- O projeto da ONG Conservação Internacional ensina crianças da Indonésia sobre a importância da preservação da natureza a bordo de um barco-escola chamado Kalabia.
- As crianças aprendem sobre ecossistemas marinhos como recifes de coral e ameaças ambientais em meio a jogos e brincadeiras.
- A educação ambiental é importante na região devido ao déficit educacional e crescente ameaça do desenvolvimento à biodiversidade local.
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DOMINGO, 25 DE SETEMBRO DE 2011 O ESTADO DE S. PAULO O ESTADO DE S. PAULO DOMINGO, 25 DE SETEMBRO DE 2011
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OCEANO
MALÁSIA PACÍFICO
REPÓRTER VIAJANTE Raja Ampat
Herton Escobar
No Facebook Vídeos No portal O Grupo Estado dá continuidade a uma série especial para tratar de temas ligados à preservação ambiental e à INDONÉSIA
INDONÉSIA
Acompanhe a viagem Barco-escola e mergulho Leia o blog sustentabilidade. No último domingo de cada mês será publicada uma reportagem, com vídeos e informações
PLANETA ESPECIAL
OCEANO
ÍNDICO
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estadao.com.br/e /indonesia AUSTRÁLIA
FOTOS HERTON ESCOBAR/AE
EDUCAÇÃO Em Kalitoko.
Em Kalitoko.
Educadores
Educadores
ajudam crianças
ajudam crianças
a identificar
‘PROGRESSO’
AGORA AMEAÇA
a identificar
AMBIENTAL
espécies
espécies
AS FLORESTAS
VIAJA DE
A
paisagem na Baía de Mayali- Goram, não entende o propósito da es-
bit,assimcomonorestodeRa- trada. “Não precisamos de estradas,
ja Ampat, é de natureza selva- mas de escolas, hospitais, água limpa,
BARCO gem. Um oceano confinado
por montanhas de pedra calcária, que
um dia foram recifes de coral, mas hoje
se erguem abruptamente do mar, pon-
tuadas por cavernas e cobertas por um
capacitação”, diz Goram, nativo da vila
de Waifoy. Ele teme que a via, além de
arruinar a paisagem, abrirá caminho pa-
ra o desmatamento e a erosão do solo,
comprometendo os ecossistemas ter-
Projeto da ONG Conservação Internacional ensina a mantodefloresta,habitadaporaves-do- restrese marinhosdosquais ascomuni-
paraíso, cacatuas e pescadores. dades dependem para sobreviver. Per-
crianças da Indonésia o valor da preservação da natureza Sóuma coisadestoa: umrastrode ter- gunto a ele se a estrada não é símbolo de
ra que começa na vila de Warsambin e progresso. “É o argumento mais ridícu-
seesgueira montanha acima,rumo à co- lo que já ouvi”, responde.
que é que dá cor riam de ilha em ilha. munidade de Lopintol, do outro lado do Goram, como muitos outros nativos,
“O
aos corais?”, É a segunda vez que o Kalabia retor- morro. A boca da estrada parece querer é favorável à independência de Papua,
pergunta o pro- na a Warsambin, a primeira vila visita- engoliros casebresabaixo dela,junto ao anexada politicamente à Indonésia em
fessoremvozal- da pelo projeto, em março de 2008. A campo de futebol. Construída nos últi- 1969, após séculos de domínio holan-
ta. “Zooxante- próximaparadaéKalitoko,umavilame- mos dois anos, ela foi aberta para ligar dês. “A Indonésia não é boa para Papua,
las!”, respon- nore mais afastada,uma hora delancha as comunidades, apesar de ninguém ter porqueela nãoamao povo.Ela amanos-
dem os alunos à sua frente, com a em- baía adentro. Lá, as crianças se dividem carro,apenas uma ou outra moto.O veí- sos recursos naturais”, diz. Além da far-
polgação de uma torcida de futebol, re- entre os Teterugas (tartarugas), Lum- culoque maiscircula éuma caminhone- tura de seus mares, a região é riquíssima
ferindo-se às microalgas fotossinteti- ba-Lumbas (golfinhos) e Buayas (cro- te subsidiada pelo governo, transpor- em depósitos de ouro, cobre e níquel.
zantes que vivem dentro dos tecidos codilos). tando mercadorias e passageiros de Questões políticas e econômicas à
dos corais, fornecendo-lhes pigmentos Ao final dos três dias de curso, per- Waisai, a recém-construída capital ad- parte, não é preciso ser historiador para
e nutrientes essenciais. gunto à pequena Sifra Waropen, de ministrativadeRajaAmpat.Os morado- perceber que Papua é diferente do resto
Não estamos numa sala de aula con- “mais ou menos” 10 anos (porque nin- restradicionaiscontinuamaselocomo- daIndonésia. Bastaolhar paraospapuá-
vencionalnemdeescolanemdeuniver- guém aqui sabe dizer a própria idade ver entre as vilas como sempre fizeram: sios. A diferença está em sua fisiono-
sidade. Osalunos são crianças de10a 12 com certeza), qual foi a coisa mais legal de barco, pelas estradas de água. mia, de características mais negras e
anos,filhos efilhasde simplespescado- que ela aprendeu. “Que os corais são Paraambientalistas,orasgonaflores- aborígenes que asiáticas, típicas da Me-
res da Baía de Mayalibit, na região de animaiseprecisamserprotegidos”,res- ta é um sinal de alerta. As águas da baía lanésia – o universo de ilhas que flan-
RajaAmpat, umconjuntodeilhasselva- ponde ela. “Porque eles são parte da são protegidas por uma unidade de con- queiam o norte e o leste da Austrália.
gens que pontuam a chamada Cabeça nossa natureza. Se eles crescerem bem, servação,criada em 2007. Mas as flores- Mesmo entre indonésios, Papua é vista
doPássaro, no extremonoroestedePa- terá mais peixes nos recifes e mais pei- tasacimadelas,não. Ecom seusecossis- como uma terra distante e misteriosa,
pua. A sala de aula é o colorido convés xes para a gente comer”, justifica. temasinterligadosdemaneiratãoumbi- assombradaporhistóriasdetriboscani-
doKalabia,umvelhoatuneirodemadei- A aula sobre os recifes inclui uma lical, é inevitável que o que acontecer na bais. Um passado que contrasta com a
ra convertido em barco-escola pela brincadeira em que as crianças vestem superfície terá consequências também simpatia dos moradores de Raja Ampat.
ONG Conservação Internacional, an- luvas coloridas e esticam os braços por debaixo d'água. “Fizemos um bom tra- Vários papuásios com quem o Esta-
corado em frente à vila de Warsambin, entre os buracos de um lençol que é balho até agora de equacionar proble- do conversou temem que sua cultura
na entrada da baía. estendido sobre suas cabeças, como se mas no ambiente marinho. Agora te- será soterrada pelo crescente fluxo mi-
A pergunta, valendo 500 pontos na fossem pólipos de coral. Enquanto is- mos de lidar com as ameaças de origem gratório de indonésios de Java e Suma-
categoria Recifes de Coral, faz parte de so, os jovens educadores do Kalabia fa- terrestre”, diz o biólogo Mark Erd- tra, já maioria na província.
umagincana para testar oconhecimen- zem “fluir” punhados de amendoim mann, da Conservação Internacional, A Indonésia é um dos países mais su-
to das crianças sobre o funcionamento por cima do lençol, que as crianças ten- parceira do governo na criação e geren- perpovoadosdomundo,comumapopu-
e a importância de ecossistemas mari- tam agarrar e devorar. Assim, elas ciamento de áreas protegidas na região. lação 20% maior que a do Brasil num
nhos. Após três dias de curso, três gru- aprendem que os corais se alimentam O líder da Área Marinha Protegida território 80% menor, altamente con-
pos de sete crianças competem pelo deduasformas:dosnutrientesproduzi- (AMP) da Baía de Mayalibit, Abraham centrada nas ilhas de Java e Sumatra.
prêmio de “quem aprendeu mais”: os dos pelas zooxantelas em suas células,
Bubaras, os Lemas e os Nemos – dois via fotossíntese, edo plâncton que con-
nomes de peixes na língua local e um,
herdado de Hollywood.
Quem comanda o jogo é o educador
seguem capturar da água, usando seus
tentáculos.
Entenderessabiologiabásicaéessen-
BIODIVERSIDADE É
Marcho Imbir, de 32 anos, nativo do ar-
quipélagodeAyau,nonortedeRajaAm-
pat. É uma competição das mais amigá-
cialparaengajarascriançasnumacultu-
ra de conservação, diz Angela. “Porque
ninguém se importa muito com aquilo
ENORME NA REGIÃO
veis.Sempre que um grupoacerta a res- que não compreende.”
M
posta,todos comemoramcomuma sal- Pergunto também a Sifra qual é o seu lo do Kalabia é ensinar conceitos bási- acham que seja tão importante seus fi- enos de uma hora após de- lo menos seis pesquisadores.
va de palmas e gritos de “benar” (corre- animal favorito. “Tartaruga”, diz ela, cos de gerenciamento de resíduos – lhos irem à escola. Pois eles não conse- Peso 121 toneladas sembarcar em Raja Ampat, Dos quase cem funcionários da em-
to). A alegria das crianças em aprender um tanto tímida. “Gosto de ver quando ● Anseio pelo saber que as garrafas de refrigerante e as em- guemnenhumempregomelhorpordis- vejo dois filhotes de tuba- presa, os únicos estrangeiros são o pró-
é contagiante. E a velocidade com que ela vem à superfície para respirar.” Per- balagens de café em pó não “desapare- so”, lamenta o professor. Comprimento 32 metros rãonadando pelas águas ra- prio Ammer e o britânico Ross Pooley,
aprendem, surpreendente. gunto, então, se ela já comeu tartarugas ANGELA BEER cem” do ambiente como as espinhas de Antes de ir embora, Angela entrega a
Tripulação
sas debaixo do meu bangalô, na ilha de que desenvolve um projeto-piloto de
“Os cérebros deles são como espon- – um costume ainda praticado nas co- EDUCADORA E COORDENADORA DO peixe e as carapaças dos caranguejos. Krey uma caixa com livros, cadernos e Kri. Duas vezes mais tubarões do que eu cultivo de corais. Todos os outros são
jas”,diz abiólogaeeducadora canaden- munidades tradicionais da região, ape- PROJETO DA CONSERVAÇÃO EmKalitoko,aquantidadedelixosin- gibis educativos produzidos pelo Kala- 9 marinheiros haviavistoem maisde dezhorasdemer- nativosde Papua,treinadospela empre-
se Angela Beer, responsável pelo proje- sar de a caça já estar proibida há vários INTERNACIONAL tético ainda é pequena. Há apenas duas bia, para que ele possa dar continuida- gulho em Bali, nos dois meses anterio- sa, das faxineiras aos guias de mergu-
to. Desde 2008, o Kalabia viaja pelas
ilhas de Raja Ampat, parando de vila em
anos. “Já comi, mas não vou comer
mais”, promete Sifra, após aprender
“O déficit de educação aqui é tão
grande que qualquer coisa que
vendinhas na vila, que oferecem doces
e cigarros. As crianças agora sabem que
de ao ensino. Ela sabe que três dias é
pouco tempo para influenciar a educa-
6 educadores res. Sinal deque tudo que euouvira falar
sobre Raja Ampat era verdade.
lho. Nada dá mais orgulho a Ammer,
que veio para Papua originalmente em
vila para ensinar às crianças conceitos que seu animal favorito está ameaçado. você oferece elas (as crianças) o acúmulo de lixo traz doenças e que ção de uma criança. Mas é um começo. Mesmo dentro do Triângulo dos Co- busca de destroços de aviões de guerra,
básicos de biologia e as educando sobre absorvem imediatamente.” muitas tartarugas morrem depois de Mesmo com um programa tão curto, o rais, a região se destaca como a de maior mas acabou se apaixonando pelo povo
a importância de conservar os ecossis- Simbiose. A relação de dependência engolir embalagens plásticas, que elas Kalabia leva dois anos para visitar to- biodiversidade marinha do planeta. da região.
temasmarinhosdosquaissuascomuni- entre as comunidades tradicionais de confundem com águas-vivas. das as cem vilas de Raja Ampat. Mais de 1,4 mil espécies de peixes. Mais “Quando cheguei aqui, eu não sabia
dades dependem para sobreviver. Raja Ampat e a biodiversidade marinha sagu, uma pasta de polpa de palmeira “Infelizmente não temos nada para O Kalabia de 550 espécies de corais duros. Uma nadadeturismo,nãotinhanenhumaex-
Qual é a importância de um recife de é tão íntima e vital quanto a que existe produzida artesanalmente na floresta. Carência. Construída sobre um man- te dar em troca, a não ser o nosso agra- Ex-atuneiro foi variedade alucinante de les- periência com mergulho, mas achei que
coral e que tipos de atividades podem entre os corais e suas zooxantelas. Aqui Outro indicador de proximidade guezal, a vila tem cerca de 250 morado- decimento”, diz o secretário da vila de transformado em barco- mas marinhas multicolori- essa seria uma boa maneira de ajudar a
ser nocivas a ele? Quais são as funções não há supermercados nem geladeiras com centros urbanos – tanto em ter- res, incluindo um professor, Salmon Warsambin, Metusalak Mansoben, escola em 2008 pelas das, que parecem vestidas população local”, conta o holandês, de
ecológicas de um manguezal e o que nem agricultura. Mas também não há mos geográficos quanto culturais –, Krey. Deveriam ser dois, além de um após receber os livros, emocionado. ONGs Conservação para o carnaval. Cavalos-ma- 50 anos. “O mais importante é criar
acontece com o solo quando ele é des- fome. Cada prato de comida é colhido além do arroz, é a quantidade de lixo diretor, mas o outro professor saiu de “Hoje vocês vão embora, mas não é o Internacional e rinhos-pigmeus,inacreditavel- oportunidadesde empregoe geração de
matado? Qual a diferença entre lixo or-
gânico e inorgânico? Quanto tempo le-
fresco da natureza: peixes e camarões
das águas da baía, caranguejos e maris-
inorgânico presente em cada vila.
Quanto mais contato com o “mundo
folga há quatro meses e nunca mais vol-
tou e o diretor foi expulso, acusado de
fim, porque as crianças não esquecerão
aquilo que aprenderam. A única reco-
The Nature Conservancy* KALABIA mente pequenos e bem camufla-
dos, agarrados a gorgônias. Raias-
renda para os papuásios. O povo daqui é
muito pobre. Você pode falar o quanto
*Em 2011 o programa passou a ser gerido integralmente pela CI
va uma garrafa plástica para se decom- cos da lama dos manguezais, frutas e moderno”,maioraquantidadedegarra- roubaro dinheirodo governoparacom- mendação que posso dar é que vocês mantas com mais de 2 metros de en- quiser sobre conservação, mas as pes-
por no ambiente? Quantos anos vive folhas colhidas da floresta ou cultiva- fas e sacolas plásticas espalhadas pelo pra de livros e manutenção da escola. fiquem mais tempo da próxima vez.” vergadura. Tudo, às vezes, no mesmo soas ainda precisam comer, ainda que-
uma tartaruga? E para que serve uma das em pequenas hortas domésticas. chão. Acostumados a embalar seus ali- Krey agora cuida sozinhode umatur- Após semanas no mar, o Kalabia re- lugar. Em Raja Ampat, pode-se passar rem desenvolvimento.”
Área Marinha Protegida (AMP)? Coi- Com exceção do arroz, que algumas vi- mentos em folhas de bananeira e carre- ma de 30 alunos, da 1.ª à 6.ª série. A torna a Sorong em setembro para um As ilhas FILIPINAS ÁREA EM
horas debaixo d’água sem 1 segundo de Em Yenbekwan, uma das vilas próxi-
sas desse tipo. Tudo ensinado por meio las mais próximas conseguem trazer gar seus pertences em cestas de fibras defasagem do ensino nas vilas de baía é merecido descanso. As montanhas de O navio leva dois anos para visitar as cerca de cem vilas DESTAQUE tédio. mas ao hotel, o pescador Hans Watem,
demúsicas, jogos e brincadeiras, na lín- dos centros comerciais de Waisai e So- naturais, os moradores tradicionais enorme, diz ele, mesmo em relação ao lixo plástico na praia do porto não dei- da região de Raja Ampat, ensinando crianças sobre Opontode mergulho maisfamoso éo também de 50 anos (mais ou menos, ele
gua nativa da crianças – uma mistura de rong,abasedaalimentaçãoparaamaio- nunca tiveram de se preocupar muito resto de Raja Ampat. “Como os adultos xam dúvidas de que estamos de volta à conservação ambiental Jacarta
cabo Kri, península submersa da ilha de não tem certeza), acha um tanto estra-
indonésio com dialetos tribais que va- ria dos habitantes de Raja Ampat é o com acúmulo de lixo. Parte do currícu- aqui não tiveram educação, eles não “civilização”. mesmo nome, descoberto no início dos nho que turistas gastem tanto dinheiro
ÁREA MARINHA PROTEGIDA (AMP) INDONÉSIA INFOGRÁFICO: WILLIAM MARIOTTO anos 1990 pelo holandês Max Ammer, e venham de tão longe só para ver um
E FILIPE CAMPOI/AE
AUSTRÁLIA pioneiro do turismo e da conservação recife de coral. Mas entende perfeita-
RAJA AMPAT Conjunto de ilhas no extremo noroeste de Papua tem a maior
em Raja Ampat. Em 1997, ele inaugurou mente a importância desse ecossiste-
ILHAS AYAU-ASIA biodiversidade marinha do planeta ali o primeiro hotel da região, o Kri Eco ma. “Todo mundo aqui entende agora
Resort – um punhado de bangalôs, um que os recifes são essenciais para nos-
AYAU Mais de 4 milhões 1,2 milhão 1.427 espécies
WAYAG-SAYANG pier e um refeitório, feitos no estilo tra- sas vidas. Por isso ninguém pesca mais
600 ilhas de hectares de hectares de peixes
de oceano protegidos dicional papuásio, de madeira e palha. com bombas ou redes”, diz.
Cerca de (45% do total 553 espécies Em2001,Ammerconvidouorenoma- Comparados aos de Bali e de outras
Mais de 40 mil de recifes de de corais duros do biólogo Gerry Allen para fazer uma regiões da Indonésia, os recifes de Raja
WAIGEO
RAJA
90 vilas habitantes coral e mangues) (70% do total mundial) avaliação científica da biodiversidade Ampatestãoemótimoestadodeconser-
AMPAT
Waisai do cabo. “Todo mundo dizia que era um vação. Mas já estiveram muito melhor.
lugarespecial, diferenciado,maseuque- Atépoucosanosatrás,apescacombom-
ESTREITO
BATANTA ria ter certeza”, diz ele. Todo mundo bas e outros métodos destrutivos tam-
DE DAMPIER estava certo. Em 27 de março de 2001, bém era comum por aqui. Agora, a re-
SALAWATI Sorong WAIGEO
KOFIAU uma equipe de dez cientistas, liderada giãoestásobaguardadeseteÁreasMari-
Kalitoko por Allen, identificou 273 espécies de nhas Protegidas (AMPs), criadas em
ILHAS
KOFIAU- BOO
Lopintol Warsambin
peixe num único mergulho. Um recor- 2007 pelo governo de Raja Ampat, em
de mundial, que colocou Raja Ampat no parceriacomorganizaçõesnãogoverna-
RAJA AMPAT Waisai
BAÍA DE mapa de mergulhadores e pesquisado- mentais.
MISOOL MAYALIBIT
res marinhos mundo afora. As bombas pararam de explodir e os
SUDESTE Desde então, Ammer ergueu um ou- recifes retornam silenciosamente ao
DE MISOOL KRI ESTREITO
DE DAMPIER
troresort na ilha e está prestes a inaugu- seuestadooriginal.Resultado:mais pei-
Yenbekwan 0 km 25
0 km 50 rar um centro de ciências marinhas, xes para os pescadores comerem, mais
Beleza. Coral duro (esq.) e mole (dir.) lado a lado, nas águas de Raja Ampat; uma espécie de baiacu nada sobre corais moles; peixe-palhaço (‘nemo’); e anêmona numa fenda de coral comlaboratóriosehospedagemparape- peixes para os turistas fotografarem.