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As Batalhas de Josué
OS AMALEQUITAS
Domingo 15 de Fevereiro de 2015
Israel já tinha experimentado a fome e a sede, mas ainda não conhecia a guerra. Os
adversários a quem tinha encontrado não eram guerreiros comuns. Eram os amalequitas,
traiçoeiros e sinistros, que iam sorrateiramente por trás de Israel, atacando os fracos, os
velhos, as mães com suas crianças. Eles eram o primeiro desafio real que Israel tinha de
enfrentar, e Israel foi chamado para agir valorosamente, com coragem e confiança, a fim
de vencê-los.
Josué lidera a Luta Contra os Amalequitas. No ano 1513 AC, quando os israelitas
estavam acampados em Refidim, pouco depois da sua milagrosa libertação da potência
militar egípcia no mar Vermelho, os Amalequitas lançaram um ataque não provocado
contra eles. Josué foi então designado por Moisés para ser o comandante na luta contra
os Amalequitas. Sob a hábil liderança dele, os israelitas, com ajuda divina, derrotaram o
adversário. Subsequentemente, Jeová decretou a derradeira aniquilação dos Amalequitas
mandando que Moisés fizesse um registro escrito disso e o propusesse a Josué. — Êx
17:8-16.
“E assim Josué desfez a Amaleque e a seu povo, ao fio da espada.” Êxodo 17:13
E assim surgiu um grande herói do povo judeu. Josué, que primeiro se chamou Oséias,
foi rebatizado por Moisés em Cades. Costume comum entre o povo judeu, o nome de
um homem tinha uma forte ligação com sua vida, e Josué significa “Javé é a
Salvação”. Filho de Num, Josué era um valoroso homem da tribo de Efraim, e esteve
com Moisés durante a difícil jornada pelo deserto. Foi um dos doze espias enviado para
observar a terra prometida depois da caminhada pelo deserto. Dos doze, apenas dois
deram relato de vitória, e Josué era um deles.
O contexto do seu despertar era complicado. Moisés acabara de tirar o povo hebreu do
cativeiro egípcio. Em seu primeiro acampamento após a fuga, num local chamado por
“Redfim”, Moisés é interpelado pelo povo judeu sobre a presença de Deus para junto
deles. Cobram de Moisés uma posição. Moisés chega a ter medo de ser apedrejado e ora
a Deus por isto. Dizem que seria melhor serem escravos do Egito do que morrer de
fome e sede no deserto. Aliado a isto, uma grande ameaça se aproxima do povo de
Deus: Amaleque (Gn 36:12), investe contra os israelitas enquanto a crise interna ainda
se desenrola. A ordem de Moisés é clara para Josué. ” Escolhe-nos homens, e sai, peleja
contra Amaleque; amanhã eu estarei sobre o cume do outeiro, e a vara de Deus estará na
minha mão.” (Ex 17:9).
Nós sabemos que a caminhada de Israel através do deserto é um símbolo de nossas lutas
na vida espiritual. Como Israel, nós também avançamos na esperança de entrar na terra
prometida. Temos fome pelo bem, sede pela verdade, e, como Israel, somos atacados
também por inimigos espirituais.
Os amalequitas, em seu banditismo traiçoeiro, representam um certo inimigo espiritual
em nossas vidas. Eles representam as falsidades provenientes de males interiores,
falsidades que tendem a desculpar males enraizados em nossa vontade irregenerada.
Essas falsidades penetram sorrateiramente em nossos pensamentos, especialmente
quando estamos fracos e espiritualmente debilitados (AC 8592). Os amalequitas são
símbolos de pensamentos negativos, de desânimo e que nos conduzem ao desespero.
Como aconteceu a Israel, essas falsidades não nos atacam de frente, mas às ocultas, e
atingem nossos pontos mais fracos. Os amalequitas, quando atacam, provocam uma
espécie de paralisia espiritual, porque tiram toda esperança de melhora e roubam de nós
a vitalidade provida por Deus, tirando-nos o sentido de uma missão espiritual, um dever
que nos foi confiado.
Como podemos nos defender desses inimigos? Só existe uma cura. Conquistar essas
falsidades provindas dos males interiores por meio da verdade que combate. Moisés
convocou Josué para essa guerra, porque Josué representa a verdade que combate.
Valer-se de Josué na guerra representa usar as verdades que conhecemos para nos
defendermos de males e falsidades, especialmente os que vêm de dentro de nós
mesmos, nosso eu real.
Podemos usar as verdades que sabemos como se fossem espadas contra a falsidades e
males. E fazemos isto quando sustemos princípios e razões verdadeiros com
consciência, racionalmente, mas também com destemor.
Não é suficiente conhecer a verdade e recitá-la de cór na hora da aflição. É necessário
que a tenhamos na vida, cooperando com o Senhor e suplicando o auxílio dEle nesses
momentos.
Aqueles homens não eram guerreiros. Até pouquíssimo tempo atrás, estavam todos
escravizados no Egito. Estavam com fome, com sede, cansados e possivelmente muito
assustados. Cativeiro ou não, tinham acabado de abandonar o que conheciam como suas
casas e marchavam pelo deserto na promessa da terra prometida. No seu encalço, os
amalequitas. Imaginem escravos famintos e sedentos enfrentado uma tropa de choque
militar.
Por isso é que Moisés subiu ao topo do monte, tendo na mão o cajado, e ergueu suas
mãos para os céus. E não é exagero dizer que este era o cenário. Moisés precisou erguer
o cajado por muito tempo, auxiliado por Arão e Hur, para garantir a vitória de Israel.
Erguer as mãos para o céu significa voltar-se para o Senhor, suplicar-Lhe auxílio.
Reconhecer, em oração, que sem Ele nada somos. É sustentar com coragem um ideal da
verdade, confessar que queremos viver em Seus caminhos e não nos nossos próprios. E
que desejamos a verdade e o bem não por causa de algum interesse pessoal, mas porque
é o direito e o justo, pois são de Sua Palavra.
Mas as mãos de Moisés se cansavam. Quando estavam para cima, Israel vencia; e
quando pendiam para baixo, os amalequitas venciam.
Por hora, o que salta a vista é a total obediência de Josué. Sua obstinação, sua força e
certamente sua liderança eram indiscutivelmente grandes. O resultado da luta foi a
vitória. E depois da vitória, uma mensagem de Deus:
“Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num livro, e relata-o aos
ouvidos de Josué; que eu totalmente hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo
dos céus.” Êxodo 17:14
O Senhor promete a Moisés que Ele iria aniqüilar completamente os amalequitas, até
que não restasse mais nenhum vestígio deles. Esta é uma promessa que Ele faz a nós,
que, embora não tenhamos hoje pensamentos de desesperança e aflição, e embora
possamos ser atacados até ao ponto de temermos nossa completa desolação, um dia
chegará quando não teremos mais lembrança alguma de nossas dores e dos sofrimentos
de nossas lutas. Esta é a promessa para quando tivermos entrado na nossa morada
eterna, e andaremos em paz, alegria e confiança em Seus caminhos. Como escreveu o
salmista: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã". (Salmo 30:5).
E também: Exaltar-te-ei, ó SENHOR, porque tu me exaltaste; e não fizeste com que
meus inimigos se alegrassem sobre mim. SENHOR meu Deus, clamei a ti, e tu me
saraste. SENHOR, fizeste subir a minha alma da sepultura; conservaste-me a vida para
que não descesse ao abismo. Ouve, SENHOR, e tem piedade de mim, SENHOR; sê o
meu auxílio. Tornaste o meu pranto em folguedo; desataste o meu pano de saco, e me
cingiste de alegria, Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. SENHOR,
meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmo 30: porções).
Relatar aos ouvidos de Josué é uma mensagem clara de Deus: Você lutará em Meu
Nome, e Eu lhe serei fiel. As suas lutas serão Minhas lutas. As suas vitórias, serão
Minhas vitórias. E Eu estarei contigo. E assim foi, durante toda a vida de Josué.
Grandes heróis e estrategistas militares sempre foram amplamente cultuados na história
do homem. Os conquistadores sempre tiverem lugares de destaque nos livros de
história. Quem nunca ouviu falar de Alexandre da Macedônia ou de Napoleão. Quantos
filmes e historias estes homens não inspiraram nas culturas modernas? Nós temos um
herói estrategista, forte, destemido, bravo e vitorioso bem na história do povo de Deus.
Sinto que algumas vezes Josué não recebe a mesma atenção que David ou Moisés, por
exemplo, mesmo tendo sido uma figura de extrema importância para Israel. Acima de
tudo, temos um homem de fé e profunda ligação com Deus. Um homem cujo caráter e
devoção não podem ser questionados,e não haverá na Palavra qualquer chance de
duvidar de sua retidão.
Esta foi a primeira de muitas vitórias de Josué. E podemos aprender muito com ela.
A primeira lição aqui é que nossas lutas nem sempre serão fáceis. Não podemos
imaginar que a vitória sobre nossos reais inimigos da alma será instantânea e sem
sofrimento. A batalha da vida espiritual é um processo longo e de risco, que implica em
vencer ou ser derrotado. E mesmo quando perdemos, devemos nos levantar e continuar
a luta, porque, se perseverarmos em nossos esforços e nos voltarmos para o Senhor,
seremos vitoriosos. O que devemos sempre fazer é pôr de lado o pensamento em nosso
próprio benefício e vantagem, e adotarmos o pensamento do que é reto e justo.
Lemos que o fato de Moisés cansar os braços e pender as mãos representa que a pessoa
volta-se para si mesma e para o mundo, e Moisés levantar suas mãos representa voltar-
se para Deus (AC 8604). Parece muito óbvio, mas é algo de que freqüentemente nos
esquecemos. Quando nos deixamos apanhar por pensamentos de desânimo sobre nossa
condição espiritual, esquecemo-nos de que nosso auxílio vem do Senhor e não de nós
nem do mundo à nossa volta. Portanto é necessário lembrar que temos de ter esse
esforço de nos voltarmos para o alto, para o nosso Senhor, suplicar-Lhe ajuda, pois isto
é que fará com que as verdades que sabemos se tornem potentes e vitoriosas contra os
ataques infernais.
Quando Moisés se cansou, Aarão e Hur foram chamados para sustentar-lhe, mantendo-
lhe as mãos erguidas para o céu. Aarão e Hur representar a verdade Divina em sua
1 – Nem sempre estaremos preparados para uma grande batalha. Muitas vezes ela virá
no momento de maior debilidade e fraqueza, física e espiritual.
2 – É preciso se cercar de pessoas firmes e corajosas. Josué não venceu suas batalhas
sozinho. Moisés não segurou o cajado sozinho. Ambos tiveram apoio dos homens que
escolheram para lutar ao seu lado. Escolha seus parceiros de batalha com sabedoria, e
apoie-se neles.
3- Confie sempre em Deus. Se escravos famintos podem derrotar guerreiros, as nossas
batalhas diárias podem ter o mesmo resultado, desde que você permita que Deus te
conduza em sua peleja.
4- Escolha suas batalhas com cuidado. Luta aquelas pelas quais Deus lutaria. Deixe as
batalhas do mundo para o mundo.
ordem sucessiva (AC 8600), quer dizer, as verdades que alinhamos em nosso
pensamento a fim de apoiar e defender-nos a fé.
Quando o Sol se pôs, Israel venceu os amalequitas. Os Escritos dizem que isto
representa o fim dos estados de tentação. No começo desse estado, pensamentos
destrutivos estavam corrompendo nossa confiança por dentro, levando-nos a incerteza e
desorientação sobre nossas vidas. Mas, com firmeza, lembramo-nos de
convocar verdades que já conhecemos para a defender em nós todo vero da fé e toda
afeição do bem; lembramo-nos de recorrer ao auxílio poderoso do Senhor, e por isso
prevalecemos. A vitória é alcançada, pelo menos para esta etapa de nossa marcha para
os céus.
"Então disse o SENHOR a Moisés: Escreve isto para memória num livro, e relata-o aos
ouvidos de Josué; que eu totalmente hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo
dos céus."
Amém.

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  • 1. As Batalhas de Josué OS AMALEQUITAS Domingo 15 de Fevereiro de 2015 Israel já tinha experimentado a fome e a sede, mas ainda não conhecia a guerra. Os adversários a quem tinha encontrado não eram guerreiros comuns. Eram os amalequitas, traiçoeiros e sinistros, que iam sorrateiramente por trás de Israel, atacando os fracos, os velhos, as mães com suas crianças. Eles eram o primeiro desafio real que Israel tinha de enfrentar, e Israel foi chamado para agir valorosamente, com coragem e confiança, a fim de vencê-los. Josué lidera a Luta Contra os Amalequitas. No ano 1513 AC, quando os israelitas estavam acampados em Refidim, pouco depois da sua milagrosa libertação da potência militar egípcia no mar Vermelho, os Amalequitas lançaram um ataque não provocado contra eles. Josué foi então designado por Moisés para ser o comandante na luta contra os Amalequitas. Sob a hábil liderança dele, os israelitas, com ajuda divina, derrotaram o adversário. Subsequentemente, Jeová decretou a derradeira aniquilação dos Amalequitas mandando que Moisés fizesse um registro escrito disso e o propusesse a Josué. — Êx 17:8-16. “E assim Josué desfez a Amaleque e a seu povo, ao fio da espada.” Êxodo 17:13 E assim surgiu um grande herói do povo judeu. Josué, que primeiro se chamou Oséias, foi rebatizado por Moisés em Cades. Costume comum entre o povo judeu, o nome de um homem tinha uma forte ligação com sua vida, e Josué significa “Javé é a Salvação”. Filho de Num, Josué era um valoroso homem da tribo de Efraim, e esteve com Moisés durante a difícil jornada pelo deserto. Foi um dos doze espias enviado para observar a terra prometida depois da caminhada pelo deserto. Dos doze, apenas dois deram relato de vitória, e Josué era um deles. O contexto do seu despertar era complicado. Moisés acabara de tirar o povo hebreu do cativeiro egípcio. Em seu primeiro acampamento após a fuga, num local chamado por “Redfim”, Moisés é interpelado pelo povo judeu sobre a presença de Deus para junto deles. Cobram de Moisés uma posição. Moisés chega a ter medo de ser apedrejado e ora a Deus por isto. Dizem que seria melhor serem escravos do Egito do que morrer de fome e sede no deserto. Aliado a isto, uma grande ameaça se aproxima do povo de Deus: Amaleque (Gn 36:12), investe contra os israelitas enquanto a crise interna ainda se desenrola. A ordem de Moisés é clara para Josué. ” Escolhe-nos homens, e sai, peleja contra Amaleque; amanhã eu estarei sobre o cume do outeiro, e a vara de Deus estará na minha mão.” (Ex 17:9).
  • 2. Nós sabemos que a caminhada de Israel através do deserto é um símbolo de nossas lutas na vida espiritual. Como Israel, nós também avançamos na esperança de entrar na terra prometida. Temos fome pelo bem, sede pela verdade, e, como Israel, somos atacados também por inimigos espirituais. Os amalequitas, em seu banditismo traiçoeiro, representam um certo inimigo espiritual em nossas vidas. Eles representam as falsidades provenientes de males interiores, falsidades que tendem a desculpar males enraizados em nossa vontade irregenerada. Essas falsidades penetram sorrateiramente em nossos pensamentos, especialmente quando estamos fracos e espiritualmente debilitados (AC 8592). Os amalequitas são símbolos de pensamentos negativos, de desânimo e que nos conduzem ao desespero. Como aconteceu a Israel, essas falsidades não nos atacam de frente, mas às ocultas, e atingem nossos pontos mais fracos. Os amalequitas, quando atacam, provocam uma espécie de paralisia espiritual, porque tiram toda esperança de melhora e roubam de nós a vitalidade provida por Deus, tirando-nos o sentido de uma missão espiritual, um dever que nos foi confiado. Como podemos nos defender desses inimigos? Só existe uma cura. Conquistar essas falsidades provindas dos males interiores por meio da verdade que combate. Moisés convocou Josué para essa guerra, porque Josué representa a verdade que combate. Valer-se de Josué na guerra representa usar as verdades que conhecemos para nos defendermos de males e falsidades, especialmente os que vêm de dentro de nós mesmos, nosso eu real. Podemos usar as verdades que sabemos como se fossem espadas contra a falsidades e males. E fazemos isto quando sustemos princípios e razões verdadeiros com consciência, racionalmente, mas também com destemor. Não é suficiente conhecer a verdade e recitá-la de cór na hora da aflição. É necessário que a tenhamos na vida, cooperando com o Senhor e suplicando o auxílio dEle nesses momentos. Aqueles homens não eram guerreiros. Até pouquíssimo tempo atrás, estavam todos escravizados no Egito. Estavam com fome, com sede, cansados e possivelmente muito assustados. Cativeiro ou não, tinham acabado de abandonar o que conheciam como suas casas e marchavam pelo deserto na promessa da terra prometida. No seu encalço, os amalequitas. Imaginem escravos famintos e sedentos enfrentado uma tropa de choque militar. Por isso é que Moisés subiu ao topo do monte, tendo na mão o cajado, e ergueu suas mãos para os céus. E não é exagero dizer que este era o cenário. Moisés precisou erguer o cajado por muito tempo, auxiliado por Arão e Hur, para garantir a vitória de Israel.
  • 3. Erguer as mãos para o céu significa voltar-se para o Senhor, suplicar-Lhe auxílio. Reconhecer, em oração, que sem Ele nada somos. É sustentar com coragem um ideal da verdade, confessar que queremos viver em Seus caminhos e não nos nossos próprios. E que desejamos a verdade e o bem não por causa de algum interesse pessoal, mas porque é o direito e o justo, pois são de Sua Palavra. Mas as mãos de Moisés se cansavam. Quando estavam para cima, Israel vencia; e quando pendiam para baixo, os amalequitas venciam. Por hora, o que salta a vista é a total obediência de Josué. Sua obstinação, sua força e certamente sua liderança eram indiscutivelmente grandes. O resultado da luta foi a vitória. E depois da vitória, uma mensagem de Deus: “Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num livro, e relata-o aos ouvidos de Josué; que eu totalmente hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo dos céus.” Êxodo 17:14 O Senhor promete a Moisés que Ele iria aniqüilar completamente os amalequitas, até que não restasse mais nenhum vestígio deles. Esta é uma promessa que Ele faz a nós, que, embora não tenhamos hoje pensamentos de desesperança e aflição, e embora possamos ser atacados até ao ponto de temermos nossa completa desolação, um dia chegará quando não teremos mais lembrança alguma de nossas dores e dos sofrimentos de nossas lutas. Esta é a promessa para quando tivermos entrado na nossa morada eterna, e andaremos em paz, alegria e confiança em Seus caminhos. Como escreveu o salmista: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã". (Salmo 30:5). E também: Exaltar-te-ei, ó SENHOR, porque tu me exaltaste; e não fizeste com que meus inimigos se alegrassem sobre mim. SENHOR meu Deus, clamei a ti, e tu me saraste. SENHOR, fizeste subir a minha alma da sepultura; conservaste-me a vida para que não descesse ao abismo. Ouve, SENHOR, e tem piedade de mim, SENHOR; sê o meu auxílio. Tornaste o meu pranto em folguedo; desataste o meu pano de saco, e me cingiste de alegria, Para que a minha glória a ti cante louvores, e não se cale. SENHOR, meu Deus, eu te louvarei para sempre. (Salmo 30: porções). Relatar aos ouvidos de Josué é uma mensagem clara de Deus: Você lutará em Meu Nome, e Eu lhe serei fiel. As suas lutas serão Minhas lutas. As suas vitórias, serão Minhas vitórias. E Eu estarei contigo. E assim foi, durante toda a vida de Josué. Grandes heróis e estrategistas militares sempre foram amplamente cultuados na história do homem. Os conquistadores sempre tiverem lugares de destaque nos livros de história. Quem nunca ouviu falar de Alexandre da Macedônia ou de Napoleão. Quantos filmes e historias estes homens não inspiraram nas culturas modernas? Nós temos um herói estrategista, forte, destemido, bravo e vitorioso bem na história do povo de Deus.
  • 4. Sinto que algumas vezes Josué não recebe a mesma atenção que David ou Moisés, por exemplo, mesmo tendo sido uma figura de extrema importância para Israel. Acima de tudo, temos um homem de fé e profunda ligação com Deus. Um homem cujo caráter e devoção não podem ser questionados,e não haverá na Palavra qualquer chance de duvidar de sua retidão. Esta foi a primeira de muitas vitórias de Josué. E podemos aprender muito com ela. A primeira lição aqui é que nossas lutas nem sempre serão fáceis. Não podemos imaginar que a vitória sobre nossos reais inimigos da alma será instantânea e sem sofrimento. A batalha da vida espiritual é um processo longo e de risco, que implica em vencer ou ser derrotado. E mesmo quando perdemos, devemos nos levantar e continuar a luta, porque, se perseverarmos em nossos esforços e nos voltarmos para o Senhor, seremos vitoriosos. O que devemos sempre fazer é pôr de lado o pensamento em nosso próprio benefício e vantagem, e adotarmos o pensamento do que é reto e justo. Lemos que o fato de Moisés cansar os braços e pender as mãos representa que a pessoa volta-se para si mesma e para o mundo, e Moisés levantar suas mãos representa voltar- se para Deus (AC 8604). Parece muito óbvio, mas é algo de que freqüentemente nos esquecemos. Quando nos deixamos apanhar por pensamentos de desânimo sobre nossa condição espiritual, esquecemo-nos de que nosso auxílio vem do Senhor e não de nós nem do mundo à nossa volta. Portanto é necessário lembrar que temos de ter esse esforço de nos voltarmos para o alto, para o nosso Senhor, suplicar-Lhe ajuda, pois isto é que fará com que as verdades que sabemos se tornem potentes e vitoriosas contra os ataques infernais. Quando Moisés se cansou, Aarão e Hur foram chamados para sustentar-lhe, mantendo- lhe as mãos erguidas para o céu. Aarão e Hur representar a verdade Divina em sua 1 – Nem sempre estaremos preparados para uma grande batalha. Muitas vezes ela virá no momento de maior debilidade e fraqueza, física e espiritual. 2 – É preciso se cercar de pessoas firmes e corajosas. Josué não venceu suas batalhas sozinho. Moisés não segurou o cajado sozinho. Ambos tiveram apoio dos homens que escolheram para lutar ao seu lado. Escolha seus parceiros de batalha com sabedoria, e apoie-se neles. 3- Confie sempre em Deus. Se escravos famintos podem derrotar guerreiros, as nossas batalhas diárias podem ter o mesmo resultado, desde que você permita que Deus te conduza em sua peleja. 4- Escolha suas batalhas com cuidado. Luta aquelas pelas quais Deus lutaria. Deixe as batalhas do mundo para o mundo.
  • 5. ordem sucessiva (AC 8600), quer dizer, as verdades que alinhamos em nosso pensamento a fim de apoiar e defender-nos a fé. Quando o Sol se pôs, Israel venceu os amalequitas. Os Escritos dizem que isto representa o fim dos estados de tentação. No começo desse estado, pensamentos destrutivos estavam corrompendo nossa confiança por dentro, levando-nos a incerteza e desorientação sobre nossas vidas. Mas, com firmeza, lembramo-nos de convocar verdades que já conhecemos para a defender em nós todo vero da fé e toda afeição do bem; lembramo-nos de recorrer ao auxílio poderoso do Senhor, e por isso prevalecemos. A vitória é alcançada, pelo menos para esta etapa de nossa marcha para os céus. "Então disse o SENHOR a Moisés: Escreve isto para memória num livro, e relata-o aos ouvidos de Josué; que eu totalmente hei de riscar a memória de Amaleque de debaixo dos céus." Amém.