
Cade o despacho pra acabá
Santo guerrero da floresta
Se você nao vem eu mesma vou brigá
Se voce nao vem eu mesma vou brigá
Escravo do reino e sou
Escravo do mundo em que estou
Mas acorrentado ninguém pode amar
Saravá, Ogum, mandinga prá gente continua
Cade o despacho pra acabá
Santo guerrero da floresta
Se você nao vem eu mesma vou brigá
Se voce nao vem eu mesma vou ficar
Resolução
Edu Lobo/Lula Freire
O fino do Fino – 1965
Samba eu canto assim – 1965
É, vou contar o que há.
É tempo de dizer quem sou
Sim. Eu cansei de lutar
E agora quero descansar
Tanto eu esperei para vencer
E agora vejo que perder
Nada mais é do que cansar
Eu cansei e perdi
Em tanta coisa acreditei
Se ninguém viu o que eu vi
Ninguém sabe mais do que eu sei
Mas se a esperança vai me deixar
E nem mais vou saber chorar
Nem sorrir sem amor para dar
Não. É preciso não morrer
É preciso decidir de uma vez
O que é pra fazer
Ou viver ou morrer
Há tanto para se fazer
Ou viver ou morrer
Há tanto para se fazer
Todas as canções que eu já cantei
Agora tem de me valer
E me fazer acreditar
Que é preciso viver
E o resto é só deixar pra lá
E, mesmo só, vou seguir
E nada me fará mudar
Té o sol raiar (Tempo feliz)
Baden Powell/Vinícius de Morais
O fino do Fino – 1965
Feliz o tempo que passou, passou
Tempo tão cheio de recordações
Tantas canções ele deixou,deixou
Trazendo paz a tantos corações
Que sons mais lindos tinha pelo ar
Quanta alegria de viver
Ah, meu amor, que tristeza me dá
Vendo o dia querendo amanhecer
E ninguem cantar
Mas meu bem
Deixa estar
Tempo vai, tempo vem
E quando um dia esse tempo voltar
Eu nem quero pensar o que vai ser
Até o sol raiar
19
22. Sou sem paz
Adilson Godoy
Samba eu canto assim – 1965
Tento em mim seu amor
Nasceu como uma flor cantando bem
E ninguém jamais amou assim
Nunca assim
Sofro sem tudo em mim
É só tristeza e dor
É só você e a felicidade que se foi
Que se foi
Você fugiu de mim
E triste, amor, eu canto assim
E a saudade em mim
Volte então, sou sem paz
Com o seu amor e a felicidade que virá
Que virá
Amor demais
Silvio César/Ed Lincoln
O fino do Fino – 1965
A canção é o lamento do amor demais
Quem chorou
Quem sofreu
Quem perdeu a paz
Venho dizer
Na canção
O que chorou
Seu coração
Vem
A noite é linda
Vem cantar
Vem
Toda tristeza
Vai passar
Só assim tu terás
Amor sem fim
Amor demais
Chegança
Edu Lobo/Oduvaldo Vianna Filho
O fino do Fino – 1965
Estamos chegando daqui e dali
E de todo lugar que se tem pra partir
Estamos chegando daqui e dali
E de todo lugar que se tem pra partir
Trazendo na chegança
Foice velha, mulher nova
E uma quadra de esperança
E uma quadra de esperança
Ah, se viver fosse chegar
Ah, se viver fosse chegar
Chegar sem parar, parar pra casar
Casar e os filhos espalhar
Por um mundo num tal de rodar
Por um mundo num tal de rodar
Por um amor
maior
Francis Hime/Ruy Guerra
Samba eu canto assim – 1965
Vim, eu vim te dizer
Eu vim te lembrar
Que a vida não é só tristeza e dor
É pobre quem tem medo de falar
O mundo que quer
E depois não dá o amor que guardou
Sim, eu vim te dizer
Eu vim te falar
Que o amor pra ser bom
Pra não ser qualquer
Precisa gritar a força que tem
De tudo mudar
Vem, meu amor
Vem, que amar é vencer
Mas amar é também
Gente que vai e vem
Gente que também quer
Ver este mundo melhor
Que o povo é assim
E dá o que tem
É o povo que faz
A vida maior
João Valentão é brigão
Pra dar bofetão
Não presta atenção e nem pensa na vida
A todos João intimida
Faz coisas que até Deus duvida
Mas tem seu momento na vida
É quando o sol vai quebrando
Lá pro fim do mundo pra noite chegar
É quando se ouve mais forte
O ronco das ondas na beira do mar
É quando o cansaço da lida da vida
Obriga João descansar
É quando a morena se enrosca
Do lado da gente
Querendo agradar
Se a noite é de lua
A vontade é de contar mentira
É de se espreguiçar
É de se deitar na areia da praia
Que acaba onde a vista
Não pode alcançar
E assim adormece esse homem
Que nunca precisa dormir pra sonhar
Porque não há sonho mais lindo
Do que sua terra, não há
Dorival Caymmi
Samba eu canto assim – 1965
João Valentão
Maria do Maranhão
Carlos Lyra/Nelson L. de Barros
Samba eu canto assim – 1965
Maria, pobre Maria
Maria do Maranhão
Que vive por onde anda
E anda de pé no chão
Maria desceu escada
Atravessou o país
Procurava muito pouco
Muito pouco ser feliz
Nem feliz queria ser
Que feliz não pode ser
Quem anda pelas estradas
Atravessando o país
Maria, pobre Maria
Maria do Maranhão
Que vive por onde anda
E anda de pé no chão
Maria seguiu estrada
A estrada de uma estrela
Maria não viu a estrela
Maria é só na estrada
Mas muita gente seguiu
A estrela que ela não viu
E vai dizer pra maria
Que tudo tem solução
Até mesmo pra Maria
Maria do Maranhão
Que vive por onde anda
E anda de pé no chão
20
23. Consolação/Berimbau/Tem dó
Baden Powell/Vinícius de Morais
Samba eu canto assim – 1965
Se não tivesse o amor
Se não tivesse essa dor
E se não tivesse o sofrer
E se não tivesse o chorar
…
Capoeira me mandou
Dizer que já chegou
Chegou para lutar
Berimbau me confirmou
Vai ter briga de amor
Tristeza camará
…
Ah! Tem dó
Quem viveu junto não pode nunca viver só
Ah! Tem dó
Mesmo porque você não vai ter coisa melhor
Não me venha achar ruim
Porque você me conheceu assim
Me diga agora, ora, ora
Não foi assim que você gamou?
Você sabe muito bem
Que mesmosendo louca, assim
Gamei também
Me diga agora, ora, ora
Será que alguém não foi quem mudou?
Aleluia
Edu Lobo/Ruy Guerra
Samba eu canto assim – 1965
Elis no Fino da Bossa – 1994 (Com Edu Lobo)
Barco deitado na areia
Não dá pra viver, não dá
Lua bonita sozinha
Não faz o amor, não faz
Toma decisão, aleluia!
Que um dia o céu vai mudar
Quem viveu a vida da gente
Tem que se arriscar
Amanhã é teu dia
Amanhã é teu mar, teu mar
E se o vento da terra
Que traz teu amor, já vem
Toma decisão, aleluia!
Lança o teu saveiro no mar
Beabá de pesca é coragem
Ganha o teu lugar
Mesmo com a morte esperando
Eu me largo pro mar, eu vou
Tudo o que sei é viver
E vivendo é que eu vou morrer
Toma decisão, tá na hora!
Que um dia o céu vai mudar
Quem não tem mais nada a perder
Só vai poder ganhar
Eternidade
Luiz Chaves/Adilson Godoy
Samba eu canto assim – 1965
Se ele é mais que céu
É mais que luz
É mais que amor
Sinto o infinito
Da paz que vem
Nascendo em mim
E sinto, enfim
Que é mais que tudo
É mais que o mundo
Me ensinou
Paz que eu tanto amei, chorando
Não, não se vá
Nossa eternidade
Que sempre sonhei
Nasceu no que sou
Sim, é mais que tudo
É mais que o mundo
Me ensinou
Último canto
Francis Hime/Ruy Guerra
Samba eu canto assim – 1965
Vou acender uma vela
Vou só cantar o meu canto
E vou cantar da maneira
A mais singela
E só depois
Vou te esquecer
E só depois
Vou te esquecer
Vou acender uma vela
Vou só chorar o meu pranto
E vou chorar da maneira
A mais singela
E só depois
Quero esquecer
Quando um amor acaba em pranto
É o mesmo que alguém morrer
Vou acender esta vela
Que é por mim e é por ela
Saveiros
Dory Caymmi/Nelson Motta
Compacto duplo – 1966
Nem bem a noite terminou
Vão os saveiros para o mar
Levam no dia que amanhece
As mesmas esperanças
Do dia que passou
Quantos partiram de manhã
Quem sabe quantos vão voltar
Só quando o sol descansar,
E se os ventos deixarem,
Os barcos vão voltar
Quantas histórias pra contar
E em cada vela que aparece
Um canto de alegria
De quem venceu no mar
21
24. Jogo de roda
Edu Lobo/Ruy Guerra
Compacto duplo – 1966
É ô lê, é hora
É ô lê, de roda
Jogo a vida
Jogo a tarde
Jogo a faca e a razão
Jogo o mundo à sua sorte
E a mentira eu jogo ao chão
A roda vai rodar
E eu jogo o meu amor então
E se eu puder
Entro na roda e vou rodar também
Gira a roda
Roda o tempo
Nasce um samba em minha mão
Olho a praia
Chamo o vento
Abro os braços e a canção
Eu sei aonde estou
E sei onde é que eu quero ir
E quem quiser
Entre na roda e vá rodar também
Ó, meu amor
O mundo assim não pode ser
É só tristeza e noite pra se ver
Sozinha estou num mundo
Em que o mal é rei
Mas o meu canto vem fora de lei
Ó, meu amor
Vem prá perto de mim cantar
Que nessa roda a dor vai se entregar
A minha voz é fraca
Mas em meu olhar
O novo mundo roda sem parar
Sem parar
Sem parar
A rodar
A rodar
A rodar
E assim tenho um norte
Tenho a vida
Tenho um samba de cordão
Tenho a noite já vencida
Na palma de minha mão
Meu samba já chegou
Tanta tristeza quer também
E o teu amor
Samba na roda do meu coração
Ensaio geral
Gilberto Gil
Compacto duplo – 1966
O Rancho do Novo Dia
O Cordão da Liberdade
E o Bloco da Mocidade
Vão sair no carnaval
É preciso ir à rua
Esperar pela passagem
É preciso ter coragem
E aplaudir o pessoal
O Rancho do Novo Dia
Vem com mais de mil pastoras
Todas elas detentoras
De um sorriso sem igual
O Cordão da Liberdade
Ensaiado com carinho
Pelo Zé Redemoinho
Pelo Chico Vendaval
Oh, que linda fantasia
Do Bloco da Mocidade
Colorida de ousadia
Costurada de amizade
Vai ser lindo ver o bloco
Desfilar pela cidade
Minha gente, vamos lá
Nossa turma vai sair
Nossa escola vai sambar
Vai cantar pra gente ouvir
Tá na hora, vamos lá
Carnaval é pra valer
Nossa turma é da verdade
E a verdade vai vencer
Canto triste
Edu Lobo/Vinícius de Morais
Compacto duplo – 1966
Porque sempre foste a primavera em minha vida
Volta pra mim
Desponta novamente no meu canto
Eu te amo tanto mais, te quero tanto mais
Há quanto tempo faz partiste
Como a primavera que também te viu partir
Sem um adeus sequer
E nada existe mais em minha vida
Como um carinho teu, como um silêncio teu
Lembro um sorriso teu tão triste
Ah, Lua sem compaixão, sempre a vagar no céu
Onde se esconde a minha bem-amada
Onde a minha namorada
Vai e diz a ela as minhas penas e que eu peço
Peço apenas
Que ela lembre as nossas horas de poesia
Das noites de paixão
E diz-lhe da saudade em que me viste
Que estou sozinho e só existe
Meu canto triste
Na solidão
Rosa morena
Dorival Caymmi/Antônio de Almeida
Compacto simples – 1966
Rosa morena
Onde vais morena rosa
Com essa rosa no cabelo
E esse andar de moça prosa
Morena, morena rosa
Rosa morena o samba está esperando
Esperando p’rá te ver
Deixa de lado essa coisa de dengosa
Anda rosa, vem me ver
Deixa de lado essa pose
Vem pro samba, vem sambar
Que o pessoal está cansado de esperar
22
25. Canto de Ossanha
Baden Powell/Vinícius de Morais
Compacto simples – 1966
Dois na bossa 2 – 1966
Elis, como e porque – 1969
Aquarela do Brasil – 1969
O homem que diz "dou" não dá, porque quem dá mesmo não diz
O homem que diz "vou" não vai, porque quando foi já não quis
O homem que diz "sou" não é, porque quem é mesmo é "não sou"
O homem que diz "tô" não tá, porque ninguém tá quando quer
Coitado do homem que cai no canto de Ossanha, traidor
Coitado do homem que vai atrás de mandinga de amor
Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai, não vou
Vai, vai, vai, vai... não vou!
Que eu não sou ninguém de ir em conversa de esquecer
a tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver uma estrela aparecer
na manhã de um novo amor
Amigo senhor, saravá, Xangô me mandou lhe dizer
Se é canto de Ossanha, não vá, que muito vai se arrepender
Pergunte ao seu Orixá, o amor só é bom se doer
Pergunte ao seu Orixá o amor só é bom se doer
Vai, vai, vai, vai, amar
Vai, vai, vai, sofrer
Vai, vai, vai, vai, chorar
Vai, vai, vai, dizer
due eu não sou ninguém de ir em conversa de esquecer
a tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver uma estrela aparecer
na manhã de um novo amor
23
26. Poutpourri de
introdução
Dois na bossa 2 – 1966 (Com Jair Rodrigues)
Louvação
Gilberto Gil/Torquato Neto
Dois na bossa 2 – 1966 (Com Jair Rodrigues)
Vou fazer a louvação
Louvação, louvação
Do que deve ser louvado
Ser louvado, ser louvado
Meu povo, preste atenção
Atenção, atenção
Repare se estou errado
Louvando o que bem merece, deixo o que é ruim de lado.
E louvo, pra começar, da vida o que é bem maior.
Louvo a esperança da gente na vida, pra ser melhor.
Quem espera sempre alcança. Três vezes salve a esperança!
Louvo quem espera sabendo que pra melhor esperar.
Procede bem quem não pára de sempre mais trabalhar.
Que só espera sentado quem se acha conformado.
Vou fazendo a louvação
Louvação, louvação
Do que deve ser louvado
Ser louvado, ser louvado
Quem 'tiver me escutando
Atenção, atenção
Que me escute com cuidado
Louvando o que bem merece, deixo o que é ruim de lado.
Louvo agora e louvo sempre o que grande sempre é.
Louvo a força do homem e a beleza da mulher.
Louvo a paz pra haver na terra. Louvo o amor que espanta a guerra.
Louvo a amizade do amigo que comigo há de morrer.
Louvo a vida merecida de quem morre pra viver.
Louvo a luta repetida. A vida pra não morrer.
Vou fazendo a louvação
Louvação, louvação
Do que deve ser louvado
Ser louvado, ser louvado
De todos peço atenção
Atenção, atenção
Falo de peito lavado
Louvando o que bem merece, deixo o que é ruim de lado.
Louvo a casa onde se mora de junto da companheira.
Louvo o jardim que se planta pra ver crescer a roseira.
Louvo a canção que se canta prá chamar a primavera.
Louvo quem canta e não canta, porque não sabe cantar.
Mas que cantará na certa quando enfim se apresentar.
O dia certo e preciso de toda a gente cantar.
E assim fiz a louvação
Louvação, louvação
Do que vi pra ser louvado
Ser louvado, ser louvado
Se me ouviram com atenção
Atenção, atenção
Saberão se estive errado
Louvando o que bem merece. Deixando o ruim de lado.
24
SAMBA DE MUDAR
(Geraldo Vandré)
Samba eu canto assim
Samba eu faço asism
Só quem sofreu
Quem chorou
Meu samba vai ouvir
Meu samba vai cantar
Só na tristeza e na dor
Alguém pode entender
Que a dor vai se acabar
E assim somente
NÃO ME DIGA ADEUS
(Paquito/L. Soberano/J. C. Silva)
Não
Não me diga adeus
Pense nos sofrimentos meus
VOLTA POR CIMA
(Paulo Vanzolini)
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava
O NEGUINHO E A SENHORITA
(Noel Rosa/A. da Silva)
Eu gostei da filha da madame
Que nós tratamos de sinhá
A sinhazinha também gostou do neguinho
O crioulinho não tem dinheiro pra gastar
Mas a madame tem preconceito de cor
E DAÍ
(Miguel Gustavo)
Proibiram que eu te amasse
Proibiram que eu te visse
Proibiram que eu saisse
E perguntasse a alguém por ti
Proibiram tudo
Proibam muito mais!
Preguem avisos!
Fechem portas!
Ponham guizos!
Nosso amor perguntará,
E daí?
SAMBA DE MUDAR
(Geraldo Vandré)
Só quem sofreu
Quem chorou
Meu samba vai ouvir
Meu samba vai cantar
Só na tristeza e na dor
Alguém pode entender
Que a dor vai se acabar
E assim somente
ENQUANTO A TRISTEZA NÃO VEM
(Sérgio Ricardo)
Por isso canta, canta
Nasceu uma rosa na favela
Canta, canta
Nasceu uma rosa na favela
CARNAVAL
(D. Ferreira/Ataulfo Alves)
Lê lê lê
A rainha do samba chegou
Lê lê lê
O batuque do nêgo enfezou
NA GINGA DO SAMBA
(Ataulfo Alves)
É na ginga bonita que o samba tem
Quem não tem ginga, no samba não se dá bem
GUARDA A SANDÁLIA DELA
(Sereno/Germano Mathias)
Guarda a sandália dela
Que o samba sem ela não pode ficar
Diga também pra ela
Que a escola sem ela não pode sambar
SAMBA DE MUDAR
(Geraldo Vandré)
Porque o samba é o samba bom
O samba é meu
Da nossa dor
É um samba de sofrer
Samba de querer
Samba de...
Samba de mudar
27. Upa, neguinho
Edu Lobo/Gianfrancesco Guarnieri
Dois na bossa 2 – 1966
Compacto simples – 1968
Elis especial – 1968
Elis Regina in London – 1969
Montreaux Jazz Festival – 1982
Upa, neguinho na estrada
Upa, pra lá e pra cá
Virge, que coisa mais linda!
Upa, neguinho começando a andá
Começando a andá, começando a andá
E já começa a apanhá
Cresce, neguinho e me abraça
Cresce e me ensina a cantá
Eu vim de tanta desgraça
Mas muito te posso ensiná
Capoeira, posso ensiná
Ziquizira, posso tirá
Valentia, posso emprestá
Mas liberdade só posso esperá
Patá tá tri
Tri tri tri
Trá trá trá
Amor até o fim
Gilberto Gil
Dois na bossa 2 – 1966
Montreaux Jazz Festival – 1982
Amor não tem que se acabar
Eu quero e sei que vou ficar
Até o fim eu vou te amar
Até que a vida em mim resolva se apagar
O amor é como a rosa num jardim
A gente cuida, a gente olha
A gente deixa o sol bater
Pra crescer, pra crescer
A rosa do amor tem sempre que crescer
A rosa do amor não vai despetalar
Pra quem cuida bem da rosa
Pra quem sabe cultivar
Amor não tem que se acabar
Até o fim da minha vida eu vou te amar
Eu sei que o amor não tem, não tem que se apagar
Até o fim da minha vida eu vou te amar
Eu sei que o amor não tem que se apagar
Samba
em
paz
Caetano Veloso
Elis – 1966
O samba vai vencer
Quando o povo perceber
Que é o dono da jogada
O samba vai crescer
Pelas ruas vai correr
Uma grande batucada
Samba não vai chorar mais
Toda gente vai cantar
O mundo vai mudar
E o povo vai cantar
Um grande samba em paz
Pra dizer adeus
Edu Lobo/Torquato Neto
Elis – 1966
Elis no Fino da Bossa 1965-1967
Adeus
Vou pra não voltar
E onde quer que eu vá
Sei que vou sozinha
Tão sozinha amor
Nem é bom pensar
Que eu não volto mais
Desse meu caminho
Ah, pena eu não saber
Como te contar
Que o amor foi tanto
E no entanto eu queria dizer
Vem
Eu só sei dizer
Vem
Nem que seja só
Prá dizer adeus
Tristeza que
se foi
Adilson Godoy
Dois na bossa 2 – 1966
Toda tristeza já passou
E agora um novo amor
vem surgindo
Sorrindo
Por isso bem feliz eu sei que
Toda tristeza já passou
E que agora um novo amor
Vem surgindo
Sorrindo
Por isso vou
Vou cantando agora
Vou levando agora
A beleza de um novo amor
Que me nasceu
Vou cantando agora
Vou levando agora
Felicidade só
25
28. Lunik 9
Gilberto Gil
Elis – 1966
Elis no Fino da Bossa 1965-1967
Poetas, seresteiros, namorados, correi
É chegada a hora de escrever e cantar
Talvez as derradeiras noites de luar
Momento histórico, simples resultado do desenvolvimento da ciência viva
Afirmação do homem normal, gradativa sobre o universo natural
Sei lá que mais
Ah, sim!
Os místicos também profetizando em tudo o fim do mundo
E em tudo o início dos tempos do além
Em cada consciência, em todos os confins
Da nova guerra ouvem-se os clarins
Guerra diferente das tradicionais,
Guerra de astronautas nos espaços siderais
E tudo isso em meio às discussões,
Muitos palpites, mil opiniões
Um fato só já existe que ninguém pode negar
7... 6.. 5... 4... 3... 2... 1... já!
E lá se foi o homem conquistar os mundos, lá se foi
Lá se foi buscando a esperança que aqui já se foi
Nos jornais, manchetes, sensação, reportagens, fotos, conclusão:
A lua foi alcançada afinal,
Muito bem, confesso que estou contente também
A mim me resta disso tudo uma tristeza só
Talvez não tenha mais luar pra clarear minha canção
O que será do verso sem luar?
O que será do mar, da flor, do violão?
Tenho pensado tanto, mas nem sei
Poetas, seresteiros, namorados, correi
É chegada a hora de escrever e cantar
Talvez as derradeiras noites de luar
Meu povo, preste atenção
Na roda que eu te fiz
Quero mostrar a quem vem
Aquilo que o povo diz
Posso falar, pois eu sei
Eu tiro os outros por mim
Quando almoço, não janto
E quando canto é assim
Agora vou divertir
Agora vou começar
Quero ver quem vai sair
Quero ver quem vai ficar
Não é obrigado a me ouvir
Quem não quiser escutar
Quem tem dinheiro no mundo
Quanto mais tem, quer ganhar
E a gente que não tem nada
Fica pior do que está
Seu moço, tenha vergonha
Acabe a descaração
Deixe o dinheiro do pobre
E roube outro ladrão
Agora vou divertir
Agora vou prosseguir
Quero ver quem vai ficar
Quero ver quem vai sair
Não é obrigado a escutar
Quem não quiser me ouvir
Se morre o rico e o pobre
Enterre o rico e eu
Quero ver quem que separa
O pó do rico do meu
Se lá embaixo há igualdade
Aqui em cima há de haver
Quem quer ser mais do que é
Um dia há de sofrer
Agora vou divertir
Agora vou prosseguir
Quero ver quem vai ficar
Quero ver quem vai sair
Não é obrigado a escutar
Quem não quiser me ouvir
Seu moço, tenha cuidado
Com sua exploração
Se não lhe dou de presente
A sua cova no chão
Quero ver quem vai dizer
Quero ver quem vai mentir
Quero ver quem vai negar
Aquilo que eu disse aqui
Agora vou divertir
Agora vou terminar
Quero ver quem vai sair
Quero ver quem vai ficar
Não é obrigado a me ouvir
Quem não quiser escutar
Agora vou terminar
Agora vou discorrer
Quem sabe tudo e diz logo
Fica sem nada a dizer
Quero ver quem vai voltar
Quero ver quem vai fugir
Quero ver quem vai ficar
Quero ver quem vai trair
Por isso eu fecho essa roda
A roda que eu te fiz
A roda que é do povo
Onde se diz o que diz... Onde se diz o que diz...
26
Roda
Gilberto Gil/João Augusto
Elis – 1966
29. Estatuinha
Edu Lobo/Gianfrancesco Guarnieri
Elis – 1966
Se a mão livre do negro tocar na argila
O que é que vai nascer?
Vai nascer pote pra gente beber
Nasce panela pra gente comer
Nasce vazinho, nasce parede
Nasce estatuinha bonita de se ver
Se a mão livre do negro tocar na onça
O que é que vai nascer?
Vai nascer pele pra cobrir nossas vergonhas
Nasce tapete pra cobrir o nosso chão
Nasce caminha pra se ter nossa ialê
Nasce atabaque pra se ter onde bater
Se a mão liver do negro tocar na palmeira
O que é que vai nascer?
Nasce choupana prá gente morar
Nasce rede pra gente se embalar
Nasce esteira pra gente se deitar
Nasce os abanos pra gente abanar
Veleiro
Edu Lobo/Torquato neto
Elis – 1966
Ê... ô... tá na hora e no tempo
Vamos lá que esse vento traz
Recado de partir
Beira de praia
Não faz mal que se deixe
Se o caminho da gente vai pro mar
Eu vou, tanta praia deixando
Sem saber até quando eu vou
Quando eu vou,quando eu volto
Eu vou pra terra distante
Não tem mar que me espante
Não tem, não
Anda, vem comigo que é tempo
Vem depressa que eu tenho
Braço forte e o rumo certo
Aqui o dia está perto
E é preciso ir embora
Ah! vem comigo nesse veleiro
Tá na hora e no tempo, ê... ô...
Vamos embora no vento ê... ô...
Boa palavra
Caetano Veloso
Elis – 1966
Aprendeu sozinho
Na areia, no chão
A brincar sozinho
Sem a mão de um irmão
Aprendeu com o vento
Que o sono passou
E acordou sozinho
No solo sem amor
Tava dormindo, acordei
Para acertar o namoro
Me deram o que de beber
Numa caneca de ouro
Não lhe deram nada
Não é seu este chão
Deita olhando o céu
Que o céu não tem dono, não
Como um passarinho
Aprende a voar
Solta o pensamento
Num braço de mar
Voou pra beira do rio
Pousou num poço dourado
Moça com seu namorado
Rico com seu empregado
Aprendeu sozinho
Deitado no chão
A esperar sozinho
Tempo de encontrar irmão
Inda a madrugada
Espera nascer
Não lhe deram nada
Mas não quer morrer
Boa palavra, rapaz
Boa palavra, rapaz
Boa palavra, rapaz
É assim que um homem faz
Sonho de Maria
Marcos Valle/Paulo Sergio Valle
Elis – 1966
Tanta roupa pra lavar
Tanto barraco pra arrumar
Tanta coisa pra esperar
Todo o morro a sambar
Tanta gente pra invejar
Nenhum sonho pra sonhar
Maria parou de trabalhar
No ar uma voz chamou
Maria olhou o céu
Maria desejou o céu
A vida é uma canção para se cantar
Mas é tarde pra voltar
Maria deixou a criança chorar
Uma estrela deixou de brilhar
Chorou.
Chorou o céu. Chorou
E a lágrima do céu apagou
Tudo o que maria deixou
E maria pra sempre acabou
27
30. Tem mais samba
Chico Buarque
Elis – 1966
Tem mais samba no encontro que na espera
Tem mais samba a maldade que a ferida
Tem mais samba no porto que na vela
Tem mais samba o perdão que a despedida
Tem mais samba nas mãos do que nos olhos
Tem mais samba no chão do que na lua
Tem mais samba no homem que trabalha
Tem mais samba no som que vem da rua
Tem mais samba no peito de quem chora
Tem mais samba no pranto de quem vê
Que o bom samba não tem lugar nem hora
O coração de fora samba sem querer
Vem que passa teu sofrer
Se todo mundo sambasse seria tão fácil viver
Tereza sabe sambar
Francis Hime/Vinícius de Morais
Elis – 1966
Chegou, chegou, sim senhor
Chegou sem anunciar
Fez um alô pro tiô
Fez um olá pra tiá
Depois dançou e dançou
Até o dia raiar
E não contente enturmou
Com as cabrochas de lá
E não contente enturmou
Com as cabrochas de lá
Salve, salve a Dona Tereza
Ela vai pro céu
Ela tem aquela nobreza
Que tinha Izabel
Branquinha igual assim não pode existir
Balanço igual eu juro que nunca vi
No carnaval nós vamos nos divertir
A turma tá que tá que não cabe em si
Porque Tereza enturmou
Depois foi-se embora Tereza
Foi como um luar
Foi deixando tanta tristeza
Na turma de lá
A gafieira já fez “subiscrição”
Pra passar cera e dar uma caiação
A turma tá que tá que não sai de lá
Tereza um dia pode querer voltar
Porque Tereza enturmou
Porque Tereza enturmou
Voltou, voltou sim senhor
Voltou sem anunciar
Fez um alô pro tiô
Fez um olá pra tiá
Tereza é branca na cor
Mas isso diexa pra lá
Porque Tereza enturmou
Porque ela sabe sambar
Tereza sabe sambar
Tereza sabe sambar
Carinhoso
Pixinguinha/João de Barro
Elis – 1966
Meu coração
Não sei porque
Bate feliz, quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim, foges de mim
Ah! Se tu soubesses
Como sou tão carinhoso
E muito e muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem!.. vem!... vem!.... vem!...
Vem sentir o calor
Dos lábios meus
À procura dos teus
Vem matar esta paixão
Que me devora o coração
E só assim então
Serei feliz, bem feliz
Canção do sal
Milton Nascimento
Elis – 1966
Compacto simples – 1968
Trabalhando o sal
É amor, o suor que me sai
Vou viver cantando
O dia tão quente que faz
Homem ver criança
Buscando conchinhas no mar
Trabalho o dia inteiro
Pra vida de gente levar
Água vira sal lá na salina
Quem diminuiu água do mar?
Água enfrenta o sol lá na salina
Sol que vai queimando até queimar
Trabalhando o sal
Pra ver a mulher se vestir
E ao chegar em casa
Encontrar a família a sorrir
Filho vir da escola
Problema maior é o de estudar
Que pra não ter meu trabalho
E vida de gente levar
28
31. Canção de não cantar
Sérgio Bittencourt
Festival dos festivais – 1966
Guardo o meu violão.
Já nos faltam canções.
São muitas as razões,
que temos pra cantar,
mas hoje, amor, melhor
é não cantar,
enquanto houver em nós
vontade de fugir de um canto
que na voz não vai saber mentir.
Meu canto para ser um canto certo,
vai ter que nascer liberto
e morar no assobio
do ocupado e do vadio
do alegre e do mais triste
só há canto quando existe
muito tempo e muito espaço
pra canção ficar se eu passo
e dizer o que eu não disse.
Ah que bom se eu ouvisse
o meu canto por ai.
Por isso o violão
prefere emudecer.
E vem pedir perdão
por não poder cantar
que hoje, amor, melhor
é não cantar.
Cantador
Dory Caymmi/Nelson Motta
Festival da Música Popular Brasileira Volume 2 – 1967
Amanhece, preciso ir
Meu caminho é sem volta e sem ninguém
Eu vou pra onde a estrada levar
Cantador, só sei cantar
Ah! eu canto a dor
Canto a vida e a morte
Canto o amor
Cantador não escolhe o seu cantar
Canta o mundo que vê
E pro mundo que vi meu canto é dor
Mas é forte pra espantar a morte
Prá todos ouvirem minha voz
Mesmo longe
De que servem meu canto e eu
Se em meu peito há um amor que não morreu
Ah! se eu soubesse ao menos chorar
Cantador, só sei cantar
Ah! Eu canto a dor
De uma vida perdida sem amor
Imagem
Luiz Eça/Ronaldo Bôscoli
Dois na Bossa 3 – 1967
Bom
Ai, que bom é ver vocês
E cada vez que eu volto
É para dizer
Que sem ter vocês
Sem ver vocês
Não sou ninguém
Canta
Que a vida passa
E, se ela passa
Melhor cantar
É de vocês
O meu cantar
É só pra vocês
Nosso cantar
Enquanto a nossa meta não for atingida,
continuamos gritando o nosso canto.
Enquanto nossa música não voltar ao que é, nós lutamos.
Faz escuro, mas nós cantamos.
O amanhã está breve.
Vamos cantar, logo logo, o que é nosso.
Porque, mais que nunca, é preciso cantar o que é nosso.
MANGUEIRA
(Assis Valente/Zequinha Reis)
Nao há, nem pode haver
Como Magueira não há
O samba vem de lá, alegria também
Morena faceira só Mangueira tem
FALA, MANGUEIRA!
(Mirabeau/Milton de Oliveira)
Fala, Mangueira, fala
Mostra a força da tua tradição
Com licença da Portela,
Favela Mangueira mora no meu coração
EXALTACÃO À MANGUEIRA
(Enéas Brites da silva/Aloisio A. Costa)
Mangueira teu cenário é uma beleza
Qua a natureza criou, ô ô
O morro com seus barracões de zinco
Quando amanhece, que esplendor!
Todo mundo te conhece ao longe
Pelo som do teu tamborim
E o rufar do teu tambor
Chegou ô ô a Mangueira, chegou!
MUNDO DE ZINCO
(Nássara/Wilson Batista)
Aquele mundo de Zinco que é Mangueira
Desperta com o apito do trem
Uma cabrocha e uma esteira
Um barracão de madeira
Qualquer malandro em Mangueira tem
Mangueira fica pertinho do céu, Elis
Mangueira vai assistir o meu fim
E deixa o nome na história
O samba foi minha glória
Eu sei que muitas cabrochas
Vão chorar por mim
LEVANTA MANGUEIRA
(Luiz Antonio)
Levanta, Mangueira, a poeira do chão
Samba de coração
Ai, mostra a sandália de prata da mulata
Acorda a cuíca e o tamborim
Mostra que o samba nasceu em Mangueira,sim
Levanta Mangueira, a poeira do chão
Samba de coração
DESPEDIDA DA MANGUEIRA
(Aldo Cabral/Bendito Lacerda)
Em Mangueira na hora da minha despedida
Todo mundo chorou, todo mundo chorou
Foi pra mim a maior emoção da minha vida
pois em Mangueira o meu coracao ficou
PRA MACHUCAR MEU CORAÇÃO
(Ary Barroso)
Ficou pra machucar meu coracao!
29
Pout-pourri
de Mangueira
Dois na Bossa 3 – 1967 (Com Jair Rodrigues)
32. Cruz de cinza, cruz de sal
Walter Santos/Teresa Souza
Dois na Bossa 3 – 1967
Compacto simples – 1968
Santa Clara clareai,
São Domingo alumiai
Vai chuva, vem sol
Vai chuva, vem sol
Sol, vem sol, vem sol, vem sol
Que o menino quer
Brincar, brincar
Tanto que chamou
Vem sol, vem sol
Tudo que já fez
Cruz de cinza, cruz de sal,
Casca de ovo no quintal
Tudo que chamou
Vem sol, vem sol
Santa Clara clareai
Vem sol, vem sol
E a trizteza do menino
São Domingo alumiai
Vem sol, vem com tanto azul no céu
Pra criança se perder de tanto rir
Pro menino se alegrar e o céu cair
Nessa rua onde o brinquedo é só você.
Sol, vem sol, vem sol, vem sol
Que o menino quer
Brincar, brincar
Tanto que chamou
Vem sol, vem sol
Tudo que já fez
Cruz de cinza, cruz de sal,
Casca de ovo no quintal
Manifesto
Guto/Mariozinho Rocha
Dois na Bossa 3 – 1967
A minha música não traz mensagem
E não faz chantagem ou guerra fria
E nem fala em ideologia
Eu vim apenas para lhes falar
De uma grande perda
Que nem sei se é da direita ou da esquerda
Que me importa se a censura corta
Pois eu gosto dela se é vermelha
Ou se é verde e amarela
Oh, camarada, companheiro, amigo
Ela foi embora
E o pior que foi contigo
Para mim foi um grande golpe
Não sei se de estado ou armado
Ou talvez de coração
Só sei dizer que a dor foi muito grande
E minha vida inteira transformou-se
Numa enorme agitação
Já que assim termina meu mandato
Pois eu fui cassado e deportado
Pra bem longe de você
Oh, minha amada, quero lhe dizer
Que sem o teu amor
Eu posso até morrer
MINHA NAMORADA
(Carlos Lyra/Vinícius de Morais)
Meu amor eu hoje estou contente
Todo mundo, de repente,
Ficou lindo, ficou lindo de morrer
Hoje eu estou rindo
Nem eu mesma sei do quê
Porque eu recebi
Uma cartinhazinha de você
Que diz assim:
Se você quer ser minha namorada
Oh, que linda namorada,
Você poderia ser!
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
De ninguém mais pode ser
EU SEI QUE VOU TE AMAR
(Tom Jobim/Vinícius de Morais)
Eu sei que vou te amar
Por toda minha vida vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente eu sei que vou te amar
E cada verso meu será
Pra te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida
MINHA NAMORADA
(Carlos Lyra/Vinícius de Morais)
Mas se em vez de minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada mais amada pra valer
Aquela amada
Pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a quel se quer morrer.
Você tem que vir comigo em meu caminho
E talvez o meu caminho seja triste pra você
A VOLTA
(Roberto Menescal/Ronaldo Bôscoli)
Mas quero que você me fale
Que você me cale
Caso eu perguntar
Se o que a faz tão linda
Foi tua pressa de voltar
Levanta e vem correndo
Me abraça e sem sofrer
Me beija longamente
O quanto a solidão precisa para morrer?
MINHA NAMORADA
(Carlos Lyra/Vinícius de Morais)
Os seus olhos têm que ser
só dos meus olhos
Os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois
PRIMAVERA
(Carlos Lyra/Vinícius de Morais)
Amor, eu lhe direi
Amor que eu tanto procurei
Ah, quem me dera eu pudesse ser
A tua primavera
E depois morrer
Marcha de
quarta-feira de cinzas
Carlos Lyra/Vinícius de Morais
Dois na Bossa 3 – 1967
Acabou nosso carnaval
Ninguém ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações
Saudades e cinzas foi o que restou
Pelas ruas o que se vê
É uma gente que nem se vê
Que nem se sorri
Se beija e se abraça
E sai caminhando
Dançando e cantando cantigas de amor
E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade
A tristeza que a gente tem
Qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir
Voltou a esperança
É o povo que dança
Contente da vida, feliz a cantar
Porque são tantas coisas azuis
E há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar de que a gente nem sabe
Quem me dera viver pra ver
E brincar outros carnavais
Com a beleza dos velhos carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz
Seu canto de paz
Pout-pourri romântico
Dois na Bossa 3 – 1967 (Com Jair Rodrigues)
30
33. Yê-melê
Chico Feitosa/Luiz Carlos Vinhas
Compacto simples – 1968
Yê-melê ari ará
Yê-melê ará
Ye-melê ari ará
Canto de Yemanjá
Zauê zaua
Melê Mela
Indê olá
Onda do mar
A rainha mãe do mar
Traz o seu amor
Sua benção vem me dar
E eu dou uma flor
Zauê zaua
Melê Mela
Indê olá
Onda do mar
Algum dia vai chegar
Que eu vou ouvir
Esse canto de Yemanjá
Vai do mar sair
Zauê zaua
Melê Mela
Indê olá
Onda do mar
Lapinha
Baden Powell/Paulo César Pinheiro
Compacto simples – 1968
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Vai, meu lamento vai contar
Toda tristeza de viver
Ai, a verdade sempre trai
E às vezes traz um mal a mais
Ai, só me fez dilacerar
Ver tanta gente se entregar
Mas não me conformei
Indo contra lei
Sei que não me arrependi
Tenho um pedido só
Último talvez, antes de partir
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Sai, minha mágoa
Sai de mim
Há tanto coração ruim
Ai, é tão desesperador
O amor perder do desamor
Ah, tanto erro eu vi, lutei
E como perdedor gritei
Que eu sou um homem só
Sem saber mudar
Nunca mais vou lastimar
Tenho um pedido só
Último talvez, antes de partir
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Quando eu morrer me enterre na Lapinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Calça, culote, palitó almofadinha
Adeus Bahia, zum-zum-zum
Cordão de ouro
Eu vou partir porque mataram meu besouro
Samba da
benção (Samba saravah)
Baden Powell/Vinícius de Moraes/Vs. Pierre Barouh
Compacto simples – 1968
Etre heureux c'est plus ou moins ce qu'on cherche
J'aime rire chanter et je n'empêche
Pas les gens qui sont bien d'être joyeux
Pourtant s'il est une samba sans tristesse
C'est un vin qui donne pas l'ivresse
Un vin qui ne donne pas l'ivresse
Non ce n'est pas la samba que je veux
J'en connais que la chanson incommode
D'autres pour qui ce n'est rien qu'une mode
D'autres qui en profitent sans l'aimer
Moi je l'aime et j'ai parcouru le monde
En cherchant ses racines vagabondes
C'est la chanson de samba qu'il faut chanter
On m'a dit qu'elle venait de Bahia
Qu'elle doit son rythme et sa poésie
À des siècles de danses et de douleur
Mais quel que soit le sentiment qu'elle exprime
Elle est blanche de forme et de rimes
Blanche de forme et de rimes
Elle est nègre bien nègre dans son coeur
Mais quel que soit le sentiment qu'elle exprime
Elle est blanche de forme et de rimes
Blanche de forme et de rimes
Elle est nègre bien nègre dans son coeur
Mais quel que soit le sentiment qu'elle exprime
Elle est blanche de forme et de rimes
Blanche de forme et de rimes
Elle est nègre bien nègre dans son coeur
Elle est nègre bien nègre dans son coeur
Samba do perdão
Baden Powell/Paulo César Pinheiro
Elis especial – 1968
Mais uma vez amor
A dor chegou sem me dizer
Agora que existe a paixão
A hora não é de sofrer
Mas quem quer pedir perdão
Não deixa a tristeza saber
E no entando a tua falta
Vem vazar meu coração
Mas a vida ensina a crer e a perdoar
Quando um amor valer
E o nosso é tão grande que já nem sei
Tenha pena das penas que eu penei
Não despreze mais meu padecer
Afasta a melancolia e a solidão
Já não cabem mais no meu violão
Tanta mágoa, sim, que eu vou morrer
Soluço eterno, pedir do coração
Só quem morre de amor pede perdão
31
34. Tributo ao Tom Jobim
Tom Jobim
Elis especial – 1968
VOU TE CONTAR (WAVE)
Vou te contar
Os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho
OUTRA VEZ
Outra vez sem você
Outra vez sem amor
Outra vez vou sofrer
Vou chorar
Até você voltar
VOU TE CONTAR (WAVE)
A primeira vez era a cidade
Da segunda, o cais e a eternidade
FOTOGRAFIA
Eu, você, nós dois
Aqui nesse terraço a beira-mar
O sol já vai caindo a o seu olhar
Parece acompanhar a cor do mar
Você tem de ir embora
A tarde cai em cores
Se desfaz
Escureceu
O sol caiu no mar
E aquela luz…
VOU TE CONTAR (WAVE)
So close your eyes…
Laralara…
…fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho
Sozinho…
Sozinho…
Vou te contar
Os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho
O resto é mar
É tudo que não sei contar
São coisas lindas que eu tenho pra te dar
Vem de mansinho a brisa e me diz
É impossível ser feliz sozinho
When I saw your first the time was half past three
When your eyes met mine it was eternity
Agora sei
Da onda que seguiu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver
De onde vens
Dory Caymmi/Nelson Motta
Elis especial – 1968
Ah, quanta dor vejo em teus olhos
Tanto pranto em teu sorriso
Tão vazias as tuas mãos
De onde vens assim cansada
De que dor, de qual distância
De que terras,de que mar
Só quem partiu pode voltar
E eu voltei prá te contar
Dos caminhos onde andei
Fiz do riso amargo pranto
No olhar sempre teus olhos
No peito aberto uma canção
Se eu pudesse de repente te mostrar meu coração
Saberias num momento quanta dor há dentro dele
Dor de amor quando não passa
É porque o amor valeu
Bom tempo
Chico Buarque
Elis especial – 1968
Um marinheiro me contou
Que a boa brisa lhe soprou
Q u e v e m a í b o m t e m p o
O pescador me confirmou
Que um passarinho lhe cantou
Q u e v e m a í b o m t e m p o
D o u d u ro t o d a a s e m a n a
S e n ã o p e r g u n t e à J o a n a
Que não me deixa mentir
Mas, finalmente é domingo
N a t u r a l m e n t e , m e v i n g o
Eu vou me espalhar por aí
N o c o m p a s s o d o s a m b a
E u d i s f a r ç o o
c a n s a ç o
J o a n a d e b a i x o
d o b r a ç o
C a r r e g a d i n h a d e a m o r
V o u q u e v o u
Pela estrada que dá numa
p r a i a d o u r a d a
Q u e d á n u m t a l d e
f a z e r n a d a
Como a natureza mandou
V o u
Satisfeito, alegria batendo
n o p e i t o
O r a d i n h o c o n t a n d o
d i r e i t o
A vitória do meu tricolor
V o u q u e v o u
L á n o a l t o
O s o l q u e n t e m e l e v a
n u m s a l t o
P r o l a d o c o n t r á r i o
d o a s f a l t o
Pro lado contrário da dor
Um marinheiro me contou
Que a boa brisa lhe soprou
Q u e v e m a í b o m t e m p o
Um pescador me confirmou
Que um passarinho lhe cantou
Q u e v e m a í b o m t e m p o
A n d o c a n s a d o d a l i d a
P r e o c u p a d a , c o r r i d a ,
s u r r a d a , b a t i d a
d o s d i a s m e u s
M a s u m a v e z n a v i d a
E u v o u v i v e r a v i d a
q u e e u p e d i a D e u s
Da cor do pecado
Bororó
Elis especial – 1968
Esse corpo moreno,
Cheiroso e gostoso
Que você tem
É um corpo delgado,
Da cor do pecado,
Que faz tão bem
Esse beijo molhado,
Escandalizado,
Que você deu
Tem sabor diferente,
Que a boca da gente
Jamais esqueceu
E quando você me responde
Umas coisas com graça,
A vergonha se esconde
Porque se revela
A maldade da raça.
Esse corpo, de fato,
Tem cheiro de mato,
Saudade, tristeza,
Essa simples beleza.
Esse corpo moreno,
Morena enlouquece.
Eu não sei bem porque
Só sinto na vida
O que vem de você
32
35. Corrida de jangada
Edu Lobo/José Carlos Capinam
Elis especial – 1968
Aquarela do Brasil – 1969
Elis Regina in London – 1969
Meu mestre deu a partida
é hora, vamos embora
Pros rumos do litoral, vamos embora
Na volta eu venho ligeiro, vamos embora
Eu venho primeiro pra tomar seu coração
É hora,
É hora, vamos embora
É hora, vamos embora, é hora vamos embora
Vamos embora, ora vamos embora
É hora, vamos embora, é hora
vamos embora
Viração, virando vai
Olha o vento, a embarcação
Minha jangada não é navio, não
Não é vapor nem avião
Mas carrega tanto amor
Dentro do meu coração
Sou seu mestre, meu proeiro
Sou segundo, sou primeiro
Olha a reta de chegar, olha a reta de chegar
Mestre, proeiro, segundo, primeiro
Reta de chegar, reta de chegar
Meu barco é procissão
minha terra é minha igreja
Noiva é meu rosário
No seu corpo vou rezar
Minha noiva é meu rosário
No seu corpo vou rezar
Ora,
Ora vamos embora
Vamos embora,vamos embora
Vamos embora,vamos embora
É hora, vamos embora, é hora vamos embora
Nego, vamos embora
Velho, vamos embora, nego, vamos embora
Vamos, vamos embora, ora, vamos embora
É hora, vamos embora,é hora
vamos embora
Carta ao mar
Roberto Menescal/Ronaldo Bôscoli
Elis especial – 1968
Me multiplicando em sol
Tento uma canção pra você
Trago flores, girassóis
Não me importa mal me querer
O que vai de mim, vem
De um desejo imenso de ser outra vez
Um barco, um azul
Outra vez, de tarde, morrer
Céu sem naves espaciais
Flores, só naturais
Só nós dois e as coisas banais
Mas não, pra quê
Pra que mundo, segue o mundo
Sem o mar, sem amar
De que vale o som sideral
Ou a rima mais genial
Se o amor está aqui neste sal
Neste encontro franco e frontal
Nesse barco longe do mundo
Toda a nossa vida e um segundo
Pra dizer do amar que voltei
Que sou do mar
Sou do mar
Do mar
Sou viramundo virado
Nas rondas da maravilha
Cortando a faca e facão
Os desatinos da vida
Gritando para assustar
A coragem da inimiga
Pulando pra não ser preso
Pelas cadeias da intriga
Prefiro ter toda a vida
A vida como inimiga
A ter na morte da vida
Minha sorte decidida
Sou viramundo virado
Pelo mundo do sertão
Mas inda viro este mundo
Em festa, trabalho e pão
Virado será o mundo
E viramundo verão
O virador deste mundo
Astuto, mau e ladrão
Ser virado pelo mundo
Que virou com certidão
Ainda viro este mundo
Em festa, trabalho e pão
Tributo à Mangueira
Elis especial – 1968
MANGUEIRA
(Assis Valente/Zequinha Reis)
Nao há, nem pode haver
Como Magueira não há
O samba vem de lá, alegria também
Morena faceira só Mangueira tem
FALA, MANGUEIRA!
(Mirabeau/Milton de Oliveira)
Fala, Mangueira, fala
Mostra a força da tua tradição
Com licença da Portela,
Favela Mangueira mora no meu coração
EXALTACAO À MANGUEIRA
(Enéias B. da Silva/Aloísio A. Costa)
Mangueira teu cenário é uma beleza
Qua a natureza criou, ô ô
O morro com seus barracões de zinco
Quando amanhece, que esplendor!
Todo mundo te conhece ao longe
Pelo som do teu tamborim
E o rufar do teu tambor
Chegou ô ô a Mangueira, chegou!
LEVANTA MANGUEIRA
(Luis Antonio)
Levanta, Mangueira, a poeira do chão
Samba de coração
Ai, mostra a sandália de prata da mulata
Acorda a cuíca e o tamborim
Mostra que o samba nasceu em Mangueira,sim
Levanta Mangueira, a poeira do chão
Samba de coração
DESPEDIDA DA MANGUEIRA
(Aldo Cabral/Benedito Lacerda)
Em Mangueira na hora da minha despedida
Todo mundo chorou, todo mundo chorou
Foi pra mim a maior emoção da minha vida
pois em Mangueira o meu coracao ficou
PRA MACHUCAR MEU CORAÇÃO
(Ary Barroso)
Ficou pra machucar meu coracao!
33
Gilberto Gil/José Carlos Capinam
Elis especial – 1968
Vira
mundo
36. Qui êtes-vous?
Si tu m'aimes, tu dois deviner
Aujourd'hui tous les deux on se cache
Derrière nos masques
Pour se demander
Qui êtes-vous? Dites vite
Dis-moi à quel jeux tu m'invites
Je voudrais me fondre à ta suite
Je voudrais qu'on prenne la fuite
Moi, je vagabonde, poète et chanteur
J'ai perdu la ronde qui mène au bonheur
Moi, je cours les routes
Je reste chez moi
L'amour me déroute
Je n'y croyais pas...
Moi, dans la fanfare je porte un drapeau
Modestie à part, je joue bien du pipeau
Je suis si fragile
J'ai dix ans de trop
Je suis colombine
Je suis pierrot
Mais c'ést Carnaval et qu'importe aujourd'hui qui tu es
Demain tout redeviendra normal
Demain tout va finir, laissons le temps courir
Laisse au jour sa lumière
Aujourd'hui je suis ce que tu attends de moi
Si tu veux laissons faire, on verra
Peut-être que demain on se retrouvera
Peut-être que demain on se reconnaîtra
La, la, la, la...
Noite dos mascarados
(La nuit des masques)
Chico Buarque/Vs. Pierre Barouh
Elis Regina em Paris – 1968 (Com Pierre Barouh)
34
Noite dos Mascarados
Chico Buarque
Quando o carnaval chegar – 1972 (Com Chico Buarque)
Ele: Quem é você?
Ela: Adivinhe, se gosta de mim
Os dois: Hoje os dois mascarados
Procuram os seus namorados
Perguntando assim:
Ele: Quem é você, diga logo
Ela: Que eu quero saber o seu jogo
Ele: Que eu quero morrer no seu bloco
Ela: Que eu quero me arder no seu fogo
Ele: Eu sou seresteiro
Poeta e cantor
Ela: O meu tempo inteiro
Só zombo do amor
Ele: Eu tenho um pandeiro
Ela: Só quero um violão
Ele: Eu nado em dinheiro
Ela:Não tenho um tostão
Fui porta-estandarte
Não sei mais dançar
Ele: Eu, modéstia à parte
Nasci pra sambar
Ela: Eu sou tão menina
Ele: Meu tempo passou
Ela: Eu sou Colombina
Ele: Eu sou Pierrot
Os dois: Mas é carnaval
Não me diga mais quem é você
Amanhã, tudo volta ao normal
Deixe a festa acabar
Deixe o barco correr
Deixe o dia raiar
Que hoje eu sou
Da maneira que você me quer
O que você pedir
Eu lhe dou
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser
Seja você quem for
Seja o que Deus quiser
37. Deixa
Baden Powell/Vinícius de Morais
Elis Regina em Paris – 1968
Deixa,
Fale quem quiser falar, meu bem.
Deixa,
Deixe o coração falar também,
Porque ele tem razão demais quando se queixa.
Então a gente deixa, deixa, deixa,
Deixa,
Ninguém vive mais do que uma vez.
Deixa,
Diz que sim prá não dizer talvez.
Deixa,
A paixão também existe.
Deixa,
Não me deixe ficar triste.
A noite do meu bem
(La nuit de mon amour)
Dolores Duran/Vs. Pierre Barouh
Elis Regina em Paris – 1968
Ce soir
Je veux trouver la rose la plus belle
Et la première étoile qui m'appelle
Pour célébrer la nuit de mon amour
Ce soir
Je veux la paix des enfants qui s'endorment
Je veux l'écho d'une vie qui se forme
Pour célébrer la nuit de mon amour
Ce soir
Je veux la joie d'un voilier qui s'élance
Et l'abandon d'une main qui s'avance
Pour célébrer la nuit de mon amour
Ce soir
Je voudrais toute la beauté du monde
Pour que ce soit la nuit la plus profonde
Puisqu'elle sera la nuit de mon amour
Pourtant
Ces joies soudain me semblent incertaines
Je ne peux croire qu'elle serait vaine
Cette espérance qui me vient de toi
Ah...
Mais cet amour tant me tarde à venir
Que je ne sais plus comment retenir
Cette tendresse
Que je veux offrir...
Tristeza
Haroldo Lobo/Niltinho
Elis Regina em Paris – 1968
Tristeza,
Por favor vai embora,
Minha alma que chora,
Está vendo o meu fim,
Fez do meu coração a sua moradia,
Já é demais o meu penar,
Quero voltar àquela vida de alegria,
Quero de novo cantar.
La, ra, ra, ra,
La, ra, ra, ra, ra, ra,
La, ra, ra, ra, ra, ra,
Quero de novo cantar.
Aquarela do Brasil /
Nega do cabelo duro
Elis, como e porque – 1969
Aquarela do Brasil – 1969
Saudade do Brasil – 1980
AQUARELA DO BRASIL
(Ary Barroso)
Ô, ôi essas fontes murmurantes
Ôi onde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincá
Ôi, esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
Brasil! Brasil!
Prá mim... prá mim...
NÊGA DO CABELO DURO
(Rubens Soares/David Nasser)
Nêga do cabelo duro,
Qual é o pente que te penteia ?
Qual é o pente que te penteia ?
Qual é o pente que te penteia ?
Quando tu entras na roda,
O teu cabelo serpenteia,
O teu cabelo está na moda,
Qual é o pente que te penteia ?
Um novo rumo
Artur Verocal/Geraldo Flach
I Festival Universitario da Musica Popular Brasileira (1968)
Vou caminhando sem caminho
Em cada passo vou levando meu cansaço
O que me espera?
Uma terra, um desencontro
A cidade, a claridade
E essa estrada não tem volta
Lá se solta o fim do mundo
Um fim incerto que me assusta
Longe ou perto, se prepara
Ninguém para para pensar
Para olhar a dor que chora a morte
De um valente lutador
Quem fui, já não sou
Vou chegando à encruzilhada descobrir
Um caminho e uma nova direção
Onde piso vou deixando o que não sou
Vou para luta
Não paro não
Vou para luta, agora eu vou
Não paro não
Tem tanta gente que se vai
A imensidão do seu querer
Querendo vida sem a morte
Ser mais forte sem sofrer
E ter certeza sem buscar
Ganhar o amigo sem se dar
Sem semear, colher o amor
O amor ferido pela guerra
Quem na terra desconhece
Aparece sem valor
Ergo meu braço qual alguém
Que já caiu mas levantou
Quem fui, já não sou
Vou chegando à encruzilhada descobrir
Um caminho e uma nova direção
Onde piso vou deixando o que não sou
Vou para luta
Não paro não
Vou para luta, agora eu vou
Não paro não
35
38. O sonho
Egberto Gismonti
Elis, como e porque – 1969
Aquarela do Brasil – 1969
Sinto que é hora
Salto
Meu foguete some queimando espaço
Tudo vejo e abraço
A vaidade
Estou morando em pleno céu
Namorando o azul
Ando no espaço louco
Meu foguete segue deixando traços
Entre estrelas vejo a liberdade
E fotografo todo o céu
E revelo paz
Busco cores e imagens
Faltam pássaros e flores
Coração na mão
Corpo solto
Estou entre estrelas
Vou deitar neste luar
Indo de encontro ao riso
Do quarto minguante
E o sol queimando
A pele branca
Despertando
Vejo a cama e meu amor
Acordado estou
Choro…
Choro…
Choro…
Vera Cruz
Milton Nascimento/Márcio Borges
Elis, como e porque – 1969
Hoje foi que a perdi
Mas onde, já nem sei
Me levo para o mar
Em Vera me larguei
E deito nesta dor
Meu corpo, sem lugar
Ah! quisera esquecer
A moça que se foi
De nossa Vera Cruz
E o pranto que ficou
Do norte que sonhei
Das coisas do lugar
Nos rios me larguei
Correndo sem parar
Buscava Vera Cruz
Nos campos e no mar
Mas ela se soltou
Pra longe se perdeu
Quero em outra mansidão
Um dia ancorar
E ao vento me esquecer
Que ao vento me amarrei
E nele vou partir
Atrás de Vera Cruz
Ah! quisera encontrar
A moça que se foi
Do lar de Vera Cruz
E o pranto que ficou
Do norte que perdi
Das coisas do lugar
Giro
Antonio Adolfo/Tibério Gaspar
Elis, como e porque – 1969
Elis Regina in London – 1969
Hoje a cidade inteira se enfeitou
Coberta de alegria, a noite serenou
A casa branca, praça e chafariz
Da rua principal à porta da matriz
Tem lua acesa clareando o chão
Tem moça pra dançar de saia de algodão
Tem violeiro violando o amor
Cantando em verso a paz, desponta um cantador
De ponta a ponta
Bandas e cordões
E a lua tonta
Gira os corações
No giro, dança
Quem quer se alegrar
Velho ou criança
Vem que tem lugar
Sobe o foguete acarinhando o céu
E a rua floresceu bandeiras de papel
A vida em festa num giro girou
Tristeza adormeceu e a noite serenou
O barquinho
Roberto menescal/Ronaldo Bôscoli
Elis, como e porque – 1969
Aquarela do Brasil – 1969
Elis Regina in London – 1969
Dia de luz festa de sol
E o barquinho a navegar
No macio azul do mar
Tudo é verão o amor se faz
Num barquinho pelo mar
Que desliza sem parar
Sem intenção nossa canção
Vai saindo deste mar e o sol
Beija o barco e luz, dias tão azuis
Festa do mar, desmaia o sol
E o barquinho a deslizar
E a vontade de cantar
Céu tão azul, ilhas do sul
E o barquinho coração
Deslizando na canção
Tudo isso é paz, tudo isso traz
Uma calma de verão e então
O barquinho vai, a tardinha cai
O barquinho vai
Andança
Danilo Caymmi/Edmundo Souto
Elis, como e porque – 1969
Vim.Tanta areia andei
Da lua cheia eu sei
Uma saudade imensa
Vagando em verso eu vim
Vestida de cetim
Na mão direita rosas vou levar
Me dá amor
Amor
Me leva amor
Por onde for quero ser seu par
Rodei de roda andei
Dança da moda eu sei
Cansei de se sozinha
Verso encantado usei
Meu namorado é rei
Nas lendas do caminho onde andei
Me dá amor
Amor
Me leva amor
Por onde for quero ser seu par
Récit de Cassard
Michel Legrand/Jacques Deny
Elis, como e porque – 1969
Autrefois, j'ai aimé une femme
Elle ne m'aimait pas,
on l'appellait Lola
Autrefois.
Déçu, j'ai voulu l'oublier
Alors j'ai quitté la France,
je suis allé au bout du monde
je ne pense qu'à elle
j'ai voulu vous parler franchement
vous ne m'en voulez pas
il n'est pas question
d'influencer Genevieve,
Genevieve est libre
36
39. Memórias de Marta Saré
Edu Lobo/Gianfrancesco Guarnieri
Elis, como e porque – 1969
A casa lá da fazenda
A lua clareando a porta
Deixando o brilho claro
Nas pedras dos degraus
Cristal de lua
Pra dentro Marta Saré
Pra dentro Marta Saré
Pra dentro Marta Saré
Pra dentro
O rosário obrigatório
A janta lá na cozinha
Todo dia à mesma hora
As estórias de Dorinha
Pra dentro Marta Saré
Pra dentro Marta Saré
Pra dentro Marta Saré
Pra dentro, pra dentro
A lanterna azul partida
A dor, a palmatória, a raiva
A cantiga mais sentida
Um galope de cavalo
Mestre severino
Pra dentro Marta Saré
Pra dentro Marta Saré
Pra dentro Marta Saré
Pra dentro, pra dentro
Bate forte o coração
Dor no peito magoado
O sorriso mais sem jeito
Do primeiro namorado
Pra dentro Marta Saré
Pra dentro Marta Saré
Pra dentro Marta Saré
Pra dentro, pra dentro
Moço Severino
Por do sol
Pra dentro Marta Saré
Samba da Pergunta
Pingarrilho/Marcos Vasconcelos
Elis, como e porque – 1969
Ela agora mora só no pensamento
Ou então no firmamento
Em tudo que no ceu viaja
Pode ser um astronauta
Um passarinho
Pé de vento
Pipa de papel de seda
Quem sabe um balãozinho
Ou estar num asteróide
Na estrela Dalva que daqui se olha
Pode estar morando em Marte
Nunca mais se soube dela
Desapareceu
Wave
Tom Jobim
Aquarela do Brasil – 1969
Saudade do Brasil – 1980
Vou te contar,
Os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho
O resto é mar,
É tudo que eu nem sei contar
São coisas lindas que eu tenho pra te dar
Vem de mansinho a brisa e me diz
É impossível ser feliz sozinho
Da primeira vez era a cidade
Da segunda o cais e a eternidade
Agora eu já sei
Da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver
A volta
Roberto Menescal/Ronaldo Bôscoli
Aquarela do Brasil – 1969
Elis Regina in London – 1969
Quero ouvir a sua voz
E quero que a canção seja você
E quero, em cada vez que espero
Desesperar, se não te vir
É triste a solidão
É longe o não te achar
Que lindo é o seu perdão
Que festa é o seu voltar
Mas quero que você me fale
Que você me cale
Caso eu perguntar
Se o que a faz tão linda
Foi sua pressa de voltar
Levanta e vem correndo
Me abraça e sem sofrer
Me beija longamente
O quanto a solidão precisa para morrer
A time for love
Webster/John Mandel
Elis Regina in London – 1969
A time for summer skies
For humming-birds and butterflies
For tender words that harmonize with love
A time for climbing hills
For leaning out of window sills
Admiring the daffodils above.
A time for holding hands together
A time for rainbow colored weather
A time of make believe that we've been draming of
As time goes drifting by
The willow bends and so do I
But oh, my friends, what ever sky above
I've known a time for spring, a time for fall
But best of all
A time for love
37
40. Minha
Francis Hime/Ruy Guerra
Elis no Teatro de Praia – 1970
Minha
Vai ser minha
Desde a hora
Que nasceste
Minha
Não te encontro
Só sei que estas perto
E tão longe
No silêncio
Noutro amor
Ou numa estrada
Que não deixa
Seres minha
Como sejas
Onde estejas
Vou te achar
Vou me entregar
Vou te amar
E é tanto, tanto amor
Que até pode assustar
Não temas essa imensa sede
Que ao teu corpo vou levar
Minha és e sou só teu
Sai de onde estás pra eu te ver
Pois tudo tem que acontecer
Tem de ser
Tem de ser
Vem para sempre
Para sempre
Irene
Caetano Veloso
Elis no Teatro de Praia – 1970
Eu quero ir, minha gente
Eu não sou daqui
Eu não tenho nada
Quero ver irene rir
Quero ver irene dar sua risada
Se você pensa
Roberto Carlos/Erasmo Carlos
Elis Regina in London – 1969
Elis no Teatro de Praia – 1970
Se você pensa que vai fazer de mim
O que faz com todo mundo que te ama
Acho bom saber que pra ficar comigo vai ter que mudar
Você tem a vida inteira pra viver
E saber o que é bom e o que é ruim
Acho bom pensar depressa e escolher antes do fim
Daqui pra frente, tudo vai ser diferente
Você tem que aprender a ser gente
O teu orgulho não vale nada
Você não sabe
Nem nunca procurou saber
Que quando a gente ama pra valer
O bom é ser feliz e mais nada
W a t c h
w h a t
h a p p e n s
Norman Gimbel/Michel Legrand
Elis Regina in London – 1969
Let someone start believing in you,
Let him hold out his hand
Let him touch you and watch what happens
One someone who can look in your eyes,
And see into your heart
Let him find you and watch what happens
Cold, no I won't believe your heart is cold
Maybe just afraid to be broken again
Let someone with a deep love to give
Give that deep love to you,
And what magic you'll see
Let someone give his heart, someone who cares like me
Let someone give his heart who cares like me
H o w i n s e n s i t i v e
(Insensatez)
Tom Jobim/Vinícius de Morais/Vs. Norman Gimbel
Elis Regina in London – 1969
How insensitive
I must have seemed
When he told me that he loved me
How unmoved and cold
I must have seemed
When he told me so sincerely
Why he must have asked
Did I just turn and stare in icy silence
What was I to say?
What can you say
When a love affair is over?
Why he must have asked
Did I just turn and stare in icy silence
What was I to do?
What can one do
When a love affair is over?
So now he's gone away
And I'm alone
With a memory of her last look
Vague and drawn and sad
I see it still
All the heartbreak in his last look
How he must have asked,
Could I just turn and stare in icy silence
What was I to do?
What can one do
When a love affair is over?
Perdão não tem
Edson Arantes do Nascimento
Tabelinha, Elis x Pelé – 1969 (Com Pelé)
Não
Não vá embora não
Porque a saudade
Vai ficar em seu lugar
Não me faça sofrer
A sua ausência
Tenha paciiencia
Não vá embora
Não me deixes não
Quando você chegou
Foi recebida de braços abertos
Jurava me dar amor
Ser boazinha
E não falar em ir embora
Agora depois de tanto tempo
Quer partir sem dizer qual a razão
Não vá, meu bem
Porque depois, perdão não tem
Vexamão
Edson Arantes do Nascimento
Tabelinha, Elis x Pelé – 1969 (Com Pelé)
Outro dia
Me pegaram de surpresa
Me deram um violão
E fizeram eu cantar
Eu todo desajeitado
Cantando tudo errado
Sem saber como parar
Foi um tremendo de um vexame
Mas o engraçado
É que eu cantava errado
E os “puxa” achava bom
Estava o rádio
Jornal e a televisão
E eu todo sem graça
Só fazia láralá
38