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A Arte dos Ruídos, Manifesto Futurista
Uma tradução para o português do manifesto sobre a Arte dos Ruídos,
escrito pelo artista plástico e compositor italiano Luigi Russolo para comemorar o centenário do texto
Autoria do manifesto
Luigi Russolo
Tradução
Daniel Belquer, José Henrique Padovani
Revisão
Laura Nicoletta Padovani
11 de março de 1913
Caro Balilla Pratella, grande músico futurista,
Em Roma, no Teatro Costanzi lotadíssimo, enquanto eu escutava a execução orquestral de sua avassaladora Música
futurista, com meus amigos futuristas Marinetti, Boccioni, Carrá, Balla, Soffic, Papini e Cavacchioli, surgiu em minha
mente uma nova arte que só você pode criar: a “arte dos ruídos”, consequência lógica das suas maravilhosas
inovações.
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Luigi Russolo, 1916.
A vida antiga foi só silêncio. No século XIX com a invenção das máquinas, nasce o
ruído. Hoje, o ruído triunfa e reina soberano sobre a sensibilidade dos homens. Por
muitos séculos, a vida fluiu em silêncio ou, quando muito, em surdina. Os ruídos mais
fortes que quebravam esse silêncio não eram nem intensos, nem prolongados, nem
variados. De fato, tirando os excepcionais movimentos telúricos, os furacões, as
tempestades, as avalanches e as cachoeiras, a natureza é silenciosa.
Nessa escassez de ruídos, os primeiros sons que o homem pode extrair de um
bambu perfurado ou de uma corda esticada impressionaram como fenômenos novos
e maravilhosos. O som foi atribuído aos deuses pelos povos primitivos, considerado
sagrado e reservado aos sacerdotes, que se serviram dele para enriquecer de
mistério seus rituais. Nasceu assim a concepção do som como coisa em si, diversa e
independente da vida, e disso resultou a música, mundo fantástico sobreposto ao
real, mundo inviolável e sagrado. Pode-se compreender facilmente como tal
concepção da música deve necessariamente ter retardado o progresso na
comparação com as outras artes. Os próprios gregos, com sua teoria musical
matematicamente sistematizada por Pitágoras, admitindo somente o uso de alguns
poucos intervalos consonantes, limitaram enormemente o campo da música,
resultando assim na impossibilidade da harmonia que até então ignorávamos.
A Idade Média modificou o sistema grego do tetracorde e, com o canto gregoriano e cantos populares, enriqueceu a
arte musical, mas continuou considerando o som em sua extensão temporal, concepção restritiva que perdurou por
muitos séculos e que encontramos ainda hoje nas mais complexas polifonias dos contrapontos flamengos. Não
existia o acorde; o desenvolvimento das diversas vozes não era subordinado ao acorde que aquelas vozes podiam
produzir ao se sobreporem; enfim, a concepção dessas vozes era horizontal, não vertical. O desejo, a procura e o
gosto pela união simultânea dos diversos sons, isto é, pelo acorde (som complexo) se manifestaram gradativamente,
passando do acorde perfeito consonante, com algumas dissonâncias ocasionais, até as complicadas e persistentes
dissonâncias que caracterizam a música contemporânea.
A arte musical procurou e conseguiu primeiro a pureza, a limpeza e a doçura do som para depois unir sons diversos,
preocupada, porém, em acariciar o ouvido com suaves harmonias. Hoje, a arte musical tornando-se cada vez mais
complexa, pesquisa as combinações de sons mais dissonantes, mais estranhas e mais ásperas ao ouvido.
Aproximamo-nos assim cada vez mais do som-ruído.
Essa evolução da música é paralela à multiplicação das máquinas, que colaboram por toda parte com o homem. Não
somente na atmosfera estrondosa das grandes cidades, mas também no campo, que até ontem era normalmente
silencioso; as máquinas hoje criaram tanta variedade e concorrência de ruídos, que o som puro, na sua exiguidade e
monotonia, não suscita mais emoção.
Para excitar e exaltar nossa sensibilidade, a música se desenvolveu rumo à mais complexa polifonia e rumo à maior
variedade de timbres ou coloridos instrumentais, pesquisando a mais intricada sucessão de acordes dissonantes e
preparando paulatinamente a criação do “ruído musical”. Essa evolução rumo ao “som ruído” não era possível até
então. O ouvido de um homem do século XVIII não conseguiria suportar a intensidade desarmônica de certos acordes
produzidos por nossas orquestras (triplicadas no número de executantes em relação àquelas de então). Nosso
ouvido, no entanto, se compraz, porque já foi educado pela vida moderna tão pródiga dos mais variados ruídos. O
nosso ouvido, porém, não se contenta e exige sempre emoções acústicas mais amplas.
Por outro lado, o som musical é limitado demais no que diz respeito à variedade qualitativa dos timbres. As mais
complexas orquestras se reduzem a quatro ou cinco classes de instrumentos, diferentes no timbre do som: arco,
cordas pinçadas, sopro em metal, sopro em madeira, percussão. Por isso a música moderna debate-se nesse
pequeno círculo, esforçando-se em vão para criar novas variedades de timbres.
É preciso romper esse círculo estreito de sons puros e conquistar a variedade infinita dos “sons-ruídos”.
Qualquer um reconhecerá, afinal, que todo som musical traz consigo um emaranhado de sensações já conhecidas e
gastas que antecipam o tédio no ouvinte, apesar do esforço de todos os músicos inovadores. Nós futuristas todos
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Crepitatore, Luigi Russolo.
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ThereminVox, Luigi Russolo.
temos amado profundamente e apreciado a harmonia dos grandes mestres. Beethoven e Wagner chacoalharam
nossos nervos e corações por muitos anos. Agora saciados, apreciamos muito mais combinar mentalmente os ruídos
dos bondes, dos motores a combustão, dos carros de roncos ensandecidos, do que reouvir, por exemplo, a Heróica
ou a Pastoral.
Não podemos olhar para aquele enorme aparato de forças que representa uma orquestra moderna sem experimentar
a mais profunda decepção diante de seus míseros resultados acústicos. Há algo mais ridículo que o espetáculo de
vinte homens que persistem em multiplicar o miado de um violino? Tudo isso naturalmente levará os musicômanos a
reclamarem e despertará, talvez, a atmosfera sonolenta das salas de concerto. Entremos juntos, nós futuristas, num
desses hospitais de sons anêmicos. Pois bem: o primeiro compasso levará subitamente ao ouvido o aborrecimento
do já escutado e fará pressentir o aborrecimento do compasso que se seguirá. Sorvemos assim, de compasso em
compasso, dois ou três tipos de genuíno tédio, sinceramente esperando a sensação extraordinária que nunca chega.
Ocorre então uma mescla repugnante formada pela monotonia das sensações e pela cretina comoção religiosa dos
ouvintes budisticamente inebriados por repetirem pela milésima vez seu êxtase mais ou menos esnobe e estudado.
Fora! Saiamos! Pois não poderíamos refrear por mais tempo em nós o desejo de finalmente criar uma nova realidade
musical, com farta distribuição de bofetadas sonoras, saltando por cima de violinos, pianos, contrabaixos e órgãos
lamentosos. Para fora!
Não se poderá objetar
que o ruído seja
unicamente forte e
desagradável ao
ouvido. Parece-me
inútil enumerar todos
os ruídos tênues e
delicados que
proporcionam
sensações acústicas
agradáveis.
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Para convencermo-nos, então, da variedade surpreendente dos ruídos, basta pensar no estrondo do trovão, nos
sibilos do vento, no estrondo de uma cachoeira, no gorgolejar de um riacho, no farfalhar das folhas, no trote de um
cavalo se afastando, nos solavancos trepidantes do carro no asfalto, na respiração ampla, solene e branca de uma
cidade à noite, em todos os ruídos que fazem os animais selvagens e domésticos e em todos aqueles sons que a
boca humana pode produzir sem falar ou cantar.
Atravessemos uma grande capital moderna, com os ouvidos mais atentos que os olhos e nos fartaremos de perceber
o escoamento de água, ar ou gás nos canos metálicos, o resmungo dos motores que respiram e pulsam com
indiscutível animalidade, o palpitar das válvulas, o vaivém dos pistões, o estridor das serras mecânicas, o sacolejar
dos bondes em seus trilhos, o estralar dos chicotes, o “flapear” das cortinas e das bandeiras. Divertimo-nos em
orquestrar mentalmente os sons de portas metálicas das lojas, das portas batendo, o murmurar e o pisoteio da
multidão, os vários estrondos nas estações, nas metalúrgicas, nas tipografias, nas tecelagens, nas centrais elétricas e
no metrô.
Não podemos nos esquecer dos ruídos novíssimos da guerra moderna. Recentemente, o poeta Marinetti, numa carta
das trincheiras búlgaras de Adrianópolis, descrevia-me com admiráveis palavras libertas a orquestra de uma grande
batalha:
“a cada 5 segundos canhões de assalto estripar o espaço com um acorde ZANG-TUMB-TUUUMB amotinamento de
500 ecos para mordê-lo esmigalhá-lo espalhá-lo ao infinito. No centro daqueles ZANG-TUMB–TUUUMB estatelados
amplitude 50 quilômetros quadrados investir explosões cortes murros baterias de tiro rápido Violência ferocidade
regularidade esse baixo grave a escandir os estranhos loucos agitadíssimos agudos da batalha Fúria fadiga orelhas
olhos narizes abertos! atentos! força! que alegria ver ouvir farejar todos todos taratatata das metralhadoras gritar a
perder fôlego sob mordidas tapas traak-traak açoitadas pic-pac – pum-tumb bizarrias saltos altura 200 metros da
fuzilaria abaixo abaixo no fundo da orquestra pântanos chafurdar bois búfalos aguilhões carros pluff plaff empinar de
cavalos flic flac zing zing chiaaack hilários relinchos iiiiiii pisoteio tilintados 3 batalhões búlgaros em marcha croooc-
craaac (lento) Sciumi Maritza ou Krakavena ZANG-TUMB-TUUUMB toctoctoctoc (rapidíssimo) croooc-craac (lento)
gritos dos oficiais chocalharem como pratos latão pan daqui paak de lá BUUUM tching tchiak (presto) tchiatchiatchia-
tchia-tchiaak em cima em baixo lá lá entorno no alto cuidado sobre a cabeça tchiaak beleza! Chamas chamas chamas
chamas chamas chamas proscênio dos fortes lá em baixo atrás daquela fumaça Sciukri Pascià comunica
telefonicamente com 27 fortes em turco em alemão alô! Ibrahim!! Rudolf! alô! alô, atores papeis ecos “pontos”
cenários de fumaça florestas aplausos cheiro de feno lama esterco não sinto mais meus pés regelados odores de
salitre odores de podridão Tímpanos flautas clarins por toda parte baixo viola pássaros chilrar beatitude sombras tchip
– tchip-tchip brisa verde rebanhos don-dan-don-dim-beee Orquestra os loucos espancam os professores de orquestra
esses espancadíssimos soar soar Grandes estrondos não apagar precisar recortando-os ruídos menores
miudíssimos destroços de ecos no teatro amplitude 300 quilômetros quadrados Rios Maritza Tungia deitadoss
Montanhas Ròdopi eretas alturas palcos galeria 2000 shrapnels gesticular explodir lenços branquíssimo cheios de
ouro srrrrrrrrrr-TUMB-TUMB 2000 granadas estendidas arrancar com estampidos cabeleiras pretíssimas ZANG-
srrrrrr-TUMB-ZANG-TUMB-TUUMB a orquestra dos ruídos da guerra infla-se sob uma nota de silêncio sustentada no
alto céu balão esférico dourado que vigia os tiros…”
Nós queremos entoar e ordenar harmônica e ritmicamente estes variadíssimos ruídos. Entoar os ruídos não quer
dizer tolhê-los de todos os seus movimentos e vibrações irregulares de tempo e de intensidade mas, antes, dar uma
gradação ou tom à mais forte e predominante dessas vibrações irregulares. De fato, o ruído diferencia-se do som só
enquanto as vibrações que lhe conferem sonoridade são confusas e irregulares, tanto no tempo quanto na
intensidade. Cada ruído tem um tom, às vezes até um acorde, que predomina no conjunto de suas vibrações
irregulares. Ora, de seu tom predominante característico deriva a possibilidade prática de entoá-lo, isto é, de dar a um
determinado ruído não só um único tom mas uma certa variedade de tons, sem perder sua característica, quero dizer,
o timbre que o distingue. Assim, alguns ruídos obtidos com um movimento rotativo podem oferecer uma escala
cromática inteira, ascendente ou descendente, se aumentarmos ou diminuirmos a velocidade do movimento.
Cada manifestação de nossa vida é acompanhada pelo ruído. O ruído é, portanto, familiar ao nosso ouvido e tem o
poder de evocar imediatamente a própria vida. Enquanto o som, estranho à vida, sempre musical, coisa em si,
1
1 Nota dos tradutores: A palavra shrapnels, usada por Filippo Marinetti no trecho citado por Luigi Russolo no manifesto, refere-se a balas de fragmentação,
utilizadas até o final da Segunda Guerra Mundial.
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Orchestra, Luigi Russolo.
elemento ocasional desnecessário, tornou-se doravante para nosso ouvido o mesmo que é para o olho um rosto
familiar demais; o ruído, ao contrário, chegando até nós confuso e irregular, vindo da confusão e da irregularidade da
vida, nunca se revela inteiramente para nós e nos reserva inúmeras surpresas. Temos certeza, então, que
selecionando, coordenando e dominando todos os ruídos, enriqueceremos a humanidade com uma nova delícia
insuspeitada. Embora a característica do ruído seja a de evocar-nos brutalmente a vida, a arte dos ruídos não deve
limitar-se a uma reprodução imitativa. Ela atingirá sua maior faculdade de emoção no prazer acústico por ele mesmo,
que a inspiração do artista saberá extrair dos ruídos combinados.
A seguir estão as seis famílias de ruídos da orquestra futurista que realizaremos logo, mecanicamente.
Nesse elenco listamos apenas os mais característicos entre os ruídos fundamentais; os outros não passam de
associações e combinações destes.
Os movimentos rítmicos de um ruído são infinitos. Existe sempre, assim como para o tom, um ritmo predominante,
mas no entorno deste outros numerosos ritmos secundários são igualmente sensíveis.
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Conclusões:
1. Os musicistas futuristas devem ampliar e enriquecer cada vez mais o campo dos sons de acordo com uma
necessidade de nossa sensibilidade. Notamos, com efeito, no compositor genial de hoje, uma tendência em direção
às dissonâncias mais complexas. Eles, ao se afastarem cada vez mais do som puro, quase chegam ao som-ruído.
Essa necessidade e essa tendência não podem ser satisfeitas a não ser com a inclusão e a substituição dos sons
pelos ruídos.
2. Os musicistas futuristas devem substituir a limitada variedade dos timbres dos instrumentos que a orquestra possui
hoje pela infinita variedade dos timbres dos ruídos, reproduzidos por mecanismos apropriados.
3. É necessário que a sensibilidade do músico, liberando-se do ritmo fácil e tradicional, encontre nos ruídos a maneira
de expandir-se e renovar-se, uma vez que todo ruído oferece a união dos ritmos mais diversos, além daqueles
predominantes.
4. Uma vez que todo ruído possui em suas vibrações irregulares um tom geral predominante, chega-se facilmente, na
fabricação dos instrumentos que o imitam, a uma variedade bastante ampla de tons, semitons e quartos-de – tom.
Essa variedade de tons não tolherá a nenhum som singular as características de seu timbre e, sim, ampliará sua
textura ou extensão.
5. As dificuldades práticas para a construção destes instrumentos não são graves. Uma vez encontrado o princípio
mecânico que gera o ruído, poder-se-á alterar seu tom, regulando-o de acordo com as leis gerais da acústica.
Proceder – se-á, por exemplo, com o aumento ou diminuição da velocidade, se o instrumento tiver um movimento
rotativo, e com uma variedade de grandeza ou de tensão das partes sonoras, se o instrumento não possuir
movimento rotativo.
6. Não será por meio de uma sucessão de ruídos imitativos da vida, mas, sim, por uma fantástica associação desses
vários timbres e desses vários ritmos, que a nova orquestra obterá as mais complexas e novas emoções sonoras. Por
isso, cada instrumento deverá oferecer a possibilidade de mudar o tom e ter uma maior ou menor extensão.
7. A variedade dos ruídos é infinita. Se hoje, quando temos, talvez mil máquinas diferentes, podemos distinguir mil
ruídos diversos, amanhã, com a multiplicação de novas máquinas, poderemos distinguir dez, vinte ou trinta mil ruídos
diversos, não para imitá-los simplesmente, mas para combiná-los conforme nossa fantasia.
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Russolophone, Luigi Russolo.
8. Convidamos, assim, os jovens músicos geniais e audaciosos para que observem com atenção todos os ruídos para
compreender os vários ritmos que os compõem, seus tons principais e aqueles secundários. Ao comparar os vários
timbres dos ruídos aos timbres dos sons, esses jovens se convencerão do quanto os primeiros são mais numerosos
que os segundos. Isso lhes dará não só a compreensão, mas também o gosto e a paixão pelos ruídos. Nossa
sensibilidade multiplicada depois de ter sido conquistada por olhares futuristas terá finalmente ouvidos futuristas.
Assim, os motores e as máquinas de nossas cidades industriais poderão um dia ser sabiamente entoados, de
maneira a compor de cada oficina uma inebriante orquestra de ruídos.
Caro Pratella, submeto a teu
gênio futurista estas minhas
constatações, convidando-te
à discussão. Não sou de
profissão musicista: não
tenho então predileções
acústicas nem obras a
defender. Sou um pintor
futurista que projeta para fora
de si, numa arte muito
amada e estudada, a sua
vontade de tudo renovar.
Portanto, por mais temerário
do que poderia sê-lo um
musicista profissional,
despreocupado com minha
aparente incompetência, e
convencido de que a audácia
tenha todos os direitos e
todas as possibilidades, pude
intuir a grande renovação da
música através da “arte dos
ruídos”.
Luigi Russolo
PUBLICADO EM SOM E FÚRIA